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Com o relatório da reforma da Previdência prestes a ser votado na comissão da especial da Câmara dos Deputados, a deputada Gleisi Hoffmann (PT-RS) acusou, nesta quinta-feira (4), o presidente Jair Bolsonaro (PSL) de ceder e “soltar dinheiro de emendas” para garantir a aprovação do texto que muda as regras da aposentadoria. 

“Bolsonaro cedeu a prática do toma lá dá cá. Soltou dinheiro de emendas para aprovar a Reforma da Previdência e ontem [quarta-feira] a oposição foi tratorado na comissão”, frisou, referindo-se ao atraso de mais de sete horas do início da sessão da comissão e a celeridade diante da não discussão do voto complementar do relator Samuel Moreira (PSDB-SP). 

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“Hoje vão votar o relatório que retira direitos dos aposentados e prejudica aposentadorias que estão por vir. Isso custará caro ao povo”, acrescentou a parlamentar. 

A comissão especial da reforma na Câmara está reunida há cerca de meia hora. Na sessão de hoje os parlamentares devem votar o relatório do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP). O substitutivo mantém as diretrizes do governo Bolsonaro – como idade mínima e tempo de contribuição para a aposentadoria nos setores público e privado, além de regras de transição para os atuais segurados.

Parlamentares contrários à reforma pretendem atrasar os trabalhos do colegiado por meio de instrumentos regimentais. “O texto continua cruel com os trabalhadores”, afirmou nesta manhã a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA). “Nós queremos preservar o abono salarial, a pensão e a aposentadoria dos professores”, continuou a deputada.

*Com informações da Agência Câmara

Os deputados que integram a comissão especial da reforma da Previdência (PEC 6/19) na Câmara dos Deputados voltam a se reunir na manhã de hoje (4) para votar o parecer do relator, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP).

Os parlamentares do colegiado têm até as 10h para apresentar destaques com sugestões de mudanças no relatório de Samuel Moreira que ontem (3) apresentou a terceira versão do texto. Até ontem, havia 124 destaques a serem apreciados, dos quais 25 são das bancadas partidárias.

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A sessão da comissão especial de ontem, prevista para as 13h, começou com sete horas de atraso. Moreira só começou a ler o relatório às 21h35, depois de a comissão rejeitar um requerimento de adiamento da leitura por 36 votos a 0, com 12 abstenções. A leitura durou cerca de dez minutos. A sessão só terminou no início da madrugada desta quinta-feira.

Nova versão

Em seu novo voto complementar, Samuel Moreira manteve as regras para as aposentadorias dos policiais que atuam na esfera federal. As categorias, que incluem policiais federais e legislativos, se aposentarão aos 55 anos de idade, com 30 anos de contribuição e 25 anos de exercício efetivo na carreira, independentemente de distinção de sexo.

Em seu novo texto, Moreira recuou da permissão para que estados e municípios aumentem a contribuição dos servidores públicos locais para cobrir os rombos nos regimes próprios de Previdência. A possibilidade constava do relatório apresentado na terça-feira (2) pelo relator.

Com a desistência, os estados e os municípios voltam a ficar integralmente fora da reforma da Previdência. Caberá às Assembleias Legislativas estaduais e às Câmaras Municipais aprovar a validade da reforma para os governos locais, assim como o aumento das alíquotas dos servidores sob sua alçada.

Principal ferramenta para elevar a arrecadação da seguridade social e cobrir parte do rombo da Previdência, o aumento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) de 15% para 20% será restrito a bancos médios e grandes. A modificação constou do novo voto complementar do relator da reforma da Previdência na comissão especial da Câmara.

O texto anterior, lido na terça-feira (2), previa que a elevação da alíquota valeria para todas as instituições financeiras, exceto a B3 (antiga Bolsa de Valores de São Paulo). As cooperativas de crédito haviam sido beneficiadas com aumento menor, para 17%.

O governador Paulo Câmara (PSB) afirmou que a reforma da Previdência,  em tramitação na Câmara dos Deputados, “nunca será a salvação desse país” como vem pregando o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) diante da projeção economica. O governo tem apontado constantemente que a mudança nas regras da aposentadoria é a saída para equilibrar as contas públicas. 

“Ela nunca será a salvação deste País, mas a gente tem que discutir, e sempre me coloquei de maneira responsável, firme, ao tratar dela. Neste primeiro momento, fui contra, porque o texto estava claramente contrário aos direitos do mais pobres, e nunca vou abrir mão desses pontos: o BPC que eu falei, a aposentadoria rural, a retirada da capitalização, que é um registro que faz com que as pessoas se aposentem sem condição de dignidade, a gente não podia aceitar”, salientou Paulo Câmara.

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“E houve, por parte do Congresso, através da pressão que muitos dos governadores, principalmente do Nordeste, fizeram, a intenção de retirar esses pontos. Com a retirada, chegou a hora de discutir com mais profundidade o texto. Enquanto a reforma ainda se baseia numa suposta economia, sacrificando o pobre e os trabalhadores do regime geral que ganham menos, a gente vai continuar trabalhando para que ela avance sem prejudicar essas pessoas”, complementou o governador.

Em entrevista à uma rádio local nessa quarta-feira (3), o pessebista avaliou também que o texto hoje em discussão melhorou, comparado ao que foi apresentado por Bolsonaro, contudo, na ótica dele, ainda há preocupações quanto aos possíveis impactos negativos para os mais pobres e a matéria tem pontos que ainda precisam ser melhor discutidos.

“Temos muitas preocupações sobre esse tema, diante do que vimos acontecer. Uma proposta que foi originalmente apresentada de maneira insatisfatória, e que precisa ser muito bem trabalhada. Após a retirada de alguns pontos fundamentais, muita coisa precisa ainda ser discutida”, argumentou o governador.

Paulo Câmara disse ainda que sua expectativa é de que seja aprovado um texto que “acabe com privilégios”.

“Ninguém é a favor de privilégios, e que assegure os direitos dos que mais precisam e aponte novas formas de financiamento para os Estados e municípios. Retirá-los da reforma não é uma solução que vai ajudar o Brasil. Pelo contrário, vai criar um sistema deliberativo mais complicado e eu quero, como governador de Pernambuco, ter a oportunidade de debater esse tema com transparência, responsabilidade, sem me omitir de maneira nenhuma, mas não concordando com absurdos nem com sacrifícios para a população mais pobre, que mais precisa”, destacou.

Os ruralistas se juntaram aos policiais nas críticas à nova versão do relatório da reforma da Previdência. Sem conseguir um acordo com a equipe econômica, a bancada do agronegócio vai tentar derrubar no plenário da Câmara dos Deputados a retirada do fim da isenção da contribuição previdenciária para o exportador rural do texto da reforma da Previdência.

Apesar de ter recebido sinalização do governo de que a medida seria retirada, o relator Samuel Moreira (PSDB-SP) manteve, na terceira versão do seu relatório, lida na última quarta-feira, 3, na Comissão Especial, o fim da imunidade tributária.

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Moreira leu na quarta outras mudanças, que não alteram significativamente o conteúdo, mas foram negociadas com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e líderes partidários para ampliar o apoio à proposta.

O relator não cedeu ao lobby do agronegócio, mas retirou a versão do relatório a possibilidade de que governadores e prefeitos criem contribuições previdenciárias extraordinárias para cobrir o rombo nos sistemas de seus servidores. Na nova versão, o tucano deixou apenas a possibilidade de cobrança dessa contribuição extraordinária para servidores da União.

A retomada dessa possibilidade na segunda versão do parecer, lida na terça-feira, foi considerada uma quebra do acordo que foi feito com as lideranças prevendo a exclusão de todos os itens do texto que vinculem as mudanças da reforma aos Estados e municípios até que fosse fechada a negociação com governadores para apoiar a votação com votos concretos no plenário da Câmara.

No novo parecer, Moreira decidiu restringir o alcance da nova alíquota da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL) aos bancos. Hoje, a alíquota é de 15% e a proposta é que suba para 20%. No texto anterior, o relator mencionava instituições financeiras, ressalvando a bolsa de valores. Agora, com a menção a bancos, ficam de fora dessa alíquota, por exemplo, corretoras de câmbio e sociedades de crédito.

Outros pontos ainda estão "soltos" de acordo com lideranças do Congresso. Um dos trechos que ainda incomodam parlamentares é a regra de cálculo do benefício. Líderes querem que se leve em conta a média das 90% maiores remunerações obtidas ao longo da carreira - e se exclua os outros 10%.

Na segunda versão do relatório, Moreira voltou à proposta original do governo, de se calcular o benefício a partir da média de 100% dos salários de contribuição (o que tem potencial para diminuir o benefício para aqueles que tiveram um período de baixos salários). Hoje, são descartados 20% das contribuições de menor valor.

Estratégias. O deputado Jeronimo Goergen (PP-RS), disse que vai apresentar um destaque (sugestão de modificação do texto) ainda na Comissão Especial para garantir a manutenção do benefício tributário aos exportadores agrícolas. "Com o meu destaque esse item vai cair", garante.

Segundo o setor, a medida, incluída na proposta original do governo, tem potencial para retirar R$ 8 bilhões por ano da renda dos produtores. Esse está sendo tratado como ponto-chave nas negociações para garantir o apoio da bancada - que reúne 270 parlamentares na Câmara e no Senado - à reforma.

A bancada ruralista também quer que seja mantida no texto a possibilidade para o perdão de uma dívida bilionário do setor no Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural), a contribuição paga pelo produtor rural para ajudar a custear a aposentadoria dos trabalhadores. O perdão da dívida bilionária que deixou de ser paga pelos agricultores foi promessa do presidente. Já a alteração da fórmula de cálculo do benefício deve ser encampada por algum partido do Centrão - bloco de siglas independentes ao governo, que reúne PP, PRB, PL, Solidariedade e DEM - na votação no plenário, próxima etapa.

Há também, nos bastidores, um lobby em causa própria, mas cuja paternidade todos querem se dissociar. Parlamentares também discutem uma tentativa de suavizar as regras para quem ocupa cargo eletivo.

A proposta atualmente em tramitação no Congresso prevê o fim da aposentadoria especial para quem ainda vai ocupar um mandato eletivo e também torna o requisito para os atuais políticos bem mais rígido.

Para ter direito à aposentadoria especial, os políticos teriam de completar 65 anos de idade, se homem, e 62 anos, se mulher, e trabalhar 30% a mais do que o tempo restante para completar o mínimo de contribuição.

Como o relator não aceitou beneficiar a própria classe, líderes ainda discutem se algum partido vai apresentar o alívio nas próprias regras no plenário.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O porta-voz do Palácio do Planalto, Otávio Rêgo Barros, disse nesta quarta-feira (3) que o governo analisa, com o Congresso, adotar condições diferenciadas de aposentadoria para profissionais de segurança pública, que podem ser incluídas no relatório da reforma da Previdência que tramita na Câmara. Ele ressaltou, no entanto, que a meta central segue sendo a economia estimada em mais de R$ 1 trilhão em 10 anos.

"O presidente Bolsonaro sempre destacou a importância do trabalho dos profissionais da área de segurança pública e é um defensor do atendimento das necessidades desta categoria para o bom exercício da profissão de risco. As condições diferenciadas das categorias estão sendo estudadas com rigor e negociadas no Parlamento, mas o presidente reforça: todo mundo vai dar a sua cota de sacrifício", disse, durante briefing com a imprensa, no Palácio do Planalto.

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No caso das polícias e demais forças de segurança municipais e estaduais, Rêgo Barros destacou que, por enquanto, elas ficam de fora das novas regras propostas já que o relatório do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) excluiu servidores de estados e municípios do alcance da reforma. "No momento, a informação que o governo possui é de que, em princípio, os estados e municípios estão fora do relatório. Como consequência, os profissionais da segurança pública estaduais e municipais não serão tratados nesse momento", acrescentou.

Nesse caso, eventuais modificações nas regras para policiais valeriam, inicialmente, para os federais e rodoviários federais. Durante a tarde, Bolsonaro e os ministros Onyx Lorenzoni (Casa Civil), Paulo Guedes (Economia) e o secretário especial da Previdência, Rogério Marinho, conversaram sobre o assunto. Depois disso, o chefe da Casa Civil ficou encarregado de discutir possíveis novas alterações diretamente com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia. 

"O ministro Onyx Lorenzoni foi ao encontro do presidente Rodrigo Maia levando algumas percepções do senhor presidente, dentre elas, as percepções referentes à questão da segurança pública, mas não exclusivamente estas", disse Rêgo Barros, que preferiu não entrar em detalhes.

 

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, confirmou nesta terça-feira (2) que a inclusão de estados e municípios na proposta de emenda à Constituição (PEC 6/2019) da reforma da Previdência só deve ocorrer no Plenário da Câmara. O texto aguarda votação em uma comissão especial de deputados. Após reunião com líderes partidários no Senado, Alcolumbre disse que “todos estão empenhados e dedicados em apoiar a reforma da Previdência”.

“Há um sentimento de que neste momento, na comissão especial da Câmara, estados e municípios não deverão ser incluídos no relatório do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP). Mas o esforço será no sentido de apoiar a reforma integralmente no Plenário, ajudando na conquista dos votos para aprovarmos a reforma de uma maneira nacional, incluindo servidores da União, dos estados e dos municípios”, disse.

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Mais cedo, Davi Alcolumbre participou de em encontro com governadores de seis estados (Alagoas, Ceará, Goiás, Espírito Santo, Paraíba e Piauí) na residência oficial do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. A votação da PEC 6/19 estava prevista para esta quarta-feira (3), mas o presidente da comissão especial da Câmara, deputado Marcelo Ramos (PSL-AM), anunciou que a decisão será adiada para a análise de destaques.

*Da Agência Senado

 

As votações do Plenário da Câmara dos Deputados desta terça-feira (2) foram canceladas para permitir o andamento dos trabalhos da comissão especial que analisa a reforma da Previdência (PEC 6/19). O eventual início da Ordem do Dia resultaria na suspensão da reunião do colegiado, que toma conhecimento do novo parecer do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP).

Estava prevista para hoje no Plenário a conclusão da análise da nova Lei de Licitações (PL 1292/95), que será adiada para outra sessão.

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Amanhã está prevista a realização de sessão do Congresso Nacional.

*Da Agência Câmara Notícias

 

Os estados e municípios poderão cobrar alíquotas extras da contribuição dos servidores para cobrir o déficit nos regimes locais de aposentadoria. O ponto consta do voto complementar da reforma da Previdência, que está sendo lido pelo relator, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP).

No parecer apresentado no último dia 13, o relator havia excluído esse ponto do texto. Moreira, no entanto, voltou a autorizar governadores e prefeitos a criar contribuições temporárias adicionais para servidores e para os governos locais, que entram com a contribuição patronal, até que os déficits no sistema local de aposentadorias sejam sanados.

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A mudança aproxima os regimes locais dos fundos de pensão, em que participantes e patrocinadores fazem aportes extras para cobrir eventuais rombos.

Pelo texto original, apresentado pelo governo em fevereiro, os governos locais com déficit nos regimes de aposentadoria para os servidores estavam obrigados a aumentar para 14% a alíquota de contribuição de seus funcionários públicos em até 180 dias. Esse é o percentual que vigorará, caso a reforma seja aprovada, para os servidores federais.

Os estados, no entanto, poderiam instituir alíquotas extras além de 14%, caso julgassem necessário reequilibrar os regimes locais, conforme a proposta original. Os governos locais também deveriam instituir fundos de previdência complementar em até dois anos.

Apesar de o relator na comissão especial ter concedido autorização para que estados e municípios aumentem as alíquotas, a proposta não reincluiu integralmente os governos locais na reforma da Previdência. Os governos estaduais e as prefeituras poderão ser reinseridos na reforma quando a proposta chegar ao Plenário da Câmara dos Deputados.

Depois de mais de uma hora de obstrução por deputados da oposição, Moreira começou a leitura do voto complementar.

 

Temores de atraso na tramitação da reforma da Previdência, tombo das ações da Vale com o relatório da CPI de Brumadinho (MG) e, em menor medida, queda do petróleo pesaram sobre o mercado acionário doméstico nesta terça-feira, 2. Diante das negociações para inclusão de Estados e municípios e na expectativa para a leitura do voto complementar do relator na comissão especial da Câmara, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), o Ibovespa oscilou a maior parte da sessão em terreno negativo. Depois de quase perder a linha dos 100 mil pontos na mínima do dia (100.072,77 pontos, queda de 1,2%), fechou aos 100.605,17 pontos, recuo de 0,72%.

Programada inicialmente para as 16h, a leitura do voto complementar de Moreira começou por volta das 16h47. Ao chegar à comissão, o relator disse que o novo texto prevê um efeito fiscal "um pouquinho" maior que R$ 900 bilhões. No relatório apresentado por Moreira em 13 de junho, a economia prevista era de R$ 913,4 bilhões em dez anos.

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O presidente da comissão especial, deputado Marcelo Ramos (PL-AM), afirmou que haverá apreciação de requerimentos amanhã. Há dúvidas, portanto, se será possível votar o parecer do relator nesta quarta-feira (3) - passo considerado fundamental para que a reforma seja aprovada no plenário da Câmara antes do recesso parlamentar.

Em queda desde o início dos negócios, o Ibovespa chegou a esboçar uma reação e quase zerar as perdas no meio no início da tarde, após líderes partidários dizerem que o voto complementar seria realmente lido hoje. Havia temores de que o impasse sobre a inclusão de Estados e municípios na proposta, tema de encontro de governadores e líderes com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), adiasse o cronograma da comissão especial.

"O mercado está muito preocupado com um possível atraso na questão da Previdência. Se a votação no plenário ficar para depois do recesso, podemos ver um estresse maior", afirma Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença Corretora.

O índice voltou a aprofundar as perdas ao longo da tarde, em meio à queda expressiva das ações da Vale, que chegaram a recuar mais de 6%, e fecharam em baixa de 4,21%. As perdas dos papéis da mineradora vieram na esteira da leitura do relatório da CPI de Brumadinho no Senado (MG), que foi aprovado pela comissão. Como adiantado pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o relator da CPI, senador Carlos Viana (PSD-MG), pediu indiciamento do ex-presidente da Vale Fábio Schvartsman, da própria mineradora e da Tüv Süd, além de outros executivos da Vale.

Segundo operadores, o ponto mais sensível é que o relatório da CPI propõe que a cobrança de royalties no setor de mineração seja similar a do petróleo. Segundo Monteiro, o mercado já estava "azedo" com a questão da Previdência e acabou sucumbindo ao peso das ações da Vale, diante dos temores de aumento da cobrança de royalties. "O mercado estava com um pouco de gordura e essa questão da Vale acabou levando a uma onda de vendas", disse.

O relator da reforma da Previdência na comissão especial da Câmara, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), disse nesta terça-feira (2) que ainda não foi fechado acordo para a inclusão de estados e municípios no seu voto complementar, que deve ser lido nesta tarde no colegiado. Segundo o relator, "talvez" o melhor seja manter o diálogo com governadores e líderes partidários para incluir os servidores estaduais e municipais nas novas regras previdenciárias no plenário da Câmara.

"Ainda tem uma expectativa [de inclusão de estados e municípios ainda na comissão especial], mas talvez o melhor procedimento que possa ocorrer é no plenário, o que não é ruim. É bem possível. Talvez mais fácil do que na comissão", disse Samuel Moreira, após reunião com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), governadores e líderes na residência oficial da presidência da Câmara.

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De acordo com o projeto enviado pelo governo federal, a proposta de emenda à Constituição (PEC 6/19) da reforma da Previdência valeria automaticamente para servidores dos estados e dos municípios, sem necessidade de aprovação pelos legislativos locais, mas esse ponto foi retirado do parecer do deputado Samuel Moreira.

O líder do PSDB na Câmara, deputado Carlos Sampaio (SP), disse que o voto complementar do relator com modificações no texto original não vai incluir estados e municípios. Segundo ele, a inclusão de servidores estaduais e municipais poderá ocorrer na votação em plenário.

De acordo com Sampaio, o acordo entre os líderes dos partidos que apoiam a reforma é não apresentar destaques com sugestões de mudanças no texto na comissão para não atrasar a votação do relatório.

Na saída da reunião, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, afirmou que, na reunião, foi manifestado o apoio dos governadores à inclusão dos estados e municípios na reforma da Previdência. "A decisão está nas mãos dos líderes dos partidos para que possam tomar uma decisão com relação à entrada dos estados ou não".

 

A deputada federal e líder do governo no Congresso Nacional, Joice Hasselmann, concedeu entrevista nesta segunda-feira (1) à rádio O Povo CBN e afirmou que o desgaste do projeto de reforma da Previdência é culpa dos governadores do Nordeste.

A parlamentar está na cidade de Fortaleza cumprindo agenda política e disse que os governadores nordestinos atacaram o projeto. “Nós tivemos um desgaste muito grande pelos partidos da oposição e que comandam os estados do Nordeste. Desde o início, os partidos dos governadores do Nordeste atacaram e muito a Reforma, fizeram ampla campanha contra”, relembrou.

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Entretanto, Hasselmann disse que os governadores entenderam que é ruim deixar estados e municípios fora da nova Previdência. "Quando os governadores viram que o discurso se voltou contra eles, bateu aquele desespero porque é realmente ruim estados e municípios ficarem fora da nova Previdência. Acontece que a coisa está aos 48 minutos do segundo tempo e há um prazo limite até amanhã para que esses governadores se comprometam a colocar voto. Sem a nova Previdência o País quebra", complementou.

Sobre a divulgação de troca de mensagens entre o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e procuradores da operação Lava Jato, Hasselmann disse que o site The Intercept não deixou o governo em uma crise. A parlamentar aproveitou para atacar o jornalista Glenn Greenwald, responsável pelo site.

"Isso aí é a montanha que pariu um rato. Foi um balão de ensaio criado por um ‘panfletim’. Esse jornalista - ou pseudo jornalista, ativista, ou sei lá que nome se dá pra isso - Gleen, é um panfletário. Absolutamente ideológico, um moleque de esquerda que usou de um crime que foi cometido para atacar o ministro. O povo brasileiro não cai mais nesse tipo de armação. Fortaleceu o nosso ministro Sergio Moro", garantiu.

Rede Gestão nesta sexta-feira (28), o deputado Silvio Costa Filho (PRB), vice-presidente da Comissão Especial da Reforma da Previdência na Câmara dos Deputados, fez um balanço da agenda de discussões e debates realizada pelo colegiado e destacou a importância da reforma da previdência para a retomada do crescimento do país. Segundo o parlamentar, os governadores precisam estar unidos pela reforma, destacando que essa não é uma reforma do Governo Bolsonaro, mas sim uma reforma do Brasil. Além disso, Silvio destacou que a reforma é, sem dúvidas, a pauta mais importante que o Congresso Nacional vai votar.

“Se essa reforma não passar vamos ampliar a recessão, ampliar o desemprego que pode ultrapassar os 20 milhões de brasileiros, além da perda de credibilidade internacional, entre outros. Enquanto a média do PIB no mundo com gasto da previdência dos países da OCDE é de 7%, o Brasil gasta 14% com a previdência.

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 São quase R$90 bilhões de déficit por ano, enquanto investe em torno 45 bilhões em aeroportos, rodovias e ferrovias em todo o país. Se eu estivesse pensando nas eleições, votaria contra a proposta. Mas eu tomei uma decisão de vida. Entre pensar nas próximas eleições e nas próximas gerações, vou pensar na geração de filhos e netos do povo brasileiro”, pontuou Silvio.

Além do parlamentar, o economista e pesquisador Paulo Tafner também participou do encontro. Durante a apresentação Tafner destacou os estudo que está realizando sobre a previdência. Segundo ele, atualmente o Governo gasta mais de 14% do Produto Interno Bruto (PIB) com a previdência e se não aprovar a proposta, pode chegar a 25%. “A despesa com o sistema previdenciário aumenta 50 bilhões a cada ano e já representa mais de 50% de todos os gastos. Nos próximos cinco anos poderá atingir 80%”, alertou.

O secretário adjunto da Secretaria de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Bianco, um dos braços direitos do ministro Paulo Guedes, que também palestrou durante o evento, elogiou o trabalho de Silvio à frente da Comissão Especial da Previdência. “O deputado Silvio tem feito seu papel totalmente de forma isenta e fundamental para o Brasil, tem conduzido bem a comissão, junto com o deputado Marcelo Ramos (PL-AM), para que nós possamos ter uma votação da reforma da previdência ainda neste semestre. Temos passado muito tempo juntos discutindo a proposta e é uma alegria contar com o seu apoio”, frisou.

“Faço um apelo para que os governadores tenham essa compreensão de que é hora de pensar no Brasil e esquecer as eleições, independente de coloração partidária. O país tem um encontro marcado com a reforma da previdência, a reforma tributária e o novo Pacto Federativo. Tenho analisado a previdência de Pernambuco e hoje o Estado tem um déficit previdenciário de 2,6 bilhões, enquanto investe 900 milhões. Além disso, são 100 mil servidores ativos e 95 mil inativos. Daqui a quatro anos essa pirâmide vai inverter, vamos ter mais inativos do que ativos”, finalizou Silvio.

*Da Assessoria de Imprensa

 

O governo vai tentar um acordo para que estados e municípios sejam incluídos na Reforma da Previdência. De acordo com o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), os governadores querem discutir a partilha dos recursos da cessão onerosa e do fundo social, que são do pré-sal. A proposta foi feita ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e levada ao ministro da Economia, Paulo Guedes, em reunião nesta quinta-feira (27).

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“O que nós desejamos é que a reforma seja a mais ampla e a mais completa possível. Existe um entendimento dentro do Senado de que é importante a inclusão de estados e municípios. Não vamos construir um sistema previdenciário com 27 sistemas distintos, com 2 mil regimes próprios de previdência dos municípios brasileiros. Então, é preciso ter uma reflexão, uma ponderação para que, agora que se aproxima o voto suplementar do relator Samuel Moreira, a gente possa construir a reforma ideal, adequada para o desafio que o Brasil enfrenta”, afirmou Fernando Bezerra.

Segundo ele, o Ministério da Economia vai analisar a proposta dos governadores para tentar construir um acordo antes da votação da Reforma da Previdência na comissão especial da Câmara, prevista para a próxima semana.

 

“Estamos falando de partilha de recursos, sobretudo os recursos da cessão onerosa e dos recursos do fundo social. E estamos na expectativa de que poderemos avançar e anunciar um possível acordo até segunda-feira”, acrescentou o líder do governo.

 

*Da Assessoria de Imprensa 

 

 

O ministro da Economia, Paulo Guedes, pediu aos deputados do PSL , partido do presidente Jair Bolsonaro, para que não apresentem destaques (sugestões de mudanças) à reforma da Previdência que possam "desidratar" o impacto fiscal da medida.

O ministro enviou mensagens por WhatsApp aos parlamentares e também conversado com o líder da bancada na comissão especial, deputado Alexandre Frota (RJ).

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Frota repassou a preocupação do ministro aos demais colegas. Ele, no entanto, entende que a bancada do partido é formada por diversos quadros oriundos da carreira militar, que têm demandas para alterar o texto do relator, Samuel Moreira (PSDB-SP), para beneficiar a categoria.

A economia pretendida pelo governo ao enviar a proposta era de R$ 1,2 trilhão em dez anos. O parecer do deputado reduziu a economia para R$ 860 bilhões em uma década.

Mais cedo, o presidente da Comissão Especial, Marcelo Ramos (PL-AM), criticou a tentativa dos quadros do PSL. "Não dá para o partido do presidente fazer destaques de votação separadas de tema que comprometam, do ponto de vista fiscal, a reforma", disse Ramos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O relator da reforma da Previdência (PEC 6/19), deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), confirmou que apresentará complementação de voto ao final da discussão da proposta, mas disse que não vai alterar a “estrutura central” do parecer. Ele descartou, por exemplo, promover novas mudanças no sistema de transição para os trabalhadores que já estão no mercado. 

Em seu parecer, Moreira mudou a proposta original do Executivo para incluir um pedágio sobre o tempo que falta para a aposentadoria, além da idade mínima e do tempo de contribuição. “É uma proposta dura, 100% de pedágio, mas é o que foi possível. E mais uma trava de idade mínima de 60 anos para homens e 57 para mulheres”, explicou.

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Moreira reconheceu ainda que manteve a desconstitucionalização de alguns pontos, mas disse que vai alterar o parecer para impedir que novas mudanças sejam feitas por medidas provisórias.

Esse é o terceiro dia de discussão sobre a proposta e a reunião da comissão especial pode ser estender por 12 horas. Ainda estão inscritos em torno de 60 deputados para falar.

Votação
Terminada a discussão, a intenção do presidente da comissão, deputado Marcelo Ramos (PL-AM), é iniciar o processo de votação no mesmo dia.

O líder do PP na Câmara, deputado Arthur Lira, já antecipou que vai trabalhar para que a votação seja adiada para a semana que vem. “Tem muitos assuntos do documento que nós assinamos em março que ainda constam do relatório. É importante garantir que sejam retirados na sua plenitude para que a gente não tenha surpresa no Plenário”, disse.

Lira quer evitar o risco de rejeição da reforma da Previdência. “Reforma que é necessária, mas é árdua”. 

Privilégios
Durante o debate desta terça-feira (25), o deputado Henrique Fontana (PT-RS) citou exemplos de como os trabalhadores serão afetados pelas mudanças nas aposentadorias. Ele relatou o caso do garçom “Carlos”, de 62 anos, que trabalhou 40 anos, apenas 20 com carteira assinada, sendo 10 anos com salário mínimo e 10 anos com 2 salários. Pelas regras atuais, ele poderia se aposentar com 65 anos de idade com salário de R$ 1,5 mil.

“Esse relatório que dizem que seria a salvação da economia brasileira fará com que a aposentadoria do garçom Carlos seja reduzida para R$ 1030. Onde está o privilégio desse trabalhador?”, indagou Fontana.

Estados e municípios
O deputado Herculano Passos (MDB-SP), por sua vez, sugeriu que os deputados incluam novamente estados e municípios na reforma. “Se dependerem de lei própria para estabelecer essas regras, pode ser que nunca venha a ocorrer”, alertou.

Passos lembra ainda que no ano que vem, haverá eleições nos municípios o que pode comprometer iniciativas desse tipo. “Sabemos que nesse período serão envolvidas questões políticas e partidárias e prefeito nenhum terá condições de mandar uma matéria dessas para a Câmara de Vereadores”.

*Da Agência Câmara Notícias

O avanço nas discussões sobre a reforma da Previdência na Câmara dos Deputados alimenta as esperanças do governo de uma votação em breve na comissão especial criada para debater o tema. As chances de que isso aconteça ainda esta semana, no entanto, são pequenas – em dois dias de discussão na semana passada, 75 deputados foram ouvidos. Ainda faltam 80.

O presidente Jair Bolsonaro já tirou a pressão do Congresso Nacional e disse não ver problema caso a votação do relatório na comissão especial demore mais uma semana para ocorrer. Além das discussões, que devem continuar ao longo dos próximos dias, festas de São João realizadas em diversos estados podem enfraquecer o quórum e dificultar a votação.

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“Minha experiência de Parlamento: em festa junina, geralmente, o parlamentar fica no seu estado. É quase uma festa religiosa isso daí. Se atrasar mais uma semana, não tem problema não. Toca o barco”, disse Bolsonaro na última sexta-feira (21), após almoço no Ministério da Defesa.

Entenda

Os deputados debatem o relatório do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) desde a última terça-feira (18). A próxima reunião do colegiado está marcada para a próxima terça-feira (25) e a tendência é que uma nova reunião seja marcada para o dia seguinte. O presidente da comissão, deputado Marcelo Ramos (PL-AM), disse que há possibilidade de que a votação comece no mesmo dia em que for encerrada a discussão.

Acordo

Os deputados governistas fizeram um acordo com a oposição: todos que quisessem falar teriam tempo para fazê-lo e, em troca, a oposição não obstruiria a sessão. Após o fim dos debates, o relatório de Moreira será votado na comissão. Em seguida, o texto será apreciado no plenário da Câmara e precisará de uma aprovação de 3/5 dos deputados. Caso aprovada, a proposta segue para apreciação dos senadores.

Alterações

Samuel Moreira fez diversas mudanças em relação à proposta original enviada pela equipe econômica do governo no fim de fevereiro. Dentre elas, retirou o sistema de capitalização da reforma, que determinava que cada trabalhador contribua para a própria aposentadoria. É possível que o governo insista no quesito posteriormente, apresentando uma nova Proposta de Emenda à Constituição (PEC).

Além disso, Moreira manteve a idade mínima de 62 anos para mulheres e de 65 anos para homens após o período de transição, mas alterou o tempo mínimo de contribuição para as mulheres, retornando para os 15 anos vigentes atualmente. O tempo mínimo de contribuição dos homens permanece conforme proposto pelo governo: 20 anos.

As alterações reduziriam a economia com a reforma para R$ 913,4 bilhões até 2029. No entanto, o relator decidiu propor a transferência de 40% de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para a Previdência Social e aumentar tributos sobre os bancos, o que reforçaria as receitas em R$ 217 bilhões, resultando numa economia final de R$ 1,13 trilhão, próximo do montante inicial de R$ 1,23 trilhão estipulado pela área econômica do governo.

 

 

 

A reforma dos Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS) de Estados e municípios foi discutida na Assembleia nesta quarta (19). Representantes do Governo Estadual, prefeitos e vereadores ouvidos pela Comissão Especial dedicada ao tema concordaram com a necessidade de mudanças no atual sistema, mas rejeitaram proposta apresentada na Câmara dos Deputados para que cada ente federativo defina regras próprias.

Tatiana Nóbrega, presidente da Fundação de Aposentadoria e Pensões dos Servidores de Pernambuco, registrou que o Estado tem déficit financeiro anual de R$ 2,6 bilhões com o sistema previdenciário. “Os números mostram que é necessário fazer alterações na idade e no tempo de contribuição para as aposentadorias, já que as pessoas estão vivendo mais”, declarou.

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Outro fator que desequilibra a previdência estadual, segundo os dados apresentados pela Funape, é a proporção entre os servidores ativos e os aposentados e pensionistas. Atualmente, Pernambuco tem 102.228 servidores ativos para 93.719 inativos. “Temos uma proporção quase de um para um, quando sistemas de repartição, como o atual, precisam de uma proporção de quatro ativos para um inativo a fim de se manterem equilibrados”, explicou o diretor de Previdência Social (DPS) da Funape, Maurício Benedito.

Além da questão da proporcionalidade, o alto percentual de segurados com direito a aposentadoria especial (48%) também impacta nas contas estaduais. Segundo relatório apresentado pelo deputado federal Samuel Moreira (PSDB-SP), na última quinta (13), em reunião da Comissão Especial da Câmara dos Deputados, as modificações no sistema de aposentadorias de professores do Ensino Básico, policiais civis, agentes penitenciários e socioeducativos só afetarão aqueles vinculados à União ou ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS). Profissionais desses setores vinculados a Estados e municípios, no entanto, ficariam de fora da mudança.

Para o representante da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe) e prefeito de Moreno (RMR), Vavá Rufino, a reforma dos sistemas de previdência é urgente. “Temos casos de prefeituras que transferem um terço da receita corrente líquida para pagar o déficit de seus sistemas de previdência. A reforma é uma questão de sobrevivência para muitos municípios, e compromete a capacidade deles de investir em políticas públicas essenciais”, considerou. Número apresentados por ele indicam que apenas seis municípios em Pernambuco possuem superávit financeiro.

Presidente da União dos Vereadores de Pernambuco (UVP) e da Câmara de Vereadores de Timbaúba (Mata Norte), Josivaldo Barbosa, deu um exemplo prático da localidade que representa: “Todo mês, a prefeitura precisa repassar R$ 500 mil para o sistema de previdência”. “Do jeito que está, não pode continuar, porque se não for feita a reforma incluindo os municípios, as prefeituras é que irão pagar o pato”, observou.

Segundo o deputado Isaltino Nascimento (PSB), a criação de regimes próprios para os municípios foi um erro estratégico. “Na época, as prefeituras escolheram criar sistemas de previdência porque isso significava um desembolso menor para elas no curto prazo, mas nós alertamos que isso ia gerar problemas. Agora, estão sofrendo as consequências, e a perspectiva é de que os regimes próprios municipais não sobrevivam”, avaliou o parlamentar.

O presidente da Comissão Especial da Reforma da Previdência Social, deputado Doriel Barros (PT), afirmou que “as mudanças apresentadas no Congresso Nacional até agora não atendem ao País como um todo, nem aos Estados e municípios”. Ele sugeriu que o sistema geral de União, Estados e municípios tenham “uma previdência geral única, com um único fundo que possa garantir o equilíbrio fiscal e financeiro do sistema”. “Mantê-los separados não vai resolver os déficits que observamos”, concluiu.

*Da Assembleia Legislativa de Pernambuco 

 

O deputado Marco Aurélio Meu Amigo (PRTB) pediu, na Reunião Plenária desta terça (18), que o governador Paulo Câmara se engaje na aprovação da Reforma da Previdência e solicite apoio aos deputados federais pernambucanos. Na avaliação dele, as principais propostas do Governo Federal que geravam controvérsia foram retiradas pelo relator na Comissão Especial da Câmara, Samuel Moreira (PSDB-SP). O líder da Oposição na Alepe defendeu, ainda, que Estados e municípios sejam incorporados à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 6/2019.

Diferentemente da versão original, o substitutivo de Moreira não mexe na aposentadoria rural e no Benefício de Prestação Continuada (BPC), destinado a idosos carentes. O novo texto também descarta a ideia de um regime de capitalização, em que cada trabalhador contribuiria sozinho para a própria aposentadoria. O relator ainda deixou de fora da reforma geral a proposta de que as regras de cálculo e de acesso ao benefício passassem a ser feitas por lei complementar, e não por meio de alterações na Constituição.

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“Havia um apelo ao Consórcio Nordeste para que esses quatro itens fossem suprimidos. Agora, o governador e o presidente da Amupe (Associação Municipalista de Pernambuco), José Patriota, já deram declarações a favor da reforma. Portanto, eu faço um apelo para que o gestor tente convencer os deputados, porque certamente todos nós sairemos ganhando”, frisou.

O relatório de Samuel Moreira delega aos Estados e municípios a eventual reforma dos regimes próprios. Para Marco Aurélio, porém, se a discussão sobre Estados e municípios não for incorporada à PEC, as mudanças vão demorar mais alguns anos para ser aprovadas.

O pronunciamento foi apoiado, em aparte, por Alberto Feitosa (SD). “Fico imaginando que, se o Congresso não aprovar a reforma, como vai ficar a gestão pública em Pernambuco. Não vai ter dinheiro para pagar o funcionalismo, e a crise da saúde vai piorar”, afirmou. Já João Paulo (PCdoB) reconheceu a necessidade de reforma, mas avaliou que a proposta atual “não vai resolver o problema da Previdência”. O comunista frisou que o gasto com juros e amortizações da dívida consome 40% do Orçamento da União. Também citou as dívidas de empresas, Estados, municípios e pessoas físicas em créditos previdenciários à União e lembrou que tributos que deveriam estar vinculados à Seguridade Social, como PIS e Cofins, estão tendo outras destinações.

*Da Assembleia Legislativa de Pernambuco 

A Comissão Especial da Reforma da Previdência na Câmara dos Deputados retoma nesta quarta-feira (19) as discussões sobre o parecer do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), apresentado na semana passada. Em uma sessão que se estendeu por 12 horas, 63 deputados já debateram a proposta na comissão.

Ao todo, 155 deputados estão inscritos para falar, 92 contrários e 63 a favor. Muitos deputados favoráveis abriram mão de falar para reduzir o tempo do debate, que pode durar cerca de três dias. A expectativa do presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), é que o texto seja votado na comissão especial na próxima quarta-feira (26). No entanto, na avaliação de Samuel Moreira, a votação ainda pode demorar.

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Nessa terça-feira (18), o deputado Samuel Moreira admitiu que pode apresentar um voto complementar com mudanças na proposta, após o fim dos debates. Ele disse que as discussões servem de base para ajustes no relatório.

“Há possibilidade de o relator fazer um voto complementar após as discussões. Eu nunca tive a pretensão de que o relatório fosse um decreto. Ele está sujeito a alterações. Estou aqui para ouvir, para melhorar ainda mais o relatório”, disse. Cinco partidos de oposição (PDT, PSB, PT, Psol e PCdoB) já anunciaram uma atuação conjunta contra a reforma, como obstrução na votação do texto e apresentação de destaques para alterar diversos pontos da proposta.

Em documento divulgado, os partidos consideram que tanto a reforma da Previdência encaminhada pelo governo quanto o relatório apresentado pelo deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) atacam direitos dos mais pobres.

“Consideramos, portanto, que a proposta apresentada pelo relator da Comissão Especial, deputado Samuel Moreira (PSDB/SP), continua transferindo para os mais pobres e os para trabalhadores o ônus da crise econômica e os problemas do sistema de Previdência, que devem ser enfrentados com combate a privilégios, retomada da atividade econômica e realização de uma profunda reforma tributária”, diz o documento.

Confira os principais trechos da proposta

Lideranças partidárias cobraram a retirada de trechos com referência a Estados e municípios que ainda permaneceram na nova versão da proposta da reforma da Previdência. Há mais de 20 referências a esses entes federativos no relatório do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), apresentado na semana passada e que ainda poderá sofrer ajustes no texto antes da votação.

A avaliação de líderes é a de que o relatório ficou com uma "zona cinzenta", o que poderia ser interpretado com uma quebra do acordo feito para que Estados e municípios não fossem alcançados pelas reforma. O assunto já foi discutido com o relator, que teria prometido ajustes. "O combinado é que não pode ter dúvida do ponto de vista da redação que é complexa", disse o líder do Cidadania, Daniel Coelho.

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O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ainda tem esperança de que Estados e municípios sejam incluídos na reforma diante da situação de crise geral nas finanças regionais por conta do avanço dos gastos de pessoal. A avaliação é de que o relatório está robusto, com uma economia maior do que a da proposta pelo ex-presidente Michel Temer.

Na terça-feira, 19, primeiro dia de discussão do relatório da reforma na Comissão Especial, foram ouvidos 65 parlamentares durante 12 horas. Deputados favoráveis e contrários às mudanças nas aposentadorias também se dividiram entre aqueles que apoiam e os que rechaçam o retorno da capitalização ao texto.

A expectativa é de que o debate se arraste por diversas sessões. Não há data marcada para a votação do texto. / COLABOROU EDUARDO RODRIGUES

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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