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O candidato ao governo de São Paulo Fernando Haddad (PT) pediu nesta segunda-feira, 5, que a militância não caia em provocação no dia 7 de setembro, data em que será comemorado o bicentenário da independência do Brasil. O presidente Jair Bolsonaro (PL) aposta transformar este dia em um grande ato político, com manifestações no Rio de Janeiro e em Brasília.

"Isso deveria ser uma celebração. Nós deveríamos estar comemorando o bicentenário, infelizmente nós vamos estar divididos porque o governo está promovendo uma divisão. É um escândalo isso. Não aceitar provocação, celebrar, mas sabendo que tem gente querendo arrumar confusão", disse Haddad aos jornalistas antes do encontro com representantes da Frente Nacional de Defesa do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), no Palácio do Trabalhador (SP), em São Paulo.

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No dia 7, Haddad não fará atos públicos. De acordo com a assessoria, estão previstas apenas gravações de programas eleitorais de 9h às 18h. Na agenda do candidato à Presidência pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, também não tem nada previsto ainda. O petista estará em São Paulo.

Em 7 de setembro do ano passado, Bolsonaro participou de manifestações antidemocráticas e chegou a afirmar que não obedeceria mais às decisões do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A declaração gerou uma crise institucional no País. Neste ano, a campanha do PT evita entrar na pauta bolsonarista e medir forças com o presidente.

O juiz Antônio Maria Patiño Zorz, da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, reconheceu a "inexistência de crimes a apurar" e determinou o trancamento de inquérito que atingia o ex-prefeito da capital Fernando Haddad, candidato do PT ao governo do Estado. A decisão seguiu parecer do Ministério Público Eleitoral, que apontou que "não há nos autos qualquer elemento" que indique o envolvimento de Haddad nos fatos sob suspeita.

"Estampado no parecer ministerial a ausência de qualquer elemento de prova que vinculasse a conduta do investigado Fernando Haddad a qualquer outra conduta desviada de quem quer que seja. Não seria outra, portanto, senão a decisão de arquivamento pleno ofertado pelo Ministério Público Eleitoral", registrou o despacho assinado na sexta-feira (2).

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A investigação em questão foi aberta com base em denúncia anônima, inicialmente para apurar suposta compra de votos. A investigação se debruçou sobre "condutas dos investigados, com exceção de Fernando Haddad, que acenariam para suposta coação para que funcionários comissionados da Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (Amlurb) "participassem de atos e encontros favoráveis ao PT e doassem dinheiro para a legenda".

O Ministério Público Eleitoral pedia o reconhecimento de prescrição no caso, mas Zorz foi além e apontou "ausência plena de justa causa na presente investigação".

A avaliação do juiz eleitoral foi a de que, "existindo ou não coação, situação que permaneceu duvidosa na investigação (parte das testemunhas mencionou e outra não mencionou), claro está que a conduta não se amolda ao tipo penal descrito no artigo 300 do Código Eleitoral", de coação eleitoral. Assim, o juiz concedeu habeas corpus no sentido de trancar a investigação contra os principais alvos da apuração, estendendo a decisão para Haddad.

"A taxatividade que se exige na moldura da conduta sopesada diverge totalmente do alcance das regras penais mencionadas. Ninguém, em nenhuma linha do persecutório, deixou escapar que estava sendo obrigado a votar neste ou naquele sujeito. Há óbvia e escancarada divergência entre campanha e votação. E a anemia do persecutório é de tamanha grandeza que sequer houve indiciamento de algum investigado no presente caso. Sequer o relatório final cogita com firmeza em algum delito praticado", registra o despacho.

Os advogados Pierpaolo Bottini e Tiago Rocha, que representam Haddad, comentaram a determinação do juiz. "A decisão é irretocável e mais uma vez reconhece que investigações policiais lastreadas em denúncias anônimas e relatos de delatores premiados devem ser corroboradas por provas independentes, o que não aconteceu no presente caso. Portanto, ainda que após 5 anos, o reconhecimento da ausência do suposto delito no pleito de 2012 é de extrema importância", escreveram.

O candidato do PT ao governo do Estado de São Paulo, Fernando Haddad, promete em seu plano de governo divulgado nesta segunda-feira (22) ampliar a adoção de câmeras em uniformes de policiais, uma política adotada pelo governo João Doria (PSDB), de quem o petista é crítico. O petista fala ainda em criar uma disciplina sobre racismo estrutural nas escolas de formação das polícias.

A ideia também é "revisar protocolos" de abordagem policial referente ao porte e consumo em flagrante de drogas, "buscando diminuir os casos de violência policial, abordagens truculentas e mortes evitáveis, em especial da perseguição da juventude negra e periférica".

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Integrante dos debates para o programa de governo de Haddad, o ex-governador e candidato ao Senado Márcio França (PSB) chegou a criticar o uso das câmeras em agentes da Polícia Militar quando ainda se colocava como pré-candidato ao governo estadual. França defendeu que o equipamento não ficasse o tempo todo ligado. À época, ele dizia acreditar ter mais potencial do que Haddad para atrair o voto bolsonarista em razão da rejeição que os apoiadores do presidente têm ao PT.

No texto divulgado nesta segunda-feira, Haddad promete "reindustrializar" o Estado, com foco em uma agenda de desenvolvimento sustentável, e diz que irá "construir esforços para a instituição de uma renda básica de cidadania" em São Paulo.

Em mobilidade, uma das principais bandeiras do petista é a criação do Bilhete Único Metropolitano, para integrar os transportes municipais e estadual com bilhete único nas regiões metropolitanas e unificação das tarifas. O ex-prefeito de São Paulo também diz que irá revisar o funcionamento do Sistema Top - segundo o texto do plano petista, a operação foi concedida à empresa privada sem licitação pública.

Entre os programas sociais, Haddad propõe programas de moradia, como aluguel social e auxílio aluguel para famílias em situação de rua. Também prevê a criação do plano de assistência estudantil, com a criação de auxílio financeiro a jovens e o bom prato estudantil.

O petista quer a recriação do programa De Braços Abertos, que havia sido implementado quando Haddad esteve à frente da Prefeitura de São Paulo. O programa abrigava usuários da cracolândia em hotéis no centro e abria vagas de empregos para os cadastrados. Nesta segunda-feira, 22, durante sabatina promovida pelo Estadão, o governador Rodrigo Garcia (PSDB) chamou o programa de "bolsa crack". "Os traficantes agradeciam o dinheiro do 'bolsa crack' porque aumentou o comércio de drogas no centro da cidade de São Paulo com o dinheiro público", afirmou o tucano.

