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Nesta segunda-feira (13), a Nike anunciou que adquiriu  a empresa de tênis virtual conhecida como RTFKT, justamente para expandir sua base de negócios no metaverso. Vale lembrar que no mês de novembro, a empresa de roupas esportivas foi uma das primeiras a entrar no novo mundo virtual, após o anúncio do Facebook sobre as possibilidades do metaverso como meio de comércio e entretenimento.

Em comunicado oficial, o CEO da Nike, John Donahoe informou: “Esta aquisição é mais um passo que acelera a transformação digital da Nike e nos permite servir atletas e criadores na interseção de esporte, criatividade, jogos e cultura”. Segundo os dados divulgados pela Brand Finance, o patrimônio da empresa está avaliado em mais de 30 bilhões de dólares, e pode aumentar mais ainda agora neste momento de expansão comercial.

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O metaverso está sendo debatido atualmente e também é considerado o próximo passo em relação ao mundo virtual. Dentro dele, será possível interagir com outras pessoas por meio de avatares e toda a construção será criada a partir da realidade virtual, realidade aumentada, redes sociais e criptomoedas. No geral, se trata de uma espécie de internet 3D, para imergir de forma mais intensiva.

 

 

O tempo foi injusto com o prédio que acomodou o jornal Diario de Pernambuco por 101 anos e hoje observa a construção histórica se degradar no coração do Recife. Depredado por invasores e exposto ao vandalismo, o imóvel erguido em 1903 como um monumento da Praça da Independência se dissolve em pedaços, enquanto tenta resistir à incerteza do destino.

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Adquirido pelo Governo de Pernambuco em 2004, bastou o prédio de 118 anos ser desocupado para se tornar uma amostra do descaso com a preservação do patrimônio histórico do Recife.

Na realidade de 2021, o imóvel só permite ser referenciado como representação do abandono e da insegurança do cemitério de edifícios que é Centro da capital, cada vez mais distante da imponência que atraiu a rainha Elizabeth II em um passeio de conversível em 1968.

"É muito inseguro aqui. Semana passada eu esperava o ônibus, quando vi dois rapazes cercando um estudante. Deram um 'estouro' nele, tomaram o celular e a carteira, e saíram correndo", relata o segurança Josenildo Batista.

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Na mesma semana, um corpo foi encontrado com 16 facadas por volta das 13h, aos pés do prédio, que já repele pedestres há 17 anos. "A gente fica com medo de tá aqui na parada de ônibus porque de vez em quando saem dois caras daí de dentro. A gente prefere ficar mais lá na frente", explica o eletricista Gildo Dias.

Horas após a remoção do cadáver, ele conta que observou três homens despejando uma carroça de metralha dentro do local.

"Toda hora e todo instante é gente entrando e saindo. É um lugar que você nem pode trabalhar direito", descreve Luciano Francisco, que tem um fiteiro há mais de 10 anos ao lado da construção.

Lateral da construção coberta por uma tela desgastada para evitar acidentes. Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

Esconderijo para assaltantes e usuários de drogas, e banheiro público para a população que não tem um equipamento descente, o comerciante gasta cerca de R$ 30 reais por semana com incensos para que os clientes ao menos consigam se aproximar dos produtos. São duas caixas por dia.

"Se não tiver isso aqui fica difícil trabalhar. Todo dia eu tô indo comprar porque é um mau cheiro horrível", condena. "Qual o policiamento que a gente vê aqui? Nenhum. Antes tinha um trailer para enganar a gente", critica Josenildo.

Do outro lado de edificação, o taxista Pedro Rodrigues lamenta a negligência que fez as corridas despencarem. Na Praça do Diário desde a década de 80, ele lembra que a área deixou de ser lucrativa para causar prejuízo. "O povo tem medo e não vem. Para a gente fica ruim porque a clientela tem medo de vir até nosso ponto. Antes, até 22h da noite a gente tava pegando corrida", aponta.

Projetos finalistas do concurso promovido pelo Porto Digial para requalificar a edificação. Divulgação

Em 2018, o imóvel foi tombado pelo Conselho Estadual de Cultura e ganhou esperança de ser requalificado. Para Gildo, a Praça da Independência deveria ser tão preservada quanto o Marco Zero. Ele percebe o alto potencial turístico do Centro e reforça o pedido por atenção aos gestores. "Eu não sei onde tá o prefeito e o governador que não se sensibilizam com um prédio tão bonito", rechaça.

Dois anos antes, o Porto Digital lançou um concurso entre empresas de arquitetura e engenharia com contrato de R$ 420 mil para a execução de projeto de restauração e premiação de R$ 15 mil aos quatro finalistas. Apesar da escolha da proposta para readequar o prédio, a iniciativa não evoluiu.

O parque tecnológico explica que, apesar de ter aberto o concurso, "nunca chegou a receber o prédio do antigo Diário de Pernambuco em definitivo", por isso o projeto foi interrompido.

O patrimônio histórico funciona como depósito de resto de obras. Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

O Governo de Pernambuco, por meio da Secretaria de Administração, garantiu que já iniciou a fase interna para contratar projetos para reformar o imóvel. No entanto, não deu o prazo para a definição da atual etapa e ainda não sabe o que fazer com o prédio.

"O Governo está analisando os cenários para melhor utilização do patrimônio, sendo provável a instalação de órgão ou serviço público de relevância para a preservação da história de Pernambuco", sugere.

Ao LeiaJá, a Prefeitura do Recife informou que só passa a ter relação com a construção caso haja risco de desabamento e não comentou sobre a instalação de banheiros na Praça.

A última ação foi em 2018, quando a gestão trocou 9 postes, com 24 luminárias em LED e dois refletores. Um gasto de R$ 50 mil. Ainda sem apontar prazos, a Prefeitura ressaltou que está na fase final do "Escritório de Gestão do Centro do Recife", que vai ser responsável pela "gestão integrada do bairro do Recife e dos bairros de São José e Santo Antônio".

O objetivo é que o Escritório possa "promover a manutenção e limpeza urbana, a otimização de licenciamentos e autorizações municipais, articulação com o Governo do Estado para maior segurança ao comércio local e demais setores produtivos, ações de desenvolvimento econômico, urbanístico, de moradia, de mobilidade urbana, cultural, dentre outras medidas".

Local de eventos históricos, ficar próximo à antiga redação é um perigo aos transeuntes. Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

Em relação à insegurança da localidade, a Secretaria de Defesa Social (SDS), em nome da Polícia Militar (PM), informou que já aprimorou e dinamizou o policiamento no entorno do prédio com rondas motorizadas e a pé.

Sobre o trailer, para a SDS, a retirada "aumentou o raio de prevenção a crimes, uma vez que, fixos na base, os policiais ficavam com sua possibilidade de intervenção reduzida".

A pasta acrescenta que a Praça da Independência é coberta pela operação CERNE, "através do policiamento na modalidade a pé, no 2º, 3º e 4º turnos. O local conta ainda com a Operação TELUM, que atua fiscalizando as praças do centro do Recife, a fim de inibir a criminalidade. No último trimestre, foram apreendidas 36 armas brancas através da ação".

 Desde as 6h desta terça (16), a Polícia Militar do Rio de Janeiro realiza uma operação em Manguinhos, na Zona Norte do Rio de Janeiro. De acordo com a ONG Voz das Comunidades, moradores relatam abuso de poder e violações dos direitos humanos.

A população relata invasões de casas, destruição de calçadas e canos de água, além de fios telefônicos arrebentados. As denúncias também incluem a depredação de bicicletas e motos utilizadas por moradores para deslocamento ao trabalho.

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De acordo com a deputada estadual Mônica Francisco (PSOL-RJ), a Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 635 do Supremo Tribunal Federal, que restringe ações policiais nas favelas durante a pandemia de covid-19, ainda está em vigor. “Quem está fiscalizando?”, questionou a parlamentar, em suas redes sociais.

