Tópicos | Tocantins

Bastante aplaudida pelos moradores de Araguaína, no Tocantins, a presidente Dilma Rousseff destacou nesta sexta-feira (14) os números do programa "Minha Casa, Minha Vida" e ressaltou que o programa federal já entregou 1,580 milhão de casas, sendo que outras 1,680 milhões estão contratadas. "Esse é o dado de hoje, amanhã aumenta", afirmou, durante a cerimônia de entrega de 1.788 unidades no município.

Segundo a presidente, para cumprir a meta do governo de entregar 2,750 milhões de moradias, faltam em torno de 500 mil casas. "Nós temos certeza que contrataremos até o final do ano", disse. Por pelo menos duas vezes, a presidente fez comparações entre "O Brasil de hoje e o Brasil do passado". "Como presidenta, me alegra muito ver que o Brasil de hoje é bem diferente do Brasil do passado. Aquele Brasil (do passado) em que a casa própria era privilégio de alguns e hoje é um direito de todos", discursou.

##RECOMENDA##

Dilma voltou a repetir que as casas entregues pelo programa não são "presentes", e sim fruto dos tributos que o povo brasileiro arrecada todos os dias. "Essas casas não foram presenteadas pelo governo." De acordo com a presidente, a entrega das casas é um ato de cidadania, de um País que reconhece o direito do povo de ser o grande beneficiário de seu crescimento. "Entrem com a cabeça erguida. Essa casa é apenas o começo de um amanhã que será ainda melhor para todos nós, para todos os brasileiros e brasileiras", disse.

Em seu discurso, a presidente destacou ainda a ida de oito profissionais do programa "Mais Médicos" para o município e a ampliação de postos de saúde. Dilma também ressaltou a destinação de recursos da ordem de R$ 200 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em saneamento e pavimentação de ruas e prometeu investimentos necessários para a modernização e reforma do aeroporto de Araguaína. Além disso, citou dados relacionados ao programa de formação de técnicos do governo federal e cumprimentou "os 17 mil jovens trabalhadores que fizeram cursos de qualificação do Pronatec".

Sem resposta - Dilma se ateve ao discurso programado e não respondeu às críticas feitas pelo governador do Estado, Siqueira Campos (PSDB), que falou minutos antes da presidente. Em sua fala, o tucano contestou, entre outras coisas, o fato de moradores de Tocantins pagarem pelo acionamento de usinas termoelétricas enquanto o Estado utiliza apenas 12% da capacidade hidrelétrica instalada e repassa o restante "praticamente de graça, sem quase receber ICMS", para ser consumido principalmente pelo Sudeste.

O governador de Tocantins, José Wilson Siqueira Campos (PSDB), fez um discurso de críticas e cobranças ao governo federal durante a cerimônia de entrega de unidades do programa "Minha Casa, Minha Vida", que contou com a presença da presidente Dilma Rousseff. O tucano criticou as consequências do atual cenário elétrico nacional para os usuários do Estado. Segundo ele, os consumidores tocantinenses vão ter que arcar com os custos da necessidade de acionar as usinas termoelétricas sem precisar utilizar este tipo de energia.

Siqueira Campos afirmou que o Estado utiliza apenas 12% da capacidade hidrelétrica instalada e repassa "praticamente de graça, sem quase receber ICMS", o total restante para ser consumido principalmente pelo Sudeste. "Pagar o preço (do acionamento) das usinas termoelétricas sem as usar é uma injustiça com o povo de Tocantins", disse.

##RECOMENDA##

O tucano afirmou ainda que mesmo com a abundância da oferta local de energia elétrica, os moradores de Tocantins pagam uma das maiores tarifas elétricas do País. Ele pediu à presidente que solicite à Eletrobras que "conclua as burocracias" para o avanço do programa "Luz para Todos" no Estado. Campos disse que a quinta tranche, que contempla mais 12 mil ligações, depende de uma autorização da estatal do setor elétrico.

Por fim, Siqueira Campos cobrou a conclusão das obras da ferrovia Norte-Sul entre Palmas e São Luís, no Maranhão. "É necessário que o modal ferroviário entre efetivamente em operação, transportando não somente cargas, mas também passageiros", afirmou.

O governo publicou uma decisão que exclui o Estado do Tocantins da abrangência do próximo horário de verão. A determinação integra edição extra do Diário Oficial da União desta segunda-feira (30). Para efetuar a mudança, a nova regra promove alterações no Decreto 6.558, de 2008, que instituiu o horário de verão em parte do território nacional.

A nova redação informa que "a hora de verão vigorará nos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal". Ou seja, Tocantins foi excluído da lista, em relação à regra que valia anteriormente.

##RECOMENDA##

O decreto original institui a hora de verão a partir de zero hora do terceiro domingo do mês de outubro de cada ano até a zero hora do terceiro domingo do mês de fevereiro do ano subsequente, em parte do território nacional, adiantada em sessenta minutos em relação à hora legal.

O Tocantins recebeu no sábado, 14, 16 médicos cubanos e dois brasileiros do Programa Mais Médicos, que vão trabalhar, a partir do dia 23, em 14 cidades do Estado e num Distrito Sanitário Indígena Especial (DSIE). Nesta semana passam por treinamento e visitam Unidades Básicas de Saúde de Palmas.

