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Mais de 150 pessoas estão desaparecidas depois do naufrágio de um barco superlotado que levava cerca de 180 passageiros no noroeste da Nigéria, no rio Níger, anunciaram nesta quarta-feira (26) as autoridades locais, que supõem que todas tenham se afogado.

"A esta hora, apenas 20 pessoas foram encontradas vivas, quatro morreram e 156 continuam desaparecidas", declarou a jornalistas o encarregado local das Vias fluviais, Yusuf Birma.

"A capacidade do navio era muito menor do que os 180 passageiros que transportava", disse a jornalistas Yusuf Birma, funcionário da hidrovia local.

O navio deixou o estado central do Níger e se dirigia ao estado de Kebbi (noroeste) quando se partiu e afundou, disse Abdullahi Buhari Wara, chefe administrativo do distrito de Ngaski.

Os acidentes de barco são frequentes nas águas nigerianas devido a sobrecarga e falta de manutenção, especialmente na estação das chuvas. Wara disse que o acidente foi causado por superlotação, pois o barco foi autorizado para no máximo 80 passageiros.

Também havia sido carregado com sacos de areia de uma mina de ouro, acrescentou. No início do mês, 30 pessoas morreram afogadas em um acidente de barco no estado central do Níger.

Três dos vinte estudantes raptados na terça-feira no norte da Nigéria foram executados por seus sequestradores, informaram as autoridades locais nesta sexta-feira(23), um novo sinal da escalada da violência nessas ações em massa para exigir resgates.

"Em um ato diabólico e totalmente cruel, os bandidos armados que sequestraram estudantes da Greenfield University mataram três de seus reféns", disse Samuel Aruwan, ministro do Interior do estado de Kaduna, sem revelar o número exato de estudantes capturados.

As autoridades regionais, que sempre afirmaram que não negociariam com os sequestradores, não divulgaram o número exato de estudantes sequestrados.

"Os corpos dos três estudantes foram encontrados hoje [sexta-feira] na cidade de Kwanan Bature, perto da universidade", disse Aruwan.

Na terça-feira à noite, aproximadamente às 20h15 locais(19h15 GMT), homens armados, mais conhecidos como "bandidos" na região, invadiram a universidade e sequestraram cerca de 20 alunos, segundo fontes anônimas da instituição.

Na Nigéria, o país mais populoso da África, quase uma em cada três crianças não tem água suficiente para satisfazer suas necessidades diárias, alertou a Unicef nesta segunda-feira (22) em um comunicado no Dia Mundial da Água.

"Mais de 1,42 bilhão de pessoas em todo o mundo, incluindo 450 milhões de crianças, vivem em áreas em que o acesso a água é um problema importante ou de primeira ordem", segundo os últimos dados coletados pela Unicef.

Esses números "são especialmente preocupantes" na Nigéria, onde 26,5 milhões de crianças - 29% das crianças do país - não têm acesso suficiente a água para cobrir suas necessidades diárias, acrescenta o comunicado.

Além disso, 86% dos nigerianos não tem acesso a uma fonte de água de qualidade. As consequências na educação e saúde das crianças são significativas.

"Quando os poços secam, as crianças faltam a escola para ir buscar água. Quando as secas reduzem o fornecimento de alimentos, as crianças sofrem desnutrição e atraso no crescimento", disse Peter Hawkins, representante da Unicef na Nigéria.

"Quando há inundações, as crianças são vítimas de doenças transmitidas pela água. E quando não tem água, as crianças não podem lavar as mãos e se proteger das doenças", continua.

"A crise mundial da água não está a caminho: já está aqui, e as crianças são as primeiras vítimas", alertou Hawkins.

No Afeganistão, Etiópia, Paquistão e Sudão, entre outros, o acesso das crianças a água também é muito preocupante, de acordo com o comunicado.

As 279 adolescentes sequestradas na sexta-feira (26) passada em um colégio interno de Jangebe, noroeste da Nigéria, foram liberadas nesta terça-feira (2) e estão com as autoridades do estado de Zamfara, anunciou à AFP o governador da região, Bello Matawalle.

"Estou feliz de anunciar que as meninas foram liberadas. Acabam de chegar à sede do governo e estão bem", declarou à AFP depois de um rápido encontro com as estudantes.

"O número total de meninas sequestradas era 279 e todas estão diante de nós. Agradecemos a Alá", completou o governador.

Inicialmente, as autoridades anunciaram que 317 estudantes haviam sido sequestradas no ataque de um grupo de homens armados contra a escola, no dia 26 de fevereiro.

As jovens, visivelmente cansadas, chegaram na manhã desta terça-feira em vários micro-ônibus a Gusau (capital de Zamfara).

As autoridades reuniram as estudantes em um auditório e entregaram roupas limpas e hijabs (véu que cobre o cabelo e peito) de cor azul.

Depois, na presença de jornalistas e fotógrafos, as jovens se perfilaram para cantar o hino nacional nigeriano.

O presidente Muhammadu Buhari expressou "imensa alegria" após a libertação das meninas. "Me uno às famílias e ao povo de Zamfara para receber e celebrar o retorno das alunas traumatizadas", afirmou em um comunicado.

