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O Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural de Pernambuco aprovou, na última quinta-feira (5), o processo de tombamento do acervo do compositor Capiba. A proposta foi apresentada pelo conselheiro Rodrigo Cantareli.

Cerca de cinco mil peças entre partituras, livros, discos, placas, troféus e objetos pessoais, entre outros, farão parte do acervo. As peças pertencem à Dona Zezita, viúva do compositor. O processo de tombamento de todo o acervo estava arrolado na Fundarpe desde 2013, quando o material foi catalogado devido a sua importância histórica. 

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Agora, o tombamento garantirá a preservação desse material. Além dos objetos do acervo, também será tombada a casa onde Capiba morou, na Rua Barão de Itamaracá, bairro do Espinheiro, no Recife. A decisão de aceitar o pedido de tombamento do imóvel levou em conta a dimensão simbólica do lugar que foi moradia do compositor durante toda sua vida. 

O dia 3 de setembro é lembrado o Dia do Biólogo. A profissão foi regulamentada no ano de 1979, quando também foi criado o Conselho Federal de Biologia. Para lembrar dessa data, a equipe do LeiaJa.com acompanhou André Maia, que segue nesta profissão há 10 anos e trabalha com resgate de animais e dando palestras sobre preservação. Para ele, é muito importante lembrar às pessoas de que a natureza e os animais devem ser protegidos.

“Nós acreditamos que o que eu não conheço eu temo. O que eu temo eu mato. Então, por conta disso, é importante fazer com que as crianças entendam qual é a importância da preservação ambiental e conhecer um pouco o animal - podendo, assim, conhecer, admirar e o melhor: respeitar”, afirma.

André Maia costuma sempre levar animais para suas palestras, a exemplo de Scar (serpente), Cristal (coruja) e o seu preferido: Paçoca (furão). Quem assiste fica admirado e passa a entender o papel fundamental do biólogo no processo de conscientização da proteção dos animais silvestres. Ianka Souza é estudante e reconhece que o biólogo enfrenta muitas dificuldades, mas tem um grande valor. “Embora seja uma profissão que não seja muito valorizada, eu acho que o papel do biólogo é algo fundamental para o todos, porque ele pesquisa e importa com os impactos que o homem impõe à natureza.”, destaca.

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Apesar dessa luta diária, Maia também destaca que o sentimento de ser em frente é muito maior: “ser biólogo é uma paixão tão grande. Você trabalhar não só pra você, mas para que as próximas gerações também possam ter o direito de ver tudo o que a gente está vendo hoje em dia - o que ainda é pouco se comparado ao que era possível antes da ação do homem”, diz.

Confira mais detalhes sobre a atuação do biólogo e sua importância no vídeo:

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Entre as tradicionais ruelas do bairro da Boa Vista, uma tentativa de resgate e preservação da história recifense. O antigo casarão Villa Ritinha, fundado em 1835, está em processo de recuperação após anos e anos em completa degradação. Localizado na Rua da Soledade, o imóvel é um incrível exemplar da arquitetura portuguesa do século XX e, pelas mãos do alemão Klaus Meyer, tenta dar nova vida a uma região marcada pelo desprezo público e pela violência.

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Originalmente, o Villa Ritinha pertencia a um barão de açúcar português, respeitado maçom que utilizava o imóvel para reuniões da sociedade. O palácio compreendia todo o quarteirão (hoje, dividido em cinco imóveis) e foi a primeira residência privada a receber luz elétrica na capital pernambucana, segundo informa Klaus. Em 1918, passou por uma modificação e mais tarde transformou-se no primeiro hotel de luxo do Recife. Ao longo dos anos, o imóvel se tornou uma pensão e posteriormente um bordel. "A funcionária faleceu e a casa ficou só, abandonada. Depois a família proprietária decidiu vender e eu descobri na internet", afirma Meyer. 

Sem qualquer investimento público, o proprietário banca sozinho o total restauro do casarão. "Já gastei uma fortuna: eu comprava facilmente duas coberturas ou mais, em Boa Viagem, com o dinheiro gasto na Villa Ritinha. E ainda falta cerca de R$ 2 milhões para o completo restauro". Os altos valores são compreensíveis pois fachadas, obras de artes e até mesmo o salão de espelhos estão sendo reproduzidos fielmente, como no projeto original da mansão. "O cupim estava a comer tudo. O que não foi estragado, roubaram para vender. Inclusive uma banheira de cobre, vinda da Inglaterra, foi vendido a preço de sucata". 

Hoje, o local se tornou a Casa Cultural Villa Ritinha, um café-bistrô destinado à arte em suas várias expressões: exposições, apresentações musicais, concertos e cursos. Klaus tem o objetivo de adquirir as casas ao lado para fazer a ampliação do local, tal qual ele era na sua fundação. "Estudei arte e design e me parte o coração quando passo por aqui e vejo essas casas antigas, lindíssimas, se estragando completamente de cima para baixo. Ninguém dá valor. As pessoas não notam, deixam desaparecer e depois toda a gente chora. A Boa Vista para mim é uma área fantástica, de construções lindas", declara o alemão. 

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Meyer lembra que este tipo de descaso público não é exclusividade brasileira e lembra que o Harlem, em Nova Iorque, era tão desprezado ou pior quanto a Boa Vista, mas depois de vontade política e investimentos se transformou num reduto de cultura e arte na cidade norte-americana. 

O LeiaJá entrou em contato com a Prefeitura do Recife, através da Secretaria de Planejamento Urbano. Em nota, o órgão informou que o "desafio maior da gestão pública é oferecer alternativas que gerem o incentivo necessário aos proprietários de imóveis que estejam inseridos em zonas especiais". De acordo com a Secretaria, a responsabilidade da preservação do imóvel "é sempre do proprietário, que pode ser privado ou público". 

O órgão ainda citou as câmaras técnicas do Conselho da Cidade, "instrumentos urbanísticos específicos que beneficiarão as zonas de preservação da cidade: Outorga Onerosa, Transferência do Direito de Construir, IPTU Progressivo e Parcelamento, Edificação e Utilização Compulsória". Tais instrumentos fazem parte da revisão do Plano Diretor. 

Enquanto muito se promete, pouco se vê na prática e a cidade perece. "Recife foi famosa no mundo inteiro como a Veneza da América Latina e não por menos. As imagens do início da fotografia mostram: Recife era simplesmente fantástica. Mas hoje está muito, muito mal tratada. Hoje, Recife para mim é como a face de uma menina muito bonita que quando abre a boca faltam os dentes", lamenta Klaus.

O plenário do Senado aprovou, na terça-feira (23), a Medida Provisória (MP) 756, que altera os limites da Floresta Nacional (Flona) do Jamanxim, no município de Novo Progresso, no Pará, desmembrando parte de sua área para a criação da Área de Proteção Ambiental (APA) do Jamanxim. Apesar de também ser uma unidade de conservação, a APA tem critérios de uso mais flexíveis. Este é o primeiro projeto aprovado pelo Senado após a crise política desencadeada pela delação dos empresários Joesley e Wesley Batista, do grupo JBS.

Os senadores mantiveram o texto aprovado pelos deputados, que reduziu a área da Flona de 1,3 milhão de hectares para 813 mil hectares. O senador João Capiberibe (PSB-AP) criticou a proposta, que segue agora para sanção presidencial, e afirmou que as mudanças contrariam compromissos internacionais sobre clima e biodiversidade assumidos pelo Brasil. “A medida provisória, que altera drasticamente unidades de conservação, coloca em xeque nossos compromissos internacionais. É verdade que lá há um conflito agrário, sabemos disso. Tem famílias que estão lá desde antes da criação da reserva. Isso aconteceu no Brasil todo. Lá no meu estado [Amapá], estamos discutindo a criação do Parque do Tumucumaque, que é a maior unidade de conservação do país”, disse Capiberibe.

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Uma das principais diferenças entre uma floresta nacional e uma área de proteção ambiental é que a primeira permite apenas a presença de populações tradicionais, sendo que as áreas particulares incluídas no seu limite devem ser desapropriadas. Já a APA admite maior grau de ocupação humana e existência de área privada. A alteração na área da Flona do Jamanxim visa principalmente atender ao projeto de construção da ferrovia Ferrogrão, que liga Sinop, em Mato Grosso, ao Porto de Miritituba, no Pará.

Informações da Agência Brasil.

Após realizar uma auditoria de preservação cultural no município de Igarassu, na Região Metropolitana do Recife (RMR), o Tribunal de Contas (TCE-PE) constatou que a cidade não possui capacidade administrativa, técnica e operacional para uma adequada preservação do seu acervo histórico-cultural. Uma série de recomendações foram expedidas pelo órgão para a gestão municipal.

A auditoria também verificou a inexistência de um plano para gerenciar a preservação do patrimônio e de outro focado no ordenamento de mobilidade urbana que atenda ao centro histórico. A Lei Municipal nº 1670/1983, porém, prevê a implantação de um sistema de preservação, composto por um conselho e um fundo de preservação cultural, inativo na cidade.

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Segundo o TCE, a auditoria mostra que os imóveis especiais de preservação histórico ambiental encontram-se em estado de deterioração, arruinamento e alguns não existem mais. 

Recomendações - Entre as recomendações feitas estão a revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano do município e a elaboração de um plano de trabalho para recuperação, preservação e revitalização de prédios históricos; a implementação do Sistema Municipal de Cultura e de um plano de mobilidade urbana que atenda ao Centro Histórico de Igarassu; reativação do Fundo e do Sistema de Preservação e o restabelecimento do regime de tombamento em nível municipal.

O estudo ainda cobrou estudos específicos que incluam na relação de Imóveis Especiais de Preservação (IEPs) a Capela de São João Batista, as casas seculares, os Fornos de Cal do Povoado de Cuieiras; e o Sítio Histórico/Arqueológico dos Marcos. Por fim, a administração municipal deverá elaborar e implementar um plano de controle urbano contemplando espaços públicos, casarios, monumentos e entorno.

Olinda - O município de Olinda foi o primeiro a passar pela auditoria. No dia 8 de março, foi entregue uma lista com os principais problemas e orientações. A fiscalização constatou ter havido um retrocesso no quesito de preservação do patrimônio na cidade histórica.  

Entre os problemas estão a descaracterização do casario e pouco controle do espaço urbano no Sítio Histórico. Nas recomendações estão a implementação de um plano de preservação, programa de educação patrimonial e condições para a implantação de usos e atividades comerciais e de serviços. As próximas cidades a receberem a visita do TCE serão Paudalho, nesta terça-feira (21), e Brejo da Madre de Deus.

Quase cinco anos depois de sua aprovação, o Código Florestal (Lei 12.651/2012) ainda não foi totalmente implementado. Organizações ambientais avaliam que, dos 14 pontos do novo código que elas consideram prioritários, apenas a inscrição de propriedades rurais no Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural (Sicar) tem funcionado de forma satisfatória e com providências de melhoramento em curso.

A avaliação é do Observatório do Código Florestal e do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), que divulgaram estudo sobre a implementação do código desde 2012 a 2016. O relatório conclui que a implementação do código tem caminhado a passos lentos.

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“A gente fez praticamente um diagnóstico do Código Florestal, analisando todos os instrumentos previstos pela lei 12.651, de 2012. Avaliamos por meio de entrevistas, consultas, conversas e de todo trabalho de articulação o nível de implementação de cada instrumento do código”, explicou Tiago Reis, pesquisador do IPAM e coordenador do estudo.

O que diz o Código

Depois de intenso debate no Congresso Nacional, o Código Florestal foi sancionado em maio de 2012 e é a principal legislação que regula o uso do solo em imóveis rurais no Brasil. A lei estabelece normas gerais sobre a proteção e exploração de florestas e outros tipos de vegetação e recursos hídricos em propriedades de produção pecuária e agrícola, além de parâmetros para a delimitação de áreas de preservação permanente e de reserva legal. O código prevê ainda mecanismos de prevenção de incêndios florestais e instrumentos econômicos e financeiros para garantir a preservação da mata nativa.

De acordo com o código, o responsável por propriedade situada em área de preservação permanente deve manter e recompor a vegetação explorada. Os produtores devem executar o manejo do uso do solo e dos recursos hídricos de forma sustentável, respeitando os limites correspondentes a cada tipo de produção, propriedade e vegetação.

A margem de área preservada varia de 20% a 80%, dependendo do bioma onde a propriedade está inserida. Os produtores devem ainda seguir as exigências de licenciamento e ser inscritos no Cadastro Ambiental Rural (CAR). “É uma legislação muito complexa, inovadora, conciliatória, capaz de favorecer tanto a produção quanto a conservação, mas ela precisa ser implementada de forma completa”, avaliou Tiago Reis.

Cadastro Rural

Para o pesquisador, o ponto que mais avançou foi o Cadastro Ambiental Rural (CAR). O cadastro é um registro eletrônico de âmbito nacional, obrigatório para todos os imóveis rurais e que foi criado com o objetivo de auxiliar no processo de regularização ambiental das propriedades rurais.

O cadastro é feito online, com as informações georreferenciadas. Um sistema anota a propriedade em cima do território e a informação já é automaticamente utilizada para cruzar dados com outros bancos, como por exemplo o que anota as terras indígenas.

Por meio do cadastro, os gestores locais podem fazer o levantamento das informações do imóvel e mapear as áreas para controle, monitoramento, planejamento e diagnóstico da situação ambiental.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, até 31 de janeiro foram cadastrados no sistema mais de 3,95 milhões de imóveis rurais, totalizando uma área de 401.055.948 hectares. A expectativa é que sejam mapeados 460 milhões de hectares. O estudo considera os números expressivos, mas critica que os dados estão apenas parcialmente disponíveis para consulta, com insuficiência de análise e de validação.

“É fundamental que o CAR seja fortalecido como meio de implementação do Código Florestal e de combate ao desmatamento. A transparência ativa e completa das informações contidas no Sicar e o engajamento de empresas, bancos e da sociedade civil, junto aos governos, são meios para fortalecer o CAR neste momento crítico de aumento do desmatamento e da ilegalidade na produção agropecuária brasileira”, diz trecho do documento.

"Ritmo possível"

O Serviço Florestal Brasileiro, órgão responsável pelas concessões e monitoramento das reservas florestais no país, informou à Agência Brasil que os dados do CAR foram disponibilizados no final do ano passado. As únicas informações que ainda não podem ser divulgadas são o nome e o CPF do produtor rural, além de outros dados relacionados ao patrimônio. As informações indisponíveis são consideradas “sensíveis” e são mantidas em sigilo de acordo com uma portaria ministerial.

O Sistema Florestal também reforçou que o processo de implementação está seguindo o ritmo possível dada a complexidade dos mecanismos previstos na legislação. “O processo de implantação do cadastro é progressivo. A discussão do Código Florestal foi tão importante, tão intensa quanto a Constituinte, levou décadas. E dentro do possível, ele está sendo implementado de forma progressiva e evolutiva”, explicou Raimundo Deusdará, diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro (SFB).

Deusdará destacou o cadastro como uma iniciativa pioneira do Brasil no registro de imóveis rurais e ressaltou que é um dos poucos sistemas que podem ser acessados diretamente pelo público. “Isso não tem precedentes no mundo, não há nenhum cadastro geoespacial como o do Brasil. (…) E está disponível a todo cidadão por meio da consulta pública”, disse.

O diretor esclareceu que os dados também podem ser acessados diretamente nos estados, mas reconheceu que é possível rever a portaria que impõe regras de segurança de informação aos gestores do sistema.

Lacunas

Outros setores que avançaram foram algumas iniciativas de incentivo à restauração de áreas degradadas e o aprimoramento de políticas de zoneamento econômico-ecológico (ZEE). Contudo, o estudo destaca a persistência de desafios para a implementação completa do Código Florestal, como a lentidão da regulamentação dos programas de regularização e a ausência dos mecanismos de incentivo financeiro a produtores que cumprem a legislação.

Os pesquisadores defendem que as políticas de concessão de crédito rural estejam vinculadas à regularização ambiental dos imóveis. E sugerem que produtores que promovem práticas ambientais positivas sejam premiados com linhas de créditos mais acessíveis.

“Reconhecemos que alguns instrumentos são muito complexos, exigem uma articulação muito profunda entre diversos atores, e demandam também interesse político de todos os envolvidos. Mas alguns instrumentos não têm tido a mesma atenção que o cadastro. Por exemplo, o programa de incentivos econômicos não está regulamentado nem implementado. De fato, isto é um problema, porque não oferece ao produtor rural todas as condições para seguir a legislação”, critica Reis.

Segundo os pesquisadores, a falta de compensações financeiras, aliada à extensão do prazo de cadastramento dos produtores, pode atrasar o processo de redução do desmatamento e das mudanças climáticas. De acordo com o estudo, o código tem um papel primordial, pois pode contribuir para evitar a emissão de cerca de 87 bilhões de toneladas de gás carbônico (CO2) em áreas de preservação permanente e de reserva legal.

“No ano passado, tivemos aumento no desmatamento e isso pode ter relação com o aumento do prazo (de maio do ano passado para dezembro deste ano) para o cadastro, já que alguns produtores podem ter interpretado a flexibilização do prazo como uma brecha ou fragilidade da legislação e relaxaram nas ações de preservação”, argumentou Reis.

Entre as compensações financeiras previstas no código e que ainda não foram regulamentadas, o IPAM considera que a mais urgente é a Cota de Reserva Ambiental (CRA). Esta cota é um título correspondente a um hectare de área de reserva legal e instituído voluntariamente sobre a vegetação excedente aos percentuais exigidos pela lei. Por esta cota, o produtor que tem excesso de reserva legal pode negociar seu ativo florestal com outro produtor que tem reserva insuficiente. “A cota já tem condição de ser implementada, vários setores já se alinharam, é só uma questão do governo coordenar e colocar o instrumento em prática”, recomendou Reis.

O SFB, no entanto, alerta que a implementação do sistema de cotas é complexa e requer cuidados. “A CRA é um instrumento novo e envolve uma política de segurança na transação do papel. Ela implica em direitos e deveres das propriedades e empresas. Na prática não é tão simples, porque é preciso comprovação da existência do ativo florestal. Estamos trabalhando para desenvolver o sistema com segurança ambiental e jurídica”, explicou Deusdará.

O diretor explicou que o sistema ainda não foi implementado nos últimos cinco anos, porque primeiro era necessária a efetivação do cadastro rural, em seguida é preciso aperfeiçoar o sistema de análise e validação das informações registradas. O objetivo é que todas as informações declaradas pelos proprietários rurais passem por filtros automáticos de análise antes de serem validadas. Pelo módulo de análise automatizada, problemas como a inserção de propriedades em terras indígenas, por exemplo, automaticamente poderão ser filtradas.

E, por último, segundo o diretor, é preciso verificar quais são as propriedades que estarão aptas para se dirigir às cotas. Deusdará esclareceu que a distinção será possível a partir do desenvolvimento de um sistema de monitoramento eficaz, com segurança para quem compra e vende os títulos. O monitoramento das áreas preservadas será feito por sistema de satélite, que está em fase de testes.

Efetivação do Código

As organizações civis ainda avaliam que o governo federal tem deixado a desejar no papel de coordenação entre as várias instituições responsáveis pela efetivação da política. Os institutos criticam a ausência de “um fórum permanente de debate aberto e transparente com a sociedade civil, com os estados e com os municípios sobre o Código Florestal” e a falta de “um plano faseado e coerente para colocar em prática os instrumentos” . Para esses grupos, “a implementação do Código Florestal tem ocorrido de maneira descoordenada”.

Os pesquisadores cobram maior engajamento dos governos locais, do setor rural e das empresas e instituições de mercado, além de representantes da sociedade civil, para a implementação efetiva do Código Florestal. “Apesar desses esforços, quase cinco anos se passaram e o desafio da efetiva implementação do novo código permanece. Entre lacunas legais, sistemas de informação incompletos, falta de transparência ativa e completa, burocracia conflitante, atrasos, indefinições de competências e, de certa forma, falta de prioridade na agenda política, o renovado Código Florestal requer mais atenção dos diversos atores, sejam eles governamentais ou da sociedade civil em geral”, conclui o estudo.

Em resposta, o diretor do Serviço Florestal Brasileiro (SFB), Raimundo Deusdará, declarou que o sucesso do cadastro rural demonstra que essa articulação com os estados existe. E destacou que a discussão sempre ocorreu e ela evoluiu, além de depender de vários fatores, como a diferença de capacidade dos estados.

“O novo código florestal tem cinco anos. Querer impor um ritmo maior que o que já conseguimos é ponderar o impossível. Em todos os países que levamos a experiência do cadastro, por exemplo, recebemos a impressão de que fomos muito rápidos. O ritmo é muito superior a qualquer outro software”, defendeu Deusdará.

Na última terça-feira (7), o SFB começou uma série de rodadas de negociações com as entidades da sociedade civil, representantes do setor agropecuário, além de empresas agrícolas operadores do mercado para definir os parâmetros da norma que deve regular o funcionamento das cotas de reserva ambiental.

Para marcar os cinco anos da nova lei, as organizações planejam uma série de ações para os meses de maio e junho, quando devem definir juntos aos estados e o governo federal estratégias de implementação do código.

A Tailândia experimenta um tratamento revolucionário, usando uma piscina, para que uma pequena elefanta que perdeu parte da pata volte a aprender a caminhar. "Fah jam" ("Céu Claro") foi encontrada ferida, depois de cair em uma armadilha perto de um povoado em outubro passado.

"Perdeu 12 centímetros da pata esquerda", disse o veterinário Padet Siridumrong, que trabalha na clínica onde o animal está sendo atendido, na província de Chonburi (leste). O objetivo do tratamento é fortalecer muscularmente sua extremidade amputada para que possa caminhar normalmente.

Ela ainda se desloca lentamente e de maneira titubeante e deve ser carregada por vários funcionários da clínica para ser colocada no caminhão, ou na piscina. "É a segunda vez que recebe tratamento de hidroterapia. Ainda está um pouco nervosa e tem medo de água", acrescenta o médico, enquanto "Céu Claro" se agita para todo lado.

Essa órfã estava em condições muito ruins quando foi recebida pelos funcionários do zoológico da região. Muito cedo separada da mãe, a pequena tinha carência de leite. "Nós lhe demos esse nome (Céu Claro) para que tivesse sorte", explicou o diretor do zoológico, Kampon Tansacha. Os elefantes são considerados um orgulho nacional na Tailândia, o primeiro país a abrir uma clínica para paquidermes.

Os elefantes selvagens são cada vez mais raros no território por causa do comércio de marfim e dos danos a seu hábitat. Restam apenas 2.500 elefantes selvagens e outros 4.000 domésticos. A maioria é usada para passeios com turistas.

A partir de dezembro de 2017, uma área de 1,55 milhão de quilômetros quadrados na Antártida terá proteção especial para a conservação da vida marinha. A decisão foi tomada, em uma reunião na Austrália, pelos países que integram a Comissão para a Conservação dos Recursos Vivos Marinhos da Antártida, da qual o Brasil faz parte. Todos os países-membros da comissão concordaram com a proposta, feita pelos Estados Unidos e pela Nova Zelândia.

A maior área de proteção marinha do mundo, localizada no Mar de Ross, vai limitar ou proibir totalmente algumas atividades para atender a conservação específica, a proteção do habitat, o monitoramento de ecossistemas e o manejo de pesca. Em 72% da área de proteção haverá uma zona de proibição total de pesca, enquanto outras áreas vão permitir a captura de alguns peixes para investigação científica.

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Secretário-executivo da comissão, Andrew Wright lembrou que a decisão levou vários anos para ser tomada. “Alguns detalhes sobre a área de proteção ainda estão sendo finalizados, mas não há dúvidas sobre o estabelecimento da zona protegida e estamos incrivelmente orgulhosos de ter chegado a este ponto', disse Wright.

O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, disse, em nota, que a aprovação da proposta foi um progresso extraordinário e que não aconteceu por acaso, mas “graças a muitos anos de persistentes estudos, intensas negociações e diplomacia baseada em princípios. Aconteceu porque nossas nações entenderem a responsabilidades que partilhamos para proteger esse lugar único para as futuras gerações”, disse.

A Comissão para a Conservação dos Recursos Vivos Marinhos da Antártida foi estabelecida por um acordo internacional em 1982, com o objetivo de promover a conservação da vida marinha no continente. Além da União Europeia, 24 países fazem parte da comissão: Argentina, Austrália, Bélgica, Brasil, Chile, China, França, Alemanha, Índia, Itália, Japão, República da Coreia, Namíbia, Nova Zelândia, Noruega, Polônia, Rússia, África do Sul, Espanha, Suécia, Ucrânia, Reino Unido, Estados Unidos e Uruguai.

Moradores do Jardim Paulista, na zona sul de São Paulo, vão começar nesta sexta-feira (15) um abaixo-assinado contra o corte de mais de 50 árvores em um terreno adquirido por uma construtora e a demolição de um casarão antigo construído no local. Por meio de uma liminar obtida na Justiça, já conseguiram impedir que a casa fosse destruída, mas eles defendem a preservação de todo o espaço.

Conhecido como Casa das Árvores, o terreno tem 95 árvores ao todo. Desde 2014, os moradores tentam impedir o corte de parte da vegetação planejado pela construtora Gafisa, que adquiriu a área naquele ano para a construção de um prédio. Eles acionaram o Ministério Público Estadual (MPE), que aceitou a causa, mas perdeu a ação contra o corte em primeira e em segunda instâncias.

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O abaixo-assinado tem como objetivo manter preservado o terreno localizado no meio dos vários prédios na altura do número 330 da Rua José Maria Lisboa. "São árvores com média de altura de 20 metros. Mesmo as árvores exóticas cumprem a sua função ambiental. Vão cortar árvores que estão saudáveis. É um bosque com densidade absurda com uma casa da década de 1940. Não tem na região outro imóvel desse porte", diz o consultor ambiental Luiz Antônio Araujo Queiroz, de 50 anos, que mora na região há 13 anos.

Apoio

Além do abaixo-assinado, os moradores mantêm páginas na internet e nas redes sociais com informações sobre a Casa das Árvores. A mobilização está ganhando cada vez mais adeptos.

O advogado Marcelo Corrêa Villaça, de 49 anos, diz que conhece a casa desde os 9 anos. "Há duas características de preservação aqui: a parte histórica do casarão e das árvores." Villaça diz que o local já faz parte do dia a dia dos moradores e, por isso, tem o apoio de quem conhece a Casa das Árvores. "São 500 famílias de prédios do entorno."

Moradora da região há 15 anos, a educadora em ciências Helena Versolato, de 70 anos, destacou a necessidade de se manter os espaços verdes que ainda estão presentes na capital. "Desde o ensino fundamental, existe todo um capítulo sobre a necessidade de preservar o ambiente. As crianças vão passar por aqui e ver um tronco com dois metros de diâmetro sendo serrado. Precisamos ter coerência do poder público, da incorporadora. Não importa se isso está acontecendo nos Jardins ou na periferia."

No momento, os trabalhos no terreno estão paralisados. Na segunda-feira, 11, equipes da incorporadora foram ao local e iniciaram a demolição do imóvel - o telhado foi removido. No dia seguinte, uma liminar judicial de uma nova ação dos moradores garantiu que o serviço fosse interrompido.

Em nota, a Gafisa diz que o empreendimento segue a legislação. "Após a execução do projeto aprovado, o total de árvores no terreno será igual a 90% do número de exemplares existentes hoje." A empresa diz que vai depositar valor equivalente a 195 mudas no Fundo Especial de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (FEMA).

A Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente informou que o local tem Alvará de Aprovação e Alvará de Execução, documentos que permitem o início das obras, mas o Certificado de Conclusão só será emitido se a empresa cumprir a legislação ambiental.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em 2016, o Museu Paraense Emílio Goeldi completará 150 anos de existência. Para comemorar a data, uma programação toda especial está sendo organizada com diversas ações. Como parte da comemoração de aniversário, o Goeldi criou o Programa Museu Goeldi 150, que engloba atividades variadas, entre as quais se incluem melhorias no Parque Zoobotânico, publicações e produtos audiovisuais alusivos, eventos científicos e culturais e uma série de outras ações voltadas para a comunidade. Para captação e gestão de recursos para as comemorações dos 150 anos, o Museu Goeldi fez uma importante parceria com o Instituto Peabiru. Segundo o site do Instituto Peabiru, a parceria visa apoiar a captação e gestão de recursos para este grande evento e prevê ações de longo prazo.

Na reportagem abaixo, veja como o Goeldi se prepara para comemorar seus 150 anos:

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Referência em biodiversidade no País, o Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emilio Goeldi possui uma amostra diversa da fauna e da flora em seus 5,4 hectares. Com mais de 80 espécies espalhadas pela área verde, é impossível não notar o encanto dos visitantes do parque, localizado na região central de Belém, pela exuberância ou pelas curiosidades dos animais. O museu completa 150 anos em 2016 e já trabalha na elaboração de uma vasta programação para marcar o aniversário. Conheça os cinco animais mais curiosos. O primeiro da lista tem até nome.

Confira, abaixo, mais uma reportagem sobre o Museu Emílio Goeldi.

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Driblar a poluição para preservar a fauna. Essa é a premissa para manter as portas abertas do Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emilio Goeldi, em Belém, mesmo com as interferências urbanas a poucos passos dos animais. Estratégias, como alocar os animais de acordo com o nível de sensibilidade, são utilizadas para amenizar as consequências da poluição.

Com quase 150 anos de existência, o museu é uma ótima opção para aproveitar os sons da natureza, manter contato com os animais e sentir o vento e a água corrente. Mesmo com a invasão dos ruídos urbanos. Agora, o museu se prepara para receber o mais novo visitante: o pirarucu.

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Veja, abaixo, mais um vídeo da série de reportagens sobre o Museu Emílio Goeldi:

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De um lado, o proprietário e o desejo de fazer o que bem entender do seu imóvel. Do outro, a luta pela conservação da memória histórico-cultural de uma cidade cada dia mais descaracterizada pelo progresso. No meio da corda bamba, a gestão municipal. O impasse sobre a demolição ou não do sobrado 651 – a antiga padaria Capela – na avenida Conselheiro Rosa e Silva, na Zona Norte do Recife, segue sem previsão de desfecho. 

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O imbróglio se arrasta não é de agora. Em junho de 2014, os proprietários da padaria (filhos do falecido fundador, Alberto Capela) solicitaram à Prefeitura o alvará de demolição do casarão que tem mais de 100 anos de construção. Ao mesmo tempo, movimentos sociais entraram com pedido de transformação em Imóveis Especiais de Preservação (IEPs) para o antigo casarão e as duas casas de arquitetura modernista, localizadas ao lado. 

Em reunião do Conselho de Desenvolvimento Urbano do Recife (CDU), em dezembro do ano passado, decidiu-se que apenas os dois imóveis modernistas seriam classificados como IEP. O casarão da padaria Capela ficou “desprotegido” e, pouco antes do São João de 2015, o tradicional estabelecimento comercial parou as atividades. Tapumes em volta e o aviso de que a padaria seria transferida para um dos imóveis modernistas. 

Sem confirmação por parte dos proprietários, o projeto prevê a instalação de uma farmácia na casa 639 e um estacionamento precisaria ser feito no espaço onde hoje é a padaria. Um prédio histórico, demolido para abrigar carros. Em resposta, integrantes dos movimentos Direitos Urbanos e Centro Popular de Direitos Humanos (CPDH) pediram intervenção judicial. No dia 28 de junho, a juíza Iasmina Rocha Vilaça determinou proteção provisória ao imóvel da antiga padaria. 

“Nós já estávamos preparando o documento. Com a urgência e o burburinho causado (pelo fechamento da padaria), entramos com o pedido. Sabemos que os proprietários pediram alvará de demolição em junho de 2014, enquanto o imóvel era avaliado para se tornar IEP. Isso não poderia nunca acontecer”, contou uma das advogadas do CPDH, Tereza Mansi. A liminar é parcial e deve ser cumprida até o posicionamento do Ministério Público sobre o caso. 

Proprietário cala e só confirma transferência da padaria

Um dos sócios da padaria Capela, que pediu para não ser identificado, confirmou, nesta terça-feira (7), que o estabelecimento comercial será transferido para uma das casas modernistas (imóvel 625). “A documentação já foi encaminhada e aguardamos os trâmites legais, autorização dos bombeiros. Ainda não sabemos um prazo (para a padaria retornar às atividades). Pode ser daqui a uma semana, 15 dias, um mês”, cogitou. 

Questionado sobre as obras no antigo casarão da padaria, o sócio não confirmou o que será feito no local. Também não quis dizer se, de fato, uma farmácia será instalada num dos casarões, se limitando a afirmar que não tem contato com o novo empreendedor. Para qualquer intervenção nos imóveis modernistas, os proprietários precisam ser autorizados pelo Departamento de Preservação de Patrimônio Construído (DPPC), da Secretaria de Planejamento Urbano do Recife. 

Segundo a Prefeitura, o alvará de demolição do casarão já foi concedido e a gestão municipal analisa se vai recorrer ou não ao processo que está rolando na justiça.

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“No mangue o terreno não é de ninguém. É da maré”, já dizia Josué de Castro em 1935. A descrição dele ainda é atual, principalmente quando se aplica ao maior manguezal em área urbana do Brasil, o Parque dos Manguezais, que oficialmente é uma Unidade de Conservação da Natureza e desde 2009 leva seu nome. O que era para ser protegido está abandonado e sem controle, vítima da poluição, pesca predatória e desmatamento para construção de viveiros de camarão, palafitas ou grandes empreendimentos, porém, ainda vive, graças à maré. 

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São 320 hectares de manguezal, cercado por comunidades de pescadores que vivem, em sua maioria em palafitas, além da Via Mangue e do Shopping Rio Mar.  Desde 1965 é considerado área de preservação ambiental, já foi “protegido” por uma lei em 1986 e elevada à categoria de Parque em 2004. Um decreto o regulamentou e o projeto previa oceanário, mirantes, píers e torres de observação científica e turística. Estamos em março de 2015 e nada evoluiu.

A Marinha do Brasil fazia a fiscalização da entrada de barcos no local, quando se chamava Estação Rádio Pina, mas hoje só está presente nas áreas de terra firme, mesmo assim, com efetivo bem reduzido. IBAMA, Ministério da Pesca, Secretaria de Meio Ambiente e outros órgãos que deveriam se fazer presentes no local, não aparecem por lá. “Não existe setor específico para os manguezais. Tínhamos um projeto para fazer o primeiro centro nacional de estudos de manguezais no Parque. Encaminhamos à ministra, na época Marina Silva, e o projeto foi engavetado e caiu no esquecimento”, conta Renaldo Moura, autoridade julgadora do IBAMA, mestre em oceanografia e doutor em botânica.

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O funcionário do órgão federal admite que não há efetivo o suficiente para monitorar as áreas de preservação em Pernambuco. “Em 2009, a capitania dos portos mantinha dois guardas, mas hoje eu não sei se ainda tem. Não eximo a responsabilidade do IBAMA, mas essa questão mais específica deve ser tratada pelo município, já que é uma unidade de preservação de uso restrito da Prefeitura”, afirma Moura.

Segundo Ismael Cassimiro, gerente de controle ambiental da Secretaria de Meio Ambiente do Recife, o poder público faz seu papel de fiscalizar. “A gente sempre faz (fiscalização), mas não temos tido muito problema. Até porque a própria população ribeirinha sabe da importância de preservar. A cada 45 dias nós vamos lá e também fazemos monitoramento via satélite uma vez por mês”, afirma.

No entanto, Cassimiro não detalha de que forma a Prefeitura tem atuado no local, deixando claro apenas que o fluxo de embarcações não vem sendo monitorado. “Não há nenhum controle de entrada e saída de barcos por parte da Secretaria de Meio Ambiente do Recife”, disse.

Poluição

Há muito lixo no Parque dos Manguezais. Durante o percurso que o LeiaJá fez a bordo de um barco de pescadores, a viagem teve que ser interrompida quatro vezes para que fossem retirados sacos plásticos que prendiam a hélice do motor do barco. Moradores das comunidades que margeiam o rio afirmam que não há coleta no local, mas admitem que jogam tudo na água, mesmo sabendo que a atitude pode prejudicá-los em um futuro próximo. “Temos ações de educação ambiental, mas vamos levar muito tempo para que a população tenha consciência sobre o descarte de lixo”, afirma Cassimiro.

A cada dois meses, a Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb) retira mais de 20 toneladas de lixo das margens do Rio Capibaribe, nas áreas de mangue. A maré se encarrega de levar grande parte do lixo embora do Parque dos Manguezais, mas há outro tipo de poluição muito pior. A que vem dos esgotos.

A falta de saneamento básico existente em mais de 70% do Recife provoca a chegada de muito material orgânico pelos afluentes do Capibaribe e isso tem provocado consequências graves no ecossistema. Algumas áreas estão sem oxigênio, principalmente porque algas crescem demasiadamente, devido à excessiva presença de fósforo e hidrogênio, e acabam formando uma camada na superfície do rio, impedindo a entrada dos raios solares e a fotossíntese.

 

Desaparecimento de espécies

Pescadores relataram que siri-mole, o camarão e o marisco têm aparecido em quantidades cada vez menores. Segundo eles, alguns companheiros de profissão não respeitam a época de reprodução das espécies. A Secretaria de Meio Ambiente do Recife não tem registros do que foi relatado, mas admite que pode estar acontecendo. O IBAMA também não tem essa informação. “Com a invasão do manguezal e mudança da água, com poluição, pode ocorrer o desaparecimento de algumas espécies, mas não significa necessariamente que seja um desequilíbrio ambiental, porque pode surgir uma espécie e depois voltar ao normal”, explica Renaldo Moura.

Apesar do apelo dos mais conscientes, os que pescam fora da época adequada podem sim causar o desaparecimento de algumas espécies, ainda mais quando aliada à poluição que mata vegetações que servem de alimento para alguns animais. Oficialmente, não há – ainda que seja discutível sua eficiência – o incentivo financeiro do poder público, já que muitas famílias dependem da pesca para sobreviver. “O Ministério da Pesca cadastra os pescadores para que eles possam dar entrada no seguro-defeso, que é pago pelo INSS. Funciona como um seguro desemprego. No entanto, aqui em Pernambuco, só os pescadores de lagosta e outras comunidades nas margens do Rio São Francisco tem direito a este benefício. Estes pescadores do Mangue não têm esse direito”, revela Josemir Barbosa de Vasconcelos, superintendente do órgão em Pernambuco.

Perpectivas e promessas

Na atual gestão da Prefeitura do Recife, a Lei Nº 18.014/2014, sancionada em maio, criou o Sistema Municipal de Áreas Protegidas (Smup), readequando os limites das áreas de conservação. O Parque dos Manguezais, segundo a PCR, ganhou mais 56 hectares.

A nova legislação pretende instituir regras mais efetivas de preservação da cobertura vegetal, além de estabelecer um mecanismo de compensação ambiental. O texto determina que os empreendimentos ou atividades de significativo impacto ambiental terão de apoiar a implantação e manutenção de uma Unidade Protegida (UP).

Os recursos deverão ser usados pelo governo para fazer regularização fundiária; elaborar e executar projetos destinados à recuperação vegetal; adquirir bens ou serviços visando à implantação e proteção da área verde; desenvolver pesquisas científicas e programas de educação ambiental.

Em outubro do ano passado, a secretária de Meio Ambiente, Cida Pedrosa, deu uma palestra sobre o Parque dos Manguezais na UFPE. Na ocasião, a gestora afirmou, segundo o site do órgão, que “só se preserva o que se conhece. Aquilo que não se conhece, não se valoriza”.

O projeto Tamar está completando 35 anos de criação e 30 de atuação na ilha de Fernando de Noronha, que é território pernambucano. Estão programadas algumas festas para marcar a data, porém, o maior motivo de comemoração é o sucesso da iniciativa que visa conservar a biodiversidade, protegendo mais de 1.000 km de praias em noves estados do país. Este ano, a primeira geração de tartarugas marinhas protegidas pelo programa voltou a desovar no arquipélago, com aumento de mais de 600% do número de ninhos de tartaruga-verde, um animal que, através de sua alimentação, beneficia uma gama de macro e micro-herbívoros.

Em três décadas de trabalho em Fernando de Noronha, foram 153.899 filhotes liberados ao mar. A transparência do mar oferece boa condição ao desenvolvimento de pesquisas sobre a biologia e o comportamento das tartarugas marinhas em ambiente natural. A ilha é área de reprodução para tartaruga-verde e local de alimentação, crescimento e repouso para juvenis da espécie e também da tartaruga-de-pente. Os ninhos ficam principalmente na Praia do Leão. O Tamar também realiza um trabalho de marcação e recaptura de tartarugas no arquipélago, totalizando mais de cinco mil animais marcados desde 1990, por meio de mergulho livre ou autônomo.

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Espécies em Noronha - A tartaruga verde, Chelonia mydas (à esquerda), é o mega-herbívoro marinho mais abundante e consume toneladas de algas e grama marinha. Ela se alimenta da grama marinha, estimulando o crescimento de grama jovem, mais nutritiva. Ao longo do tempo, as áreas de pastagem contribuem significativamente na estabilização de sedimentos e reciclagem de nutrientes. Já a tartaruga-de-pente (à direita) ajuda a manter a biodiversidade nos recifes de corais, pois pode se alimentar seletivamente de alguns grupos de esponjas, permitindo que espécies raras se estabeleçam competindo por espaço e nutrientes com sucesso.

Criado há 35 anos, o Tamar é uma realização da Fundação Pró-Tamar em colaboração com o Centro Tamar/Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Além de Pernambuco, o projeto também está na Bahia, Sergipe, Rio Grande do Norte, Ceará, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina. A iniciativa tem patrocínio oficial da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental: Desenvolvimento Sustentável e Promoção de Direitos. 

Lenine - Nesta sexta (21), às 22h, o cantor e compositor fará uma apresentação no arquipélago marcando a data. Ele já participou de outras ações do projeto, quando gravou video apresentando o Tamar e também uma música sobre o tema (video abaixo).A programação ainda conta com a abertura da banda Tamarazul e uma palestra especial sobre a iniciativa socioambiental.

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Fonte: Projeto Tamar/Petrobras

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Além de ideias e ações exemplares, Dom Helder deixou centenas de documentos e lembranças, que com o trabalho do projeto Preservar e Divulgar a Memória Documental de Dom Helder Camara,  são reunidos em uma exposição.

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Batizada de O Dom da Paz - vida, obra e acervo documental, a mostra traz livros, fotos, documentos e outros arquivos que oferecem um olhar mais profundo sobre a vida do ex-acerbispo de Recife e Olinda. A mostra vai até o dia 30 de novembro, de segunda a sexta-feira, das 14h às 17h, no Memorial Dom Helder Camara. 

O trabalho levou seis meses e obteve ajuda de historiadores, bibliotecários, restauradores e também técnicos de informática. Além da exposição, foi criado um banco de dados com todos os materiais, que agora fazem parte do acervo do Centro de Documentação Dom Helder Camara (CEDOHC), localizado na Igreja das Fronteiras.

“Esses são documentos relativamente novos. Têm pouco mais de meio século. Mas, a importância deste acervo está no que o DOM representa como religioso com suas ações, convicções e reflexões na vida administrativa da igreja, como também na vida social e política. É um exemplo ao combate à violência, estimulou o espírito de solidariedade e cidadania”, explica a coordenadora do projeto Preservar e Divulgar a Memória Documental de Dom Helder Camara, Célia Salsa.

O centro é parceiro do Instituto Dom Helder Camara e tem a responsabilidade de preservar o legado do Dom da Paz. Interessados em pesquisar o material têm a disposição todas as informações sobre os documentos, disponíveis num banco de dados online e em dois terminais fixos no Centro de Documentação. Para ter acesso ao espaço, basta agendar uma visita através do telefone (81) 3231 5341.

Foram conservados 4.031 livros; 1.328 multimeios; 6.755 fotos e 19.709 páginas de manuscritos, com o patrocínio da Petrobras. Os arquivos incluem roteiros de programas de rádio apresentados pelo religioso e também parte dos manuscritos originais da 'Sinfonia dos Dois Mundos', escrita por Dom Helder. Outras surpresas e preciosidades foram encontradas no processo de restauração, entre elas observações de Dom Helder sobre algum livro, áudios de programas e fotos de momentos especiais, como o recebimento do prêmio de Newano, oferecido por um grupo de budistas e encontros com personalidades, como os papas João XXIII e João Paulo II.

Serviço
O Dom da Paz – vida, obra e acervo documental
Até 30 de novembro
Memorial 
Dom Helder Camara - Igreja das Fronteiras (Rua Henrique Dias, S/N - Boa Vista)
3231 5341

 

 

 

Um evento para promover a conscientização sobre a preservação do meio ambiente irá acontecer no próximo sábado (20), na Lagoa do Araçá, Zona Sul do Recife. A partir das 8h, a VII Ação FEBRAC também irá acontecer em várias outras capitais brasileiras. No Recife, este é o terceiro ano consecutivo da ação. 

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Nas três edições do projeto no Estado, o local foi escolhido por estar entre as mais importantes áreas de preservação ambiental de Pernambuco. No próximo sábado, haverá limpeza do entorno da Lagoa, feita pelo Sindicato das Empresas de Asseio e Conservação do Estado (SEAC-PE) e por empresas associadas. Durante o evento, também serão plantadas árvores nativas nos locais autorizados pela Prefeitura do Recife (PCR). 

“A sustentabilidade e preocupação com o meio ambiente é uma das bandeiras trabalhadas pelo Sindicato de Asseio e Conservação. São pequenas atitudes que podem ajudar na preservação do meio ambiente. Há três anos seguidos fazemos esta ação na Lagoa para mostrar a importância da biodiversidade do local, mobilizando a população do bairro e ajudando a conscientizar a sociedade sobre a necessidade de valorizarmos e cuidarmos deste importante espaço”, explica Márcio Gomes, coordenador do evento. 

Com informações da assessoria

Nesta quinta-feira (28), representantes de diversos municípios pernambucanos se reúnem para a assinatura dos compromissos de realização dos Planos Municipais de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica (PRMA). O debate será realizado na Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Estado de Pernambuco, às 9h.

De acordo com o diretor executivo da entidade, Ravi Rocha, o momento será para refletir sobre a importância dos Planos, mas, sobretudo, sobre a necessidade de se cumprir a legislação em vigor. “Precisamos chamar a atenção para que cada vez mais municípios no Estado e fora dele tenham a coragem de proteger essas áreas que são profundamente devastadas”, disse. A iniciativa visa dar o primeiro passo garantir o cumprimento da Lei nº 11.428, também conhecida como Lei da Mata Atlântica.

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Os planos municipais de recuperação e conservação da Mata Atlântica são obrigatórios por lei, mas nem todas as cidades fazem valer da determinação. Com a assinatura do documento, o município de Lagoa dos Gatos passa a ser seguidor do PRMA e se compromete a seguir as recomendações técnicas das atividades e os protocolos utilizados na restauração florestal.

Com informações da assessoria 

Monitorar tubarões através de satélite. Acompanhar, em tempo real, a movimentação do predador marinho e buscar respostas sobre os ataques. A partir desta quinta-feira (24), a costa da Região Metropolitana do Recife receberá uma intervenção de um grupo de especialistas norte-americanos, com o intuito de avaliar a migração dos animais e tentar estabelecer uma relação com o alto número de incidentes nas praias pernambucanas. 

Até 14 de agosto, a expedição da Ocearch, organização não governamental atuante em nível global, estará pelos mares do Recife, primeira parada da ação, que também passará pelas regiões costeiras de Fernando de Noronha, Natal e Aracaju. Na prática, os 22 tripulantes do navio-laboratório atrairão para a plataforma da embarcação, em alto mar, o número estimado de 20 tubarões-tigre, espécie majoritariamente mais presentes nas águas brasileiras.

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De acordo com o líder da exploração da Ocearch, Chris Fischer, através de uma estrutura específica no navio para captura dos animais, os tubarões são trazidos à superfície para serem “etiquetados”, com uma aparelhagem capaz de transmitir sinais via satélite para todo o mundo. Individualmente, os animais são recolhidos e postos de volta ao mar em pouco tempo. 

“Por dia, 250 mil tubarões são mortos no mundo, o que ultrapassa um milhão de animais mortos ao ano. Isso apenas por causa de uma iguaria mais consumida na Ásia (sopa de barbatana de tubarão). Nós precisamos dos tubarões, eles mantêm o balanço e, se não preservamos, nossos filhos não terão nem peixes para se alimentarem”, advertiu Chris Fischer, ao lembrar que a população pode monitorar os animais através do Rastreador Global de Tubarões da Ocearch e suas redes sociais (Facebook e Twitter).

Um dos principais pesquisadores da área no Estado, Fábio Hazin, professor da Universidade Rural Federal de Pernambuco (URFPE), afirmou que a nova técnica acrescentará em muito o trabalho já feito por biólogos pernambucanos. “A diferença é enorme. Sabemos que os tubarões vêm do Sul para o Norte, mas poderemos compreender melhor a movimentação, o ciclo migratório e o ciclo de vida destes animais para conseguir respostas que buscamos em nossas pesquisas”, explicou Hazin. Como a Ocearch é uma ONG, o investimento é quase todo conquistado através de parcerias. Neste caso, o principal fornecedor é a Caterpillar Brasil.

Segundo o professor, amostras genéticas serão colhidas dos animais, já que, entre outras razões, as pesquisas apontam um crescimento de até dois vezes no tamanho destes tubarões-tigre. “Isso descarta a tese, muito dita por aí, de que os tubarões atacam por fome. Se eles estão crescendo, é porque têm se alimentado”, disse o pesquisador. Hazin deixou claro que as atividades do barco Sinuelo, que também faz um processo semelhante de monitoramento, mas sem a mesma sofisticação da Ocearch e apenas na região mais próxima às praias. 

“São para objetivos diferentes, mas os nossos aparelhos de monitoramento instalados nos animais permanecem no corpo dos animais cerca de seis meses e depois emerge à superfície, emitindo os sinais”, informou Fábio Hazin. De acordo com a Ocearch, os “chips” instalados pela tripulação tem a duração média de cinco anos. Segundo Chris Fischer, nenhum tipo de sedativo é dado aos animais; a técnica para acalmar os animais é na colocação de uma toalha preta nos olhos dos tubarões, o que resulta inclusive numa sonolência dos bichos. 

“Redes matam tudo”, diz especialista

Há exatamente um ano, a última vítima de ataque de tubarão na costa pernambucana, Bruna Gobbi, de 18 anos, entrava nas estatísticas como a 59ª caso de incidentes do tipo, desde 1992, no Estado. Nesta terça (22), o Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit) afirmou que foi aprovado o teste com telas de proteção na praia de Boa Viagem. 

A medida, porém, não agrada o especialista Chris Fischer, líder da expedição de monitoramento dos tubarões da Ocearch. “O problema das redes é que elas matam tudo. Baleias, tartarugas, peixes. Não podemos agir a partir do medo do desconhecido. Por isso visualizamos outras alternativas que não prejudiquem os animais”, observou. A reportagem tentou entrar em contato com Rosângela Lessa, atual presidente do Cemit, mas não teve resposta. 

Cerca de 21 mudas de árvores serão plantadas, às 9h desta quinta-feira (17), na Academia da Cidade do Buriti, na Zona Norte do Recife. A ação é promovida pela Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade em comemoração ao Dia da Proteção das Florestas. 

São mudas de ipês-amarelos, amesclas-de-cheiro, angelins, craibeiras, ipês-rosas, abricós-de-macaco e felícios. Semana passada, a Academia da Cidade de Roda de Fogo, na Zona Oeste do Recife, também recebeu o projeto. No local, foram plantadas 68 mudas.

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Ilhas de calor - A  Prefeitura do Recife informou que vai usar o plantio de árvores para combater as ilhas de calor formadas devido ao intenso processo de urbanização. No início de junho, uma ordem de serviço foi assinada para o plantio de 30 mil mudas na capital. Desse total, a meta é efetivar 10 mil ainda este ano. Dezessete bairros, distribuídos nas seis RPAs, foram definidos como prioritários e um esquema para execução já foi realizado. 

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