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O ex-ministro da Educação e pré-candidato ao governo paulista Abraham Weintraub (Brasil 35) ironizou, em suas redes sociais, o caso do seu substituto no comanda da pasta, Milton Ribeiro, que disparou acidentalmente uma arma de fogo no Aeroporto Internacional de Brasília nesta segunda-feira, 25.

"Devia utilizar as novas Bíblias compradas pelo esquema pastores/MEC", publicou Weintraub, citando os escândalos de corrupção apresentados em série de reportagens do jornal O Estado de S. Paulo. Na publicação, Weintraub anexou a imagem de uma bíblia com uma arma escondida em seu interior.

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Uma funcionária da Gol Linhas Aéreas foi atingida por estilhaços e teve ferimentos leves após o disparo acidental de Ribeiro. O ex-titular do MEC foi levado à Superintendência da Polícia Federal do Distrito Federal para prestar depoimento sobre o ocorrido.

"O Presidente disse que colocava a cara no fogo pelo Milton. Eu não colocaria meu dedo mindinho", completou Weintraub.

Ex-aliado do governo Bolsonaro, Weintraub passou a realizar uma série de críticas ao Executivo devido suas alianças com Centrão, e principalmente após decidir ir contra os planos do Planalto e anunciar sua pré-candidatura ao governo de São Paulo, Estado onde o Executivo decidiu apoiar a pré candidatura do ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas (Republicanos).

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Uma arma do ex-ministro da Educação, o pastor Milton Ribeiro, disparou acidentalmente no Aeroporto Juscelino Kubitschek, em Brasília, na tarde desta segunda-feira (25). Ele foi levado para prestar depoimento na Superintendência da Polícia Federal (PF).

Na espera do voo para São Paulo, onde volta a morar após ser demitido em virtude da divulgação de áudios que revelaram o comando de outros líderes evangélicos na negociação de repasses federais do MEC com prefeituras, Milton estava no balcão da Latam quando houve o disparo, registrado por volta das 17h.

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A bala não atingiu ninguém, mas deixou uma funcionária da Gol ferida por estilhaços, informou a companhia ao Uol.

Ex-ministro se explica

Em seu depoimento, o ex-líder do governo federal disse que o tiro foi provocado por "excesso de cuidado", quando tentou remover o cartucho da arma dentro da pasta de documentos. A bala transpassou o coldre e a pasta.

"Como havia outros objetos dentro da pasta, o local ficou pequeno para manusear a arma", justificou.

Em nota, a defesa de Milton Ribeiro amenizou o caso e informou que, apesar do risco, a arma foi devolvida. Acompanhe na íntegra:

 "A arma já foi devolvida pelo delegado da Polícia Federal ao ex-ministro Milton Ribeiro porque prevaleceu o entendimento de que tudo não passou de um acidente provocado por um cuidado excessivo de não tirar a arma de dentro do bolso em público, a fim de não expor nem constranger as pessoas presentes —e também devido ao zelo de não circular com sua arma carregada.

Trata-se de um incidente passado, que não afetou ninguém e que ocorreu enquanto ele deixava seu apartamento funcional, em Brasília, durante processo de mudança para São Paulo."

  Durante audiência na Comissão de Educação (CE) do Senado, os prefeitos e o presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) foram ouvidos, após as denúncias de que os pastores teriam cobrado propina em troca da liberação de verbas do Fundo e do Ministério da Educação. 

Na oitiva realizada na última quinta-feira (7), os prefeitos relataram que após encontros com o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro e o presidente da FNDE Marcelo Lopes, os pastores convidavam para um almoço. Ao chegarem no local, eram cobrados propina nos valores de R$ 15 mil a R$ 40 mil, além de ouro e compras de bíblias, para liberar verbas junto ao governo federal. 

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Ao todo foram convidados nove prefeitos para a audiência, entre eles o prefeito de Luís Domingues, Gilberto Braga (PSDB), que confirmou o pedido de propina para destravar a liberação de recursos. "Eu apresentei minhas demandas para ele, e ele falou rapidamente  "Pra mim você vai arrumar os quinze mil pra protocolar as suas demandas. E depois que o recurso já estiver empenhado, você vai me trazer um pingo de ouro", relatou. 

O prefeito de Boa Esperança do Sul (SP), José Manuel de Souza (PP), contou que durante almoço com o pastor Arilton, lhe foi oferecido uma escola profissionalizante para o município em troca de R$ 40 mil, para a igreja. Já  Marcelo Lopes, defendeu  Milton Ribeiro e afirmou que os nomes deles foram usados por "terceiros" sem autorização. 

Os pastores também foram convidados para comissão, mas não compareceram. Eles alegaram que já prestaram os esclarecimentos nas redes sociais e nas autoridades judiciais competentes. Na semana passada, Milton também não atendeu convite para dar explicações sobre as denúncias.  

Três prefeitos confirmaram denúncias de corrupção na gestão de Milton Ribeiro no Ministério da Educação (MEC), em oitiva nesta terça-feira (5) na Comissão de Educação (CE) do Senado. Eles afirmaram ter recebido de dois pastores evangélicos pedido de propina para facilitar a liberação de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Dois prefeitos do Maranhão, cujos municípios receberam recursos para obras de creches e escolas, admitiram ter tido contato com os pastores acusados de tráfico de influência, mas garantiram não ter recebido pedido de propina.

As denúncias, que surgiram na imprensa em março, levaram à queda de Milton Ribeiro, que também é pastor protestante, no último dia 28. Os depoimentos dos pastores Arilton Moura e Gilmar Santos na CE estão previstos para a próxima quinta-feira (5). Convidado a depor à comissão na semana passada, Milton Ribeiro não compareceu e não justificou sua ausência na ocasião.

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Confirmaram as denúncias de corrupção os prefeitos Gilberto Braga, de Luís Domingues (MA); José Manoel de Souza, de Boa Esperança do Sul (SP); e Kelton Pinheiro, de Bonfinópolis (GO). Calvet Filho, prefeito de Rosário (MA), e Hélder Aragão, Anajatuba (MA), negaram ter recebido pedidos de propina.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), autor do requerimento convidando os prefeitos, qualificou o esquema de corrupção de "chinfrim", "cínico", "nojento" e "vulgar". Ele louvou a "coragem" dos prefeitos que vieram a público relatar as conversas que tiveram com os pastores.