A ex-ministra do Meio Ambiente e candidata a deputada pela Rede, Marina Silva, participou do lançamento do plano de governo. Haddad queria que Marina fosse sua parceira de chapa, como candidata a vice-governadora, mas a ex-ministra preferiu disputar uma vaga para a Câmara. Apesar do apoio a Haddad, Marina não se reaproximou do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de quem foi aliada. Haddad costuma agradecer as contribuições de Marina para a formulação do seu programa de governo, que coloca a questão ambiental e de promoção de desenvolvimento sustentável como norte em boa parte de suas promessas.

Com 148 páginas, o plano de governo é baseado em quatro premissas: combate às desigualdades sociais e regionais; sustentabilidade; recuperação da capacidade de planejamento do estado e fomento à inovação na gestão, nos serviços públicos e no setor produtivo.

Dentro dessa base, o documento é organizado em sete eixos. O primeiro é o programa emergencial de combate à fome e à miséria, que inclui criação de um fundo emergencial para distribuição de cestas de alimentos, leite e voucher para compra de alimentos saudáveis, que sejam integrados aos programas federais de distribuição de renda. Ainda no combate à pobreza, Haddad promete retomar obras paradas como forma de geração de emprego e criação de oportunidades, de maneira emergencial.

O segundo ponto trata da proteção da vida. É onde entram tanto política para redução da espera para atendimento no Sistema Único de Saúde, por exemplo, como a questão de segurança.

O programa lançado nesta segunda-feira, 22, pelo petista fala em investir em "inteligência, investigação e tecnologia policial" para combater a violência. "Adotar câmeras em uniformes de todo o efetivo operacional da Polícia Militar. O uso até o fim do ano será restrito a 33 dos 120 batalhões, com cerca de 10 mil câmeras. Dados oficiais mostraram queda de 85% da letalidade policial nos batalhões que adotaram as câmeras. Ao mesmo tempo, os policiais ganham proteção. Ano passado registrou-se o menor número de policiais mortos em anos. Em casos de litígio, os PMs ainda terão a seu dispor provas técnicas que asseguram que sua ação foi lícita", diz o plano.

Ainda sobre segurança, Haddad promete estabelecer um piso estadual para cada uma das forças policiais e "restruturar e valorizar" a carreira, além de lançar um programa de apoio às famílias dos policiais e criar um programa de saúde mental para a corporação.

Há a promessa de criação de um programa estadual de redução de mortes da população negra e, para promoção do que chama de "cultura de paz e prevenção", de criação de uma disciplina sobre racismo estrutural nas escolas de formação das polícias. A questão racial e de inclusão de minorias perpassa todo o texto do plano de governo de Haddad.

O nome de Doria é sempre relacionado ao atual governador, Rodrigo Garcia (PSDB), seu adversário na disputa atual. Garcia tenta se descolar do padrinho político, que saiu da cadeira com alto índice de rejeição em São Paulo. Durante todo o texto, no entanto, o PT faz referência à gestão "Doria/Garcia" para fazer críticas ao atual governador e a políticas estabelecidas por Doria.

No terceiro eixo, o candidato do PT fala em um Estado que "forma e transforma", para desenhar políticas de educação, cultura e esporte. O petista promete criar o "cartão permanência", para estimular a permanência de estudantes de baixa renda no ensino médio, para complementação de renda familiar. Para jovens de baixa renda nas universidades, o petista prevê auxílio financeiro. Haddad também fala em criar 200 mil novas vagas públicas em ensino médio de nível profissional e técnico.

No eixo de produção, trabalho e renda, o petista promete reindustrializar São Paulo com indústria de alta tecnologia, utilizar o poder de compra estatal para induzir investimento verde e combater a guerra fiscal entre Estados. Ele também sugere criar um programa de fomento a startups verdes, por exemplo. Sobre políticas de transferência de renda, Haddad diz que irá "construir esforços" para a instituição da Renda Básica de Cidadania.

O programa tem ainda eixo de igualdade de direitos, no qual trata de políticas para minorias, e promete criar secretarias estaduais de Direitos Humanos, de Políticas para Promoção da Igualdade Racial e de Políticas para as Mulheres, por exemplo. Ele também promete ampliar o número de Delegacias de Defesa da Mulher.

O penúltimo eixo detalha políticas de sustentabilidade e fala em gerar um "superávit verde" no Estado e trata dos programas habitacionais, além de mais informações sobre os planos de mobilidade. O último pilar do texto aborda a gestão "inovadora e participativa" no Estado, no qual trata de ampliação da participação social, inclusão digital e da abertura de dados estaduais.

"A equipe responsável pela formulação do programa de governo, que contou com a participação dos diferentes partidos da coalizão Vamos Juntos por São Paulo, encontrou-se com mais de 500 especialistas, realizou 8 seminários temáticos, com a participação presencial de mais de 3,5 mil pessoas e o acompanhamento de mais de 20 mil pessoas pelas redes sociais", escreve Emídio de Souza, coordenador do plano de governo de Haddad, no texto introdutório. O petista diz ainda que o grupo recebeu "quase 2 mil propostas por meio da plataforma colaborativa Fala SP", além de mais de 300 documentos enviados por diferentes organizações.

O candidato do PT ao governo de São Paulo, Fernando Haddad, afirmou, na série de sabatinas realizadas pelo Estadão em parceria com a Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), que pretende criar o Bilhete Único Metropolitano para integrar sistemas diferentes de transporte, como trem e ônibus, e reduzir o preço pago pelo usuário.

Mais uma vez sem detalhar a proposta - não disse por quanto tempo seria válida uma única passagem, por exemplo -, o petista afirmou que, se eleito, vai implementar a proposta de forma gradual.

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"Não há dinheiro para, num passe de mágica, integrar todos os 39 municípios da Região Metropolitana de São Paulo ou da Região Metropolitana de Campinas ou de São José dos Campos. Não há recursos para fazer uma integração radical de um dia para a noite, mas você pode, começando pelas cidades onde tem menos emprego e mais população de baixa renda, ir integrando e criando uma autoridade metropolitana de maneira que a pessoa vai pagar uma tarifa e se deslocar pelas cidades conveniadas ao modelo."

Segundo o petista, que criticou ainda as obras inacabadas de mobilidade pelos governos tucanos, como o Rodoanel ou a Linha 17-Ouro do Metrô, "não é justo uma pessoa que mora ao lado da capital ter de pagar duas, três passagens".

Segurança Pública

O ex-prefeito de São Paulo defendeu investimento maior do Estado em ações de inteligência da Polícia Civil e não apenas em "policiamento ostensivo", que, segundo ele, "faz parte do imaginário das pessoas que é a segurança pública".

Ao avaliar que uma presença maior de policiais nas ruas pode trazer uma sensação de segurança em determinados bairros - e criar atritos em outros, como nas periferias -, Haddad disse que um efetivo militar maior não resolve necessariamente os problemas da cidade. Como exemplo, o ex-prefeito citou a questão do roubo de celulares. "Se você não investigar as quadrilhas de receptação, você não vai acabar com o problema", disse. Em 2021, apenas na capital paulista, foram registrados 107 mil aparelhos roubados, ou um crime a cada cinco minutos.

"Tudo o que é roubado tem um destino. O destino é o receptador. Hoje, os delegados e investigadores estão batendo carimbo nas delegacias porque falta efetivo. Ou fazemos uma reforma da nossa segurança pública, ou a gente qualifica os nossos profissionais, fazendo a polícia investigativa chegar a essas quadrilhas, ou não vamos ver as nossas estatísticas melhorarem", afirmou.

PCC e PT

Questionado sobre suas propostas de combate à corrupção, o petista disse que pretende fortalecer a atuação da Controladoria-Geral do Estado. Segundo ele, durante os governos tucanos de João Doria e Rodrigo Garcia, o órgão não tem funcionado a contento. Sobre a suposta ligação de petistas com o crime organizado na capital e no Estado, Haddad não descartou essa hipótese, reconhecendo a necessidade de esclarecer quaisquer suspeitas. "O crime organizado se infiltra em todas as fileiras. Em grandes associações, você sempre vai ter de vigiar."

Ele foi provocado pelos entrevistadores a esclarecer as suspeitas sobre o vereador Senival Moura (PT). Em junho, a Polícia Civil de São Paulo deflagrou operação para investigar o envolvimento do parlamentar em um crime de homicídio, além de supostas conexões com o Primeiro Comando da Capital (PCC) na gestão de uma empresa de ônibus da capital paulista.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O candidato ao governo de São Paulo Fernando Haddad (PT) afirmou que seu partido "tem em seu DNA a democracia como valor universal", defendendo a legenda após ser questionado sobre episódios em que a cúpula do partido defendeu ditaduras da América Latina, como a da Nicarágua e a venezuelana. "Não acho que seja uma defesa. Na Venezuela, a oposição também não é democrática", afirmou nesta sexta-feira, 19, na sabatina do Estadão com a Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP).

Haddad se esquivou ao ser perguntado se Nicolás Maduro é um ditador. Em vez de dar sua opinião sobre o político venezuelano, ele se limitou a fazer críticas à oposição daquele país. "É muito fácil ser binário em questões complexas, mas eu não sou binário como está sendo colocado", disse. "Não gosto de Maduro nem da oposição".

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Em consonância com o posicionamento de outros integrantes do PT, o candidato fez críticas aos Estados Unidos, país que, segundo ele, interfere em assuntos internos de outros países sob o pretexto de preservar a democracia, mas com intenções econômicas, opinou. "Infelizmente a gente tem que reconhecer que os americanos se metem em assuntos internos de outros países contra a democracia, não a favor".

Em 2019, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, foi à posse de Maduro após ele ganhar uma eleição que não foi reconhecida pela Assembleia Nacional e por dezenas de outros países. Frequentemente, integrantes do causam polêmica ao se referir a ditaduras de esquerda no mundo. No ano passado, o ex-presidente Lula comparou Daniel Ortega, ditador da Nicarágua que prendeu opositores para ser eleito, à ex-premiê da Alemanha, Angela Merkel.

Líder no índice de rejeição aos candidatos ao governo paulista, o candidato do PT, Fernando Haddad, minimizou a taxa nesta sexta-feira (19) durante sabatina promovida por Estadão e Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP). "Agora, eu estou liderando as pesquisas todas", pontuou o petista, que, em relação à rejeição, afirmou que "não existe a possibilidade de um partido forte como o PT não ter algum tipo de rejeição".

Na última rodada da pesquisa Datafolha, publicada nesta quinta-feira (18), 30% dos entrevistados não votariam de jeito nenhum no petista. Haddad é seguido por Tarcísio de Freitas (Republicanos), rejeitado por 22% do eleitorado paulista, e Rodrigo Garcia (PSDB), com 21% de rejeição.

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Haddad justificou que é o candidato mais conhecido, e reconheceu que Tarcísio e Garcia, quando associados a seus padrinhos políticos - Jair Bolsonaro (PL) e João Doria (PSDB), respectivamente - poderão crescer nas pesquisas, "mas também vai aumentar a rejeição", afirmou.

O ex-prefeito de São Paulo também tem liderado as intenções de voto para o Palácio dos Bandeirantes nas pesquisas. Segundo o Datafolha, o petista tem 38% das intenções de voto, seguido por Tarcísio, com 16%, e Garcia, que disputa a reeleição, tem 11%.

O candidato do PT ao governo de São Paulo, Fernando Haddad, avaliou que a atuação do ex-governador João Doria (PSDB) no partido abriu uma "janela de oportunidade" que possibilitou a entrada do ex-tucano Geraldo Alckmin (PSB) na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A chapa, afirmou, "uniu dois veteranos da política" em um grande causa, a liberdade.

Segundo o petista, ao colocar Rodrigo Garcia (PSDB), "um estranho no ninho tucano", para impedir a candidatura de Alckmin ao governo paulista, Doria abriu "uma janela que talvez não estivesse no nosso horizonte". A declaração de Haddad foi dada durante sabatina promovida pelo Estadão em parceria com a Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP).

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"Rodrigo Garcia sempre foi do DEM, apoiava o (Paulo) Maluf, apoiou o (Celso) Pitta, fez parte da administração do Pitta, depois do (Gilberto) Kassab", disse, lembrando da carreira política do atual governador.

Alckmin, que fez parte do PSDB durante 33 anos, deixou o partido após uma série de desgastes. Entre eles, a exigência de que, para concorrer ao governo de São Paulo, ele participasse de uma prévia para decidir o nome do PSDB a concorrer ao governo.

Para o ex-prefeito da cidade de São Paulo, também há um cansaço natural no eleitorado paulistano do PSDB. "São 28 anos com o mesmo governo, com o mesmo grupo político", avaliou.

