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A devoção e a fé carregaram milhares de pessoas pelas ruas centrais de Belém na noite de sábado (11), durante a Trasladação, uma das maiores e mais importantes procissões do Círio de Nazaré. Conduzida pela força da imagem peregrina de Nossa Senhora, a multidão cumpriu um percurso de quase quatro quilômetros em pouco mais de cinco horas.

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Conhecida como procissão luminosa, a Trasladação faz o caminho inverso do Círio, na noite de sábado. A romaria saiu por volta de 17 horas do colégio Gentil Bittencourt, ao lado da Basílica Santuário, até a Catedral de Belém, na Cidade Velha. Durante a caminhada, promesseiros puxaram a mesma corda usada no Círio, a grande romaria do domingo. Esse é o Círio de número 227, a maior festa católica dos paraenses.

A Trasladação começou logo depois da missa celebrada pelo núncio apostólico do Brasil, dom Giovanni D’Aniello, no colégio Gentil Bittencourt. A caminhada seguiu pelas avenidas Nazaré e Presidente Vargas, boulevard Castilhos França, no Ver-o-Peso, até a Catedral Metropolitana de Belém, na Cidade Velha.

Varanda

Para mostrar cada vez mais a cultura paraense ao mundo, a cantora Fafá de Belém criou a Varanda de Nazaré, durante o Círio, há quase 10 anos. Na Trasladação, no sábado à noite, e no Círio, domingo de manhã, Fafá canta para os romeiros. A programação também tem sarau e um coral de idosas.

No primeiro fim de semana após o início das regras de patinetes elétricos em São Paulo, esses veículos desapareceram das ruas. Além do confisco de centenas de veículos pela Prefeitura desde quarta-feira (29), as duas principais empresas do setor - Grin e Yellow - ainda recolheram domingo seus patinetes, sob a justificativa de "manutenção" para reorganizar a frota.

Entre domingo e sábado, a reportagem percorreu o Largo da Batata e parte da Avenida Faria Lima, na zona oeste da cidade, e Paulista, na região central, pontos que tinham sido tomados pelo vaivém de patinetes nos últimos meses. No sábado, os apps indicavam poucos ou nenhum veículo disponível nas áreas.

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Ao acessar o app da Grin no domingo (2) pela manhã, surgia o aviso sobre manutenção. Mais tarde, a Yellow também incluiu a mensagem. Com a chuva, que deixou esses lugares mais vazios, não foram muitos os usuários a notarem a falta. Na quarta, diz a Prefeitura, 557 patinetes foram recolhidos - não houve novo balanço. Segundo a Grow, empresa responsável por Grin e Yellow, 1,5 mil dos 4 mil equipamentos da frota foram apreendidos.

"Passo por aqui (Largo da Batata) todo dia e está diferente. Umas 19 horas, sempre tem muitos andando. No fim de semana, enchia também, um 'rolezinho' de patinetes. Não tem mais nenhum", disse a estudante Ana Carolina Prado, de 18 anos.

Segundo o professor Flávio Smit, de 52 anos, este sábado foi o primeiro dia em que não viu a movimentação em duas rodas. "Na semana passada, quase fui atropelado. Eram três crianças apostando corrida. Era óbvio que ia ser um caos", contou. O uso do veículo não é permitido para menores de 18 anos.

Na Paulista, só entregadores de apps de comida passavam com patinetes. Os equipamentos que costumavam ficar no entorno de uma banca de revistas perto da Estação Trianon-Masp sumiram.

Em nota, a Grow disse que os patinetes foram recolhidos no fim de semana para "manutenção", mas não informou se vai retomar o serviço nesta segunda-feira (3). Um prestador de serviço da Yellow disse ao Estado que o objetivo era de fazer ajustes exigidos pela Prefeitura, como a velocidade máxima de 20 km/h. Sobre isso, a Grow não se manifestou.

Na semana passada, a Prefeitura disse que a Grow não tem cadastro para operar na capital. Apenas Flipon e Scoo, com frota de 550 patinetes, fizeram esse registro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os argelinos se manifestaram pela 11ª sexta-feira consecutiva, a última antes do início do mês de jejum muçulmano do Ramadã. Dezenas de pessoas se reuniram, debaixo de chuva, no centro da capital Argel.

Um mês após a renúncia do presidente Abdelaziz Bouteflika em 2 de abril, sob a pressão das ruas e do Exército após 20 anos no poder, o movimento de protesto não diminuiu.

A multidão rejeita, sobretudo, que as estruturas e figuras da máquina herdada de Bouteflika organizem as eleições presidenciais marcadas para 4 de julho. Os manifestantes também reivindicam uma transição dirigida por novos nomes.

O poder não cede, porém, no essencial. Abdelkader Bensalah, um homem do aparato que acompanhou Abdelaziz Bouteflika durante 20 anos no poder e até sua saída em 2 de abril, continua sendo chefe de Estado interino.

E Nuredin Bedui, outro membro do regime, mantém-se como primeiro-ministro do "governo da vergonha", como manifestantes se referem ao governo do país.

O movimento Extinction Rebellion protagonizou, neste sábado (20), em Londres, seu sexto dia seguido de bloqueios em vias para pedir a declaração de um "estado de emergência ecológica" - apesar de terem sido registradas mais de 700 prisões desde segunda-feira (15).

A rede de militantes, nascida no Reino Unido, fechou a circulação na Waterloo Bridge, no coração da capital britânica, com um protesto pacífico, com os manifestantes sentados no chão da ponte.

Outros três locais de grande circulação (Parliament Square, Oxford Circus e Marble Arch) também foram bloqueados "pela presença de manifestantes", indicou a autoridade dos transportes de Londres (TfL).

Em mensagem publicada no Twitter, o Extinction Rebellion acusou diretamente a primeira-ministra, Theresa May (conservadora): "Sabemos que você não faz o suficiente [pelo clima]. Você sabe que não faz o suficiente. Falemos, então".

O movimento ainda organizou várias atividades lúdicas nos locais ocupados, como ioga, massagens, discursos os shows, neste fim de semana de Páscoa.

As ações do Extinction Rebellion geraram "715 prisões" desde o começo da semana, além da abertura de processos contra 28 pessoas, informou à AFP a polícia de Londres.

O número de prisões cria "um problema logístico [...] em termos de celas" e desvia os agentes de suas outras missões, afirmou a polícia metropolitana (MET) em um comunicado.

A Scotland Yard tambem destacou um fato "incomum": "a vontade dos participantes de serem presos e sua falta de resistência às prisões", o que demonstraria o modus operandi do movimento, que defende a desobediência civil não violenta.

Os argelinos retornaram às ruas nesta sexta-feira (5), na primeira grande manifestação desde a renúncia de Abdelaziz Bouteflika, para exigir que a cúpula do ex-presidente não se envolva na transição política.

No início da manifestação, a mobilização era maciça no centro de Argel, principalmente na praça do Grande Poste, o epicentro dos protestos.

Em um vídeo postado na internet, o advogado Mustapha Bushashi, uma das vozes do movimento de contestação, pediu aos argelinos que façam desta sexta-feira "um grande dia". "A renúncia do presidente não significa que vencemos", advertiu.

Os manifestantes exigem a saída de Abdelkader Bensalah, Tayeb Belaiz e Nuredin Bedui, três homens-chave do aparato de poder de Bouteflika e a quem a Constituição confia as rédeas do processo de transição.

Bensalah, nomeado por Bouteflika há 16 anos como presidente do Conselho da Nação (câmara alta), deve substituir o presidente durante três meses, o tempo para organizar novas eleições presidenciais.

Tayeb Belaiz, que foi ministro por 16 anos, quase sem interrupção, preside - pela segunda vez em sua carreira - o Conselho Constitucional, encarregado de controlar as eleições.

O primeiro-ministro Nuredin Bedui foi, até a sua nomeação no dia 11 de março como ministro do Interior, "chefe de fraude eleitoral e inimigo das liberdades", conforme descrito pelo jornal El Watan.

"Respeitar a Constituição" e confiar a transição e a organização das eleições àqueles que encarnam o sistema, "provavelmente causará mais protestos. Os manifestantes duvidam que as eleições serão justas (...) e livres", estima Isabelle Werenfels, pesquisadora do Instituto Alemão para Assuntos Internacionais e de Segurança.

Os manifestantes pedem a criação de instituições de transição para reformar o país e organizar um marco legal que garanta eleições livres.

"O pós-Bouteflika não está claro. A rua e os partidos" de oposição "pedem uma nova Constituição, uma nova lei eleitoral", aponta Hamza Meddeb, pesquisador do Instituto Universitário Europeu de Florença.

A Argélia entra "na fase mais delicada, já que a rua e as instituições podem se dividir", estimou.

O grande vencedor desta disputa com a cúpula de Buteflika é o general Ahmed Gaid Salah, chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas.

Mas Hasni Abidi, diretor do Centro de Estudos e Pesquisas do Mundo Árabe e Mediterrâneo de Genebra, ressalta que "a rua argelina tornou-se o novo ator da vida política, enquanto não sabemos muito sobre as intenções dos militares no pós-Buteflika".

Ainda mais quando o general Gaid Salah é amplamente percebido pelos manifestantes como um homem do "sistema" Buteflika, a quem ele serviu fielmente até poucos dias atrás, desde sua nomeação em 2004.

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Fortes chuvas provocaram alagamentos em diversas áreas da região central de Belém, na manhã desta quinta-feira (4). Os pontos mais afetados são avenida Doca de Souza Franco; BR-316, no km1; avenida João Paulo II, próximo ao parque do Utinga; é avenida Almirante Tamandaré.

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Os alagamentos afetaram a vida da população, principalmente deixando o trânsito lento. Segundo a estudante universitária Thalía Araújo, com o alagamento na BR-316, o trânsito ficou lento. "Com isso acabei chegando atrasada na faculdade", disse a universitária.

A enfermeira Joyce Castro, que mora na avenida Almirante Tamandaré, disse que é a primeira vez que vê isso acontecer. Ela disse que mora nos altos, mas as casas dos seus vizinhos, no térreo, foram invadidas pelas águas.

 

Os "coletes amarelos" voltaram às ruas na França neste sábado (30), no vigésimo dia de mobilização, apesar da proibição em alguns locais de manifestar ante o medo de novos confrontos.

Após os distúrbios e vandalismo na Champs-Elysées de Paris em 16 de março, a polícia da capital francesa voltou a banir os protestos na famosa avenida, bem como num perímetro incluindo o Palácio do Eliseu e a Assembleia Nacional.

Duas manifestações e quatro aglomerações foram declaradas, informou a polícia em um comunicado, sem especificar os locais.

Ao meio-dia, cerca de 300 manifestantes estavam reunidos em frente à Gare de l'Est, em Paris. "Nós viemos pelas mesmas razões que em 17 de novembro (o primeiro dia de mobilização). Nós não conseguimos nada desde então", disse à AFP Nadine, de 51 anos, que trabalha em Drancy (região de Paris).

"Emmanuel Macron, idiota, vamos pegá-lo em casa", cantavam dezenas de "coletes amarelos". Muitos colaram seu título de eleitor rasgado em seus coletes, poucas semanas antes das eleições europeias de maio.

Os manifestantes seguiram então em direção à praça do Trocadéro.

O movimento dos "coletes amarelos", apolítico, nascido nas redes sociais, questiona a política fiscal e social de Emmanuel Macron desde meados de novembro de 2018.

Este "ato 20" deve ver um novo aumento no número de manifestantes nas regiões francesas, segundo estimou uma fonte policial.

Diante do grande aparato policial implementado em Paris, as autoridades temem uma deslocalização dos confrontos para as cidades do interior.

Em Bordeaux (sudoeste), um dos redutos deste movimento social sem precedentes e onde o centro da cidade foi, como há várias semanas, proibido aos "coletes amarelos", o novo prefeito Nicolas Florian decretou um dia de "cidade morta", dizendo-se "muito preocupado com o que poderia acontecer".

A prefeitura mencionou a presença anunciada de "centenas de 'black blocs'".

Em Avignon (sul), a prefeitura, que teme a presença de "grupos militantes violentos", proibiu qualquer manifestação ou reunião das 08h00 às 23h00 GMT, dentro da cidade e em vários eixos periféricos.

Em Saint-Etienne (centro-leste), Toulouse (sudoeste), Epinal (leste) e Rouen (noroeste), as prefeituras também proibiram manifestações para evitar a violência e vandalismo.

Em Lille (norte), a prefeitura proibiu "manifestações e comícios" em "algumas ruas do centro", permitindo, no entanto, uma "rota alternativa".

No último sábado, 40.500 pessoas haviam se manifestado na França, incluindo 5.000 em Paris, segundo os números do Ministério do Interior, contestados pelos "coletes amarelos", que contabilizaram 127.212 manifestantes em todo o país.

Os "coletes amarelos" retomaram os protestos neste sábado (9), em toda França. Esta é a 13ª manifestação desde o início do movimento, agora enfraquecido depois de três meses nas ruas.

Nos últimos dois sábados, a presença foi menor. Segundo o Ministério francês do Interior, 58.600 pessoas se mobilizaram em 2 de fevereiro. O movimento rejeita esse número e fala em 116.000 manifestantes.

Em Paris, centenas de pessoas chegaram à Champs-Élysées esta manhã, de onde seguiriam até a Torre Eiffel, indicou um jornalista da AFP no local.

"Não podemos nos render. Temos que ganhar para ter mais justiça social e fiscal neste país", disse Serge Mairesse, um aposentado de Aubervilliers, localidade próxima de Paris, que carregava um cartaz reivindicando o restabelecimento do imposto sobre fortunas. Essa taxa foi substancialmente reduzida pelo presidente francês, Emmanuel Macron.

"Este movimento expressa a autêntica raiva social neste país, as pessoas que nunca são ouvidas", afirma este homem de 63 anos, que participa de sua 11ª manifestação desde o começo dessa onda de protestos, em novembro passado.

Segundo uma pesquisa publicada na quinta-feira, dois em cada três franceses (64%) apoiam o movimento.

Os manifestantes gritavam palavras de ordem contra a polícia. Os ativistas acusam os agentes de terem usado balas de borracha contra a multidão, deixando vários feridos.

Dois veículos blindados da Gendarmeria estavam estacionados em frente ao Arco de Triunfo, que foi atacado pelos manifestantes em 1º de dezembro.

No restante da França, havia manifestações previstas em Bordeaux e Toulouse, palco de confrontos nas últimas semanas. Também há mobilizações previstas para acontecer em Lille, Nantes, Rennes e Brest.

O movimento está provocando um importante conflito diplomático entre França e Itália, depois que Luigi Di Magio, líder do Movimento 5 Estrelas e número 2 do governo italiano, reuniu-se na última terça-feira com Christophe Chalençon, um dos líderes dos "coletes amarelos".

Alaa Hilal, uma dona de casa do Cairo, não consegue superar o medo desde que um cão de rua a mordeu há cerca de um mês, um dos muitos casos envolvendo cachorros errantes, um assunto que tem gerado debate no Egito.

"Saí do carro e dei de cara com um cachorro excepcionalmente grande", conta à AFP a mulher de 38 anos, que mora na zona noroeste da capital. "Ele se aproximou e me mordeu, sem nem sequer latir", acrescenta Hilal, que foi ferida na coxa e precisou ser vacinada.

Além dos monstruosos engarrafamentos, da poluição e acúmulo de lixo doméstico, os cães de rua também são um desafio para o Cairo, uma megalópole de cerca de 20 milhões de pessoas.

Entre 2014 e 2017, o número de mordidas de cães "baladi" (cães de rua no dialeto egípcio) e outros animais errantes passou de 300.000 para 400.000 no Egito, segundo um relatório do Ministério da Agricultura. Nos últimos anos, 231 pessoas morreram desses ferimentos, segundo o mesmo documento.

Apesar de não existirem estatísticas oficiais sobre o número de cães errantes no Cairo ou no Egito, o país teria "mais de 15 milhões", segundo Shehab Abdel Hamid, veterinário e presidente da Sociedade para a Prevenção da Crueldade contra os Animais (SPCA).

Esta ONG realizou estudos de campo em colaboração com associações locais e internacionais.

Assustados nos bairros animados do centro, esses cães sem dono podem ser barulhentos e agressivos nos becos mal iluminados e cheios de lixo.

Alguns cães, portadores de raiva, são muito perigosos para o homem, porque sua mordida pode ser fatal em 24 horas, ressalta o presidente da SPCA.

Durante o levante popular de 2011, que derrubou o presidente Hosni Mubarak, o fenômeno dos cães vadios aumentou, à medida que os agentes de limpeza pararam de coletar lixo, explica Abdel Hamid.

As lacunas no sistema de coleta de lixo são "a principal causa da crise de cães abandonados no Egito", acredita o veterinário.

- Armas de fogo e venenos -

Por outro lado, as soluções propostas para o problema também são uma fonte de controvérsia.

As autoridades públicas só intervêm caso a caso, "em resposta a reclamações de cidadãos", disse o porta-voz do Ministério da Agricultura, Hamed Abdel Dayem, que não menciona nenhum programa específico para combater o problema.

Alguns governadores prometem uma recompensa àqueles que os capturam para entregá-los aos serviços veterinários.

Por sua parte, os defensores dos direitos dos animais relatam que algumas pessoas recorrem a métodos radicais, como o uso de armas de fogo ou venenos.

Algumas pessoas usam estricnina, uma toxina particularmente criticada pelas ONGs e considerada "inaceitável" para o bem-estar animal pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), da qual o Egito é membro.

Quando perguntado pela AFP, o porta-voz do Ministério da Agricultura limitou-se a afirmar que o Egito não importa substâncias proibidas.

Recentemente, um deputado causou polêmica ao sugerir que esses cães poderiam ser exportados para países asiáticos para fins alimentares.

- Esterilização -

No oeste do Cairo, em pleno deserto, perto das pirâmides de Guiza, o "Refúgio da esperança", uma associação particular, recolhe cães das ruas.

"No começo, seguia páginas no Facebook dedicadas ao resgate de animais", conta à AFP Ahmed Al Shorbagi, chefe da associação.

"Eu salvei uma cadela que chamei de 'Hope' [esperança em inglês] e, quando abri o abrigo, dei a ela o nome", explica o jovem engenheiro elétrico.

Depois de abrir um segundo abrigo, seu projeto atende mais de 250 cães e conta com uma dezena de funcionários. Segundo ele, 40% do financiamento vem de recursos próprios e, o restante, de doações privadas.

"Em vez dos milhões gastos pelo governo para importar veneno", a solução, segundo Shorbagi, seria esterilizar os cães de rua, algo feito por outras cidades afetadas pelo mesmo fenômeno, especialmente no México ou Chile.

"Propusemos ao Ministério da Agricultura que pudéssemos lidar com essa questão gratuitamente como uma associação, mas a ideia foi rejeitada", diz.

O Ministério, no entanto, negou ter se recusado a cooperar com organizações privadas e elogiou seus esforços.

Milhares de pessoas prestam neste domingo (20), no Rio de Janeiro, homenagem ao santo padroeiro da cidade: São Sebastião. O filho de Alaíde Rodrigues Gomes nasceu de sete meses, mas cresceu sem problemas, graças ao padrinho que ganhou há 36 anos: São Sebastião. “Todo ano venho à missa para agradecer. Meu filho está aí, legal. Hoje, ele mora na Austrália com a mulher e a filha”, contou Alaíde.

Joci Borges Oliveira morava em Salvador, mas há seis anos veio para o Rio, onde acompanha a procissão do santo.

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No feriado deste domingo, uma fascite plantar (inflamação de uma faixa de tecido que liga o osso do calcanhar aos dedos) não deixará que ela cumpra sua tradição, mas não a impediu de visitar a Basílica Santuário de São Sebastião dos Frades Capuchinhos, na Tijuca, para agradecer a graça recebida “de minha vida ser em paz”.

Já Isabel Cristina Oliveira frequenta o santuário há mais de 20 anos. “Já tive muitas graças. Venho para agradecer”, disse.

William de Andrade é vizinho da basílica e prestigia a festa dedicada a São Sebastião todo dia 20 de janeiro, embora seja devoto de Santa Luzia. Ele faz questão de acompanhar a mulher, Isaura, que tem em São Sebastião seu santo preferido.

Missas reúnem fiéis durante todo o domingo

Durante todo o domingo (20), são realizadas missas a cada hora no Santuário dos Frades Capuchinhos. A primeira foi às 8h.

Falando à imprensa, o cardeal arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta, que rezou a missa das 10h, destacou a importância de São Sebastião para a cidade.

“São Sebastião é do século 16. É o padroeiro do Rio de Janeiro. São séculos de devoção que demonstram a tenacidade, a coragem de um homem de Deus que não desanimou nunca. É para que o carioca nunca desanime dos seus problemas, das suas flechadas, caminhando com fé”, disse.

Falando aos fiéis durante a missa, Dom Orani Tempesta salientou os sinais de bravura e de sustentação de São Sebastião, que devem estar presentes em todos os cariocas, para que possam encontrar a solução de todos os problemas e para que a cidade seja acolhedora “como sempre foi”.

A programação em homenagem a São Sebastião inclui ainda hoje à tarde o Terço da Misericórdia, na igreja dos Capuchinhos. Às 16 horas, haverá a procissão em honra ao padroeiro, rumo à Catedral de São Sebastião do Rio de Janeiro, situada na Avenida Chile, região central da cidade.

Foi como se todos os espaços espaços seguros tivessem sido extintos. No mesmo ônibus e horário de sempre, 17h20, segundo registravam as mensagens em sua conta no Whatsapp, Dandara* abriu uma foto da deputada Manuela D’Ávila, há pouco derrotada em sua empreitada de tentar a vice-presidência do país, no celular. Um homem alto o suficiente para olhar a tela de cima para baixo passou a encarar a moça. “Ele vestia uma camisa do Brasil. O ônibus estava lotado e só eu e um senhor sentado, com a cabeça à altura da cintura dele, vimos quando ele tirou uma pistola preta da cintura e apontou para baixo junto ao corpo”, descreve Dandara.

Apavorada, ela teve que obedecer à uma ameaça do passageiro. “Eu estava na passagem dele para a porta de saída do ônibus. Ele ainda falou assim: ‘venha para cá e eu vou praí, que é melhor para todo mundo’. Quando troquei de lugar, ele guardou a pistola e desceu”, completa. “Estou assustada, depois disso cheguei em casa e chorei muito. Acho que a atitude dele tem a ver com os discursos de Bolsonaro”, continua. Bissexual, Dandara, desde então, não anda mais de mãos dadas com sua companheira na rua, por medo.

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Para Igor Andrade, membro do Coletivo Rua-Juventude Anticapitalista, o pavor de Dandara diante da conjuntura política do Brasil não é exceção na comunidade LGBTI+. “Bolsonaro foi um dos propulsores do incentivo à intolerância e, por mais que ele tente negar isso, acaba atraindo para o campo dele pessoas intolerantes, que pregam supremacias de cor, gênero e orientação sexual. Como ele respalda esse discurso violento, acaba instigando pessoas que agora sentem que podem fazer tudo”, explica. De acordo o ativista, além do medo das agressões físicas, a comunidade enfrenta ainda mais atribulações emocionais. “Muita gente tem relatado depressão e ansiedade. Acompanhamos inúmeras declarações de ameaças verbais e físicas à população LGBTI+ diretamente relacionadas à vitória de Bolsonaro”, acrescenta.

Embora insista que não tem nada contra a comunidade LGBTI+, em novembro de 2017, Bolsonaro chegou a ser condenado pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro por suas declarações homofóbicas ao programa CQC, exibido pela TV Bandeirantes, em 2011. Após ser questionado pela equipe da atração sobre o que faria se tivesse um filho gay, o político disparou: “Isso nem passa pela minha cabeça, porque eles tiveram uma boa educação. Eu sou um pai presente, então não corro esse risco”, afirmou.

O processo ainda tramita na Justiça, mas a pena estabelecida em 2015 era o pagamento de uma indenização de R$ 150 mil por dano moral coletivo. O histórico do presidente eleito, segundo Igor Andrade, ligou o sinal de alerta dos movimentos sociais. “Estamos nos organizando em grupos voluntários de ajuda psicológica, terapia e de troca de informações. À medida em que a opressão avança, nossa organização aumenta”, afirma.

Tão chocante quanto ter sido intimidada por um desconhecido no ônibus, foi receber mensagens ofensivas de familiares e amigos de longa data. “Gente que eu conhecia da Igreja me mandou recados pelo celular, me chamando de ‘vabagunda’ e ‘esquerdopata’. Meu melhor amigo do ensino médio me escreveu: ‘feminazi, Bolsonaro vai ter teu presidente’”, lamenta Dandara.

Um casamento feliz e uma vida na educação estavam nos planos da jovem, antes das eleições. “Acho que minha vida não vai ser mais nada do que eu imaginava, parece que meus projetos não existem mais. Porque meu único projeto está sendo sobreviver”, desabafa.

Camila vestia uma camisa com os dizeres "Ele Não" quando foi empurrada por um desconhecido. (Acervo Pessoal)

“Disse que a vontade dele era me jogar na frente do ônibus”

Dois dias antes do ato que levou centenas de milhares de mulheres de todo o país sob o mote “Ele Não”, a estudante Camila Vilanova estampava os dizeres em uma camisa quando foi surpreendida por um desconhecido, à luz do dia, na Avenida Conde da Boa Vista, uma das mais movimentadas do Centro do Recife. “O homem veio na minha direção, me empurrou forte e caí no meio da rua. Disse que a vontade dele era me jogar na frente do ônibus, que só não fez isso ‘porque Bolsonaro ainda não é presidente’ e me chamou de feminista nojenta”, relata Camila.

Após ver o agressor deixar o local sorrindo, Camila ficou perplexa com a inércia das pessoas que presenciaram o empurrão. “Tinha um monte de gente na parada do ônibus e ninguém fez nada. Fiquei muito assustada, em pânico, não consegui reagir”, surpreende-se. Lésbica, ela acredita que a homofobia cresceu com a ascensão política de Bolsonaro. “Estou amedrontada, a homofobia parece ter crescido e as pessoas estão claramente mais violentas”, completa.

“Quando o capitão ganhar vai acabar essa safadeza”

Meio dia, no Centro do Recife. O estudante Gabriel Silva caminhava despreocupado em uma rua pouco movimentada graças à ameaça de chuva. “Dois homens vestindo camisas de Bolsonaro começaram a me seguir. Eles falaram: ‘quando o capitão ganhar vai acabar essa safadeza’, que ‘essa safadeza não existia mais’. Eu não usava nenhum tipo de adesivo, mas eles me viram como gay”, lembra. Gabriel apressou o passo e conseguiu entrar em uma loja, despistando os agressores. A sensação de solidão, no entanto, ainda o acompanha. “É como se não tivesse ninguém por você. Me senti vulnerável, achei que fosse morrer. Depois de tudo que passei para aceitar quem eu sou, pela primeira vez tive medo de voltar para o armário”, afirma.

Após a perseguição, Gabriel passou alguns dias sem ir à faculdade, por medo do percurso. (Acervo Pessoal)

Depois do incidente, foi preciso muita coragem para voltar a frequentar a faculdade. “Estava voltando da aula quando aconteceu. Passei dois dias sem ir estudar, tentando evitar o caminho e ser espancado, torturado ou agredido”, conta Gabriel. Além da intimidação física, o estudante passou ainda por outras situações de agressão verbal, vindas de pessoas que se identificaram como eleitores de Bolsonaro. “Estava na frente da minha casa, era uma terça-feira. Um caminhão parou no sinal e os homens dentro dele começaram a gritar ‘Bolsonaro 2018’, me chamando de ‘viado’, dizendo que era ‘pra votar no mito’”, lembra.

Auto-defesa

Há dois anos e meio, o advogado Alisson Paes resolveu criar o próprio curso de auto-defesa para pessoas LGBTI+, o Piranhas Team. Vítima de violência física motivada por homofobia, ele participava de curso pré-vestibular para homossexuais e transgêneros, onde constatou que os incidentes de violência que vitimam pessoas da comunidade acontecem com frequência.

“Entrei em contato com uma academia, que me indicou instrutores de krav maga, que é basicamente defesa pessoal. Queríamos criar um grupo onde as pessoas se sentissem seguras para aprender, sem sofrer discriminação”, explica. Com duas turmas lotadas, o curso acaba de abrir uma nova, para dar conta dos novos interessados.

Para Alisson, o crescimento da procura pelas aulas está ligado à atual conjuntura política. “Participo de diversos coletivos LGBTI+, incluindo a Frente Ampla do Rio de Janeiro, que surgiu depois do resultado do primeiro turno das últimas eleições presidenciais, quando vários coletivos começaram a pensar em estratégias ligadas à nossa segurança”, comenta.

Com o objetivo de atingir quem não chega ao curso, o Piranhas Team acaba de lançar uma cartilha com dicas de segurança para LGBTI+’s, com orientações básicas para como reagir diante de situações de agressão ou a quem recorrer, caso seja necessário. “Comunicar o trajeto” a ser feito a pessoas de confiança e manter “a bateria do celular carregada” são algumas das recomendações expressas no material. “Toda semana depois do treino temos feito rodas de conversa para ouvir os relatos e estimular as pessoas a compartilhar experiências de como elas estão lidando com o momento”, acrescenta o ativista.

Curso de defesa pessoal para LGBTI+'s abriu nova turma para dar conta dos interessados. (Ana Júlia Costa/divulgação)

Procura por ajuda é grande

Movido pelo desejo de prestar auxílio jurídico a LGBTI+’s vítimas de violência durante o período eleitoral, Alisson chegou a disponibilizar o número do próprio celular nas redes sociais. O advogado ficou surpreso ao receber cerca de 15 mil mensagens via WhatsApp, o suficiente para travar o aplicativo, segundo ele. “Não tinha como responder. Vi que essa estratégia não funcionaria, então estou vendo outras formas de ajudar. As pessoas estão muito amedrontadas, sem se sentirem acolhidas”, conclui.

Com o objetivo de auxiliar pessoas que sofreram violência motivada por política, a Ordem dos Advogados do Brasil- Seccional Pernambuco (OAB-PE) lançou o Observatório da Intolerância Política. O projeto permite que o público encaminhe suas denúncias à instituição via e-mail (observatorio@oabpe.org.br), WhatsApp (81. 9.9247.2115) ou mesmo presencialmente, no setor de protocolo, localizado na sede (Rua Imperador Pedro II, 346, bairro de Santo Antônio, Centro do Recife).

Na ocasião do lançamento da plataforma, o presidente da OAB-PE, Ronnie Duarte, declarou que a ferramenta foi criada diante da “escalada de episódios, inclusive com agressões físicas perpetradas contra homossexuais e mulheres, geralmente tendo como pano de fundo questões relacionadas às opções políticas adotadas pelas pessoas”.

De acordo com a presidente da Comissão de Diversidade Sexual e de Gênero da Ordem, Maria Goretti Soares, a instituição não tem autonomia para tomar decisões. “A gente se reúne e analisa as denúncias, encaminhando o material enviado para os órgãos competentes, como a Polícia Federal, a Defensoria Pública e o Ministério Público. Também estamos à disposição para orientar o público sobre como proceder em cada caso”, explica.

Desde de o dia 15 de outubro, quando foi lançada a ferramenta, a OAB já recebeu um total de 195 contatos, incluindo elogios à iniciativa de denúncias sem provas. “Cerca de 50% são denúncias de fato, com provas anexadas. Nossa orientação é que as pessoas não fiquem caladas, pois o agressor denunciado tende a recuar”, completa Maria Goretti.

 Após o resultado da eleição presidencial, a Frente Povo Sem Medo, composta por mais de 30 movimentos nacionais que também lutam contra o conservadorismo, organizou um protesto contra a vitória do então candidato Jair Bolsonaro (PSL).

No Recife, a manifestação acontece nesta terça-feira (30), a partir das 17h. O convite do evento no Facebook destaca a necessidade de todos andarem juntos de mãos dadas. “Vai ter resistência no Recife. Bolsonaro venceu a eleição presidencial uma semana após discursar para manifestantes na Av. Paulista prometendo o exílio ou a prisão para seus opositores. Entre o exílio e a prisão escolhemos a rua. Seguiremos lutando por um país democrático, livre, humano de todos e todas nós. Não nos calarão, aqui está o povo sem medo de lutar”, diz o texto. O protesto também vai acontecer em outras cidades brasileiras como Fortaleza, Rio de Janeiro e Brasília.   

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O ex-candidato a presidente e líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, falou sobre a atividade de amanhã. O psolista frisou que a oposição ao capitão da reserva estará nas ruas. “Bolsonaro ganhou a eleição, mas não é o dono do Brasil. A resistência é pelas liberdades democráticas, por nossos direitos e pelo respeito à oposição”, avisou.

Milhares de pessoas se manifestaram neste sábado (13) no centro de Berlim contra o ódio e o racismo, depois das recentes demonstrações de xenofobia no leste da Alemanha que abalaram o país.

Ao menos 150.000 manifestantes participaram do protesto, afirmou o coletivo #unteilbar ("indivisível"), que anunciou esperar o comparecimento de 40.000 participantes. 

"Já é um sucesso", celebrou sua porta-voz, Theresa Hartmann. A polícia de Berlim, por sua vez, não deu as suas cifras oficiais.

"Digo forte, digo claramente, todos somos indivisíveis!", diziam os participantes que marcharam sob o sol e temperaturas de verão no centro da capital, antes de chegarem à famosa Porta de Brandeburgo.

"Não há lugar para os nazistas", "O resgate no mar não é um crime", "Mais amor, menos ódio", podia-se ler nos cartazes.

O coletivo #unteilbar, formado por várias ONGs, artistas e particulares, já reuniu, uma semana antes, milhares de pessoas nas ruas de Hamburgo e Munique.

Também estiveram presentes sindicatos e organizações religiosas, de caridade, ou representantes políticos de esquerda.

Sob o lema "Por uma sociedade livre e aberta; contra a exclusão, solidariedade!", os manifestantes protestaram particularmente contra o racismo dirigido pela extrema direita, que chegou há um ano à Câmara dos Deputados.

O partido anti-imigração Alternativa para Alemanha (AfD) construiu seu sucesso alimentando o medo dos alemães após a chegada de um milhão de refugiados entre 2015 e 2016 ao país.

No fim de agosto, uma manifestação de simpatizantes da extrema direita acabou se convertendo em uma "caça" aos estrangeiros nas ruas da cidade de Chemnitz (leste).

"Não é santinho de político, não", se apressa José Augusto Moura, enquanto tenta distribuir folhetos de um restaurante na Avenida Paulista, na região central de São Paulo. É uma estratégia. "Só assim para as pessoas aceitarem. Era eu esticar o braço e as pessoas respondiam 'já tenho candidato'. Hoje em dia ninguém quer saber de político. Até o pessoal das campanhas percebeu."

Driblar a resistência das pessoas nas ruas e enfrentar a falta de paciência em relação à política tem sido um desafio - não só para Augusto, que trabalha no comércio e é afetado indiretamente - mas para militantes que ainda veem no contato corpo a corpo uma forma eficaz de conquistar votos.

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Para analistas ouvidos pela reportagem, este comportamento e a consequente debandada das militâncias das ruas para as redes são sintomas da desilusão dos brasileiros em relação às eleições. Assim como há quatro meses o "clima" de Copa do Mundo não foi como em anos anteriores no País, o barulho típico das ruas nos tempos de eleição foi bem diferente e fez surgir a sensação do surgimento de campanhas "fantasmas", ou pelo menos tímidas.

"Houve muita resistência. Sentimos isso indo para a Praça da República todos os dias", conta Alex Sandro, que trabalhou numa campanha do PT. "As campanhas foram mais tímidas nas ruas neste ano", avalia Magali Cristina Lopes, que trabalhou em Itaquera, na zona leste, para um candidato do PSDB. "Difícil. Uma forma de fazer as pessoas aceitarem os santinhos é conversando. Fiz isso, mas mesmo assim muitos negavam. Não era assim."

"A menor intensidade de militância nas ruas indica um desgaste dos políticos e da política", analisa o cientista político Rodrigo Prando, da Universidade Mackenzie. "Isso deixa as pessoas receosas de se exporem. O clima de violência na política também leva a isso. Mas as campanhas também estão mais virtuais. Mais nas redes do que nas ruas. Isso tudo contribui."

Outro fator que pesou no afastamento das militâncias das ruas foi a atuação dos partidos. Em geral, a sensação de não se sentir mais representado. Foi o que aconteceu com o funcionário público Caike Ramos, que neste ano não militou por candidatos de seu partido, o PSTU. "A desilusão vem por parte dos partidos de esquerda não conseguirem dialogar com o povo, com a periferia", diz Caike.

"Há uma possibilidade de que as pessoas estejam se manifestando agora de forma mais negativa do que positiva em relação às candidaturas", diz o cientista político Jairo Pimentel, da Fundação Getulio Vargas. "Além disso, as campanhas estão com menos dinheiro, com a proibição de doações empresariais. Isso se reflete em menos gente na rua. Com isso e as desilusões com os partidos, a tendência é mesmo o esvaziamento."

'Desmoralização'

O momento impôs dificuldades mesmo para quem já tinha experiência de militância na rua, como o deputado federal Ivan Valente (PSOL), que tenta se reeleger para o quinto mandato. A reportagem acompanhou uma panfletagem do candidato e sua equipe na Avenida Paulista. Apesar da grande movimentação de pessoas e de ser um político conhecido, poucos paravam para receber o material de campanha e conversar ou tirar fotos com Valente. O destino fatal de boa parte dos folhetos distribuídos era a primeira lixeira no trajeto dos eleitores.

"Houve um processo de desmoralização dos partidos. Então, isso se manifesta às vezes na rua na negação dos folhetos, levantando as mãos. Reação de forma mais agressiva é de um outro. Essa negação atrapalha", disse o candidato. "Além disso, com as novas regras, você não vê mais cavalete, faixas, isso trabalha contra a democracia. Você vê no máximo alguns folhetos e as campanhas parecem menores."

A reportagem também esteve em Grajaú e Parelheiros, no extremo sul da capital. Entre o horário de almoço e fim da tarde, a reportagem contou apenas cerca de 15 pessoas com bandeiras de candidatos nesta quinta, último dia de campanhas. "Nem recebemos mais santinhos na porta de casa ou do comércio", diz a comerciante Márcia Bartiromo do Carmo. "Os que chegam são colocados na caixa do correio."

"O cenário de incivilidade da nossa política atual faz com que as pessoas repensem prioridades. Ir para a rua e se arriscar não é uma dessas prioridades", analisa Prando, sobre a forma como a discussão política parece se distanciar, de forma voluntária, do cotidiano de eleitores. Avaliação vista na prática até por quem é afetado indiretamente pela rejeição à política, como Augusto, o distribuidor de folhetos do restaurante da Paulista, do início desta reportagem. "No fim das contas, parece que as pessoas estão mais interessadas mesmo é no preço do prato feito, não com esses caras." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O mês de novembro será de atividades intensas da Fórmula 1 no Brasil. Além da etapa do campeonato no Autódromo de Interlagos, de 9 a 11, dois eventos vão levar a categoria para outras capitais brasileiras. No dia 4, no Rio, Felipe Massa vai guiar um carro na Enseada de Botafogo. E, no dia 10, no Gasômetro, em Porto Alegre, será a vez de Rubens Barrichello fazer a exibição.

A presença dos dois ex-pilotos da categoria em eventos abertos ao público é uma ação da Heineken, patrocinadora do GP do Brasil, que será realizado em Interlagos, em São Paulo. Os idealizadores pretendem aproximar a categoria dos fãs que moram em outras cidades do Brasil e vão procurar mostrar pela dinâmica da apresentação que na Fórmula 1 o trabalho de uma equipe não se resume apenas ao piloto no cockpit.

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Massa e Rubinho vão guiar carros da Williams, equipe pela qual ambos encerraram a carreira na Fórmula 1. Agora aposentados da categoria, os dois voltaram a se encontrar neste ano em duas etapas da Stock Car. A exibição dos pilotos tanto no Rio como em Porto Alegre será pela manhã, em evento que terá ainda atrações musicais e shows com motos.

O GP do Brasil de Fórmula 1 será a penúltima etapa do campeonato deste ano. Além da possível definição do título, a prova ficará marcada por homenagens a Fernando Alonso, da McLaren. De saída da categoria, o piloto que ganhou seus dois títulos mundiais em Interlagos será tema de ações promovidas pela organização da prova.

O pré-candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL) vem afirmando sem modéstia que vence a eleição presidencial no primeiro turno. Durante a polêmica participação no programa Roda Viva, nessa segunda-feira (30), Bolsonaro foi além e disse acreditar que tem “muito mais votos” do que o ex-presidente Lula. 

A declaração aconteceu quando o deputado respondia se vai aceitar o resultado, caso seja derrotado no pleito. “O sentimento que eu tenho nas ruas é que eu tenho muito mais votos até do que o Lula. Eu sou recebido de uma forma completamente diferente de que o Lula foi recebido com as caravanas, em qualquer lugar que eu vá, em qualquer canto do Brasil. Isso é uma realidade, a aceitação é enorme para com o meu nome”, declarou com confiança. 

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Bolsonaro também falou que vai estar “na luta” de qualquer maneira. “Ora, qual outro caminho eu tenho senão participar das eleições? Entregar para o PT ou PSDB? Eu vou estar na luta de qualquer maneira”, ressaltou afirmando também que as pessoas viam nele confiança e credibilidade. “É alguém diferente dessas pessoas que tem se apresentado”, alfinetou. 

Um levantamento divulgado nesta terça-feira (31) pelo Instituto Paraná Pesquisas mostra que o parlamentar iria para o segundo turno com 23,6% das intenções de votos dos brasileiros em um cenário sem Lula. Em segundo lugar aparece a candidata da Rede, Marina Silva, com 14,4%, seguida por Ciro Gomes (PDT), que aparece no levantamento com 10,7%. 

O estudo ainda revela que o único possível candidato que se apresenta acima de Bolsonaro seria Lula. O petista, de acordo com a pesquisa, despontaria com 29% das intenções de votos. Nesse novo panorama, Bolsonaro apareceria em segundo com 21,8% e Marina Silva com 9,2%. 

A entrevista que o deputado federal concedeu ao Roda Viva deu o que falar. Também questionado por um dos jornalistas sobre a ligação com o ex-deputado Eduardo Cunha, hoje preso, Bolsonaro afirmou que raras vezes esteve com Cunha. “Eu gostaria de ter estado mais vezes ao lado dele, inclusive. Agradeço a ele a aprovação do voto impresso”. Ainda argumentou que não é porque está “no meio” que é corrupto ou tenha a intenção de praticar algo que não seja o que diz ser.

O presidenciável do PSL ainda causou ao afirmar que não houve golpe militar em 1964 justificando que os atos cometidos pelos militares se justificavam pelo "clima da época, de guerra fria" e que teria agido da mesma maneira se estivesse no lugar deles. 

A Uber informou nesta terça-feira (24) que está dando o primeiro passo para retomar seu programa de veículos autônomos, ao colocar suas unidades novamente nas ruas em "modo manual", com um motorista ao volante o tempo todo.

A companhia anunciou que seus veículos especialmente equipados voltarão a funcionar pela primeira vez após a interrupção dos testes por um acidente fatal no Arizona, sem informar uma data.

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"Estamos começando com automóveis em modo manual, com um especialista atrás do volante controlando o veículo a todo o momento", disse a Uber em um comunicado sobre o relançamento em Pittsburgh, na Pensilvânia.

"Embora estejamos ansiosos para retomar os testes de nosso sistema de veículos autônomos, vemos que o manejo manual é um primeiro passo importante para ter proteção", acrescentou a companhia.

Os testes permitirão à Uber recolher informação em distintos cenários que serão recriados em simulações virtuais, e também desenvolver um mapeamento mais preciso para os veículos.

A Uber mantinha os testes com veículos autônomos em várias localidades nos Estados Unidos após o acidente no Arizona, em que uma mulher morreu.

 

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Há um mês, Roberto se alimenta dos sopões solidários oferecidos aos moradores de rua. (Rafael Bandeira/LeiaJá Imagens)

De camisa de botão, calças bem passadas e sapatos sociais, o desempregado Roberto Silva aguarda um dos encontros mais importantes de sua vida. Há um mês, ele tirou os cerca de R$ 600 que guardava em uma conta bancária e comprou uma passagem só de ida, de São Paulo para o Recife, deixando esposa, filhos, casa e carro próprio na esperança de descobrir o paradeiro de seu pai, o pernambucano Amaro Mariano Silva. Desde então, Roberto dorme nas ruas do Centro do Recife e conta com a ajuda de desconhecidos para se alimentar e bancar as passagens para continuar as buscas.

 “Minha mãe é paraibana e veio morar no Recife. Aqui, conheceu meu pai, com quem viajou para São Paulo. Eles tiveram cinco filhos, comigo, e se separaram. O que ela me contou foi que foi traída, o que ocasionou o rompimento do casamento e a volta do Seu Amaro para Pernambuco”, relata Roberto. Depois disso, o desempregado sabe apenas de fragmentos da própria história. “Não sei o que deu na cabeça dela, mas resolveu vender a casa em vivíamos muito bem. Meu pai era torneiro mecânico, nos sustentava com tranquilidade. Nos mudamos para uma favela e sei que ela chegou a ser presa, desconheço o motivo”, lamenta. Roberto era recém-nascido quando o pai deixou a família.

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Com outro companheiro, a mãe de Roberto teria ainda mais dois filhos. “Ela, até hoje, mal fala do meu pai. Sempre questionei, mas nunca recebi respostas concretas. Ela criou ódio dele por causa da traição, não queria nem que a gente tocasse no assunto”, completa. A cada novo natal sem respostas, Roberto se inquietava sozinho, em oposição à apatia dos irmãos em relação ao pai. Capacitado para trabalhar como vigilante, era com essa atividade profissional que sustentava a companheira e os filhos, até que ficou desempregado.

Aos 55 anos, sem uma foto sequer do pai e com a exclusiva informação de que ele trabalhou na antiga “Minerva”, uma fábrica de papéis do Bairro de Caixa d’Água, em Olinda, fechada há mais de 30 anos, Roberto decidiu que era o momento de investigar o paradeiro de Amaro. 

Foram três dias em um ônibus e um desembarque apressado. Da rodoviária, com R$ 40 no bolso e uma mala com uma bíblia, documentos e algumas roupas, Roberto se apressou em ir a Caixa d’Água. “Passei a noite pra cima e pra baixo, procurando informações sobre meu pai com a população. Dormi na rua pela primeira vez. Me disseram que, de lá, quando a empresa fechou, ele se mudou para Rio Doce (Olinda)”, afirma. 

Roberto no local onde costuma dormir. (Chico Peixoto/LeiaJá Imagens)

Vida no Centro

Embora tenha sido racionado durante a viagem em um lanche por dia, o dinheiro logo acabou. Com os abrigos para moradores de rua lotados, restou a Roberto hospedar-se debaixo da marquise de um edifício, no cruzamento entre a Rua do Sol e a Avenida Guararapes. “Os seguranças sempre estão de olho, qualquer coisa podem me dar uma força. Lá embaixo, perto da Praça do Diario, a coisa é mais pesada, comecei a recuar, mas ao mesmo tempo tinha que jogar o jogo deles, na forma de falar, no jeito de me vestir, se não poderia ser roubado ou morto”, explica. 

Roberto chegou a ter o celular, que utilizava para se comunicar com a esposa, roubado. Com “vergonha de pedir”, foi vender água até conseguir R$ 20 para comprar um novo aparelho, mais simples, na Avenida Dantas Barreto. “Sinceramente, nos primeiros dias me senti meio inseguro, mas depois que comecei a ter contato com as pessoas, vi que os pernambucanos são pessoas muito amorosas, carismáticas. Encosto numa banca a pessoa já me dá um cafezinho, sem eu pedir”, conta. Alimentando-se dos sopões organizados por instituições de caridade para os moradores de rua e carregando o celular em Igrejas, Roberto vai levando uma rotina cheia de incertezas e espaços vazios. 

Se a coisa não mudar, em duas semanas, ele pretende desistir do sonho de reencontrar o pai e voltar à São Paulo. “Preciso de alguma notícia dele, vivo ou morto. Se eu pelo menos arrumasse um emprego, poderia ficar mais. Todos os meus documentos estão com a prefeitura”, conta. Aos cuidados do Centro POP Glória, espaço de referência do Ministério de Desenvolvimento Social voltado para o atendimento especializado de pessoas em situação de rua, Roberto foi abordado pelo educador social Bartyson Souza há cerca de 3 semanas.

“Sabemos que ele veio em busca do pai e que a situação ficou apertada. Caso ele decida ir, a gente vai tentar conseguir o recurso com a Secretaria de Desenvolvimento Social”, afirma Bartyson. De acordo com o educador social, nos últimos quatro anos, histórias como a de Roberto tornaram-se comuns nas ruas do Recife. “Neste período de crise, estamos nos deparando com pessoas de fora que, devido ao desemprego, vêm em busca de familiares, mesmo que não tenham vínculos com eles. Esses indivíduos retornam na tentativa de encontrar um contexto melhor”, relata.

Serviço//Contatos

Centro POP Glória

Endereço: Rua Bernardo Guimarães, 135, Santo Amaro, Recife-PE

Roberto Silva

Telefone: (81) 98859-0155 

A Administração de Fernando de Noronha, em parceria com a Secretaria de Esporte, Cultura e Lazer, entregou nesta segunda-feira (26) mais oito ruas pavimentadas e restauradas no bairro da Floresta Nova. A ação faz parte do projeto de pavimentação da Ilha, que pretende restaurar 18 vias do arquipélago. A obra, realizada com recursos do Programa de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur) e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (Bid) foi orçada em mais R$ 12 milhões.

O projeto de requalificação e pavimentação das principais ruas dos bairros de Floresta Nova, Floresta Velha e Boldró foi iniciado no final do ano passado e tem previsão para ser concluído até o final de abril. “Há mais de 20 anos, a comunidade espera por essa ação que vem sendo executada neste Governo”, afirmou o administrador de Fernando de Noronha, Plínio Pimentel. As obras de requalificação devem beneficiar os mais de 3 mil moradores do arquipélago e os quase 100 mil turistas que visitam a Ilha anualmente.

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Os separatistas catalães preparam várias manifestações em Barcelona para este domingo (25) à tarde, pouco depois da notícia sobre a detenção, na Alemanha, do ex-presidente regional Carles Puigdemont, acusado de rebelião pela Justiça espanhola e alvo de um mandado de captura europeu.

A influente associação Assembleia Nacional da Catalunha convocou seus militantes para comparecerem às 17h (12h, em Brasília) diante da sede da Comissão Europeia, na capital catalã, seguindo até o consulado alemão.

Os chamados Comitês de Defesa da República (CDR) - grupos autônomos de separatistas radicais - convocaram protestos às 16h (13h, em Brasília) nas Ramblas de Barcelona e, três horas mais tarde, na delegação do governo espanhol. Nesse local, houve confronto entre policiais e manifestantes na sexta-feira. Pelo menos 37 pessoas ficaram feridas nesse dia em Barcelona.

"Diante dessa grave situação, temos que responder juntos", instava a conta oficial no Twitter dos CDR, convocando esses protestos sob o lema "Contra a repressão e para a República".

Em Girona, a cidade de Puigdemont 100 quilômetros ao norte de Barcelona, algumas dezenas de separatistas se manifestaram em frente à delegação do governo espanhol, segundo imagens divulgadas pelo CDR desse município no Twitter.

Os manifestantes subiram no telhado do prédio, retiraram a bandeira da Espanha e pintaram a fachada de amarelo, cor que se tornou, para os separatistas, um símbolo contra o que denunciam como a repressão de Madri, informou um porta-voz oficial.

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