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A Polícia Federal (PF) vai investigar a abordagem da Polícia Militar do Amazonas (AM) ao deputado federal Amom Mandel (Cidadania-AM) na última quinta-feira, 4, após o próprio parlamentar denunciar que foi vítima de uma tentativa de intimidação.

Procurada pelo Estadão, a PF informou que não pode dar detalhes de ações em andamento. O inquérito deve apurar a versão do deputado e verificar se os policiais agiram deliberadamente para intimidar o parlamentar e se cumpriam ordens de superiores hierárquicos.

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A Secretaria de Segurança Pública do Amazonas também foi procurada, mas ainda não se manifestou sobre o episódio. Os policiais afirmaram no boletim de ocorrência que o deputado cometeu abuso de autoridade.

Em depoimento à Polícia Federal, Amom Mandel afirmou que a abordagem foi "truculenta" e que os agentes apontaram as armas para ele, para a mulher e para uma amiga, que também estavam no carro.

Ao Estadão, o deputado contou que os policiais chegaram a fazer ameaças como: "agora você vai conhecer uma abordagem da Rocam". Rocam (Rondas Ostensivas Cândido Mariano) é a força tática de elite da PM do Amazonas.

Os agentes alegam que o carro em que estava o deputado trafegava com as lanternas apagadas e mudando constantemente de faixa. Uma confusão começou depois que o parlamentar questionou a abordagem e deu voz de prisão aos policiais.

O secretário de Segurança Pública do Amazonas, o coronel Vinicius Almeida, chegou a se deslocar até a ocorrência, na avenida Autaz Mirim, em Manaus. O deputado alega que ele tentou dissuadi-lo de denunciar o caso. Um boletim de ocorrência foi registrado no 14º Distrito Integrado de Polícia.

A versão do secretário, que convocou uma coletiva de imprensa no dia seguinte, é a de que o deputado "humilhou" os policiais. "O que aconteceu foi uma abordagem padrão da Polícia Militar e que ao final os policiais foram desrespeitados, humilhados e esses são os fatos", disse Almeida.

A abordagem aconteceu menos de um mês após o deputado compartilhar com a PF um dossiê produzido por servidores do próprio governo Wilson Lima (União) que, segundo o parlamentar, teria associado autoridades da alta cúpula da Segurança Pública do Estado com o tráfico de drogas e o crime organizado.

Questionado pelo Estadão sobre os nomes implicados, o deputado alegou que não poderia adiantar informações para não prejudicar a investigação em andamento, que tramita em sigilo.

Amom Mandel está no primeiro mandato como deputado federal e alega que vem sendo ameaçado após pedir investigação da alta cúpula da Segurança Pública do Amazonas.

O dossiê entregue à PF foi produzido por um sargento e por um tenente-coronel que, na época, estavam lotados na Secretaria Adjunta de Inteligência (Seai) do Amazonas, órgão vinculado à Secretaria de Segurança Pública do Estado que cuida de informações sigilosas de investigações policiais. O documento foi entregue ao superintendente da PF no Amazonas.

O Estadão apurou que o relatório denuncia a suposta negociação paralela de favores entre autoridades da Segurança Pública e facções criminosas, em troca de informações. O irmão de um narcotraficante chegou a ser nomeado para um cargo de gerência na Secretaria Executiva Adjunta de Inteligência, mas foi exonerado após o parentesco vir a público.

Mandel afirma que, desde que compartilhou o relatório com a PF, passou a receber ameaças de números estrangeiros. Também alega que foi vítima de uma campanha coordenada de fake news nas redes sociais.

O deputado pediu ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), proteção da Polícia Legislativa. Uma reunião foi marcada para avaliar a situação.

"Eu continuo temendo pela minha segurança. Há dois dias atrás botaram uma arma na minha cabeça e na cabeça na minha esposa sem justificativa."

Esta não é a primeira investigação aberta pela PF que arrasta a alta cúpula do sistema de Segurança Pública do Amazonas durante o governo Wilson Lima. Ex-secretário de segurança, o general do Exército Carlos Alberto Mansur foi exonerado do cargo em agosto, após ser alvo de uma operação sobre crimes de corrupção ativa, peculato e lavagem de dinheiro.

O Ministério Público Federal enviou ofício à Organização das Nações Unidas prestando informações após relatos de suposta 'intimidação e assédio judicial' contra os advogados Roberto Teixeira e Cristiano Zanin Martins por terem trabalhado para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O documento é encaminhado para o relator especial da ONU sobre a independência de juízes e advogados por intermédio do Itamaraty.

"É absolutamente esdrúxula e vazia a versão conspiratória apresentada às Nações Unidas pelo Sr. Roberto Teixeira e pelo Sr. Cristiano Zanin Martins, que, ao invés de exercerem o seu legítimo direito de defesa pelo uso dos pródigos recursos disponíveis na legislação brasileira, buscam vias heterodoxas para artificializar narrativas e alcançar vitimização e blindagem contra a possível punição por atos criminosos pelos quais vêm sendo acusados pelo Ministério Público Federal", frisa a força-tarefa Lava Jato do Rio no documento de 54 folhas assinado por 12 membros do MPF.

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As informações foram divulgadas pela Procuradoria fluminense.

Zanin, por meio de nota, afirmou que "o MPF não representa o Brasil na ONU" e que os procuradores fazem afirmações "mentirosas e incompatíveis com decisões já proferidas pelo Supremo Tribunal Federal sobre a matéria", reforçando "as violações apontadas no comunicado e que estão sob investigação internacional".

O defensor de Lula informou ainda que levou à ONU nesta terça-feira, 1, relato de "nova tentativa de assédio e intimidação" do MPF do Rio à advocacia.

Improcedente

No ofício, os integrantes da força-tarefa da Lava Jato sustentaram que não procedem as alegações feitas às Nações Unidas, entre elas a tese da indução de um delator e da ausência do contraditório num processo por crimes envolvendo desvios de recursos federais do Sesc e Senac.

Teixeira e Zanin estão entre os 26 primeiros réus da Operação E$quema S, que está com a tramitação suspensa por decisão do um ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes.

"A força-tarefa informou que suas investigações e processos (51 operações desde novembro de 2016) miram esquemas de corrupção e outros crimes praticados a partir do estado do Rio de Janeiro, sendo que o ex-presidente citado pelos advogados 'sequer é ou foi alvo de qualquer investigação realizada pela Força-Tarefa Lava Jato no Rio de Janeiro'", frisou o Ministério Público Federal em nota.

A Procuradoria diz ainda que Teixeira e Zanin não foram investigados nem acusados pelo exercício de advocacia prestado em razão de contratos advocatícios verdadeiros, 'mas por crimes vinculados à simulação de contratos ideologicamente falsos, entre 2012 e 2017'.

No documento enviado à ONU, o MPF lista 120 documentos incluídos como elementos de prova nos autos e que embasaram buscas em escritórios de advogados envolvidos com a organização criminosa.

A força-tarefa destacou que os mandados em escritórios de advocacia foram cumpridos na presença de pelo menos um representante da Comissão de Prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

O MPF informou ainda que os advogados nunca pediram ao Judiciário, nem identificaram, desde as buscas, o dispositivo com dados do ex-presidente que citaram à ONU por suposta apreensão indevida.

"Outras alegações foram rebatidas como a apresentação da denúncia antes das buscas e publicização da operação pela Assessoria de Comunicação do MPF; a suposta ausência do contraditório e desproporção no confisco de bens e valores; a decisão do ministro Gilmar Mendes de suspender a Operação E$quema S; e a suposta falta de isenção do juiz responsável", registrou ainda a Procuradoria.

Relator

O advogado Cristiano Zanin destacou ainda que em outubro, o relator especial sobre a independência de juízes e advogados da ONU Diego García-Sayán criticou ações contra advogados. Na ocasião, o órgão foi acionado, após as buscas feitas pela Lava Jato, em setembro.

Em nota divulgada pela ONU, na época, García-Sayán afirmou: "Estou alarmado com uma aparente estratégia de alguns promotores e juízes de intimidar advogados por fazerem seu trabalho, particularmente quando estes defendem políticos".