Os médicos foram recepcionados no aeroporto pela secretária estadual da Saúde, Vanda Paiva, que avaliou a vinda deles como uma forma de diminuir a superlotação na rede de saúde pública. "Quando nós temos médicos na atenção básica, as pessoas conseguem fazer as suas consultas sem ir aos hospitais", disse. Segundo Vanda, se o Estado tiver médico em todas as unidades básicas de saúde, as internações vão diminuir cerca de 50%.

##RECOMENDA##

Atualmente, o Tocantins tem 83 cidades inscritas no programa federal. O déficit na atenção básica é de 208 médicos. Mas nem todas as cidades pediram o teto para atender as suas necessidades, pois não há estrutura suficiente para receber médicos. Em Palmas, por exemplo, o teto é de 72 médicos. A cidade já tem 48 e pediu apenas oito do Mais Médicos.

Para o governador Siqueira Campos (PSDB), que recebeu os profissionais no Palácio Araguaia, é uma alegria ver, novamente, médicos cubanos atuando no Estado. Em 1998, durante seu segundo governo, ele assinou um acordo com o presidente Fidel Castro, que permitiu a vinda de 140 profissionais para o Tocantins. Em 2005, a maioria foi proibida pela Justiça de permanecer no Brasil e teve de retornar, mas 34 deles fizeram o Revalida e continuam no Estado.

"Foi o melhor tempo da saúde pública do Tocantins", destacou Siqueira, ressalvando, porém, que não há diferença entre estrangeiros e brasileiros. Para o governador, o mais importante é a integração dos profissionais com as comunidades a serem atendidas, para acabar com os problemas na área da saúde.

O governo do Tocantins extinguiu 4.751 cargos comissionados por meio de Medida Provisória (MP) publicada nesta segunda-feira, 5, no Diário Oficial do Estado. Ao mesmo tempo, criou outros 3.485, com remunerações 10% menores e nomenclatura diferente, o que levou à exoneração automática de todos os comissionados. Na prática, a proposta acabou com 1.266 cargos comissionados e vai representar uma diminuição de R$ 11,6 para R$ 8,6 milhões na folha de pagamento. De acordo com o governo, a recontratação se dará conforme as necessidades do Estado.

A MP tem como objetivo adequar a folha à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). No fim do mês passado, o comprometimento da receita líquida corrente com a folha chegou a quase 50%, ultrapassando os 49% permitidos pela LRF. Com isso, o Estado corre o risco de ser negativado no Cadastro Único de Convênios (Caud), o que impedirá o Tocantins de receber recursos federais. Atualmente, o Tocantins gasta R$ 210 milhões por mês com os cerca de 51 mil servidores - 36 mil efetivos e 15 mil, entre contratados e comissionados . Como parte dos cortes, em julho, o governo extinguiu 1.827 contratos temporários. Restam 12 mil temporários, a maioria - 5,2 mil - auxiliares de serviços gerais, função para a qual não existe concurso. Há, também, 2.665 que fazem parte do Quadro Geral e vão ser substituídos por concursados.

##RECOMENDA##

Justificativa

Entre os motivos para os cortes, está a frustração de receita de R$ 380 milhões. Além disso, houve aumento de despesa com pessoal, devido a melhorias salariais de até 25% concedidas aos efetivos, inclusive em administrações anteriores, sem que fosse considerada a capacidade de pagamento do Executivo.

Em julho, o governo enviou à Assembleia projeto de lei para reduzir os salários do governador Siqueira Campos, vice e secretários. Nesta terça-feira, 6, o secretário de Relações Institucionais, Eduardo Siqueira Campos, pediu aos deputados que retirem o salário do governador da proposta. A decisão atende a diversos sindicatos que temiam que a redução alterasse o teto do funcionalismo, prejudicando diversas carreiras profissionais.

Conforme a proposta, o salário do governador cairia de R$ 24,1 mil para R$ 18 mil; o do vice de R$ 19,1 mil para R$ 15,2 mil, e dos secretários de R$ 15 mil para R$ 13,5 mil. A economia seria de R$ 1,5 milhão por ano. A matéria deve ser votada este mês.

A Assembleia Legislativa do Tocantins demitiu 1,5 mil comissionados dos gabinetes dos deputados e da Mesa Diretora, para adequar a folha de pagamento à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). O decreto legislativo foi publicado nesta segunda-feira, 22. O presidente da Casa, deputado Sandoval Cardoso (PSD), informou que a folha ultrapassou em 0,11% o limite da LTF e que precisa diminuir em R$ 3,6 milhões as despesas com salários. A medida já havia sido tomada no início do mês pelo governo do Estado, com a determinação a todas as secretarias para cortarem 15% dos servidores que ocupam cargos de confiança, devido à frustração de receita, principalmente em função da redução dos repasses do Fundo de Participação dos Estados (FPE).

O governador Siqueira Campos (PSDB) também enviou à Assembleia projeto de lei para reduzir em 25% seu próprio salário; 20%, o do vice-governador, e em 10% o dos secretários, o que representará uma economia de R$ 1,5 milhão por ano. A matéria só deverá ser votada em agosto, quando a Casa retornar do recesso.

##RECOMENDA##

Além disso, por meio de decreto publicado nesta segunda-feira, 22, o governador dá ao Comitê de Gestão Pública poder para reduzir os subsídios dos comissionados. Ainda esta semana, começam a ser publicados no Diário Oficial os novos valores dos proventos desses cargos. Ao todo, 2.568 servidores poderão ser incluídos nas medidas de contenção de gastos com pessoal.

Como parte dos cortes, o governo extinguiu 1.827 contratos temporários. Restam 12 mil temporários, a maioria - 5,2 mil - auxiliares de serviços gerais, função para a qual não existe concurso. Há, também, 2.665 que fazem parte do Quadro Geral e vão ser substituídos por concursados. Atualmente, o Tocantins gasta R$ 210 milhões por mês com os cerca de 51 mil servidores - 36 mil efetivos -, o que representa 49,5% da Receita Corrente Líquida, 0,5% acima do estabelecido na LRF.

A Assembleia Legislativa do Tocantins revogou nesta terça-feira, 2, ato da Mesa Diretora, que instituiu auxílio-moradia de R$ 3.429,50 para os deputados. A decisão é resultado das manifestações de rua em mais de 300 cidades brasileiras, inclusive em Palmas, onde um dos motivos dos protestos foi o benefício, pago também pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-TO) e pelo Tribunal de Justiça (TJ-TO).

A maioria dos deputados tem residência em Palmas, o que não impediu que os 24 parlamentares aprovassem, em março, o pagamento do auxílio. Desde então, a AL gastou mais de R$ 200 mil só com o benefício. Apenas Marcelo Lelis (PV), Josi Nunes (PMDB), Eli Borges (PMDB), Vilmar do Detran (PMDB) e José Geraldo (PTB) abriram mão, desde o início, de receber o pagamento. O fim do auxílio-moradia foi aprovado pelos 17 deputados presentes na sessão de terça-feira, que aproveitaram para cobrar um posicionamento do TCE e do TJ.

##RECOMENDA##

O TCE-TO, que paga R$ 2,4 mil a conselheiros, procuradores e auditores, informou que o tema será tratado sexta-feira, 5, pelo presidente do tribunal, desembargador Wagner Praxedes. O TJ-TO disse que o benefício, de R$ 2.062,61 a juízes e desembargadores, tem como base a Lei Orgânica da Magistratura.

O Ministério Público (MPE-TO) teve o auxílio-moradia de R$ 2.62,61 para procuradores e promotores aprovado pela Assembleia, em maio. O benefício não foi regulamentado nem pago e será rediscutido pelo Colégio de Procuradores, em agosto.

Num ato declarado de sabotagem, cerca de 500 manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) - na maioria mulheres, encapuzados e munidos de foices, invadiram nesta quinta-feira a Fazenda Aliança, uma propriedade produtiva da família da senadora Kátia Abreu (PSD-TO) e destruíram o canteiro de mudas de eucaliptos. Intimidados, os seguranças e empregados da fazenda recolheram-se aos alojamentos e não houve confronto.

O MST afirmou que a sabotagem visava marcar posição política contra o agronegócio e em defesa da reforma agrária."A ruralista e senadora Kátia Abreu é símbolo do agronegócio e dos interesses da elite agrária do Brasil, além de ser contra a reforma agrária e cometer crimes ambientais em suas fazendas. Por isso estamos realizando esse ato político e simbólico em sua propriedade", explicou Mariana Silva, dirigente do movimento no Tocantins. "Nosso objetivo foi sabotar o modelo de monocultura e mostrar a essa senadora que em vez de destruir o meio ambiente o melhor caminho é diversificar a produção de alimentos para o povo", explicou Mariana.

##RECOMENDA##

A invasão da propriedade da senadora foi o ponto alto da jornada nacional de lutas das mulheres camponesas, desencadeada desde segunda-feira em 22 Estados e no Distrito Federal. Trata-se do maior protesto realizado até agora contra o governo Dilma Rousseff. As ações, que lembram o Abril Vermelho que o MST costumava desencadear no governo Fernando Henrique Cardoso, tiveram a coparticipação da Via Campesina e do Movimento Camponês Popular (MCP).

A ocupação da fazenda, registrada no nome do filho da senadora, deputado federal Irajá Abreu (PSD-TO), durou cerca de uma hora. No lugar do canteiro de eucaliptos, os ativistas deixaram sementes de arroz, feijão e mudas de outros alimentos.

Mariana justificou a sabotagem com o argumento de que a fazenda foi multada duas vezes por crimes ambientais pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O órgão confirmou ter adotado as punições em 2011 e 2012 por desmatamento em área de preservação permanente.

A maior parte das ações da jornada, porém, não se relacionou com reforma agrária e teve como objetivo marcar posição política contra o capitalismo e a suposta opção do governo pelo agronegócio. Elas foram organizadas a partir do acampamento central dos manifestantes, instalado na Esplanada dos Ministérios e batizado de 'Hugo Chávez', em homenagem ao líder socialista bolivariano da Venezuela, morto na terça-feira (5). Cerca de 30 mil pessoas, na grande maioria mulheres, estiveram mobilizadas nos protestos por todo o País.

Assustada com a ocupação, a senadora agora vai contratar segurança armada para proteger sua fazenda e manter eventuais invasores longe de sua propriedade. "Eu, que sempre dormi sozinha na fazenda com meus filhos pequenos, sem nunca andar armada, agora não vou deixar meus filhos e meus funcionários correndo risco de vida. Imagine se resolvessem colocar fogo nas dezenas de máquinas que tenho lá?". A integrante da bancada ruralista no Senado diz que a ação dos sem-terra tratou-se claramente de um ato político para tentar coibir sua atuação como defensora do direito à propriedade privada e porque, segundo ela, é uma "combatente dos crimes de invasão".

Apesar dos danos materiais e dos transtornos à população causados em vários atos, o Ministério da Justiça considerou que a apuração dos eventuais excessos é de responsabilidade das polícias civil e militar de cada unidade da federação, não justificando o acionamento de aparato federal para intervir. A Polícia Federal informou que acionou o setor de inteligência para acompanhar o movimento, mas não interveio diretamente em nenhum dos protestos.

A senadora Kátia Abreu (PSD-TO) disse nesta quinta-feira (7) que repudia, com indignação, a invasão a uma fazenda da família dela por um grupo de trabalhadores sem-terra. "Repudio, com indignação, a invasão perpetrada pela Via Campesina, uma das milícias do MST, em uma propriedade da minha família localizada em Aliança, Tocantins", disse a senadora em nota.

Na manhã de hoje, cerca de 500 mulheres do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) invadiram um canteiro de mudas de eucalipto na sede da fazenda Aliança, de propriedade do filho da senadora, deputado federal Irajá Abreu (PSD-TO). A fazenda fica localizada no município de Aliança (TO), às margens da rodovia Belém-Brasília.

##RECOMENDA##

Segundo o movimento, a fazenda Aliança teria sido embargada em duas situações pelo Ibama nos anos de 2011 e 2012, por desmatamento e derrubamento de árvores ou demais formas de vegetação natural em área considerada de preservação permanente.

"A ruralista e senadora Kátia Abreu é símbolo do agronegócio e dos interesses da elite agrária do Brasil, além de ser contra a reforma agrária e cometer crimes ambientais em suas fazendas por isso estamos realizando esse ato político e simbólico em sua propriedade", afirmou, na nota, a dirigente do MST de Tocantins, Mariana Silva.

Kátia Abreu rebateu afirmando que a fazenda é "uma propriedade produtiva, moderna, que emprega 48 trabalhadores, hoje violentamente transformados em reféns, enquanto o grupo de vândalos destruía viveiros de mudas cultivadas com alta tecnologia, destinadas ao plantio de eucaliptos, que é a atividade principal do empreendimento".

"Esta invasão é um ato de retaliação contra minha atuação democrática como senadora e líder do setor produtivo rural, em defesa do Estado de Direito e dos direitos fundamentais, neste caso traduzido no direito de propriedade. Não vão me fazer recuar. Não vão me amedrontar. Não vão impedir que continue mostrando ao Brasil as mentiras e as atrocidades cometidas por este movimento dos sem lei", disse a senadora.

Kátia Abreu informou na nota que a família dela está se dirigindo ao local para tomar as medidas judiciais cabíveis e prestar atendimento aos trabalhadores da fazenda.

A presidenta Dilma Rousseff disse nesta sexta-feira (18) – durante discurso em São Julião, cidade piauiense a 380 quilômetros de Teresina – que a região de “Mapito”, que compreende parte dos estados do Maranhão, Piauí e Tocantins, é a nova fronteira de desenvolvimento do país, a exemplo do que foi o Centro-Oeste nas últimas décadas. Segundo ela, investimentos maciços precisam ser feitos em infraestrutura, incluindo rodovias e ferrovias, para que todo o potencial seja aproveitado.

Segundo Dilma, a opinião é compartilhada por empresários recebidos por ela no Palácio do Planalto. “Muita gente vai ao meu gabinete, associações e empresários, e sempre tenho ouvido uma fala: ‘o Brasil tem uma grande perspectiva, presidenta. Tem uma região que vai ser uma das mais ricas do Brasil, que é o 'Mapito': Maranhão, Piauí e Tocantins’”, disse, ressaltando que a região vai atrair investimentos privados de diversos setores.

##RECOMENDA##

Durante a cerimônia, foram assinadas três ordens de serviço para a construção da Barragem e Adutora de Milagres, da Adutora Padre Lira e Barragem Jenipapo e do Projeto Irrigação, que devem beneficiar cerca de 144 mil pessoas da região no período de estiagem. Ao todo, o governo deve investir mais de R$ 260 milhões nesses projetos, por meio do Ministério da Integração Nacional.

Dilma também assinou uma medida provisória estendendo a Bolsa Estiagem e a Garantia Safra para os pequenos produtores rurais atingidos pela seca, além do fornecimento de milho, por meio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a preços subsidiados para os pequenos criadores alimentarem os animais.

Cerca de 25 municípios piauienses com até 50 mil habitantes também receberão retroescavadeiras para a reestruturação das vias vicinais que ligam as zonas rurais às cidades. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Agrário, a medida deve beneficiar mais de 76 mil moradores rurais que usam as vias para comercializar seus produtos. O governo investiu R$ 4,4 milhões na aquisição dos equipamentos.

Além disso, no município, a presidenta  fez uma vistoria nas obras da barragem e da adutora de Piaus, acompanhada do governador do Piauí, Wilson Martins.

Dilma embarcou da Base Aérea de Brasília hoje às 7h30 e agora voa de São Julião para a capital Teresina, onde participará da cerimônia de entrega de 400 unidades habitacionais na cidade, por meio do Programa Minha Casa, Minha Vida. Ela retorna a Brasília ainda esta noite.

A presidente Dilma Rousseff embarca nesta quarta-feira (19), para Palmas (TO), onde participará da cerimônia de entrega de certificados aos alunos formandos do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). A cerimônia será realizada na Escola Municipal Caroline Campelo.

Segundo o Ministério da Educação (MEC), aproximadamente 2,5 milhões de pessoas já foram matriculadas no Pronatec em cursos técnicos (com duração mínima de um ano) ou de formação inicial e continuada (duração mínima de dois meses).

##RECOMENDA##

Dos 2,5 milhões de matrículas, 1,73 milhão é para os cursos de formação inicial e continuada e 789 mil para cursos técnicos. A meta do governo é oferecer cursos dessas modalidades a 8 milhões de brasileiros até 2014.

São esperados cerca de quatro mil alunos do Estado do Tocantins para a cerimônia, entre eles Adriane Rocha, de 17 anos, que está matriculada em um curso de fruticultura. "As aulas são muito boas, os professores são ótimos e me ajudam no trabalho de agricultura da minha família, que é produtora de abacaxi", disse Adriane, que aprende em aulas teóricas e práticas formas de preparação do solo, de escolha das sementes e técnicas de manuseio.

No início do mês, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, anunciou a ampliação do Pronatec, que deverá agora beneficiar não só os estudantes que conciliam ensino médio e ensino técnico, mas também os que já concluíram o ensino médio e pretendem fazer depois um curso profissional técnico. O MEC também planeja estender a parceria para 42 mil presos cumpridores de penas em regimes aberto e semiaberto, além de egressos do sistema penitenciário.

De Palmas (TO), a presidente retornará a Brasília para despachar com o ministro da Fazenda e participar da cerimônia de entrega do Prêmio Finep de Inovação 2012. O Finep Inovação é um instrumento de estímulo e reconhecimento à inovação no País e já premiou mais de 500 empresas, instituições e pessoas físicas, desde 1998.

O delegado Edward Neves Duarte, chefe do núcleo de Inteligência da Polícia Federal no Tocantins, foi assassinado na segunda-feira (19), em Palmas. Duarte foi um dos responsáveis pela Operação Maet, que afastou quatro desembargadores do Tribunal de Justiça do Tocantins, suspeitos de envolvimento na venda de sentenças e manipulação no pagamento de precatórios.

O policial federal foi atingido por dois tiros na porta de sua casa, na região central da capital tocantinense. Socorrido, ele morreu após dar entrada no Hospital Geral de Palmas.

##RECOMENDA##

Para a Polícia Militar, Duarte foi morto durante uma tentativa de assalto. Três suspeitos do crime foram presos e ouvidos na Superintendência da PF na capital tocantinense. A PF vai investigar se há envolvimento dos suspeitos do crime com o afastamento dos desembargadores. A princípio, porém, a PF acredita que o delegado foi vítima de latrocínio. A Operação Maet, realizada em 2010, resultou no afastamento dos desembargadores Willamara Leila de Almeida, então presidente do TJ-TO, José Liberato Póvoa, Carlos Souza e Amado Cilton e de servidores da corte. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hubner, afirmou nesta terça-feira que houve falha humana no incidente que gerou o apagão que atingiu Estados da Região Nordeste e o Tocantins na madrugada da última sexta-feira (26). "Tem falha humana, sem dúvida nenhuma. No caso do último apagão, de programação de uma proteção de um equipamento que não foi devidamente programada", disse. Hubner descartou, porém, que a falha tenha sido intencional. "Não acredito nisso."

Hubner disse também que o governo está buscando formas para coibir a ocorrência de novas falhas como essa. "O sistema brasileiro, sendo tão sofisticado, tem de ter um nível de cobertura em termos de procedimento. Não pode a ação de um elemento qualquer causar um defeito. Temos de ter proteções e é isso que vamos buscar."

##RECOMENDA##

Hubner destacou, porém, que as causas do incidente só devem ser conhecidas após a conclusão do Relatório de Análise de Proteção (Rap) pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). "A gente entende que isso não pode acontecer no sistema brasileiro. Tivemos um conjunto de falhas, já bem detectadas, tanto de procedimentos, operacionais e falha humana, e isso vai ter de ser tudo corrigido. Estamos vendo ações para que isso não aconteça mais."

Numa clara ironia ao seu principal rival na disputa pela prefeitura de Palmas, o empresário colombiano naturalizado brasileiro Carlos Amastha (PP) disse que não vem se preparando há 20 anos para cuidar da cidade. Ainda assim, se considera capaz de assumir o cargo. "Acho que a minha experiência empresarial, de vida, de homem, de pai, de amigo, me credencia, com folga, para a gente assumir esta responsabilidade.", disse o candidato, pouco antes de votar no Colégio Marista.

A afirmação foi um ataque a Marcelo Lelis (PV), candidato do governador Siqueira Campos (PSDB). Durante toda a campanha, Lelis lembrou aos eleitores que está há 20 anos em Palmas, onde foi secretário municipal, vereador e é deputado. Diante da pergunta incomum sobre em que idioma preferia o termo de posse, Amastha respondeu que em português, mas que, se eleito, fará tudo o que puder para que os palmenses falem um segundo ou terceiro idioma.

##RECOMENDA##

Como primeiro ato à frente da prefeitura, Amastha vai agradecer ao povo pela confiança que depositou nele. "Com certeza absoluta, não existe a mínima possibilidade de a gente decepcionar esta confiança", garantiu. Amastha, iniciante na política, tem 43% das intenções de voto, de acordo com pesquisa Ibope/TV Anhanguera divulgada neste sábado. Ele está tecnicamente empatado com Lelis, que aparece com 40%. Considerando-se somente os votos válidos, Amastha está com 48% e Lelis, com 44%.

O promotor de Justiça Adriano Neves anunciou nesta terça-feira (17) que vai ajuizar um novo pedido para suspender o contrato de coleta de lixo, de R$ 71,9 milhões, entre a Prefeitura de Palmas e a Delta Construções, suspeita de ligação com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

O promotor ouviu ontem o prefeito de Palmas, Raul Filho (PT), na investigação que apura o depósito de R$ 120 mil, a pedido do tesoureiro da empresa, na conta de uma ex-servidora do gabinete da primeira-dama e deputada estadual Solange Duailibe (PT). "Mas ele não trouxe nada de novo, apenas repetiu o que tinha dito na CPMI", afirmou Neves.

##RECOMENDA##

O Ministério Público do Tocantins requisitou ao MP de Brasília que realize oitivas com diretores da Miranda e Silva Construções e Terraplanagem Ltda. A empresa é apontada pelo cunhado do prefeito, o ex-secretário de governo Pedro Duailibe, como compradora de uma retroescavadeira, numa transação que comprovaria o depósito.

Neves também requisitou à Assembleia Legislativa a documentação funcional de Rosilda Rodrigues dos Santos, esposa de um vaqueiro, que abriu a conta em Araguaçu, no interior do Tocantins, e a cedeu para que Duailibe a movimentasse. Todos já foram ouvidos pela Promotoria.

O promotor afirma que nesta nova tentativa de suspender o contrato - o terceiro desde março de 2010, quando ajuizou ação civil - anexou a documentação que veio à tona com a investigação da Polícia Federal e a Operação Monte Carlo, que guardaria relação com a contratação questionada pelo MP. "O vídeo do Cachoeira e o caso da Rosilda só reforçam o que já havia dito na ação civil, que a administração atuou para favorecer a empresa", afirmou o promotor.

‘Manipulação’ - Na ação civil, Neves acusa agentes públicos de "conduta ilícita", como produzir falsos atestados de capacidade para beneficiar a Delta vencedora da licitação. O promotor sustenta que houve manipulação dos dados "de forma dolosa para possibilitar a efetiva continuidade da empresa (Delta) favorecida no certame, havendo um direcionamento do objeto da licitação".

A ação foi apresentada em março de 2010. Em abril deste ano, Neves ajuizou pedido de reconsideração e a suspensão do contrato, mas ele não foi julgado.

Prefeitura - Por meio de assessoria de imprensa, o prefeito de Palmas disse que não comentaria seu depoimento e ressaltou que caberia ao MP disponibilizar o inteiro teor. Quanto ao pedido de suspensão do contrato, a assessoria afirmou que a administração não tem conhecimento do pedido e só irá se manifestar após ele ser oficialmente protocolado e o prefeito, notificado. Os dirigentes da Delta no Tocantins não foram localizados. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

 

A presidente da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu (PSD-TO), comunicou nesta terça-feira, por meio de nota, que a presidente Dilma Roussef atendeu ao seu pedido e determinou ao Ministério dos Transportes o prazo de 70 dias para a licitação do Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental da Hidrovia do Tocantins (Evitea). Segundo a senadora, o anúncio foi feito durante audiência que teve na segunda-feira com a presidente, no Palácio do Planalto. Ela disse que a presidente determinou prioridade máxima nos estudos, que indicarão fluxos de navegabilidade e custos estimados de investimentos, entre outros dados, informações fundamentais para a elaboração de projetos básicos.

A senadora Kátia Abreu informou que na segunda-feira à noite foi chamada ao Ministério dos Transportes, pelo ministro Paulo Passos, com a finalidade de dar início aos trabalhos para a licitação do Estudo. A ideia da senadora é apresentar os dados do estudo a empresários e autoridades chinesas que participarão de seminário que será realizado pela CNA na China, provavelmente em setembro deste ano, para discutir, entre outros pontos, os investimentos em logística de transporte, com a presença do ministro Paulo Passos. Os estudos preliminares sobre a hidrovia mostram que o potencial é de escoamento de 56 milhões de toneladas de grãos das regiões Norte e Centro-Oeste assim como a produção industrial da Zona de Franca de Manaus (AM) para a região Sul.

##RECOMENDA##

As investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal sobre desvios cometidos pela cúpula do Tribunal de Justiça do Tocantins (TJ-TO) revelaram uma série de irregularidades na distribuição, liberação e pagamento de precatórios. O esquema, segundo a apuração, quebrou ilegalmente a ordem de quitação das dívidas judiciais e cobrou de beneficiários um pedágio que alcançava quase 50% do valor do precatório para ser rateado entre servidores, advogados e dois desembargadores. Até o companheiro de uma magistrada teria recebido parte desses recursos.

A denúncia de 152 páginas do Ministério Público, encaminhada ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), narra nove casos de desvios com precatórios. Diante das fortes suspeitas, a Corregedoria Nacional de Justiça realizou uma espécie de "intervenção branca" no setor de precatórios do tribunal. Enviou uma juíza da corregedoria para o TJ tocantinense e ainda pôs à disposição dos servidores o Tribunal de Justiça do Distrito Federal para auxiliar nos trabalhos.

##RECOMENDA##

"Aos clientes, pressionados pelos advogados e pela demora no recebimento dos valores, restavam duas opções: entravam em acordo com o grupo e recebiam uma parte a que teriam direito, ou não concordavam e viam seus precatórios serem preteridos, enquanto aguardavam, impotentes", afirmou a subprocuradora-geral da República, Lindôra Araújo, na denúncia.

A servidora pública Marciley Leal de Araújo Barreto, da Divisão de Precatórios do TJ-TO, disse em depoimento que no tribunal não havia uma ordem média de duração para o pagamento das dívidas judiciais. Mas ela disse saber que havia precatórios com até 13 anos de existência sem ainda terem sido quitados. O esquema, segundo as investigações, conseguiu a liberação dos precatórios em menos de um ano.

Segundo o MP, a desembargadora Willamara Leila de Almeida é acusada de liderar um esquema de liberação indevida de precatórios após assumir a presidência do tribunal. A magistrada estaria envolvida em irregularidades em sete dívidas judiciais. Ela atuava, segundo a denúncia, com a ajuda do seu companheiro, João Batista de Moura Macedo, oferecendo a advogados o rápido pagamento das dívidas judiciais mediante divisão da verba.

Patrimônio

Logo após o rateio do dinheiro do esquema, os investigadores descobriram que Willamara e João Batista compraram imóveis, terrenos, gados e um automóvel de luxo.

O advogado de Willamara, Alberto Toron, negou que ela faça parte de uma quadrilha. A defesa disse que, dos sete precatórios em que ela é acusada de irregularidades, em apenas um, de 2009, a ordem de sequestro partiu da magistrada. E nele, frisou, não houve quebra ilegal de ordem dos pagamentos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Investigação do Ministério Público Federal no Tribunal de Justiça de Tocantins encontrou um esquema familiar de venda de sentenças. O desembargador Amado Cilton Rosa e sua mulher, Liamar de Fátima, foram denunciados por corrupção passiva e concussão por suposta venda de decisões judiciais. A investigação começou pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) a partir da denúncia de quem teria intermediado a decisão negociada.

Conforme denúncia do MP obtida pelo jornal O Estado de S. Paulo, o desembargador negociou uma liminar em favor de Fábio Pisoni, acusado de matar um jovem de 21 anos e que estava com a prisão preventiva decretada. A negociação foi intermediada, de acordo com o MP, por Egon Just, que prestava consultoria para a empresa de Itelvino Pisoni, pai do acusado.

##RECOMENDA##

Na terça-feira, o jornal revelou que a investigação mostrou a existência de um amplo esquema de corrupção em Tocantins, com cobranças de propinas, envolvendo 4 dos 12 desembargadores.

Para garantir que o desembargador daria a sentença favorável, a mulher do magistrado teria dado um cheque em branco assinado para Itelvino Pisoni, que serviria como prova de que a sentença seria concedida. Amado Cilton Rosa, como estaria acertado, concedeu a liminar e Fábio Pisoni, solto, fugiu e não foi mais encontrado pela polícia.

Em sua defesa, o desembargador atribuiu as denúncias de Just ao "estardalhaço" que teriam feito o CNJ e a Polícia Federal com esta investigação. E negou que sua mulher tenha negociado a venda de suas decisões. "Até hoje estou totalmente surpreso. É uma mentira, minha mulher nunca procurou esse cidadão para isso, com essa finalidade, juntamente com outro advogado. Isso não existiu", afirmou em depoimento.

Liamar contou outra versão sobre o caso. Disse que deu o cheque em branco para Just porque ele teria um familiar no hospital que precisava dar um cheque caução. No entanto, não soube precisar quem estava doente. "Eu não sei precisar se era o filho ou a esposa dele que estava internada", afirmou em depoimento ao relator do caso no STJ, ministro João Otávio de Noronha. Liamar também negou que tenha intermediado a venda de decisões de seu marido. "Eu jamais fui a Gurupi com o Antônio Calçado. Jamais", afirmou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Nos depoimentos prestados ao longo da investigação ou nas defesas prévias encaminhadas ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), os desembargadores, advogados e outras pessoas denunciadas pelo Ministério Público Federal negam a existência do esquema de venda de sentença.

O desembargador Carlos Luiz de Souza afirmou que nunca conversou ou recebeu oferta de dinheiro em troca de decisão. "Nunca recebi (dinheiro em troca de decisão). Eu sempre recebi os advogados, ouvi o que eles tinham para dizer, mas nunca houve essa conversa de receber vantagens", disse. "Nunca teve conversação de advogado pessoalmente comigo no sentido de qualquer vantagem, de qualquer benefício", acrescentou.

##RECOMENDA##

O desembargador Liberato Póvoa afirma nunca ter ouvido falar da existência de casos de venda de sentença no Tribunal de Justiça do Tocantins. E afirmou que advogados podem ter usado seu nome de forma indevida. "O que posso dizer é que no Tribunal de Justiça é muito comum, é muito comum advogado chegar e usar o nome da gente, é comuníssimo", afirmou. "Isso aí eles fazem - não todos, evidentemente. E a gente fica vendido na história sem saber nada", disse.

No depoimento, Póvoa afirmou não se recordar de ter recebido o advogado Germiro Moretti em sua casa, ocasião em que teria sido remunerado, conforme aponta a investigação do MP, por decisões que teria proferido.

O advogado Germiro Moretti, que confessou, no depoimento após a operação, ter pago propina a desembargadores, voltou atrás quando apresentou sua defesa à denúncia do MP. O defensor dele, Ricardo Cunha Martins, acusa a polícia de ter cometido uma série de ilegalidades: de impedir sua entrada durante o interrogatório prestado por Moretti na PF; de tê-lo coagido; de ter elaborado as respostas; e, ainda, de ter colocado que ele iria colaborar com as investigações - ele sugeriu que poderia fazer um acordo de delação premiada.

Martins disse ainda que a escuta no telefone de Moretti e apreensão realizada no escritório dele foram ilegais, pois não foram acompanhadas por representante da OAB. "Inexiste justa causa para o recebimento (da denúncia), considerando a imprestabilidade jurídica do seu lastro", diz o advogado de Moretti.

O advogado Francisco Deliane e Silva afirmou que sua participação nos processos colocados sob suspeita pelo Ministério Público restringiu-se à pesquisa de processos e redação de peças processuais. Deliane afirmou que não participou de "nenhuma conversa ou negócio" relativo à compra de sentenças.

O advogado da desembargadora Willamara Leila de Almeida, Alberto Toron, pediu ao STJ que rejeite todos os pontos da denúncia, inclusive a suspeita de que ela cobrava dinheiro de assessores. "De todas as acusações que são feitas contra a defendente, talvez seja essa a que causa maior perplexidade e revolta", afirmou. Segundo Toron, a magistrada sempre dedicou "parte da sua vida para ajudar os necessitados". "Não havia, portanto, cobrança de ‘taxa de manutenção’ para presentear a defendente. Existia, isso sim, lista de doações organizadas por Willamara com o único propósito filantrópico", rebateu a defesa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Quando a corregedora Nacional de Justiça, Eliana Calmon, revoltou a magistratura ao afirmar, no ano passado, que havia "bandidos de toga", ela não revelou nomes, mas tinha uma lista com casos emblemáticos, como o encontrado em Tocantins. A corregedora já conhecia parte das quase 5 mil páginas da ação penal 490, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), uma espécie de radiografia de tudo o que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) busca combater no Judiciário.

Ao longo de quatro anos, uma ampla e detalhada investigação mostra que 4 dos 12 desembargadores montaram esquemas no Tribunal de Justiça do Tocantins (TJ-TO) para vender sentenças, satisfazer interesses de políticos locais, cobrar pedágio para liberar o pagamento de precatórios, confiscar parte dos salários dos assessores para financiar viagens ao exterior e cobrar dos cofres públicos indenização vultosa por danos morais por terem sido investigados.

##RECOMENDA##

Os indícios e provas colhidos levaram o Ministério Público a denunciar quatro desembargadores, dois procuradores do Tocantins, sete advogados, três servidores do tribunal e outras duas pessoas envolvidas no esquema.

O jornal O Estado de S. Paulo teve acesso à denúncia do MP, e aos 15 volumes e 47 apensos da ação penal no STJ contra a presidente do Tribunal de Justiça de Tocantins, Willamara Leila de Almeida, e os desembargadores Carlos Luiz de Souza, Amado Cilton Rosa e José Liberato Póvoa.

Perícias em computadores de advogados e juízes, depoimentos de testemunhas, ligações telefônicas gravadas com autorização da Justiça, vídeos e fotos captados pela Polícia Federal mostram em detalhes como o esquema funcionava. Nas 152 páginas, o Ministério Público denunciou os envolvidos por formação de quadrilha, corrupção ativa, corrupção passiva, tráfico de influência, peculato e concussão.

Sentença copiada

No primeiro dos casos em que o MP aponta indícios de venda de sentenças, as investigações mostram que o desembargador Carlos Souza não teve sequer o trabalho de escrever o voto que iria proferir e que atendia aos interesses de advogados que defendiam o Instituto de Ensino Superior de Porto Nacional (Iespen) - Germiro Moretti e Francisco Deliane e Silva (juiz aposentado).

A Polícia Federal apreendeu na casa de um dos advogados um computador em que o voto estava sendo escrito. A última versão do texto datava do dia 20 de junho de 2007, às 9h36. Horas depois, o caso estaria na pauta de julgamento do TJ-TO. Para saber se aquele texto correspondia ao voto proferido pelo desembargador Carlos Souza, a PF fez uma comparação entre os dois.

Das 146 linhas do documento, 131 foram usadas no voto do desembargador. As poucas alterações foram para corrigir erros de digitação ou para substituir termos jurídicos em latim por expressões em português. Os grifos e os erros de pontuação do texto encontrado no computador do advogado foram mantidos no voto do desembargador. Conversas telefônicas entre Morreti e Deliane reforçaram as suspeitas do Ministério Público. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando