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Após o ministro da Economia, Paulo Guedes, alegar nesta terça-feira, 30, que as emendas de relator foram criadas em 2019, o deputado federal Rodrigo Maia (sem partido-RJ), que presidia a Câmara dos Deputados na época, afirmou que não trabalhou em um modelo orçamentário sem transparência. Maia também disse que Guedes está desmoralizado e por isso cria narrativas falsas.

"Paulo Guedes está desesperado. Sabe que está desmoralizado e fica criando narrativas falsas. As emendas de relator, RP9, foram criadas no final de 2019, mas em 2020 não foram regulamentadas. Isso começa a partir de 2021, quando o próprio Guedes faz acordos com parte da Câmara", alegou Maia no Twitter

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Nesta terça-feira, 30, em evento com empresários, Paulo Guedes disse que as emendas foram utilizadas na época de Maia em um valor superior do atual. "Quando o presidente da Câmara era o Rodrigo Maia, houve o pedido dele de R$ 30 bilhões para o Domingos Neto (PSD-CE) que seria o relator do Orçamento da época. Era o dobro de hoje, e não houve essa convulsão toda." Na proposta que regulamenta o orçamento secreto, as emendas de relator ainda poderiam superar R$ 16 bilhões em 2022.

Em entrevista ao site Antagonista, Maia falou que nunca teve o instrumento das emendas RP9 na "mão", pois era da oposição do governo. "Como eu era oposição do governo, nunca tive esse instrumento na mão e nunca quis tê-lo. O problema do RP9 é que virou um orçamento paralelo, que não é nem aprovado."

"Paulo Guedes precisa entender que o meu caráter é muito diferente do dele. Eu nunca usaria o Orçamento para ameaçar os deputados como estão fazendo. E também não trabalharia um modelo que gerasse um orçamento paralelo e sem transparência." acrescentou o deputado nas redes sociais.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou, nesta terça-feira (30), que a economia "voltou em V" e que os investimentos estão retornando. Ressaltando avanços, Guedes disse que "colocar a economia em pé novamente" foi "muito difícil" e criticou o jogo político.

"Guerra política prejudica", afirmou o ministro da Economia, que apontou "padrões preocupantes" na arena política. "Pessoas estão perdendo sensatez, criaram bolhas de ódio", disse.

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Em participação no 93º Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic), o ministro comentou a atuação postura da oposição: "Vai que a direita perde e resolve se comportar da mesma forma e faz isso, pede impeachment todo dia? Tinha gente subindo em cadáver na pandemia", afirmou Guedes.

Guedes destacou também que todas as arrecadações neste ano estão batendo recordes e elogiou a atuação do setor de construção civil durante a pandemia. "A construção criou emprego e manteve atividade durante a pandemia. Então foi um setor absolutamente exemplar, protegido com práticas de segurança, trabalhou, criou empregos, renda, e continua crescendo", completou.

Ele deu destaque ainda ao setor de serviços e à retomada da economia com a reabertura pós-covid: "O setor serviço está voltando, voltando turismo, o Brasil está condenado a crescer", continuou o ministro.

Para Guedes, o Brasil estava sem crescer nos últimos 30 anos, e, apesar disso, os problemas caíram na "conta do governo Bolsonaro". "Está havendo desmatamento há 30 anos, País não cresce há 30 anos. O Brasil praticamente parou e agora a conta é do governo Bolsonaro. Ainda pegamos uma covid", completou o ministro.

Reformas

O ministro da Economia voltou a mostrar sua frustração por não conseguir emplacar todas as reformas prometidas quando entrou no comando da pasta. "Esse negócio de chegar e chutar a porta, visão romântica, não consegue mudar tudo porque é toda uma configuração", disse Guedes. "Evidentemente nos frustra chegar com grandes sonhos e fazer 50% ou 40%", continuou.

Na fala, Guedes recordou a aprovação da reforma da Previdência, afirmando que tinha o apoio do presidente Jair Bolsonaro, mas que o chefe do Executivo não queria o desgaste com as mudanças na regra de aposentadoria.

O ministro da Economia ainda criticou o que classificou de "injustiças" feitas contra membros do governo, incluindo ele. "Criaram personagens que não existem, não existe a pessoa que dizem quem sou, aí vi a injustiça feita com membros do governo. Eu acredito no aperfeiçoamento das instituições, na Câmara, Senado, Presidência, STF, na mídia, que é o quarto poder", afirmou Guedes, relembrando episódios em que foi criticado por declarações, como a envolvendo viagens de empregadas domésticas para a Disney, situação que, para o ministro, foi distorcida.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, foi confrontado na manhã desta terça-feira por deputados sobre seus investimentos e a valorização de seus ativos em uma offshore a partir da grande valorização do dólar ante ao real nos últimos anos. O primeiro bloco de perguntas coube aos autores dos requerimentos de convocação do ministro à Câmara. O deputado Kim Kataguiri (DEM-SP), perguntou o motivo de Guedes não ter colocado também os recursos da offshore em um blind trust, como fez com seus investimentos no Brasil. O parlamentar também citou a retirada da tributação de offshores da reforma do imposto de renda.

"Também manteria meu patrimônio fora se fosse um multimilionário em um país que o ministro da Economia é Paulo Guedes. A lei diz que é vedado o investimento em bens que podem ser afetadas por decisões, e não apenas a gestão desses investimentos. E de que adianta se afastar dos investimentos na offshore, se a sua filha ou esposa continuam ligadas a ele?", questionou. "O ministro não compareceu no Plenário da Câmara, nem na comissão da data originalmente marcada", completou Kataguiri.

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O deputado Elias Vaz (PSB-GO) perguntou sobre as respostas de Guedes à Comissão de Ética da Presidência quando assumiu o cargo de ministro, de que nenhum parente teria atividade com conflito de interesses à sua atuação na pasta. "A sua filha e a sua esposa são sócias da offshore. Quem faltou à verdade foi o senhor quando respondeu não", indagou. "Além da offshore, o senhor possui um fundo de investimento exclusivo que ganhou R$ 380 mil por mês nos últimos anos, o senhor considera isso um sacrifício para o País?", acrescentou.

