Tópicos | Suzano

A Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, no interior paulista, será reaberta nesta segunda-feira (18) apenas para professores e funcionários. O funcionamento está suspenso desde a última quarta-feira (13), quando dois ex-alunos, de 17 e 25 anos, entraram na escola encapuzados e armados, promovendo um ataque que resultou na morte de oito pessoas. Os atiradores também morreram na ação.

Nesta segunda-feira, será traçado um planejamento com atividades de acolhimento e preparação psicológica para os alunos, que retornarão na terça-feira (19). Ainda não há data para o reinício das aulas.

##RECOMENDA##

De acordo com a Secretaria Estadual de Educação, o planejamento dessas atividades contará com o apoio de profissionais do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), dos centros de Atenção Psicossocial (Capes) da prefeitura de Suzano, além de outras secretarias do governo do estado.

A proposta para o acolhimento é desenvolver atividades livres, como oficinas, terapias em grupos, rodas de conversa, depoimentos, compartilhamento de boas práticas, entre outras.

Segundo o governo estadual, uma rede de apoio, formada por instituições públicas e privadas, atuou no fim de semana, prestando atendimento psicológico e especializado na Diretoria Regional de Ensino de Suzano e no Capes do município, além de visitas domiciliares às famílias das vítimas.

Mais um estudante da Escola Estadual Raul Brasil teve alta no início da noite desse sábado (16). O jovem de 15 anos estava internado no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP) após atentado ocorrido em Suzano na última quarta-feira (13). Atiradores, que eram ex-alunos, entraram na escola e mataram oito pessoas, sendo cinco estudantes, duas funcionárias e um comerciante. Quatro adolescentes feridos no ataque continuam internados.

De acordo com o boletim do governo estadual, dois estudantes, de 15 e 16 anos, continuam internados no Hospital das Clínicas da USP. A jovem de 16 anos saiu da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e está internada na enfermaria em um quadro estável. O adolescente de 15 anos está estável, mas permanece na UTI.

##RECOMENDA##

Mais dois jovens, também de 15 e 16 anos, estão no Hospital das Clínicas Luzia de Pinho Melo, em Mogi das Cruzes. A adolescente de 15 anos saiu da UTI, está estável e segue internada. O estudante de 16 anos passou por cirurgia nesse sábado (16), sem intercorrências, e permanece internado.

Na tarde desse sábado (16), no SBT, foi ao ar a estreia do "Programa da Maisa". Recebendo Fernanda Souza e Matheus Ceará, Maisa tocou a atração com diversão, além de debater assuntos que fazem parte do dia a dia, como bullying.

Ao final, a jovem dedicou o seu programa às vítimas de Suzano, em São Paulo, que na manhã de quarta-feira (13) foram mortos dentro da Escola Estadual Raul Brasil por dois rapazes. "Eu acho muito importante falar de paz para vocês. Que a educação, a paz e o amor reinem entre os jovens. Que a gente sempre olhe para o próximo", declarou a apresentadora.

##RECOMENDA##

Aproveitando o momento, Maisa explicou que o seu programa foi gravado muito antes do massacre acontecer no município paulista, lamentando o ocorrido ao se despedir dos telespectadores.

LeiaJá também

--> 7 passos para entender como Maisa virou a Maisa

--> Famosos lamentam tragédia em escola de Suzano (SP)

Na escola estadual Professor Raul Brasil, em Suzano (SP), 13 de 16 professores afirmaram que houve na escola casos de algum tipo de agressão, física ou verbal, de acordo com os últimos dados da Prova Brasil, aplicada em 2017. Também 13 de 16 docentes disseram que alunos agrediram outros estudantes naquele ano.

Apesar dessas informações, a escola não registrou nenhuma situação crítica. No questionário que respondeu, a direção da escola, naquele ano, considerou pouca a indisciplina dos estudantes e afirmou que a instituição contava com projetos voltados para a temática da violência e bullying no ambiente escolar. 

##RECOMENDA##

Professores e direção afirmaram ainda que estudantes não frequentaram a escola com armas de fogo ou com armas brancas. 

A escola apresentou um Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) nos anos finais do ensino fundamental 5,8, ultrapassando a meta para a etapa, que era 5,7 e ficando acima da média do estado de São Paulo, 4,9. O indicador é medido pelo fluxo escolar dos estudantes, ou seja, se eles foram aprovados ou não, e pelo desempenho deles na Prova Brasil, que avalia os alunos em português e matemática. 

"Caso excepcional"

Os dados foram compilados pela organização Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede), com o intuito de verificar se seria possível, a partir dos dados coletados em avaliações nacionais prever a tragédia que ocorreu na última quarta-feira (13). Dois atiradores invadiram a escola e atacaram alunos e professores a tiros e golpes de machadinha. Oito pessoas morreram, incluindo o tio de um dos atiradores, atingido antes do ataque à escola, e 11 ficaram feridas. Os dois atiradores - ex-alunos da escola, sendo um adolescente de 17 anos e um rapaz de 25 anos - se mataram após o massacre.

A conclusão do diretor do Iede, Ernesto Martins Faria, é que os dados não sinalizaram que um atentado como esse poderia ocorrer na escola. "Esse caso é muito excepcional, muito fora da curva", diz. 

Em relação às agressões, a escola estadual Professor Raul Brasil reflete a situação enfrentada por muitos docentes no Brasil. "Agressão verbal, mesmo que a gente não deseje, acaba sendo recorrente", afirma. Segundo ele, o fato de o questionário da Prova Brasil reunir em uma mesma questão agressão física e verbal dificulta a análise mais cuidadosa do cenário da escola. 

Dados ajudam no monitoramento

Mesmo que não possam prever tragédias como essa, os dados coletados nacionalmente ou a nível estadual e municipal podem ajudar governos e escolas a planejarem ações. 

Nacionalmente, os dados da Prova Brasil mostram um cenário preocupante: 10.984 diretores, o que equivale a 15,41% dos entrevistados, relataram que alunos frequentaram a escola em 2017 com armas brancas, como facas e canivetes. Outros 1.685 disseram que estudantes foram para a escola com armas de fogo. O número equivale a 2,36% dos entrevistados. 

Além disso, as agressões são muitas. Pouco mais da metade, 50,64% dos diretores (36.056) disseram que houve agressão verbal ou física a alunos, professores ou funcionários e 71,56%, ou 50.988 diretores, afirmaram que houve agressão verbal ou física de alunos a colegas.

"Às vezes, quando pensamos em monitoramento, pensamos só em português e matemática. Mas a gente tem que pensar na lógica de monitoramento para averiguar como é relação professor-aluno, a relação entre alunos, se existe violência. É importante o diretor da escola e a secretaria de educação terem esse acompanhamento", defende Faria. 

Os questionários da Prova Brasil foram respondidos em 2017 por 71,3 mil diretores e 352,5 mil professores em todo o país.   

"Padre Anchieta, né? Massacre escolar agendado", dizia a mensagem, acompanhada da foto de uma arma, que circulava entre alunos e pais de três escolas de cidades diferentes. A suposta ameaça causou pânico nas unidades, familiares buscavam diretorias para obter mais informações e queriam buscar os filhos antes do término das aulas. Após o atentado na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano (SP), diversos colégios passaram a receber trotes com ameaça de possíveis ataques.

A mesma mensagem foi encaminhada a alunos e professores da Escola Estadual Padre Anchieta, em Diadema; Escola Miguel Vicente Cury, no bairro Padre Anchieta, em Campinas; e para a Escola Bady Bassit, na Vila Anchieta, em São José do Rio Preto. Segundo a Secretaria Estadual de Educação, as três unidades tiveram aula normalmente e sem incidentes ontem.

##RECOMENDA##

"Pais ligavam ou vinham até a escola bastante nervosos, querendo saber se estava tudo bem, se havia acontecido algo. Alguns quiseram levar os filhos para casa. Uma situação que nunca vivemos antes", contou uma professora da unidade de Campinas, que pediu anonimato.

A comerciante Susi dos Santos, de 39 anos, foi uma das mães que foram ao colégio, quando recebeu a mensagem nas redes sociais. "Depois do que aconteceu, ficamos em choque. Não arrisco deixar meu filho na escola, se tiver dúvidas sobre a segurança dele."

Além do boato sobre a suposta ameaça, na unidade de Diadema também circulou nas redes sociais um falso comunicado da direção, orientando os pais a não enviarem os filhos à escola. "Não sabemos ainda se é apenas uma brincadeira de muito mau gosto ou uma ameaça real, mas, depois do lamentável episódio de Suzano, não podemos ficar imóveis", dizia a mensagem que circulava entre os parentes. A secretaria informou que a direção não fez essa recomendação e disse que as aulas ocorreram normalmente.

"As mensagens parecem ser trote ou brincadeira mesmo, mas todo mundo está muito impactado com o que aconteceu. A gente prefere pecar pelo excesso de cuidado. Os alunos estão muito assustados e no dia do massacre só perguntavam e conversavam sobre como fugiriam e onde se esconderiam se entrasse uma atirador na escola", disse uma professora da unidade de Diadema, que também não quis se identificar.

A comerciante Silvia Hirakawa, de 37 anos, ainda não sabe quando vai deixar o filho de 12 anos voltar às aulas na Estadual Luiza Hidaka, em Suzano. Ela recebeu mensagens e ouviu boatos de que havia planos para um ataque na unidade no mesmo dia em que houve o massacre. "Não sei se é verdade, mas não consigo arriscar. Ainda não sei se ele volta para a escola na próxima semana. Se tivesse dinheiro, matriculava em um colégio particular porque acho mais seguro". A cidade decretou luto de três dias e toda a rede pública suspendeu as aulas.

Pais e professores pedem reforço na segurança das escolas. Os pedidos vão desde muros e portões até câmeras e fechaduras eletrônicas. A secretaria estadual diz fazer levantamento para identificar unidades mais "vulneráveis" e reavalia procedimentos de segurança.

Também informou que as aulas ocorrem normalmente nas escolas citadas pelo Estado, apesar de alguns pais terem "optado por não levar seus filhos". A pasta não informou a taxa de faltosos nos últimos dois dias.

Já a pasta da Segurança Pública disse que não há registro de ocorrências nas delegacias da área. Acrescentou que equipes da PM estão atentas à movimentação nas unidades citadas.

Orientação

 

A pasta da Educação destacou a parceria com a Ronda Escolar da PM no entorno de todas as unidades da rede e disse que os colégios receberam orientações de como trabalhar o tema com pais e alunos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Nesta sexta-feira (15), um estudante de 20 anos atirou para o alto na porta da Escola Estadual de Nova Lima, em Belo Horizonte, Minas Gerais. Em sua defesa, o jovem afirmou que fez isso porque colegas estavam espalhando boatos sobre a sua sexualidade. Tal crime acontece dois dias depois do atentado de Suzano, São Paulo, onde dois jovens acabaram matando 10 pessoas na escola Raul Brasil.

Após serem acionados, a polícia realizou um rastreamento para conseguir localizar o suspeito de 20 anos que atirou na porta da escola de Belo Horizonte. Depois de encontrado e revistado, os policiais não acharam a arma usada pelo acusado para os disparos.

##RECOMENDA##

Segundo informado pela PM ao site Estado de Minas, o suspeito assumiu ser o responsável pelos tiros e que a sua intenção foi assustar dois alunos que, segundo declara, estavam comentando que ele mantinha relações sexuais com outro homem.

O suspeito de 20 anos foi preso em flagrante por disparo de arma de fogo e crime de ameaça, sendo encaminhado ao sistema prisional.

Segundo caso em Minas Gerais

Ainda em Belo Horizonte, um outro estudante de 18 anos foi detido por incitação ao crime após uma publicação sua em uma rede social, que se espalhou e levou medo aos alunos e pais. Na publicação, o jovem dizia que nesta sexta-feira (15), mataria pessoas na escola estadual em que estuda.

A PM foi até a escola após denúncias registradas no fim da tarde desta última quinta-feira (14). A polícia repassou ao Estado de Minas que funcionários da unidade de ensino estavam com medo e preferiram registrar a ameaça.

A publicação do suspeito mostra uma foto de uma arma, acompanhada da mensagem: "Vou matar todo mundo amanhã. Tomara que a sala esteja cheia."

Na casa do jovem, os policiais confirmaram com ele a postagem que foi compartilhada no WhatsApp, mas ele disse que tudo não passava de uma "brincadeira".

O suspeito foi encaminhado à Central de Flagrantes da Polícia Civil, assinou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) por apologia ao crime. O caso foi encaminhado ao Juizado Especial Criminal e a audiência ainda será marcada.  

 

O adolescente de 17 anos apontado pela polícia como suspeito de participação no ataque à Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, na Grande São Paulo, foi ouvido pelo Ministério Público na manhã desta sexta-feira, 15, e liberado. Ele se apresentou no fórum de Suzano. O Ministério Público não acatou o pedido feito pela polícia.

O jovem foi ouvido pelo promotor Rafael do Val, nomeado pela Procuradoria-geral de Justiça para a investigação e responsável pela Promotoria de Infância e Juventude do município. Pela manhã, policiais civis realizaram diligências na casa do jovem.

##RECOMENDA##

Na quinta, 14, a Polícia Civil anunciou ter encaminhado à Justiça o pedido de apreensão do jovem suspeito. Até o momento, no entanto, os investigadores não divulgaram quais provas foram coletadas e nem o grau de envolvimento do rapaz no crime.

Por se tratar de um menor de idade, a mãe do adolescente acompanhou a oitiva do Ministério Público. Como o Ministério Público não acatou o pedido da polícia de apreensão do jovem, a Vara de Infância e Juventude de Suzano nem precisou se manifestar sobre o caso.

Segundo a Polícia Civil, a participação do novo suspeito teria ocorrido na fase de preparação. Ele foi ouvido nesta semana pelos investigadores.

O ataque deixou 10 mortos e 11 feridos na quarta-feira, 13. Cinco das vítimas eram estudantes da Raul Brasil e outras duas eram funcionárias da instituição.

O adolescente de 17 anos também é ex-aluno da escola e estudou com um dos dois atiradores que morreram.

O ataque à Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, na Grande São Paulo, deixa sequelas aos sobreviventes que vão além dos ferimentos - seja por tiro, arma branca ou mesmo pavor diante da correria. Além de cuidados médicos, as autoridades informam que as vítimas e seus familiares precisam de suporte psicológico para tentar lidar com todo o acontecimento.

Oito vítimas ainda permanecem internadas, informaram nesta sexta-feira, 15, a Secretaria de Estado da Saúde, a prefeitura da cidade e o hospital particular Santa Maria.

##RECOMENDA##

De acordo com a prefeitura de Suzano, o estudante Guilherme Ramos do Amaral, de 14 anos, permanece sob cuidados na Santa Casa de Misericórdia do município. O adolescente fraturou a perna esquerda, pois sofreu queda no momento em que fugiu dos atiradores dentro da escola.

Ele apresenta quadro estável de saúde, após passar por uma cirurgia no joelho esquerdo nesta sexta-feira. O jovem passou por novos exames e deverá receber alta ainda hoje. Ele seguirá para casa com a família e continuará seu tratamento com o setor de ortopedia da Santa Casa de Suzano.

O hospital particular Santa Maria informou que os pacientes José Vitor Ramos, de 18 anos, e Samuel Silva Félix, de 14 anos, permanecem estáveis, apresentando quadro clínico com evolução positiva.

"Ambos se encontram sem febre e vêm ingerindo antibióticos e anti-inflamatórios. Exames feitos no paciente Samuel não indicam necessidade de intervenção cirúrgica no momento para retirada de projétil alojado na perna direita. O paciente José Vitor inspira cuidados psicológicos, pois ainda tem receio de deixar a unidade hospitalar", destacou a nota.

O Tribunal de Justiça de São Paulo autorizou a apreensão de um adolescente identificado pela Polícia Civil como o suposto terceiro envolvido na participação do planejamento das mortes na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, região metropolitana de São Paulo, no dia 13. A apreensão foi requisitada à Justiça para posterior apresentação à Vara da Infância e Juventude. Também foram autorizadas buscas no endereço do jovem.

O ataque deixou dez mortos, dos quais duas funcionárias da escola, seis alunos e os criminosos, que se mataram depois do ataque. Outros 11 feridos foram encaminhados a hospitais. Oito ainda continuam internados. 

##RECOMENDA##

“Os dois autores mortos durante o ataque participaram efetivamente da execução. O terceiro suspeito identificado não estava naquela localidade. Ele participou, em tese, de todo o planejamento. Eles projetaram o ocorrido pelo menos desde novembro”, explicou o delegado geral da Polícia Civil, Ruy Ferraz Fontes.

De acordo com o delegado Alexandre Henrique Augusto Dias, responsável pelo inquérito policial, o terceiro suspeito era colega de classe do atirador. O jovem teria auxiliado na compra de equipamentos utilizados durante o crime, adquiridos por meio do comércio virtual.

“Eles se inspiraram no ataque Columbine, nos Estados Unidos, ocorrido no ano de 1999. Os envolvidos tinham conhecimento absoluto da unidade de ensino”, disse Dias.

Os materiais e o veículo utilizados foram apreendidos e encaminhados para análise. A perícia técnica comprovará a dinâmica dos fatos.

"Hoje é o dia de vocês morrerem", gritava um atirador na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, na Grande São Paulo. Enquanto isso, em uma sala de aula pequena, cerca de 30 alunos, na faixa dos 13 e 14 anos, choravam e tentavam não fazer tanto barulho.

A classe de Espanhol do Centro de Línguas, que funcionava na escola, estava no meio quando, por volta das 9h40, a professora Jussara Melo, de 55 anos, ouviu um "som seco, que parecia uma bombinha". Depois, mais barulhos como aquele. Foi quando percebeu que era algo grave.

##RECOMENDA##

Da sala, viu alunos no pátio da escola gritando, desesperados. Uma das estudantes correu para se abrigar na classe de Jussara. Depois que a jovem entrou, a professora decidiu trancar a porta, mas viu que não tinha a chave. Improvisou uma barricada com a mesa, apagou as luzes e pediu que os alunos fizessem silêncio.

"Não dava tempo de buscar a chave. Fechei a porta e coloquei uma mesa, apaguei a luz e pedi pra se abaixarem e ficarem quietos, só orando a Deus", lembra. O tumulto lá fora continuava quando, então, os atiradores se aproximaram da sala e forçaram a porta, que chegou a se abrir alguns centímetros. De fora, anunciavam a morte dos estudantes, em tom alto.

Ela nem sabe de onde tirou forças para impedir a entrada dos atiradores - só lembra de que, segundos depois, a porta voltou a se fechar. Segundo Jussara, na mesma hora, outros três professores de idiomas também davam aulas e sofreram ameaças. Todos tiveram a ideia de apagar as luzes para simular que a sala estava vazia.

Jussara ouviu mais disparos e diz que o que se seguiu foi "um silêncio profundo, um silêncio de morte". A essa altura, acredita que os atiradores já estavam mortos. Uma aluna ligou para a polícia, mas, nem a chegada dos agentes encorajou a professora e os alunos a deixarem a sala. Só quando um outro docente pediu que ela abrisse a porta é que finalmente os alunos saíram. "Nunca passei um medo tão grande, por mim e pelos meus alunos", conta a professora, que dá aulas ali há 19 anos.

No caminho até o portão da escola, um cenário que ela jamais vai esquecer: os corpos de alunos e duas funcionárias no chão. "Era muito sangue, uma poça enorme. Agora, não sabe se conseguirá entrar na sala de aula novamente. "Não quero mais voltar para a escola. Não vou conseguir olhar paro o chão e lembrar dos corpos", disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, apresentou na quarta-feira, 13, o seu primeiro projeto, que propõe flexibilizar as regras para instalação de fábricas no Brasil destinadas à produção de armas de fogo e de munições. Em vigor desde julho de 1934, a atual legislação proíbe, já em seu primeiro artigo, a instalação desse tipo de indústria.

"Apresentamos este projeto com o objetivo de resgatar o livre exercício dos direitos e simplificar o arcabouço normativo concernente à matéria, facilitando a sua interpretação e aplicação por parte das autoridades constituídas - em especial o Exército Brasileiro, a Polícia Federal e as Secretarias de Segurança Pública -, bem como corrigindo distorções existentes na Lei atualmente em vigor", alega o senador na justificativa do projeto.

##RECOMENDA##

Para ele, as alterações propostas em seu texto, "além de corrigirem as distorções existentes, devem ampliar e contribuir para o impulso à indústria de defesa nacional, elevando os patamares de competitividade, pesquisa, produção, desenvolvimento de tecnologia e excelência, aumentando a capacidade produtiva e tornando o Brasil mais competitivo junto ao mercado externo".

Em janeiro, o presidente assinou um decreto que altera regras para facilitar a posse de armas - a possibilidade de o cidadão guardar o equipamento na residência ou no estabelecimento comercial de que seja dono. É a primeira medida do presidente em relação ao compromisso de armar a população. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A estudante Mayara Diaciunas, de 22 anos, estava em seu quarto quando ouviu algo que parecia um disparo. Como a família tomava o café da manhã tranquilamente, não saiu de lá para ver o que estava acontecendo. Depois que sua tia viu, no circuito interno de câmeras, que jovens pulavam o muro da escola, a família se mobilizou para ajudá-los.

"A gente abriu o portão e os adolescentes vieram correndo. Primeiro, entraram quatro meninas e um rapaz. Colocamos os cinco para dentro e fechamos o portão." Ela relata que os jovens estavam muito nervosos e mal conseguiam falar. A cada novo disparo, eles gritavam.

##RECOMENDA##

"Demos água com açúcar e eles ficaram tentando falar com a família e com os amigos que ainda estavam na escola." Muito assustados, os adolescentes relataram que chegaram a ser seguidos pelo jovem que portava um revólver, mas conseguiram escapar quando ele foi recarregar a arma.

"O garoto contou que não conseguiu pular o muro e se escondeu. Ele viu o atirador apontando para a cabeça do pessoal. Só depois ele conseguiu sair de onde estava e pular o muro".

Segundo Mayara, houve um momento de silêncio e os disparos foram retomados. "Nessa hora, fomos para fora e abrigamos mais duas meninas".

Ela calcula que os alunos ficaram na sua casa por 30 minutos. "Vi quando o garoto foi embora. Ele nos abraçou, mas não sei o nome de nenhum deles."

O aposentado Carlos Augusto Winkler, de 59 anos, relembra que a filha de 15 anos chegou da aula de francês no Centro de Estudo de Línguas (CEL), que funciona na escola, e que, 15 minutos depois, reconheceu o som do primeiro tiro.

"Ouvi um disparo e tentei localizar de onde tinha vindo. Então, ouvi outro. O portão estava encostado. Abri e fui chamando para dentro, tomando cuidado com quem eu deixava entrar. Uns 25, 30 jovens ficaram aqui."

Segundo ele, alguns estavam machucados. "Teve um menino que foi baleado no rosto. Soube que ele está internado, mas está se recuperando."

Winkler viu ainda a chegada do policial à paisana que foi ao local. "Ele veio andando encostado no muro. Depois, chegou a Polícia Militar." Sobre o retorno da filha às aulas, ele diz: "A preocupação já é constante". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Dois dias depois do crime que chocou o país, os investigadores buscam descobrir o que motivou e os detalhes do planejamento do tiroteio em Suzano, na Grande São Paulo, que matou dez pessoas, inclusive os dois atiradores, e deixou 11 feridos. Testemunhas devem prestar depoimentos, enquanto são feitas análises dos computadores, cadernos e objetos que pertenciam aos dois jovens que provocaram a tragédia.

O Instituto de Criminalística faz exame toxicológico do material orgânico dos dois atiradores. No Instituto Médico Legal (IML), os médicos legistas concluíram que Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, matou Luiz Henrique de Castro, de 25 anos, com um tiro na testa. Depois, ele se matou com um tiro na cabeça.

##RECOMENDA##

Equipes policiais fizeram diligências nas casas dos atiradores e em uma lan house frequentada por eles. Foram apreendidos computadores, tablets e anotações. Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, 16 testemunhas foram ouvidas. De acordo com os investigadores, eles poderão prestar novo depoimento.

As armas utilizadas pelos atiradores – um revólver calibre 38, uma besta (arma medieval semelhante ao arco e flecha) e uma machadinha - foram apreendidas e encaminhadas para a perícia. O revólver estava com o número de série apagado.

Terceiro jovem

A Polícia Civil investiga a participação de um adolescente, de 17 anos, no planejamento do atentado na Escola Estadual Professor Raul Brasil. O suspeito foi colega de classe de Guilherme Monteiro e teria ajudado a dupla de atiradores.

Segundo a polícia, ele estava na cidade de Suzano no momento do ataque, mas não foi até a escola. O adolescente foi ouvido pela Polícia Civil, que pediu à Vara da Infância e da Juventude a sua apreensão e espera a autorização.

Há um vídeo em que uma terceira pessoa aparece junto com os dois assassinos dias após eles terem alugado o carro usado no atentado. O aluguel do carro foi pago com cartão de crédito.

Motivação

O delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Pontes, disse que os jovens queriam reconhecimento dentro da própria comunidade e publicidade na mídia. De acordo com Pontes, eles pretendiam mostrar que eram tão cruéis quanto os atiradores de Columbine.

O delegado minimizou a hipótese de que um suposto bullying sofrido pelos jovens tenha motivado o massacre. No entanto, depoimentos de pessoas próximas a Guilherme Monteiro afirmaram que ele era alvo de comentários jocosos por causa de acne no rosto. Segundo relatos, o jovem fez tratamento de pele.

Nesta sexta-feira (15) deve ser publicado decreto, no Diário Oficial, que determina que, no prazo máximo de 30 dias, as indenizações serão pagas aos parentes das vítimas. Na quinta-feira (14), o governador de São Paulo, João Doria, estimou que os valores podem chegar a R$ 100 mil por família.

"Os alunos chegaram na escola com a tragédia de Suzano em mente. Nós, professores e funcionários, também. Juntos, temos que encontrar uma forma de lidar com que aconteceu", diz Washington Luis Falcão, diretor do colégio estadual Ângelo Bortolo, na zona norte de São Paulo. O massacre que deixou dez mortos fez com que escolas públicas e particulares se mobilizassem para pensar em práticas pedagógicas e medidas de segurança para tranquilizar alunos, pais e educadores.

O secretário estadual da Educação, Rossieli Soares, disse na quinta-feira (14) que os procedimentos de segurança de todas as 5,3 mil escolas da rede serão reavaliados e que já iniciou um mapeamento para identificar as unidades de ensino "mais vulneráveis". A pasta também planeja uma ação para que todos os colégios tenham atividades para discutir o tema em sala de aula. "Precisamos de mais diálogo e conversa", disse Soares.

##RECOMENDA##

Na quinta, as aulas na escola Ângelo Bortolo começaram com uma roda de conversa em que os professores perguntaram aos alunos o que sentiram ao saberem das mortes em Suzano. "Percebemos que os alunos têm medo de estar no colégio. Eles sempre pediram e demandaram mais segurança, principalmente no entorno da unidade, mas eles se sentiram ainda mais expostos após esse episódio", conta o diretor.

Depois da conversa inicial, foi proposto aos alunos que pensassem no que falariam para as famílias e alunos envolvidos na tragédia e para que propusessem caminhos para evitar que violências desse tipo ocorram novamente. "Precisamos ajudar esse jovens a entender e expressar seus sentimentos. Eles se sentem sozinhos, esquecidos, especialmente os adolescentes da periferia. Temos de mostrar que não estão. Essa é a única forma de evitarmos massacres como este", diz Falcão.

Cláudio Oliveira, orientador do colégio Humboldt, em Interlagos, na zona sul, disse que vários professores já o procuraram para informar que querem trabalhar o episódio em sala de aula para sensibilizar os estudantes. "Uma situação de extrema violência como a que vimos pode suscitar diversas discussões: bullying, isolamento, depressão, doenças psiquiátricas. Não podemos nos furtar do debate dessas questões e esse episódio nos dá a oportunidade de abordá-las", afirmou.

Maria Zélia Miceli, gestora dos colégios Santa Amália, na Saúde e no Tatuapé, zonas sul e leste da capital, contou que, ainda no dia do ataque, foi procurada por pais de alunos preocupados com os protocolos e instrumentos de segurança das unidades. "Eles não estavam desesperados, mas queriam se certificar de que os filhos estão em ambiente seguro. Perguntavam, por exemplo, como é o registro de entrada e saída de pessoas da escola, até que horas o portão fica aberto, quem vigia."

Ela explicou que tranquilizou os pais quanto à eficiência da segurança da unidade e ainda reforçou que a questão vai além. "A única forma de garantirmos que a violência não vai adentrar os nossos muros é preparar os alunos para viver em harmonia e com respeito", disse.

Arthur Fonseca, presidente da Associação Brasileira de Escolas Particulares (Abepar) e diretor do colégio Uirapuru, em Sorocaba, disse ter recebido e-mails de pais preocupados com a segurança dos filhos. Para ele, a orientação para os colégios é de que não tentem esconder ou evitar o assunto com os estudantes e as famílias. Também lembrou que o episódio é uma oportunidade para repensar as medidas de segurança, avaliar se há alguma fragilidade e revisar procedimentos já adotados.

Armas

O secretário estadual também refutou a ideia de dar armas a professores para resolver a violência escolar. "Colocar arma na mão do professor pode ter determinada reação e muitas vezes nem sempre a melhor reação. É uma opinião pessoal, sem ser especialista. Não acho que mais armas vão resolver os problemas."

Na terça-feira, o senador Major Olímpio (PSL-SP) defendeu o decreto que flexibiliza a posse de armas no País. Segundo ele, se algum funcionário do colégio estivesse armado, a tragédia poderia ter sido menor. O presidente americano Donald Trump também já defendeu treinar e armar professores para evitar massacres em escolas.

"Tivemos tragédias desse tipo dentro de igreja e cinema. Vamos ter de colocar arma na mão do padre e do cara que controla a entrada no cinema?", questionou Soares.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um a um, sob aplausos, os caixões com os corpos das vítimas do ataque à Escola Estadual Raul Brasil deixaram, na tarde desta quinta-feira (14), a Arena Suzano, no Parque Municipal Max Feffer, e chegaram ao Cemitério São Sebastião, em Suzano, região metropolitana de São Paulo. Além de parentes e amigos, a população de Suzano compareceu em peso para prestar as últimas homenagens às vítimas da tragédia.

Na quarta-feira (13) de manhã dois atiradores invadiram a escola e atacaram alunos e professores a tiros e golpes de machadinha. Oito pessoas morreram, incluindo o tio de um dos atiradores, atingido antes do ataque à escola, e 11 ficaram feridas. Os dois atiradores também morreram.

##RECOMENDA##

No cemitério, a capela ficou pequena para a multidão que acompanhou cada um dos cinco sepultamentos realizados ao logo da tarde, sob chuva fina. Nos corredores entre os túmulos, foram espalhadas as coroas de flores que enfeitaram o velório, enviadas por empresas, sindicatos, parentes e amigos. Uma demonstração de que o crime atingiu a cidade como um todo.

Na hora de descer os caixões, mais aplausos. O grande número de jovens e adolescentes que acompanharam os enterros denunciava a pouca idade dos estudantes mortos. Quatro deles tinham entre 15 e 17 anos – os estudantes Caio Oliveira (15), Claiton Antonio Ribeiro (17), Kaio Lucas Costa Limeira (15) e Samuel Melquiades (16). A mais velha era a professora Eliana Regina de Oliveira Xavier, de 38 anos.

Apesar de ter sido velado junto com os demais, o corpo da coordenadora pedagógica Marilena Ferreira Umezo, de 59 anos, será enterrada somente amanhã (14), porque a família aguarda a chegada de um filho que está no exterior.

Por motivos religiosos, o velório do estudante Douglas Murilo Celestino, foi velado em uma igreja da Assembleia de Deus frequentada pela família.

Jorge Antonio de Moraes, de 51 anos, dono de uma locadora de carros e tio de um dos atiradores, também teve velório e sepultamento em cerimônia separada.

Mais segurança

De manhã, ao receber o ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, e o secretário estadual da Educação, Rossieli Soares, o prefeito de Suzano, Rodrigo Ashiuchi, propôs medidas de segurança, como a atuação de policiais militares da reserva nos setores administrativo das escolas estaduais.

Por volta das 11h, foi celebrada missa e, às 14h, houve ato ecumênico em memória da coordenadora Marilena Ferreira Vieiras Umezo, da professora Eliane Regina Oliveira Xavier e dos estudantes Kaio Lucas da Costa Limeira, Claiton Antonio Ribeiro, Samuel Melquiades Silva de Oliveira e Caio Oliveira.

Cerca de 50 profissionais da rede municipal de saúde prestaram atendimento no local do velório, entre médicos psiquiatras e clínicos gerais, psicólogos, terapeutas ocupacionais, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e assistentes sociais.

A prefeitura informou que, no fim da tarde de hoje, a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, em conjunto com o Conselho Tutelar, acompanhou e realizou atendimento técnico aos alunos menores de idade, que prestaram os primeiros depoimentos na Delegacia de Polícia Central de Suzano para o inquérito policial que investiga o caso.

Videoconferência

Para esta sexta-feira (15), está prevista a realização, pela Secretaria Municipal de Educação, de uma videoconferência com toda a equipe escolar para definir as ações que serão tomadas com os 26 mil alunos das escolas públicas municipais, a partir da próxima segunda-feira (18), com objetivo de conscientizar e combater a violência e o assédio moral, além de estabelecer uma cultura de paz.

A Secretaria Estadual da Segurança Pública (SSP) informou na tarde desta quinta-feira (14) que a Delegacia de Suzano, na Grande São Paulo, com o apoio do Setor de Homicídios e Proteção à Pessoa da Seccional de Mogi das Cruzes, investiga por meio de inquérito policial o ataque ocorrido na manhã de ontem na Escola Estadual Professor Raul Brasil.

Até o momento, de acordo com a SSP, policiais realizaram buscas nas residências dos autores do massacre e em uma lan house onde eles costumavam se encontrar. A equipe policial apreendeu diversos objetos, entre computadores, tablets e anotações que podem auxiliar na descoberta da motivação do crime, enquanto as armas usadas pelos atiradores foram encaminhadas para a perícia.

##RECOMENDA##

A Polícia Militar também reforçou o patrulhamento em torno das escolas de Suzano e seis testemunhas já prestaram depoimento, mas poderão ser chamadas novamente para serem ouvidas ao longo das investigações.

O Instituto Médico Legal identificou todos os dez mortos e a Secretaria da Saúde informou que sete vítimas permanecem internadas.

Vítimas fatais

Alunos da escola mortos:

1. Caio Oliveira, 15 anos

2. Claiton Antonio Ribeiro, 17 anos

3. Douglas Murilo Celestino, 16 anos

4. Kaio Lucas da Costa Limeira, 15 anos

5. Samuel Melquiades Silva Oliveira, 16 anos

Funcionárias da escola mortos:

6. Eliana Regina de Oliveira Xavier, 38 anos

7. Marilena Ferreira Vieira Umezo, 59 anos

Dono da locadora e tio de um dos assassinos (Guilherme Monteiro):

8. Jorge Antonio de Moraes, 51 anos

Atiradores:

9. Guilherme Taucci Monteiro , 17 anos

10. Luiz Henrique de Castro, 25 anos

A Polícia Civil do Amazonas, prendeu na manhã desta quinta-feira (14), um jovem de 19 anos, identificado como Alexandre Gonzaga, que estava usando as redes sociais para fazer ameaças de ataques à escolas e apologia ao crime cometido nessa quarta (13), em Suzano, São Paulo, quando oito pessoas foram mortas a tiros por duas pessoas que invadiram uma escola. Além dos assassinados, o crime deixou muitos alunos feridos. Os dois atiradores também morreram. 

 Em fotos publicadas, o jovem do Amazonas utilizava bandanas de caveiras, parecidas com a que Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, usava ontem durante o ataque na cidade paulista e nas postagens em suas contas nas redes sociais.

##RECOMENDA##

Ele ainda legendou a imagem com a frase “indo para escola amanhã”, em referência ao massacre da Raul Brasil. Após a repercussão, Alexandre foi detido pela Polícia e levado para Delegacia Especializada em Apuração de Atos Infracionais (Deaai) e posteriormente foi transferido para delegacia da área do Cidade de Deus, em Manaus.

 Alexandre Gonzaga é aluno do 2º ano da Escola Estadual Prof. Sebastião Augusto Loureiro Filho, que fica na capital. Com ele foram apreendidas três bandanas, duas com desenhos de caveiras. O jovem afirmou em depoimento que tudo não passou de uma brincadeira e que iria arcar com as consequências dos atos cometidos online.

 A polícia também foi acionada para investigar um outro caso envolvendo ameaças à escolas na capital amazonense. Desta vez, um garoto de 17 anos dizia, através de mensagens de um grupo de Whatsapp, que iria investir contra o Instituto de Educação do Amazonas, no centro da Capital.

 O jovem também foi levado à Deaai. A escola foi vistoriada e os alunos liberados em seguida. Na delegacia, a irmã de um aluno disse em entrevista a um site de notícias local que a mensagem publicada no aplicativo parabenizava os dois homicidas de São Paulo e se dizia inspirado pela atitude deles.

 Por meio de nota a Secretaria de Estado de Educação e Qualidade de Ensino (Seduc-AM) classificou a ameaça como um "fato isolado, ocorrido de forma atípica".  A secretaria também pontuou que vai fazer reuniões para realinhar medidas de segurança e que tomou conhecimento das ameaças que vinham sendo feitas por um aluno e um ex-aluno, inicialmente em redes sociais, por meio dos pais e do gestor do instituto.

 Ainda segundo a pasta, os responsáveis pela ameaça foram encaminhados à Delegacia Especializada em Apuração de Atos Infracionais (Deaai) acompanhados pelo gestor e o pedagogo da escola. Além disso, que tem como prioridade, em conjunto com os gestores, pautar pelo maior controle do acesso à escola tanto em relação aos alunos quanto de pais e responsáveis.  

A Seduc-AM ressaltou ainda que vem fazendo esforços para reforçar a necessidade de contato direto com as Companhias Interativas Comunitárias (Cicoms), que dão suporte no atendimento e presença dos policiais na área externa da escola.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou que o Estado vai pagar uma indenização às famílias das sete vítimas do ataque a uma escola de Suzano, onde duas funcionárias e cinco estudantes foram assassinatos na manhã de quarta-feira, 13. O decreto com a medida será publicado nesta sexta-feira, 15, no Diário Oficial do Estado, disse o tucano.

A indenização será em torno de R$ 100 mil por vítima, mas o valor ainda está sendo definido, pago em prazo de 30 dias. Ao falar sobre o assunto, o governador paulista afastou a discussão sobre a flexibilização de armamento do ataque na escola. "Fazer o debate sobre o tema de posse e porte diante de uma situação traumática, trágica, como essa não acredito que seja o melhor momento", disse o governador, ressaltando que a discussão sobre o tema precisa ser intensificada.

##RECOMENDA##

Mas o governo paulista vai condicionar o pagamento a uma garantia de que as famílias não processem judicialmente o Estado pelo ocorrido. "Evidentemente, cada familiar pode tomar a decisão de receber (a indenização) ou preferir demandar judicialmente o Estado. Obviamente está dentro do seu direito", afirmou João Doria.

O pagamento será acertado com as famílias por meio da prefeitura de Suzano.

Após a declaraçao do vice-presidente da República, Hamilton Mourão, de que os jogos violentos de video game podem ter influenciado o massacre na escola em Suzano, em São Paulo, o assunto se tornou um dos mais comentados no Twitter, na manhã desta quinta-feira (14). 'Somos gamers, não assassinos', dizem fãs de jogos na rede social.

Um dia após o atentado e a posterior fala de Mourão, fãs dos jogos eletrônicos saíram em defesa dos games e a hashtag #somosgamersnaoassassinos segue como uma das mais comentadas do dia. Na rede social, o debate sobre a inluência dos jogos violentos nas atitudes das crianças e dos adolescentes ganhou força.

##RECOMENDA##

Isso porque no perfil de um dos atiradores, o jovem Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, foi possível encontrar diversas postagens em que ele demonstrava ser fã de jogos omo os da série Call of Duty e Ghost Recon. Outras pessoas apontaram que os trajes dos assassinos eram de inspiração dos jogos de violência. 

Mourão afirmou à imprensa que os jovens estão muito viciados em videogames violentos. "Estou muito triste com essa situação. Temos que entender o porquê de isso estar acontecendo. Essas coisas não aconteciam no Brasil. Na minha opinião (...) vemos essa garotada viciada em videogames (...) videogames violentos. Tenho netos e os vejo muitas vezes mergulhados nisso aí. Quando eu era criança, jogava bola, soltava pipa. A gente não vê mais essas coisas. Lamento profundamente tudo o que ocorreu".

A declaração do vice de Bolsonaro não foi bem recebida pela comunidade de gamers e ele tem sido duramente criticado pela fala, desde então. "Colocar a culpa nos jogos é mais fácil do que num lar que talvez não teve pai presente, ou num ambiente de crescimento não saudável né", postou um usuário do Twitter.

Outro apontou que a fala de Mourão é hipocrisia. "Vamos parar com a hipocrisia. Se for para falar de influência então vamos proibir séries, filmes, sua novelinha de fim de tarde, jornal da manhã, etc. Vamos nos privar de tudo e nos acolher em uma bolha", publicou.

Confira algumas postagens abaixo:

[@#video#@]

[@#podcast#@]

LeiaJá também

--> Imagens fortes de pavor na escola em Suzano após Massacre

--> Brasil reúne histórico recente de tragédias em escolas

--> Atiradores de Suzano tinham bomba em mochila

--> Peritos já estão na escola atacada em Suzano 

O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Gianpaolo Smanio, afirmou nesta quinta-feira, 14, que o Ministério Público não descarta a possibilidade da atuação de uma organização criminosa na tragédia de Suzano, na Grande São Paulo. No mesmo dia do ataque, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) foi escalado para atuar nas investigações.

"Iremos fazer uma investigação ampla em todas as linhas para saber como eles tiveram acesso às armas, se há um grupo que atua com eles, se há uma rede de comunicação entre eles, as motivações e a forma do crime", afirmou Smanio. "Não descartamos nada. Se tiver outras pessoas envolvidas, vamos alcançar essas pessoas"

##RECOMENDA##

Segundo o procurador-geral, o Ministério Público vai atuar com o núcleo de investigações cibernéticas do Gaeco para averiguar os contatos mantidos pela internet de Luiz Henrique de Castro, de 25 anos, e o adolescente G. T. M., de 17. Os dois foram os autores do ataque que deixou oito vítimas na Escola Estadual Raul Brasil na manhã de quarta-feira, 13.

Os rapazes faziam parte de fóruns na internet ligados a videogames de violência. Logo após o ataque, surgiram indícios da participação dos autores em um fórum virtual conhecido como Dogolachan, um grupo de ódio na deep web - espaço da internet inacessível por navegadores comuns e com menos regulação.

O fórum já foi alvo de uma operação da Polícia Federal que resultou na prisão de Marcelo Valle Silveira Mello, apontado como um dos líderes do fórum. Ele já havia sido preso em 2012 e voltou à cadeira em maio do ano passado na Operação Bravata; e foi condenado em dezembro pelo juiz federal Marcos Josegrei da Silva, da 14ª Vara da Justiça Federal de Curitiba, pelos crimes de associação criminosa, racismo, coação, incitação ao cometimento de crimes e terrorismo.

"Vamos investigar os computadores, os indícios nas residências deles, os locais que frequentavam e os vínculos com outras pessoas", afirmou Smanio. "Queremos chegar ao quadro mais amplo possível"

As investigações também seguem na linha para descobrir como os jovens tiveram acesso ao armamento utilizado no crime, em especial o revólver .38. O promotor Rafael Ribeiro do Val foi nomeado para atuar no caso.

Os trabalhos estão sendo conduzidos pela Delegacia de Polícia Central de Suzano. Na quarta, os investigadores ouviram testemunhas e os pais dos autores.

Os dois assassinos deixaram oito mortos na Escola Estadual Raul Brasil antes de cometerem suicídio. Entre as vítimas estão a coordenadora pedagógica da escola, uma funcionária, cinco alunos e o tio de um dos criminosos, morto em uma loja de carros, onde os autores estiveram antes de cometer o ataque.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando