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Christiam Marcelo Gervasio Bilche, de 44 anos, morreu quando tentava cumprir uma promessa de caminhar da cidade de Registro a Iguape, no interior de São Paulo. A distância entre os municípios é de 68,3 km e, para realizar o trajeto, o caminhante demora cerca de 14h. O romeiro sofreu um infarto fulminante quando já havia percorrido 21km.

A fatalidade aconteceu no último domingo (28). Chistiam caminhava sozinho pelo acostamento da rodovia Abílio Previdi, quando passou mal, caiu no chão e bateu a cabeça. Familiares confirmaram ao G1 que o romeiro estava tentando cumprir uma promessa ao Senhor Bom Jesus de Iguape.

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A Festa começou neste domingo (28) e segue até o dia 6 de agosto. O evento é considerado como a segunda maior festa religiosa do Estado de São Paulo. 

Nesta quinta-feira (25) é comemorado o Dia de São Cristóvão, o santo católico que é considerado o padroeiro dos motoristas e dos peregrinos no Brasil. Na data, as igrejas que o têm como patrono costumam realizar missas comemorativas e abençoar motoristas e veículos.

Uma dessas celebrações acontece na capital paulista, na Paróquia de São Cristóvão. Segundo o padre responsável pela igreja, por ano, milhares de fiéis levam seus carros para benzer. “O número de devotos cresce a cada ano, muitos vêm até a igreja no dia do santo para pedir a benção nos veículos, além dos caminhoneiros, taxistas e carros de passeios, algumas viaturas oficiais da polícia militar, guarda civil, corpo de bombeiro e ambulâncias também procuram a proteção”, afirma padre João Benedicto Villano, 83 anos, que é pároco na igreja há 14 anos.

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Segundo a tradição da igreja, Cristóvão quer dizer “o que leva Cristo” ou “aquele que carrega o Cristo”. “Ele era conhecido por transportar as pessoas nas costas, de um lado para outro em um rio, perto da Síria. Um dia, enquanto ele transportava uma criança achou estranho como ela era pesada e, quando chegou ao outro lado do rio, ele falou para a criança ‘você é a pessoa mais pesada que eu carreguei até hoje, parece até que eu carreguei o mundo’, e o pequeno então disse a ele ‘você não carregou o mundo, mas sim o Senhor do mundo’. Daí surgiu o nome Cristóvão”, conta padre João.

O analista de contas médicas Leandro Aparecido de Carvalho, 43 anos, participa da benção dos carros na Igreja de São Cristóvão há 18 anos. Ele se lembra do dia em que, graças ao santo, ele e sua família se livraram de um terrível acidente. “Sou de Jales, interior de São Paulo, e moro na capital há 24 anos. Em 1999 estávamos voltando de lá, eu, minha esposa e uma cunhada, grávida de sete meses. Na rodovia, o carro que eu dirigia perdeu o freio e quase batemos no veículo da frente. Quando vi que iríamos bater puxei o freio de mão e o carro começou a rodopiar no meio da pista, ficamos virados na contramão. Foi um grande susto e graças à proteção de São Cristóvão não aconteceu nenhum arranhão em ninguém. No volante é preciso ter fé e prudência sempre”, conta.

Leandro de Carvalho e sua família em uma das viagens| Foto: Acervo Pessoal 

 

O taxista José Maria de Lima, 71 anos, trabalha como motorista há 25 anos em Guarulhos, na Grande São Paulo, e não costuma participar da benção dos veículos mas, antes mesmo de entrar para a profissão já tinha devoção ao santo. “Eu já sofri dois assaltos e o Pai (Jesus), junto com São Cristóvão, me deram livramento. Eu só tenho a agradecer”, diz o profissional, que complementa: “Dúvida eu tenho de tudo, menos do celestial”.

Apesar de não ser católico praticante, Lima diz que sempre pede proteção a São Cristóvão para que vá e volte para casa em paz.

 

Serviço

Bênção dos automóveis - Paróquia de São Cristóvão

Onde: Avenida Tiradentes, 84 – Luz – SP

Benção dos veículos: das 6h às 19h30

Quando: 25 de julho

 

Nesta terça-feira (23) é comemorado o Dia de São Jorge, conhecido como o santo guerreiro. Segundo a história católica, Jorge é nascido na Capadócia e pertenceu a um grupo de militares do imperador romano Diocleciano, que perseguia os cristãos. Ele não queria estar a serviço do império perseguidor e opressor, pois era cristão também. Diocleciano tentou fazer com que Jorge desistisse de sua fé, torturando-o diversas vezes. Porém Jorge permaneceu firme em sua crença e lutou até o fim. Tal atitude foi o que serviu de exemplo para a conversão de diversas pessoas ao cristianismo. No dia 23 de abril do ano 303, Jorge foi decapitado.

A profissional de marketing, Leidiane Dantas dos Santos, 27 anos, é devota de São Jorge desde a infância. Aos 15 anos, um amigo dela sofreu um acidente grave que o deixou em coma por quatro meses. Ela pediu ao santo que concedesse um milagre. "Essa foi a graça mais importante que recebi. Teve também a cura do câncer da mãe de uma amiga, e outras graças pessoais, como emprego, bens materiais, diploma, entre outros. Recorro a ele sempre. Quando acho que não vou conseguir algo, peço discernimento, sabedoria, e ele sempre me guia pelos caminhos justos", conta.

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Fiéis lotam a igreja de São Jorge, em Quintino, na zona zorte do Rio de Janeiro em comemoração ao dia do Santo | Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

São Jorge não é cultuado apenas na igreja católica. As religiões de matriz africana também celebram o santo. Ogum, como é conhecido na umbanda ou no candomblé, é o orixá da guerra, muitas vezes invocado para abrir os caminhos dos seus seguidores.

Quando os escravos africanos chegaram ao Brasil encontraram muita dificuldade de praticar suas próprias religiões, foi então que decidiram fazer o sincretismo de algumas divindades africanas com santos católicos. Benedita de Lourdes da Conceição, 49 anos, é umbandista e, desde a infância, conhece e acredita tanto em São Jorge como em Ogum. Aos 17 anos, Benedita descobriu uma hérnia e, após orações ao santo, ela conseguiu a graça da cura. Ela também é filha de Ogum, e por meio da mediunidade procura ajudar amigos e pessoas que vão ao centro de umbanda atrás de auxilio. "Uma amiga minha estava passando por um período de dificuldades na vida financeira e afetiva, e eu queria ajudar de alguma forma. Então perguntei se ela tinha fé em Ogum e fiz um trabalho pedindo ao orixá para abrir os caminhos dela", afirma.

São Jorge é comemorado em diversas lugares do Brasil, e ganhou feriado no estado e na cidade do Rio de Janeiro. Segundo os devotos, a capital carioca é onde acontecem as mais belas celebrações e cultos a São Jorge e ao orixá Ogum.

Fé e futebol

Além de ser cultuado nas duas religiões, São Jorge também é padroeiro do Corinthians. Em 1926, o time paulista de futebol, adquiriu sua sede social no bairro que leva o nome do santo, zona leste de São Paulo. Por isso, hoje também é comemorado Dia do Torcedor Corinthiano.

A advogada Mônica Toledo Poso carrega consigo a medalha de São Jorge | Foto: Acervo Pessoal

A advogada Mônica Toledo Poso não é adepta de uma religião, mas torce com fervor para o Corinthians. Foi por meio do time do coração que ela conheceu São Jorge e virou devota. "Na minha casa, o único santo que eu cultuo e tenho em casa é o São Jorge. Tenho quadros, estatuetas e, na porta de casa tenho uma imagem também", comenta ela, que em todos os jogos do time pede proteção aos jogadores.

Junto com alguns amigos, Mônica conta que já fez uma pequena oferenda a Ogum pedindo proteção em um dos jogos de final de campeonato.

O violonista, compositor e cantor Clayton Barros, integrante da banda pernambucana Cordel do Fogo Encantado, apresenta novo show autoral, às 21h deste sábado (6), no Espaço Esperantivo, Vila Nazaré, Cabo de Santo Agostinho. O evento será restrito à lotação de 50 pessoas, motivo pelo qual a casa recomenda a compra antecipada dos ingressos, que pode ser feita através do Sympla, pelo preço de R$ 15 + taxas do site.

No espetáculo, Clayton executará músicas de seu trabalho solo e algumas versões. “Será um encontro intimista com o público, com voz e violão, para passear por minhas composições, trabalhos em parceria e obras de outros artistas", antecipa o músico.

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Além de assistir ao show, o público terá acesso à área de exposição permanente do Esperantivo. Lá, é possível conhecer mais sobre a obra do cordelista e poeta que dá nome ao espaço.

SOBRE CLAYTON BARROS

Clayton Barros é músico, compositor e intérprete, reconhecido por sua atuação como vocalista, violonista e um dos compositores da banda Cordel do Fogo Encantado. Gravou o disco "A Idade dos Metais", com a banda Os Sertões, e também se dedicou a criação de músicas infantojuvenis durante o período de hiato do Cordel. Desenvolve trabalhos solo na música e no teatro, unindo a poesia e a musicalidade do sertão a outras linguagens.

Serviço//Show de Solo de Clayton Barros

Dia: Sábado, 06/04

Hora: a partir das 21h

Local: Rua do Sol, S/N (ao lado do Museu do Pescador), Vila de Nazaré (entre as praias de Calhetas e Suape) - Cabo/PE

Ingressos: R$ 15 (antecipado) e R$ 20 (no local, se sobrar algum ingresso)

 A exemplo do que deverá ocorrer em todo o mundo na próxima sexta (8) em louvor ao Dia Internacional da Mulher, o município do Cabo de Santo Agostinho assistirá à marcha feminista organizada pelo Centro das Mulheres do Cabo (CMC). Neste ano, a mobilização terá como pautas “os diversos retrocessos ocorridos no atual governo, à exemplo da Reforma Trabalhista, o aumento do feminicídio, a proposta da Reforma da Previdência, o enfrentamento da violência doméstica e sexista, o fundamentalismo religioso”, segundo informou a assessoria de imprensa do CMC.

A concentração das manifestantes está marcada para acontecer às 14h30, em frente à sede do CMC, na Rua Padre Antônio Alves, nº 20, por trás do Teatro Barreto Júnior. O itinerário da manifestação prevê passagens pela rua Vigário João Batista, Avenida Historiador Pereira da Costa e encerramento na Praça da Estação.

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Anualmente organizado pelo CMC, o evento contará com atrações como o Afoxé Omo Ayra do Terreiro de Mãe Valda. O Sindicato dos Professores do Cabo (SINPC), a Actionaid, o Fórum Suape, a Empresa São Judas Tadeu, a Casa das Embalagens e as Mulheres Empreendedoras do Cabo são algumas das organizações parceiras do ato.

Terminou, nesta quarta-feira (19), a "fase diocesana" do processo de beatificação e canonização de dom Hélder Câmara. Durante solenidade, houve o lacre das caixas de documentos e a remessa para o Vaticano.

O material agora será recebido pela Congregação da Causa dos Santos. Laudos, documentos, pareceres e testemunhas coletados vão ser analisados por comissões, sendo elaborado conjunto de documentos chamado "Positio", dando início à Fase Romana do processo.

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A expectativa do arcebispo da Arquidiocese de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, é que uma resposta positiva chegue até 2020. Foi dom Helder quem ordenou Saburido sacerdote. "A nossa esperança se projeta para o ano de 2020, quando a Arquidiocese de Olinda e Recife sediará o XVIII Congresso Eucarístico Nacional. Temos fé na Santa Eucaristia, confiamos que, até lá, receberemos notícias positivas sobre a análise do processo de dom Helder na Congregação da Causa dos Santos", disse o religioso.

Dom Hélder Câmara foi arcebispo de Olinda e Recife no período de 1964 a 1985. Ele se destacou pela defesa dos mais pobres, dos direitos humanos e na proposição de novos caminhos para a igreja. Foi bispo-auxiliar do Rio de Janeiro, membro atuante no Concílio Vaticano II e um dos fundadores da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Câmara recebeu a indicação para o prêmio Nobel da Paz em 1972. Seu processo de beatificação e canonização foi aberto em junho de 2015.

Fases do processo de beatificação e canonização:

Milagre rigoroso - Precisa ser comprovado por uma junta de médicos do próprio país e por uma comissão de médicos do Vaticano.

Início informal - Qualquer pessoa pode solicitar a abertura do processo ao bispo do local em que o candidato a santo morreu. Quando se inicia o processo, depois de ter recebido a autorização da Santa Sé, o candidato recebe o título de Servo de Deus.

Investigação das virtudes - O bispo local dá entrada com seu dossiê na Congregação para as Causas dos Santos, no Vaticano. Depois, inicia-se a investigação das virtudes. O objetivo é passar ileso pela análise de comportamento durante a vida. Se o candidato viveu de forma exemplar, é declarado Venerável.

Exigência de um milagre - A Congregação das Causas dos Santos exige que o candidato a santo tenha operado um milagre e que este seja comprovado. Uma investigação é aberta no local onde o milagre ocorreu e os resultados são enviados a Roma para comprovação. Em caso de confirmação, o milagreiro é declarado “Beato” e pode ser cultuado na região em que já tem fama de santidade. Mártires, por sua vez, são dispensados do milagre e seguem automaticamente para a canonização.

Novo milagre - Na última fase, é preciso provar outro milagre. Vencida a etapa, o santo é apresentado pelo papa para o culto da Igreja mundial. É necessário confirmar inclusive a real existência do candidato a santo. Para isso, uma exumação do corpo é solicitada.

Com informações da assessoria

A Prefeitura do Cabo de Santo Agostinho resolveu se posicionar sobre a prisão do prefeito Lula Cabral (PSB), ocorrida na última sexta (19). Por meio de nota, a instituição escreveu que recebeu a notícia com surpresa e acredita que Cabral “provará sua inocência e não medirá esforços para que os verdadeiros culpados sejam punidos disponibilizando aos órgãos de controle todas as informações necessárias para apuração dos fatos”.

Através da Operação Abismo, a Polícia Federal aponta o político como mandante de um esquema de fraudes no Instituto da Previdência dos Servidores da cidade. De acordo com a PF, o esquema liderado por Cabral estaria alterando a carteira de investimentos do Instituto de Previdência e já teria transferido mais de R$ 90 milhões investidos em instituições sólidas “para fundos compostos por ativos 'podres', isto é, sem lastro e com grande probabilidade de inadimplência futura, colocando em risco o pagamento da aposentadoria dos servidores do município".

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No posicionamento oficial, a Prefeitura do Cabo afirma que Cabral já prestou esclarecimentos à Polícia e está à disposição no sentido de colaborar com as investigações. “É importante salientar que o Instituto de Previdência do Cabo (CaboPrev) é uma Autarquia Municipal, dessa forma, como todas as outras, possui autonomia administrativa. Por essa razão, é gerida por um Conselho Gestor, sem qualquer interferência do Prefeito, que apenas nomeia seu Presidente”, conclui a nota.

Nem Complexo Industrial, nem Porto. Suape, antes de tudo, significa “caminhos sinuosos”, em tupi-guarani. O termo foi cunhado pelos Caetés, em referência à constituição geomorfológica da região, que costumava ser marcada pelas exuberantes matas, mangues e rios. Embora dados de 2010 dos Indicadores de Desenvolvimento Sustentável (IDS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) denunciem que o Rio Ipojuca, por exemplo, é o terceiro mais poluído do país, a sabedoria dos povos originários parecia antever o destino atravancado de suas terras. 

No ano de 2014, Suape, localizado na cidade do Cabo de Santo Agostinho, Região Metropolitana do Recife, assistiu à segunda maior desmobilização de trabalhadores da história do Brasil, com o desligamento de 42 mil funcionários, segundo dados do Governo do Pernambuco. Desses, a porcentagem de 42% é composta por pessoas de fora do Estado, que enxergaram na região uma espécie de Eldorado nordestina, onde lhes fora prometida, além de emprego com carteira assinada, a possibilidade de ocupar uma das áreas mais prósperas do país.

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 Estamos em 2018, onde o conto de fadas não chegou. No lugar da terra prometida, profissionais desempregados reuniram empréstimos e esforços desesperados para se aglutinarem em uma série de comunidades no entorno do Complexo Industrial. Em uma delas, batizada de Sítio Areal pelos próprios moradores, uma contagem informal estima a presença de cerca de mil pessoas. Desempregados e sem recursos para voltar aos locais de origem ou pagar aluguéis, eles avançaram para o interior do Parque Armando Holanda Cavalcanti, área de preservação histórica no Cabo de Santo Agostinho, que, segundo sua administração, é de propriedade de Suape. 

Há cerca de cinco anos, a comunidade cresce sem água, luz, saneamento ou qualquer infra-estrutura básica, e ainda tendo que enfrentar as investidas de Suape, que não permite a construção ou ampliação dos imóveis no perímetro do Parque. Com a maior parte de sua população composta por operários baianos demitidos pelo Complexo Industrial Portuário (CIP), privados da presença do Estado em todas as esferas, a comunidade parece reprisar a Canudos do início da república. Ao contrário dos conselheiristas, contudo, Areal tem cada dia menos fé.  

A terra  

Uma idosa e três adolescentes. O vão onde morava a aposentada Neusa Carvalho não tinha muito do que isso em seu interior quando, segundo ela, Suape, em ação conjunta com a Polícia Militar e a Prefeitura do Cabo, demoliram sua casa pela primeira vez. “Começaram a derrubar a estrutura comigo dentro, sem mandato, sem nada. Eu passei mal, uma de minhas filhas também e Suape disse que estávamos fazendo ‘manha’”, lembra. Em quatro anos, Neusa alega que já teve a casa demolida e reconstruída três vezes. A narrativa é sempre a mesma: após uma nova demolição, é tomado outro empréstimo e o imóvel levantado mais uma vez, com a mão-de-obra solidária dos vizinhos do Sítio Areal. Ex-funcionária do Complexo Industrial, Dona Neusa mora na comunidade desde que precisou se aposentar por invalidez, após um acidente no trabalho, e é uma das moradoras que denuncia a utilização arbitrária da lei do desforço imediato por parte dos agentes do Estado e da empresa. 

Dona de uma paz desconcertante, Neusa esconde no sorriso fácil o drama que compartilha com a maioria de seus novos vizinhos. Baiana de Camaçari, ela foi a Suape cheia de esperanças. Conseguiria em Pernambuco emprego de carteira assinada e o sonhado tratamento para o filho doente. O trabalho e a assistência médica de fato vieram, mas para marcar sua trajetória com duas tragédias. “De frente a uma porta de vidro do meu serviço, havia um batente de dois degraus que dava para uma porta de vidro. Tropecei e cortei uma parte do braço direito. Abriu artéria, nervos: tudo”, lembra. 

Neusa teve sua casa derrubada por três vezes. Três vezes o imóvel foi reconstruído. (Júlio Gomes/LeiaJáImagens)

Neusa perdeu completamente os movimentos do dedo mindinho e quase todo o domínio sob o anelar e o médio. “Me encostaram por três anos até que o INSS deu alta. Aí tive que trabalhar mais 11 meses na fábrica da Bacardi para poder pagar o tempo parada e me aposentar. O certo era me encostar e me dar um bom dinheiro. Ainda procurei advogados, mas não consegui”, lamenta. Se no trabalho as coisas não iam bem, em casa iam de mal a pior. Neusa precisou de toda a coragem que trouxe na mala quando o falecimento de seu filho veio acompanhado por novas demolições de sua casa. 

A assessora jurídica do Fórum Suape, Luísa Duque, que presta auxílio às famílias do Sítio Areal, afirma que, para realizar as demolições, Suape se vale de uma recomendação feita pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE). “Eles chegam e alegam que a população é invasora de uma área de preservação e precisa deixar o local, através da utilização da força, se necessário. Assim, avançam sobre as construções sem mandato judicial”, comenta. A advogada questiona ainda o posicionamento do MPPE diante da situação. “O desforço imediato só se aplica quando a construção ainda não foi acabada. No caso do Parque Armando Holanda, a gente tem a destruição de casas que já estão consolidadas há mais de cinco anos. É Suape se utilizando de um documento questionável para expandir seu alcance”, completa. 

Na recomendação a que se refere a advogada, um ofício de outubro de 2013, o Ministério Público, além de legitimar a utilização do desforço imediato por parte de Suape, aconselha a empresa a promover “a identificação dos dos invasores que já residem na área do PMAHC (Parque Armando Holanda Cavalcanti), ingressando com as ações judiciais necessárias para reaver as áreas invadidas”. Através de sua assessoria de imprensa, o MPPE comentou que sua “maior preocupação é evitar que mais pessoas construam no local”.

O Parque Armando Holanda Cavalcanti

Acontece que o Sítio Areal é uma das comunidades localizadas dentro dos 270 hectares do Parque Armando Holanda Cavalcanti, inaugurado no ano de 1979, a partir de um conjunto de desapropriações de populações nativas do Cabo promovidas pelo Governo do Estado, com o objetivo de “preservar os bens culturais, artísticos e históricos” da cidade. Sua área inclui a Vila Nazaré, uma pequena vila colonial datada do século XVI, onde estão localizados a Igreja de Nossa Senhora de Nazaré, o Farol Novo, além das ruínas do Convento Carmelita, antigo do Quartel e da Casa do Faroleiro. Embora guarde relevantíssimo patrimônio histórico e seu Plano Diretor exista há mais de vinte anos, “o Parque encontra-se em situação de abandono”,  segundo relatório da Agência Estadual do Meio Ambiente (CPRH).

De acordo com o documento, ainda na década de 1980, com sua expansão, o Complexo Industrial e Portuário de Suape (CIP) tornou-se responsável pelo Parque. Pouco tempo após ser iniciado seu período de administração da área, contudo, Suape apressou-se em ceder, a título de cessão de uso oneroso, 117 hectares ao fundo de pensão dos funcionários da Caixa Econômica Federal, a FUNCEF, onde foi construído um suntuoso resort, denominado Vila Galé. A contrapartida da FUNCEF seria tomar a responsabilidade de promover a manutenção dos monumentos históricos presentes no parque. Em posse da terra, contudo, a FUNCEF exigiu novo Plano Diretor, pois considerou desatualizado aquele que já existia há 20 anos. Estava criado o impasse administrativo da área. 

No ano de 1999, a FIDEM chegou a elaborar um Plano Estratégico contendo as indicações dos custos e prazos necessários para a implementação do Parque, mas quando “a FUNCEF foi acionada para implantar as ações que faltavam e iniciar o processo de gerenciamento, procurou destratar essa responsabilidade alegando não ter mais interesse em gerenciar o Parque, que entrou numa situação de abandono, com impactos aparentes nas praias de Calhetas e Paraíso, assim como na área do sítio histórico”, registrou a CPRH. 

O Resort Vila Galé visto de uma das casas de Areal. (Júlio Gomes/LeiaJáImagens)

Apesar da generosidade na concessão de terreno para o resort, Suape estabeleceu como prática a derrubada de qualquer novo vão residencial no perímetro do Parque Armando Holanda. Nem a sede da ONG Ame a Mãe Terra, fundada em 2009, escapou dos tratores da empresa. Utilizada como um Centro de Vivência Ecológica e Cultural, a estrutura era espaço de sensibilização e conscientização ambiental de adolescentes e jovens residentes nas comunidades do entorno e estava fechada, sem nenhum de seus responsáveis presente, quando foi derrubada. 

À reportagem, a população do Sítio Areal denunciou a presença quase diária de agentes de Suape no entorno da comunidade, fotografando e filmando as residências das famílias. “Eles monitoram as construções. Se virem alguém fazendo um novo cômodo, derrubam”, comenta uma moradora que prefere não se identificar. Para executar as derrubadas, alguns moradores afirmam que há serviço de policiais de outras cidades, fora do horário de expediente.

Através da assessoria de imprensa da empresa, o Diretor de Gestão Fundiária e Patrimônio de Suape, Luciano Monteiro, comunicou que “por se tratar de uma área de preservação é terminantemente proibida a construção de moradias no local (o Parque Armando Holanda Cavalcanti). A nota de Suape frisa ainda que a empresa promove fiscalizações mensais na área do Parque, em conjunto com a Prefeitura Municipal do Cabo de Santo Agostinho e a Companhia Independente de Policiamento Independente (Cipoma), “com o objetivo de coibir invasões nesta área que necessita de preservação e proteção”. O gestor informa ainda que “Suape está aberta ao diálogo e pode receber qualquer cidadão para mais esclarecimentos”. 

As mulheres e a luta

Patrícia foi atraída a Pernambuco pelo sonho de conseguir melhores condições de vida. (Júlio Gomes/LeiaJáImagens)

Patrícia Trindade resolveu vender tudo o que tinha na Bahia quando o marido, Ubaraí de Carvalho, conhecido em Areal por “Bira”, recebeu a primeira proposta para trabalhar em Suape. Era 2009, e ele finalmente conseguira garantir sua carteira assinada, além de plano de saúde e moradia para a família. “Aí perdeu o emprego pela primeira vez, porque as obras tinham acabado. Falaram que era muito tempo de serviço, mas acabei voltando para o meu Estado grávida, com as passagens pagas pela dona da casa onde a gente morava”, conta. Com uma nova oportunidade do companheiro na Petronave, o casal fez a viagem de volta a Pernambuco, onde passou a viver no aluguel. Veio uma nova demissão, sem que houvesse pagamento das rescisões trabalhistas, e, com ela, a impossibilidade de arcar com as despesas familiares. “Se não fosse a comunidade, que cedeu esse terreno, a gente tinha ido morar na rua. Todo mundo fazia um mutirão e levantava a casa. Só das mãos do meu marido subiu mais de dez casas”, afirma. 

Sem emprego, Patrícia e Bira foram à luta. “Todo mundo no Sítio Areal é trabalhador, tem experiência em obra e tudo. Pela necessidade, fomos vender coxinha e Cremosinho na praia. Enquanto os trabalhadores estavam aqui, o movimento era bom, mas agora só a misericórdia de Deus”, relata. À medida que a casa deixava de ser apenas o vão inicial e ganhava quartos, sala e cozinha, Patrícia transformava-se, de dona de casa, em liderança comunitária, a denunciar as demolições rotineiras na comunidade. “São ações irregulares. Quando vem, não vem com mandato nenhum. Em quatro anos aqui, nunca vi apresentarem nenhum documento, só dizem que a gente está em área imprópria”, expõe. 

Na dependência do Bolsa Família e da ajuda de uma igreja, Bira se vira com bicos e relata preconceito do mercado de trabalho pernambucano com a mão-de-obra baiana. “Estou há dois anos procurando, mas sem perspectiva de emprego. Os que surgem, funcionam na base da panelinha e, quando sobra vaga, é muito difícil colocarem alguém de fora, principalmente quando sabem que é da Bahia. Já ouvi alguns dizendo que baiano não presta, é preguiçoso e gosta de fazer greve”, queixa-se. 

Bira relata preconceito contra profissionais baianos no mercado de trabalho pernambucano. (Júlio Gomes/LeiaJáImagens)

Apharteid? 

Não bastasse a dificuldade de garantir o sustento da família, Patrícia e Bira ainda precisam dedicar atenção redobrada ao filho, que sofre de rinite alérgica. A doença demanda acompanhamento médico mensal, mas o posto de saúde mais próximo, em Gaibu, só reserva, segundo Patrícia, dez fichas diárias de atendimento para as comunidades não registradas. “Meu filho pode sufocar com inchaços da rinite e morrer. Preciso dar a medicação dele, mas ela só pode ser comprada com receita, porque depende de coisas como o peso, então tem que ter acompanhamento de um pediatra”, protesta. 

Como nunca consegue as fichas, Patrícia precisa assistir às crises mais fortes da criança para conduzi-lo à emergência e reclamar o atendimento. “Toda vez a atendente fala a mesma coisa, que eu sei que eles não atendem esses casos. Aí tenho que explicar de novo que não consigo atendimento”, completa. 

Por meio de nota, a Prefeitura do Cabo negou que haja limite de senhas para áreas descobertas. “Não procede este número limite de fichas para o atendimento de moradores Sítio Areal. O fato é que, o Ministério estabelece critérios para a instalação/criação de novas unidades de saúde. Um deles é que a área tenha a partir de 4 mil habitantes”, escreveu a assessoria de imprensa. A Prefeitura garante ainda que “os moradores da região contam com o acompanhamento dos agentes de saúde, regularmente, e quando há uma necessidade de consulta de rotina, são encaminhados para a Unidade de Saúde da Família, ou para o Centro do Cabo, a depender do tipo de atendimento”. De acordo com a instituição, “os casos de urgências são atendidos pelo SPA de Gaibu”. 

Falta de luz

De braços cruzados, comunidade exibe protocolo da Celpe com solicitação de posteamento, feita há três anos. (Júlio Gomes/LeiaJáImagens)

A narrativa de Patrícia se repete nos discursos de inúmeras outras mulheres do Sítio Areal, comandado majoritariamente por elas. Outra liderança da comunidade, a paraense Marcicléia Medeiros também veio ao Cabo no ano de 2012, a pedido do marido, que atuou como caldeireiro industrial de uma das empresas ligadas ao CIP. Inconformada com a falta de luz, água e saneamento básico da comunidade, que nem sequer teve as casas numeradas pela Prefeitura, ela batalha para criar a Associação de Moradores do Sítio Areal, da qual exibe orgulhosa o Estatuto Social redigido pelos moradores. Com a instituição, a população espera ser reconhecida pelo Cabo. 

Marcicleia relata o corte da energia elétrica clandestina efetuado no Sítio Areal, pela Companhia Energética de Pernambuco (Celpe), em operação conjunta com Suape, a Prefeitura do Cabo e a Polícia Militar, no dia 28 de junho deste ano. Com o protocolo da Celpe de número 9100595752, datado de 14/09/2015, solicitando a extensão da rede trifásica nas mãos, ela conta que a companhia chegou a instalar postes em metade do Sítio Areal. “Como a comunidade surgiu de dentro para fora, é possível visualizar que os postes começaram a ser colocados nesse sentido, ou seja, a rede atende a metade da comunidade, a outra está fora. A gente entende que a Celpe começou a ‘postear’ escondido e quando Suape viu, embargou o serviço”, comenta.

Ao lado do protocolo da Celpe, documento da Associação de Moradores, uma tentativa da população de ser reconhecida pelo Cabo. (Júlio Gomes/LeiaJáImagens)

Nem Marcicleia nem os demais moradores de Areal sabem ao certo dentro de quais prerrogativas o acordo entre Celpe e Suape se deu. “A gente não tem acesso a nenhum tipo de documento, não sabemos como Suape conseguiu o embargo, nem se foi embargado mesmo ou só uma ordem de boca”, completa.

Sem o prosseguimento do posteamento e com o protocolo ignorado há três anos, a comunidade se viu obrigada a instalar uma rede clandestina. Bambus, troncos e paus: a população pegou o material que pôde para construir os próprios postes. Em alguns deles, as linhas correm para mais de quatro casas diferentes, oferecendo grande perigo de curto-circuito e incêndio. “Se a Celpe vier aqui, exigir um padrão e fizer toda a parte de transmissão e iluminação pública, estamos dispostos a pagar as contas, porque não queremos ficar correndo risco. Não entendo porque a empresa se omite de nos atender. Um eletrodoméstico nosso queimando, nem temos como entrar na justiça, porque não estamos legalizados.”, protesta.

Precariedade dos postes "artesanais" oferece grande perigo à população. (Júlio Gomes/LeiaJáImagens)

Questionada pela reportagem a respeito da incompletude da instalação da rede, a Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) argumentou que o MPPE, por meio de ofício expedido em outubro de 2013, recomendou à concessionária que se abstivesse de realizar novas ligações de energia elétrica na área de reserva de Mata Atlântica e Mangue. No referido documento, o MPPE se refere a Suape como legítima proprietária da área e, embora reitere que se trata de uma área de preservação ambiental, permite que a Celpe volte a instalar novas ligações no perímetro do Parque Armando Holanda Cavalcanti caso seja de interesse de Suape.  

“Por medida de segurança, inspeções técnicas rotineiras promovidas pela empresa identificam e removem ligações clandestinas de energia na localidade. A prática ilegal, além de prejudicar o fornecimento regular de energia, coloca em risco a vida de pessoas”, completa o comunicado da Celpe. 

Crianças com dores de cabeça para estudar

Com os olhos em busca de algum movimento na ruazinha pacata, Valéria de Almeida aguarda que alguém precise de lençóis, picolés, cigarros ou isqueiros. O dinheiro que o marido recebeu das rescisões contratuais, investiu em material para construir uma pequena casa com uma espécie de bodega na frente. A exemplo de boa parte dos moradores de Areal, a família tenta sobreviver de uma atividade que possa ser celebrada no único recurso do qual dispõem: uma casa. 

Natural de Belém de São Francisco, no sertão de Pernambuco, Valéria conheceu o companheiro baiano, ex-funcionário da refinaria, no Recife. Gosta do sotaque dele e dos novos vizinhos. “É muito bom. Essa aqui mesmo tem um sotaque bem diferente (aponta para Marcicleia). A gente quer ficar aqui, essa casa é minha”, frisa. A convivência por lá é tão boa que ela garante  já ter recebido até cesta básica de morador de Areal quando passou necessidade. Apesar disso, reconhece a dificuldade trazida pela falta de infra-estrutura mínima enfrentada pelos três filhos pequenos.

“Meu filho mais velho é muito estudioso, mas faz a tarefa à luz de velas. Por isso, ele sente muita dor de cabeça, força muito a vista. É muito triste para uma mãe ver isso”, lamenta. Outros moradores, improvisam uma engenhoca colocando uma lanterna dentro de uma lata de alumínio de leite em pó e reiteram a dificuldade das crianças em estabelecer um horário de estudo. “Queria dizer aos gestores de Suape que amoleçam seus corações, porque somos pais e mães de família e só queremos uma moradia digna para criar nossos filhos e uma sociedade boa”, apela Valéria.  

Quem tem medo do bicho papão?

"Decididamente era indispensável que a campanha de Canudos tivesse um objetivo superior à função estúpida e bem pouco gloriosa de destruir um povoado dos sertões. Havia um inimigo mais sério a combater, em guerra mais demorada e digna. Toda aquela campanha seria um crime inútil e bárbaro, se não se aproveitassem os caminhos abertos à artilharia para uma propaganda tenaz, contínua e persistente, visando trazer para o nosso tempo e incorporar à nossa existência aqueles rudes compatriotas retardatários. Mas, sob a pressão de dificuldades exigindo solução imediata e segura, não havia lugar para essas visões longínquas do futuro",

Os Sertões, Euclides da Cunha. 

Téo* tem apenas sete anos de idade e, embora conheça praticamente toda vizinhança, não arrisca brincar em outra rua que não seja a de sua casa. “Porque chega Suape com a Polícia e ficam fazendo medo a todo mundo”, explica. Em caso de aproximação do agentes de ambas as instituições, são as crianças que costumam dar a notícia aos adultos. A mãe de Téo, que prefere não se identificar, conta que o garoto já presenciou várias operações nas quais a Polícia Militar entrou na comunidade fortemente armada. “Aquele Major Félix veio aqui querer entrar na minha casa, invadir de tudo que é jeito, aí abri a porta para ele ver que a gente morava aqui. Meu filho ficou desesperado, pedindo para não derrubarem. Nunca demoliram minha casa, mas vieram tirar fotos várias vezes ”, lembra. 

O “Major Félix” a que se refere a moradora é como se apresenta o Superintendente de Controle Urbano da Prefeitura do Cabo, João José Félix Júnior. Oficial aposentado da Polícia Militar de Pernambuco, ele é uma espécie de comandante tanto das ações de demolição executada pela Polícia Militar e Suape na comunidade quanto na recente operação em conjunto com a Celpe, em que o equipamento clandestino foi arrancado. 

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 “Eu disse que não era certo e que os fios foram comprados pelos moradores a partir de uma vaquinha, que ele deixasse, mas me respondeu que não”, conta Patrícia Trindade.  

A moradora relata ainda que, após a negativa, Félix agrediu um morador. “Dobrou, apertando com força, o dedo do menino e tomou um fio da mão dele”, completa. Bira também afirma ter presenciado o momento em que o major teria dado ordem de prisão a outro homem, que “saiu correndo para não ser preso”.

Quando assumiu o atual cargo, Félix já tinha sido alvo de procedimento da Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social, que submeteu o oficial a Conselho de Justificação, considerando que ele, em tese, “procedeu incorretamente, teve conduta irregular e praticou ato que feriu a honra pessoal, o pundonor militar e o decoro da classe”. A reportagem não teve acesso ao processo, que não está disponível para consulta popular.

Boletim da Corregedoria que aponta possível "conduta irregular" do Major Félix. (Clique AQUI

Em um vídeo gravado durante a operação, é possível assistir ao momento em que a população solicita a apresentação de uma “ordem”. O superintendente responde: “‘Existe’ várias ligações clandestinas aqui. Você só pode construir em área que você tenha propriedade. Tá todo mundo irregular aqui”, sem apresentar a documentação solicitada. 

A reportagem entrou em contato com o Major Félix, que argumentou não ser necessária a apresentação de mandato para demolições de imóveis que não tenham caracterização de moradia ou cortes de energia em Areal. “Um dos atributos da administração pública é o poder de polícia administrativo, que tem os atributos da discricionariedade, coercibilidade e autoexecutoriedade, você não precisa provocar o poder judiciário para tomar as providências naquela área”, comentou o superintendente. Ele nega, no entanto, que ocorreram derrubadas de casas com imóveis ou com moradores em seu interior, como no caso da aposentada Neusa Carvalho. “Claro que não. Nós estamos movendo processo administrativo para aquelas residências que já tem moradores, ou seja, a gente notifica, dá um auto de infração com multa e um prazo de oito dias para se defender por escrito. Quando a gente fecha esse processo, encaminha para a procuradoria do município que encaminha à Vara da Fazenda, para que a Justiça tome providência”, completou.

 

Recomendação do Ministério Público a respeito das comunidades do Parque Armando Holanda Cavalcanti. (MPPE/Cortesia).

Félix frisou ainda que é seu dever funcional, com base na recomendação do MPPE, executar as derrubadas e que a Celpe sempre o acompanha quando ele localiza construções irregulares, onde “sempre há clandestinidade na ligação”. Segundo ele, um relatório com cada ação é feito e encaminhado ao Ministério Público, de forma transparente. O Superintendente também se diz aberto a receber a comunidade na Prefeitura do Cabo, às segundas, quartas e sextas, das 8 às 13 horas, mas também declarou que não há interesse da população de Areal de compor o Conselho Gestor do Parque, grupo de instituições que rege sua administração, especificados no Termo de Ajustamento de Conduta de 2006. “Tem cadeira lá vaga para um representante da comunidade, já foram convidados. As pessoas não querem participar do processo democrático, não querem se comprometer com as decisões do Conselho”, opina.

O LeiaJá teve acesso ao TAC, que institui como membros do Conselho: a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe); CPRH; Condepe-FIDEM; Suape; FUNCEF; PMSCA e um representante das comunidades residentes no Parque. Diferentemente dos demais integrantes, o morador nem sequer tem suas atribuições especificadas pelo documento.  

O MPT avisou

Antevendo a vindoura desmobilização em massa dos trabalhadores de Suape, o Ministério Público do Trabalho (MPT) e o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) chegaram a criar o Fórum da Recolocação da Mão-de-Obra de Suape e questões afins (REMOS), com o objetivo de discutir políticas públicas que pudessem atender à população desempregada. 

Em uma tentativa preventiva de reduzir os impactos sócio-econômicos, o MPT fez recomendações às empresas, municípios e ao Estado de Pernambuco. A procuradora Débora Tito lamenta que o estado e os municípios não tenham atendido às suas reivindicações. “O estado se fez de morto”, resume. Em artigo publicado em março de 2014, no Jornal do Commercio, ela escreveu: “Meses depois de funcionamento do Fórum REMOS (cujo nome poético traduz sigla para Recolocação da Mão de Obra de Suape), ao invés de evoluirmos para a efetiva realocação dos obreiros em outros postos de trabalho, incrementando a empregabilidade dos mesmos, estamos às voltas com atrasos e não pagamentos generalizados de comezinhos direitos básicos, numa evidente involução”. 

Alguns das recomendações do MPT às empresas envolvidas nas desmobilizações.  (MPT/Cortesia).

Recomendações do MPT 

Aos municípios de Recife, Escada, Ipojuca, Cabo de Santo Agostinho, Jaboatão dos Guararapes, Sirinhaém e Ribeirão: 

-Criar, preferencialmente em parceria com Sintepav-PE e o Sinicon, com foco principal na recolocação de trabalhadores desmobilizados ou dispensados das obras de Suape.

Ao Estado de Pernambuco:

1) Manter e ampliar o funcionamento das agências de trabalho no municípios da região de Suape;

2) Criar políticas públicas que garantam a continuação do crescimento do estado, devendo apresentar ao MPT, mensalmente, listas das obras a serem iniciadas ou em andamento e a previsão do número de trabalhadores demandado para executá-las;

3) Apresentar, em conjunto com a Petrobrás, projeto de desmobilização no entorno de Suape, com alternativas viáveis de manutenção da empregabilidade dos cidadãos envolvidos;

Às empresas: 

1) Fazer todo o necessário para manter os contratos de trabalho existentes. Caso não fosse possível, encaminhar os trabalhadores dispensados a novos postos de labor, ao sindicato da categoria ou aos Centros Municipais de emprego;

2) Garantir a manutenção do alojamento, alimentação e demais condições de saúde e segurança aos trabalhadores migrantes até seu desligamento e concessão de passagens para seu retorno;

3) Pagar verbas rescisórias;

4) Monitorar o desligamento de trabalhadores e pagamento das verbas rescisórias pelas empresas terceirizadas.

“Similar a Belo Monte”, diz relator da DHESCA sobre Suape

Segundo relator da DHESCA, 116 Boletins de Ocorrência acusam abuso de autoridade de funcionários de Suape. (Júlio Gomes/LeiaJáImagens)

Preocupada com as violações aos direitos humanos em Suape, a plataforma Brasil DHESCA visitou os municípios que circundam o Complexo. Um dos relatores da missão, Guilherme Zagallo destaca a falta de diálogo com as comunidades nativas durante as obras. “O momento dos estudos de impacto ambiental foi muito pobre no sentido de oitiva da comunidade. Dois mais de setenta empreendimentos instalados em Suape, apenas um teve audiência pública, o que mostra a baixa participação da comunidade”, comenta. 

Zagallo também chama atenção para a existência de 116 Boletins de Ocorrência acusando abuso de autoridade dos funcionários de Suape nas cidades do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca. “O volume de denúncias fez com que o Ministério Público abrisse inquérito para investigar a questão, mas ele logo foi arquivado”, afirma o relator. Em audiência celebrada com a polícia e o MPPE, em maio deste ano, a DHESCA ouviu ainda que a Secretaria de Segurança de Pernambuco designou um delegado para dar um tratamento uniformizado à questão. “Esse conjunto de denúncias tramitava separadamente, em diversas delegacias“, explica Zagallo.  

A DHESCA já investiu em uma missão nos mesmos moldes em Belo Monte, com a qual, para Zagallo, o mega empreendimento pernambucano cultiva várias similaridades. “As populações tradicionais são invisibilizadas e o discurso oficial é o de levar desenvolvimento desconhecendo-lhes. A construção mobiliza contingentes muito elevados de mão de obra, mas fica pouca gente na operação, o que aumenta a violência e causa uma série de desarranjos no tecido social", compara Zagallo.

O papa Francisco promulgou nesta quarta-feira (7) o decreto que confirma o milagre por intercessão de Paulo VI (1897-1978). Com a medida, ele será proclamado santo, anunciou a Santa Sé.

A data da canonização não foi revelada. No entanto, "Paulo VI será santo neste ano", afirmou Francisco no mês passado durante um encontro com sacerdotes romanos. De acordo com o secretário de Estado do Vaticano, o cardeal Pietro Parolin, a cerimônia poderá ocorrer no final do mês de outubro em Roma, assim que o Sínodo dos Bispos sobre os Jovens - 3 a 28 de outubro - for encerrado. Canonização - O milagre de Montini teria ocorrido em dezembro de 2014, no nascimento de Amanda, menina italiana que veio ao mundo após apenas 26 semanas de gravidez, algo em torno de seis meses e meio.

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Segundo a Igreja, a placenta da mãe se rompeu com 13 semanas de gestação, e os médicos a aconselharam a interromper a gravidez, que poderia provocar danos à sua própria saúde. No entanto, ela, originária da província de Verona, ouviu a sugestão de uma amiga e rezou no Santuário das Graças de Brescia, lugar de devoção a Montini. A menina nasceu saudável.

Paulo VI foi beatificado em 19 de outubro de 2014, em uma cerimônia na praça São Pedro, no fim do Sínodo Extraordinário dos Bispos para a Família. Montini é considerado o primeiro pontífice "moderno" da Igreja e abriu suas portas para as exigências da vida contemporânea, apoiando a atualização das normas católicas aos novos tempos. Por outro lado, era crítico ferrenho da pílula anticoncepcional. 

Da Ansa

O Governo do Estado do Espírito Santo abrirá concurso para 1.025 vagas para pedagogos e professores. As inscrições serão abertas na próxima segunda (15), às 10 horas, encerradas às 14 horas do dia 5 de fevereiro e poderão ser feitas através do site www.concursosfcc.com.br, com taxa de R$ R$ 66,65. O limite de pagamento é o dia 6 de fevereiro.

Os salários dos professores do estado do Espírito Santo variam entre R$ 1.982,55 para quem conta com licenciatura plena e de R$ 3.554,92, para os docentes com doutorado, por 25 horas semanais, além do auxílio-alimentação. Pelo plano de carreira do magistério estadual, contudo, a jornada básica pode ser estendida para até 44 horas horas semanais, aumentando a remuneração para até R$ 3.489,28 para os bacharéis e R$ 6.256,65 para os doutores. 

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A expectativa da Secretaria de Educação é a de que hajam 20 mil inscrições. As vagas foram abertas para 78 municípios capixabas e distribuídas por cargo/disciplina: Pedagogo (87 vagas), Arte (58 vagas), Biologia/Ciências (108 vagas), Educação Física (73 vagas), Espanhol (01 vaga), Filosofia (03 vagas), Física (67 vagas), Geografia (117 vagas), História (58 vagas), Língua Inglesa (10 vagas), Língua Portuguesa (170 vagas), Matemática (227 vagas), Química (44 vagas), Sociologia (02 vagas).

Confira a distribuição das vagas por município: 

Afonso Cláudio (20 vagas); Água Doce do Norte (11 vagas); Águia Branca (03 vagas); Alegre (16 vagas); Alfredo Chaves (04 vagas); Alto Rio Novo (04 vagas); Anchieta (04 vagas); Apiacá (01 vaga), Aracruz (33 vagas); Atílio Vivácqua (01 vaga); Baixo Guandu (06 vagas); Barra de São Francisco (11 vagas); Boa Esperança (07 vagas); Bom jesus do Norte (01 vaga), Brejetuba (13 vagas); Cachoeiro de Itapemirim (40 vagas); Cariacica (180 vagas); Castelo (02 vagas); Colatina (24 vagas); Conceição da Barra (09 vagas); Conceição do Castelo (03 vagas); Divino de São Lourenço (04 vaga); Domingos Martins (05 vagas); Dores do Rio Preto (02 vagas); Ecoporanga (26 vagas); Fundão (04 vagas); Governador Lindenberg (07 vagas); Guaçuí (05 vagas); Guarapari (25 vagas); Ibatiba (04 vagas); Ibiraçu (05 vagas); Ibitirama (04 vaga); Iconha (05 vagas); Irupi (07 vagas); Itaguaçu (04 vagas); Itapemirim (05 vagas); Itarana (04 vagas); Iúna (05 vagas); Jaguaré (03 vagas); Jerônimo Monteiro (05 vagas); João Neiva (02 vaga); Laranja da Terra (02 vagas); Linhares (51 vagas); Mantenópolis (06 vagas); Marataízes (01 vagas); Marechal Floriano (03 vagas); Marilândia (06 vagas); Mimoso do Sul (01 vagas); Montanha (07 vagas); Mucurici (04 vagas); Muniz Freire (04 vagas); Muqui (05 vagas); Nova Venécia (07 vagas); Pancas (09 vagas); Pedro Canário (14 vagas); Pinheiros (07 vagas); Piúma (02 vagas); Ponto Belo (04 vagas); Presidente Kennedy (03 vagas); Rio Bananal (05 vagas); Rio Novo do Sul (08 vagas); Santa Leopoldina (03 vagas); Santa Maria de Jetibá (19 vagas); Santa Teresa (08 vagas); São Domingos do Norte (09 vagas); São Gabriel da Palha (01 vaga); São José do Calçado (01 vaga); São Mateus (12 vagas); São Roque do Canãa (05 vagas); Serra (187 vagas); Sooretama (10 vagas); Vargem Alta (01 vaga); Venda Nova do Imigrante (02 vagas); Viana (27 vagas); Vila Pavão (01 vaga); Vila Valério (04 vagas); Vila Velha (45 vagas) e Vitória (17 vagas).

Informações adicionais:

Atendimento ao Candidato – SAC da Fundação Carlos Chagas

(11) 3723-4388 (de segunda a sexta-feira, das 10 às 16 horas)

O dia 14 de fevereiro é considerado em muitos países como o Dia dos Namorados. No Brasil, essa data é comemorada no dia 12 de junho, véspera de Santo Antônio. O dia internacional dos amantes se deve a São Valentim, um santo reconhecido pela Igreja Católica e pelas Igrejas Orientais que, segundo relatos históricos não comprovados, foi martirizado. Abaixo, ouça a reportagem de Octávio Augusto, da Rádio Unama FM 105.5, sobre o Dia de São Valentim.

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Quase 100.000 pessoas, incluindo muitos peregrinos poloneses, compareceram neste sábado a uma audiência geral do papa Francisco, no dia de São João Paulo II e de sua famosa frase "Não tenham medo".

"Queridos irmãos e irmãs, há exatamente 38 anos, quase a esta hora, nesta praça, ressoavam as palavras lançadas ao mundo inteiro: 'Não tenham medo! Abram - ainda mais - abram de par em par as portas a Cristo!'", disse Francisco, ao recordar as palavras de João Paulo II em 22 de outubro de 1978, dia da missa de entronização do papa polonês.

"Que ressoe em seus espíritos e em seus corações o chamado de seu grande cidadão a despertar a fantasia da misericórdia, para que possam testemunhar o amor de Deus a todos aqueles que têm necessidade", disse o papa aos peregrinos poloneses.

Em várias oportunidades, o papa Francisco criticou a recusa das autoridades da Polônia a receber refugiados.

Nesta segunda-feira (26), foi transmitido o primeiro capítulo de Velho Chico sem Domingos Montagner. Nas cenas da novela, os telespectadores viram os acontecimentos por meio da perspectiva do personagem Santo, interpretado por Montagner, por meio do uso de uma câmera subjetiva. Nas redes sociais, os internautas se emocionaram com o recurso utilizado pela Rede Globo para manter viva a existência do protagonista.

“Lindas e delicadas”, classificou uma internauta, após dizer que estava emocionada com as cenas exibidas pela perspectiva do personagem. Outros telespectadores também celebraram a homenagem feita ao ator. “Que cenas lindas, que ideia linda, que homenagem linda”, publicou um internauta, no Twitter.

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Domingos Montagner morreu afogado no Rio São Francisco, no último dia 15 de setembro. A morte repentina do protagonista de Velho Chico pegou todos de surpresa e causou grande comoção nacional.

Confira a primeira cena por meio da perspectiva de Santo:

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Veja, também, reações de alguns internautas com as cenas:

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A dor da ferida, pela morte do ator Domingos Montagner ainda não cicatrizou no coração dos brasileiros. No sábado (17) aconteceu o sepultamento do ator, acompanhado por muitos amigos e familiares e no mesmo dia a Globo definiu qual será o destino de Santo, em Velho Chico.

O personagem não terá um fim triste e, de acordo com o colunista Flavio Ricco, o direto Luiz Fernando Carvalho já tem uma ideia do que fazer, recorrer a um recurso já explorado em longas como: Cloverfield - Monstro e Distrito 9, de usar uma câmera subjetiva em suas filmagens.

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A tecnologia permite que a imagem gerada por essa configuração de câmera proporcione um ponto de vista pessoal, e dessa maneira o público sinta como se participasse do que ocorre na tela. Em outra situação pode-se colocar o espectador no lugar de alguém que observa os acontecimentos e ou fazer com que alguém na cena olhe diretamente para a câmera, crianção uma relação olho no olho com o público.

A ideia é que os personagens da trama consigam interagir com uma câmera, como se estivessem falando com Santo, mostrando o olhar dele sob o ponto de vista deste equipamento. Em um comunicado oficial da emissora, foi dito que a direção de Velho Chico montou uma estratégia para continuar contando a história como estava planejado, sem criar uma trama diferente da prevista para o personagem. E terminaram dizendo: Santo dos Anjos estará presente em todas as suas cenas e o seu olhar será visto por todos os que assistirem a novela.

É exatamente nesse ponto que entra a câmera, o autor da novela ainda vai reescrever algumas cenas, sem tirar Santo da trama e, ainda de acordo com o colunista, ele vai ter o cuidado de conversar com Luciana Lima, viúva de Domingos, já que a direção da Globo não quer fazer nada sem a consultar, também por respeito ao luto da família. Ela então teria concordado de imediato com a proposta da emissora.

Como faltavam poucas cenas para serem gravadas essa foi a maneira que encontraram de manter vivo o personagem tão importante para a carreira do ator e também como forma de agradecer e homenagear a pessoa que ele sempre foi.

Após horas de buscas na tarde desta quinta-feira (15) por Domingos Montagner, foi confirmada a morte do ator de 54 anos. Segundo as autoridades, ele mergulhou no Rio São Francisco e acabou sumindo. 

Depois das gravações da novela global “Velho Chico”, Domingos, que interpretava o personagem Santo, foi se banhar no rio São Francisco, na prainha de Canindé do São Francisco, em Sergipe. A atriz Camila Pitanga, que também estava no local mergulhando, retornou à superfície, mas não conseguiu ajudar o ator.

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O ator que interpreta Santo, na novela global “Velho Chico”, Domingos Montagner, encontra-se desaparecido. Segundo testemunhas, o ator foi visto pela última vez quando saiu para se banhar no rio São Francisco, na prainha de Canindé do São Francisco, em Sergipe, local onde eram realizadas as cenas da novela.

Segundo a polícia, o desaparecimento ocorreu por volta das 14h30 desta quinta-feira (15) e mobiliza bombeiros, policiais e pescadores de Sergipe e Alagoas, já que o rio faz divisa entre os dois estados. Após o desaparecimento do ator, a Globo emitiu nota oficial em que confirma o caso.

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O canal televisivo afirma que o incidente ocorreu durante as gravações da novela, quando a atriz Camila Pitanga, que também compõe o elenco e estava no local, percebeu que o Domingos fez um mergulho no rio São Francisco e não havia voltado para a superfície. Ainda segundo a nota, as buscas permanecem no local, realizadas por helicópteros do Grupo Aéreo Tático, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e pescadores da região. 

Curiosamente, durante a exibição da novela, o ator também chegou a desaparecer nas águas do rio São Francisco. Na trama, ele foi resgatado por índios da região.

 

Sabe aquele seu amigo que sonha em, um dia, ser ator, fazer sucesso em um folhetim televisivo, no teatro e também nos cinemas. Renato Goés era exatamente assim há mais de 10 anos. Todavia, o rubro-negro fanático decidiu suar a camisa para fazer do mero sonho uma realidade. A estreia nas telinhas ocorreu em 2007, na novela “Pé na Jaca”. Até que, em 2016, após uma longa estrada e vários outros trabalhos, ganhou os lares do Brasil com uma atuação potente na pele do personagem “Santo”, da novela global “Velho Chico”.

O Na Social desta semana conversa com o ator Renato Goés e busca saber dele qual o melhor caminho para quem compartilha do sonho da teledramaturgia, mas não sabe como chegar lá. O programa também descobre segredos da rotina do global e as saudades que carrega quando está longe da família e dos amigos.

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Confira a entrevista completa assistindo ao vídeo abaixo. O Na Social é publicado todas as sextas no Portal LeiaJá.

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A 23ª operação da Lava Jato, chamada de Acarajé, apreendeu uma anotação do executivo da Odebrecht Benedicto Barbosa da Silva Junior, que indica uma possível formação de cartel e pagamento de propina na obra de duplicação da Mogi-Dutra, em São Paulo, em 2002, segundo reportagem do jornal “Folha de S.Paulo”. Geraldo Alckmin (PSDB) era governador do Estado na época e responsável pela obra.

Na anotação, logo abaixo do nome da estrada Mogi-Dutra, aparece o texto “valor da obra = 68.730.000 (95% do preço DER)”. Em seguida, “custos c/ santo = 3.436.500″. O “santo” seria a referência para propina, e corresponde a 5% do contrato.

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A Odebrecht teria ficado com 19% do valor total do contrato, o equivalente a R$ 11 milhões. A propina de 5% seria de R$ 687 mil, dos quais R$ 60 mil pagos no ato, e o restante em parcelas, de acordo com os recebimentos.

Ainda segundo o jornal, em fevereiro do mesmo ano, a abertura dos envelopes com o resultado da licitação anunciou que a Construtora Queiroz Galvão havia vencido por apresentar o menor valor, R$ 68.678.651,60. As propostas apresentadas pelas perdedoras na licitação -Andrade Gutierrez, OAS e Odebrecht eram superiores a R$ 70 milhões.

A pequena variação entre as perdedoras girou em torno de 0,6 e 2,5 pontos percentuais.

Mais um investigado

Investigado pelo Ministério Público (MP) por suposto enriquecimento ilícito e ato de improbidade, o secretário chefe da Casa Civil de São Paulo, Edson Aparecido, deixou o cargo que ocupava no governo de Geraldo Alckmin. O MP apura se o patrimônio adquirido por Edson é compatível com sua renda, que à época era deputado e ganhava cerca de R$ 19 mil.

Em nota divulgada pelo governo de São Paulo, Edson Aparecido será candidato a vereador nas próximas eleições. O secretário-adjunto, Fabrício Cobra, responderá pela pasta.

Após o dia dos namorados é hora de os solteiros de fé pedirem por um amor. É que 13 de junho é o Dia de Santo Antônio, considerado por muitos um protetor da vida amorosa. Não é a toa que ele se tornou um dos maiores símbolos de superstição. Reza a lenda que é só virar sua imagem de cabeça para baixo e esperar que o marido ou mulher ideal apareça. Além disso, é um dos santos mais populares do mundo, e tem o título de padroeiro da Arquidiocese de Olinda e Recife.

Santo Antônio era um frade franciscano, nascido em 1195, em Portugal, que viveu a maior parte de sua vida em Pádua, na Itália. De acordo com o guardião do convento de Santo Antônio no Recife, frei Romoaldo Bezerra, ele ficou conhecido como santo casamenteiro por ter ajudado moças pobres com seus casamentos no preparo dos enxovais. “Ele era um homem de muita fé, dedicado à religião e à pregação do evangelho. Por isso o povo tem muita crença nele”, explica o religioso. 

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Quando o assunto é simpatia, virar o santo de ponta a cabeça não é a única. Há quem relate que já botou o padroeiro até em copo com cachaça. Em uma visita ao mercado São José, a reportagem do LeiaJá constatou que na hora de conquistar um par, a imaginação popular vai longe. Maria Madalena, de 26 anos, ensina o que fazia quando morava no interior “A gente acreditava que segurar duas xícaras de cabeça para baixo e dar três voltas na casa faria com que encontrássemos um amor”.

E as histórias esquisitas não pararam por aí. Diversas pessoas afirmaram conhecer a simpatia que consiste em cravar uma faca virgem numa bananeira à meia noite do dia 23 de junho. “No dia seguinte amanhece escrito nela o nome da pessoa com quem você vai casar” afirmou uma senhora. Grande parte das pessoas, entretanto, disseram não acreditar nas superstições, que conhecem na maioria das vezes através de avós ou outras pessoas mais velhas. 

Homenagem 

Com o objetivo de  resgatar a história devocional e homenagear o santo padroeiro, a Arquidiocese de Olinda e Recife realizou pela primeira vez Tríduo em honra a Santo Antônio na Igreja Catedral do Santíssimo Salvador do Mundo – Sé de Olinda. As festividades começaram na quarta-feira (10) e terminam neste sábado (13). O tema escolhido foi “Santo Antônio, homem consagrado, a favor da paz”. 

A programação contou com terço e ladainha e Missa celebrada por padres convidados nos três primeiros dias. Para este sábado, a igreja fará memória litúrgica ao santo franciscano. Os devotos seguirão a procissão com a imagem às 16h. O cortejo sairá da Igreja Matriz de São Pedro Mártir em direção à Sé de Olinda. A Celebração Eucarística será às 18h e  terá a presidência do bispo auxiliar dom Antônio Tourinho. Durante a cerimônia, dom Antônio abençoará os pães para serem distribuídos com os fiéis.

A Cúria Romana emitiu parecer favorável para o início do processo de beatificação e canonização do ex-arcebispo de Olinda e Recife dom Helder Câmara. O pedido foi feito pela Arquidiocese de Olinda e Recife, que divulgou a aprovação oficial na quarta-feira (8). Esta primeira etapa nomeia dom Helder como Servo de Deus.

O processo será iniciado a partir do próximo dia 3 de maio, quando fiéis da Arquidiocese de Olinda e Recife se encontrarão na Igreja do Santíssimo Salvador do Mundo, em Olinda, para uma celebração. A Santa Missa apresentará a oração para o religioso e os membros da comissão jurídica responsável por reconhecer as “virtudes heroicas” do ex-arcebispo.

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O tribunal, como é chamado, terá a missão de coletar documentos e ouvir testemunhas que confirmem a santidade de Camara. Com os dados coletados, será elaborado o “Positio”, compêndio contendo a biografia documentada e a apresentação das virtudes do Servo de Deus. Após aprovado, o papa concederá o título de Venerável Servo do Senhor.

A penúltima etapa é a beatificação. Na crença cristã, ser beato significa que a pessoa tem a capacidade de agir como intermediário entre os cristãos e Deus. Para que isso ocorra é preciso comprovar um milagre realizado por dom Helder.

Por último, ocorre a fase de canonização. Para que dom Hélder Câmara seja proclamado santo será preciso a comprovação de um segundo milagre. 

Perfil – Dom Hélder Câmara nasceu em 7 de fevereiro de 1909 em Fortaleza e se tornou padre aos 22 anos. O religioso foi nomeado arcebispo de Olinda e Recife em 12 de abril de 1964, poucos dias depois do golpe militar. Em agosto de 1969, foi acusado de ser demagogo e comunista por criticar a situação de miséria dos agricultores do Nordeste. Após esse caso, o ex-arcebispo sofreu represálias, tendo a casa metralhada e assessores presos.

A Arquidiocese de Olinda e Recife recorda que quando dom Helder foi lembrado para o Prêmio Nobel da Paz, em 1970, o governo brasileiro promoveu uma campanha internacional para derrubar a indicação, já que ele denunciava a prática de tortura a presos políticos no Brasil. No mesmo ano os militares proibiram a imprensa de mencionar o nome de Camara. O arcebispo comandou a Arquidiocese de Olinda e Recife até o dia 10 de abril de 1985. O religioso morreu em sua casa, no Recife, no dia 27 de agosto de 1999, devido a uma insuficiência respiratória decorrente de pneumonia.

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