Já o deputado Paulo Ramos (PDT-RJ) afirmou que Guedes possuía um "emaranhado de empresas de difícil rastreamento", com muitas figuras públicas na composição das sociedades. "Essas figuram continuam atuando no mercado e obviamente mantém o relacionamento pessoal e podem em última análise se beneficiar de decisões do governo na área econômica", insinuou.

Ele perguntou ainda se Guedes abriria seu sigilo bancário com os membros das comissões. O deputado Leo de Brito (PT-AC) considerou "escandalosa" a manutenção pelo ministro de uma offshore. "Essa situação já seria absurda em um contexto de normalidade, imaginem nessa situação de uma inflação de dois dígitos, com o preço dos alimentos e dos combustíveis nas alturas e a população voltando à fome", avaliou.

Guedes participa de audiência com as comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público e de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados. O ministro foi convocado para explicar movimentações financeiras no exterior por meio de empresas em paraísos fiscais.

Em outubro, a revista Piauí e o site Poder360 revelaram a existência de empresas offshore em nome de Guedes e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. As informações fazem parte da investigação dos Pandora Papers, coordenada pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ).

Comportamento do dólar após declarações

O ministro da Economia disse que houve 27 ocasiões enquanto ocupava a pasta em que o dólar subiu mais de 2% em um dia, e nenhuma delas por uma declaração de algum integrante da pasta. A afirmação de Guedes fez parte do argumento de que ele não estaria usando os recursos depositados na offshore para especular e lucrar com a variação do dólar.

Ele disse ainda que uma alta do dólar torna mais pobres, e não mais ricos, os investidores que têm a maior parte dos recursos no Brasil. "Quem tem um pouco de dólar, na verdade, protegeu um pedaço dos seus recursos, mas não escapou da perda patrimonial", comentou. "Eu, por curiosidade, fui ver quando, nos últimos dois anos e dez meses, o dólar subiu mais de 2% em um dia, para saber se tem alguém na Economia fazendo alguma besteira ou falando alguma besteira para empurrar o dólar para cima, para ter lucro, para ganhar alguma coisa com isso", afirmou Guedes. "Foi sempre covid, o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro saindo do governo, o ex-presidente Michel Temer é preso. Foi só política ou doença, que são os eventos mais contundentes."

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse, nesta terça-feira (23), que o seu investimento em offshores é legal e que a ideia de que ele possa ter especulado com o valor do dólar para aumentar o patrimônio não existe. Ele participa no período da manhã desta terça de audiência para prestar esclarecimentos sobre os investimentos no exterior às comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público e de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados.

Em outubro, uma investigação do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ) revelou a existência de uma offshore em nome do ministro.

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Segundo Guedes, a criação de uma offshore se deveu a razões sucessórias, para que seus investimentos no exterior pudessem ser transmitidos a herdeiros em caso de alguma fatalidade, para evitar que o governo dos Estados Unidos "expropriasse" de 46% a 47% do valor. Por isso, argumentou, não seria necessário declarar se sua esposa ou filha estavam na offshore, que seria uma "obviedade".

"A offshore é como uma ferramenta. É uma faca. Você pode usar para o mal, para matar alguém, ou pode usar para o bem, para descascar uma laranja", disse Guedes, que alegou ainda não ter investimentos em nenhuma ação brasileira fora do País.

O ministro afirmou ainda que os seus depósitos em offshore foram feitos entre 2014 e 2015 e que, depois, nunca fez nenhum novo depósito ou remessa de recursos para o Brasil.

De acordo com Guedes, os investimentos foram devidamente declarados à Receita Federal e ao Banco Central. Ele também argumentou que, se desejasse especular com o valor do dólar, não teria defendido o projeto de independência da autoridade monetária.

Na audiência, Guedes disse ainda que precisou se desfazer de todos os seus investimentos em empresas sob a sua administração direta antes de assumir o Ministério da Economia, em um processo que teria lhe custado mais do que o valor investido em offshore.

O ministro ainda afirmou que colocou em um 'blind trust' seus investimentos em ativos que pudessem sofrer um impacto indireto da sua gestão à frente da pasta.

Origem

Guedes disse também que seu patrimônio foi obtido por meio da criação de empresas como Insper, BTG Pactual e Abril Educação, além de MBAs executivos. "Eu fiz muitos investimentos e criei muitas oportunidades empresariais para muita gente", comentou.

Na audiência, Guedes argumentou que teve oportunidades de participar do governo antes e que não ingressou no Executivo por oportunismo.

"Se eu fosse alguém que quisesse ganhar dinheiro vindo no governo para usar informações privilegiadas, para promover meus próprios interesses, eu teria vindo muito antes", disse Guedes.

Guedes afirmou que havia sido convidado a participar do governo na década de 1980 pelo então ministro da Fazenda Francisco Dornelles, para compor a diretoria do Banco Central. "Eu não vim aqui pelo oportunismo, ao contrário", disse.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse, nesta terça-feira (23), que tem uma boa relação com a Câmara dos Deputados e que não tentou evitar comparecer a uma audiência na casa para explicar movimentações financeiras no exterior. Guedes é ouvido na manhã desta terça pelas comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público e de Fiscalização Financeira e Controle da Casa.

Na sua fala inicial na audiência, Guedes citou projetos da pauta do governo aprovados pela Câmara, como a reforma da Previdência e o auxílio emergencial e, mais recentemente, a PEC dos precatórios e a reforma do Imposto de Renda (IR).

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"Essas medidas foram aprovadas pela Câmara, minha experiência com a Câmara tem sido a melhor possível, é uma Câmara reformista que tem feito o trabalho", disse o ministro, que ressaltou ainda o funcionamento da democracia no Brasil.

Em outubro, a revista Piauí e o site Poder360 revelaram a existência de empresas offshore em nome de Guedes e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. As informações fazem parte da investigação dos Pandora Papers, coordenada pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ).

Foco de críticas do mercado pelas manobras que abrem espaço no orçamento a mais gastos, o ministro da Economia, Paulo Guedes, reafirmou nesta quarta-feira, 17, o compromisso do governo com a disciplina fiscal, repetiu a promessa de zerar o déficit das contas públicas em 2022 e voltou a rebater previsões que apostam em baixo crescimento da economia no ano que vem.

