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Ex-ministros da Educação alertaram, em carta aberta, que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) "está em perigo". A autarquia, ligada ao Ministério da Educação (MEC), vem sendo gravemente enfraquecida, de acordo com o documento, o que “coloca em risco políticas públicas cruciais para gestores educacionais, professores, alunos, familiares, além de governantes de todos os níveis".

O manifesto intitulado “Em defesa do Inep, o órgão que avalia a educação no Brasil” foi assinado pelos ex-ministros Rossieli Soares (gestão Michel Temer), Mendonça Filho (Temer), Aloizio Mercadante (gestão Dilma Rousseff), José Henrique Paim (Dilma), Cid Gomes (Dilma), Fernando Haddad (gestões Dilma e Luiz Inácio Lula da Silva) e Tarso Genro (gestão Lula).

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A carta destaca que o Inep, órgão responsável pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), teve em sua liderança grandes acadêmicos e gestores experientes no campo educacional. No entanto, nos últimos dois anos, a pasta vem sendo liderada por cinco pessoas diferentes. “E pior: as posições de gestão não têm sido preenchidas com indicações de quadros técnicos qualificados para as funções.”

No governo de Jair Bolsonaro (sem partido), o Inep nomeou o quinto comandante no final de fevereiro. Danilo Dupas Ribeiro substituiu Alexandre Lopes, que foi exonerado do cargo logo após a realização das provas digitais do Enem.

Em outro ponto da carta, os ex-ministros comentam que o Inep está sendo excluído pelo MEC: “O corpo técnico de servidores do órgão, que é amplamente reconhecido no meio educacional pela seriedade, especialidade e compromisso público, não é ouvido. O Ministério da Educação exclui constantemente o Inep de debates sobre a atuação de prerrogativa legal do órgão, como a reformulação do Ideb e as avaliações para medir a alfabetização das crianças no 2º ano do ensino fundamental”, destaca o trecho.

A carta ressalta que neste período pandêmico, a educação precisa mais do que nunca de investimento. “Estamos em um dos momentos mais desafiadores de nosso País, com esta pandemia. Mas não será com cortes no orçamento da Educação, área prioritária para o desenvolvimento social e econômico, que isso irá se resolver. Mesmo porque o Inep produz informações que evitam o desperdício, racionalizando e tornando o Estado brasileiro mais eficiente.”

“Nós, que tivemos a honra de comandar esse ministério em algum momento da história recente do país, sentimos compelidos a fazer um apelo ao governo e à sociedade: respeitem, valorizem e reconheçam o papel de Estado desta instituição. O Inep é fundamental para a produção de dados sobre a educação brasileira. Por ser tão técnico, seu trabalho talvez não seja suficientemente conhecido pela população, mas asseguramos que é um pilar de sustentação da maior parte das ações do MEC. Sem um Inep capaz de cumprir suas funções, não haverá gestão responsável na educação do Brasil”, finalizou o manifesto.

Confira, na íntegra, a carta assinada pelos ex-ministros: 

Em defesa do Inep, o órgão que avalia a educação no Brasil

O principal órgão responsável pelas avaliações e indicadores da educação brasileira está em perigo. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, o Inep, vem sendo gravemente enfraquecido e isso coloca em risco políticas públicas cruciais para gestores educacionais, professores, alunos, familiares, além de governantes de todos os níveis.

O Inep é vinculado ao Ministério da Educação e teve em sua liderança acadêmicos de prestígio e gestores experientes no campo educacional ao longo dos seus 84 anos de história. Nos últimos dois anos, no entanto, o cargo foi ocupado por cinco pessoas diferentes. E pior: as posições de gestão não têm sido preenchidas com indicações de quadros técnicos qualificados para as funções.

O corpo técnico de servidores do órgão, que é amplamente reconhecido no meio educacional pela seriedade, especialidade e compromisso público, não é ouvido. O Ministério da Educação exclui constantemente o Inep de debates sobre a atuação de prerrogativa legal do órgão, como a reformulação do Ideb e as avaliações para medir a alfabetização das crianças no 2º ano do ensino fundamental. Além disso, há incertezas sobre a realização da própria prova do Saeb em 2021, logo quando é tão importante mensurar os impactos da pandemia de Covid-19 para o aprendizado dos alunos.

Para se ter uma ideia da importância do Inep, todos os anos, dezenas de milhões de crianças e adolescentes que frequentam as nossas escolas são contabilizadas pelo Censo da Educação Básica. O resultado do Censo forma a base de cálculo para repasses de recursos do Fundeb para estados e municípios, financiando a maior parte da educação básica no Brasil.

Já no Censo da Educação Superior, outras milhões de pessoas são contabilizadas anualmente, com informações valiosas sobre o perfil dos alunos, seus cursos e a taxa de evasão, por exemplo. Parte desses estudantes faz a prova de avaliação da educação superior, o Enade, que conta para o Índice Geral de Cursos (IGC). O IGC impede que cursos e instituições de baixíssima qualidade estejam ao alcance das pessoas. Isso tudo também é organizado pelo Inep. 

Em anos alternados, dezenas de milhões de estudantes do ensino fundamental e médio são avaliados pelo Sistema de Avaliação da Educação Básica, o Saeb. Os resultados dos alunos do 5º e 9º ano do fundamental e 3º ano do médio são usados para compor o Ideb, Índice de Desenvolvimento da Educação Básica. As redes estaduais e municipais anseiam por esses dados para medir a qualidade do ensino que oferecem aos seus estudantes. Sem os dados do Ideb, a educação brasileira fica às cegas e a aplicação dos recursos fica comprometida. Sem o Inep seria impossível.

Isso sem falar dos milhões de jovens e adultos em busca do acesso ao ensino superior que fazem as provas do Enem, elaboradas pelo Inep.

Estamos em um dos momentos mais desafiadores de nosso País, com esta pandemia. Mas não será com cortes no orçamento da Educação, área prioritária para o desenvolvimento social e econômico, que isso irá se resolver. Mesmo porque o Inep produz informações que evitam o desperdício, racionalizando e tornando o Estado brasileiro mais eficiente.

Nós, que tivemos a honra de comandar esse ministério em algum momento da história recente do país, sentimos compelidos a fazer um apelo ao governo e à sociedade: respeitem, valorizem e reconheçam o papel de Estado desta instituição. O Inep é fundamental para a produção de dados sobre a educação brasileira. Por ser tão técnico, seu trabalho talvez não seja suficientemente conhecido pela população, mas asseguramos que é um pilar de sustentação da maior parte das ações do MEC. Sem um Inep capaz de cumprir suas funções, não haverá gestão responsável na educação do Brasil.

Carta assinada, em ordem cronológica, por Tarso Genro, Fernando Haddad, Cid Gomes, José Henrique Paim, Aloizio Mercadante, Mendonça Filho, Rossieli Soares.

A Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) anulou a condenação por improbidade administrativa de três ex-prefeitos de Porto Alegre – Tarso Genro, Raul Pont e João Verle (já falecido) –, denunciados por contratar profissionais de saúde sem a realização de concurso público ou processo seletivo sumário.

O colegiado manteve a conclusão do relator, ministro Napoleão Nunes Maia Filho, de que não é possível identificar conduta dolosa dos ex-prefeitos com o objetivo de ofender o princípio do concurso público, uma vez que há lei municipal que autoriza esse tipo de contratação.

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Em 2002, o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) ajuizou ação civil pública por improbidade administrativa contra o município, os três ex-prefeitos e profissionais da saúde, após verificar que, em diferentes períodos, foram realizadas contratações temporárias para cargos desse setor com base na Lei Municipal 7.770/1996. 

O MPRS argumentou que a contratação prevista na lei deveria ocorrer apenas em caso de necessidade temporária de excepcional interesse público; no entanto, a demanda do município por profissionais de saúde seria permanente e haveria candidatos aprovados em concurso aptos à nomeação que teriam sido preteridos. Para o MPRS, a contratação violou os princípios constitucionais da legalidade, da impessoalidade, da moralidade administrativa e do concurso público.

Na Justiça estadual, os ex-prefeitos foram condenados à suspensão dos direitos políticos por cinco anos, multa civil de R$ 10 mil e proibição de contratar com o poder público e dele receber benefícios e incentivos fiscais por três anos.

Napoleão Nunes Maia Filho ressaltou que as contratações dos profissionais de saúde tinham por objetivo atender casos de emergência, combater epidemias e satisfazer atividades especiais e sazonais. O ministro também enfatizou que a lei local que embasou as admissões de pessoal não teve a constitucionalidade questionada no processo.

Para o relator, as contratações temporárias são normalmente realizadas no início da gestão, como forma de evitar a paralisia dos serviços públicos – ainda que, em algumas situações, os administradores tenham "uma difusa leitura da realidade" que os leva a optar pela contratação temporária em vez de prestigiar os aprovados em seleção pública.  

No entanto, o ministro lembrou que, para a condenação por ato de improbidade, é preciso que o Ministério Público demonstre o intuito do agente de atentar contra os princípios básicos da administração.

"A prática maleficente, que compõe o núcleo do ato ímprobo, como elementar do ilícito, não foi verificada na hipótese em testilha, razão pela qual sobreveio daí o juízo de total improcedência da pretensão ministerial, no tocante à materialidade do ato ímprobo", concluiu o ministro.

Com informações da assessoria do STJ

Tarso Genro, que carrega em sua bagagem política atividades como prefeito de Porto Alegre, governador do Rio Grande do Sul e ministro do governo do ex-presidente Lula se posicionou sobre um assunto envolvendo o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL).

 Nesta segunda-feira (13), através de seu perfil oficial no Twitter, Tarso Genro falou sobre a possível ida do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, para o Superior Tribunal Federal (STF).

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“A confissão pública de Bolsonaro do compromisso com Moro, em relação ao STF, bastaria - em qualquer Estado de Direito minimamente decente - para ensejar duas consequências: sua suspeição absoluta nos processos em que julgou Lula; a sua recusa, pelo Legislativo, para assumir o STF”, opinou Genro.

Bolsonaro afirmou nesse domingo (12) que pretende indicar Moro para uma vaga no STF. Em entrevista à Rádio Bandeirantes, o presidente disse que firmou compromisso com o ministro e que vai honrar o que foi acertado, caso Moro queira ocupar a vaga e se for aprovado em sabatina no Senado.

 

 

 

 

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, em sua primeira entrevista na cadeia, que não se arrepende de ter autorizado a permanência do italiano Cesare Battisti no Brasil.

Recentemente, o ex-membro do grupo terrorista Proletários Armados pelo Comunismo (PAC) admitiu participação nos quatro assassinatos pelos quais foi condenado à prisão perpétua, após ter passado quatro décadas alegando inocência.

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"Não me arrependi, porque não sabia. Eu recebi informações através do Ministério da Justiça, que conhecia o processo, que ele não tinha crimes. Aí o Tarso [Genro, então ministro da Justiça] tomou a decisão. Agora, se depois disso ele assumiu o que fez, eu lamento profundamente", disse Lula aos jornais El País e Folha de S. Paulo.

Em seguida, no entanto, o ex-presidente lançou dúvidas sobre o modus operandi da Justiça italiana. "Também não sei as condições em que ele confessou... Uma porradinha aqui, outra ali, um choquinho aqui... Aí o cara termina falando coisa que não fez...", acrescentou.

Questionado se acreditava que isso poderia acontecer na Itália, Lula respondeu: "Não sei, é uma suposição". Battisti foi repatriado por seu país em janeiro e cumpre pena em um cárcere na Sardenha, mas tenta reverter a sentença para 30 anos de prisão.

Da Ansa

Ex-governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT) afirmou que o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) "jamais terá uma base eleitoral" para vencer uma eleição presidencial. Sob a ótica do político, apesar de aparecer em segundo lugar nas intenções de votos, de acordo com uma pesquisa Datafolha divulgada nesse domingo (30), Bolsonaro não tem forças para vencer o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo dados do levantamento, hoje Lula tem 30% das intenções de voto enquanto Bolsonaro tem 15%. 

"A polarização entre Lula e Bolsonaro caracterizaria uma disputa frontal entre um vasto campo de centro-esquerda e a direita com tendências fascistas no Brasil, que jamais terá, na sociedade brasileira, uma base eleitoral e política majoritária", argumentou, em entrevista à Agência BBC Brasil.

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Indagado, se na sua visão Bolsonaro jamais venceria Lula em um segundo turno, Tarso Genro foi categórico: "sim, isso mesmo", frisou. 

Impacto da Lava Jato em 2018 e candidatura de Lula

O ex-ministro da Justiça também falou à BBC sobre os impactos da operação Lava Jato e a candidatura do ex-presidente para 2018. Segundo ele, as investigações do caso de corrupção na Petrobras vai ser palco para o surgimento de novos políticos “salvacionistas” e “personalistas”.  

“O impacto será muito grande e dentro desse processo de incriminação geral da política, de misturar culpados com pessoas que cometeram meras ilegalidades, misturar caixa 2 com inocentes, vai na verdade captar todas as lideranças políticas mais conhecidas e mais importantes do país. É o palco adequado para o surgimento de lideranças salvacionistas, personalistas, que não têm compromisso com projetos, programa nem partido”, declarou, sem mencionar nomes. 

Questionado se o PT teria uma opção neste tipo para substituir Lula, ele disse que não estava autorizado a conjecturar pelo partido. “Nosso candidato mais natural é realmente o presidente Lula, se ele puder concorrer, se não for obstaculizado pela Justiça. Mas o PT tem figuras como o Fernando Haddad (ex-prefeito de São Paulo) que são extraordinárias, ou tem a oportunidade até de fazer uma aliança com outro partido, e apoiar um outro candidato. O fato é que não vamos ficar sem candidato em 2018”, sentenciou.

Tarso Genro ainda saiu em defesa do ex-presidente e disse que as acusações feitas por empreiteiros da Odebrecht e da OAS ao aliado “não têm nenhuma validade”. “É a palavra de um contra o outro. São depoimentos feitos apenas para satisfazer o compromisso de delação premiada, para eximir pessoas que já confessaram delitos. Se esses depoimentos não foram confrontados com provas materiais, eles não têm nenhuma eficácia, em nenhum sistema penal do mundo”, frisou.

Apesar disso, o ex-governador do Rio Grande do Sul disse que tem medo de Lula ser preso. “Meu temor não aumentou, ele já existe desde o momento em que começaram os vazamentos seletivos, quando começaram depoimentos de promotores dizendo que a corrupção é uma coisa satânica, depoimentos de policiais federais dizendo que perderam o timing [para prender Lula].  A criação desse ambiente [é] que mais me faz temer que o Lula possa ser vítima de uma prisão arbitrária. Esses outros depoimentos não agregaram nada de novo a esse quadro”, observou.

Em meio à busca por soluções para a maior crise da história do PT, militantes influentes sugerem que a Frente Brasil Popular (FBP), formada por partidos e movimentos sociais contrários ao impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff, seja adaptada para disputar eleições com base na reforma política que tramita no Congresso. A proposta foi apresentada pelo jornalista Breno Altman em reunião de petistas que integram a FBP.

O primeiro passo seria abrir a frente, que hoje só recebe partidos e entidades, para filiações individuais para, em um segundo momento, a depender da reforma política, disputar eleições.

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A proposta, ainda embrionária, ganhou apoio de nomes importantes do PT como o ex-ministro Tarso Genro. Altman nega que o objetivo seja criar um "biombo" para driblar a rejeição ao PT, explicitada nas eleições municipais deste ano. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Ideólogo da tese de refundação do PT, lançada após o escândalo do mensalão, o ex-governador e ex-ministro da Educação Tarso Genro (PT-RS) não participará da celebração dos 36 anos do partido, prevista para ocorrer neste sábado, 27, no Rio de Janeiro. Na véspera das comemorações, o diretório nacional do PT se reúne para discutir temas relacionados à conjuntura política e econômica, tática eleitoral e organização interna da legenda.

"Eu não vou nem na reunião do Diretório Nacional nem no evento festivo. Não vou porque não é uma prioridade da minha agenda, neste momento. A última reunião do diretório e o congresso do partido não tiveram nenhum debate importante, não houve nenhuma discussão efetiva e profunda, então, me outorgo o direito de, neste momento, não participar", afirmou Tarso Genro ao jornal "O Estado de S. Paulo".

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A ausência do ex-governador do Rio Grande do Sul nas comemorações do aniversário do PT ocorre após ele não ter aceitado participar do Conselho Político da legenda, responsável pela condução dos principais debate internos do partido.

"Estou numa posição pouco reservada em relação às questões do partido, em relação às reuniões, porque tem um debate muito delicado que eu tenho uma posição muito característica de crítica na relação partido e governo. A contribuição que vou mandar é um manifesto sobre o movimento de exceção que está sendo feito hoje no País dentro da ordem jurídica", afirmou.

Em entrevista concedida ao jornal em agosto, Genro considerou que o PSDB e até o PMDB tinham naquela ocasião mais chances de vencer a eleição presidencial de 2018 se o governo Dilma Rousseff não mudar a política econômica nem fizer as pazes com sua base social e com a classe média. "Esse PT que está aí chegou ao fim de um ciclo", afirmou Tarso.

Temas

O encontro da direção nacional do PT está previsto para ocorrer de sexta-feira, 26, a sábado, 27, no Rio de Janeiro. Entre os temas colocados na pauta de discussão pela cúpula da legenda estão as transformações do capitalismo global e as perspectivas atuais; transformações do capitalismo brasileiro e os desafios das esquerdas no Brasil; e as tarefas do PT frente aos 36 anos de transformações do capitalismo no Brasil.

O encerramento será feito com um show de Diogo Nogueira e bateria da Escola de Samba Portela.

A 3ª Vara da Fazenda Pública, de Porto Alegre, determinou, em decisão liminar, o bloqueio dos bens do ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro (PT) e de outras quatro pessoas. O caso tem origem em um processo movido pelo Ministério Público em 2002 - antes da administração do petista, entre 2011 e 2014 -, que exige do governo estadual a realização de licitação para 1,8 mil linhas de transporte intermunicipal que são reguladas pelo Departamento Autônomo de Estradas de Rodagens (Daer) e funcionam em condições consideradas "precárias".

Ao longo da ação, como não houve avanço para executar o referido processo licitatório, o Tribunal de Justiça decidiu, também por meio de liminar, estipular uma multa de R$ 1 mil ao dia para cada uma das linhas, e que a sanção cessaria quando a licitação fosse concretizada. Agora, na nova liminar, a juíza Andréia Terre do Amaral, da 3ª Vara da Fazenda Pública do Foro Central, argumenta que a decisão permanece descumprida e que, hoje, o valor da multa ultrapassa R$ 1 bilhão.

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O bloqueio de bens também afeta o ex-secretário de Infraestrutura e Logística João Victor Domingues (que atuou na gestão de Tarso), o atual titular da pasta de Transportes e Mobilidade, Pedro Westphalen, e dois dirigentes do Daer - Carlos Eduardo de Campos Vieira e Ricardo Moreira Nuñes.

Como o processo ainda está correndo e por enquanto só há liminares, ainda não há decisão de mérito quanto à aplicação da multa. Os bloqueios ocorreram como forma de garantir o pagamento, caso a sentença acate, de fato, a petição do MP. O ex-governador Tarso Genro, que é advogado, informou que vai recorrer da liminar que determina o bloqueio de seus bens. Ele argumenta que uma licitação dessa natureza não se realiza "da noite para o dia".

Segundo ele, não se pode dizer que seu governo foi omisso com a questão das linhas interestaduais, já que deu andamento aos trâmites necessários com a criação de um marco regulatório e a conclusão de um plano diretor para regulamentar o setor.

A proposta de lei foi entregue por ele ao atual governador, José Ivo Sartori (PMDB), que encaminhou à Assembleia Legislativa em regime de urgência. "A omissão vem desde o ano de 2002, com sucessivos governos sem que nenhuma providência fosse adotada. Nós rompemos essa omissão, com capacidade técnica, responsabilidade e sem aventuras", disse Tarso.

No despacho, a juíza embasa a decisão liminar argumentando que os envolvidos incorreram em improbidade administrativa ao persistir na não realização da licitação. "O que leva gestores públicos, a despeito da existência de regras de ordem constitucional, legal, decisões judiciais, decisões cominadas com pesadas multas mandando licitar, a manterem algumas determinadas empresas prestando serviços de transporte intermunicipal a título precário, em concessões vencidas há quase vinte anos, sem licitação? É pouco razoável crer que tudo subsume-se na má gestão, convenhamos. Nesse contexto, em um exame sumário, é possível constatar elementos que demonstram a improbidade administrativa por prejuízo ao erário", afirma o texto do despacho. A defesa dos réus argumenta que a aplicação da multa e o bloqueio de bens são equivocados e questionam o fato de gestores anteriores, que também não realizaram a licitação, estarem livres da decisão.

Vários correligionários do ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), estão repudiando o ataque feito ao Instituto Lula na noite da última quinta-feira (30). O prédio localizado em São Paulo foi atingido por uma bomba caseira. Em virtude da ação, petistas como a presidente Dilma Rousseff (PT) e o ex-presidente do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, criticaram o ocorrido por meio das redes sociais. 

Para Dilma, o ataque é a maneira com menor efeito para atingir a democracia do País. “A intolerância é o caminho mais curto para destruir a democracia. Jogar uma bomba caseira na sede do Instituto Lula é uma atitude que não condiz com a cultura de tolerância e de respeito à diversidade do povo brasileiro”, criticou a petista no Facebook. 

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Já no Twitter, Tarso Genro alegou que ataque contra o Instituto Lula representa um ‘terrorismo de direita”. Na avaliação do petista, a agressão foi estimulada pelo massacre midiático contra o ex-presidente Lula. “Os fascistas se sentem legitimados”, publicou, demonstrando solidariedade ao petista. “Solidariedade ao Presidente Lula, como teríamos com FH se o seu Instituto fosse atacado. Isso é unidade democrática contra o ovo da serpente (sic)”, completou. Neste sábado, o PT nacional também se posicionou sobre a bomba por meio de uma nota oficial assinada pelo presidente da legenda, Rui Falcão. 

O ex-ministro e fundador do PSB Roberto Amaral está capitaneando a formação de uma Frente Popular pelo Brasil para se contrapor ao que classifica como avanço das forças conservadoras. A ideia é voltar a pensar e formular propostas em defesa do País com setores da sociedade, como políticos, sindicalistas, intelectuais, empresários e representantes dos movimentos sociais. Um ato público na segunda semana de junho, em São Paulo, marcará o pontapé inicial da iniciativa e as linhas gerais de sua atuação, que estão sendo discutidas.

Indagado a respeito do que essa frente poderá se transformar num futuro próximo, principalmente com a crise que atinge o Partido dos Trabalhadores (PT), Roberto Amaral, em entrevista exclusiva ao Broadcast Político, evoca o poeta catalão Antônio Machado, que em uma de suas construções poéticas diz 'caminhante, não há caminho, o caminho se faz ao andar', para destacar que a ideia é engessar o mínimo possível a frente. "O processo (que está em discussão e deve continuar) é que vai dizer o que vai resultar dela, seja partido ou não".

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O movimento já chegou a consenso sobre alguns pontos: a luta pela democracia no seu significado mais amplo, a defesa da soberania nacional como pilar de qualquer programa político, o fim de todas as desigualdades e discriminações, a defesa e aprofundamento dos direitos dos trabalhadores e a luta pela retomada do desenvolvimento com distribuição de renda.

Amaral disse que não há monopólio e três tendências estão sendo discutidas de forma mais abrangente. Uma delas defende a discussão a partir das siglas partidárias, outra não discute a questão partidária, mas afirma que a frente tem de ser de esquerda e não pode ignorar o processo eleitoral, e a terceira diz que ela deve ser ampla, nacional e popular e não se restringir apenas a uma frente de esquerda. O ex-ministro do governo Lula destaca que a iniciativa é suprapartidária e ressalta os convites para o ex-governador e jurista Cláudio Lembo e o ex-ministro de FHC Luiz Carlos Bresser-Pereira.

Alguns integrantes do PT, como o ex-governador e ministro Tarso Genro e o deputado federal Alessandro Molon (PT) já participam dos debates em torno da construção dessa frente. Para Amaral, o avanço da direita e das ideias retrógradas só pode ser detido com a união de forças.

Para Roberto Amaral, ao dizer que a frente é popular, fica estabelecida que a sua base deve ser a sociedade. "Não exclui os partidos, mas é fundamental a participação de setores da sociedade, precisamos voltar a falar com o povo, os trabalhadores e os estudantes." Sobre a crise que atinge a esquerda brasileira, Amaral diz que ela não nasceu com a crise do PT, mas se tornou mais aguda com ela. Segundo ele, o estopim é uma crise de valores.

Os primeiros encontros para a formação dessa frente começaram em novembro do ano passado, no Rio, em Brasília e São Paulo. Em março, num encontro no Sindicato dos Professores do Rio, Amaral reuniu os ex-ministros do governo Lula José Gomes Temporão e Luiz Dulci, que hoje é diretor do Instituto Lula, além de empresários, economistas e acadêmicos. No mês passado, houve outro encontro no Rio, no Clube de Engenharia, reunindo mais adeptos. E na segunda semana de junho, no ato público em São Paulo, a frente deverá ser formalizada.

Derrotado na disputa pela reeleição em 2014, Tarso Genro, ex-governador do Rio Grande do Sul, escolheu o Rio como base para uma frente de esquerda em oposição ao domínio do PMDB no Estado e em defesa de futuras candidaturas próprias do PT. A movimentação dele, ministro da Educação e da Justiça no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, incomoda petistas fluminenses.

"É muito bom que Tarso defenda a essência de uma frente de esquerda para o Brasil, que também defendemos. Mas não pode vir aqui fazer discussão eleitoral. Então vamos reconstruir o PT do Rio Grande do Sul. O PT lá é muito sectário, nunca reelegeu ninguém", disse o presidente do PT-RJ, Washington Quaquá, prefeito de Maricá (região metropolitana)e integrante da corrente majoritária petista, Construindo um Novo Brasil (CNB).

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Genro, da tendência Mensagem ao Partido, tem dito que o Rio será decisivo para o futuro da política nacional a partir de 2016. Aos petistas, assegurou não querer mudar a posição dos favoráveis à aliança com o PMDB. "Seria muita ousadia da minha parte, nem tenho essa pretensão. Mas isso não me impede de ouvir companheiros e dar a minha opinião", disse a correligionários. O petista gaúcho fala no plano "familiar" de montar uma segunda residência no Rio, onde pretende passar temporadas.

Para Genro, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, uma das principais lideranças do PMDB, tornou-se uma "trava" ao governo pelas derrotas impostas à presidente Dilma Rousseff. Esse tipo de aliança, diz ele, deve ser evitada.

Quaquá insiste que o PT "não tem nome" para disputar a sucessão do prefeito peemedebista Eduardo Paes e defende a manutenção da aliança com o PMDB. O vice-prefeito é o petista Adilson Pires. Na eleição de 2014, o presidente do PT-RJ liderou o rompimento com o PMDB no Estado e o lançamento do senador Lindbergh Farias (PT) ao governo, que ficou em quarto lugar. "Nossa grande liderança, Lindbergh, sofreu derrota brutal. Não temos candidato à prefeitura. Ou o Tarso está pensando em se candidatar?", ironizou Quaquá.

No fim de semana, Genro desmentiu em redes sociais que sairá do PT. Disse não ser "candidato a nada em lugar nenhum". "No Rio,(...) defendo candidatura própria. Defendo que o PT se renove e saia da aliança com o PMDB. Temos que ter atitudes fortes para sair da crise. Entendo que aquilo que ocorrer no Rio vai influenciar a política nacional na próxima década. Daí meu interesse em colaborar no debate."

Mesmo entre petistas pró-frente de esquerda em oposição a Paes há dúvidas sobre as intenções de Genro no Rio. Mas consideram positiva a defesa de nova política de alianças. Em 2014, o PMDB-RJ abriu dissidência em apoio ao tucano Aécio Neves à Presidência, mas Paes e o governador Luiz Fernando Pezão, ambos do PMDB, defenderam a reeleição de Dilma.

No passado, Genro estimulou a aliança PT-PMDB no Rio. No segundo turno de 2008, com o deputado petista Alessandro Molon fora da disputa pela prefeitura, o então ministro da Justiça apoiou Paes. Em 2012, apoiou a reeleição do prefeito peemedebista, aliado ao PT desde o primeiro turno. O ex-governador diz não se arrepender de ter estimulado a aliança com o PMDB, que ajudou a "dar governabilidade aos governos do presidente Lula".

Na próxima sexta-feira, o ato público "A saída é pela esquerda" reforçará a formação de frente suprapartidária de esquerda no Rio. "Permaneço na mesma linha de que é preciso apresentar alternativa à sociedade do Rio de Janeiro, defendo uma frente de esquerda que tenha um candidato que seja do PT ou não, isso dependerá da construção política", disse Molon.

O ex-governador do Rio Grande do Sul e ex-prefeito de Porto Alegre Tarso Genro (PT) defendeu que o PT peça ao tesoureiro do partido, João Vaccari Neto, que se afaste do cargo e que, se ele não aceitar fazer isso, a legenda o afaste preventivamente.

"Se ele for denunciado e a denúncia for aceita, como é a informação que nós temos, acho que o partido deve pedir que ele se afaste e, se não se afastar, afastá-lo preventivamente", disse, ao deixar o hotel onde estava reunido com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e dirigentes petistas, em São Paulo.

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Tarso voltou a argumentar que a sigla deve examinar a denúncia e avaliar a situação de Vaccari Neto. "Se o Vaccari não tomar uma decisão, a minha opinião e eu já manifestei isso inclusive à direção do partido, é que o partido deve examinar. Ele (o PT) deve determinar o exame das provas e da denúncia que existe", complementou.

A Justiça Federal aceitou no dia 23 a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra Vaccari Neto e o ex-diretor de serviços da Petrobras Renato Duque. Eles respondem a acusações de corrupção e lavagem de dinheiro, no âmbito da Operação Lava Jato.

O ex-governador do Rio Grande do Sul também repetiu ser favorável ao partido discutir sua "refundação", uma "renovação profunda" para adequar os pressupostos éticos e políticos da agremiação ao momento atual. Tarso reafirmou ainda que o PT precisa debater como estruturar uma coalizão de governo mais programática no futuro.

"Ninguém está recomendando que se rompa com a coalizão atual, tem que ter condições de o governo continuar, mas o partido tem que pensar, no futuro, numa coalizão mais coerente, mais programática e mais orgânica", afirmou, após argumentar que todos as administrações pós-redemocratização se sustentaram no sistema de coalizão atual.

Sobre a participação na reunião do futuro ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, O ex-governador preferiu não dar detalhes. "Quem tem que falar é o pessoal que convocou a reunião. Ele (Janine Ribeiro) falou sobre suas posições sobre ética política, como ele vê o cenário nacional", afirmou, brevemente.

Segundo o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, que deixou mais cedo o encontro com dirigentes petistas, a conversa com o futuro ministro da Educação já tinha sido marcada pela entidade antes da indicação para a gestão federal. Os dirigentes, entre eles os presidentes nacional, Rui Falcão, e estadual do partido em São Paulo, Emídio de Souza, continuam reunidos a portas fechadas com Lula. A reunião extraordinária, convocada pelo ex-presidente, para uma "discussão das tarefas do PT na atual situação política".

O ex-governador do Rio Grande do Sul e ex-ministro da Educação e da Justiça Tarso Genro (PT-RS) criticou a "inércia" de seu partido e do governo Dilma Rousseff na questão das dívidas dos Estados e municípios. No Twitter, Genro afirmou que o PMDB, que controla o Congresso Nacional, tem projeto próprio e "esnucou" o governo federal. O PT, por outro lado, "emudeceu", disse Genro.

"Reestruturação da dívida dos Estados é a determinação de lei duramente conquistada. Não fazê-la é obrigar os Estados a uma austeridade inviável", escreveu. "O PT ficou inerte total e o PMDB, 'aliado' já com projeto próprio e claro, 'esnucou' o governo, na questão da dívida dos Estados", acrescentou Genro, que foi ministro no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e governador do Rio Grande do Sul de 2011 a 2014.

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Genro concluiu: "Resultado: em face desta inércia, aliado 'mui amigo' desgasta governo que não reestrutura dívida e partido da presidenta que emudeceu". Segundo ele, o desgaste do governo Dilma e do PT poderia ser resolvido com uma "concertação" com forças sociais e políticas que "não querem o quanto pior melhor".

O ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro disse nesta sexta-feira, 6, durante reunião do Diretório Nacional do PT que precede a festa de 35 anos do partido, que a "refundação" defendida por ele durante o escândalo do mensalão, em 2005, é "mais atual do que nunca" mas desta vez sob outro nome: "renovação profunda".

"A necessidade de uma refundação continua mais atual do que nunca. Agora a forma que estamos adotando é 'renovação profunda' do PT. Este movimento que é representado pela Mensagem ao Partido vai continuar e toma um impulso cada vez maior", disse o ex-governador.

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Ao contrário de 2005, quando o movimento estava diretamente relacionado ao mensalão, Tarso diz que agora o que impulsiona a necessidade de mudança não é o esquema de propinas na Petrobras, investigado pela Operação Lava Jato, mas uma crise global dos partidos democráticos, em especial os de esquerda.

"Isso não é uma questão contingente relacionada com aqueles fatos que orientaram essa formulação ou os fatos atuais. É que existe uma crise de perspectivas na esquerda mundial e em todo o campo democrático", afirmou o ex-ministro da Educação e da Justiça, ressaltando que vai lutar pelas mudanças dentro do partido. "É isso que eu, agora como militante avulso dentro do Diretório Nacional, vou continuar fazendo", concluiu.

Tarso voltou a defender que o PT faça uma investigação própria sobre o escândalo da Petrobras por meio de uma análise dos autos da Lava Jato. Segundo ele, isso não significa uma posição contrária ao tesoureiro do partido, João Vaccari Neto, que foi defendido pelo líder máximo do PT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas, ao contrário, pode ser uma chance para reforçar a defesa do tesoureiro.

"A questão do Vaccari não é nenhuma novidade em nenhuma parte do mundo em nenhum partido. O que deve ser feito? O partido deve fazer uma investigação direta nos processos e a partir disso fazer um juízo. E o próprio Vaccari é o principal interessado nisso. Na formação do juízo vamos poder saber se estão sendo manipuladas provas, informações. No caso concreto do Vaccari o que existe até agora são meras indicações feitas pela imprensa. Eu quero saber quais são as provas e a partir disso me posicionar", afirmou o ex-governador.

Derrotado por José Ivo Sartori (PMDB) na eleição do último domingo, Tarso Genro deixará o governo do Rio Grande do Sul no final do ano. Depois disso, não pretende se candidatar a mais nenhum cargo público. Em entrevista ao jornal Zero Hora, ele contou que sua prioridade será trabalhar num projeto que possa apresentar ao PT para fazer uma reestruturação do partido.

"A minha cota de participação eleitoral, na minha avaliação, está esgotada", afirmou. "Não está no meu imaginário nenhuma eleição, nem ao Parlamento, nem no Executivo. Quero aproveitar a minha experiência para produzir um movimento mais de conteúdo estratégico do que vinculado a processos eleitorais", disse o governador de 67 anos, um dos quadros mais antigos e tradicionais do PT.

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Com a experiência de ter sido deputado federal, prefeito de Porto Alegre, ministro no governo Lula e agora governador, Tarso parece disposto a ajudar o PT a pensar no futuro. "Vou continuar atuando dentro do meu grupo, Mensagem ao Partido, que é minoritário (dentro da legenda) e vai mobilizar todas as forças para que o partido se reestruture, dê mais passos em relação à questão ética", contou.

Segundo ele, o PT errou ao não ter dado sequência a um "profundo movimento refundacionista do partido" na ocasião da crise do mensalão. "Refundacionista não significa descartar suas raízes, significa reorganizar seus alicerces, suas fundações. O partido se renovou muito pouco de lá para cá", explicou.

Questionado se aceitaria assumir um ministério no novo governo da presidente Dilma Rousseff, ele descartou a hipótese, dizendo que não seria convidado. Ele disse também não acreditar na candidatura de Lula ao Palácio do Planalto em 2018. "Não acho que ele esteja vocacionado para disputar as eleições, nem que esteja preparando isso. A preocupação maior dele é dar força para a presidente Dilma fazer um governo melhor ainda do que foi o primeiro", avaliou.

Na mesma entrevista, Tarso fez uma avaliação da eleição estadual, em que recebeu 38,79% dos votos válidos no segundo turno e, desta forma, não conseguiu se tornar o primeiro governador reeleito do RS. Ele não atribuiu a derrota a um sentimento contrário ao PT.

"O que existe no sentimento popular é uma rejeição à política, aos partidos em geral. Não ao PT em particular. A causa mais importante da nossa derrota foi que tivemos o candidato (Sartori) mais adequado para a conjuntura e que soube capitalizar todo esse imaginário antipolítica e antipartidos", justificou.

Derrotado neste segundo turno pelo peemedebista José Ivo Sartori, o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), afirmou que acata e respeita a decisão das urnas e desejou uma "boa gestão" ao seu opositor. "Não era para nós ganharmos. Está demonstrado que o povo do Rio Grande queria mudanças e agora vai explorar outros caminhos. Cabe a nós respeitarmos", afirmou o governador.

Tarso foi derrotado com uma diferença de quase 20 pontos porcentuais, depois de terminar o primeiro turno também atrás de Sartori. O governador atribuiu essa diferença ao fato de o candidato ter apresentado um discurso mais "adequado à conjuntura nacional e estadual", que inclusive tem apoio de dois partidos que, nacionalmente, estão com Dilma Rousseff, o PP e o PMDB, e negou que tenha havido apenas um "antipetismo". "Não foi o traço principal, foi uma candidatura competente que capturou esse um terço que vai para um lado e para o outro", disse.

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Tarso afirmou que seu governo vai fazer uma transição "com alto nível de civilidade e responsabilidade política". "Não criaremos obstáculos. Seremos oposição, mas na assembleia apoiaremos todos os projetos que sejam positivos para o Rio Grande", afirmou.

O governador, apesar de se declarar "um pouco triste" por não ter sido reeleito, afirmou que a reeleição de Dilma Rousseff (PT) tem que ser comemorada. "Eu havia afirmado que estava em andamento um golpismo político e midiático que poderia atrapalhar as eleições, tentando bloquear a reeleição da presidente Dilma", disse. "Eu chamei pelo próprio nome, de conspiração política antidemocrática, com certos meios de comunicação. Mas o povo foi sábio e rejeitar essa sujeira".

Tarso negou que tenha planos para voltar ao governo federal e que voltará a ser "um militante político que sempre foi", mas planeja trabalhar para ajudar a reconstruir o PT. "Planejo ajudar a reconstruir, reestruturar esse partido que está maculado por diversos problemas, ajudar a unificar a esquerda para um projeto nacional de futuro", disse.

O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), candidato à reeleição, votou há instantes em uma seção eleitoral da Escola Estadual Santos Dumont, na zona sul de Porto Alegre, acompanhado da presidente Dilma Rousseff, que vota em outra seção do mesmo prédio. Ao sair, Tarso lembrou que a eleição do Estado tradicionalmente se decide nos últimos três dias de campanha e, particularmente, no dia da votação, demonstrando esperança de ainda reverter os prognósticos de todas as pesquisas, nas quais José Ivo Sartori (PMDB) tem vantagem próxima de 20 pontos porcentuais, com índices próximos de 60% dos votos válidos.

"A gente não pode se basear que já perdeu e nem que já ganhou, quando isso ocorre", comentou, referindo-se à situação retratada pelas pesquisas. "Hoje é um grande dia da democracia e o Brasil ganha com esse processo, apesar de todos os percalços que ocorreram na campanha", comentou. (Elder Ogliari)

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Mesmo em desvantagem nas pesquisas eleitorais, o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), candidato à reeleição, foi o alvo preferido dos outros concorrentes durante debate na Rádio Guaíba, do Grupo Record, na tarde desta quarta-feira, 24. O clima esquentou durante enfrentamento direto do petista com a líder das pesquisas, a senadora Ana Amélia Lemos (PP). O governador acusou a adversária eleitoral de estar preparando um "choque de gestão" com cortes de programas de desenvolvimento e arrocho salarial do funcionalismo. A senadora afirmou que o Estado aumentou muito o gasto com diárias.

A discussão começou quando Tarso anunciou que vai aumentar os gastos com saúde, educação e segurança e desafiou Ana Amélia a explicar o que cortaria do orçamento para reduzir tais despesas, sugerindo que a candidata faria a mesma coisa que Fernando Henrique (Cardoso, ex-presidente da República), a quem acusou de não ter política de desenvolvimento industrial, aplicar juros estratosféricos e desmobilizar o setor público com prestador de serviços.

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Ana Amélia respondeu que o orçamento de Tarso para 2015, já enviado à Assembleia Legislativa, prevê crescimento de 12% na receita quando a perspectiva de crescimento econômico é inferior a 2%. Também acusou a gestão atual de financiar seus gastos com saques no sistema de caixa único do Estado e dos depósitos judiciais. "Não dá para pagar custeio com cheque especial", reiterou.

O governador lembrou que a reestruturação da dívida com a União, que o Senado pode aprovar em novembro vai permitir que o Estado faça investimentos e aumente gastos com as três rubricas. "A senhora não disse que políticas sociais vai cortar", provocou. "Não há mistério, é só gastar bem o dinheiro do povo", rebateu Ana Amélia, passando a citar o aumento das despesas com diárias, de R$ 60 milhões em 2010 para R$ 155 milhões em 2014. Tarso lembrou que o valor das diárias estava sem reajuste havia seis anos e que o Estado precisa pagá-las a funcionários que se deslocam, como os que reforçam os serviços públicos no litoral durante o verão, entre os quais policiais. Ana Amélia esperou a hora de se despedir para tentar marcar diferenças. "Temos um modelo muito gastador, sem nenhuma preocupação, como se estivéssemos nadando em dinheiro e um com responsabilidade para gastar o dinheiro do povo", comparou.

Outros candidatos usaram a divida do Estado com a União, de R$ 50 bilhões, para criticar Tarso. Roberto Robaina (PSOL) defendeu a suspensão do pagamento. O governador lembrou que há contratos a serem cumpridos e que a inadimplência impediria o Estado de receber repasses federais. Vieira da Cunha (PDT) disse que o governo deveria ter questionado a dívida na Justiça. "O Estado teve grande oportunidade e não aproveitou", ressaltou José Ivo Sartori (PMDB), referindo-se aos 12 anos de governo federal petista e aos quatro de Tarso em que a dívida não foi renegociada.

O governador reafirmou que há acordo para o Senado aprovar em novembro a mudança do indexador, do IGP-DI para o IPCA, graças a uma negociação que ele liderou, e previu que isso dará espaço fiscal para mais investimentos a partir de 2015. "O Rio Grande já mudou muito, para melhor", comentou, defendendo sua gestão. Também participaram do debate Edison Estivalete (PRTB) e Humberto Carvalho (PCB).

O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), deixou suas funções temporariamente, a partir desta segunda-feira (15), para se dedicar á campanha pela reeleição. Como o vice-governador Beto Grill (PSB) e o presidente da Assembleia Legislativa, Gilmar Sossella (PDT), também estão em campanha - o primeiro para deputado federal e o segundo por novo mandato de deputado estadual -, o cargo será exercido pelo presidente do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, desembargador José Aquino Flôres de Camargo.

A licença não remunerada do governador vai até 5 de outubro e pode ser prorrogada por mais três semanas se houver segundo turno na eleição estadual. Tarso está em segundo lugar em todas as pesquisas eleitorais. Nas mais recentes, divulgadas ma quinta-feira (11) pelo Grupo RBS, a vantagem de Ana Amélia Lemos (PP) sobre o governador é de 38% a 30%, pelo Ibope, e de 37% a 28% pelo Datafolha. A margem de erro é de três pontos porcentuais para mais ou para menos nas duas sondagens.

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O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), candidato à reeleição, subiu quatro pontos e chegou a 35% das intenções de voto em nova pesquisa do Ibope para o Grupo RBS divulgada nesta sexta-feira, 8, pelo jornal Zero Hora. A senadora Ana Amélia Lemos (PP) permanece na liderança, mas oscilou um ponto, tendo agora 36%.

A sondagem, registrada no TRE/RS sob o número 00008/2014, foi feita no período de 2 a 5 de agosto com 812 eleitores e tem margem de erro de três pontos porcentuais para mais ou para menos. A anterior foi feita entre 13 a 16 de julho.

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O terceiro colocado é José Ivo Sartori (PMDB), com 5%, seguido por Vieira da Cunha (PDT), com 4%, Roberto Robaina (PSOL) e Humberto Carvalho (PCB), cada um com 1%. João Carlos Rodrigues (PMN) e Edison Estivalete (PRTB) não pontuaram. Na simulação para o segundo turno, 45% dos entrevistados revelaram intenção de votar em Ana Amélia e 36% em Tarso.

A mesma pesquisa consultou os eleitores sobre a preferência entre os candidatos para o Senado. Lasier Martins (PDT) lidera com 30%, seguido por Olívio Dutra (PT) com 27%, Beto Albuquerque (PSB) com 10%, Simone Leite (PP) com 4% e Júlio Flores (PSTU) e Ciro Machado (PMN) com 2% cada. Rubens Goldenberg (PRP) não pontuou.

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