O presidente da comissão, senador Marcelo Castro (MDB-PI), apontou inconsistências, como discrepâncias de valores, nos depoimentos dos prefeitos que receberam recursos. Os senadores Alessandro Vieira (PSDB-SE) e Zenaide Maia (Pros-RN) também expressaram dúvidas em relação à lisura do processo de encaminhamento da liberação de recursos.

Ônibus escolares

Durante a reunião, o senador Marcelo Castro anunciou o cancelamento, pelo Tribunal de Contas da União, de um pregão do FNDE para a compra de mais de 3 mil ônibus escolares para a rede pública em zona rural. Há suspeita de sobrepreço no valor previsto para a compra — R$ 480 mil por unidade, ante uma estimativa de que cada ônibus custe R$ 270 mil no mercado.

*Da Agência Senado

 O deputado federal e pré- candidato ao Governo de Pernambuco, Danilo Cabral (PSB), protocolou pedido de convocação do novo ministro de Educação Victor Godoy, nesta sexta-feira (1). O pedido ocorre após denúncias de corrupção contra o ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro.

“São graves denúncias de irregularidades praticadas pelo ex-ministro Milton Ribeiro, de cobrança de propina, de liberação de recursos em troca de barras de ouro. Elas precisam ser apuradas e os culpados rigorosamente punidos”, justificou Danilo. 

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O parlamentar afirmou que pretende cobrar o novo ministro sobre a política educacional do País. “O Brasil espera até hoje efetivamente que o governo Bolsonaro apresente sua proposta para a educação brasileira”. 

Falta no Senado

Estava previsto para acontecer nessa quinta (31), a audiência pública que seria discutido pela Comissão de Educação (CE) do Senado, a criação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) que apure as denúncias de tráfico de influência no Ministério da Educação (MEC), porém o ex-ministro Milton Ribeiro não compareceu. 

O presidente da CE, o senador Marcelo Castro (MDB-PI), tratou a ausência do ex-ministro como “descortesia”. “ No meu entender, o mais grave é que não deu nenhuma satisfação a esta comissão. A maneira cortês, urbana com que sempre foi tratado nesta comissão merecia dele pelo menos uma distinção, um telefonema, um e-mail justificando sua ausência. Os fatos que nos trouxeram até aqui hoje são fatos graves. Vão contra todos os princípios que regem a administração pública”. 

Vale lembrar que Milton Ribeiro pediu demissão na última segunda (28), após vazamento de um áudio em que parece afirmar priorizar interesses do pastor evangélico Gilmar dos Santos no repasse de verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).  

Depois de pedir exoneração do cargo em meio ao escândalo do gabinete paralelo de pastores no Ministério da Educação (MEC), revelado pelo Estadão, o ex-ministro Milton Ribeiro foi ouvido pela primeira vez nesta quinta-feira (31) no inquérito que apura as suspeitas de corrupção na pasta.

Em depoimento na sede Polícia Federal, em Brasília, ele confirmou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) lhe pediu para receber os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, acusados por prefeitos de cobrarem propina para intermediar a liberação de verbas do MEC, mas negou ter favorecido prefeituras indicadas pelos líderes religiosos na distribuição de recursos.

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Questionado pelo delegado, o ex-ministro minimizou o interesse de Bolsonaro na reunião e disse que não recebeu qualquer demanda ou questionamento do presidente a respeito do assunto tratado no encontro ou de eventuais pedidos dos pastores. A informação foi publicada pelo jornal O Globo e confirmada pelo Estadão.

Milton Ribeiro ainda negou ter conhecimento de qualquer irregularidade na negociação de verbas do Ministério da Educação. Com o depoimento agendado para a tarde de hoje, o ex-ministro não compareceu diante da Comissão de Educação do Senado para esclarecer a relação com os pastores suspeitos de corrupção.

O inquérito contra o ex-ministro foi aberto a pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras, que viu indícios dos crimes de corrupção passiva, tráfico de influência, prevaricação e advocacia administrativa. Aras ainda precisa dizer se o presidente Jair Bolsonaro também será investigado.

O presidente Jair Bolsonaro lamentou nesta quinta-feira, 31, a saída do ministro da Educação, Milton Ribeiro, que pediu demissão do cargo após o Estadão revelar a atuação do gabinete paralelo do MEC, com cobrança de propina até mesmo em barra de ouro. Ao falar da saída de Ribeiro, Bolsonaro afirmou que o pastor deixou o governo "temporariamente". A declaração foi feita em cerimônia no Palácio do Planalto, para selar a reforma ministerial, quando Bolsonaro citou uma visita à Universidade Mackenzie, em São Paulo. "Nos deixou temporariamente", disse.

Antes da exoneração de Ribeiro, Bolsonaro chegou a dizer que colocava "a cara no fogo" pelo ex-ministro. Na segunda-feira, 28, o presidente aceitou o pedido de demissão após o Estadão revelar que em, solenidade do MEC, foram entregues Bíblias com a foto do ministro.

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Ucrânia

Na cerimônia desta quinta-feira, Bolsonaro voltou a falar sobre a posição do Brasil em relação à guerra na Ucrânia, desencadeada pelo ataque russo ao país. "O que seria do Brasil se o presidente seguisse quisesse seguir conselhos fácies e tomasse posição em uma guerra a 10 mil quilômetros de distância daqui?", afirmou o presidente, emendando que uma "guerra de segurança alimentar" teria potencial de matar mais pessoas que "todas as guerras do século passado sem gastar um cartucho de munição".

O ex-ministro da Educação Milton Ribeiro depõe nesta quinta-feira (31) na Comissão de Educação (CE). Ele deve prestar informações sobre denúncias de favorecimento no repasse de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Em áudios divulgados pela imprensa, Ribeiro afirma priorizar municípios administrados por prefeitos vinculados a pastores evangélicos, a pedido do presidente Jair Bolsonaro. 