Durante participação em fórum do Bradesco BBI, o principal nome da equipe econômica salientou as ações tomadas pelo governo Bolsonaro para conter gastos, citando o congelamento de salários de servidores públicos por um ano e meio, medida que, conforme o ministro, entregou durante o período economia maior do que qualquer reforma administrativa.

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Guedes projetou que o déficit primário - a diferença das despesas, sem considerar o pagamento de juros, em relação às receitas do governo - deve recuar para 0,4% ou zerar como proporção do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022.

Durante o fórum, ele também defendeu a necessidade de adiar o pagamento de dívidas judiciais para que a conta das sentenças judiciais caiba dentro de um teto dos gastos que também está sendo elevado na PEC dos precatórios.

"Estamos comprometidos com a responsabilidade fiscal. Lutamos até o fim para preservar o teto", declarou.

A mudança na forma de correção do limite do teto, responsável por abrir ainda mais espaço no orçamento a gastos no ano que vem, não partiu do ministério da Economia, assegurou Guedes, citando, como prova, a debandada de secretários contrários à manobra.

O ministro concordou com a avaliação de que a mudança no teto teve motivação política, mas a considerou "razoável" por viabilizar, com a ampliação do Bolsa Família, agora chamado de Auxílio Brasil, algo próximo à renda mínima prometida na campanha presidencial.

Privatizações e PIB

O ministro da Economia reiterou no fórum do Bradesco BBI a intenção de privatizar estatais como Correios, Eletrobras e Porto de Santos. Também disse que está recebendo todos os dias "boas notícias" sobre novos investimentos no Brasil, assim como reforçou o propósito de acelerar acordos comerciais com outras partes do mundo - porém, não antes de o País realizar as reformas que melhorem sua competitividade.

Sobre o cenário para 2022, demonstrou confiança no crescimento da economia, tendo como termômetro o maior movimento em restaurantes e crescimento das reservas em hotéis com a volta do turismo.

"Quando disse que o Brasil cresceria em V, disseram que eu vivia em um mundo paralelo ... Vamos ver o que acontece nos próximos dois meses, com hotéis, bares e restaurantes abertos", desafiou.

Mesmo que o aumento dos juros tenha impacto na recuperação cíclica, baseada no consumo, Guedes sustentou que o aperto monetário e condições financeiras mais restritas no curto prazo não comprometem as bases do crescimento sustentável, embora desacelere as taxas de expansão.

"O pessoal está prevendo que o mundo vai crescer 5% e o Brasil, zero ou 1%. Vamos ver o que acontece... Acho engraçado essas previsões porque vejo os fatos", afirmou o ministro.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu nesta quarta-feira, 17, que a PEC dos Precatórios representa uma solução encontrada pelo governo para tentar disciplinar uma fonte de gastos que se tornou "incontrolável", referindo-se aos pagamentos de sentenças judiciais.

Citando o salto, em dez anos, de R$ 8 bilhões para perto de R$ 90 bilhões da conta de precatórios a serem pagos pela União, e que a emenda constitucional encaminhada ao Senado prevê o parcelamento, o ministro sustentou que a PEC traz previsibilidade para o planejamento orçamentário nos próximos 20 anos.

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"É muito importante termos um gasto controlado. No momento, está incontrolável, ninguém sabe o que vem pela frente", disse Guedes durante fórum do Bradesco BBI.

Ele afirmou que a melhor solução era colocar os precatórios dentro do teto, mesmo que fosse necessário rever o reajuste do dispositivo de controle dos gastos. Guedes, após rechaçar criticas de que a manobra corresponderia a um calote do governo, defendeu que não seria razoável colocar o País a um quadro de hiperinflação - o que aconteceria numa situação de descontrole total dos gastos - apenas porque o governo não conseguiu organizar o pagamento dos precatórios. "A revisão do teto não é uma ameaça à arquitetura fiscal ... Expandimos o teto e colocamos tudo dentro."

"Estamos buscando disciplina fiscal que traga previsibilidade a todas as despesas futuras que venham do Judiciário", sustentou.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta segunda-feira, 15, que o Brasil foi uma das economias que "menos caíram, votaram mais rápido e criaram mais empregos" após o impacto da pandemia de covid-19. Ao discursar na abertura do fórum Invest in Brazil, dia dentro da Expo Dubai voltado para o País, afirmou que a economia está crescendo "acima da média mundial". "Isso graças a uma orientação do nosso presidente de não deixar nenhum brasileiro para trás durante a pandemia. Não faltou dinheiro para saúde, mas ao mesmo tempo prosseguimos com as reformas estruturantes", afirmou o ministro a empresários.

Segundo ele, a economia está crescendo, apesar das constantes projeções para baixo de economistas e instituições financeiras, e do aumento da taxa de juros promovido pelo Banco Central para tentar conter a alta da inflação. Guedes disse que o Brasil tinha "muito juros" no passado e que agora estão "mais baixos". Segundo ele, além do crescimento de 5,5% neste ano, o Brasil tem mais de 100 bilhões de dólares de investimento estrutural contratados nos próximos.

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"A economia era um paraíso dos rentistas, e o inferno dos empreendedores. Agora o Brasil está virando um paraíso para os empreendedores. Os juros estão mais baixos, a economia está crescendo mais rápido, e o eixo de crescimento vai ser o setor privado", afirmou Guedes.

O ministro voltou a dizer que deseja atrair os "petrodólares" para o País, principalmente para infraestrutura, e disse aos árabes que eles podem ser os "sócios ideais" para os recursos naturais do Brasil.

"Vendo essa demonstração de capacidade de reciclagem de petrodólares, vendo como no meio das areias do deserto toda essa riqueza emergiu, são sócios ideais para os recursos naturais que temos no Brasil. Precisamos dessa parceria no Brasil. Seremos sócios na criação e na reciclagem desses recursos", disse Guedes, que citou ainda a privatização do Porto de Santos (SP) como oportunidade.

