Tópicos | Roberto Amaral

Um dia após a saída da deputada Luiza Erundina (SP) do PSB, nesta quinta-feira, 10, foi a vez do ex-presidente nacional do partido, Roberto Amaral, anunciar sua desfiliação. Em uma longa carta de despedida à militância, o ex-dirigente tece críticas à sigla, diz que "a crise ideológica mergulha o partido na crise ética" e que deixa o partido para manter-se "coerente" com sua trajetória.

"Decaído ideologicamente, o PSB se alia ao projeto elitista, e agora também golpista, que sempre combatera", acusa o ex-ministro de Ciência e Tecnologia do governo Luiz Inácio Lula da Silva.

##RECOMENDA##

Ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, Amaral disse que não comunicará oficialmente sua decisão à cúpula do PSB e se limitará a cumprir a formalidade de enviar o pedido de desfiliação na próxima segunda-feira, 14, ao cartório eleitoral. Embora tenha recebido convites para se filiar a outras legendas de esquerda, o ex-ministro afirmou que não pretende entrar em nenhum partido. "O momento é de fortalecer a esquerda", respondeu.

Na carta dirigida aos militantes socialistas, Amaral lembra que atuou no PSB por três décadas, que presidiu a legenda em seu momento mais trágico - a morte em 2014 do ex-governador de Pernambuco e presidente do partido, Eduardo Campos - e que buscou a unidade partidária em torno da campanha presidencial de Marina Silva, hoje na Rede.

"A inevitabilidade da candidatura majoritária de Marina Silva criou a expectativa de um projeto eleitoral promissor, ao final desperdiçado, ao tempo em que aprofundava nossa crise ideológica, cuja fermentação, ressalte-se, não era recente, nem muito menos superficial. O caruncho da reação roía nossas entranhas sem que muitos se dessem conta, enquanto outros o alimentavam", diz o texto.

O ex-dirigente deixa clara sua decepção com o processo eleitoral de 2014, quando o partido decidiu apoiar o tucano Aécio Neves no segundo turno da corrida presidencial. "O grau de degradação ficou evidente quando o partido, no segundo turno do pleito de 2014, traindo seu programa, rasgando sua história, decidiu-se por apoiar o projeto da classe dominante. O pior de tudo é que essa decisão esdrúxula afigurou-se como um desdobramento natural do que vinha sendo a política partidária", lamentou. Amaral deixou a presidência do PSB logo após a declaração de apoio a Aécio.

As críticas à direção do partido - que oficializou recentemente sua ida para a oposição ao governo Dilma Rousseff - seguem na carta, onde acusa o PSB de ter perdido sua identidade. "Sem projeto, tentando seguir a direção dos ventos conforme sopram, o partido de hoje negocia alianças eleitorais no varejo da pequena política; abriga quadros que em nada se aproximam das bandeiras da esquerda democrática. É esse PSB que agora tenciona navegar na onda da retomada do poder pelos derrotados nos pleitos de 2002, 2006, 2010 e 2014 - retomada que pleiteiam não pela via legítima do voto, mas pela escapadela espúria do golpe midiático-jurídico, que atropela direitos e garantias individuais, vilipendia a soberania popular e visa a deter a emergência das massas".

 

Defendendo a tese de "vida longa ao PT", o ex-presidente nacional do PSB, Roberto Amaral, afirmou que por ser integrante da "esquerda clássica" brasileira ele não pode concordar com a postura da atual direção da legenda socialista em fazer oposição ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT) e defender o impeachment. Para Amaral, o PSB perdeu a dignidade ao renunciar à esquerda.

"O PSB renunciou ao campo de esquerda, mais que ele, a sua direção atual. O partido está dividido em relação ao golpismo, grande parte do partido é contra as tendências golpistas. Espero que o que resta de esquerda e de dignidade do PSB lute contra o golpismo", ponderou, na noite dessa quinta-feira (3), durante passagem pelo Recife para a oficialização da filiação da vereadora Marília Arraes ao PT.

##RECOMENDA##

O ex-presidente nacional declarou dissidência ao PSB desde o final de 2014, quando a legenda se aliou ao PSDB. Ele assumiu o comando do partido em agosto, após a morte do ex-governador Eduardo Campos. Amaral tentaria a reeleição ao comando da legenda, mas uma manobra interna desbancou o dirigente e as teses defendidas por ele. Insatisfeito, Amaral declarou apoio à reeleição de Dilma e se colocou como um "combatente do golpismo".

"Sou socialista e, por isso, a minha solidariedade ao PT. Sei que está se tentando destruir o PT e a esquerda brasileira, mas quem for da esquerda, independentemente da filiação, tem compreendido este posicionamento", observou.

Sob a ótica do líder nacional, a oposição tem articulado para "destruir moralmente, eticamente e politicamente a maior liderança popular que este país já teve, o Lula". "Não se trata da pessoa física Lula, trata-se de destruir a opção pelo povo. Lula e Dilma asseguraram a emergência das bases", destacou citando a ascensão do pernambucano até à Presidência da República.

Indagado se pretendia deixar também os quadros do PSB e ingressar no PT, Amaral negou. "Isto [a defesa pelo PT] não implica filiação, mas consciência histórica. Sim sou fundador do PSB, mas tenho lado. Antes de ser um lado do partido é um lado de campo partidário", disse.  "Se eu sair do meu partido não me filiarei a outro, mas hoje ser de esquerda é defender o PT", acrescentou.

Há exatamente um ano a morte do ex-governador Eduardo Campos abalou o Partido Socialista Brasileiro (PSB). Aquele 13 de agosto, além de tristeza para sete famílias, trouxe também frustração ao projeto de ascensão política de um partido que dava os primeiros passos firmes para um possível, e posterior, comando do país. A partir do desaparecimento do líder, como os socialistas costumam dizer, 'um desafio maior se iniciava': o de encontrar um novo norte e recomeçar sobre os mesmos (ou novos) conceitos.

A escolha da ex-senadora Marina Silva para disputar à presidência da República no lugar de Campos, os imbróglios em torno de Roberto Amaral, a escolha precoce da nova Executiva Nacional, o início do processo de fusão com o PPS e o recuo dele marcaram as movimentações da legenda nos últimos 12 meses.  

##RECOMENDA##

Sob o comando da mesma linhagem desde 1993 – quando o avô de Eduardo Campos, Miguel Arraes, assumiu a presidência do partido – o PSB precisou, neste um ano, reaprender a andar já que Campos era dono de uma percepção política ímpar e centralizadora, como alguns pessebistas revelaram ao Portal LeiaJá.   

