A queda de 0,3% na produção industrial registrada em junho em relação a maio ratifica a avaliação de que o avanço de 0,6% no mês anterior não significava reversão na trajetória de perdas na indústria brasileira, afirmou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo ele, nos últimos dez meses, a atividade cedeu em sete, um sinal do menor dinamismo do setor.
"A indústria volta a operar no campo negativo após um movimento de expansão. Mesmo no mês anterior (maio), ainda assim a leitura era de um movimento de redução de ritmo na produção industrial, não eliminava perda recente. O resultado de junho vem a confirmar leitura que a gente já faz há algum tempo, de que não reverte trajetória descendente da produção industrial", disse Macedo.
##RECOMENDA##O gerente notou ainda que houve predominância de perdas na atividade, com queda na produção em 15 de 24 ramos pesquisados pelo IBGE. Mesmo em segmentos que tiveram aumento na produção, Macedo observou que os desempenhos positivos estão concentrados na categoria de bens de consumo semi e não duráveis.
Enquanto a produção geral teve queda, a categoria de bens de consumo semi e não duráveis mostrou alta de 1,7% na produção em junho ante maio. "Os soluços na produção têm a ver com melhora no nível de estoque de determinados segmentos. Os bens de consumo semi e não duráveis estão mais próximos de uma determinada normalização de seus estoques do que outras categorias", explicou o gerente. Mesmo assim, o comportamento recente não anula as perdas anteriores. De outubro do ano passado a abril de 2015, a categoria teve queda acumulada de 8,5%. Em maio e junho, os resultados positivos significaram avanço acumulado de 2,9%, segundo o IBGE.