'Privilégios' da previdência social

Guedes disse que o Brasil no passado "afundou numa armadilha de excesso de intervenção estatal" e que Bolsonaro lhe deu a responsabilidade de trocar o eixo de crescimento da economia. Segundo ele, o governo já removeu os "privilégios" da previdência social.

"O Brasil prossegue com as reformas. Banco Central independente, gatilhos fiscais, marco regulatório do gás natural, do petróleo, das ferrovias, seguimos fazendo a transformação e esperamos que os senhores participem dessa mudança", disse o titular da Economia. "Vocês têm vocação milenar para comércio e finanças. O Brasil precisa desse eixo. Vocês são nosso hub de exportação em direção à Ásia e da mesma forma o hub de reciclagem desses petrodólares, desses recursos em direção às Américas."

Conforme Guedes, o País está começando a se abrir de novo economicamente, e o governo estima que irá atingir o patamar de meio trilhão de dólares em comércio neste ano.

O comércio digital se expande em ritmo acelerado no Brasil, mesmo como o país saindo da pandemia, disse, nesta segunda-feira (8), o ministro da Economia, Paulo Guedes. Ele enalteceu a marca de R$ 35 bilhões em vendas no segmento digital de janeiro a março, com aumento de 72% em relação ao mesmo período de 2020.

"Essa economia digital regional tem enorme potencial de desenvolvimento. Expande-se no Brasil em ritmo muito acelerado, é o quarto país do mundo e o segundo do hemisfério sul", afirmou Guedes em seu discurso de abertura no seminário "O papel do Mercosul na promoção do comércio eletrônico transfronteiriço e na construção do mercado digital regional".

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O ministro também celebrou a sétima colocação do Brasil no índice GovTech Maturity 2020, do Banco Mundial, que avaliou a maturidade em governo digital de 198 economias globais. No ranking, o País ficou atrás de Coreia do Sul, Estônia, França, Dinamarca, Áustria e Reino Unido. "É o único país grande com essa maturidade digital atingida, à frente de Estados Unidos, Canadá", disse Guedes.

OPORTUNIDADE

A transformação digital dá ao Mercosul uma segunda grande oportunidade na corrida de integração global, disse Paulo Guedes. Ele destacou que o bloco foi criado como ferramenta para auxiliar a integração competitiva da região antes de iniciativas como a zona do euro, a área norte-americana de livre comércio ou a Aliança do Pacífico, mas depois ficou atrás.

"Temos agora a segunda grande oportunidade de relançamento de nossas plataformas no digital. Essa oportunidade para modernização do Mercosul tem de incluir a pegada digital, que transforma nosso mercado em extraordinariamente atraente, e ao mesmo tempo moderno, para que sigamos no projeto de integração global", afirmou o ministro em seu discurso de abertura no seminário.

Guedes acrescentou que a modernização do Mercosul também passa por ajustes tarifários, e ressaltou que teve apoio dos parceiros do bloco para reduzir a Tarifa Externa Comum (TEC), ainda que de forma temporária. "É importante ter atenção às necessidades internas, de forma a reduzir custos de itens essenciais para a população brasileira", justificou.

No último dia de reunião do G-20, em Roma, na Itália, o ministro da Economia, Paulo Guedes, acompanhará o presidente Jair Bolsonaro na maior parte dos compromissos oficiais. Mais cedo, Guedes acompanhou Bolsonaro num evento à margem da Cúpula do G-20, que tratava sobre o papel do setor privado na luta contra a mudança climática.

O ministro da Economia também acompanhou o presidente na segunda sessão de mudança climática e meio ambiente do G-20, além de um almoço para debater sobre o desenvolvimento sustentável e do encerramento da reunião das 20 principais economias do mundo.

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Desassociada da agenda de Bolsonaro, Guedes teve uma reunião com a ministra das Finanças da Indonésia, Mulyani Indrawati, e com a secretária de Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a sinalizar, nesta segunda-feira (25), apoio à privatização da Petrobras, como uma forma de extrair mais rápido o petróleo e gás natural brasileiros. Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro também sinalizou que a possibilidade já esteve no radar do governo.

"O presidente Bolsonaro falou que estudaria o que ia fazer com a Petrobras. Afinal de contas, se estamos com crise hídrica e tivemos escândalo de corrupção, são 30 a 40 anos de monopólio no setor elétrico e no setor de petróleo. E, se daqui a 10 ou 20 anos, o mundo inteiro migra para hidrogênio e energia nuclear, abandonando o combustível fóssil. A Petrobras vai valer zero daqui a 30 anos. E deixamos o petróleo lá embaixo com uma placa de monopólio estatal em cima", ironizou, em cerimônia de lançamento do Plano Nacional de Crescimento Verde no Palácio do Planalto.

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Para Guedes, o objetivo é tirar o petróleo o mais rápido possível para transformar a riqueza em educação, investimentos e tecnologia. "Tem que sair mais rápido. Não adianta ficar uma placa dizendo que é estatal e o petróleo não sai do chão. E quando sai, sai com corrupção. Se houve a maior roubalheira da história no 'Petrolão' e agora o preço do petróleo só sobe, o que o povo brasileiro ganha com isso?", questionou.

Ele destacou que as ações da Petrobras subiram 6% após o presidente Jair Bolsonaro dizer que iria estudar meios para privatizar a empresa. "Em mais duas ou três semanas, são R$ 15 bilhões criados. Isso não existia, não é tirar do povo. É uma riqueza que estava destruída, bastou o presidente dizer que ia estudar que o negócio saiu subindo. Não dá para dar R$ 30 bilhões para os mais frágeis (no Auxílio Brasil)?", completou.

Na manhã desta segunda, em entrevista à rádio Caçula FM, do Mato Grosso do Sul, Bolsonaro, que já defendeu por várias vezes a privatização da estatal, afirmou que já tinha colocado sua equipe econômica para estudar o assunto, mas destacou as dificuldades em lidar com o tema: "Não é colocar na prateleira e quem dá mais leva embora."

Na avaliação de Bolsonaro, privatizar a empresa não dá a garantia de que ela vai crescer. De acordo com o presidente, tirar o monopólio do combustível do Estado abre a possibilidade de os problemas com os combustíveis ficarem na mesma coisa "ou talvez pior".

GASOLINA E DIESEL MAIS CAROS

O chefe do Executivo voltou a falar hoje sobre os preços dos combustíveis após afirmar, na semana passada, que o País estava "na iminência de mais um reajuste". "Vem reajuste de combustível? Vem. Queria que não viesse", pontuou. Hoje, porém, ele disse que o aumento é uma "realidade" e, assim, "temos que enfrentar".

Nesta segunda, a Petrobras confirmou a afirmação do presidente ao anunciar um reajuste de 9,2% no preço do óleo diesel e de 7% no da gasolina a partir desta terça. O preço médio de venda da gasolina A da Petrobras, para as distribuidoras, passará de R$ 2,98 para R$ 3,19 por litro. Já para o diesel, o preço médio de venda da Petrobras, para as distribuidoras, passará de R$ 3,06 para R$ 3,34 por litro.

Bolsonaro voltou a defender a mudança da cobrança do ICMS sobre combustíveis e disse que o aumento dos preços não é culpa do governo federal. "Quanto mais aumenta o combustível, melhor para os governadores. E quem paga a conta é o governo federal", declarou. Diante do aumento dos preços no País, Bolsonaro destacou que não é "o malvado". "Não quero aumentar o preço de nada, mas não posso interferir no mercado."

Em meio à crise gerada pelas mudanças no teto de gastos e debandada na equipe econômica, o presidente da República, Jair Bolsonaro, deve ir ao Ministério da Economia às 14h30 (de Brasília) desta sexta-feira (22). De acordo com fontes ouvidas pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), a ideia é mostrar apoio ao ministro, que, apesar de especulações, pretende permanecer no governo.

A expectativa é que, ainda nesta sexta-feira, sejam anunciados os novos secretários da Economia.

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Como mostrou o Broadcast mais cedo, o mais cotado para o cargo é Esteves Colnago: a tendência é que o novo secretário monte sua equipe em acordo com Guedes e escolha o novo secretário do Tesouro.

Os cargos estão vagos depois da debandada ocorrida na pasta após perder para a ala política a disputa interna no governo pela manutenção do teto de gastos.

Pediram exoneração na quinta-feira o secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e sua adjunta, Gildenora Dantas. Também pediram para deixar o cargo o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, e seu adjunto, Rafael Araujo.

Como mostrou o Broadcast na quinta à noite, além de Esteves Colnago, foi aventado o nome do atual secretário de Política Econômica (SPE), Adolfo Sachsida. Também foi citado o nome do secretário de Orçamento Federal, Ariosto Culau, como opção.

Pesa a favor de Colnago o fato de ele ter bom trânsito no Congresso Nacional - algo que a equipe econômica precisa muito no momento. Além disso, ele foi ministro do Planejamento no governo Michel Temer, quando acumulou experiência na área.

Colnago é hoje um dos assessores mais próximos a Guedes e atua como chefe da Assessoria Especial de Relações Institucionais do Ministério da Economia, cargo responsável pelo relacionamento com parlamentares e a ala política do governo. No início do governo, ele ocupou o cargo de secretário especial adjunto de Fazenda. Ele é mestre em Economia pela Universidade de Brasília e foi presidente dos Conselhos de Administração da Casa da Moeda, de Recursos do Sistema Financeiro Nacional e de Administração do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES).

Após a debandada de quatro integrantes do seu time, o ministro da Economia, Paulo Guedes, cancelou a participação no 93º Encontro Nacional da Indústria da Construção (CBIC), que estava prevista para ocorrer às 19h.

Às 19h02, a assessoria da pasta chegou a informar que a agenda estava mantida. Seis minutos depois, porém, avisou do cancelamento.

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Nesta quinta-feira, após perder para a ala política a disputa interna no governo pela manutenção do teto de gastos, Guedes viu sair também parte dos seus principais auxiliares. Pediram exoneração do cargo o secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e sua adjunta, Gildenora Dantas. Também pediram para deixar o cargo o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, e seu adjunto, Rafael Araujo.

Com a popularidade em baixa, o presidente Jair Bolsonaro confirmou nessa quarta-feira (20), que vai bancar um aumento temporário do Auxílio Brasil para garantir o pagamento de pelo menos R$ 400 a 16,9 milhões de famílias até o fim de 2022, ano em que ele buscará sua reeleição. Para chegar a esse valor, o ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu a necessidade de uma "licença para gastar" R$ 30 bilhões fora do teto de gastos - a principal regra fiscal do governo, que limita o avanço das despesas à inflação.

Desde o início das negociações envolvendo um benefício temporário para turbinar o Auxílio Brasil (que vai substituir o Bolsa Família), foi a primeira vez que Guedes, defensor ferrenho do teto de gastos, reconheceu publicamente que precisará driblar a regra para entregar o que Bolsonaro determinou. "Seria uma antecipação da revisão do teto de gastos que está (prevista) para 2026 ou se, ao contrário, mantém (o teto), mas por outro lado pede um 'waiver', pede uma licença para gastar essa camada temporária de proteção", disse ele, em evento do setor de construção civil ontem.

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Embora o ministro tenha citado também a revisão do teto, o que continua na mesa é a "licença para gastar", no valor de R$ 30 bilhões, segundo apurou o Estadão/Broadcast. Em seu discurso, Guedes argumentou que a medida não seria eleitoreira. "Queremos ser um governo reformista e popular. E não um governo populista."

No último fim de semana, quando começou a ficar claro que a pretensão eleitoral do presidente não cabia no limite de despesas, surgiram rumores de que Guedes teria ameaçado pedir demissão - o que foi negado por seus auxiliares. De lá para cá, segundo relatos nos bastidores, as trincheiras de resistência levantadas pela equipe econômica se transformaram em um trabalho de "contenção de danos" para tentar travar o gasto fora do teto em até R$ 30 bilhões (mais informações abaixo).

A confirmação de que o pagamento chegará a R$ 400 - valor defendido pela ala política do governo - foi feita por Bolsonaro durante um evento na cidade de Russas, no Ceará. A região Nordeste reúne parcela significativa dos beneficiários do Bolsa Família e também dos brasileiros que ainda estão na fila do programa. É a única onde Bolsonaro perdeu para Fernando Haddad, do PT, nas eleições de 2018.

"Ontem, nós decidimos, como está chegando ao fim o auxílio emergencial, dar uma majoração para o antigo programa Bolsa Família, agora chamado Auxílio Brasil, a R$ 400", declarou o presidente, em evento do edital para construção do Ramal do Salgado, um canal do projeto de integração do rio São Francisco. Embora Bolsonaro tenha prometido não "furar" o teto de gastos, técnicos afirmam que mexer no limite de despesas seria a única maneira de viabilizar o benefício.

No primeiro acerto, o governo pretendia manter os valores atuais do Bolsa Família e fazer toda a ampliação da política de forma temporária, o que deu palco para críticas de que, com a decisão, o Palácio do Planalto mirava apenas a eleição de 2022.

ESTRATÉGIA

Para aplacar essas críticas, o governo mudou de estratégia e, agora, vai conceder um reajuste linear de 20% para os atuais benefícios do Bolsa Família já a partir do mês de novembro. Esse anúncio foi feito pelo ministro da Cidadania, João Roma, em pronunciamento no Palácio do Planalto. Essa parcela será permanente, ou seja, as famílias beneficiadas pelo programa manterão o ganho mesmo a partir de 2023, quando já terá terminado o atual mandato de Bolsonaro. Hoje, o tíquete médio do programa está em torno de R$ 189, mas o ministro não detalhou em quanto ficaria após a correção.

Além disso, Roma prometeu zerar a fila de espera para ingressar no programa até o fim deste ano. A previsão é de que o número de famílias beneficiadas passe de 14,6 milhões para 16,9 milhões.

Já o benefício temporário será o complemento para atingir os R$ 400. A intenção do governo é que ele também comece em novembro, embora o Ministério da Cidadania tenha poucos dias para implementar as mudanças a tempo de rodar a folha de pagamento do próximo mês. Caso seja inviável, o pagamento dessa parcela começaria em dezembro.

"O presidente Bolsonaro nos demandou que todos aqueles que fazem parte da pobreza e extrema pobreza, que estão no programa social através do cadastro único, através do sistema único de assistência social, que nenhuma dessas famílias beneficiárias receba menos de R$ 400", disse Roma, que também tentou desvincular a medida de qualquer pretensão eleitoral.

O benefício temporário acabará em dezembro de 2023, último ano do mandato de Bolsonaro. Depois disso, as famílias não poderão mais contar com essa parcela - na prática, poderão sofrer um corte na renda. Em seu pronunciamento, Roma não detalhou qual será a fonte de recursos para o reajuste permanente, nem como será viabilizado o pagamento do auxílio temporário. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o Auxílio Brasil de R$ 400, anunciado pelo governo nesta quarta-feira, é um "protótipo" do que seria o programa de renda básica que vinha sendo desenvolvido pela equipe econômica. "Temos protótipo do que seria a renda básica familiar. Não tem fonte para programa permanente, então uma parte é transitória. Estávamos contando com a reforma do Imposto de Renda, mas não progrediu no Senado. Ficamos sem fonte", completou.

Guedes participou do Fórum Incorpora 2021, da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc). A fala do ministro estava prevista para ocorrer presencialmente, em São Paulo, mas, em meio às negociações do novo Auxílio Brasil, ele ficou em Brasília e participou remotamente.

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O ministro disse ainda estar "muito seguro" de que está mantendo um "duplo compromisso", com os mais vulneráveis e com o equilíbrio fiscal. O ministro ponderou que a pandemia agudizou desequilíbrios sociais. "Estamos criando programas que atenuem o problema da desigualdade".

Guedes explicou ainda que o programa terá que ser temporário justamente porque não há fonte de financiamento. O governo esperava a taxação de dividendos prevista na reforma do IR para compensar o aumento de gastos com o programa social. "Estava expirando o auxílio emergencial, o governo decidiu criar o que seria um programa de renda básica familiar. Ainda não é o que será", afirmou.

Ele disse que o programa passará dos 14 milhões de pessoas contempladas pelo Bolsa Família para R$ 17 milhões e terá uma "fase transitória". Segundo Guedes, o valor de R$ 400 foi definido pelo presidente para compensar a alta nos preços de energia e combustíveis.

"É uma camada de proteção transitória que nos leva até dezembro do ano que vem", completou Guedes. "Enquanto sofrermos impacto trazido pela calamidade da pandemia, precisamos de programa que possa cobrir aumento de preços da comida e da energia para os mais frágeis".

Sincronização

O ministro da Economia disse que para encontrar recursos para a criação de um programa social de R$ 400 mensais, o governo estuda antecipar a revisão do teto de gastos prevista para 2026. "Estávamos estudando sincronização de despesas, antecipando revisão do teto de 2026. Ou poderíamos pedir um waiver, uma licença para gastar com camada temporária de proteção", explicou, sem dar mais detalhes.

Guedes disse que o governo tem "série de restrições" importantes para impedir o crescimento dos gastos. Em meio à discussão do Auxílio Brasil, programa que o atual governo quer criar para substituir o Bolsa Família, Guedes disse que o governo tem compromisso social, mas com responsabilidade fiscal.

"Estamos ainda finalizando e vendo se conseguimos compatibilizar programa", afirmou ele. "O compromisso fiscal continua. Não pode faltar comida, gás e energia para brasileiros mais frágeis. Mas temos que pagar os custos das nossas guerras".

O ministro disse ainda que existem "disputas naturais internas". "Tem gente com olhar mais político, quer gastar um pouco mais, é natural", defendeu. "É natural que tenha uma turma com olhar econômico, mais rígido", ponderou.

Para Guedes, a arrecadação de tributos está R$ 200 bilhões acima do previsto permitiria ao governo "gastar um pouco mais". "O importante é que o déficit primário continua caindo", acredita.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta terça-feira (12), durante entrevista à TV Bloomberg, nos Estados Unidos, que a inflação no Brasil vai subir, mas que haverá crescimento neste ano e em 2022. Um ano antes das eleições presidenciais, o chefe da equipe econômica também afirmou que teme o impacto do risco político nos mercados financeiros.