“O PSB passa por um processo de reorganização e reaprendizado. Todos têm esta noção. A responsabilidade de todo mundo aumentou (sem Eduardo Campos)”, observou o prefeito do Recife, Geraldo Julio. “O que nós fizemos neste ano sem ele foi mudar a forma de gestão do PSB. Nós tínhamos uma gestão muito centralizada em Eduardo, ele era nossa grande referência nacional. Hoje estamos com lideranças médias e que gerenciam o partido de forma horizontal”, acrescentou conjecturando o secretário-geral do PSB e presidente nacional da Fundação João Mangabeira, Renato Casagrande.

[@#galeria#@]

Entre essas novas “médias lideranças” do PSB, a maior apreensão era de que houvesse uma grande dispersão do partido, o que visivelmente não aconteceu. “O partido, no primeiro momento que perde a sua grande liderança, corre sempre um grande risco de dispersão ou de desentrosamento. Mas nós estamos 100% dedicados a cuidar do partido. Felizmente foi um primeiro semestre de muitas reuniões, discussões e debates. O PSB está unido na responsabilidade de seguir a história de Eduardo”, avaliou o vice-presidente nacional do PSB e ex-deputado federal, Beto Albuquerque (RS).

Apesar da visão positiva de Albuquerque, algumas lideranças, como Roberto Amaral – que assumiu a presidência do partido logo após a morte de Campos –, protagonizou imbróglios internos e terminou sendo isolado dentro do PSB. Posicionamentos dele, como ficar contrário ao apoio da legenda a Aécio Neves no segundo turno das eleições em 2014, foram encarados como divergentes a “linha Eduardo Campos”, o que ocasionou o desembarque de Amaral do cargo de presidente do PSB e a eleição de Carlos Siqueira para substituí-lo. 

"A escolha de Siqueira foi para o amadurecimento de outros quadros, para que se possam inaugurar novas lideranças. Eles (Paulo Câmara, Rodrigo Rollemberg, Geraldo Julio e Beto Albuquerque) podem se firmar como lideranças, apesar das incertezas, e colocarem o partido para frente", avaliou o presidente do PSB em Pernambuco, Sileno Guedes. 

Eduardo Campos e o recuo da fusão com o PPS

Se o ex-governador Eduardo Campos teria ou não recuado com o processo de fusão entre o PSB e o PPS, nunca saberemos. Mas o certo é que, de acordo com líderes da legenda, as articulações para a junção dos dois partidos foi iniciada por ele com a projeção de dois cenários: a vitória nas eleições para presidente da República e uma reforma política mais ampla. 

Apesar da frustração dos dois cenários, o processo de fusão foi ensaiado e entusiasmado por socialistas, como o vice-governador de São Paulo Márcio França, no entanto não vingou. Após divergências internas e a rejeição da proposta por alguns diretórios, inclusive o de Pernambuco, a ideia excluída dos planos do PSB.  

“A fusão nasceu de uma articulação que iniciou com ele ao imaginar primeiro uma reforma política no país e a possibilidade completa de ganhar as eleições, o que não aconteceu. Neste novo cenário não valia a pena (a fusão). Se ele estivesse aqui estaríamos numa situação diferente, com a presidência da República com certeza. Projetar isso neste momento é impossível”, detalhou Sileno Guedes.

Para Renato Casagrande, Eduardo teria prezado pela união do partido diante do processo de fusão. “Não podemos dizer se ele tinha recuado, mas ele teria trabalhado pela unidade partidária como nós fizemos. Nós avançamos naquilo que era preciso avançar, estamos mantendo o assunto em aberto”, observou o secretário-geral do PSB. 

O PSB em Pernambuco e a ausência de Eduardo Campos

Casa política de Campos, o PSB de Pernambuco era o que mais sofria influência do ex-governador. Apesar de não presidir a agremiação no estado, todas as decisões políticas passavam pelo crivo do Palácio do Campo das Princesas, onde ele permaneceu por sete anos e quatro meses. 

No comando estadual desde 2011, Sileno Guedes pontuou que dentre as características de Eduardo a que mais sente falta é a agilidade na contextualização e decisão das questões partidárias.

“São tantas coisas (que fazem falta), mas, sobretudo, o time dele é a falta mais latente. Ele tinha um sentimento muito aguçado para tomar decisões e dar encaminhamento. Eduardo era muito preciso, todos nós que ficamos por aqui temos a necessidade de ouvir mais e falar menos”, observou.

O futuro do PSB e a hereditariedade de Campos

Mesmo com a ausência do líder maior, o PSB tem boas perspectivas para os próximos anos. De acordo com o presidente nacional da legenda, Carlos Siqueira, a expectativa é “continuar crescendo” e ter bons resultados nas próximas eleições. “Continuamos crescendo sobre a inspiração das ideias e do brilhantismo de Eduardo. O PSB não parou. Temos perspectivas muito boas para as eleições de 2016 e 2018. Ele (Eduardo Campos) continua mais presente do que nunca no nosso partido”, ressaltou. 

Segundo Siqueira, apesar do crescimento, Pernambuco continua sendo um dos estados mais expressivos da legenda. O que na ótica socialista deve ser perpetuada pela hereditariedade política de Eduardo Campos, apostada em João e Pedro Campos, filhos do ex-governador.

Recentemente Pedro foi anunciado pelo presidente da Assembleia Legislativa, Guilherme Uchoa (PDT), como o filho que dará “continuidade à obra de Eduardo”. E João é apontado nos bastidores como possível candidato a um cargo eletivo em 2018. 

Veja o trecho de um pronunciamento de Pedro Campos no dia 11 de agosto deste ano:

[@#video#@]

Pedro e João se tornaram interlocutores da família em eventos públicos desde a tragédia há um ano. Os dois subiram em palanques pelo estado para reforçar as campanhas de Marina Silva à presidência da República e de Paulo Câmara ao Governo de Pernambuco. Depois do período eleitoral ficaram imersos a um silêncio que é quebrado durante as homenagens prestadas ao pai, inclusive, com análises políticas da conjuntura nacional.

 

O ex-ministro e fundador do PSB Roberto Amaral está capitaneando a formação de uma Frente Popular pelo Brasil para se contrapor ao que classifica como avanço das forças conservadoras. A ideia é voltar a pensar e formular propostas em defesa do País com setores da sociedade, como políticos, sindicalistas, intelectuais, empresários e representantes dos movimentos sociais. Um ato público na segunda semana de junho, em São Paulo, marcará o pontapé inicial da iniciativa e as linhas gerais de sua atuação, que estão sendo discutidas.