Religião

Reagindo à associação da primeira-dama Michelle Bolsonaro das religiões de matriz africana às "trevas", Haddad criticou a "nova ameaça" do governo federal de opor uma religião à outra. "Agora vem uma nova ameaça, na questão religiosa, você opor uma religião a outra em um País que acolheu gente de todos os credos, e que sempre festejou, de certa maneira, o fato de nós convivermos pacificamente", afirmou o ex-prefeito durante a sabatina.

Na semana passada, Michelle Bolsonaro usou as redes sociais para afirmar que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva "entregou sua alma para vencer essa eleição". A mensagem acompanhava um vídeo antigo em que o petista se encontrava com representantes de religiões afro-brasileiras.

A socióloga Rosângela "Janja" da Silva, mulher do ex-presidente Lula, rebateu a publicação no mesmo dia. ""Eu aprendi que Deus é sinônimo de amor, compaixão e, sobretudo, de paz e de respeito. Não importa qual a religião e qual o credo. A minha vida e a do meu marido sempre foram e sempre serão pautadas por esses princípios", escreveu Janja no Twitter.

O candidato ao governo de São Paulo Fernando Haddad (PT) chegou por volta das 10h, desta quinta-feira (11), à Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) para participar da leitura das cartas em favor da democracia. Haddad está acompanhado da esposa, Ana Estela Haddad.

Aos jornalistas, o ex-prefeito de São Paulo afirmou que o ato de hoje ocorre em virtude do desrespeito do presidente Jair Bolsonaro (PL) à Constituição Federal. "Há uma ameaça à Constituição, reiterada por ele (Bolsonaro) todos os dias".

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Questionado se o nome do presidente será mencionado ao longo do evento, Haddad minimizou. "Independentemente do nome estar sendo citado, ele é a maior razão de ser, porque representa, enquanto chefe do poder Executivo, uma ameaça concreta pelo estímulo à violência e intolerância".

As duas cartas em favor da democracia, uma organizada por ex-alunos da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo e outra pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), serão lidas nesta manhã, em São Paulo. A cerimônia ocorre no Largo São Francisco, na USP.

Apesar de as cartas não citarem o nome de Bolsonaro, os movimentos em favor da democracia ganharam força após o chefe do Executivo elevar o discurso que tenta pôr em xeque a credibilidade do sistema eleitoral.

O candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai ficar de fora da cerimônia. A equipe de campanha teme que sua presença partidarize a iniciativa.

Candidato ao governo do Estado de São Paulo pelo PT e um dos nomes mais próximos ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad disse nesta quarta-feira (3) ver a situação do palanque no Rio de Janeiro com preocupação e defendeu que o partido "não poupe esforços" para trabalhar pela eleição de Marcelo Freixo (PSB).

"Vejo com preocupação, porque temos grande condição de ganhar a eleição no Rio de Janeiro. Temos um candidato que, se não é o líder, está próximo do líder", disse Haddad. "É uma figura louvável, que está conseguindo ampliar, como eu tentei em São Paulo também, ampliar a nossa coalizão", afirmou, sobre Freixo, em entrevista coletiva após participar de evento na Fiesp.

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O diretório estadual do PT no Rio aprovou, na terça-feira, a retirada do apoio a Freixo, sob argumento de que o PSB descumpriu o acordo feito com os petistas ao defender a candidatura de Alessandro Molon (PSB) ao Senado e não a de André Ceciliano (PT). A Executiva Nacional do partido se reunirá virtualmente na manhã desta quinta-feira para debater o assunto.

Outros integrantes da campanha de Lula próximos ao ex-presidente dividem a mesma opinião de Haddad. A avaliação de nomes ouvidos pelo Estadão é de que, a despeito do descumprimento do acordo pelo PSB, não é hora de dar um cavalo de pau na disputa estadual e mudar o rumo das coisas. A sugestão de integrantes do partido próximos a Lula é manter dois candidatos ao Senado, Molon e Ceciliano, com Freixo como candidato a governador.

Alguns petistas lembram que Molon tem boa entrada com setores da esquerda que votam em Lula, além do apoio de artistas e intelectuais no Rio. Uma divisão, segundo essas mesmas fontes, não seria desejável.

Convidada por Fernando Haddad (PT) para ser sua vice na disputa pelo governo de São Paulo, a ex-ministra Marina Silva (Rede) se disse honrada com a sondagem, mas manteve a candidatura a deputada federal. "Me sinto honrada e tenho gratidão pelo gesto dele ter feito a sondagem, mas há uma agenda na UTI, que é a agenda socioambiental perdida", disse Marina ao Estadão nesta terça-feira (2).

"Esse é um processo que ele (Haddad) está liderando junto com os outros partidos. O perfil (do vice) será aquele compatível com o programa, mas todos nós, e ele também, gostaríamos que fosse uma mulher como vice", disse Marina.

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A ex-ministra citou como "vitórias" a escolha do ex-governador Márcio França (PSB) como candidato ao Senado na coligação, e do presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, como suplente.

"Mantive a decisão de sair candidata a deputada federal, mas estou inteiramente imbuída do esforço de ajudar o Fernando Haddad. Ele é de longe a melhor alternativa para São Paulo."

A federação que uniu Rede e PSOL aposta em dois puxadores de voto para a Câmara por São Paulo - Marina e Guilherme Boulos (PSOL) - para superar a chamada cláusula de barreira. A cláusula de barreira ou de desempenho (como também é chamada) restringe o funcionamento do partido que não alcança determinado porcentual de votos na eleição para a Câmara dos Deputados.

Candidata derrotada à Presidência da República em 2010, 2014 e 2018, Marina afirmou que vai agora trabalhar pela candidatura de Haddad e não reivindicou que a Rede escolha o nome do vice do petista, mas defendeu que seja uma mulher.

Em debate com empresários promovido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o candidato ao governo de São Paulo Fernando Haddad (PT) comparou o "sistema de cooptação de apoio" do governo federal, por meio do Orçamento Secreto, com "o trabalho de cooptação" realizado pelo Executivo paulista.

"O orçamento secreto foi o maior sistema de cooptação de apoio da história do Brasil. O País não tem a menor estrutura de planejamento para saber qual a coerência dos investimentos públicos que estão sendo feitos", disse. Por meio do Orçamento Secreto, o governo Bolsonaro e seus aliados destinam emendas a parlamentares, sem transparência e critérios, em troca de apoio no Congresso.

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O ex-prefeito comparou a gestão federal com os governos tucanos em São Paulo. "Aqui em São Paulo a situação não é melhor. O trabalho de cooptação que foi feito não foi em relação à Assembleia Legislativa [...] mas em relação às prefeituras", explicou. De acordo com ele, houve um "sistema de cooptação de prefeitos", no qual o gestor usa dinheiro público "para sentar com prefeito e fazer acordo político".

Haddad criticou o aumento de impostos e o não enfrentamento à guerra fiscal das gestões anteriores. O ex-prefeito afirmou ainda que os indicadores de investimento do governador Rodrigo Garcia (PSDB), seu adversário na corrida estadual, não significam que os recursos foram investidos.

"Não se iludam com indicadores de investimentos do governo do Garcia. São convênios e repasses para estatais, não significa que o dinheiro foi investido", disse. "O investimento foi feito porque o repasse foi feito, mas isso não significa nada", continuou.

Os encontros da Fiesp vão reunir outros candidatos ao governo de São Paulo, além dos presidenciáveis.

Vice

Cotada para vice na chapa de Fernando Haddad, a ex-secretária da Pessoa com Deficiência na Prefeitura de São Paulo Marianne Pinotti (PSB) marca presença no debate promovido pela Fiesp. Haddad participa de sabatina nesta manhã para discutir propostas de governo.

Na terça-feira (2), Haddad confirmou que a ex-ministra Marina Silva (Rede) recusou o convite para ser vice na chapa petista. Marina vai concorrer à Câmara dos Deputados e é vista como uma boa puxadora de votos pela sua legenda.

"O lugar dela em virtude do compromisso com a Amazônia é Brasília", disse o candidato, ao explicar a justificativa dada por Marina.

O candidato ao governo de São Paulo Fernando Haddad (PT) confirmou nesta terça-feira, 2, que a ex-ministra Marina Silva (Rede) não será vice na sua chapa. "O lugar dela em virtude do compromisso com a Amazônia é Brasília", disse, ao explicar a justificativa dada por Marina.

A ex-ministra já anunciou a sua candidatura como deputada federal em São Paulo e é vista pela sua legenda como importante puxadora de votos. Apesar de já ter confirmado que disputará à Câmara, líderes do PT insistiam no nome de Marina para fortalecer a chapa em São Paulo. Pesquisas mostraram que seu nome agregava na corrida estadual.

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Haddad afirmou que aguardará até o prazo final, dia 5 de agosto, para confirmar qual nome será indicado para o posto. Marianne Pinotti (PSB), ex-secretária da Pessoa com Deficiência na prefeitura de São Paulo, foi cotada para a vaga. O ex-prefeito de Campinas e ex-presidente da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) Jonas Donizette (PSB) também foi citado, mas interlocutores da campanha dizem que a preferência é por uma mulher.

Sem um nome para fechar a chapa com vice e em meio ao impasse entre aliados, o ex-prefeito Fernando Haddad foi confirmado ontem como o candidato do PT ao governo de São Paulo em convenção realizada na Assembleia Legislativa de São Paulo. O discurso do petista foi marcado por críticas ao presidente Jair Bolsonaro (PL), a quem chamou de "fascista, autoritário e fundamentalista": "Não vamos deixar o verde e amarelo nas mãos de quem não nos representa".

Durante o lançamento da candidatura, o petista não mencionou os principais adversários na corrida ao Palácio dos Bandeirantes, o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o governador Rodrigo Garcia (PSDB). A todo momento, Haddad buscou nacionalizar a disputa e reforçar a importância de uma eventual aliança da administração estadual com um possível governo Lula.

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O ato na Assembleia também formalizou a união da federação formada por PT, PCdoB e PV com o PSB. Este último partido indicou o ex-governador Márcio França (PSB) como candidato ao Senado na chapa. O sonho de Haddad era ter a ex-ministra Marina Silva (Rede) como candidata a vice.

O nome de Marina, porém, é apontado como uma grande aposta da Rede à Câmara, com potencial para "puxar" votos e incrementar a participação do partido no Legislativo.

Outro nome citado por petistas, especialmente após a decisão de França de se lançar ao Senado, é o do ex-prefeito de Campinas Jonas Donizette (PSB). O PSOL, que fechou com a Rede uma federação, também quer indicar o vice na chapa de Haddad.

RIVAIS. O ex-ministro Marcos Pontes (PL) foi anunciado ontem como pré-candidato a senador na chapa do postulante ao governo Tarcísio de Freitas (Republicanos). Como mostrou a Coluna do Estadão, Bolsonaro atuou diretamente para que Pontes fosse escolhido.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O PT em São Paulo oficializou neste sábado, 23, em convenção estadual, a candidatura do ex-prefeito Fernando Haddad ao governo paulista, no auditório da Assembleia Legislativa. Foi confirmada também a coligação formada por PV e PCdoB, PSB, PSOL e Rede em apoio ao petista. Participaram o vice na chapa presidencial do PT, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), e o pré-candidato ao Senado Márcio França (PSB). O candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, não esteve presente.

Apesar da formalização da candidatura, a vaga de vice na chapa de Haddad segue indefinida. Os nomes cotados são do ex-prefeito de Campinas Jonas Donizette (PSB) e o da ex-ministra Marina Silva (Rede). O PSOL, partido que formou federação partidária com a Rede, apoia o nome de Marina. A sigla, no entanto, tem pressionado por espaço na chapa petista e ameaça lançar um nome próprio ao Senado, que rivalizaria com França.

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França concretizou há algumas semanas a decisão de concorrer ao Senado na chapa de Haddad. O movimento ocorreu após o ex-governador ensaiar durante meses que não desistiria da disputa pelo governo de São Paulo em prol do acordo com o petista.

A replicação da aliança nacional entre PSB e PT no Estado paulista, segundo dirigentes petistas, fortalece a campanha de Haddad. Com a resolução do impasse, espera-se que Alckmin, correligionário de França, intensifique a agenda em São Paulo. O ex-governador é visto como fundamental, especialmente no interior, para atrair o voto dos tucanos moderados que rejeitam o presidente Jair Bolsonaro (PL) e não enxergam o governador Rodrigo Garcia como um nome do PSDB raiz.

Ao longo da campanha, Haddad, que lidera as pesquisas de intenções de voto, vai investir na imagem de Lula nas redes e na TV. A ideia é nacionalizar a disputa e repetir a polarização entre Lula e Bolsonaro em São Paulo. O chefe do Executivo apoia o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) na corrida pelo Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.