"Sim, a inflação vai subir, mas a política monetária está lá para conter a alta de preços", respondeu Guedes a uma pergunta sobre a pressão inflacionária no País. Segundo o ministro, metade da inflação brasileira vem atualmente dos preços de alimentos e da energia.

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Guedes declarou que o Brasil tem um democracia "vibrante", mas que há muito "barulho político". Ele disse que há no País uma "turma" que perdeu as eleições de 2018, mas "não aceita o resultado", em uma sugestão de que opositores tentam sabotar o governo.

Durante a entrevista, o ministro criticou as projeções para a economia brasileira, disse que as estimativas se provarão erradas e previu que o Produto Interno Bruto (PIB) do país crescerá 5,5% este ano. "Crescimento não será problema. O problema é a inflação", declarou.

No Relatório de Mercado Focus mais recente, divulgado nesta segunda-feira, 11, houve manutenção da mediana das previsões para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2021, em 5,04%, mesma estimativa de quatro semanas atrás. Já o Fundo Monetário Internacional reduziu um pouco a projeção do crescimento do Brasil para 2021, da estimativa de 5,3% divulgada em julho para 5,2% agora.

De acordo com Guedes, o Brasil terá uma recuperação forte, após os efeitos da pandemia de covid-19, porque o avanço da vacinação permitirá que as pessoas voltem ao trabalho de forma segura. Ele também disse que a estrutura regulatória do País mudou e que, por isso, o Brasil está agora "aberto a negócios".

Guedes está nos EUA para participar de reuniões do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do grupo das 20 maiores economias do mundo (G20), do qual o Brasil faz parte. Mais cedo, o ministro também concedeu uma entrevista à CNN Internacional e falou sobre inflação, crescimento, pandemia e vacinação, empresas de offshore e o plano de crescimento verde para o País, que será apresentado na COP26, na Escócia, no mês que vem.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta terça-feira (12) que a alta dos preços é algo generalizado em todo o mundo e que, no Brasil, a elevação dos valores de alimentos e energia responde por metade das taxas do País. "A inflação está em todo o mundo. Metade da inflação (no Brasil) é exatamente comida e energia", disse Guedes durante entrevista à CNN Internacional nos Estados Unidos, onde está para participar de eventos organizados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e o grupo das 20 maiores economias do mundo (G-20), do qual o Brasil faz parte.

De acordo com o ministro, é por causa dessa resiliência dos preços em segmentos fundamentais para a população que o governo decidiu manter benefícios concedidos durante a pandemia de coronavírus. "Por isso, nossa proteção (social) ainda está lá. Vamos manter essa proteção. Vamos aumentar a transferência direta de renda para população pobre para cobrir os preços dos alimentos e da energia", afirmou.

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O FMI previu que a inflação deve seguir em alta no globo até o fim de 2021, mas deve arrefecer no ano que vem e retornar a níveis pré-pandemia. O Banco Central do Brasil também iniciou sua escalada de alta dos juros de forma antecipada em relação ao restante do mundo para tentar interromper a elevação dos preços. A autoridade monetária acreditava que a inflação seria passageira, mas, ultimamente, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, admitiu que as elevações foram mais persistentes do que o imaginado inicialmente.

Em setembro, o IPCA, que é o índice de preços oficial do País, voltou a surpreender ao mostrar um aumento de 1,16%. Com esse dado, o acumulado de 12 meses superou os dois dígitos e está em 10,25%. Com isso, o índice está muito acima da meta perseguida pelo BC, de 3,75% este ano, e também é superior ao intervalo de tolerância que a autoridade monetária pode usar para acomodar choques inesperados, de 5,25%. Mesmo com essa margem, o BC não deve cumprir seu objetivo e Campos Neto terá que dar explicações sobre o fracasso ao ministro da Economia.

Sobre a ajuda à população mais carente citada por Guedes, o governo pretende elevar o benefício médio do Auxílio Brasil a cerca de R$ 300,00 por mês. Há a expectativa de que o programa social, que é o substituto do Bolsa Família, atualmente de R$ 190,00, deve ser lançado no próximo mês.

Na entrevista, o ministro também falou sobre o pacote de crescimento verde, que deve ser lançado durante a COP-26, em Glasgow (Escócia), no mês que vem. Ele mantém a projeção ambiciosa de ferramentas no valor de US$ 2,5 bilhões e lembrou, mais uma vez, que já há cerca de US$ 100 bilhões contratados em infraestrutura.

Mortes por covid

Ao ser confrontado sobre as cerca de 600 mil mortes causadas pela pandemia no País, Guedes afirmou que o País gastou "mais que o dobro do que a média dos países emergentes e 10% mais do que os países ricos" para salvar vidas. "Não aceito sua narrativa. Nós gastamos mais dinheiro salvando vidas do que vocês", disse Guedes à jornalista da CNN.

Ainda sobre o tema, ele atribuiu a queda de 4,1% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado ao distanciamento social, e disse que a medida também teve consequências negativas para o desemprego do País. "Nossa escolha foi manter vidas em primeiro lugar. Por isso, gastamos 110% do PIB em transferência de renda para pessoas pobres, para que elas praticassem o distanciamento social."

'Pandora Papers'

Sobre a investigação "Pandora Papers", que apontou Guedes (e também Campos Neto) como proprietário de uma empresa num paraíso fiscal (offshore), o ministro disse que "não fez nada de errado". Ele voltou a dizer que sua offshore é "legal, reportada ao Comitê de Ética da Presidência, declarada na Receita Federal e registrada no Banco Central". "Eu saí do comando da empresa semanas antes de assumir o ministério. E além disso, na semana passada, a Suprema Corte brasileira arquivou o caso", afirmou.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, acaba de chegar na sede da CNN, em Washington (EUA), onde concede uma entrevista na manhã desta terça-feira (12). O ministro conversou com a reportagem do Estadão/Broadcast rapidamente, mostrou-se simpático e disse que não poderia falar naquele momento por causa do compromisso, mas afirmou que poderia conversar mais tarde com jornalistas.

Na tarde desta terça, Guedes deve conceder uma entrevista para a Bloomberg e participará também de um evento fechado à imprensa, do Conselho Empresarial Brasil- Estados Unidos.

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli decidiu arquivar pedidos de investigação contra o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sobre companhias existentes no nome dos dois em offshores - paraísos fiscais. Os negócios dos dois principais membros da equipe econômica foram divulgados pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos conhecido como Pandora Papers.

Campos Neto e Guedes ou suas defesas já foram a público dizer que não estão em situação de irregularidade e que a existência das empresas no exterior foi informada aos órgãos competentes - no caso, a Receita Federal e o próprio BC. O pedido de abertura de uma investigação partiu do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e do PDT. Um processo separado com um pedido similar foi aberto pela Associação Brasileira de Economistas pela Democracia (Abed).

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O desejo era o de que a Suprema Corte requisitasse ao procurador-geral da República, Augusto Aras, a abertura das investigações. Nos documentos sobre o caso (um sobre Guedes e outro sobre Campos Neto), Toffoli escreveu que "a Procuradoria-Geral da República, detém, privativamente, a atribuição de promover a ação penal pública em face dos alegados crimes praticados por autoridades com foro por prerrogativa de função, caso de ministros de Estado".

Assim, para o ministro, esta é uma "atribuição exclusiva" da PGR e que "tampouco cabe ao Judiciário que 'solicite a abertura de investigação'". Toffoli escreveu ainda que não cabe ao STF exercer juízo de valor sobre fatos "alegadamente criminosos". "Não há como o Judiciário substituir a atividade", apontou num trecho dos documentos.

Os despachos salientam que os requerentes podem "apresentar a notícia crime" contra o ministro e o presidente do BC "diretamente à Procuradoria-Geral da República, não cabendo ao Judiciário imiscuir-se na atuação daquele órgão ou substituir o cidadão nesse encaminhamento." Aras determinou no início da semana a abertura de uma "investigação preliminar" sobre o caso.

Guedes - Ainda que a legislação brasileira permita a existência de investimentos fora do País, é clara ao proibir que não pode haver conflitos de interesses privados no caso de exercício de função pública. Ontem, em live com investidores, o ministro da Economia comentou espontaneamente sobre o caso pela primeira vez e disse que perdeu dinheiro quando entrou para o governo, afirmação que já fez algumas vezes no passado a jornalistas antes do Pandora Papers vir à tona.

"As offshores são legais, foram declaradas, não houve movimentação para trazer dinheiro do exterior, nem envio de dinheiro para o exterior desde que eu enviei o dinheiro, em 2014 ou 2015", disse Guedes ontem. "Perdi muito dinheiro vindo aqui (governo), exatamente para evitar problemas. Tudo que estava nas minhas mãos eu vendi a preço de investimento. Perdi muito mais do que o valor dessa companhia que está declarada no exterior. Ninguém fez nada de errado. Qualquer dinheiro que esteja lá tem gestores independentes, em jurisdições que não têm influência de minhas ações", continuou Guedes.

Depois da decisão do STF, sua defesa enviou uma nota à imprensa dizendo que o arquivamento da ação perante o STF "é mais uma demonstração inequívoca de que não há ilegalidade em manter um veículo de investimento no exterior". Os advogados do ministro também ressaltaram que tudo foi declarado à Receita e demais órgãos competentes, muito antes de Guedes ingressar no governo. "Os documentos apresentados pela defesa à PGR demonstram de forma clara que o ministro se afastou da gestão da empresa e que jamais se beneficiou, de qualquer forma, do cargo que ocupa, seguindo, sempre, as determinações da Comissão de Ética Pública, do Código de Conduta da Alta Administração Federal e da Lei de Conflito de Interesses."

Apesar disso, Guedes foi convocado pela Câmara dos Deputados a dar satisfações sobre o caso no plenário. A derrota do governo foi grande, já que a aprovação contou com 310 votos pelo chamamento - 142 contra. Como se trata de uma convocação, e não um convite, o ministro será obrigado a prestar esclarecimentos numa audiência, que ainda não teve uma data definida. A ausência sem justificativa seria crime de responsabilidade. O presidente do BC não se pronunciou até o momento.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que é "fato" que o Brasil está crescendo e criando empregos e criticou projeções de economistas que apontam baixo crescimento no ano que vem. Durante evento promovido pelo Itaú, voltado para investidores estrangeiros, Guedes dirigiu-se ao economista-chefe do banco, Mario Mesquita. Depois de chamá-lo de "meu amigo", criticou o modelo usado pela equipe da instituição para projetar o Produto Interno Bruto (PIB) e disse que algumas variáveis usadas talvez não fossem as mais adequadas.

"Agora estão rodando as projeções para o ano que vem, de que (o crescimento) será de 0,5%. Vão errar de novo, será muito mais do que isso. Nosso real problema é a inflação, mas o crescimento está vindo. Ainda não sabemos o nível, 2%, poderia ser um pouco mais, um pouco menos, mas estou falando apenas de fatos. Uma coisa é barulho, política, narrativas. Outra coisa são fatos", afirmou Guedes.

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Segundo o ministro, há evidências na arrecadação e no consumo de que há retomada do crescimento. Ele disse que o PIB brasileiro caiu menos em 2020 e recuperou mais rápido que o esperado.

"O Brasil mantém um ritmo muito acelerado de recuperação este ano, confirmando nossa expectativa", afirmou Guedes. "Quero frisar para os (investidores) estrangeiros, há muito barulho no Brasil. Continuamos promovendo reformas estruturais, que são chave para crescimento sustentado", disse.

Guedes, que discursa em inglês no evento, citou ainda projeções de alta de "4,2% ou 4,3%" neste ano no PIB. A projeção oficial do governo, no entanto, é de um avanço de 5,3% em 2021.

O ministro destacou ainda o avanço da vacinação e citou alguns dos tipos de imunizantes usados no Brasil, como Pfizer, Janssen e até Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan, de São Paulo, e que costuma ser alvejada por críticas do presidente Jair Bolsonaro por ser a "vacina de João Doria", governador paulista e adversário político do chefe do Palácio do Planalto.

O próprio Guedes foi vacinado com Coronavac.

O ministro ainda citou a Moderna, embora o Brasil não tenha adquirido nenhum lote desse imunizante.

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