O depoimento foi sugerido pelos senadores Jean Paul Prates (PT-RN) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Embora apresentados como pedidos de convocação, os requerimentos foram convertidos em convite. Pressionado pela suspeita de favorecimento a prefeitos indicados pelos pastores evangélicos Gilmar Santos e Arilton Moura, Milton Ribeiro deixou a pasta da Educação na segunda-feira (28). Até a manhã desta quarta-feira (30), a CE ainda aguardava a confirmação da presença do ex-ministro.

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Para o presidente do colegiado, senador Marcelo Castro (MDB-PI), a eventual ausência de Milton Ribeiro “irá demonstrar uma clara confissão de culpa acerca das denúncias de corrupção” e “será um convite à abertura da CPI do MEC”. 

“Uma pasta tão importante, talvez a mais importante do governo, tem sido alvo de denúncias gravíssimas, de repasses irregulares de verbas do ministério. É lamentável que, enquanto a educação brasileira padece, o ministério não esteja em evidência na mídia por projetos de relevância para os nossos estudantes, e sim por suspeitas de corrupção. A Comissão de Educação vai prosseguir com a apuração das denúncias”, escreveu Marcelo Castro. 

Também por meio de uma rede social, o senador Luiz do Carmo (MDB-GO) defendeu o ex-ministro. Para o parlamentar, o pedido de exoneração de Milton Ribeiro “só prova que é um homem honesto, ético e com grandes virtudes”. 

“A justiça será feita e ficará provada sua inocência e que tudo não passou de perseguição política. Eu confio na honestidade do ministro da Educação. Muito atencioso e respeitoso com todos, nunca deixa de atender, dentro da legalidade, todos parlamentares que o procuram. O que fazem com esse caso é mais uma tentativa desesperada de atacar o presidente Jair Bolsonaro”, publicou. 

Para o senador Jean Paul Prates, se confirmadas, as suspeitas contra Milton Ribeiro ferem os princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. “As notícias veiculadas sugerem que o (ex) ministro da Educação está rasgando o texto constitucional e ferindo todos os princípios. O Ministério da Educação é uma pasta estratégica para o desenvolvimento nacional.

Durante o governo Bolsonaro, tragicamente, a gestão vem sendo marcada por descontinuidade, incompetência, ideologização, descompromisso e tudo sugere que também por ilegalidades”, afirmou. 

Requerimentos Nesta quarta-feira (30), o senador Jean Paul Prates apresentou um novo requerimento de convocação. Ele quer ouvir o ministro interino da Educação, Victor Godoy Veiga. Até a segunda-feira passada, Veiga era secretário-executivo da pasta comandada por Milton Ribeiro. 

O ministro interino telefonou para o presidente da CE, senador Marcelo Castro, nesta quarta-feira. "Ele se colocou à disposição para prestar esclarecimentos sobre as denúncias de corrupção na pasta. Amanhã [quinta-feira], vamos votar o requerimento de convocação de Godoy", anunciou Castro em uma rede social. 

O depoimento de Milton Ribeiro está marcado para as 9h15. Antes, às 9h, a CE deve votar três requerimentos sugeridos pelo senador Randofe Rodrigues. Em dois pedidos, o parlamentar solicita que o Ministério da Educação e a Controladoria-Geral da União (CGU) informem se foram identificados indícios de irregularidades após as denúncias contra Milton Ribeiro. 

O terceiro requerimento sugere o depoimento de oito prefeitos sobre as suspeitas de favorecimento nos repasses do FNDE. Randolfe requer a presença dos gestores municipais de Anajatuba (MA), Boa Esperança do Sul (SP), Bom Lugar (MA), Centro Novo (MA), Guarani D’Oeste (SP), Luís Domingues (MA), Rosário (MA) e Três Corações (MG). 

Como participar

O evento será interativo: os cidadãos podem enviar perguntas e comentários pelo telefone da Ouvidoria do Senado (0800 061 2211) ou pelo Portal e‑Cidadania, que podem ser lidos e respondidos pelos senadores e debatedores ao vivo. O Senado oferece uma declaração de participação, que pode ser usada como hora de atividade complementar em curso universitário, por exemplo. O Portal e‑Cidadania também recebe a opinião dos cidadãos sobre os projetos em tramitação no Senado, além de sugestões para novas leis. 

*Da Agência Senado

A primeira-dama Michelle Bolsonaro saiu em defesa do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, nesta segunda-feira (28), e disse que ele é uma pessoa "honesta". "Ainda não tive tempo de ver, mas estou orando pela vida dele. Eu confio muito nele", afirmou Michelle durante evento de filiação dos ministros Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) e Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) ao Republicanos, em Brasília.

Questionada por jornalistas se a saída de Ribeiro causava algum tipo de constrangimento ao governo, Michelle disse que o agora ex-ministro é honesto. "Deus sabe de todas as coisas e vai provar que ele é uma pessoa honesta, justa, fiel e leal." A primeira-dama declarou ainda que conversa com Ribeiro todos os dias. "Amo a vida dele."

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Ribeiro pediu demissão do Ministério da Educação após denúncias de corrupção reveladas pelo Estadão. Nos últimos dez dias, uma série de reportagens mostrou o lobby feito pelos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura no MEC. Os religiosos foram acusados por prefeitos de cobrar propina em dinheiro, em compra de bíblias e até em ouro em troca da liberação de recursos federais para a área de educação.

A revelação da distribuição de bíblias com a foto de Ribeiro em evento oficial da pasta acelerou o fim da gestão do ministro-pastor.

O ministro da Educação, Milton Ribeiro, entregou pedido de exoneração ao presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta segunda-feira (28). Ele pede para deixar o cargo depois de vir à tona um suposto favorecimento de pastores na distribuição de verbas do ministério. Ribeiro negou as acusações. A saída foi publicada em edição extraordinária do Diário Oficial da União. 

Pelas redes sociais, deputados comentaram a exoneração. Coordenador da Comissão Externa da Câmara para acompanhamento dos trabalhos do MEC, o deputado Felipe Rigoni (União-ES) disse que a queda de Milton Ribeiro é reflexo do abandono que a educação brasileira vem sofrendo. “Em menos de 4 anos, teremos a terceira mudança no comando do MEC. Enquanto a educação não for prioridade, o futuro de muitos jovens será comprometido. Chega de politicagem!”, destacou.

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  Rigoni lembra que a comissão externa denunciou “inúmeros descasos” da pasta. “Mais do que isso, como coordenador da comissão, apresentei diversos boletins com sugestões, mostrando os problemas e apontando soluções. Infelizmente, nada foi feito”. Rigoni espera que o próximo nome indicado para a Educação seja técnico.

  Relatora da comissão externa, a deputada Tabata Amaral (PSB-SP) disse que mais um ministro caiu “deixando um rastro de incompetência, corrupção e retrocessos no MEC”. 

A líder do Psol, deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP), defendeu que Milton Ribeiro responda por seus crimes. “É uma vitória para quem defende o Brasil e a educação pública. Ainda assim, sabemos que Bolsonaro sempre pode apresentar um nome ainda pior, temos que seguir a luta pela queda e enfraquecimento desse governo de criminosos”. 

CPI

Há deputados que defendem ainda uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o caso. Jorge Solla (PT-BA) afirmou que trata-se de um escândalo de corrupção que merece uma CPI. “Milton Ribeiro cai pelo escândalo de corrupção na Educação. É criminoso, mas seguiu ordens de Bolsonaro para atender ilegalmente demandas dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, que pediam propina até em barras de ouro”, afirmou. 

Coordenador da Frente Parlamentar Mista da Educação, o deputado Professor Israel (PV-DF) também é favorável à CPI. “Está na base do governo Bolsonaro enfraquecer as instituições e construir estruturas paralelas que acolham seus seguidores e deem espaços para seus esquemas. Foi assim na Saúde, com o Orçamento e, agora, na Educação”. 

Coragem

O deputado Pr. Marco Feliciano (PL-SP) agradeceu o que considerou um “gesto de coragem” do ministro, “ainda que tardio”. Mais cedo Feliciano havia publicado um apelo para que Milton Ribeiro se licenciasse da pasta. “Por nós, evangélicos, que estamos sendo triturados. Pelo presidente Jair Bolsonaro, que em um ano tão importante, está sendo arrastado para essa história estranha”, publicou em suas redes sociais. Feliciano também desejou “força” para que Ribeiro enfrente processo na Justiça. 

*Da Agência Câmara de Notícias

O secretário-executivo do Ministério da Educação, Victor Godoy Veiga, assumiu, de forma interina, a cadeira de chefe do MEC após a exoneração do então ministro Milton Ribeiro, nesta segunda-feira (28). A saída de Ribeiro foi decorrente de diálogos entre ele e o presidente Jair Bolsonaro (PL) no fim de semana. Quem ocupar o cargo, já será o quinto a assumir o Ministério na gestão Bolsonaro. 

Victor Godoy

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Victor Godoy é formado em engenharia de redes de comunicação de dados pela Universidade de Brasília (UnB); ele tem pós-graduação em altos estudos em defesa nacional pela Escola Superior de Guerra (ESG), e em globalização, justiça e segurança humana pela Escola Superior do Ministério Público em parceria com o Institut für Friedenssicherungsrecht und Humanitäres Völkerrecht der Ruhr-Universitat Bochum (Alemanha) e a University of Johannesburg (África do Sul).

Durante a sua carreira, Godoy foi auditor federal de Finanças e Controle da Controladoria-Geral da União, onde ficou quase 20 anos (2004-2020), até ser convidado ao cargo de secretário-executivo do Ministério da Educação, em julho de 2020. 

Ele também participou de cursos, congressos, seminários e conferências nos 16 anos de trabalho na CGU. Também foi palestrante na Conference on Public Internal Control in the European Union, Paris (Comissão Europeia) em 2015, e palestrante na Conferência de Controle Interno no Brasil - Desafios e Oportunidades de Melhoria (Banco Mundial), em 2016. 

Já em 2019, Godoy foi painelista no lançamento do estudo Resolving Bribery with Non-Trial Resolutions da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e participante na mesa de discussão sobre a revisão da Recomendação de 2009 da OCDE para o combate ao suborno transnacional, além de ter sido membro da delegação brasileira no Working Group on Bribery- WGB (OCDE), de 2018 a 2020. 

Demissão

Milton Ribeiro está sendo investigado por suspeita de envolvimento com pastores que cobravam propina para intermediar recursos para escolas. Ele deixou o cargo nesta segunda-feira (28), e, em carta ao presidente, ele contou que as reportagens revelando a corrupção na pasta “provocaram uma grande transformação em sua vida”, e disse suspeitar que alguma pessoa próxima a ele “poderia estar cometendo atos irregulares e devem ser investigados com profundidade”. 

O ministro da Educação, Milton Ribeiro, apresentou, na tarde desta segunda-feira (28), por meio de carta ao presidente Jair Bolsonaro (PL) o pedido de exoneração do cargo. A decisão de Ribeiro vem após o vazamento de vídeo em que ele aparece realizando lobby, com verbas do ministério, com pastores evangélicos.

No documento, o, agora, ex-ministro afirma que jamais realizou atos "que não fosse pautado pela correção, pela probidade e pelo compromisso com o erário". Em outro trecho da carta, Milton Ribeiro se diz grato a Bolsonaro pela oportunidade de estar à frente da pasta educacional. "Tenho todo respeito e gratidão ao Presidente Bolsonaro, que me deu a oportunidade de ser Ministro da Educação do Brasil".

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Leia a carta na íntegra:

"Desde o dia 21 de março minha vida sofreu uma grande transformação. A partir de notícias veiculadas na mídia foram levantadas suspeitas acerca da conduta de pessoas que possuíam proximidade com o Ministro da Educação.

Tenho plena convicção que jamais realizei um único ato de gestão na minha pasta que não fosse pautado pela correção, pela probidade e pelo compromisso com o erário. As suspeitas de que uma pessoa, próxima a mim, poderia estar cometendo atos irregulares devem ser investigadas com profundidade.