Buhari prometeu acabar com o conflito que afeta o norte do país, mas a situação é cada vez mais dramática. Na manhã desta terça-feira, uma base da ONU e um acampamento militar foram alvos de um ataque de milicianos de um grupo jihadista vinculado ao Estado Islâmico (EI).

- Escolas, novo alvo -

O sequestro das alunas de Zamfara foi o quarto ataque contra escolas em menos de três meses no noroeste da Nigéria, onde há uma década os grupos criminosos, conhecidos como "bandidos", multiplicam os roubos de gado e executam sequestros para pedir resgates.

Em geral, os "bandidos" têm como alvos figuras públicas ou viajantes nas estradas, mas nos últimos meses as escolas se tornaram um alvo mais lucrativo.

As autoridades de Zamfara estão acostumadas a lidar com grupos criminosos, com os quais negociam há mais de um ano uma anistia em troca da entrega de armas.

Em dezembro, o governo de Zamfara negociou a liberação de 344 jovens que foram sequestrados em um colégio interno do estado vizinho de Katsina.

Depois de cada liberação, as autoridades negam que pagaram resgate, mas especialistas em segurança não acreditam nos governantes e temem que estas práticas estimulem os sequestros em regiões inseguras, minadas pela extrema pobreza.

O novo sequestro em massa trouxe à memória o rapto de Chibok em 2014, quando o grupo extremista Boko Haram sequestrou 276 estudantes, um ato que provocou indignação mundial.

Mais de 100 meninas continuam desaparecidas e ninguém sabe quantas sobreviveram ao sequestro.

- Escolarização, pobreza e insegurança -

Mas os dois sequestros são diferentes: os "bandidos" atuam por dinheiro e não por razões ideológicas, apesar dos vínculos de alguns criminosos com os grupos jihadistas.

Os grupos conhecidos como "bandidos" atraem cada vez mais jovens desempregados em regiões onde mais de 80% dos habitantes vivem na extrema pobreza.

Alguns grupos têm centenas de combatentes e outros apenas algumas dezenas.

A violência provocou desde 2011 as mortes de mais de 8.000 pessoas e o deslocamento de mais 200.000, segundo um relatório do International Crisis Group (ICG) publicado em maio de 2020.

Outra consequência preocupante dos sequestros é o aumento da deserção escolar, especialmente das meninas, nesta região, a menos escolarizada da Nigéria, apontou o ICG.

As 38 pessoas, incluindo 24 crianças, sequestradas há 10 dias em uma escola no centro-oeste da Nigéria foram libertadas, anunciaram autoridades locais neste sábado (27), um dia após um novo grande sequestro, de 317 jovens, no norte do país.

"Na verdade, não havia 42 reféns, como pensávamos, mas 38", explicou à AFP Sani Idris, porta-voz do governador do estado de Níger, localizado no centro-oeste da Nigéria, uma região que é alvo de grupos criminosos.

“Os alunos, professores e pessoas próximas do Kagara College of Sciences recuperaram sua liberdade e são recebidos pelo governo local”, havia anunciado horas antes Abubakar Sani Bello, governador do estado do Niger.

Em meados de fevereiro, homens armados atacaram esta escola secundária pública de Kagara, matando um aluno e sequestrando 27 alunos, três professores e 12 familiares de funcionários. Os "bandidos" espalham o terror nas populações locais, realizam sequestros em massa em troca de pagamento de resgate, saqueiam aldeias e roubam gado durante vários anos, especialmente no noroeste e centro-oeste da Nigéria. Mas ultimamente, os sequestros nas escolas também se multiplicaram.

Nesta sexta-feira, 317 adolescentes que frequentavam o estabelecimento de ensino no estado de Zamfara, no noroeste, foram sequestradas em dormitórios coletivos. As forças de segurança, acompanhadas por moradores furiosos, lançaram uma operação de resgate. Nesse mesmo dia, pais de alunos sequestrados atacaram o comboio oficial que pretendia chegar à escola, ferindo gravemente na cabeça um jornalista local.

Neste sábado, a escola das jovens sequestradas estava deserta. Restavam apenas camas de metal empilhadas, colchões velhos e peças de roupa abandonadas. “Preferia que minhas duas filhas tivessem morrido”, declarou Abubakar Zaki, um pai angustiado com a situação. "Pelo menos eu as teria enterrado e sabido que estão perto de Alá, em vez de saber que estão nas mãos de bandidos."

- 'Chantagem' -

No começo de dezembro, 344 alunos foram sequestrados de uma escola em Kankara, no estado vizinho de Katsina, antes de serem libertados uma semana depois.

Diante de cada novo sequestro em massa, autoridades federais ou locais afirmam não pagar resgate pela libertação dos reféns, algo improvável de acordo com especialistas em segurança que temem que esse tipo de crime se multiplique na região.

No início de fevereiro, Awwalun Daudawa, responsável pelo sequestro de Kankara, se rendeu às autoridades em troca de um acordo de anistia, durante uma cerimônia pública na presença de um grupo de jornalistas.

De acordo com o especialista Yan Saint-Pierre, que dirige o centro de análise de segurança Modern Security Consulting Group, isso é um sinal ruim para os criminosos.