Indagado a respeito do que essa frente poderá se transformar num futuro próximo, principalmente com a crise que atinge o Partido dos Trabalhadores (PT), Roberto Amaral, em entrevista exclusiva ao Broadcast Político, evoca o poeta catalão Antônio Machado, que em uma de suas construções poéticas diz 'caminhante, não há caminho, o caminho se faz ao andar', para destacar que a ideia é engessar o mínimo possível a frente. "O processo (que está em discussão e deve continuar) é que vai dizer o que vai resultar dela, seja partido ou não".

##RECOMENDA##

O movimento já chegou a consenso sobre alguns pontos: a luta pela democracia no seu significado mais amplo, a defesa da soberania nacional como pilar de qualquer programa político, o fim de todas as desigualdades e discriminações, a defesa e aprofundamento dos direitos dos trabalhadores e a luta pela retomada do desenvolvimento com distribuição de renda.

Amaral disse que não há monopólio e três tendências estão sendo discutidas de forma mais abrangente. Uma delas defende a discussão a partir das siglas partidárias, outra não discute a questão partidária, mas afirma que a frente tem de ser de esquerda e não pode ignorar o processo eleitoral, e a terceira diz que ela deve ser ampla, nacional e popular e não se restringir apenas a uma frente de esquerda. O ex-ministro do governo Lula destaca que a iniciativa é suprapartidária e ressalta os convites para o ex-governador e jurista Cláudio Lembo e o ex-ministro de FHC Luiz Carlos Bresser-Pereira.

Alguns integrantes do PT, como o ex-governador e ministro Tarso Genro e o deputado federal Alessandro Molon (PT) já participam dos debates em torno da construção dessa frente. Para Amaral, o avanço da direita e das ideias retrógradas só pode ser detido com a união de forças.

Para Roberto Amaral, ao dizer que a frente é popular, fica estabelecida que a sua base deve ser a sociedade. "Não exclui os partidos, mas é fundamental a participação de setores da sociedade, precisamos voltar a falar com o povo, os trabalhadores e os estudantes." Sobre a crise que atinge a esquerda brasileira, Amaral diz que ela não nasceu com a crise do PT, mas se tornou mais aguda com ela. Segundo ele, o estopim é uma crise de valores.

Os primeiros encontros para a formação dessa frente começaram em novembro do ano passado, no Rio, em Brasília e São Paulo. Em março, num encontro no Sindicato dos Professores do Rio, Amaral reuniu os ex-ministros do governo Lula José Gomes Temporão e Luiz Dulci, que hoje é diretor do Instituto Lula, além de empresários, economistas e acadêmicos. No mês passado, houve outro encontro no Rio, no Clube de Engenharia, reunindo mais adeptos. E na segunda semana de junho, no ato público em São Paulo, a frente deverá ser formalizada.

A Polícia Militar estimou que 1.500 pessoas participam do ato público em defesa da Petrobras e contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), no fim da tarde desta sexta-feira, 13, na Cinelândia, centro do Rio. Os manifestantes sairão em passeata até a sede da estatal e voltarão à Cinelândia. Um dos políticos presentes é o ex-presidente do PSB Roberto Amaral, que defendeu o governo.

"Não haverá um novo 64, porque já estamos nas ruas. A Petrobras não pertence ao governo, pertence ao povo. A direita não passará. Ninguém vai tirar um dia do mandato da presidente Dilma", discursou Amaral de cima do carro de som, referindo-se ao golpe militar de 1964.

##RECOMENDA##

Nas eleições do ano passado, Amaral liderou dissidência do PSB que apoiou a reeleição de Dilma Rousseff no segundo turno, em oposição à decisão da executiva nacional do partido de apoiar o tucano Aécio Neves.

Também estão presentes os deputados Jandira Feghali (PC do B-RJ) e Glauber Braga (PSB-RJ) e o vereador Leonel Brizola (PDT). Até as 17 horas não houve registro de tumulto.

Um dos fundadores do PSB, Roberto Amaral não conseguiu se manter na presidência do partido após a morte de Eduardo Campos e acabou afastado da Executiva Nacional da legenda. Em entrevista ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, ele disse que nunca pensou e nem pensa sair da legenda. "Isso seria entregar a história do partido. Meu compromisso não é com os atuais dirigentes, mas com os fundadores", disse Amaral ao lembrar os nomes de Jamil Haddad e Miguel Arraes.

Amaral diz que pensa em lutar pelo partido. "Vou tentar até o último momento conservar meu partido - e encho a boca no 'meu' - no campo da esquerda." O ex-presidente do PSB admitiu ser hoje parte de uma força minoritária no partido, mas defendeu sua representatividade. Ele argumentou que a defesa da "ideologia esquerdista" está nos diretórios do Rio de Janeiro, da Bahia, da Paraíba, de Alagoas e do Amapá, além de ser defendida pela maior parte da bancada no Senado, pela juventude e pelo movimento sindical da legenda. "Vou conversar com as bases do partido, vamos fazer um trabalho de baixo para cima, na contramão do que eles fazem", afirmou. "Sou o único fundador do partido vivo, estou aqui porque tenho história, enquanto tem gente que chegou agora e está correndo para pegar o bonde."

##RECOMENDA##

O ex-presidente se desentendeu com o grupo que hoje está na Executiva após a decisão do partido de apoiar a candidatura de Aécio Neves (PSDB) no segundo turno da eleição presidencial. Desde a morte trágica de Campos, no meio da campanha, o grupo considerado mais à direita dentro do PSB, entre eles o deputado federal Beto Albuquerque (RS), o presidente do PSB em Minas, Júlio Delgado, e a ala pernambucana - Sileno Guedes, presidente do PSB-PE, Paulo Câmara, governador eleito, e Geraldo Júlio, prefeito de Recife - ganharam projeção. Ao lado do PSB paulista, que é aliado do PSDB, esse grupo liderou o movimento pelo apoio a Aécio.

Amaral chegou a gravar depoimento para a campanha de Dilma Rousseff (PT) em desagravo à decisão do PSB de apoiar o candidato tucano. Albuquerque e Delgado criticaram o antigo dirigente dizendo que ele deveria tomar a iniciativa de deixar o PSB - como Amaral é fundador, não partiria da legenda a iniciativa de pedir seu desligamento.

Se antes Amaral media palavras, após a troca de farpas com os atuais integrantes da Executiva, ele hoje fala abertamente que o partido seguiu um caminho errado desde que Eduardo Campos deixou o governo e passou a defender teses econômicas ortodoxas, como o tripé macroeconômico e a independência do Banco Central. "A história recente mostra o fracasso rotundo do neoliberalismo. Ou será que o que vimos em 2008 é ficção? Ou será que a explosão do Oriente é uma novela?", disse em referência à crise econômica internacional e aos levantes no Oriente médio e no norte da África.