Eu mesmo, quando tive conhecimento de denúncia acerca desta pessoa, em agosto de 2021, encaminhei expediente a CGU para que a Controladoria pudesse apurar a situação narrada em duas denúncias recebidas em meu gabinete. Mais recentemente, em _, solicitei a CGU que audite as liberações de recursos de obras do FNDE, para que não haja duvida sobre a lisura dos processos conduzidos bem como da ausência de poder decisório do ministro neste tipo de atividade.

Tenho três pilares que me guiam: Minha honra, minha família e meu país. Além disso tenho todo respeito e gratidão ao Presidente Bolsonaro, que me deu a oportunidade de ser Ministro da Educação do Brasil.

Assim sendo, e levando-se em consideração os aspectos já citados, decidi solicitar ao Presidente Bolsonaro a minha exoneração do cargo, com a finalidade de que não paire nenhuma incerteza sobre a minha conduta e a do Governo Federal, que vem transformando este país por meio do compromisso firme da luta contra a corrupção". 

A saída de Milton Ribeiro já era cogitada desde a semana passada. Na ocasião, Jair Bolsonaro saiu em defesa do ex-ministro e afirmou que "colocaria a cara no fogo" por ele. Ribeiro é o quarto ministro da Educação a deixar o cargo na gestão Bolsonaro. 

O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), presidente da Frente Parlamentar Evangélica, criticou Milton Ribeiro pelo fato de o Ministério da Educação ter distribuído exemplares da Bíblia com a foto do ministro. "É vergonhoso ver um pastor misturar o sagrado com o profano. Nós evangélicos não aceitamos mistura da igreja com o Estado. Essa atitude é totalmente reprovada, a Igreja é muito maior do que a política", afirmou o deputado ao Estadão.

O pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, foi mais duro. Diferente do tom que começou a ser adotado por deputados evangélicos, com a sugestão de que Ribeiro deveria se afastar para focar na defesa e depois eventualmente retornar ao cargo, Malafaia criticou as fotos nas Bíblias e disse que o ministro deveria sair do MEC "para nunca mais voltar".

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As fotos dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura também apareciam nas Bíblias. Como revelou o Estadão, o caso aconteceu no dia 3 de julho do ano passado, em um evento organizado pelo MEC em Salinópolis (PA), cidade a 220 quilômetros de Belém.

Uma série de reportagens do Estadão revelou que o ministro dividiu o comando do MEC com os dois pastores, que são acusados de cobrar propina de prefeitos em troca de liberar recursos na pasta. O ministro entregou o cargo ao presidente Jair Bolsonaro e deve sair do governo em breve.

Alvo

Também integrante da bancada evangélica, o deputado Marco Feliciano (PL-SP) já havia cobrado o governo na semana passada para tirar Milton Ribeiro do cargo de ministro da Educação. "Ele é o alvo, se cai esse ministro, põe outro, acabou o problema. Enquanto ele permanecer, vão cutucar e vai sair mais coisa. Tem que ser feita alguma coisa rápido", disse ao Estadão.

O parlamentar, que é próximo de Bolsonaro desde quando os dois eram colegas de Câmara, evitou criticar o aliado e centrou as reclamações no ministro. Na semana passada, durante reunião da Frente Parlamentar Evangélica, Feliciano já havia externado que queria a saída de Ribeiro.

"Como o ministro é evangélico e tudo isso está acontecendo com evangélicos, quem está sofrendo somos nós. Na véspera da eleição o que fica na mente do povo é isso", declarou.

Milton Ribeiro é personagem central do escândalo de um gabinete paralelo de pastores no MEC. Como o Estadão revelou, um pastor pediu propina em ouro e em dinheiro para facilitar o acesso de prefeitos à pasta. O jornal revelou no dia 18 de março a existência de um gabinete paralelo de pastores que se instalou na pasta. A Procuradoria-Geral da República (PGR) já pediu a abertura de um inquérito para apurar improbidade administrativa e tráfico de influência no episódio. A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou, na semana passada, a abertura de inquérito

O ministro da Educação, Milton Ribeiro, deve se licenciar do comando da pasta nesta segunda-feira (28). Segundo o jornal o Globo, aliados do titular do MEC afirmaram que o presidente Jair Bolsonaro (PL) já teria sido informado sobre a medida. Milton está desgastado desde que veio à tona o suposto esquema propina envolvendo os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura e a destinação de verbas do MEC. O ministro também é pastor e teria beneficiado amigos dos religiosos, segundo as denúncias.

A intenção é de que Milton Ribeiro justifique o afastamento como a melhor opção para se dedicar à sua defesa diante das acusações. Na semana passada, depois que as denúncias de suposto lobby praticado por pastores dentro da pasta – com o vazamento de um áudio do ministro afirmando que o benefício aos amigos dos líderes religiosos teria o aval de Bolsonaro - o próprio presidente disse que botava a ‘cara no fogo’ pelo ministro.

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Contudo, no último fim de semana, cresceu a pressão interna para que Milton se afaste da gestão. Quem deve assumir o comando da pasta é o secretário-executivo do MEC, Victor Godoy.

Na manhã de hoje, o deputado federal e pastor Marco Feliciano (PL-SP) usou o Twitter para pedir que o ministro se afastasse do comando da pasta. Segundo Feliciano, os evangélicos estão ‘sangrando’ após as suspeitas virem à tona.

 

 

 

“Sr Ministro, quando o senhor precisou, em sua indicação, eu o defendi, quando errou empregando esquerdistas eu o repreendi. Hoje peço por favor, se licencie até o término das investigações, pois nós evangélicos estamos sangrando. Sendo provada a inocência, retorne ao cargo”, escreveu parlamentar.

Bíblia com foto de Ribeiro

Nesta segunda, uma reportagem do jornal Estadão revelou que em um evento do Ministério da Educação em julho de 2021, exemplares de uma versão customizada da Bíblia teriam sido distribuídos com fotografias do ministro e dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura. 

No Twitter, Ribeiro se defendeu e disse que as bíblias foram distribuídas sem sua autorização.

"Em relação aos fatos noticiados no dia de hoje, trago os seguintes esclarecimentos: autorizei em 2021 o uso de minha imagem para a produção de algumas bíblias para distribuição gratuita em um evento de cunho religioso. Contudo, descobri no final de outubro de 2021 que bíblias com minha imagem foram distribuídas em outros eventos sem a minha autorização. Novamente agi com diligência e de forma tempestiva para evitar o uso indevido de minha imagem. Imediatamente, em 26 de outubro de 2021, enviei ofício desautorizando esse tipo de distribuição", escreveu.

 

 

 

 

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O deputado federal e pastor Marco Feliciano (PL-SP) usou o Twitter, nesta segunda-feira (28), para pedir que o ministro da Educação (MEC), Milton Ribeiro, peça licença do cargo até o fim das investigações sobre o suposto esquema de propina envolvendo os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura e a destinação de verbas do MEC, beneficiando amigos dos religiosos.

Feliciano disse que os evangélicos estão ‘sangrando’ após as suspeitas virem à tona.

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“Sr Ministro, quando o senhor precisou, em sua indicação, eu o defendi, quando errou empregando esquerdistas eu o repreendi. Hoje peço por favor, se licencie até o término das investigações, pois nós evangélicos estamos sangrando. Sendo provada a inocência, retorne ao cargo”, escreveu parlamentar.

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Defensor do governo Bolsonaro, o deputado também observou que a saúde mental de Milton Ribeiro deve estar sofrendo e lembrou que as suspeitas estão afetando o presidente, que este ano disputará reeleição.

“Caro ministro por sua saúde emocional, por sua família que deve estar sofrendo, por nós evangélicos que estamos sendo triturados, pelo presidente @jairbolsonaro que em um ano tão importante está sendo arrastado pra essa história estranha, não retarde  seu licenciamento”, frisou Feliciano.

Pressão

Feliciano não é o único a pedir que o ministro se afaste do cargo. Segundo informações publicadas pelo jornal Folha de São Paulo, nesta segunda, já há uma pressão interna para que o presidente Jair Bolsonaro acate o afastamento do titular do MEC.

Na semana passada, depois que as denúncias de suposto lobby praticado por pastores dentro da pasta – com o vazamento de um áudio de Milton Ribeiro afirmando que o benefício aos amigos dos pastores vinha a partir de um pedido de Bolsonaro - foram divulgadas, o presidente disse que botava a ‘cara no fogo’ pelo ministro.

 

Em um evento do Ministério da Educação em julho de 2021, exemplares de uma versão customizada da Bíblia teriam sido distribuídos com fotografias do ministro da Educação, Milton Ribeiro, e dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, apontados como operadores do lobby evangélico na pasta federal. O evento aconteceu na cidade de Salinópolis, no Pará, e teria reunido prefeitos e secretários municipais. A informação é do Estadão. 

De acordo com a reportagem, a bíblia distribuída destacava o “patrocínio” do prefeito de Salinópolis, Carlos Alberto de Sena Filho (PL), o Kaká Sena, cuja foto também aparece na impressão. Ele encomendou uma tiragem de mil bíblias por R$ 70 cada, segundo relatos de participantes do evento ao Estadão. A Igreja Ministério Cristo para Todos, um ramo da Assembleia de Deus comandada pelo pastor Gilmar, foi responsável pela edição, através de uma gráfica própria em Goiânia. 

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Após o encontro, o ministro Milton Ribeiro aprovou a construção de uma escola em Salinópolis. Ele firmou um termo de compromisso com a prefeitura no valor de R$ 5,8 milhões, dos quais empenhou, no final de dezembro, R$ 200 mil. Tanto o ministro quanto o prefeito não se pronunciaram sobre a distribuição das Bíblias. 

De acordo com áudio divulgado no último dia 21 de março, pelo jornal Folha de São Paulo, o ministro Ribeiro diz que houve um "pedido especial" do presidente Jair Bolsonaro (PL) para atender aos pedidos dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura. O chefe do Executivo e o responsável pela pasta da Educação são, agora, acusados de tráfico de influência. 

Pastor presbiteriano e ministro da Educação, Milton Ribeiro é suspeito de ter montado um gabinete paralelo com outros pastores na pasta, ainda que os demais líderes religiosos sequer tenham cargos no governo. O chamado lobby evangélico do MEC revelou que religiosos associados a Bolsonaro e seus ministros atuavam na negociação de verbas federais bilionárias e conseguiam privilégio nas ações da Educação.    

- - > LeiaJá também:  Prefeito diz que 'pastor do MEC' pediu propina de R$15 mil 

 

A "fritura" do ministro da Educação, Milton Ribeiro, cresceu nas últimas horas nos bastidores do Palácio do Planalto. Integrantes do Centrão, da bancada evangélica e da coordenação da campanha de Jair Bolsonaro (PL) elevaram o tom e pedem a cabeça de Ribeiro o quanto antes, para blindar não apenas o presidente, mas o próprio segmento religioso, incomodado com as denúncias de corrupção na pasta, reveladas pelo Estadão.

O nome mais cotado para assumir o ministério é o do atual presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Marcelo Lopes, uma indicação pessoal do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira. Lopes foi chefe de gabinete de Ciro no Senado.

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Como mostrou o Estadão em uma série de reportagens, o Ministério da Educação (MEC) abriga um gabinete paralelo, com dois pastores que controlam a agenda de Ribeiro e indicam prefeituras para a liberação de verbas. Dez prefeitos já denunciaram que pastores atuaram na intermediação de recursos ou para facilitar o acesso direto a Ribeiro. Três deles admitiram que ouviram pedido de propina em troca da liberação de verbas para escolas.

Ribeiro é pastor presbiteriano e bastante próximo de Bolsonaro e da primeira-dama, Michelle. Foi indicado para o cargo pelo novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça, antes mesmo de ele ocupar a vaga na Corte. Mendonça é pastor e "terrivelmente evangélico", como costuma dizer o presidente.

Embora Bolsonaro tenha dito que bota "a cara toda no fogo" por Ribeiro, aliados do presidente afirmam que a situação se tornou insustentável com a avalanche de notícias negativas, porque ele perde o discurso de que não há corrupção no governo às vésperas de colocar a campanha na rua.

No diagnóstico do comitê da campanha, Bolsonaro não pode ter a imagem comprometida com mais uma crise no momento em que começa a ganhar fôlego nas pesquisas de intenção de voto, diminuindo a diferença para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu maior adversário. De acordo com informações do blog da jornalista Andréia Sadi, confirmadas pelo Estadão, a bancada evangélica vai pedir apoio de André Mendonça para convencer Bolsonaro e o ministro de que ele deve deixar o cargo.

A posição de Bolsonaro ainda é a de manter Ribeiro em banho-maria para aguardar novos desdobramentos do caso, como a investigação do ministro autorizada na quarta-feira pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Mas não se sabe até quando o presidente aguentará a pressão e o fogo amigo. Na avaliação de líderes do Centrão ouvidos pela reportagem, o fato de as denúncias só crescerem, a crise ganhou novo patamar.

Integrantes de diferentes denominações religiosas argumentam, nos bastidores, que Bolsonaro precisa dar uma resposta "à altura", porque o escândalo também pode manchar a imagem dos próprios evangélicos que apoiam um segundo mandato para o presidente. "O ministro tem que sair e responder às denúncias fora do cargo. Acredito na honestidade dele, mas vai ter que provar", disse ao Estadão/Broadcast um líder religioso, com trânsito livre no Planalto, sob a condição de anonimato.

O presidente da Frente Parlamentar Evangélica, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), afirmou que as explicações dadas por Ribeiro até agora não foram suficientes. "Nós não seremos complacentes caso fique comprovado, depois do devido processo legal, com atos ilegais de quem quer que seja", destacou o deputado na quarta-feira, 23.

A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, disse que Ribeiro é uma das pessoas" mais honradas" que já conheceu. Mesmo assim, ao participar de transmissão ao vivo pelas redes sociais ao lado de Bolsonaro, na quinta-feira, 24, afirmou que em sua pasta as emendas parlamentares saem "sem propina" e sem pedágio.

Até mesmo militares do governo acham que Ribeiro precisa tomar a iniciativa de pedir demissão. Uma das ideias avaliadas por integrantes do governo é a saída do ministro na reforma ministerial, que deve ocorrer na próxima semana. Neste caso, ele deixaria o MEC com o discurso de que vai concorrer a uma cadeira de deputado federal. Antes, porém, precisa se filiar a algum partido.

Pela lei eleitoral, integrantes de cargos públicos que querem ser candidatos devem abdicar de suas funções até 2 de abril. A saída de Ribeiro ao lado de outros ministros seria uma maneira de o Planalto responder à pressão pela dispensa, após o escândalo, sem que ele ficasse exposto ao constrangimento de perder o cargo no auge da crise, como mostrou o Estadão.

Para dirigentes do Centrão - grupo formado por Progressistas, PL e Republicanos -, militares e dirigentes da campanha da reeleição, no entanto, não é mais possível esperar porque a crise ficou incontrolável. Há uma percepção de que o escândalo agora atinge o presidente, com investigações abertas em várias frentes e mais cobranças do Supremo Tribunal Federal (STF). Procurado, o ministro Ciro Nogueira não quis se manifestar.

O Movimento Sem Terra (MST) fez um protesto em frente à sede do Ministério da Educação, nesta sexta-feira (25), em Brasília. Com o que seria uma espécie de 'bezerro de ouro' - lembrando uma passagem bíblica do antigo testamento -, um grupo de jovens do MST encenou uma paródia da música 'Me dá um dinheiro aí', citando, entre os trechos da adptação, que por "1 quilo de pepita se vende a educação" no Brasil. 

Durante o protesto, o grupo apareceu com pessoas com os corpos pintados de dourado, pedaços de caixas imitando barras de ouro, pessoas trajando terno e gravata, como normalmente se vestem os pastores, além de uma representação de alunos.

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A manifestação acontece dias após vir à tona um suposto esquema de propina dentro do MEC, onde pastores faziam uma espécie de 'lobby' em benefício de prefeitos amigos. Em áudio vazado, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirma que encontrava os religiosos e beneficiava seus amigos a pedido do presidente Jair Bolsonaro.

"O Ministério se tornou um balcão de negócios para atender os interesses corruptos do governo. Enquanto isso, a educação pública brasileira está sendo destruída, como é o caso do PRONERA (Programa Nacional de Educação da Reforma Agrária), que foi paralisado”, observou o MST em publicação no Twitter.  

Veja:

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A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, determinou, nesta segunda-feira (24), a abertura de inquérito criminal sobre o ministro da Educação, Milton Ribeiro, e deu 15 dias para a Procuradoria-Geral da República (PGR) informar se também vai investigar o presidente Jair Bolsonaro (PL). 

A investigação contra Ribeiro acontece a pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras. A procuradoria vai apurar suspeitas de corrupção passiva, tráfico de influência, prevaricação e advocacia administrativa. 

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Ao autorizar a abertura de investigação, Cármen Lúcia afirmou que “a gravidade do quadro descrito é inconteste e não poderia deixar de ser objeto de investigação imediata, aprofundada e elucidativa sobre os fatos e suas consequências, incluídas as penais”. 

“Nos autos se dá notícia de fatos gravíssimos e agressivos à cidadania e à integridade das instituições republicanas que parecem configurar práticas delituosas”, acrescentou. 

A ministra também disse que espera esclarecimento e providências jurídicas da notícia do crime. “O cenário exposto de fatos contrários ao direito, à moralidade pública e à seriedade republicana impõe a presente investigação penal como atendimento incontornável dever jurídico do Estado e constitui resposta obrigatória do Estado à sociedade, que espera o esclarecimento e as providências jurídicas do que se contém na notícia do crime”. Ela deu o prazo máximo de 30 dias improrrogáveis para o inquérito, “salvo o caso de motivação específica e suficiente”. 

O pedido de Aras foi feito após a Folha de S.Paulo divulgar o áudio em que Milton Ribeiro afirma que o governo Jair Bolsonaro (PL) prioriza prefeituras cujos pedidos de liberação de verba foram negociados pelos pastores que não têm cargo na pasta e atuam em um esquema informal de obtenção de verbas do MEC. Os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura também são alvos do inquérito. 

Em outro despacho, Cármen Lúcia afirmou que os fatos imputados ao ministro estão “intimamente conexos com a sua própria fala sobre a eventual participação de Jair Messias Bolsonaro, presidente da República”. 

“Tem-se da notícia publicada e que fundamenta o pedido de abertura de inquérito para a apuração dos fatos relatados quanto ao ministro da Educação, que ele teria afirmado, em reunião com prefeitos municipais, que repassaria verbas para municípios indicados pelo pastor de nome Gilmar, a pedido do presidente da República Jair Bolsonaro”, descreveu. 

“Assim, pela gravidade dos fatos subjacentes ao que expresso pelo ministro de Estado e que levaram o procurador-geral da República a pedir a esse Supremo Tribunal Federal abertura de inquérito para averiguar a veracidade, os contornos fáticos das práticas e suas consequências jurídicas tem-se por imprescindível a investigação conjunta de todos os envolvidos e não somente do ministro da Educação”. 

A magistrada deu um prazo de 15 dias para que a PGR se manifeste sobre a possibilidade de investigar o presidente. 

PGR

No pedido de investigação sobre o chefe da pasta da Educação, Aras solicitou que sejam ouvidos em depoimentos o ministro, os dois pastores e prefeitos que teriam sido beneficiados com verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). 

Ele pede, ainda, que o MEC e a Controladoria-Geral da União esclareçam o cronograma de liberação de verbas do FNDE e os critérios adotados. Os dois pedidos foram atendidos por Cármen Lúcia, que deu o prazo de 15 dias para a apresentação dos esclarecimentos. 

Por sua vez, ela negou pedido para que a polícia faça análise das circunstâncias da produção do áudio veiculado com as declarações de Milton Ribeiro. Segundo ela, é “impertinente ao objeto da presente investigação e sem vinculação jurídica com as práticas apontadas como delituosas que teriam sido cometidas pelo investigado”. 

O pedido foi enviado na tarde desta quarta-feira (23), diretamente ao presidente do STF, o ministro Luiz Fux, mas ficou sob responsabilidade de Cármen Lúcia, responsável por outros pedidos feitos por parlamentares contra o ministro. 

No pedido, Aras afirmou que Ribeiro “em momento algum negou ou apontou falsidade no conteúdo da notícia veiculada” e admitiu “a realização de encontros com os pastores nela mencionados”, ao ser questionado pela imprensa. 

A Comissão de Educação (CE) aprovou nesta quinta-feira (24) convite ao ministro da Educação, Milton Ribeiro, para explicar as acusações de que ele estaria envolvido em esquema irregular de distribuição de verbas da pasta a pedido do presidente da República, Jair Bolsonaro. A audiência para ouvir o ministro será na quinta-feira (31). Os senadores ainda aprovaram requerimento pedindo o comparecimento dos demais atores envolvidos nas denúncias, como o presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Márcio Lopes da Ponte; os pastores Gilmar Silva dos Santos e Arilton Moura; além de prefeitos que relataram o esquema.

Inicialmente os requerimentos (REQ 9/2022 e REQ 12/2022) apresentados pelos senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Jean Paul Prates (PT-RN) sugeriam a convocação do ministro, no entanto, como o gestor manifestou ao presidente da comissão, Marcelo Castro (MDB-PI), disponibilidade em comparecer ao colegiado, o chamamento foi convertido em convite.

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Os senadores Wellington Fagundes (PL-MT) e Vanderlan Cardoso (PSD-GO) também estiveram com o ministro. Segundo eles, Milton Ribeiro manifestou desimpedimento para esclarecer os fatos.

"O ministro já se colocou a disposição. Será muito importante ouvir o ministro acerca desses assuntos aqui", disse Vanderlan.

Para Randolfe, os fatos que envolvem o ministro são “graves” e precisam ser apurados com urgência.

"As denúncias dão conta de crime, de tráfico de influência e de corrupção passiva, no mínimo. As denúncias mais recentes chegam ao ponto de indicar o pagamento de propina com barras de ouro que totalizaria R$ 300 mil a título de liberação de recursos. Os depoimentos e falas mais recentes do ministro da Educação inclusive não negam os fatos. Então, pela gravidade desses acontecimentos, se faz urgente que se ouça não só o ministro da Educação (...), se ouçam todas as pessoas envolvidas", afirmou.

As denúncias sobre o possível esquema no Ministério da Educação veio à tona após a divulgação de um áudio, pelo jornal Folha de São Paulo, em que Milton Ribeiro relata um “pedido especial” do presidente Jair Bolsonaro para priorizar liberação de verbas a aliados dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura.

De acordo com os relatos publicados na imprensa, os pastores são apontados como lobistas que atuavam no MEC para ajudar prefeitos a conseguir liberação de recursos públicos, em troca do pagamento de dinheiro. O esquema destinaria recursos do ministério para obras e compras de equipamentos escolares em cidades indicadas pelos pastores. O Procurador Geral da República, Augusto Aras, pediu que o Supremo Tribunal Federal (STF) investigue a atuação dos pastores.

Pastores e prefeitos

O senador Randolfe Rodrigues ainda apresentou um requerimento (REQ 11/2022), que foi votado como item extrapauta, para que os demais envolvidos nas denúncias possam ser ouvidos pela comissão. Os senadores aprovaram o chamamento do presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Márcio Lopes da Ponte; os pastores, Gilmar Silva dos Santos e Arilton Moura; além dos prefeitos Calvet Filho (Rosário-MA), Helder Aragão (Anajatuba-MA), Junior Garimpeiro (Centro Novo-MA), Marlene Miranda (Bom Lugar-MA) e Kelton Pinheiro (Bonfinópolis-GO). Os depoimentos serão agendados somente após a audiência com o ministro.

"De igual sorte, assim como os acontecimentos que envolvem o ministro da Educação necessitam o imediato esclarecimento da sua excelência no Plenário desta comissão, seria de bom tom ouvirmos as demais pessoas envolvidas nesse episódio", defendeu Randolfe durante a discussão.

Wellington Fagundes também considerou importante ouvir os nomes aprovados para que os fatos sejam esclarecidos.  

"Quanto mais claro pudermos deixar esse assunto, principalmente para nós que trabalhamos na Comissão de Orçamento", melhor.

*Da Agência Senado

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