Na sexta-feira, o presidente Muhammadu Buhari, amplamente criticado pela catastrófica situação de segurança no norte da Nigéria, disse que não iria "ceder à chantagem" de bandidos no caso das meninas sequestradas em Zamfara.

- Violência, pobreza e desescolarização -

Seu número é incerto, mas esses grupos atraem cada vez mais jovens desempregados nessas regiões, que registram mais de 80% da população em situação de extrema pobreza.

"Não se pode dizer quantos são exatamente", disse à AFP, Nnamdi Obasi, analista do International Crisis Group (ICG) para a Nigéria. "Eles se dividem, se reagrupam, formam alianças entre si... E só no estado de Zamfara, há cerca de 40 lugares" onde vivem e se escondem, continua ele.

Alguns desses grupos somam centenas de combatentes e outros apenas algumas dezenas. Vários deles têm fortes laços com grupos jihadistas presentes no Nordeste do país.

A violência criminosa cometida por esses grupos matou mais de 8.000 pessoas desde 2011 e forçou mais de 200.000 pessoas a fugir de suas casas, de acordo com um relatório do International Crisis Group (ICG), publicado em maio de 2020.

A outra preocupação com essa nova tendência é que esses sequestros estão promovendo cada vez mais a evasão escolar de crianças, e principalmente de meninas, nesta região, que já possui o maior número de crianças que não vão à escola, segundo o ICG.

As 42 pessoas, incluindo 27 menores de idade, sequestradas há 10 dias em uma escola da região centro-oeste da Nigéria foram liberadas, anunciaram neste sábado as autoridades locais, um dia depois de um novo sequestro de 317 jovens no norte do país.

"Os estudantes, professores e seus parentes do Colégio de Ciências de Kagara recuperaram a liberdade e foram recebidos pelo governo local", anunciou Abubakar Sani Bello, governador do estado de Níger, centro-oeste do país.

Em 18 de fevereiro, homens armados atacaram a escola pública de Ensino Médio de Kagara e mataram um estudante. Eles sequestraram 27 alunos, três professores e 12 parentes de funcionários do colégio.

Os criminosos espalham o terror no centro e noroeste da Nigéria, com sequestros em larga escala para exigir o pagamento de resgate, saques a vilarejos e o roubo de gado.

Na sexta-feira, 317 alunas adolescentes de uma escola do Ensino Médio do estado de Zamfara foram sequestradas em seus dormitórios. As forças de segurança e moradores iniciaram uma operação de resgate.

O presidente Muhammadu Buhari, muito criticado pela situação catastrófica da segurança no norte da Nigéria, afirmou na sexta-feira à noite que não cederá à chantagem dos bandidos.

Após cada novo sequestro, as autoridades federais e locais repetem que não pagam resgate para obter a libertação dos reféns, algo que é pouco provável, de acordo com especialistas em segurança que temem a multiplicação deste tipo de crime na região.

Os grupos criminosos atuam principalmente com fins de lucro e não por razões ideológicas, embora alguns tenham relações com grupos jihadistas do nordeste do país.

A violência dos grupos criminosos provocou mais de 8.000 mortes desde 2011 e forçou a fuga de mais de 200.000 pessoas de suas casas, de acordo com um relatório do International Crisis Group (ICG), publicado em maio de 2020.

Dezenas de homens armados invadiram os dormitórios de uma escola no noroeste da Nigéria e sequestraram muitas jovens na madrugada de quinta-feira (25) para sexta-feira (26), informa a imprensa local.

"Mais de 300 jovens estão desaparecidas", afirmou um professor (que pediu anonimato) da escola de Jangebe, no estado de Zamfara.

"Estou a caminho de Jangebe", afirmou Sadi Kawaye, pai que teve as duas filhas sequestradas. "Recebi uma ligação para informar que bandidos sequestraram estudantes".

Este é o mais recente caso de sequestro em massa para pedido de resgate na região, onde grupos criminosos aterrorizam a população, roubam o gado e saqueiam os vilarejos.

Na semana passada, 40 pessoas (incluindo 27 estudantes) foram sequestradas no estado de Níger, região centro-oeste da Nigéria, e mais de 300 adolescentes sofreram com o mesmo crime em dezembro na localidade de Kankara, estado de Katsina.

Os adolescentes de Kankara foram liberados após uma semana de cativeiro e depois das negociações entre os grupos criminosos e os governos locais.

A situação provocou uma comoção mundial e recordou o sequestro de mais de 200 adolescentes pelo grupo Boko Haram em Chibok (nordeste), em 2014.

Os criminosos são estimulados pelos pedidos de resgate, mas alguns têm vínculos com grupos jihadistas presentes no nordeste da Nigéria.

Apesar da insegurança imperante no Níger, 7,4 milhões de eleitores votam, neste domingo (21), no segundo turno da eleição presidencial, escolhendo entre o favorito, Mohamed Bazoum, herdeiro do atual presidente Mahamadou Issoufou, e o ex-presidente e opositor Mahamane Ousmane.

Quase dois meses após o primeiro turno, realizado em 27 de dezembro, os nigerinos escolherão entre os dois candidatos mais votados, Bazoum, beneficiado pela imponente máquina do governista Partido Nigerino para Democracia e Socialismo (PNDS) e Ousmane, presidente entre 1993 e 1996.

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Bazoum teve 39,3% dos votos no primeiro turno, e Ousmane, 17%.

O estudante Idrissa Gado, de 29 anos, foi votar logo cedo em Niamey. "O próximo presidente terá que combater os rebeldes. É a grande preocupação do Níger, queremos calma e segurança", pediu.

Bazoum votou na prefeitura de Niamey, onde veículos blindados e caminhões equipados com metralhadoras garantiam a segurança.

"Espero que o vencedor tenha sorte, e que ela esteja do meu lado. E tenho muitos motivos para acreditar que seja esse o caso", disse ele após votar, manifestante o desejo de que "a consulta transcorra em paz".

Acompanhado de suas duas esposas, o presidente em final de mandato, Mahamadou Issoufou, votou na mesma circunscrição. Ele destacou que "o Níger enfrenta imensos desafios: segurança, demografia, clima, desenvolvimento econômico e social, incluindo a questão sanitária, a covid-19 de imediato".

"Tenho orgulho de ser o primeiro presidente eleito democraticamente da nossa história a entregar o cargo a outro também eleito democraticamente. É um marco muito importante na vida política do nosso país", acrescentou.

Esta será a primeira vez que um presidente eleito sucederá a outro, em um país que sofreu golpes de Estado desde sua independência em 1960.

Já Mahamane Ousmane votou em um bairro popular de Zinder (sudeste), seu reduto e cidade natal.

- Milhares de soldados nas ruas -

Em todo território, votar é um dos principais desafios destas eleições, uma vez que o oeste é palco da violência de grupos jihadistas ligados ao Estado Islâmico (EI) e, no leste, operam jihadistas nigerianos do Boko Haram.

Milhares de soldados foram destacados para garantir a segurança da votação, "especialmente em áreas expostas à insegurança", disse um funcionário do Ministério da Defesa à AFP.

No Níger, as alianças mudam constantemente, mas são essenciais para ganhar a Presidência. Importantes partidos políticos deram seu apoio ao candidato da situação, algo crucial para Bazoum. Muitos duvidam, porém, que tal apoio se transforme em votos.

"A vitória não está garantida", disse à AFP Ibrahim Yahya Ibrahim, pesquisador do International Crisis Group (ICG).

Embora os eleitores da capital tendam a votar na oposição, em Zinder (sudeste), a segunda cidade, isso é menos previsível.

"O resultado em Zinder determinará o resultado eleitoral", disse um observador da política local à AFP, pedindo para não ser identificado.

Dezenas de observadores da Comunidade Econômica da África Ocidental (CEDEAO) foram destacados para acompanhar o processo. A oposição, que no primeiro turno se recusou a participar da Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI), agora participa dela.

Uma nova cepa de coronavírus, distinta da detectada recentemente na África do Sul e na Inglaterra, mas que "compartilha algumas mutações com esta última, foi descoberta na Nigéria, país de maior população da África, com 200 milhões de habitantes.

Depois do anúncio, discreto, durante a semana pelo Centro Africano de Excelência para a Genômica das Doenças Infecciosas (Acegid), com sede em Ede, sudoeste da Nigéria, o Centro Africano de Controle de Doenças (CDC) - agência de saúde da União Africana - organizou uma reunião de emergência.

Mas o professor Christian Happi, biólogo molecular que participou no sequenciamento genético da nova variante, pediu para não "extrapolar" a descoberta, em uma entrevista à AFP.

O Acegid analisou no início do mês 200 mostras do vírus e duas delas, obtidas de pacientes em 3 de agosto e 9 de outubro, apresentam mutações genéticas.

"Não temos ideia nem certeza se esta variante tem relação direta com o aumento de casos na Nigéria atualmente", disse o professor.

O país tinha mais de 82.000 casos registrados no sábado e 1.246 mortes, números relativamente baixos, mas o número de testes realizados no país é insignificante.

Apesar do cenário, o número de contágios registra aceleração.

Graças ao sequenciamento genético do vírus, uma operação de rastreamento sofisticada que apenas 12 laboratórios conseguem executar no continente africano, o professor Happi e sua equipe mostraram a evolução da mutação.

"Não sabemos de onde vem a nova variante. Acreditamos que é independente, que se produz na Nigéria. Não acredito que é importada", disse o biólogo.

O ex-professor de Harvard, especializado em doenças infecciosas, recordou, no entanto, que "os vírus sofrem mutações e mudam" de forma natural.

"O importante não é a mutação, e sim a transformação da proteína 'spike', a parte do vírus que permite o acesso às células do corpo e que tornaria esta mutação infecciosa", explicou.

O Acegid trabalha com o Centro de Doenças Infecciosas da Nigéria (NCDC), organismo de saúde pública nacional, para tentar explicar o aumento recente de casos de Covid-19 e se este pode ser motivado pela nova cepa.

Mas uma coisa parece correta: a taxa de mortalidade relativamente baixa na Nigéria, em comparação com os países ocidentais, não aumentou recentemente.

"Peço que as pessoas não extrapolem. Existe uma tendência a extrapolar com as novas variantes do vírus", disse o professor. "Nada prova, por exemplo, que a cepa encontrada na Inglaterra teria os mesmos efeitos na Nigéria e vice-versa.

"Se há algo que a Covid-19 nos ensinou é que em tudo que acreditávamos saber sobre este vírus, estávamos equivocados", recordou Happi.

"Alguns previram que um terço da população da África morreria, mas não podemos aplicar as pesquisas e os números reunidos na Europa e nos Estados Unidos e aplicá-los aqui: somos geneticamente diferentes, nossa saúde imunológica é diferente”, insistiu.

Até o momento, a África registra 2,4 milhões de casos de Covid-19, ou seja, 3,6% do total mundial, segundo o balanço da AFP. O continente confirmou pouco mais de 57.000 mortes, número menor que a França (59.072).

O número reduzido de testes de diagnóstico pode colocar em dúvida as estatísticas, mas também é certo que nenhum país observou um aumento excessivo da mortalidade, o que seria indício de propagação do vírus.

O governo brasileiro condenou "com veemência" o ataque terrorista ocorrido na véspera do Natal na cidade de Pemi, na Nigéria. Por meio de nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores neste sábado (26), o Brasil prestou condolências às famílias das vítimas e afirmou que "reitera seu firme repúdio a todo e qualquer ato de terrorismo, independentemente de sua motivação."

"O governo brasileiro expressa as suas condolências às famílias das vítimas, faz votos de plena recuperação aos feridos, exorta à pronta libertação dos sequestrados e manifesta sua solidariedade ao governo e ao povo da Nigéria", diz a nota.

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Segundo a pasta, pelo menos 11 pessoas foram mortas no ataque terrorista na cidade, de maioria cristã. Outras sete pessoas foram sequestradas e o hospital e igreja, destruídos. Ao lamentar o aumento de ações terroristas no País, o Itamaraty cita o sequestro de mais de 300 crianças.

Os estudantes foram entregues aos agentes de segurança do governo nigeriano em 17 de dezembro. O ato foi reivindicado pelo grupo jihadista Boko Haram.

"O governo brasileiro reitera, igualmente, sua determinação de trabalhar com todos os parceiros contra o terrorismo, inclusive mediante uma crescente investigação e enfrentamento das conexões do terrorismo com o narcotráfico e outras formas do crime organizado transnacional, notadamente, neste caso, as conexões entre o narcotráfico na América do Sul e o terrorismo na África", diz o comunicado.

Jihadistas afiliados ao grupo Estado Islâmico na África do Oeste (Iswap) mataram no sábado (19) à noite cinco soldados nigerianos em uma emboscada contra um comboio militar no estado de Borno (nordeste da Nigéria), anunciaram neste domingo (20) fontes de seguraça.

Os combatentes deste ramo do Boko Haram, afiliado ao grupo Estado Islâmico (EI), também sequestraram 35 pessoas na sexta-feira e mataram uma mulher em um ataque contra outro comboio de civis na mesma região, segundo indicaram outras duas fontes de segurança.

No sábado à noite, um grupo de jihadistas, armados com lança-foguetes, abriram fogo contra um comboio militar nas proximidades da cidade de Mafa, à 44 quilômetros de Maiduguri, capital do Estado de Borno.

"Os terroristas lançaram uma granada contra o comboio que atingiu um veículo no qual se encontravam cinco soldados", declarou uma fonte da segurança à AFP, que pediu anonimato.

"Os cinco soldados morreram", segundo esta fonte. O balanço foi confirmado por outra fonte da segurança, que informou que os insurgentes se apossaram de dois veículos militares.

O ISWAP, que se dividiu do Boko Haram em 2016, tem concentrado seus ataques contra as forças-armadas e já matou dezenas ou centenas de soldados nigerianos, também são registrados ataques contra civis, algo que é cada vez mais recorrente.

Na tarde de sexta-feira, jihadistas tentaram uma emboscada contra um comboio de veículos que levavam civis, em uma autoestrada que liga Maiduguri com Damaturu, uma cidade situada no Estado de Yobe (aldeia).

"Os insurgentes chegaram em cinco caminhões equipados com metralhadoras e levantaram barricadas na autoestrada. Sequestraram 35 pessoas e as executaram uma a uma", declarou o responsável por uma milícia anti-jihadista pró-governamental, Umar Ari à AFP.

Os jihadistas saquearam nove veículos dos viajantes, incendiaram um caminhão e dois carros.

Mais de 36.000 pessoas já morreram e 2 milhões tiveram que abandonar seus lares na última década pela violência causada no noroeste da Nigéria.

Mais de 300 meninos sequestrados há uma semana no noroeste da Nigéria, em um ato reivindicado pelos jihadistas do Boko Haram, e libertados na noite de quinta-feira (17), foram recebidos nesta sexta pelas autoridades antes de encontrarem suas famílias. As circunstâncias de seu sequestro continuam incertas.

Descalços, com o rosto cheio de poeira e exaustos, os meninos foram levados para o gabinete do governador de Katsina, capital da província de mesmo nome, no nordeste do país.

Enquanto isso, suas famílias se reuniam ansiosas em Kankara, cidade onde foram sequestrados, à espera da chegada dos rapazes, observaram jornalistas da AFP.

Sua libertação foi anunciada na quinta-feira à noite, mas as circunstâncias de seu cativeiro e de como foram soltos ainda não estão claras. Não se sabe, por exemplo, se há outros menores que continuam nas mãos dos sequestradores.

"344 deles estão com as forças de segurança", disse à imprensa o governador do estado, Aminu Bello Masari.

Em uma entrevista à televisão NTA, o responsável acrescentou: "acredito que recuperamos a maioria dos meninos, mas não todos".

Na sexta-feira passada, centenas de menores de idade foram sequestrados por homens armados em uma escola para rapazes de Kankara. O sequestro foi reivindicado pelo Boko Haram, o grupo extremista que atua no nordeste do país, ou seja, a centenas de quilômetros do local.

Na quinta-feira, os jihadistas do Boko Haram divulgaram um vídeo dos estudantes sequestrados. Com o rosto coberto de poeira e arranhões, um jovem afirmou fazer parte dos 520 estudantes sequestrados pela "gangue de Shekau", o nome do líder histórico de Boko Haram.

Seu número exato também continua incerto. Inicialmente, as autoridades anunciaram 333 alunos desaparecidos e, na manhã de quinta-feira, falavam de 400.

- "Meninos inocentes" -

No vídeo, o Boko Haram afirmava, por intermédio deste adolescente de em torno de 14 anos, que tinha em seu poder 520 estudantes e que matou alguns deles. Os meninos pareciam exaustos.

Divulgadas pelos canais tradicionais do grupo, as imagens foram gravadas parte em inglês e parte na língua hausa, falada principalmente no norte da Nigéria.

Segundo informações da AFP, este sequestro em massa foi coordenado por grupos armados, alguns deles às ordens do Boko Haram, que aterrorizam a população no norte da Nigéria e realizam sequestros e roubos de gado.

De acordo com vários depoimentos de jovens que conseguiram escapar, os reféns foram divididos em vários grupos na noite do sequestro.

Este ataque lembra o sequestro de mais de 200 meninas em Chibok em 2014, e é um golpe para o presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, originário do estado de Katsina.

A Presidência emitiu um comunicado no sábado, condenando o ataque contra "meninos inocentes", e prometeu reforçar a segurança nos colégios. Em vários estados do norte, as escolas estão fechadas, devido à insegurança.

Boko Haram e seu braço dissidente, o grupo Estado Islâmico na África Ocidental (Iswap), ativos no nordeste da Nigéria, causaram mais de 36.000 mortes em dez anos de conflito. Dois milhões de pessoas continuam sem poder voltar para casa.

O grupo jihadista Boko Haram reivindicou nesta terça-feira (15) a responsabilidade pelo sequestro de centenas de estudantes do Ensino Médio na região noroeste da Nigéria.

"Sou Abubakar Shekau e nossos irmãos estão por trás do sequestro em Katsina", anunciou em uma mensagem de voz o líder do grupo que também está por trás do sequestro em 2014 de mais de 200 meninas em Chibok, caso que provocou uma onda de indignação mundial.

Ao menos 333 adolescentes permanecem desaparecidos desde o ataque na sexta-feira (11) passada contra uma escola no estado de Katsina, noroeste da Nigéria, a mais de 100 quilômetros do território do Boko Haram, que atua habitualmente nas proximidades do lago Chade.

Mais de 100 homens armados, em motos, atacaram na sexta-feira à noite a escola rural na cidade de Kankara. Centenas de adolescentes fugiram para uma floresta próxima do centro de ensino.

O sequestro foi atribuído em um primeiro momento a grupos armados, chamados de "criminosos", que aterrorizam a população nesta região instável, onde os sequestros para pedidos de resgate são frequentes.

O crime da semana passada demonstra a propagação da influência dos grupos jihadistas no nordeste da Nigéria. O presidente Muhammadu Buhari condenou o ataque e ordenou o reforço das medidas de segurança em todas as escolas.

Os centros de ensino foram fechados no estado de Katsina. Na segunda-feira, o exército anunciou ter localizado o "refúgio dos bandidos" e que uma operação operação militar estava em curso.

A segurança é frágil no norte da Nigéria desde a eleição do presidente Muhammadu Buhari em 2015, apesar de sua declaração de que a luta contra o Boko Haram seria a prioridade de seu mandato presidencial.

Supostos combatentes do Estado Islâmico na África Ocidental (ISWAP) invadiram uma cidade do nordeste da Nigéria e tomaram centenas de civis como reféns, como parte de uma estratégia de controle de território e de populações civis na região do Lago Chade.

"Terroristas do ISWAP assumiram o controle de Kukawa (na região do lago Chade) na quarta-feira e tomaram centenas de civis como reféns", afirmou Babakura Kolo, chefe de uma milícia civil.

Os habitantes de Kukawa haviam retornado recentemente para suas casas depois de passar dois anos em um campo de deslocados devido à violência que afeta a região do lago Chade desde 2009 e ao surgimento do grupo jihadista Boko Haram em Maiduguri, a capital do Estado de Borno, no nordeste do país.

Estima-se que depois de mais de dez anos de conflito, dois milhões de pessoas continuam deslocadas.

Apesar dos riscos de segurança significativos apontados pelas ONGs, o governo local insiste em desfazer os campos de deslocados insalubres e lotados, e organiza missões de repatriação para os civis.

Um líder local que conseguiu escapar contou que o grupo havia retornado no início de agosto com a esperança de cultivar suas terras, "mas acabaram de maneira imediata nas mãos dos insurgentes".

- "Áreas de controle" -

"Não sabemos o que vão fazer com eles, mas esperamos que não os machuquem", afirmou o líder comunitário, que prefere manter o anonimato.

Kukawa fica perto da grande cidade de Baga, na periferia do lago Chade, uma zona controlada pelo grupo ISWAP, que se separou dos extremistas do Boko Haram em 2016.

Vinculado ao grupo Estado Islâmico (EI), o ISWAP executa ataques principalmente contra o exército nigeriano. Já matou centenas de soldados.

Também controla cidades de tamanho médio e várias localidades. Milhares de civis vivem sob seu controle.

"Os insurgentes se concentraram em uma estratégia voltada para a população civil para ganhar 'seus corações e suas mentes' e substituir os governos federal e local", escreveu no final de julho Martin Roberts em seu último relatório do Jane's Group, grupo de reflexão para as questões de segurança.

No entanto, aponta Vincent Foucher, pesquisador no Centro Nacional francês de Pesquisa Científica, este ataque "mostra claramente que o ISWAP não quer que as autoridades reimplantem as comunidades em suas áreas de controle".

Em outro ataque realizado na segunda-feira em Magumeri, 50 km ao noroeste de Maiduguri, o exército nigeriano repeliu os jihadistas, que incendiaram vários prédios públicos e realizaram saques, constataram repórteres da AFP no local.

Mais de 36.000 pessoas morreram desde 2009 em atos violentos na Nigéria e mais de dois milhões continuam deslocadas.

A ONU declarou na semana passada que 10,6 milhões de pessoas, de um total de 13 milhões, dependem de ajuda humanitária para sobreviver nos três estados da Nigéria mais afetados pelo conflito jihadista (Borno, Yobe, Adamawa).

Jihadistas ligados ao grupo Estado Islâmico mataram pelo menos 38 pessoas em um ataque contra um vilarejo isolado no nordeste da Nigéria, disseram neste domingo fontes locais à AFP.

Os habitantes da localidade remota de Goni Usmanti contaram à AFP que os insurgentes armados mataram 38 pessoas em um ataque no sábado e atearam fogo a um caminhão, matando um número desconhecido de passageiros.

Fontes da segurança e moradores disseram que o número de mortos por outro ataque contra uma guarnição em Monguno, a cerca de 60 km de Goni Usmanti, também realizado no sábado, deixou 15 mortos, nove deles soldados.

Esses assassinatos são os mais recentes de uma série de ataques sangrentos atribuídos ao Estado Islâmico da Província da África Ocidental (ISWAP) após a morte de 81 pessoas em outro ataque na terça-feira.

As forças policiais nigerianas mataram 18 pessoas que violaram o confinamento pela pandemia de coronavírus, anunciou a Comissão Nacional de Direitos Humanos.

A comissão registrou 105 atos de violações de direitos humanos "perpetrados pela polícia" e "18 pessoas mortas" em execuções extrajudiciais, segundo relatório divulgado na noite de quarta-feira.

Esse órgão oficial de monitoramento de direitos humanos acusou as forças de segurança de "uso desproporcional da força, abuso de poder, corrupção e violação das leis nacionais e internacionais".

Desde 31 de março, vários estados nigerianos adotaram medidas de contenção, especialmente rigorosas em Lagos, Abuja e no estado de Ogún, onde a população tem a obrigação de ficar em casa, exceto para comprar alimentos a cada dois dias.

Os vídeos de violência policial publicados nas redes sociais, nos quais agentes aparecem destruindo barracas ou espancando a população, são um escândalo no país, onde as forças de segurança são regularmente acusadas de abuso de poder e corrupção.

Ao menos 50 pessoas morreram no domingo (1º) durante um ataque de homens armados em três localidades do estado de Kaduna, norte da Nigéria, informaram nesta segunda-feira a polícia local e vários moradores.

O ataque foi executado por quase 100 homens armados, suspeitos de integrar um grupo especializado no roubo de gado e em sequestros, de acordo com a polícia.

Um deputado de Kaduna e vários moradores informaram que encontraram pelo menos "50 cadáveres", um balanço ainda parcial.

O ministro da Saúde da Nigéria, Osagie Ehanire, anunciou nesta sexta-feira (28) o primeiro caso do novo coronavírus no país e, consequentemente, na África subsaariana. Trata-se de um "cidadão italiano que trabalha na Nigéria e viajou de Milão a Lagos no dia 25 de fevereiro".

O paciente está "clinicamente estável, sem sintomas sérios", no Hospital de Doenças Contagiosas em Yaba, Lagos. Até esta sexta-feira, havia apenas dois casos do novo coronavírus em todo continente africano: um no Egito e outro na Argélia.

Inclusive vários especialistas haviam manifestado sua curiosidade diante da baixa propagação do coronavírus no continente africano, onde vários países mantém uma estreita relação com a China.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) advertiu, no início da semana, que os sistemas de saúde africanos estão mal equipados para responder ao avanço do novo coronavírus no continente.

Pelo menos 30 pessoas morreram e várias mulheres e crianças foram sequestradas neste domingo à noite (10) em um ataque jihadista no estado de Borno, nordeste da Nigéria, onde o grupo Estado Islâmico da África Ocidental (Iswap) está presente.

Os insurgentes "mataram nada menos que 30 pessoas, a maioria gente que viajava pela estrada entre Maiduguri e Damaturu, e incendiaram 18 veículos", informou em comunicado Ahmad Abdurrahman Bundi, porta-voz do governo local.

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Segundo ele, "muitas mulheres e crianças também foram sequestradas".

O ataque aconteceu na altura do povoado Auno, a 25 quilômetros da capital do estado, Maiduguri.

Nesta segunda-feira, havia dezenas de caminhões, ônibus e carros incendiados na beira da estrada, constatou um jornalista da AFP.

Um membro das milícias que colaboram com o Exército nigeriano para combater os extremistas islâmicos indicou que cerca de 30 veículos foram queimados.

"Muitos caminhoneiros e seus ajudantes morreram, queimados vivos enquanto dormiam", disse Babakura Kolo à AFP.

Os atacantes também se apoderaram de três ônibus que estavam indo para Maiduguri.

"Não sabemos quantas mulheres e crianças foram sequestradas, mas é uma quantia importante", acrescentou Kolo.

Depois disso, os agressores saquearam o povoado de Auno e atearam fogo ao que viam pela frente.

A autoria do ataque não foi reivindicada, mas a região tem uma forte presença do ISWAP, uma facção do grupo armado Boko Haram que se dividiu em 2016.

Nas últimas semanas, esse grupo cometeu vários ataques e sequestros nas estradas da região nordeste.

O grupo geralmente instala postos de controle militares falsos nas estradas, vestindo uniformes de soldados para parar veículos e, depois, sequestrar passageiros, ou roubar cargas de caminhões.

No início de dezembro, 14 pessoas, incluindo dois trabalhadores humanitários, foram sequestradas na localidade de Jakana. No mês passado, quatro soldados nigerianos foram mortos, e sete ficaram feridos, quando os jihadistas atacaram seu posto em Auno.

Recentemente, as Nações Unidas alertaram para um aumento no número de ataques no nordeste da Nigéria, em particular devido à estratégia de "supercampos militares" do Exército nigeriano. Esta força armada reuniu suas tropas em alguns pontos específicos, em uma enorme região, onde a infraestrutura é pobre, ou mesmo inexistente.

Populações e ONGs denunciam regularmente essa tática, que deixa áreas inteiras do território desprotegidas, com milhões de pessoas vivendo em insegurança, sem proteção do Estado e sem acesso à ajuda humanitária.

O conflito entre as Forças Armadas nigerianas e o Boko Haram matou 35.000 pessoas e deslocou cerca de dois milhões desde 2009.

Uma facção nigeriana do grupo jihadista Estado Islâmico divulgou, neste Natal, vídeo de quase um minuto, durante o qual 11 homens são executados, um a tiro e os restantes decapitados. O grupo afirmou que se tratava de cristãos e a intenção com as execuções foi, segundo um dos islamitas, "uma mensagem para os cristãos do mundo inteiro".

O grupo nigeriano responsável pelas mortes seria proveniente de uma cisão no grupo islamista nigeriano Boko Haram, que mudou de campo e assumiu o nome Província da África Ocidental do Estado Islâmico (Iswap na sigla em inglês).

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O vídeo de 56 minutos, gravado "nas últimas semanas" numa localidade do estado de Borno, no nordeste nigeriano, foi produzido e publicado dia 26 de dezembro à noite, pela agência Amaq, o órgão de propaganda do Estado Islâmico.

De acordo com a mensagem, os cristãos foram executados para vingar a morte do líder do grupo, Abu Bakr al-Bagdhadi, e do seu porta-voz, Abul-Hasan Al-Muhajir, numa operação norte-americana na Síria.

A operação dos EUA, que resultou na morte dos dois líderes, ocorreu em outubro de 2019. Quase dois meses depois, em 22 de dezembro, o Estado Islâmico anunciou nova campanha para "vingar" as mortes. Desde então, uma série de ataques ocorreu em vários países.

Na África, os principais alvos têm sido as forças militares e as comunidades cristãs, procurando conversões forçadas ao islamismo e executando quem se recusa.

Em sua mensagem de Natal, o papa Francisco denunciou esses ataques. O pontífice desejou conforto àqueles que são perseguidos pela fé religiosa, especialmente missionários e membros dos grupos de fiéis que foram raptados, além das vítimas dos ataques de grupos extremistas, particularmente em Burkina Faso, no Mali, Níger e na Nigéria.

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