Histórico

Haddad é ex-prefeito de São Paulo, ex-ministro da Educação e professor universitário. Natural de São Paulo, candidatou-se à Presidência da República em 2018 e perdeu o segundo turno para Bolsonaro com 44,87% dos votos válidos, contra 55,13% do adversário.

Formado em Direito, com mestrado em Economia e doutorado em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP), atuou como ministro da Educação entre 2005 e 2012, ano em que foi lançado pelo PT à candidatura para prefeito de São Paulo, vencendo o tucano José Serra. Em 2016, não conseguiu ser reeleito e passou o bastão para João Doria (PSDB).

O petista Fernando Haddad, pré-candidato ao governo de São Paulo, não desistiu de ter Marina Silva como parceira de chapa na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes. Apesar do anúncio desta semana de que a ex-ministra concorrerá a uma vaga de deputada federal pela Rede, Haddad mantém conversas com a expectativa de costurar a parceria. Segundo aliados, o petista acredita que a oficialização da candidatura à Câmara não emperra a articulação.

O ex-ministro conseguiu o apoio de parte do PT e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a parceria. O diálogo com Marina tem fluído, segundo aliados do petista. Ele estará presente no sábado, em evento em São Paulo no qual a ex-ministra oficializa sua disputa à Câmara. O ato também formaliza a candidatura à reeleição da deputada estadual Marina Helou, defendida por integrantes da Rede como uma alternativa para a chapa com Haddad caso não prospere a parceria com Marina Silva.

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Haddad é um dos nomes mais próximos a Lula atualmente. O ex-presidente tem mantido como principais aliados na campanha deste ano aqueles que estiveram ao seu lado durante os quase 600 dias em que esteve preso em Curitiba. Haddad, que assumiu a candidatura do PT à presidência em 2018 diante da impossibilidade de Lula concorrer, é um deles. Ele tem acompanhado Lula em parte dos jantares reservados e fora da agenda que o ex-presidente mantém com empresários. Também articulou em sua casa, na última quarta-feira, um encontro do ex-presidente com reitores de universidades do Estado.

Questionado pelo Estadão se havia descartado a ideia de ter a ex-ministra como sua vice, Haddad desconversou. "Eu várias vezes respondi que eu só definiria a chapa completa quando eu tivesse a decisão final do PSB. Como isso está próximo de acontecer, em seguida vamos reunir partidos da federação e aqueles que já declararam apoio, inclusive a Rede, que já declarou apoio à minha candidatura oficialmente. Vamos sentar para completar a chapa, se o PSB vier a ocupar a vaga do Senado", disse Haddad, em entrevista coletiva em Guarulhos.

Ele aguarda a definição de Márcio França (PSB) para fazer movimentos formais que permitam selar a chapa. Até agora pré-candidato ao governo do Estado, França já indicou ao PT e à direção do PSB que irá abrir mão da candidatura e disputar o Senado na chapa com Haddad. Um vídeo divulgado por ele na quinta-feira, no entanto, no qual confirma a candidatura ao governo, irritou petistas e demais aliados na chapa. Desde a semana passada, França vem postergando, dia após dia, o anúncio da desistência, segundo integrantes da campanha de Lula.

Haddad tem evitado se posicionar publicamente sobre o perfil que busca como vice. Na mesma entrevista, disse que quanto mais aberto a ouvir aliados, mais bem sucedido será na formação da chapa. Nos bastidores, no entanto, o petista deixa claro que prefere um nome que acene para o centro e o ajude, portanto, a superar o antipetismo no interior paulista. Ele também tem preferência por uma mulher.

Marina é considerada por Haddad como a candidata ideal. Não só porque reúne os dois atributos, como porque é um nome de peso para a chapa e alguém com quem o petista tem boas relações. Em entrevista ao Roda Viva, na TV Cultura, Haddad afirmou que Marina é "uma personalidade necessária para o Brasil". A Rede prefere que a ex-ministra concorra como deputada federal, pois deve ser a principal puxadora de votos do partido.

A "solução-Marina" resolve também um impasse entre partidos aliados do PT. O PSOL cobra espaço na chapa do petista. O partido abriu mão de candidato à Presidência para apoiar Lula. No Estado, o partido desistiu de lançar Guilherme Boulos ao Palácio dos Bandeirantes em benefício de Haddad. Pelo acordo com Boulos, costurado por Lula, o PT apoiará o líder do movimento por moradia MTST à prefeitura em 2024. Mas o PSOL espera mais do que isso. O presidente nacional do partido, Juliano Medeiros, tem cobrado que a legenda tenha espaço na chapa estadual - se não com a vaga ao Senado, como vice de Haddad.

Dirigentes de partidos da coligação de apoio à pré-candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foram informados por aliados de Márcio França (PSB) que o ex-governador deve divulgar a decisão de desistir da corrida ao Palácio dos Bandeirantes em breve.

A definição da vice na chapa de Fernando Haddad (PT) deve ocorrer após o anúncio de França. O petista deseja Marina Silva (Rede) como parceira na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes, mas o PSB tenta emplacar o nome de Lu Alckmin, mulher de Geraldo Alckmin, para o posto, e o PSOL cobra o espaço.

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Em troca de sair da disputa pelo governo de São Paulo, França deve aceitar a sugestão do PT e disputar uma vaga ao Senado na chapa com Haddad. O PSB ainda negocia, no entanto, mais influência na campanha paulista. Além da vaga de senador, França tem pleiteado a indicação do primeiro-suplente ao Senado.

A costura para que França desista foi feita por Lula, que mais uma vez se reuniu com o ex-governador, na sexta-feira passada, 24. Nos últimos meses, o petista tem insistido na aproximação com o aliado do PSB e trabalhado, nos bastidores, para abrir o caminho para a candidatura de Haddad em São Paulo.

Procurados, a assessoria do PSB e o próprio França não comentaram. Aliados do ex-governador, no entanto, disseram que ele ainda não esgotou as tratativas com Gilberto Kassab (PSD) e Luciano Bivar (União Brasil). Se conseguir atrair apoio de um dos partidos, tentará se manter na corrida no Estado.

Tarcísio de Freitas (Republicanos), ex-ministro da Infraestrutura e candidato do presidente Jair Bolsonaro (PL), no entanto, afirmou, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, que também está em negociação com Kassab.

O PT esperava que o anúncio da desistência já tivesse ocorrido, pois França sinalizou que faria o movimento após se reunir com lideranças do PSB, nesta segunda-feira, 27. Ainda assim, os partidos da coligação aguardam para esta semana o anúncio.

O governo de São Paulo é considerado por Lula o principal nó a ser desatado nas tratativas com o PSB sobre os palanques estaduais. Isso porque o petista quer fazer campanha no Estado ao lado do ex-governador Alckmin, vice candidato à Presidência. Com França e Haddad concorrendo na disputa ao governo estadual, no entanto, o palanque Lula-Alckmin fica limitado.

Expectativa no PSOL

Com a circulação, nos bastidores, da informação sobre a decisão de França, cresceu no PSOL a expectativa de compor a chapa de Haddad com a indicação de um candidato a vice-governador. O partido abriu mão de ter um candidato ao Palácio do Planalto neste ano, em apoio a Lula, e o líder do movimento social por moradia MTST, Guilherme Boulos, desistiu de sua candidatura ao Estado, em apoio a Haddad.

Agora, os psolistas esperam ter os gestos reconhecidos e integrar a chapa ao Palácio dos Bandeirantes. Neste caso, o indicado pelo PSOL seria o presidente nacional da legenda, Juliano Medeiros. O partido aguarda a decisão de França, tratado como prioridade pelo PT, antes de cobrar seu lugar na campanha.

"O PSOL de São Paulo reivindica o espaço dentro da composição majoritária, que envolve a vice ou o Senado. O PT deixou claro que prioriza a negociação com Márcio França. Estamos em compasso de espera", disse Medeiros, em entrevista ao Estadão publicada neste domingo, 26.

Haddad resiste, no entanto, em ter um nome do PSOL ao seu lado na disputa. O ex-prefeito prefere uma mulher e representante de um partido de centro, para ajudar a romper resistências contra o PT no interior paulista.

A candidata ideal para Haddad, segundo aliados do petista, é a ex-ministra Marina Silva. Haddad teve o aval de Lula, segundo fontes que acompanham a negociação, para atraí-la para a chapa. A Rede, no entanto, prefere que a ex-ministra concorra a deputada federal, pois é a principal "puxadora" de votos do partido.

A Rede Sustentabilidade oficializou no sábado, 11, o apoio a Fernando Haddad (PT) na disputa pelo governo de São Paulo. O cargo de vice na chapa de Haddad ainda não está definido.

Como antecipou o jornal O Estado de S. Paulo, o petista gostaria de ter Marina Silva (Rede) como vice em sua chapa. Há, porém, resistências no próprio PT.

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No encontro, o petista e a ex-ministra deixaram em aberto a possibilidade. Marina afirmou que há um debate dentro e fora da Rede de que é fundamental a "melhoria do Congresso Nacional". "Estou apta, sim, a ser candidata a deputada federal por São Paulo."

Haddad se esquivou de responder se Marina era a "vice de seus sonhos".

Disse que a composição depende do desenho final da coalizão de apoio à sua candidatura, o que deve ocorrer neste mês. "Aí, sim, vamos definir a chapa majoritária."

A Rede Sustentabilidade oficializou, neste sábado (11), na capital paulista, o apoio a Fernando Haddad (PT) na disputa pelo governo de São Paulo. O cargo de vice na chapa de Haddad ainda não está definido. O petista gostaria de ter Marina Silva (Rede) como vice em sua chapa. Há, porém, resistências no próprio PT.

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No encontro deste sábado, o petista e a ex-ministra deixaram em aberto a possibilidade. Marina afirmou que há um debate dentro e fora da Rede de que é fundamental a "melhoria do Congresso Nacional". "Estou apta sim a ser candidata a deputada federal por São Paulo".

Haddad, por sua vez, se esquivou de responder se Marina era a "vice de seus sonhos". Ele disse que a composição depende do desenho final da coalizão de apoio à sua candidatura, o que espera estar definido ainda neste mês. "Aí sim, vamos definir a chapa majoritária."

"Tenho divergências com o PT. Mas trato as divergências políticas com diálogo. É isso o que posso dizer", afirmou a ex-ministra e ambientalista, ao responder perguntas de jornalistas sobre o assunto.

Com residência em São Paulo, ela pode ser candidata a uma vaga na Câmara dos Deputados, em Brasília, ou assumir a posição de vice-governadora de SP. Outro nome cogitado nos bastidores para possível vice de Haddad é o de Marina Helou, que foi candidata à prefeitura da capital em 2020 e, hoje, é deputada estadual.

Marina Silva nasceu em Rio Branco, no Acre, e na infância recebeu tratamentos de saúde na capital paulista. "Tenho uma relação política, familiar e de muita gratidão por tudo que São Paulo fez pela minha vida por três vezes em que os médicos disseram que a coisa estava feia para mim."

"Democracia é algo para ser exercitado mesmo", disse a ex-ministra e ambientalista ao iniciar sua fala no evento ‘O Futuro de São Paulo é sustentável’. Ela citou a guerra na Ucrânia, disputas ambientais e a "guerra política" no Brasil. "A forma como se ganha vai determinar a forma como se governa", afirmou, se referindo ao que poderá acontecer no País caso o presidente Jair Bolsonaro (PL) seja reeleito.

Recém recuperada de uma contaminação por Covid-19, ela pediu desculpas pelo cansaço e, acompanhada por Marina Helou (Rede), agradeceu a Deus pela oportunidade de estar ao lado do antigo companheiro dos governos do PT. "Eu já fui, há muito tempo atrás, a senadora mais jovem do Brasil", ressaltou, sobre seu mandato no Senado iniciado em 1995. Quando ela foi ministra do Meio Ambiente, Haddad ocupava o Ministério da Educação.

Diretrizes do partido, que tem Marina como uma dos seus fundadores, foram entregues a Haddad antes do encontro. O documento fala sobre a necessidade de preservação de áreas ambientais no Estado, demarcação de terras indígenas, representatividade feminina na política, desenvolvimento de políticas econômicas, combate ao racismo, entre outros temas.

Desaparecimento de Bruno Pereira e Dom Phillips

Após o evento, o Estadão questionou Marina Silva sobre a responsabilidade do governo federal no desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips na Amazônia. Ela atribui o desfecho à ausência do Estado na região oeste do Amazonas.

"A responsabilidade é, em primeiro lugar, da ausência do Estado. Temos vários povos isolados que deveriam ter a proteção do Estado. O Estado é omisso, faz um discurso de incentivo à violência. Eles estavam fazendo o trabalho que o governo não faz, o jornalista e o indigenista."

Pré-candidato ao governo de São Paulo, o ex-prefeito e ex-ministro Fernando Haddad (PT) tem se aproximado da ex-ministra Marina Silva (Rede). Segundo pessoas próximas ao petista, ele quer a ex-senadora na vaga de vice. A ideia é tentar reduzir o antipetismo no interior do Estado e, assim, atrair o eleitorado de centro, mas a estratégia esbarra na resistência de aliados da coligação e do próprio PT.

Marina já foi do PT no Acre, fundou a Rede Sustentabilidade e está cotada para ser candidata a deputada federal por São Paulo para puxar votos.

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O partido fechou aliança com o PT nos planos estadual e federal, mas a ex-ministra do Meio Ambiente do governo Luiz Inácio Lula da Silva até agora não manifestou publicamente apoio à pré-candidatura do ex-presidente ao Palácio do Planalto, apesar da insistência do petista.

O passado pesa para Marina. Na disputa presidencial de 2014, ela foi atacada pela campanha de reeleição de Dilma Rousseff (PT). No segundo turno daquele pleito, manifestou apoio a Aécio Neves (PSDB-MG). Dois anos depois, a petista, reeleita, foi cassada em processo de impeachment.

Líder nas pesquisas de intenção de votos, Haddad diz em conversas reservadas com aliados e pessoas mais próximas que considera Marina a "vice dos sonhos" na coligação.

Hoje, além da Rede, ele tem o apoio de PCdoB, PSOL e PV. Os dois ex-ministros mantêm boa relação desde que trabalharam juntos em Brasília no governo Lula e conversam com regularidade.

Marina teve papel decisivo nos debates da Rede que culminaram no apoio por unanimidade do partido à pré-candidatura de Haddad no Estado.

Petistas que endossam a articulação do ex-prefeito para tê-la como vice avaliam que a ex-ministra cumpriria em São Paulo o mesmo papel de Geraldo Alckmin (PSB) na chapa de Lula - o ex-presidente também deseja ter Marina no palanque nacional. Alckmin foi encarregado de fazer a interlocução da campanha com setores do centro.

Entrave

Pessoas próximas a Marina relataram que a ex-ministra estabeleceu uma relação com Haddad diferente da que tem com Lula e confirmaram que eles estão próximos. O partido dela vai se engajar na campanha do petista, mas a ideia de Marina ser vice esbarra na necessidade da legenda de superar a cláusula de barreira para sobreviver, o que a deixa na condição de "puxador de votos". Procurada, Marina não se manifestou.

"Marina Silva tem capacidade para ocupar qualquer um desses cargos por sua experiência. Nosso convite para a Marina foi para ela ser deputada federal, inclusive por conta de uma definição partidária nacional de focarmos nas candidaturas à Câmara dos Deputados. É inegável que uma candidata como ela, em qualquer uma dessas posições, agregaria demais a São Paulo e ao Brasil. Vamos construir em conjunto o que for melhor para o Brasil, para a Rede e para o governo Haddad, mas, entendo que, sobretudo, essa é uma decisão dela", disse Mariana Lacerda, porta-voz da Rede.

A escolha de Haddad, porém, é uma equação complexa na coligação que apoia o petista. A federação partidária formada por PSOL e Rede reivindica uma das posições majoritárias: Senado ou vice. Se o PSB apoiar Haddad e indicar o ex-governador Márcio França ao Senado, como propõe Lula, as outras duas legendas teriam a prerrogativa de indicar o candidato a vice - França, no entanto, insiste em concorrer ao Palácio dos Bandeirantes, a despeito das tentativas do ex-presidente.

O nome de Marina seria natural nesse cenário, mas no âmbito da federação, o PSOL, que é maior do que a Rede, exige um nome da sigla. Na próxima semana, o presidente do PSOL, Juliano Medeiros, e o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, vão se reunir com Marina.

A ideia é tratar dos planos políticos da ex-ministra. Assim como ela, Boulos busca uma vaga na Câmara para também puxar votos para o partido.

Há impasses, porém, em torno da exigência do PSOL. Para Haddad, ter um nome identificado com a esquerda tradicional como vice não amplia o arco de alianças. Ao contrário.

Reservadamente, aliados do ex-ministro veem essa escolha como um entrave no plano de convencimento do eleitorado moderado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O pré-candidato ao governo de São Paulo Fernando Haddad (PT) ironizou a proposta de Tarcísio de Freitas (Republicanos), nome apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro para o Palácio dos Bandeirantes, de transferir a sede do Executivo estadual do Morumbi, na zona sul, para o centro da cidade. Em resposta, o ex-ministro da Infraestrutura disse que considera a sua ideia "genial".

Na quarta-feira (1º), Tarcísio afirmou que estuda a possibilidade, se eleito, de levar o palácio ao centro como parte de uma estratégia para revitalizar a região. A proposta, segundo ele, poderia reduzir os índices de violência e contribuir para dar uma solução à Cracolândia.

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"Se o centro de Poder estiver no centro de São Paulo, é uma coisa muito boa", argumentou o ex-ministro da Infraestrutura. "Imagina se isso fosse feito onde hoje é a Cracolândia. Se o poder estiver lá, as pessoas vão voltar a circular e a segurança pública será reforçada."

Nesta quinta-feira (2), Haddad foi às redes sociais criticar a proposta. O petista lembrou que Tarcísio não nasceu em São Paulo, mas no Rio de Janeiro, algo que tem sido usado pela oposição para desqualificar sua pré-candidatura.

Haddad afirmou: "o candidato do Bolsonaro falou que quer mudar a sede do governo do Estado para o centro da cidade. Vai ver que é para não se perder. Não é daqui, não deve saber onde fica".

Tarcísio, então, respondeu: "Haddad, companheiro, não me leve a mal. Ocupar o centro é uma ideia genial. Você, que foi prefeito, devia achar legal. Resolver problema ao invés de falar mal".

Com diversas ações da Prefeitura nas últimas semanas, a questão da Cracolândia tem ganhado destaque na agenda eleitoral. Após intervenção da Polícia Militar e da Guarda Municipal, a aglomeração de dependentes químicos migrou dos arredores da Estação Júlio Prestes para a Praça Princesa Isabel e, em seguida, se dispersou pelo centro da capital.

Na madrugada da quinta-feira (2), moradores da região registraram um tumulto promovido pelos usuários de drogas, que atiraram pedras em carros, depredaram fachadas de lojas e atearam fogo a sacos de lixo nas calçadas.

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