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Um romance adolescente, um colégio centenário e a paixão pelo brega foram a combinação perfeita para a produção do primeiro clipe da banda paraense Brega Époque. Com lançamento marcado para o sábado (13), o videoclipe da música “#EuTeAmo” conta a história de uma estudante da periferia de Belém que está vivendo sua primeira paixão. A música já está disponível nas plataformas digitais.

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Com um enredo repleto de amor, “#EuTeAmo” apresenta o cotidiano de uma estudante do bairro do Jurunas, periferia de Belém, que vive uma paixão adolescente com um colega da escola. E para ser palco dessa linda história, nada menos do que o colégio público mais antigo em funcionamento do Brasil e que em 2021 completou 180 anos desde sua inauguração, o Colégio Estadual Paes de Carvalho (CEPC).

“Escolhemos o Paes de Carvalho não só pela sua importância para a história da cidade, mas também como uma forma de homenagear um espaço de educação pública tão importante e que também foi o lugar onde meus filhos estudaram”, afirma o cantor e compositor Marquinho Pará, vocalista e criador da banda.

O lançamento carrega não apenas a homenagem ao CEPC e seus 180 anos de história, mas também aos 50 anos do brega. O estilo musical que ecoa nas periferias do Estado, e já ganhou o mundo, este ano foi reconhecido como patrimônio Cultural e Imaterial do Pará.

O brega, que há décadas embala o cotidiano paraense, segue conquistando públicos distintos. A partir de uma nova geração de cantoras e cantores, ele vem alcançando cada vez mais os jovens.

Renata Melo, 19 anos, é filha de Marquinho, vocalista da banda e interpreta a personagem principal do clipe. Para ela, representar uma geração que mantém o brega vivo é uma honra. “Eu cresci ouvindo brega. Meu pai é compositor e eu sempre pude acompanhar as produções dele e também o que eu ouvia no rádio. Para mim é uma honra poder fazer parte desse meio e manter o estilo em alta”, afirma Renata.

“#EuTeAmo” tem o roteiro assinado por Marquinho Pará, que também dirige o clipe junto com Beto Metralha. O vídeo é uma homenagem ao Colégio Estadual Paes de Carvalho, ao seu corpo docente e à educação pública.

O clipe estará disponível no canal no YouTube da Banda Brega Époque. Para o lançamento, a banda realizará um evento no Bar do DJ, localizado ao lado da Praça Amazonas, em Belém.

Serviço

Lançamento do videoclipe “#EuTeAmo”.

Sábado (13), às 21h.

Mesas e ingressos via Pix: (91) 99948-4941.

Bar do DJ - Praça Amazonas, Jurunas - Belém, PA.

Assessoria de Imprensa: Marcos Melo - (91) 98288-5470

Por Marcos Melo.

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A UNAMA - Universidade da Amazônia sediou, nos dias 3 e 4 de novembro, o V Encontro de Patrimônio Cultural e Sociedade. O tema do evento foi “Patrimônio cultural memórias e materialidades”. A programação contou com grupos de trabalho, exposições, mesas-redondas e feirinha.

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O coordenador do evento, professor Diego Santos, destacou a importância da parceria com a Secretaria de Estado de Cultura (Secult) para a valorização do patrimônio histórico e artístico. Segundo a professora Deyseane Ferraz, a união existe desde a primeira edição do evento.

Cristina Senna, pesquisadora do Museu Emílio Goeldi, mediou o debate sobre "Patrimônio vivo: saberes e fazeres tradicionais". “Patrimônio, para mim, é uma ficção, ele parte de uma ideia construída a partir das pessoas e estabelece uma relação de olhar o mundo, e ao mesmo tempo nos relata o passado, já que foi construído através dos anos, sendo também importante para o nosso futuro. Antes de tudo, é o que nos move para a vida”, assinalou a pesquisadora.

Enilson Souza, geógrafo, advogado e doutor em Ciências Ambientais, professor da Universidade Federal do Pará (UFPA) e coordenador do Programa de Pós-graduação em Geografia e Meio Ambiente, participou da mesa sobre fazeres tradicionais e falou sobre a importância das discussões para os alunos. “Tentamos mostrar nossa trajetória de dificuldade, que é mais dificil chegar na universidade por ser negro, mais dificil ainda ser professor e mais ainda doutor, em uma universidade que é predominantemente branca. Essa luta é nossa. Chegar na universidade e dizer: 'Eu sou professora da universidade, eu sou doutor e eu sou preto, eu estou aqui e o meu trabalho tem a mesma qualidade de qualquer um'", afirmou.

O aluno Gabriel Barros, do curso de Direito da UNAMA, acentuou a relevância do evento para a sua formação profissional. Os debates, disse, permitem que as pessoas formem uma visão diferente sobre as parcelas menos representadas na sociedade.

A atriz Maria Barros participou de uma performance artística, na qual representou a Matinta Encantada, personagem que se refere à lenda paraense da “Matinta Pereira”. No hall de entrada da UNAMA, houve feira de economia criativa e exposição de artes.

Por Alessandra Nascimento e Dinei Souza.

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Enquanto empresas decretavam falência em efeito dominó causado pela crise econômica agravada com a pandemia, o Grupo Record do bispo Edir Macedo aumentou o patrimônio líquido em R$ 3,2 bilhões e fechou 2020 com R$ 5,050 bilhões, mesmo lucrando apenas R$ 143,678 milhões. No ano anterior, o patrimônio era de R$ 1,826 bilhão. Conforme apuração do Notícias da TV, a emissora não esclareceu sobre o crescimento de 176,6% na pandemia.

No ano passado, a Record sentiu os efeitos da pandemia e perdeu parte dos recebimentos fixos com publicidade, que caíram de R$ 2,214 bilhões para R$ 2,077 bilhões. 

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Movimentação estranha

A diferença bilionária que multiplicou o patrimônio líquido do grupo aparece em duas linhas do balanço como "operações de intermediação financeira". Esse tipo de operação normalmente ocorre quando a empresa empresta dinheiro para outra, tanto do mesmo grupo ou de um banco para um cliente, por exemplo.

As duas operações foram lançadas no valor de R$ 1,051 bilhão como passivo circulante, referente às dívidas de curto prazo, e R$ 1,892 bilhão como passivo não circulante, das de longo prazo.

"É um valor muito alto em relação ao patrimônio da empresa", estranhou um dos diretores financeiros da Record, que pediu para não ser identificado. 

A assessoria do grupo informou que "todas as explicações necessárias foram publicadas". Entretanto, o balanço oficial não esclarece a origem dos R$ 3,2 bilhões. Questionada se os dados complementares estariam em outros documentos públicos, a emissora deixou de responder.

O banco de Edir Macedo

Após construir um império na comunicação a partir da Igreja Universal do Reino de Deus, em julho de 2020 - período da guinada da Record -, Edir Macedo adquiriu o banco Digimais, antigo banco Renner.

Ainda em 2013, ele aproveitou a residência fora do Brasil e comprou 49% da instituição como "sócio estrangeiro". De acordo com dados do Sistema IF.data do Banco Central, até março de 2021, o Digimais recebeu quase R$ 3,2 bilhões - exatos R$ 3.126.404.000 -, que coincidem com o montante de enriquecimento da Record.

No mesmo mês, o Digimais reportou R$ 1,57 bilhão de aplicações interfinanceiras de liquidez e mais R$ 1,69 bilhão de operações de crédito líquidas de provisão, o que reforça a tese sobre a origem do dinheiro à emissora.

O Digimais tem como base de negócio o financiamento de carros e possui patrimônio superior a R$ 4 bilhões. Caso emprestasse mais de R$ 3 bilhões para à emissora, colocaria cerca de 75% do seu patrimônio em um único empréstimo.

Procurado pela reportagem, o Banco Central respondeu que "não comenta assunto específico de uma instituição financeira”. Nem a Record, nem o Digimais comentaram sobre a movimentação.

Nesta quarta-feira (1º), a Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) começou a convocar os donos de celulares recuperados pelo serviço Alerta Celular para o 4º mutirão de entrega. Neste ano, a parceria com a Polícia Militar (PMPE) restituiu 489 aparelhos roubados, perdidos e furtados.

A contadora Dylane Santos foi um dos 50 convocados para reaver o patrimônio na sede da PCPE, área Central do Recife. Ela foi assaltada em dezembro de 2019, quando foi abordada por um homem armado que cruzava a Avenida Boa Viagem, na Zona Sul, de bicicleta.

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Após a perda, ela prestou queixa na delegacia do bairro, onde foi orientada a também se cadastrar virtualmente no Alerta Celular. “Eu tinha nem mais esperança de acharem esse celular. Agora eu vejo que o serviço realmente funciona e acredito que vai diminuir o número de pessoas que compram celular de uma procedência duvidosa”, constatou.

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Em julho do ano passado, o filho do operador de sala de máquinas Euclides de Melo, na época com 9 anos, perdeu o celular que havia ganho de aniversário, em Vila Rica, em Jaboatão dos Guararapes. O pai conta que também se surpreendeu com a resposta das autoridades.

“Como não foi roubo, eu achava mais difícil. Foi uma surpresa, um ano que ele perdeu e eu não esperava que fosse recuperar o aparelho", confessa. Os demais proprietários receberam intimação com informações de como será a retirada em delegacias seccionais e circunscricionais da Região Metropolitana do Recife (RMR), assegura a PCPE.

Reflexo dos quatro anos de programa

De janeiro a julho deste ano, 22.290 roubos e furtos do dispositivo foram registrados em Pernambuco. Em 2017, ano de lançamento do Alerta Celular, foram registrados 61.162 casos. O secretário executivo de Defesa Social, Rinaldo de Souza, apontou a queda de 46% nos índices.

Desde 2017 até o último dia 15, mais de 37.500 mil aparelhos foram recuperados pelo programa. O secretário reforça que o cadastro é uma forma da sociedade participar do combate ao crime, sobretudo em relação à venda irregular.

Ao todo, 570.226 mil aparelhos foram cadastrados no Estado. Contudo, Rinaldo cobra mais participação e explica que o índice representa apenas 6% dos aparelhos em circulação.

O cadastro no site do Alerta Celular é concluído após preenchimento de um formulário com dados pessoais e o IMEI de 15 digítos. A sequência numérica é informada na caixa do aparelho, na nota fiscal e também pode ser obtida na tela ao digitar *#06#. A Secretaria de Defesa Social (SDS) disponibiliza a central de atendimento, das 8h às 17h, através do telefone (81) 98494-3219. 

Com mais apreensões de celulares nas mãos de criminosos e receptadores, as delegacias de Casa Amarela e Salgueiro receberam o prêmio "Destaque Alerta Celular", junto com o 16º Batalhão da PM, no bairro de São José, e o Batalhão de Choque, na Madalena.

A morte de MC Kevin continua dando o que falar. O funkeiro caiu da sacada do quinto andar do hotel onde estava hospedado e morreu aos 23 anos de idade. Agora, segundo informações do Domingo Espetacular, programa da Record, há uma questão a ser resolvida: afinal, o cantor havia acumulado dívidas ou conseguiu conquistar um patrimônio? E quem teria direito a esse patrimônio deixado por ele?

Alexandre Santana, o Gugu, que foi empresário do cantor, contou que antes da pandemia Kevin cobrava R$ 30 mil para se apresentar. Ao fazer mais sucesso, o funkeiro passou a cobrar, no mínimo, R$ 50 mil para se apresentar. Como ele fazia shows diariamente e se apresentava duas, três vezes na mesma noite, especula-se que Kevin ganhava um milhão de reais por mês.

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Além disso, de acordo com o programa, Kevin havia comprado um carro de luxo de R$ 630 mil - que ele nem teve tempo de buscar. Ele iria pegar o carro na concessionária um dia depois do acidente fatal que sofreu. Outra conquista do cantor era uma mansão localizada em um condomínio de luxo em Mogi das Cruzes que ele alugava.

Sobre essa característica de ostentação do filho, Valquíria Nascimento dos Santos, mãe de Kevin, falou o seguinte: "É muito difícil você vir de baixo e de repente você está no alto. Isso prejudica muito a cabeça. Prejudicou muito a cabeça do Kevin. Eu sempre falava para ele: filho, vai passar em um psicólogo para você entender. [E ele respondia] Eu não vou passar nada, não. Minha psicóloga é você, se eu quiser falar, eu falo com você".

Agnaldo Bueno, pai de Kevin, ainda afirma que o filho não tinha dívidas, já que o dinheiro estava entrando, e deu sua opinião sobre a morte do filho - que estava sob influência de bebida alcoólica e drogas no momento do acidente: "O pessoal tudo falou que ele se matou por causa da droga. Acredito eu também, desse pulo dele, salto dele da sacada lá, foi da alucinação por causa da droga sintética".

O Domingo Espetacular ainda conversou com um advogado que explica a questão da herança. Kevin tinha uma filha, que é considerada herdeira necessária, ou seja, ela tem direito ao patrimônio do pai sem que haja um testamento. Isso serve para filhos e cônjuges, de acordo com a lei.

Kevin não era oficialmente casado, mas tinha uma companheira, Deolane Bezerra. Caso ela comprove que mantinha uma união estável, ela pode ter direito a 50% da herança, enquanto a filha de Kevin ficaria com a outra metade.

Valquíria ainda revelou que não está acontecendo nenhuma briga por dinheiro:  "Não tem briga por herança, não tem briga com a mulher dele. Eu amo a namorada dele, amo ela. Eu chamava ela de filha. É como se fosse a minha filha".

E falando em Deolane, a advogada explicou que já voltou a trabalhar com redes sociais. Segundo informações do colunista Leo Dias, ela está promovendo um sorteio de procedimentos estéticos. Ela explicou que já tinha contratos assinados antes da morte do companheiro.

"Antes de acontecer tudo o que aconteceu, eu tinha alguns contratos assinados, como esse sorteio. Na quarta-feira, espero vocês na live com o nome do ganhador. Quero agradecer aos patrocinadores, que tiveram compreensão, e pedir desculpas às pessoas que já tinham comentado na foto antiga, que já tinha quase um milhão de comentários", disse.

A Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa) aprovou, na terça-feira (13), o projeto de lei que transforma em patrimônio cultural de natureza imaterial do Estado do Pará o Grupo de Percussão Fasep’arte, da Fundação de Atendimento Socioeducativo do Pará (Fasepa). O projeto é de autoria da deputada estadual Professora Nilse Pinheiro (Republicanos).

Fundado em 2007 como resultado de atividades envolvendo arte, esporte e cultura, o grupo de percussionistas Fasep’arte é composto por adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas. Para a deputada estadual Professora Nilse Pinheiro, a iniciativa tem um papel fundamental no processo de reintegração dos adolescentes socioeducandos à sociedade.

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“É por meio da valorização de atividades que envolvam a arte e o ofício, como no projeto ‘Fasep’arte’, que podemos fazer com que esses jovens se sintam estimulados a se reinserirem socialmente, e com a capacitação podemos evitar que haja a reincidência em um ato infracional”, explica a deputada estadual e primeira-secretária da Mesa Diretora da Alepa, Professora Nilse Pinheiro.

Os patrimônios culturais de natureza imaterial são os bens culturais relacionados às práticas sociais que consistem em saberes, tradições, ofícios e modos de fazer, como a música, o teatro, entre outras formas de expressão. O Grupo de Percussionistas Fasep’arte possui atualmente 20 integrantes. Além dos socioeducandos das unidades de atendimento da Região Metropolitana de Belém, o projeto é composto também por monitores e professores da Fasepa.

"O objetivo é desenvolver uma experiência de aprendizagem, a fim de obter resultados exitosos quanto à efetividade da integração desses adolescentes na sociedade como cidadãos, que merecem a chance de ter um futuro digno", destaca o presidente da Fundação de Atendimento Socioeducativo do Pará (Fasepa), Miguel Fortunato.

As medidas socioeducativas são mecanismos previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), aplicáveis ao adolescente que comete atos infracionais, ou seja, condutas caracterizadas como crimes ou contravenções penais. A regulamentação das medidas socioeducativas é feita por meio da Lei 12.594/2012, que institui o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase).

Por Yves Lisboa.

 

Alessandra Veiga, ex-esposa de Tom Veiga, intérprete do Louro José, está brigando na Justiça pela herança deixada pelo artista. Tom faleceu em novembro de 2020, quando, segundo ela, o casal ensaiava uma reconciliação. 

Em entrevista ao UOL, Alessandra comentou sobre sua relação com o ex-marido. “Estávamos conversando por telefone, num relacionamento à distância. Eu era uma nova Alessandra e ele era um novo Tom. Ele tinha passado por outras situações e eu também. E ainda não sabíamos se íamos gostar desse novo Tom e dessa nova Alessandra”.

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Alessandra foi casada com o intérprete do Louro José por 15 anos. Juntos, tiveram quatro filhos. Agora, ela briga pela herança deixada pelo artista e rebate as críticas alegando ser seu direto metade do patrimônio do artista. “Tudo o que tem de bem material, a metade é minha. Porque desde quando a gente se divorciou não resolveu. Não foi dividido. Nada foi dividido”.

A modelo Denise Dias tomou a decisão de fazer um seguro para o seu bumbum, considerando ser a parte mais valiosa do seu corpo. As informações são do portal 'Uol'.

"Já estou em contato com meu corretor de seguros que vai fazer uma avaliação dos meus rendimentos para poder fazer um cálculo do seguro e acionar uma seguradora específica", afirmou ao site.

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"Não serei a primeira a fazer esse tipo de apólice, jogadores de futebol, cantores e modelos já fazem para garantir seu patrimônio, que no meu caso é meu bumbum!", complementou.

Aos 29 anos, a modelo faz sucesso nas redes sociais e possui uma linha de moda praia e lingeries. Em março de 2020, Denise decidiu investir em conteúdos de sites adultos para fugir da censura do Instagram, mas encerrou esse projeto no final do mesmo ano.

A dissertação de mestrado da professora Paula Andréa Caluff Rodrigues, denominada "Duas faces da morte: o corpo e a alma do Cemitério Nossa Senhora da Soledade, em Belém/PA", será lançada em livro nesta segunda-feira, em evento on-line pelo canal do Youtube do Instituto Histórico e Geográfico do Pará. O trabalho aborda os novos usos do cemitério da Soledade e o seu significado para a comunidade, tendo em conta a sua natureza material e imaterial. 

Paula Rodrigues é professora do curso de Artes Visuais da UNAMA - Universidade da Amazônia, doutoranda em Comunicação, Linguagem e Cultura e mestra em Patrimônio Cultural pelo IPHAN (PEP/MP). Graduada em Arquitetura e Urbanismo (1989), tem especialização em Sensoriamento Remoto e pós-graduação em História e Memória da Arte. Clique no ícone abaixo e ouça entrevista.

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O papa Francisco voltou a cobrar que as vacinas devem ser sempre criadas para o bem comum e não apenas para o sucesso financeiro de um país específico em uma entrevista publicada nesta quarta-feira (7) pelo site "Vatican News".

"A vacina não pode ser propriedade do laboratório que a encontrou ou de um grupo de países aliados só por isso. A vacina é um patrimônio da humanidade, de toda a humanidade, é universal porque a saúde é um bem comum, como nos ensina a pandemia [do novo coronavírus]. É um patrimônio comum, pertence ao bem comum e esse deveria ser o critério", disse o líder católico.

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Ao falar sobre a pandemia, Francisco voltou a dizer que a humanidade "não vai sair como antes" da crise sanitária e econômica, ressaltando que "ou vamos sair melhores ou piores".

"A maneira com que sairemos disso depende das decisões que tomamos durante toda a crise", acrescentou.

Essa não é a primeira vez que o Pontífice se manifesta sobre a vacina anti-Covid e sua posterior distribuição. Em agosto, o religioso afirmou que "seria triste" se a imunização fosse primeiro para os ricos e não para os mais vulneráveis. Cerca de um mês depois, o líder católico alertou para o "surgimento de interesses particulares [...] para se apropriar de possíveis soluções, como no caso das vacinas, para depois vendê-las aos outros".

O Papa também foi questionado sobre a realização das celebrações e audiências religiosas sem a presença do público por conta da segurança dos fiéis, no ápice da pandemia.

"Foi como falar com fantasmas. Mas, compensei essa ausência física com o telefone e com as cartas. Isso me ajudou muito a medir sobre como as famílias e as comunidades estavam vivendo", disse ainda.

Da Ansa

A declaração de bens dos candidatos deve ser feita ao Tribunal Superior Eleitoral até as 19h deste sábado (26). Os prefeituráveis do Recife declararam patrimônio à Justiça que vai de zero reais a quase R$ 5 milhões. A corrida eleitoral começa oficialmente neste domingo (27), e as candidaturas agora estão sob judice, podendo ser deferidas ou impugnadas pelo TSE.

Confira qual o patrimônio declarado pelos 11 candidatos à Prefeitura do Recife 

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Carlos Andrade Lima (PSL) R$ 4.929.766,49

O candidato declarou ter várias aplicações financeiras, além de dois carros, sendo uma BMW no valor de R$ 173.364,92 e um Fiat Freemont, blindada, no valor de R$ 45.712,70. Ele também declarou imóveis, como um apartamento localizado em Ipojuca, Região Metropolitana do Recife, de R$ 690 mil.

Coronel Alberto Feitosa (PSC) R$ 2.472.642,06

O postulante declarou à Justiça ser dono de vários imóveis no Recife, aplicações financeiras, ter R$ 50 mil em espécie e uma Hillux no valor de R$ 179 mi, além de quatro relógios que, juntos, somam R$ 28 mil.

Mendonça Filho (DEM) R$ 2.227.130,55

Maior parte do valor declarado ao TSE é proveniente de investimentos, além de um imóvel em São Paulo, no valor de R$ 1 milhão.

Marco Aurélio (PRTB) R$ 1.276.002,58

O prefeiturável declarou três carros que, juntos, somam R$ 240 mil e dois imóveis que valem mais de R$ 1 milhão. 

Marília Arraes (PT) R$ 1.084.729,44

Maior parte do valor é investimento, além de um apartamento no valor de R$ 735 mil e um carro Chevrolet Trailblazer Renavam, no valor de R$ 70 mil.

João Campos (PSB) R$ 242.769,80

Entre os bens declarados pelo pessebista existe um carro Toyota, no valor de R$ 32.799,89, um imóvel no valor de R$ 40 mil reais e R$ 15 mil em espécie.

Charbel Elias Maroun (NOVO)

R$ 459 mil em investimentos.

Delegada Patrícia Domingos (Podemos)

Declarou possuir apenas um carro Honda no valor de R$ 79.465,66.

Os candidatos Claudia Machado Ribeiro (PSTU), Thiago Santos (UP) e Victor Assis (PCO) não declararam bens.

Um crucifixo localizado no Alto da Sé, em Olinda, na Região Metropolitana do Recife (RMR), foi depredado na madrugada deste sábado (8). O suspeito de ter danificado a estrutura foi identificado e está custodiado no Hospital Miguel Arraes, em Paulista, na RMR. Ele teria se machucado com a cruz quebrada.

O homem foi localizado por meio de câmeras de segurança na área. De acordo com a Companhia Independente de Apoio ao Turista (Ciatur), o suspeito foi socorrido após ter dois dedos do pé esmagados. Ele também teria fraturado a perna.

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Uma equipe da Secretaria de Patrimônio, Cultura, Turismo e Desenvolvimento Econômico esteve no local para fazer estudos do dano. A Prefeitura de Olinda deverá fazer um projeto de restauro.

O Crucifixo é um patrimônio histórico, considerado elemento de destaque na cidade. Os blocos de pedra derrubados serão recolhidos para o restauro. O caso será investigado pela Polícia Federal, por se tratar de um equipamento do Sítio Histórico de Olinda, que é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Na manhã desta sexta-feira (10), dois supostos integrantes do Movimento Brasil Livre (MBL) foram alvos de uma operação da Polícia Civil, em parceria com o Ministério Público de São Paulo (MP) e a Receita Federal. Eles são suspeitos de lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio ao desviar cerca de R$ 400 mil em tributos.

Quatro mandados de busca e apreensão foram cumpridos em São Paulo e Bragança Paulista, no interior do estado. Segundo a Globonews, os presos são Alessander Mônaco Ferreira e Carlos Augusto de Moraes Afonso, no entanto, o MBL nega que os dois façam parte do grupo.

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"Alessander Monaco Ferreira e Carlos Augusto de Moraes Afonso não são integrantes e sequer fazem parte dos quadros do MBL. Ambos nunca foram membros do movimento. Uma notícia veiculada de maneira errônea por um portal criou tal confusão", publicou o deputado federal Kim Kataguiri (DEM), um dos líderes do movimento.

No Twitter, a hashtag #DerreteMBL é um dos assuntos mais comentados no Brasil. Tanto usuários da esquerda, quanto parte da direita comemoram a ação contra o grupo. "Esses nunca enganaram ninguém", "melhor notícia da semana", "hoje meu café da manhã terá um gosto maravilhosamente especial", foram alguns comentários em apoio à investigação.

Thiago Salvático, que se apresentou como namorado do falecido apresentador Gugu Liberato, quer que a Justiça reconheça a união estável dele com o apresentador. Para isso, seus advogados entraram com um processo. Eles pedem também que exista a partilha de bens acumulados durante o tempo que estiveram juntos.

A ação foi protocolada na 9ª Vara de Família e Sucessões do Foro Central da Comarca de São Paulo. Os advogados relatam no processo que Thiago e Gugu se conheceram em novembro de 2011 e em fevereiro de 2012 começaram a trocar mensagens diariamente.

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O Notícias da TV teve acesso ao processo e relata que foi em uma viagem à Suíça, em novembro de 2016, que o casal assumiu o compromisso de ficarem juntos e formar uma família juntos. Os advogados do chefe de cozinha argumentam que o envolvimento dos dois não tinha mais como evoluir em termo afetivos - já que o apresentador morreu em novembro do ano passado - e o acordo verbal selado em novembro de 2016 configura a relação como uma união estável.

Para comprovar a relação íntima entre os dois, é dito no processo que o casal compartilhava cartões de crédito e que o Thiago tinha as senhas dos cartões de Gugu - além de possuir investimentos em conjunto. 

Por conta de toda essa relação com o ex-apresentador, Thiago quer o reconhecimento da união estável, a divisão dos bens adquiridos por Gugu desde novembro de 2016, uma indenização de R$ 100 mil e que os filhos, sobrinhos, irmãos e mãe do falecido arquem com as custas processuais.

Parte do Patrimônio Cultural Imaterial de Pernambuco, tão rico e repleto de histórias, é o tema de um e-book desenvolvido especialmente para este período de isolamento social e pensado para o público infanto-juvenil. Recheado com uma série de ilustrações para serem coloridas, o material, batizado de Desenhos para Colorir, está disponível para download gratuito. As imagens, criadas pelo ilustrador Adeildo Leite, trazem fachadas dos equipamentos culturais gerenciados pela Secult-PE/Fundarpe.

“Após selecionar as imagens, fiz os desenhos utilizando carvão. Fotografei essas imagens e organizei no PDF ao lado de imagens reais dos equipamentos para serem usadas como referência na hora de pintar”, explicou Adeildo Leite.

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O resultado é um arquivo com seis imagens para colorir que, além de divertir e ajudar a passar o tempo durante o isolamento social, ainda ensina mais sobre os espaços culturais que são patrimônio dos pernambucanos. Nesta edição, estão retratados Casa da Cultura, Cinema São Luiz, Museu do Estado de Pernambuco, Teatro Arraial Ariano Suassuna, Museu do Trem/Estação Central do Recife e Museu de Arte Sacra de Pernambuco. Agora, é pegar os lápis de cor e deixar a imaginação correr solta.

 

*Via Assessoria de Comunicação

As ruas esvaziadas pela quarentena do coronavírus têm dado muito menos dor de cabeça para a polícia na cidade de São Paulo. Desde que o isolamento começou, há cerca de duas semanas, as ocorrências criminais, principalmente as de roubo, vêm caindo num ritmo acelerado. Como consequência, a Polícia Militar tem redirecionado patrulhas para oferecer proteção a estabelecimentos considerados essenciais, que continuam em funcionamento.

Apesar de as estatísticas oficiais ainda não terem sido oficialmente contabilizadas, a PM já fala em uma estimativa de 50% de redução dos casos de crimes contra o patrimônio, categoria que inclui desde o roubo de celular até o assalto a comércios. Mas ainda se trata de um dado preliminar. Em março do ano passado, a capital registrou 393 roubos por dia. Se a estimativa da polícia estiver certa, esse crime pode ter caído para menos de 200 casos diários.

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Com a mudança drástica no fluxo de pessoas, a corporação já tem adotado mudanças em seus patrulhamentos. Só na capital, há mais de mil viaturas voltadas ao atendimento da ronda escolar. Com a suspensão das aulas, agentes e veículos agora circulam por outras áreas. "Eles estão na proximidade de supermercados, padarias, farmácias, hospitais e, no período da noite, com mais intensidade nos bairros residenciais", explica o tenente-coronel Emerson Massera, porta-voz da PM.

Por outro lado, o esvaziamento das ruas pode representar uma oportunidade para o criminoso diante de uma vítima indefesa. Esse é o receio da administradora de empresas Daniela Cerri Seibel. "Você fica mais apreensivo porque não existe movimento. Então, quando ouço uma moto vindo, já fico gelada porque já fui assaltada várias vezes", diz. Ela, que é presidente da Associação de Moradores dos Jardins (AME Jardins), conta que levou a preocupação ao capitão da área e ouviu dele a mesma estimativa tranquilizadora de queda de ocorrências.

"A percepção da pessoa que sai de casa e vê a rua vazia é que qualquer bandido vai ter facilidade para roubá-la. Na prática, o criminoso também se sente numa situação desconfortável porque pode ser facilmente visualizado", diz Massera.

O oficial conta que até os chamados ao 190 têm mudado de característica. "Há menos chamado para crime e mais reclamação da postura de alguma pessoa que deveria estar isolada, de algum comércio que deveria estar fechado. Há mudança no perfil das ocorrências."

De qualquer forma, quando a quarentena começou o empresário Rodrigo Salles, que está à frente do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) da região da Avenida Paulista e dos Jardins, aconselhou os comerciantes da área. "Disse para as pessoas se prevenirem, reforçar o fechamento de portas e janelas porque não se sabe até quando vai se estender isso."

A diminuição geral de ocorrências não significa que o trabalho policial contra crimes comuns tenha parado. Na tarde de ontem, o delegado Osvaldo Nico Gonçalves, que está à frente do Departamento de Operações Policiais Estratégicas (Dope), estava apresentando o resultado de uma ação que resultou na prisão de suspeitos de cometerem sequestros-relâmpago.

"Prendemos quatro que faziam sequestros, pegavam quem estava mais vulnerável e ficavam cinco, seis horas gastando com o cartão de crédito. De um mês para cá, eles continuavam fazendo isso", diz.

Ainda assim, o que tem ocupado mais a rotina do delegado Nico são atividades relativas ao coronavírus. A Polícia Civil tem atuado para coibir a venda de álcool em gel adulterado e, até a semana passada, 32 pessoas já tinham sido presas no Estado em casos ligados ao produto. Além disso, os agentes têm se dedicado a apoiar ações da secretaria de Saúde, como escolta a recolhimento e transporte de máscaras para os hospitais.

Na rua

Comerciantes que trabalham em áreas mais movimentadas têm visto a fiscalização aumentar. Edilson Fernandes, gerente de um açougue na Lapa, conta que a presença de agentes da Prefeitura vem se intensificando. Nas regiões com menos estabelecimentos, os vendedores dizem não ter mudado muita coisa. Para Eduardo Nicolas, gerente de uma hamburgueria na Barra Funda, a fiscalização não aumentou. "O movimento de policiais e guarda civis permanece o mesmo." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 

Foi preciso que a reportagem caminhasse quase três horas para percorrer a trilha que liga os engenhos Ilha e Jurissaca, no Cabo de Santo Agostinho. Cerca de dez posseiros nos convidaram a conhecer o perímetro depois que o Complexo Industrial Portuário de Suape iniciou uma nova onda de demolições de casas e remoções de cercas de arame e estacas que demarcavam as propriedades de agricultores instalados nas terras, localizadas no entorno da recém-inaugurada fábrica dos laboratórios Aché.

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O empreendimento, inaugurado em outubro de 2019, motivou uma série de desapropriações, sendo 41 delas ligadas a famílias que ainda não receberam indenização. Com a destruição da estrada de acesso à zona rural, encerrada agora por muros gigantescos, o caminho para as propriedades tornou-se um suplício. Mata adentro, uma trilha aberta pelos próprios posseiros não dá passagem para carros ou motos. Só se passa a pé.

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Diante do amontoado de tijolos que por 30 anos foi a casa que garantiu a subsistência de sua família, o posseiro José Severino dos Santos, de 64 anos, conta que apenas assistiu, de longe, à derrubada do imóvel. “Não encostei por medo. Cheguei no terreno e vi de longe. Era um grupo de seis homens (segurança privada de Suape) com martelos, marretas e picaretas, derrubando a casa da minha irmã”, conta. Se no passado a área era repleta de vizinhos e de chão bom para o plantio de batata, macaxeira, maxixe e milho, agora apenas um enorme descampado circunda os destroços da casa. “Indenizaram todos os terrenos ao redor desse, menos a gente e minha irmã ficou sozinha. Depois, apareceu um gado que ninguém sabe de quem é e destrói tudo. Eles vão isolando, para a turma correr”, conclui.

Mas correr para onde? Desde que foi expulsa das terras em que morava e trabalhava, a posseira Maria Joseilda da Silva precisa enfrentar 12km todos os dias para plantar e colher feijão, no Engenho Jurissaca. “O nosso terreno era no Posto do Padre, o que aconteceu foi que me chamaram para fazer o acordo e nunca pagaram a indenização. Ninguém vive de boniteza nem de brisa e preguiça de trabalhar eu não tenho”, comenta.

Maria Joseilda: "não posso é deixar meus filhos morrerem de fome". (Rafael Negrão/cortesia)

Mesmo em época de colheita farta, Maria não apura mais do que R$ 60 por semana, somando, nos melhores meses, a renda de R$ 240, com a qual sustenta três filhos. “Sou viúva e o INSS cortou a pensão que eu recebia do meu marido. Queria perguntar ao governador qual foi o desenvolvimento que ele trouxe para cá, porque meus filhos estão todos desempregados. A gente vê povo trabalhando na fábrica, mas ninguém daqui”, critica. Por vezes, a agricultora, é obrigada a trabalhar sob a observação da segurança privada de Suape. “Ficam ali debaixo de um pé de azeitona, perguntando se venho sozinha, se tenho medo, se tenho marido...Eles dizem que não posso plantar, mas o que não posso é deixar meus filhos morrerem de fome”, argumenta.

Vista com admiração por outros posseiros e constantemente descrita como uma mulher dotada de uma coragem “que muito homem não tem”, Maria foi uma das agricultoras realocadas para uma nova área depois de uma onda de expulsões executadas a mando de Suape, há cerca de dois anos. “Os posseiros acabaram ficando muito distantes uns dos outros e reagrupá-los para que eles se fortaleçam foi nossa estratégia”, explica Vera Lúcia Melo, presidente da Sociedade de Pequenos Agricultores de Ponte dos Carvalhos.

Milícias a serviço de Suape?

Durante trilha que liga engenhos, é possível notar os resquícios de estacas arrancadas. (Rafael Negrão/cortesia)

Com uma garrafa em uma das mãos e algumas frutas na outra, o posseiro José Amaro Bezerra, de 68 anos, é um dos muitos idosos que acompanham nossa equipe pelo entorno da Fábrica Aché. Com a camisa encharcada de suor, em determinado momento do percurso ele aponta para uma fileira de tocos de madeira teimosamente cravados no chão. “Vieram (vigilantes de Suape), derrubaram as estacas e aí falei que eram minhas. Eles disseram que se eu estivesse certo, iam devolver o material. Ainda perguntaram se eu tinha medo de ficar aqui”, lamenta Bezerra.

Tal experiência parece comum aos demais posseiros. Isolado graças à derrubada das casas de todos os vizinhos, a mobilidade comprometida e a energia elétrica cortada, Bezerra foi impossibilitado de permanecer no terreno onde viveu pelos últimos trinta anos. Sobre as motivações que teriam levado sua a família a ser a última a deixar o local, após a saída e indenização de todos os vizinhos, Isaneide Bezerra, filha do posseiro, conclui: “até hoje, me pergunto o porquê, mas só acho que o que Suape quis fazer foi nos intimidar”.

Base de casa de posseira destruída por Suape já em 2020. (Rafael Negrão/cortesia)

Agricultora aponta resquícios de estrutura de alojamento derrubada. (Rafael Negrão/cortesia)

Além de cortar as estacas, agentes da vigilância do complexo industrial teriam ainda derrubado as cercas feitas com o arame adquirido por Bezerra, com seus próprios recursos financeiros. “Agora estamos nos virando nos trinta, porque meu marido é pescador e há três meses está doente. Para não cruzar os braços, faço artesanato. Pagava aluguel até domingo (três dias antes da entrevista), hoje estou morando em uma invasão”, desabafa Isaneide.

No dia 16 de novembro de 2019, família Bezerra foi uma das que registrou Boletim de Ocorrência contra Suape. “No dia quinze de outubro do ano em curso, pelo período da tarde, foi abordado em seu sítio, por cinco elementos desconhecidos, os quais pertenciam ao corpo funcional de Suape, sendo que três estavam em uma caminhonete e dois motorizados e armados”, comunica o documento. Além deste, a reportagem do LeiaJá teve acesso a mais seis BO’s feitos por posseiros dos engenhos Jurissaca e Ilha, entre março de 2017 e janeiro deste ano. Em cinco das ações, é mencionada a presença de Romero Correia da Fonseca, chefe de segurança de Suape. Ele também é denunciado por portar armas de fogo, assim como membros da vigilância particular do complexo.

Em um vídeo gravado neste ano, Romero discute com Vera Lúcia de Melo, que tenta impedi-lo de deixar o Engenho Ilha após a demolição da base da casa de uma moradora. É possível assistir ao momento em que ele, a bordo de uma caminhonete com a logomarca de Suape, arranca com a carroceria repleta de estacas. “Eu tive uma prova tremenda do que é ser mulher negra e liderança. Tive que parar o carro com ele acelerando e colocando o veículo para cima de mim. Para ser bem educada, vou colocar ele como sendo um cara desumano, desprezível”, define Vera, que, devido aos conflitos em Suape, integra o Programa de Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos (PEPDDH), desde 2016.

Segundo relatos de moradores da região que preferem não se identificar, durante as ações de remoção, Romero costuma se utilizar de armas de fogo para intimidar a população, identificando-se como policial. O LeiaJá pediu esclarecimentos à Polícia Civil a respeito da conduta do chefe de segurança. Por meio de assessoria de imprensa, a instituição disse que não confirmaria se Romero é policial ou não, alegando que assim respeitaria a Lei de Abuso de Autoridade. A reportagem localizou, contudo, em um Boletim Interno de Serviço da Polícia Civil de Pernambuco, datado de 11 de abril de 2008, o comunicado de aposentadoria de um escrivão chamado Romero Correia da Fonseca, que atuou por 33 anos na corporação.

Romero Fonseca é flagrado levando estacas de posseira em carro de Suape:

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Carlos Gomes, membro do Departamento Jurídico do Sindicato dos Vigilantes de Pernambuco (SINDESV-PE), defende que Suape utiliza indevidamente os profissionais de segurança particular, terceirizados da empresa Servi-san. “O vigilante é treinado e formado para tomar conta do patrimônio a que presta serviço. Ele não tem autorização para se meter em conflitos da empresa, para ir até a casa daquele posseiro. O porto alega que a terra é deles e o trabalhador fica no meio dos conflitos da empresa”, explica. Gomes acrescenta que o vigilante pode sim utilizar armas de fogo no perímetro que está autorizado a atuar.

A Polícia Federal, por meio da Delegacia de Controle de Segurança Privada (Delesp), é o órgão responsável por fiscalizar a atuação dos serviços de segurança privada. Por meio de assessoria de imprensa, a instituição informou que, no ano de 2011, realizou diligências na área, verificando o envolvimento de vigilantes na derrubada de imóveis. Como consequência, a empresa “Servi-san Vigilância e Transporte de Valores foi autuada e, ao final, cancelada punitivamente”. A PF colocou ainda que não estava ciente das novas denúncias, as quais irá apurar e, caso sejam confirmadas, poderão motivar “eventual punição sobre a empresa de segurança de privada”.

À esquerda, José Severino dos Santos, que se escondeu ao avistar funcionários de Suape derrubando a casa de sua irmã. (Rafael Negrão/cortesia)

No dia 2 de fevereiro de 2015, foi aberto pela 3ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania do Cabo de Santo Agostinho, do Ministério Público, um procedimento preparatório voltado para a atuação de milícias armadas a serviço de Suape. A ação- que levou em consideração os relatos líderes comunitários dos Engenhos Massangana, Vila Tatuoca, Boa Vista, Ilha, Serraria, Tabatinga e Algodoais- notificou a empresa a se manifestar em um prazo de 15 dias. A despeito das fotografias e evidências anexadas ao documento, Suape negou envolvimento nas ações criminosas. “Precipuamente, reitera-se que inexiste por parte desta Empresa Pública, quer por seus funcionários ou prestadores de serviços, qualquer ato truculento ou fora da legalidade, sobretudo quanto ao tratamento dispensado às famílias residentes no Complexo", respondeu a empresa, em 20 de março de 2015.

“Meu pai teve um AVC três dias depois da reunião com Suape”

Aos 63 anos, Severino Florêncio Filho travou sua última batalha contra Suape. O agricultor assistiu, um a um, à saída todos os vizinhos da qual havia tirado o sustento de sua família pelos últimos 30 anos. Com os oito filhos crescidos, sua principal companhia passou a ser uma pergunta: por que apenas ele não havia sido indenizado? “Ele ficou ‘aperreado’ de não ter uma resposta. Meu pai teve um AVC três dias depois da última reunião com Suape”, conta Walkíria Florêncio.

Walkíria diante do terreno que foi a roça em que cresceu. (Rafael Negrão/cortesia)

Um dos mais próximos ao muro da Fábrica Aché, o terreno inabitado logo se transformou em um enorme matagal. “O sentimento é de tristeza, a gente lembra tudo que viveu aqui. Com tanto dinheiro, não pagam a indenização. Para fazerem o que eles querem com as terras e a gente seguir nossa vida”, conclui Walkíria.

O nome de Severino Florêncio Filho é o 34º, dentre outros 43, a aparecer em um estudo cartográfico feito por Suape, em março 2019, sobre a localização dos ocupantes das terras que circundam fábrica Aché. O documento em si, aliás, é a melhor evidência de que a empresa reconhece a existência dos remanescentes que ainda não receberam suas indenizações.

Mapa de Suape em que constam nomes de posseiros que ainda não foram indenizados. 

No dia 28 de fevereiro de 2019, um novo procedimento foi aberto, desta vez, para apurar o não pagamento das indenizações de posseiros removidos de suas casas por Suape. A ata da reunião anexada ao documento, promovida pelo MPPE no dia 22 de janeiro do mesmo ano, registra a denúncia feita pelos posseiros a respeito de um laudo das benfeitorias de suas terras realizado pelos funcionários de Suape, que retiraram as mudas e plantações sob a promessa de pagamento da indenização em um prazo de noventa dias. Sete anos depois, os agricultores seguem sem receber o dinheiro.

O relatório “Complexos Industriais e Violações de Direitos”, publicado pela Plataforma de Direitos Humanos Dhesca Brasil em 2018, denuncia que as indenizações oferecidas por Suape costumam ser incompatíveis com o que é estabelecido pela Federação dos Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado de Pernambuco (Fetape). “Mais de 12 laudos de avaliação do valor indenizatório de sítios desapropriados na localidade precisaram ser refeitos graças ao trabalho da Associação de Pequenos Agricultores de Ponte dos Carvalhos”, expõe o documento.

Pequenas passagens de pau precariamente instaladas pelos posseiros para criar acesso às terras. (Rafael Negrão/cortesia)

O LeiaJá solicitou entrevista com a atual promotora responsável pelo caso, Evânia Citian de Aguiar Pereira. O MPPE, contudo, disse que se manifestaria por meio de nota. Apesar da supracitada relação de posseiros a serem indenizados feita pela própria Suape, a instituição afirmou que “instaurou um procedimento para investigar quantas pessoas estão sendo atingidas pela construção do laboratório Aché, no complexo industrial de Suape, e a quantificação desse dano causado a elas”. O posicionamento menciona ainda uma reunião feita no dia 16 de agosto de 2019, com a presença de representantes do laboratório Aché, de Suape, do Fórum Suape, e a presidente da Sociedade dos Pequenos Agricultores. “Na ocasião, ficou acordado que o Fórum Suape deveria apresentar quais eram as pessoas atingidas pela construção do laboratório Aché, bem como a quantificação do dano por elas sofrido. A solicitação foi respondida no dia 28 de janeiro de 2020, por meio da coordenadora do Fórum Suape Espaço Socioambiental, Kássia de Souza. Porém, não foi informada a quantificação do dano causado, assim, o Ministério Público requereu mais diligências”, conclui o posicionamento.

Vera Lúcia Melo critica a morosidade da atuação da instituição. “A gente apresenta provas, dá toda a situação para ela, documentos, vídeos, foto e ela continua pedindo mais, já faz mais de um ano”, queixa-se.

História

Vera chama atenção para o grande tempo de ocupação das comunidades que habitam o entorno da fábrica Aché. “A gente se considera comunidade tradicional. O Engenho Ilha foi fundado em cima da cana de açúcar, as famílias que residem nesse arruado sempre trabalharam com agricultura”, comenta. A ata de fundação da Sociedade dos Pequenos Agricultores de Ponte dos Carvalhos, de 22 de maio de 1988, é um indício da longevidade da ocupação dos trabalhadores na área que circunda a fábrica Aché. Outro documento, um termo de recebimento da Associação dos Agricultores de Suape, atesta, em dois de novembro de 1990, que a então Diretoria de terras e Cartografia (DTC) da Secretaria de Agricultura do Estado de Pernambuco chegou a concluir um estudo topográfico na área denominada de Suape- II, correspondente aos engenhos Ilha, Cedro, Jurissaca e Boa Vista.

Na ocasião, o próprio estado de Pernambuco demarcou 265 lotes e áreas comunitárias, tendo ainda apresentado as divisas das regiões a seus ocupantes. "Declaramos que os serviços foram concluídos a contento e que as áreas onde os candidatos não compareceram, trocaram de lotes ou ocupam partes de lotes, terão seus problemas resolvidos pela própria associação juntamente com a direção de Suape. Sendo assim, a diretoria da associação abaixo assinada, dá como recebido os trabalhos de demarcação dos lotes supracitado (sic)", conclui o documento, assinado também por Suape e DTC.

Enorme, Muro da Fábrica Aché obriga posseiros a fazer caminho ainda maior para chegar às pequenas plantações. (Rafael Negrão/cortesia)

A Superintendência do Patrimônio da União (SPU) confirmou a posse de parte das terras correspondentes ao engenho Ilha, as quais tipifica como “terreno de marinha”. As terras estão regularizadas, por direito de ocupação, em nome de Suape. Sobre o Engenho Jurissaca, a instituição afirmou que seria necessário informar alguma localização exata, com endereço completo, pois “usando somente a denominação não foi possível identificar no sistema”.

Suape nega acusações

Por meio de nota, Suape negou que tenha ordenado a derrubada de casas de posseiros, confiscado objetos de posse de terceiros ou se utilizado de vigilantes portando armas de fogo para intimidar a população. A empresa ainda afirmou que não possui quaisquer pendências em relação a indenizações a posseiros.

Confira a nota na íntegra:

“Pela Lei 10.406/2002 (Código Civil), Suape tem a obrigação de impedir invasões no território com o objetivo de proteger o patrimônio público. Se identificarmos o momento em que um imóvel está sendo construído, devemos agir imediatamente, impedindo a continuidade da obra. Quando a invasão é detectada posteriormente, nós entramos na justiça solicitando reintegração de posse.  Pode ocorrer de sermos convocados pelo Ministério Público a participar da reintegração de posse. Mas, sem ordem judicial, Suape não interfere em moradias já consolidadas.

Vale salientar que o Complexo de Suape foi concebido com um grande território (mais de metade dele de área preservada) por um motivo. Se o porto sofre pressão urbana, ele perde sua capacidade de crescer, de acompanhar as novas demandas do setor, de ser competitivo e de gerar novos empregos e renda para a população. São 23 mil empregos gerados no território, atualmente. E temos capacidade para gerar muito mais.

Com relação aos Engenhos Ilha e Jurissaca, Suape negociou a saída de 126 famílias dessas áreas e todas elas foram indenizadas e tiveram a opção de escolher uma casa no Conjunto Habitacional Nova Vila Claudete ou cinco hectares de terra em assentamentos rurais. Outras 43 famílias solicitaram indenização para sair da área, mas essa questão não foi negociada por Suape, portanto, não procede a informação de pendências em indenizações.

As equipes de segurança de Suape que atuam no controle territorial trabalham sem armamento e com identificação. E qualquer material recolhido pela equipe fica à disposição dos proprietários.

Nenhum boletim de ocorrência de truculência foi gerado na atual gestão, iniciada em janeiro do ano passado.  E orientamos a população que qualquer comportamento indevido seja registrado, para que possamos apurar o fato e tomar as medidas cabíveis.

Sobre a empresa Ache, o empreendimento ainda não teve sua planta concluída e está em obras.

Por fim, destacamos que nos últimos dias temos visto uma série de vídeos antigos circulando nas redes sociais como se fossem novos, justamente no momento em que Suape desenvolve projetos socioambientais nas comunidades consolidadas do território. Diante disso, registramos o interesse e a prática da atual gestão em manter o diálogo com as comunidades e fomentar a economia e a melhoria da qualidade de vida das famílias consolidadas no território”.

“Piada de mal gosto”

Vera Lúcia, presidente da Sociedade de Pequenos Agricultores, integra o Programa de Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos (PEPDDH), desde 2016. (Rafael Negrão/cortesia)

Vera Lúcia de Melo classifica a resposta de Suape como uma “piada de mal gosto”. “Em algumas áreas do Engenho Ilha não indenizaram ninguém, somando com Jurissaca faltam 41 famílias. Ninguém é invasor”, comenta. Sobre a colocação de que a empresa não interfere em moradias já consolidadas sem reintegração de posse junto ao Ministério Público, a advogada do Fórum Suape- que defende os interesses dos posseiros- Mariana Vidal lembra que a própria Suape já afirmou, em ofícios encaminhados à justiça, que se utiliza do desforço imediato. “Esse é um instituto de autotutela, utilizado quando a própria parte que supostamente teve um direito violado não precisa recorrer ao judiciário para reaver sua coisa. A violação seria tão recente que a parte teria o direito de reaver a área supostamente invadida”, acrescenta.

Vidal reitera que os primeiros posseiros ocupam as terras há pelo menos trinta anos. “Isso confere a eles o direito de usarem o terreno como bem entenderem, contato que isso não fira a lei. Se os posseiros querem construir uma casa, uma cerca, dentro da área onde eles exercem a posse, podem fazer isso. Só que Suape se acha no direito de destruir qualquer construção nova, mesmo quando elas estão em terrenos de famílias que exercem a posse há muito tempo”, completa.

Fábrica Aché, no Engenho Jurissaca. (Rafael Negrão/cortesia)

A advogada critica ainda a falta de diálogo com a comunidade durante o processo de instalação da Fábrica Aché, que reforçou um longo processo histórico de invisibilização desses agricultores. “A Aché alega que não tinha conhecimento da existência de famílias no local. O estudo ambiental que embasou o processo de licenciamento ambiental não menciona nenhuma delas, então, consequentemente, não prevê medidas compensatórias e mitigadoras dos impactos que irão recair sobre essa comunidade, tanto oriundos da instalação quanto da operação do empreendimento”, conclui Mariana.

Também advogada do Fórum Suape, Luísa Duque argumenta ainda que Suape chegou a fazer a contagem das benfeitorias dos terrenos, o que gerou nos posseiros grande expectativa da indenização. “Até porque a forma como a empresa procedeu com as indenizações e os reassentamentos de parte da comunidade foi de forma a tornar os sítios remanescentes isolados, deixando a vida das pessoas insegura”, declara. Vidal complementa: “E, agora, tudo que a comunidade quer é ser indenizada para sair de lá. O Ministério Público não tem feito nada em relação a isso, enquanto as pessoas vão ficando idosas e tentando sair da área por conta própria”.

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