"A forma espetacular como a polícia realizou as buscas - com ampla cobertura de jornalistas que haviam sido avisados previamente- parece ser parte de uma estratégia destinada a desacreditar os advogados diante de seus pares, clientes e o público em geral", disse García-Sayán. Segundo ele, "advogados e advogadas não devem ser atacados por servir os interesses de seus clientes".

COM A PALAVRA, O ADVOGADO CRISTIANO ZANIN MARTINS

Na data de hoje (01/12), informei ao Relator Especial da ONU sobre a Independência dos Juízes e da Advocacia, em Genebra, sobre o novo assédio e tentativa de intimidação do Ministério Publico Federal do Rio de Janeiro à advocacia. Existe uma investigação internacional aberta desde outubro para apurar a violação aos "Princípios Básicos sobre o Papel dos Advogados" adotado pela ONU em 1990 em virtude da conduta de alguns agentes do Sistema de Justiça brasileiro - que agiram em retaliação à minha atuação como advogado do ex-presidente Lula. Essa atuação profissional já resultou no reconhecimento de graves ilegalidades na autointitulada "Operação Lava Jato", incluindo a ocultação de provas da defesa do acusado.

O MPF não representa o Brasil na ONU e afirmações veiculadas no material, além de mentirosas e incompatíveis com decisões já proferidas pelo Supremo Tribunal Federal sobre a matéria, apenas reforçam as violações apontadas no comunicado e que estão sob investigação internacional.

Cristiano Zanin Martins - advogado.

O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) afirmou, nesta segunda-feira (24), que não iria comentar assuntos pessoais do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Ao ser questionado sobre como avaliava o fato do mandatário nacional ter ameaçado “encher de porrada” um jornalista nesse domingo (23), Mourão disse que era melhor “deixar para lá”. 

"Coisas pessoais do presidente não compete a mim, como vice-presidente dele, tecer comentários. Eu não comento essas coisas. Eu não estava junto, não sei. Deixa para lá isso aí", afirmou o vice-presidente, de acordo com o jornal Correio Braziliense. 

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Apesar da negativa de Mourão, o assunto tem repercutido desde a tarde desse domingo, quando Bolsonaro foi questionado por um repórter do jornal O Globo sobre o motivo pelo qual o ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos), Fabrício Queiroz, ter depositado R$ 89 mil na conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro. "Minha vontade é encher tua boca com uma porrada, tá?", respondeu o presidente na ocasião, completando logo em seguida: "seu safado".

Acusada de traição pelo próprio marido, uma indiana foi obrigada a carregá-lo nos ombros enquanto era ameaçada pelos demais homens do vilarejo, alocado no distrito de Jhabua. Quando ela parava para descansar, era agredida com varas e pedaços de madeira.

Juntos há três anos, o casal foi morar em Gujarat, onde esperavam por melhores condições. Sem sucesso, eles decidiram retornar ao vilarejo e o marido contou aos pais que suspeitava que a companheira mantivesse um relacionamento extraconjugal na antiga casa, segundo o Daily Mirror.

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Mesmo sem provas, moradores uniram-se em uma espécie de tribunal popular e sentenciaram a mulher ao constrangimento de carregar o companheiro nos ombros, enquanto era filmada e intimidada. Os vídeos da tortura chegaram às autoridades, que prenderam sete pessoas, inclusive o marido, na última quinta-feira (30).

Confira

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O engenheiro de 43 anos e morador do bairro de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, que agrediu verbalmente o fiscal da Vigilância Sanitária Flávio Graça no último sábado (4), durante uma operação de fiscalização da prefeitura para impedir aglomerações em um restaurante na Barra da Tijuca, recebeu o auxílio emergencial de R$ 600 do Governo Federal para pessoas desempregadas por conta da pandemia.

A informação é do jornal O Globo, que teve acesso a dados do Portal de Transparência da Controladoria-Geral da União (CGU) e constatou que o engenheiro, cujo nome não foi revelado, recebeu a primeira parcela da ajuda em maio. Até o momento não constam informações sobre o recebimento de mais parcelas. 

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A agressão ao fiscal foi cometida pelo engenheiro, juntamente com sua esposa, na noite de sábado (4). Durante a ação de fiscalização, que foi registrada por equipes de reportagem, o casal insistia em realizar irregularidades e atacou Flávio Graça, médico-veterinário que conduzia a operação e deu orientações quanto à necessidade de distanciamento, uma vez que o decreto municipal estabelece distância mínima de dois metros entre as mesas nos estabelecimentos. 

“Cadê a sua trena? Eu quero saber como você mediu as pessoas” disse o homem irritado. Ao ser chamado de “cidadão” pelo fiscal, a esposa resolveu intervir. “Cidadão, não. Engenheiro civil formado e melhor que você”, disse ela a Flávio, que além de veterinário é mestre e doutor pela Universidade Federal Rural do Rio (UFRRJ). 

Ainda durante a discussão, o homem questionou ao fiscal se ele não iria “falar com seu chefe”, dando a entender que pagava seu salário, e sua esposa interrompeu a conversa, afirmando “a gente paga você, filho”.

Em entrevista ao jornal O Globo, o fiscal Flávio Graça alegou não ter se abalado com as agressões sofridas e relatou também momentos em que a dupla agiu com violência não somente contra ele, mas também com jornalistas que estavam no local. “Aquelas agressões não me atingiram, porque ali estou representando o estado para proteger a vida deles. Mas quando um deles chegou com o celular perto do nariz do repórter e iria agredi-lo, eu disse que, se ele encostasse no jornalista, eu iria dar voz de prisão e levá-lo para a delegacia”, disse ele.

Demissão

A mulher flagrada agredindo o fiscal da vigilância sanitária tem 39 anos e é engenheira química com especialização em administração de empresas. Ela trabalhava na empresa de transmissão de energia Taesa, mas após a repercussão negativa do caso, foi demitida. A empresa confirmou a informação por meio de nota na qual afirmou que “compartilha a indignação da sociedade”. Confira a nota na íntegra: 

“A Taesa é uma companhia comprometida com a segurança e a saúde não apenas de seus empregados, mas também com o bem-estar de toda a sociedade. Desde o início da pandemia da Covid-19, a Taesa implementou inúmeras iniciativas para proteger a saúde de seus profissionais e seus familiares, como o home-office para 100% do seu quadro administrativo, e a adoção de diversas outras medidas de proteção para as equipes que operam em campo.

A companhia não compactua com qualquer comportamento que coloque em risco a saúde de outras pessoas ou com atitudes que desrespeitem o trabalho e a dignidade de profissionais que atuam na prevenção e no controle da pandemia.

A Taesa tomou conhecimento do envolvimento de uma de suas empregadas em um caso de desrespeito às leis que visam reduzir o risco de contágio pelo novo coronavírus e compartilha a indignação da sociedade em relação a este lamentável episódio, sobretudo em um momento no qual o número de casos da doença segue em alta no Brasil e no mundo.

A Taesa ressalta que segue respeitando o isolamento e as mais rigorosas regras de prevenção ao coronavírus e que a empregada em questão desrespeitou a política vigente na empresa. Diante dos fatos expostos, a Taesa decidiu por sua imediata demissão”.

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A Polícia Militar foi à Justiça interpelar o jornal Folha de São Paulo e os cartunistas Laerte, João Montanaro, Alberto Benett e Claudio Mor pela publicação de cinco charges críticas à violência policial. Dos cinco desenhos, dois criticam diretamente uma ação violenta que deixou nove mortos pisoteados em um baile funk na comunidade de Paraisópolis, na cidade de São Paulo, em dezembro de 2019. 

A Associação de Oficiais Militares do Estado de São Paulo em Defesa da Polícia Militar, Defenda PM, que considerou os cartuns ofensivos a ela e seus aproximadamente 2 mil associados, pede explicações dos artistas e do Grupo Folha. Fundada em 2016, a Defenda PM é vista entre os pares como parte da ala mais conservadora da corporação, e frequentemente associada ao bolsonarismo. Seu presidente, coronel Elias Miler da Silva, é assessor parlamentar do senador Major Olímpio (PSL-SP). 

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Entre as perguntas colocadas no pedido de explicações encaminhado à Justiça pela Defenda PM, há dúvidas sobre os desenhos se referirem a eventos específicos, questionamentos acerca da intenção de desqualificar profissionalmente os integrantes da polícia e se os autores das obras se arrependem de tê-las publicado. 

"Considerei a interpelação impertinente, autoritária e despida de lógica. A intenção de quem faz isso é intimidar a imprensa. Nunca tive de lidar com algo deste tipo”, disse o advogado Luís Francisco de Carvalho Filho, que representa a Folha de São Paulo. 

Posicionamento dos artistas

Em entrevista à propria Folha de São Paulo, os artistas se pronunciaram. Para o chargista João Montanaro, de 24 anos, os questionamentos da Defenda PM parecem fruto de uma falta de interpretação visual e são “sintoma de toda essa atmosfera que estamos vivendo”.

“Nunca tive de lidar com algo deste tipo. Achei que poderia ser algo sério. Mas depois me pareceu algo extremamente esdrúxulo”, avalia o artista, cuja charge gerou grande repercussão nas redes sociais à época de sua publicação. 

Para Alberto Bennet, de 46 anos, “explicar charge é uma coisa deprimente” pois “Se estamos contando uma história por meio de um desenho, explicá-lo é matar a ideia e sua interpretação”. 

Ele compara a interpelação à sua charge, que mostra uma senhora observando o corpo de uma pessoa morta junto a uma poça de sangue, coberto por um jornal dizendo “Que horror essa charge!” e dois policiais parados ao fundo, indicando que a pessoa era uma potencial vítima de violência policial. “É como se o desenho fosse mais chocante que o fato que ele retrata”. 

O chargista Claudio Mor, de 40 anos, explicou que “o chargista reage a uma ação. A gente não inventa notícias, mas se baseia nelas e expressa críticas”. Diante disso, sua conclusão foi que o questionamento da Defenda PM representa “uma tentativa de censura”. 

A cartunista Laerte declarou que “Os exemplos de excessos policiais no Brasil são muito numerosos, evidentes e têm se intensificado. A linguagem do humor tem o dever de ir em cima disso”. Ela foi a autora de uma das charges sobre o caso que levou à morte de nove pessoas em Paraisópolis. 

Laerte lembra que “A polícia brasileira é conhecida mundialmente pela truculência e pela letalidade. Portanto nenhuma dessas charges têm como motivação birras ou implicâncias. São linguagens humorísticas, mas necessariamente agressivas, amplamente calçadas em fatos, fotos e exemplos”. 

Para a artista, o pedido de explicações “está sintonizado com o momento de crescimento de uma situação autoritária no Brasil”. 

Ela também citou a exclusão de indicadores de violência policial praticada no Brasil em 2019 do relatório anual do governo federal sobre direitos humanos. “Se instalou um clima de desinformação e censura que é muito sério”, disse a artista. 

O jornal Folha de São Paulo questionou a Defenda PM sobre o motivo de ter feito a interpelação seis meses após a publicação das charges, apontando também o caráter de intimidação da ação. A associação, no entanto, se negou a responder afirmando em nota apenas que “não se envolve, institucionalmente, em questões partidárias ou de caráter eleitoral”. 

A mesma nota também afirma que “não apoia, emite juízo de opinião ou crítica aos poderes constituídos, aos representantes eleitos”, mas o site da associação estampa a mensagem “Governador João Doria. Despreparado para SP. Despreparado para o Brasil”. 

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"Os países não devem interferir no trabalho dos inspetores" da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), advertiu em entrevista à AFP seu novo diretor, o argentino Rafael Grossi, depois que o Irã retirou a credencial de uma funcionária da instituição.

"É essencial que se respeite a imunidade dos nossos inspetores. Os países não devem interferir no trabalho dos inspetores e esta é a mensagem que enviamos a nossos colegas iranianos", explicou o diplomata argentino, que assumiu o cargo na terça-feira (3) na agência da ONU encarregada de promover o uso seguro e pacífico das tecnologias nucleares.

A agência da ONU é encarregada de comprovar no terreno se Teerã aplica o acordo sobre seu programa nuclear, assinado em 2015 em Viena com as grandes potências para garantir que o país não vá desenvolver armas atômicas.

O regime de inspeção de instalações nucleares iranianas, posto em marcha pelos inspetores da AIEA, é o mais severo do mundo.

Em um momento em que o acordo se encontra debilitado, desde que os Estados Unidos se retiraram em 2018 do tratado e Teerã adotou medidas em represália, um incidente incomum causou mal-estar entre a AIEA e o Irã no fim de outubro.

Uma revista a uma inspetora na entrada da fábrica de enriquecimento de urânio de Natanz (centro) fez soar o alarme, provocando preocupação de que pudesse levar com ela "um produto suspeito", denunciou Teerã.

As autoridades iranianas retiraram a credencial desta inspetora. A AIEA considerou "inaceitável" que Teerã tivesse "impedido momentaneamente" sua funcionária de deixar o país.

"É um assunto sério", declarou Grossi, que disse esperar que este "incidente lamentável" seja um caso isolado.

"Os inspetores não devem ser intimidados", acrescentou, assegurando que a agência da ONU, cuja sede fica em Viena, "apoiará sempre" suas equipes, encarregadas de controlar as instalações nucleares no mundo.

- Energia nuclear e clima -

O presidente do Parlamento iraniano, Ali Larijani, advertiu no domingo que o país está disposto a "reconsiderar seriamente" seus compromissos com a AIEA se os europeus decidirem ativar um mecanismo previsto pelo acordo de Viena, que possa levar a um restabelecimento das sanções da ONU.

"Prestamos atenção a estas declarações [...], mas estas não afetam de forma direta o que fazemos", afirmou Grossi, para quem este tipo de ameaças se inscrevem dentro "de uma discussão política" entre o Irã e as grandes potências, entre as quais não está a AIEA.

A agência defende seu status de instituição técnica, independente de pressões diplomáticas, as quais são numerosas no expediente iraniano.

Antes de uma possível visita ao Irã, para a qual ainda não há data, Rafael Grossi indicou nesta terça-feira que planeja um encontro esta semana com representantes iranianos que se encontram em Viena para uma reunião com os europeus, Rússia e China sobre o futuro do acordo de 2015.

O novo diretor da AIEA, de 58 anos, fará sua primeira viagem à COP 25, em Madri, na semana que vem.

Muitos ambientalistas consideram a energia nuclear uma fonte de contaminação e de insegurança.

Rafael Grossi disse estar disposto a iniciar um debate com todos, destacando que "a energia nuclear, é um fato científico, libera um nível muito baixo de emissões" e que isto poderia "ser parte da solução" na luta contra as mudanças climáticas.

"Se os países industrializados, altamente dependentes da energia nuclear [...] deixarem de usar a energia nuclear, a situação ambiental na questão das emissões seria catastrófica", acrescentou.

Desde o dia 25 de setembro, um grupo de manifestantes católicos se fixou na frente do Hospital Pérola Byington, no Centro de São Paulo, para "rezar pelo fim do aborto" e tentar intimidar gestantes, médicos e servidores da unidade. Grávidas vítimas de estupro, com fetos anencéfalos ou que sofrem risco de saúde estão sendo constrangidas pela ação. As informações são da Agência Pública.

“Minha família é muito religiosa, muito cristã, isso mexe muito comigo inconscientemente. Fico tendo pesadelos com as crianças da foto, até porque não saíram os resultados dos exames, então ainda não sei se a violência resultou em gravidez”, relata uma mulher - não identificada-, de 31 anos, que é acompanhada psicologicamente no hospital. Ela conta que foi estuprada e mantida em cativeiro durante uma viagem no fim de setembro ao Rio de Janeiro.

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A vítima foi abordada e ainda tentou dialogar com a afiliada paulista do grupo católico americano "40 dias pela vida". Antes de concluir seu relato, foi xingada, agredida com tapas no rosto e recebeu um 'mata-leão' de um integrante. A advogada Adriana Gragnani testemunhou a confusão e confirma a versão. “Entendo que esse grupo está fazendo um assédio aos profissionais do Pérola Byington e às mulheres que, em razão de um crime perverso que é o estupro, têm que recorrer ao atendimento”, pontuou.

A tenda "pró-vida" localizada na praça do outro lado da rua do hospital, é caracterizada com placas, fotos de bebês, réplicas de fetos e uma mesa com artigos religiosos. As ações são coordenadas por Celene Salomão de Carvalho, de 54, que já candidatou-se pelo PSL e foi condenada por injúria racial.

A líder dos manifestantes revelou que escolheu o Pérola Byington porque a unidade "pratica o indecente 'aborto legal'" e disse ao portal católico ACI Digital que ora pela "conversão dos médicos, enfermeiros, funcionários, diretoria, que trabalham e praticam o aborto". Sobre a acusação de agressão, ela descreveu que a mulher era "muito alterada e nervosa", tentou "tirar a tenda do local", além de também receber tapas e chutes. Um boletim de ocorrência foi registrado e o caso é investigado pelas autoridades.

Uma das psicólogas do hospital enfatiza: "o problema na vida dela [as gestantes] não é o abortamento, é o estupro". Daniela Pedroso também reforça a pressão sofrida pelas pacientes diante da intimidação do ‘40 dias pela vida SP’. “Quando você aborda elas na rua e começa a questionar, mostrar aquelas fotos – eles se ajoelham e começam a rezar –, tudo isso é muito forte, porque elas não estão aqui porque escolheram abortar de uma gravidez indesejada, estão aqui porque foram estupradas. Isso remete ao trauma do estupro, acaba sendo uma violação de direitos humanos".

Polêmicas da líder - No último pleito, Celene foi candidata federal de São Paulo pelo partido do presidente Jair Bolsonaro. Ela teve a candidatura indeferida pelo Tribunal Regional Eleitoral por não estar devidamente filiada à legenda. Mesmo assim, o PSL repassou R$ 10 mil para gastos com a campanha. Desses, R$ 3 mil foram destinados à Comunidade Missionária Dai-me Almas. A verba veio do mesmo fundo apontado como origem de recursos de candidaturas-laranja do partido em Minas Gerais.

Em 2017, ela foi ao aeroporto de Congonhas para xingar a filosofa feminista americana Judith Butler. Após esbravejar: “você é feia, olha esse seu cabelo, olha essa sua cor, vai arrumar esse cabelo”, Cilene foi acusada de injúria racial e foi condenada em um ano de reclusão em regime inicial aberto.

A China atribuiu nesta segunda-feira (8) a intimidação dos Estados Unidos às tensões atuais com o Irã, país que anunciou ter começado a enriquecer urânio a um nível acima do permitido pelo acordo internacional sobre seu programa nuclear.

"A pressão máxima dos Estados Unidos sobre o Irã é a fonte da crise nuclear iraniana", afirmou Geng Shuang, porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores.

"Os fatos demonstram que a intimidação unilateral se torna a cada dia em um tumor que se agrava, que gera em escala mundial problemas ainda mais perigosos e crises ainda mais importantes", completou.

O Irã anunciou no domingo (7) que começou a enriquecer urânio a um nível acima do permitido pelo acordo de 2015 sobre seu programa nuclear.

A medida é a resposta do país à decisão dos Estados Unidos de abandonar unilateralmente o pacto em maio de 2018 e restabelecer as sanções econômicas contra Teerã.

Apesar das críticas, o governo iraniano afirma que a decisão de deixar de cumprir progressivamente alguns de seus compromissos busca apenas salvar o acordo assinado com a União Europeia, Alemanha e os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, França, Reino Unido, China e Rússia).

Três países que ainda integram o acordo reagiram de maneira veemente ao anúncio iraniano. Reino Unido e Alemanha exigiram que o Irã recue em sua decisão, enquanto a França expressou "grande preocupação" e pediu a Teerã que interrompa qualquer atividade "não conforme" ao acordo.

De acordo com uma pesquisa realizada em 34 países e mais de 100 mil professores pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil é o líder do ranking de violência nas escolas. 

A pesquisa ouviu profesores e diretores de instituições de ensino do segundo ciclo do ensino fundamental e do ensino médio. Ao todo 12,5% dos professores afirmam sofrer agressões verbais ou intimidações por parte dos alunos pelo menos uma vez por semana, enquanto a média mundial foi de 3,4%. Em segundo lugar aparece a Estônia, com 11% e a Austrália com 9,7%. Os países que registraram os menores índices de violência foram a Coreia do Sul, Malásia e Romênia, que tiveram índice zero.

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Para a psicopedagoga, especialista em educação especial e em gestão escolar, Ana Regina Caminha Braga, “As causas dessa violência podem ser diversas. Vemos casos, por exemplo, que são desde alunos com possíveis distúrbios até a falta de valorização do professor. Esse quadro pode ser amenizado ou até mesmo revertido se tivermos um intenso trabalho dos núcleos da educação em conjunto com a comunidade e, obviamente, com as famílias dos alunos”, explica.

Outro estudo internacional sobre professores, ensino e arendizagem, o Talis (Teaching and Learning International Survey) mostra que somente 12,6% dos professores brasileiros se sentem valorizados pela sociedade, enquanto a média mundial é de 31%. Para Ana Regina, “O impacto está diretamente ligado a motivação do professor em elaborar aulas dinâmicas com estratégias adequadas para cada turma ou que atenda as especificidades dos alunos ou da maioria. O reconhecimento em qualquer área faz com que o profissional se sinta parte de um grupo e esteja inserido na instituição em que trabalha”, diz a especialista.

O meia Vinicius, provável titular da equipe do Fluminense para o jogo diante do Palmeiras, nesta quarta-feira (28) à noite, pela semifinal da Copa do Brasil, recebeu uma ameaça de morte de um torcedor palmeirense na véspera da partida. Na mensagem, enviada por uma rede social e compartilhada pelo jogador em seu perfil oficial, o palmeirense, não identificado, diz que "vai ter morte" se Vinicius marcar um gol.

"Quero dizer para você pensar bem no jogo de amanhã (quarta) contra o Palmeiras, em cada atitude, toque e principalmente chute ao gol. Porque se for gol, meu amigo, é a vida sua e da sua família que conheço muito bem que está em jogo. Quero te ajudar, mas se não cooperar, cara, a sua vida e de sua família estará em risco. Veja bem sua atitude. Se fizer, vai ter morte", escreveu o torcedor, de apelido 'GabrielSantos49".

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Vinicius, de 24 anos, criticou a postura do palmeirense. "É uma pena que tenham atitudes como essa, diria lamentável! Pra cima deles, Fluzão, foco total", postou. O Fluminense ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso.

O Sport divulgou na noite desta quarta-feira (9) que o presidente João Humberto Martorelli recebeu ameaças via internet. De acordo com informações publicadas no site oficial do Leão, as intimidações começaram a acontecer após o gestor levar ao Conselho Deliberativo do Sport a proposta de excluir do quadro de sócios do clube 20 membros que fazem parte da Torcida Jovem.

Segundo o clube pernambucano, as ameaças foram coletadas em portais e páginas online. O Departamento Jurídico já reuniu as intimidações e apresentou uma notícia crime ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE). O clube também adiantou que o MPPE encaminhou a denúncia e o material para a Delegacia de Repressão e Intolerância Esportiva e os procedimentos cabíveis já estão sendo instaurados.

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Ainda de acordo com o Sport, para que medidas sejam tomadas, os autores das possíveis ameaças estão sendo investigados. "As ameaças terão resposta da forma adequada, levando o assunto às autoridades competentes. Torcedor de verdade questiona, reclama, discute, até xinga em campo quando contrariado, mas tudo de forma civilizada, jamais fará de sua opinião e de sua paixão uma arma para ameaçar fisicamente quem quer que seja", declarou o vice-presidente jurídico do Leão, Lêucio Lemos, conforme informações do site oficial do Sport.

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