Amaral, que foi ministro do governo Lula e sempre mais alinhado ao PT, acredita que a posição mais adequada à legenda seria a independência, já que um realinhamento com a base governista não seria aceito pela maioria. "Tenho a impressão que o partido vai tomar posição de independência, é o mínimo que se pode esperar." Apesar da proximidade com o PT, Amaral diz que a imprensa tem uma visão distorcida da sua relação com a legenda de Lula. Ele afirma que a aproximação é ideológica. "Não discuto participar do governo, discuto a linha programática."

Gravação

Amaral disse ter gravado para o programa eleitoral da campanha à reeleição de Dilma Rousseff "com muito orgulho". Questionado sobre ter desrespeitado a legislação eleitoral com a participação, já que é filiado a um partido que declarou apoio a Aécio Neves, Amaral disse não ter certeza da ilegalidade. "Acho que não estava ferindo a lei eleitoral porque a decisão não estava formalizada com o TSE (Tribunal Superior Eleitoral)", disse. "Mas mesmo se tivesse consciência (da ilegalidade da gravação), faria mesmo assim, porque é fundamental apoiar o espaço da esquerda. É uma questão ideológica", justificou.

O ex-presidente do PSB disse que a visita que fez a Dilma antes do segundo turno foi cordial. "Ela respeitou muito o processo. Eles respeitaram admiravelmente todo processo durante essa crise (do PSB)." Amaral disse ter sido procurado pelo ministro de Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, para marcar o encontro. "Conversamos sobre a campanha, sobre nossas experiências no governo Lula", comentou sobre a reunião com Dilma.

Manifestações

Para Amaral, as manifestações de rua que aconteceram pelo País no fim de semana são mais um motivo para o PSB voltar às suas origens e se afastar do PSDB. "Desde a fundação, o parido aprofundou sua opção pelas massas e pelo nacionalismo. Apoiar Aécio já naquela ocasião foi dizer não a tudo isso. Agora, com essas manifestações, não há mais justificativa, o rei está nu."

O ex-dirigente chamou as manifestações, que defenderam o impeachment de Dilma e até uma intervenção militar, de "pró-fascistas", com incentivo ao ódio e à xenofobia. Ele argumenta que, ainda que a cúpula do PSDB negue envolvimento com os atos, há indícios de participação da base tucana, além de ter havido o pedido de auditoria da eleição. "O ponto de partida dessas movimentações foi o ingresso do PSDB pedindo a recontagem do pleito, o PSDB deixou sua digital. Mas também isso não me interessa, é irrelevante. O que me interessa é que a massa dele (Aécio) foi conquistada por esse discurso, é o eco da campanha dele."

Ex-presidente do PSB, Roberto Amaral gravou um vídeo pedindo votos para a presidente e candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT). No esquete, que foi ao ar nessa quinta-feira (16) durante o guia eleitoral da petista, ele pregou a tese de ser "contra o retrocesso" assim como o PT. Para Amaral, o alinhamento do PSB nacional com a postulação presidencial de Aécio Neves (PSDB) é um retrato disso. 

"Tudo que ele prega contraria a trajetória do PSB. Apoiar Aécio é jorgar toda história do meu partido na lata do lixo", dispara o ex-dirigente. Amaral deixou o comando da legenda na última semana quando se posicionou contra a subida dos socialistas no palanque tucano.

##RECOMENDA##

Historicamente defensor de alianças com o PT, ele declarou voto a Dilma, criticou o clã pernambucano que passou a ocupar a direção da legenda, inclusive o governador eleito Paulo Câmara (PSB), e foi substituído, na segunda-feira (13), pelo então secretário-geral do partido, Carlos Siqueira. 

Veja o vídeo na íntegra:

O ex-presidente nacional do PSB, Roberto Amaral, pode ser punido pela participação no programa eleitoral da candidata do PT, Dilma Rousseff, nesta quinta-feira. Isto porque Amaral, apesar de ter deixado a presidência da sigla, faz parte de partido que declarou apoio ao adversário de Dilma, o tucano Aécio Neves, e portanto não poderia aparecer na televisão junto com a petista, de acordo com a legislação.

A Lei das Eleições não permite, no segundo turno, participação de filiados a partidos que tenham formalizado apoio a outros candidatos em programa gratuito de rádio e televisão. Se fosse detentor de mandato, o partido poderia pedir até a cassação do político por infidelidade partidária. Como não é o caso, o PSB pode pedir a expulsão de Amaral da sigla.

##RECOMENDA##

De acordo com ministros do Tribunal Superior Eleitoral, cabe ao próprio partido - o PSB - levar o caso para ser apreciado pela justiça eleitoral.

O ex-presidente do PSB Roberto Amaral reuniu-se na noite de ontem com a presidente Dilma Rousseff, no Palácio da Alvorada. Amaral declarou seu voto à petista, mesmo contra a decisão do seu partido, que decidiu apoiar o tucano Aécio Neves. "Foi uma conversa de velhos e queridos amigos, quando eu renovei meu apoio à candidatura dela", declarou Amaral, avisando que não tratou com a presidente sobre a situação de seu partido, o PSB, ou sobre partidos em geral, "porque não cabia".

Amaral, que foi ministro da Ciência e Tecnologia do governo Luiz Inácio Lula da Silva ao mesmo tempo em que Dilma era ministra da Casa Civil, disse que vai "pedir voto" para ela em viagens que fará ao Ceará, São Paulo e Rio de Janeiro, nos próximos dias. "Vou pedir voto para ela onde eu puder", declarou o ex-ministro, ao comentar que encontrou a presidente "com ânimo maravilhoso". Dilma, ontem, por sua vez, criticou a adesão do PSB a Aécio Neves, dizendo que Miguel Arraes não concordaria com isso. Amaral não quis falar de seu futuro político, acrescentando apenas que "estava tranquilo".

##RECOMENDA##

Mais tarde, quando a reportagem o procurou novamente, em razão das declarações do presidente do diretório estadual do PSB em Minas Gerais, deputado Júlio Delgado, que disse que Amaral, pela sua posição, não tem condições de permanecer no PSB, Roberto Amaral se irritou e limitou-se a responder: "Eu não respondo para porta-voz". Amaral não quis falar sequer do que pretende do seu futuro político e apenas repetiu que não iria comentar o assunto.

Jantar

Ainda na noite de segunda-feira, depois de se encontrar com a presidente Dilma, Amaral foi jantar com o ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, que, segundo ele, lhe apresentou dados "animadores" dos trackings da campanha em relação à presidente. "Mesmo depois do final da campanha do primeiro turno, das denúncias envolvendo a Petrobras e do apoio da Marina Silva, ela ainda se conservava à frente de Aécio Neves. Isso é motivo de comemoração", observou.

Amaral citou ainda que a animação com a campanha aumentou com a divulgação da pesquisa Vox Populi, na noite de ontem, mostrando que a presidente Dilma tem 51% das intenções de voto, contra 49% de Aécio Neves. "Ela ainda está na frente com tudo isso. É muito bom", comemorou.

A deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP) rechaçou nesta terça-feira a sugestão do colega de bancada, Júlio Delgado (PSB-MG), de que o ex-presidente do partido, Roberto Amaral, deve deixar a legenda por discordar abertamente do apoio ao candidato tucano Aécio Neves. "É inaceitável. Roberto Amaral é um dos fundadores do partido, não faz sentido. Que partido democrático é esse?", questionou a deputada.

Erundina, que recusou fazer parte da nova composição da Executiva do PSB, disse que a sigla passa por um momento de divergência "circunstancial" e que isso "vai passar". "Eu também faço minhas críticas. E aí, vão querer me expulsar?", provocou. Ao Broadcast Político, serviço da Agência Estado de notícias em tempo real, Delgado defendeu a saída de Amaral, mas por outro lado, disse que ninguém o expulsará do partido, que essa é uma decisão que ele teria de tomar. Após mais uma manifestação pública de Amaral condenando o apoio do PSB ao candidato do PSDB, o deputado avaliou que Amaral está "sem clima nenhum" para permanecer na legenda.

##RECOMENDA##

Em artigo publicado hoje no jornal "Folha de S.Paulo", Amaral diz que a aliança com o tucano renega os compromissos estatutários e programáticos do partido, além de jogar pela janela sua história. "Ora, ao dar apoio a Aécio Neves, o PSB resolveu se aliar à social-democracia de direita, abandonando o campo da esquerda", escreveu o ex-presidente da sigla. "Ele usa seu direito de expressão", defendeu Erundina. A deputada afirmou que trabalhará para evitar que Amaral saia do PSB e considera que qualquer pressão dos novos dirigentes para que ele não permaneça na legenda seria malvisto pela sociedade.

Erundina criticou a nova composição da cúpula do partido - que agregou dirigentes do PSB pernambucano - e disse que se recusou a continuar na Executiva por considerar que a estrutura não tem nada a ver com ela. "Critico a forma como se construiu a Executiva. Foi uma intervenção de Pernambuco", atacou.

Ainda presidente nacional do PSB, Roberto Amaral, desabafou e disse que votará pela reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT). Em carta direcionada aos "militantes do PSB e ao povo brasileiro", o dirigente afirmou que aos socialistas alinharem-se à candidatura de Aécio Neves (PSDB), jogam “no lixo o legado de seus fundadores”. Isolado desde o anuncio do apoio ao tucano, Amaral pontuou também que a legenda “traiu” as defesas do ex-governador Eduardo Campos (PSB), falecido em agosto. 

“Nas ante-salas de nossa sede em Brasília já se escolhem os ministros que o PSB ocuparia num eventual governo tucano”, revelou o presidente. “A tragédia do PT e de outros partidos a caminho da descaracterização ideológica não serviu de lição: nenhuma agremiação política pode prescindir da primazia do debate programático sério e aprofundado. Quem não aprende com a História condena-se a errar seguidamente”, disparou na carta.

##RECOMENDA##

Se dizendo “livre para lutar pelo Brasil”, Amaral – que deixará o comando do PSB a partir de uma eleição que acontece nesta segunda (13) – deixou claro que votará em Dilma. “ Ela é, neste momento, a única alternativa para a esquerda socialista e democrática... O apoio a Dilma representa mais avanços e menos retrocessos, ou seja, é, nas atuais circunstâncias, a que mais contribui na direção do resgate de dívidas históricas com seu próprio povo, como também de sua inserção tão autônoma quanto possível no cenário global”, frisou. 

Veja o texto na íntegra:

Mensagem aos militantes do PSB e ao povo brasileiro

A luta interna no PSB, latente há algum tempo e agora aberta, tem como cerne a definição do país que queremos e, por consequência, do Partido que queremos. A querela em torno da nova Executiva e o método patriarcal de escolha de seu próximo presidente são pretextos para sombrear as questões essenciais. Tampouco estão em jogo nossas críticas, seja ao governo Dilma, seja ao PT, seja à atrasada dicotomia PT-PSDB - denunciada, na campanha, por Eduardo e Marina como do puro e exclusivo interesse das forças que de fato dominam o país e decidem o poder.

Ao aliar-se acriticamente à candidatura Aécio Neves, o bloco que hoje controla o partido, porém, renega compromissos programáticos e estatutários, suspende o debate sobre o futuro do Brasil, joga no lixo o legado de seus fundadores – entre os quais me incluo – e menospreza o árduo esforço de construção de uma resistência de esquerda, socialista e democrática.

Esse caminhar tortuoso contradiz a oposição que o Partido sustentou ao longo do período de políticas neoliberais e desconhece sua própria contribuição nos últimos anos, quando, sob os governos Lula dirigiu de forma renovadora a política de ciência e tecnologia do Brasil e, na administração Dilma Rousseff, ocupou o Ministério da Integração Nacional.

Ao aliar-se à candidatura Aécio Neves, o PSB traiu a luta de Eduardo Campos, encampada após sua morte por Marina Silva, no sentido de enriquecer o debate programático pondo em xeque a nociva e artificial polarização entre PT e PSDB. A sociedade brasileira, ampla e multifacetada, não cabe nestas duas agremiações. Por isso mesmo e, coerentemente, votei, na companhia honrosa de Luiza Erundina, Lídice da Mata, Antonio Carlos Valadares, Glauber Braga, Joilson Cardoso, Kátia Born e Bruno da Mata, a favor da liberação dos militantes.

Como honrar o legado do PSB optando pelo polo mais atrasado? Em momento crucial para o futuro do país, o debate interno do PSB restringiu-se à disputa rastaquera dos que buscam sinecuras e recompensas nos desvãos do Estado. Nas ante-salas de nossa sede em Brasília já se escolhem os ministros que o PSB ocuparia num eventual governo tucano. A tragédia do PT e de outros partidos a caminho da descaracterização ideológica não serviu de lição: nenhuma agremiação política pode prescindir da primazia do debate programático sério e aprofundado. Quem não aprende com a História condena-se a errar seguidamente.

Estamos em face de uma das fontes da crise brasileira: a visão pobre, míope, curta, dos processos históricos, visão na qual o acessório toma a vez do principal, o episódico substitui o estrutural, as miragens tomam o lugar da realidade. Diante da floresta, o medíocre contempla uma ou outra árvore. Perde a noção do rumo histórico.

Ao menosprezar seu próprio trajeto, ao ignorar as lições de seus fundadores – entre eles João Mangabeira, Antônio Houaiss, Jamil Haddad e Miguel Arraes –, o PSB renunciou à posição que lhe cabia na construção do socialismo do século XXI, o socialismo democrático, optando pela covarde rendição ao statu quo. Renunciou à luta pelas reformas que podem conduzir a sociedade a um patamar condizente com suas legítimas aspirações.

Qual o papel de um partido socialista no Brasil de hoje? Não será o de promover a conciliação com o capital em detrimento do trabalho; não será o de aceitar a pobreza e a exploração do homem pelo homem como fenômeno natural e irrecorrível; não será o de desaparelhar o Estado em favor do grande capital, nem renunciar à soberania e subordinar-se ao capital financeiro que construiu a crise de 2008 e construirá tantas outras quantas sejam necessárias à expansão do seu domínio, movendo mesmo guerras odientas para atender aos insaciáveis interesses monopolísticos.

O papel de um partido socialista no Brasil de hoje é o de impulsionar a redistribuição da riqueza, alargando as políticas sociais e promovendo a reforma agrária em larga escala; é o de proteger o patrimônio natural e cultural; é o de combater todas as formas de atentado à dignidade humana; é o de extinguir as desigualdades espaciais do desenvolvimento; é o de alargar as chances para uma juventude prenhe de aspirações; é o de garantir a segurança do cidadão, em particular aquele em situação de risco; é o de assegurar, através de tecnologias avançadas, a defesa militar contra a ganância estrangeira; é o de promover a aproximação com nossos vizinhos latino-americanos e africanos; é o de prover as possibilidades de escolher soberanamente suas parcerias internacionais. É o de aprofundar a democracia.

Como presidente do PSB, procurei manter-me equidistante das disputas, embora minha opção fosse publicamente conhecida. Assumi a Presidência do Partido no grave momento que se sucedeu à tragédia que nos levou Eduardo Campos; conduzi o Partido durante a honrada campanha de Marina Silva. Anunciados os números do primeiro turno, ouvi, como magistrado, todas as correntes e dirigi até o final a reunião da Comissão Executiva que escolheu o suicídio político-ideológico.

Recebi com bons modos a visita do candidato escolhido pela nova maioria. Cumprido o papel a que as circunstâncias me constrangeram, sinto-me livre para lutar pelo Brasil com o qual os brasileiros sonhamos, convencido de que o apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff é, neste momento, a única alternativa para a esquerda socialista e democrática. Sem declinar das nossas diferenças, que nos colocaram em campanhas distintas no primeiro turno, o apoio a Dilma representa mais avanços e menos retrocessos, ou seja, é, nas atuais circunstâncias, a que mais contribui na direção do resgate de dívidas históricas com seu próprio povo, como também de sua inserção tão autônoma quanto possível no cenário global.

Denunciámos a estreiteza do maniqueísmo PT-PSBD, oferecemos nossa alternativa e fomos derrotados: prevaleceu a dicotomia, e diante dela cumpre optar. E a opção é clara para quem se mantém fiel aos princípios e à trajetória do PSB.

O Brasil não pode retroagir.

Convido todos, dentro e fora do PSB, a atuar comigo em defesa da sociedade brasileira, para integrar esse histórico movimento em defesa de um país desenvolvido, democrático e soberano.

Roberto Amaral

O presidente interino do PSB, Roberto Amaral, criticou nesta sexta-feira (10) os integrantes do partido de Pernambuco. Ele, que contava com o apoio da legenda no Estado para permanecer no cargo, pode ter sido preterido pelo grupo. As suposições acabaram chateando o socialista, que integra a sigla desde a refundação, no período pós-ditadura. 

Segundo Amaral, o presidente do PSB em Pernambuco, Sileno Guedes, e o prefeito do Recife, Geraldo Julio, declaram via email apoio ao seu nome para a presidência do partido. Mas os rumores que a ala pernambucana indicariam o nome de Carlos Siqueira, chateou o socialista. “Tenho um e-mail do dia 27 de agosto assinado por Sileno Guedes, presidente do partido no estado, e pelo prefeito (do Recife) Geraldo Julio, dizendo que apoiam minha candidatura. Mas pela imprensa vejo que usam também o estilo "esqueçam o que escrevi" e saem notas dizendo que não vão respeitar o que eles mesmos escreveram. Fazem um compromisso e depois o transformam em letra morta”, comentou.

##RECOMENDA##

Roberto Amaral defendia a neutralidade do partido no segundo turno, mas a maioria dos integrantes da Executiva Nacional do partido decidiram pela aliança com Aécio Neves (PSDB). Tal atitude foi considerada como coronelismo pelo atual presidente do PSB. “O que o PSB vive hoje foi muito bem traduzido na reunião de quarta-feira (8) nas palavras do deputado Glauber Braga (RJ), de que com aquele ato nós estávamos traindo a história do partido. Em outras palavras, quando o Partido Socialista Brasileiro teve a oportunidade de avançar, de se preparar para construir uma proposta de socialismo para o século 21, ele optou pelo patriarcalismo, ou, se quisermos, pelo coronelismo”, pontuou Roberto Amaral. 

A reunião do Diretório Nacional que irá eleger a nova Comissão Executiva Nacional da legenda será realizada na próxima segunda-feira (13), em Brasília.

Amaral diz que manutenção de reunião do PSB para segunda-feira atende aos interesses do partido.

Em nota divulgada nesta sexta-feira, o presidente nacional do PSB, Roberto Amaral, disse que a manutenção da reunião do Diretório Nacional que elegerá na próxima segunda-feira (13) a nova cúpula do sigla atende aos interesses do partido. Os diretórios estaduais do Amapá e Alagoas pediram hoje o adiamento da reunião com o argumento de que a sucessão precisaria ocorrer num momento menos tumultuado, depois do segundo turno.

##RECOMENDA##

"Esta presidência reconhece a legitimidade dos pedidos dos Diretórios Estaduais do Amapá e de Alagoas, e outros apelos chegados oralmente com vistas ao adiamento da reunião de nosso Diretório Nacional, convocada, nos termos estatutários, para o próximo dia 13 do corrente, com a finalidade de eleger a Comissão Executiva Nacional que dirigirá os destinos de nosso partido no próximo triênio", disse o presidente da sigla em nota.

"Entende, porém, que a manutenção de sua convocação é o que, nas condições, melhor atende aos interesses do Partido e neste sentido indefere referidos pedidos, mantendo os termos do Edital convocatório já publicado", emendou. A ala do PSB de Pernambuco articula a substituição de Amaral pelo atual secretário-geral da legenda, Carlos Siqueira.

Um clã pernambucano vai assumir o comando nacional do PSB. Por um consenso, na próxima segunda-feira (13) quando acontece a eleição da nova direção, a chapa encabeçada pelo atual secretário-geral do partido, Carlos Siqueira, passará a administrar a sigla. Ele ocupará a presidência, no lugar de Roberto Amaral, o governador de Pernambuco eleito, Paulo Câmara, será o 1º vice-presidente, o prefeito do Recife, Geraldo Julio, assume a vaga de Siqueira e o senador eleito, Fernando Bezerra Coelho, permanece com a 3ª vice-presidência. A 2ª vice-presidência vai ser preenchida pelo deputado Beto Albuquerque (RS), ele foi vice na chapa que disputou a presidência da República, com Marina Silva (PSB). 

Contando com Siqueira, que é de Pernambuco, o estado ocupará quatro vagas da cúpula nacional, voltando a ser protagonista na legenda dois meses após o falecimento do ex-governador Eduardo Campos. A chapa também exclui as chances de reeleição de Amaral, que se contrapôs ao posicionamento do PSB para o segundo turno da disputa presidencial. Essencialmente ligado ao PT, o presidente preferia que os socialistas estivessem neutros na corrida pelo Palácio do Planalto e não subisse ao palanque tucano, como foi preferido pela maioria. O posicionamento de Amaral o enfraqueceu dentro do PSB.

##RECOMENDA##

A indicação de Siqueira para assumir a legenda também pode sinalizar uma fissura entre o PSB e a ex-presidenciável Marina Silva, que se abriga politicamente na sigla. Em agosto, ao passar de vice à candidata, Marina e Siqueira foram protagonistas de um desconforto partidário. O episódio fez com que o secretário-geral deixasse a coordenação nacional da campanha à presidência do PSB, cargo ocupado a convite de Campos. Na época, Siqueira chamou Marina de “grosseira” e disse que havia cortado relações com a ambientalista. 

Além dos pernambucanos já citados, o governador João Lyra Neto vai asumir a secretário especial, que é uma espécie de assessor do partido, e Milton Coelho permanece como secretário especial. 

O PSB define, nesta quarta-feira (8), o direcionamento que vai tomar para o segundo turno das eleições presidenciais. Após perder a disputa, com a candidata Marina Silva (PSB) ficando em terceiro lugar, a legenda segue indefinida sobre os apoios, no entanto, a maioria dos estados já sinalizou por subir ao palanque do candidato Aécio Neves (PSDB). Dos 27 diretórios regionais do partido, só quatro ainda não haviam se decidido até essa terça (7) por esta opção: Acre, Amapá, Bahia e Paraíba.

Um dos alinhamentos que mais pesará, entretanto, para a decisão é o de Pernambuco. Por ser o reduto do ex-governador Eduardo Campos, falecido em agosto, e ter obtido, no pleito de domingo (5), a eleição do governador numericamente mais votado do país, Paulo Câmara (PSB). Ele recebeu 68,08% dos votos pernambucanos. Até agora é o único governador eleito pelo PSB, que disputará o segundo turno em cinco estados. 

##RECOMENDA##

A Rede Sustentabilidade, partido clandestino sob a batuta de Marina, teria já dado o aval para que a ambientalista se posicionasse a favor do tucano. Ela deverá propor um pacto programático a partir do plano de governo do PSB, entre as propostas a defesa maior da socialista é a reforma política com a instalação do mandato único de 5 anos para cargos executivos.

O maior impasse agora do PSB é o presidente nacional da legenda, Roberto Amaral, que nutre uma afeição petista e nunca esteve de acordo com as alianças feitas por Campos, antes de falecer, com o PSDB.  A reunião do PSB será em Brasília, às 14h. Nesta quinta-feira (9) a cúpula da legenda vai se reunir com os partidos aliados. Desses, apenas o PPS já se posicionou pró-Aécio.  

Nesta terça-feira (30), o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), negou estar pleiteando a presidência nacional do PSB, como vem sendo ventilado nos bastidores socialistas. O gestor afirmou, após realizar a palestra de abertura da série Diálogos Capitais, na Zona Sul do Recife, que por integrar o diretório vai defender um projeto onde a legenda “permaneça unida”. 

“Nunca pleiteei (a presidência). A gente vai fazer as discussões e vai montar a melhor estratégia para manter o PSB unido”, pontuou. A direção nacional socialista esteve ocupada, até 13 de agosto, pelo ex-governador Eduardo Campos e, após a morte do pernambucano, foi assumida interinamente por Roberto Amaral, até então vice-presidente. 

##RECOMENDA##

Com as reais chances da reeleição de Amaral, Geraldo tem sido cotado para a vice-presidência. Além dele, o candidato a governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), também poderá ocupar a vaga, caso seja eleito. 

Indagado sobre a perda da representatividade de Pernambuco no âmbito nacional do PSB, após a morte de Campos, o prefeito desconversou. “O mais importante é uma decisão consensual, para manter o PSB unido”, afirmou Geraldo Julio.

A reunião para a eleição da nova direção estava agendada para a última segunda (29), no entanto o quesito gerou um desconforto em diversas Executivas Estaduais, entre elas a local. Em consequência disso e ouvindo um pedido da viúva de Campos, Renata Campos, Amaral decidiu postergar o encontro para o próximo dia 13. 

Cenário nacional

Apesar da queda na preferência do eleitorado pernambucano com relação à candidata do PSB a presidência da República, Marina Silva, o prefeito do Recife acredita que ela vai integrar a disputa no segundo turno. 

“Estou seguro que Marina vai ter uma belíssima vitória em Pernambuco e no Recife. Há uma estratégia de muitas agressões, a candidatura de Marina tem sido vítima de muitos ataques, agora tudo isso esta sendo esclarecido”, frisou se mostrando confiante. 

Pressionado pelo deputado Beto Albuquerque (RS, candidato a vice na chapa encabeçada pela ex-ministra Marina Silva, e pelo setor pernambucano do partido, o presidente interino do PSB, Roberto Amaral, adiou para o dia 13 de outubro a reunião do diretório nacional da legenda, convocada para segunda-feira (29), com o objetivo de escolher a nova Executiva do partido.

Amaral havia se apresentado como candidato a presidente. Os contrários à convocação agora alegaram que a escolha da nova direção só tumultuaria o PSB na véspera da eleição presidencial. Os contrários à eleição de Amaral devem apresentar o nome do prefeito do Recife, Geraldo Júlio, para disputar a presidência do PSB.

##RECOMENDA##

Em nota, Amaral comunicou que decidiu adiar a reunião a pedido do diretório de Pernambuco. "O motivo é a proximidade das eleições de primeiro turno que ocorrerá no próximo dia 5", afirmou ele.

Amaral publicou ainda carta assinada pelo presidente do PSB pernambucano, Sileno Guedes, com a solicitação do adiamento. E também a resposta que deu aos pedidos feitos pelos contrários à escolha da nova Executiva do partido na segunda-feira (22). Disse que Renata Campos, viúva do ex-governador Eduardo Campos, fez um apelo na manhã deste sábado pelo adiamento da reunião do diretório nacional. Amaral procurou então outros dirigentes do partido, como Luiza Erundina, Márcio França, Miltom Coelho e Carlos Siqueira, quando ficou acertada a nova data para o dia 13.

A atitude do diretório nacional do PSB de agendar, para a próxima segunda-feira (29), uma reunião visando escolher o novo presidente do partido gerou desconfortos entres os socialistas pernambucanos. O cargo esteve sob a batuta do ex-governador Eduardo Campos de 2005 até agosto deste ano, quando ele morreu, e desde então passou a ser ocupado por Roberto Amaral, antes vice-presidente. 

A convocatória de Amaral foi interpretada, por alguns, como uma forma de manter o carioca na presidência. No entanto, Pernambuco quer continuar no comando da sigla que já foi ocupada, antes de Eduardo, por Miguel Arraes. A data da possível eleição coincide com a visita da candidata à presidência da República, Marina Silva (PSB), ao estado fazendo assim com que pelo menos 20 membros, dos 101 da nacional, estejam impossibilitados de participar da reunião. 

##RECOMENDA##

A cargo de tentar reverter o imbróglio, o presidente estadual e membro nacional, Sileno Guedes, quer adiar para dezembro a reorganização da direção do PSB. “Estamos defendendo o adiamento para dezembro. Uma reunião na próxima segunda-feira causa transtorno no País inteiro. Temos 20 diretorianos em Pernambuco. Imagine deslocar 20 pessoas, às 14h, na data em que Marina Silva está programada para nos visitar? Não tem condição”, protestou Guedes. O dirigente enviou um e-mail para a Nacional alertando sobre os estados estarem focados na reta final da eleição.  

Nos bastidores o maior medo dos socialistas locais é que Pernambuco perca protagonismo nacional, com a morte de Eduardo Campos, e, por isso, tem ventilado a postulação do prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), ao cargo. A cúpula local se reuniu, nessa terça (23), para alinhar o discurso e traçar a estratégia, no entanto não há consenso ainda sobre um nome pernambucano para pleitear a presidência nacional.  

O presidente nacional do PSB, Roberto Amaral, afirmou, em nota, que o partido esteve "alheio às negociações" efetuadas entre um grupo de empresários pernambucanos e a empresa AF Andrade, de Ribeirão Preto, mencionada como dona do jato que acidentou-se no último dia 13, ocasionando o falecimento do ex-governador Eduardo Campos (PSB) e mais seis pessoas, em Santos, no litoral paulista.

A legenda garantiu no texto que detalhes sobre o uso da aeronave e as negociações para a concessão dela à campanha serão apresentados a Justiça Eleitoral na prestação de contas. O coordenador financeiro da campanha de Marina, deputado Márcio França (PSB-SP), chegou a afirmar, na última semana, que os dados referentes ao uso do jatinho entrariam como doação de pessoa física. A segunda parcial da prestação de contas dos candidatos será divulgada pelo Tribunal Superior Eleitoral no próximo sábado (6).

##RECOMENDA##

Veja a nota na integra:

O Partido Socialista Brasileiro (PSB) vem a público prestar os seguintes esclarecimentos a respeito do acidente ocorrido em 13/08/14, com a aeronave prefixo PP-AFA, que vitimou o seu presidente e então candidato à Presidência da República,  Eduardo Henrique Aciolly Campos.

· O uso da aeronave foi autorizado pelos Srs. João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho e Apolo Santana Vieira, dos grupos empresariais BR-Par Participação Ltda. e Bandeirantes Cia. Pneus Ltda. de Pernambuco;

· Apurou-se que tais empresários haviam negociado o mencionado avião com a empresa AF Andrade, de Ribeirão Preto, que era sua arrendatária junto à Cessna Finance;

· A transferência de leasing ao Grupo de Pernambuco foi comunicada pela AF Andrade à ANAC, por petição datada de 15 de maio de 2014;

· Referida transferência de leasing, segundo nota à imprensa, não foi ainda concretizada, porque a Cessna Finance não aprovou as garantias oferecidas;

· Como também informou o grupo Andrade à ANAC, os empresários pernambucanos pagaram, no dia 08 de maio, oito parcelas do leasing da aeronave.

O Partido Socialista Brasileiro presta esses esclarecimentos para deixar patente que esteve alheio às negociações efetuadas entre os empresários de Pernambuco e a empresa AF de Ribeirão Preto.

Cumpre ainda esclarecer que a utilização da aeronave está sendo incluída na prestação de contas de Eduardo Campos ao Tribunal Regional Eleitoral.                                         

Roberto Amaral

Presidente do Partido Socialista Brasileiro (PSB)

O presidente nacional do PSB, Roberto Amaral, minimizou nesta quinta-feira (21), a saída de Carlos Siqueira da coordenação geral da campanha presidencial de Marina Silva e disse que a decisão dele é um "problema corriqueiro". Amaral disse que caberá ao PSB a indicação de seu substituto. "É um problema pessoal de um companheiro que quer mudar de posição", declarou.

Amaral está reunido com Siqueira, representantes da Rede e da coligação que integra a aliança. O PSL, que já havia indicado que deixaria a coligação, não mandou nenhum representante para o encontro.

##RECOMENDA##

Amaral afirmou, no entanto, que precisará de Siqueira, que é secretário-geral da sigla, ao seu lado neste momento. "Ele vai trabalhar ao lado do presidente do partido", disse.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando