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Parece que nem mesmo a greve geral que acontece no Brasil faz com que o presidente Michel Temer (PMDB) repense sobre as propostas apresentadas pelo seu governo, que tem despertado a indignação de uma boa parcela da população que se diz contra as reformas trabalhista e previdenciária. Nesta sexta-feira (28), parecendo querer dar um recado de que não irá mudar de postura, em seu Facebook, o peemedebista voltou a publicar um vídeo antigo no qual diz que o seu governo apresentou “um caminho para salvar a Previdência do colapso”. 

“Apresentamos um caminho para salvar a Previdência do colapso. Para salvar os benefícios dos aposentados de hoje e dos jovens que se aposentarão amanhã (...) se [for] aprovada a reforma não vai tirar direito de ninguém”, diz o presidente. 

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No Twitter, tocando em um assunto desconexo com o dia de hoje, Temer falou sobre o Cartão Reforma. Ele explicou que o benefício começa a valer a partir de hoje. “Estamos recuperando a economia e cuidando do social. Famílias com renda de até R$ 2,8 mil terão R$ 5 mil para reformar suas casas. O dinheiro não precisa ser devolvido”, disse. 

Ontem, em uma publicação, o presidente falou da reforma trabalhista. Ele chegou a dizer que a aprovação do projeto foi resultado de debate entre setores da sociedade. “É um novo ciclo político que está colocando o Brasil na rota do crescimento”. Temer também afirmou, após confirmação de sua vitória no plenário da Câmara dos Deputados onde o resultado final foi de 296 votos a favor e 177 contra, que “o resultado foi satisfatório”. 

Após a repercussão da declaração do deputado federal Daniel Coelho (PSDB), que votou a favor da reforma trabalhista e chegou a dizer que o projeto “não retira nenhum direito”, o tucano falou que a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o Partido dos Trabalhadores (PT) “mentem” sobre a reforma trabalhista. 

“Quantas vezes você recebeu posts com o fim do 13º, férias e coisas assim? Tudo mentira. Agora a CUT, o PT e alguns sindicatos de trabalhadores e patronais ilegítimos, descaradamente, mentem sobre o projeto votado. Alguns tentam misturar com a reforma da previdência, assuntos completamente diferentes, outros inventam conteúdo falso mesmo como falar em aumento de carga horária, diminuição de salários ou outros itens absurdos que não estão no projeto”, disse. 

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Daniel Coelho afirmou que, por trás de tudo isso, está o fim do imposto sindical. “Uma vergonha inventada pelo fascismo de Mussolini, que existe até hoje. Claro, acabando com o dinheiro fácil que irriga campanhas e enriquecem alguns, haveria gritaria”.  Também disse que os “os bons sindicatos sairão fortalecidos” e que “os falsos irão morrer”.

O tucano voltou a dizer que “com o modelo de negociação adotado na Inglaterra e na Alemanha, iremos melhorar as condições de trabalho e produtividade em nosso país, gerar empregos e tirar o país da crise”. 

Hoje, Coelho inaugurou um centro de Fisioterapia e participou da reabertura de um centro odontológico, em Vicência. “Conseguimos 4 milhões em recursos federais para município. Feliz vendo os resultados da parceria com o prefeito Guigo. Melhor manifestação é trabalhar por quem precisa”, alfinetou. 

O deputado federal Daniel Coelho (PSDB) foi um dos 16 parlamentares da bancada pernambucana que foi a favor da reforma trabalhista na votação que entrou na madrugada desta quinta-feira (27). Em entrevista ao LeiaJá, ele se justificou mais uma vez afirmando que o projeto de lei não retira nenhum direito.

“O projeto acaba com uma estrutura sindical patronal e de trabalhadores falsa criada na ditadura para manipular as pessoas. Não retira nenhum direito e cria um modelo de negociação baseado no alemão e inglês que tem garantido nesses países uma crescente melhoria na qualidade de vida dos trabalhadores e de sua produtividade”, disse.

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O tucano também declarou que é preciso deixar claro que as reformas trabalhista e previdenciária são diferentes e que, portanto, não podem ser misturadas. “É absurda a vinculação desse projeto à reforma da previdência, que sou contra”, ressaltou.

Daniel Coelho já declarou, recentemente, que votará contra a proposta da previdência porque “o texto é ruim e mantém alguns privilégios e carrega naqueles que ganham salários baixos mais peso do que podem suportar”.

Confira os deputados pernambucanos que votaram a favor da reforma, além de Daniel: Adalberto Cavalcanti (PTB), André de Paula (PSD), Augusto Coutinho (SD), Betinho Gomes (PSDB), Bruno Araújo (PSDB), Carlos Eduardo Cadoca (PDT), Fernando Coelho Filho (PSB), Fernando Monteiro (PP), Jarbas Vasconcelos (PMDB), João Fernando Coutinho (PSB), Jorge Côrte Real (PTB), Kaio Maniçoba (PMDB), Marinaldo Rosendo (PSB), Mendonça Filho (DEM) e Ricardo Teobaldo (PTN). 

A aprovação do texto base da reforma trabalhista pode ampliar a adesão à greve geral marcada para acontecer nesta sexta-feira (28). Ao menos é o que acreditam representantes das centrais sindicais que se reuniram, na manhã desta quinta-feira (27), para dar esclarecimentos sobre as paralisações agendadas para amanhã. A mobilização, que será nacional, promete suspender serviços no país por até 24h. No Recife, além de atos em frente às empresas, bancos e escolas, também vai acontecer uma manifestação convocado pelas centrais. A concentração será às 14h e a passeata, que se deslocará até o final da Avenida Conde da Boa Vista, começa às 15h. 

Os presentes na coletiva, que estavam representando a Intersidical, NCST, CUT, Força Sindical, UGT, Conlutas, CTB, CGTB, Central dos Servidores Públicos, e a Frente Povo Sem Medo, chamaram a atenção para a questão da unificação da classe trabalhadora, tanto entre os sindicatos como dialogando com o restante da sociedade. "Na panfletagem, a gente sente a adesão da população. Não é brincadeira o que querem fazer com a classe", diz Israel Torres, presidente da Nova Central.   

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"A votação de ontem pode ampliar a mobilização, assim como aconteceu na pauta da terceirização", lembrou o vice-presidente da CUT em Pernambuco Paulo Rocha, a respeito da votação da reforma trabalhista que ocorreu na noite da quarta-feira (26). Para ele, "a greve geral já é vitoriosa. Toda a classe trabalhadora pernambucana está pulsando essa informação".

Rocha também explicou que irão ocorrer atos em mais de 30 municípios do estado e mais de 50% das cidades pernambucanas farão atividades públicas. "A greve se configura como uma grande greve no setor público federal, estadual e municipal", frisou.

Na capital, as linhas de ônibus e metrô estarão funcionando em esquema especial. O vice-presidente da CUT esclareceu, ainda, que o comércio deve parar, principalmente pela paralisação dos meios de transporte. "Só vai sobrar o transporte particular para o trabalhador que muitas vezes não tem carteira assinada e recebe por comissão", disse, adicionando que o movimento é político por questionar uma ação do Congresso Nacional.

O Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos (Sintect) deflagrou na noite da quarta-feira (26) greve geral por tempo indeterminado. A decisão foi tomada em assembleia por volta das 19h, e já a partir das 22h as atividades foram paralisadas. 

De acordo com o secretário de imprensa do Sintect, Eliomar Moreira, a razão da mobilização está relacionada às pautas internas específicas. Ele explica que a categoria é contra a cobrança de mensalidade no plano de saúde, por mais segurança nas agências, mais contratação e, principalmente, contra a privatização. 

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Eliomar ressalta que a classe estará "ao lado dos demais trabalhadores na greve geral contra as reformas", se referindo à paralisação nacional que acontece na sexta-feira (28) contra a reforma trabalhista.

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O governo ficou animado com a aprovação da reforma trabalhista na noite desta quarta-feira (26), embora o placar mostre 12 votos a menos do que os 308 necessários para que as mudanças na Previdência passem pela Câmara. "Vamos em frente e agora com mais entusiasmo", disse o presidente Michel Temer, logo que a reforma trabalhista recebeu sinal verde.

Temer assistiu aos trechos finais da sessão na Câmara em seu gabinete, no Palácio do Planalto. Estava acompanhado dos ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) e Antônio Imbassahy (Secretaria de Governo), além do porta-voz Alexandre Parola e do secretário de Comunicação, Márcio de Freitas.

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"Consideramos o resultado de 296 votos muito bom, porque só faltam 12 para alcançar os 308. A disposição foi revigorada", afirmou Moreira Franco. "Foi um jogo de semifinal e agora vamos nos preparar para a final, que é a reforma da Previdência. Não precisávamos dos 308 votos hoje. Precisávamos de maioria simples e chegamos quase no quórum qualificado", completou o deputado federal Rodrigo da Rocha Loures (PMDB-PR), que até recentemente era assessor especial de Temer.

Depois da votação, ministros e líderes de partidos aliados telefonaram para o presidente, comemorando o resultado. Um deles foi o ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM). Temer também conversou com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Na avaliação do Palácio do Planalto, a aprovação da reforma trabalhista indicou que a base de sustentação do governo no Congresso - até agora muito dividida e exibindo traições - começa a se reagrupar.

Até mesmo a bancada do PSB, que havia fechado questão contra as reformas de Temer, não seguiu completamente a orientação partidária. Quatorze deputados do PSB aprovaram a reforma trabalhista e 16 ficaram contra. "No dia da votação da Previdência, teremos todos os votos necessários", afirmou o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).

Em nota pública assinada pelo procurador-geral do Trabalho, Ronaldo Curado Fleury, o Ministério Público do Trabalho (MPT) destacou que a greve geral marcada para a próxima sexta-feira (26), em todo o país, é um direito fundamental. “Assegurado pela Constituição Federal, bem por Tratados Internacionais de Direitos Humanos ratificados pelo Brasil”.

O texto enviado à imprensa, na noite desta quarta (26), salienta que competem aos trabalhadores “decidirem sobre a oportunidade de exercê-lo [greve] e sobre os interesses que devam por meio dele defender”.

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O MPT reiterou que a posição institucional é contra a reforma Trabalhista. “E contra as medidas de retirada e enfraquecimento de direitos fundamentais dos trabalhadores contidas no projeto de Lei que trata da denominada reforma Trabalhista, que violam gravemente a Constituição Federal de 1988 e Convenções Fundamentais da Organização Internacional do Trabalho”, diz outro trecho. 

O órgão afirmou que a greve geral é um “movimento justo e adequado” de resistência dos trabalhadores às reformas trabalhista e previdenciária “em trâmite açodado no Congresso Nacional, diante da ausência de consulta efetiva aos representantes dos trabalhadores”. O ministério ainda pontuou que o seu compromisso é com “a defesa dos direitos sociais e com a construção de uma sociedade livre, justa, solidária e menos desigual”.

Apesar da posição do MPT, em entrevista ao LeiaJá, o advogado trabalhista Leonardo Coelho alertou que o ato trata-se de uma paralisação nacional e não de uma greve. “Toda greve é uma paralisação, mas nem toda paralisação é uma greve. A greve pressupõe alguns pré-requisitos previsto na Lei de Greve, n° 7.783. Dentre eles, a realização de uma assembleia, previamente, da categoria e a comunicação formal também antecedente ao empregador. No entanto, como não houve assembleia para todas as categorias, nem todos os sindicatos patronais se pronunciaram de maneira formal, não vale. A ‘greve geral’ marcada para esta semana é uma paralisação”, explicou o advogado.

O deputado federal Tadeu Alencar (PSB) fez críticas duras, nesta quarta-feira (26), ao comentar sobre a reforma Trabalhista [PL 6787/16]. O socialista, que é contra o projeto de lei, disse que uma oportunidade de promover reformas construídas “em torno de um novo pacto social” está sendo desperdiçada. 

“O modelo proposto não garante esses objetivos. Não somos nós que queremos manter o Brasil no atraso, mas aqueles que, fruto de uma visão equivocada, acham que cassando direitos abre-se, como por milagre, a retomada do crescimento”, disparou Alencar.

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O parlamentar também disse que o debate foi superficial e que as mudanças podem causar danos profundos. “Não podemos permitir a perda de direitos duramente conquistados por gerações de brasileiros. A reforma trabalhista que queremos e que é necessária é aquela que estimula a geração de empregos, que moderniza as relações de trabalho, mas ao mesmo tempo garante a dignidade do trabalhador e suas conquistas”, enfatizou. 

Tadeu Alencar, sem minimizar nos julgamentos, disse que a proposta não recebeu o tratamento devido na Câmara dos Deputados. “Votarei contra a Reforma Trabalhista por dois motivos. Primeiro, por considerar que não houve um debate amplo com a sociedade sobre tema de tamanho relevo. Na própria Câmara dos Deputados, a proposta não recebeu o tratamento devido com a aceleração de sua tramitação, estimulada pelo Governo Federal, no velho estilo rolo compressor. Ou seja, quer-se promover a alteração de mais de uma centena de artigos da CLT a toque de caixa”, salientou. 

Sindicatos e movimentos sociais têm investido em ações contrárias às reformas da Previdência e trabalhista que estão em discussão na Câmara dos Deputados. A mais recente delas foi a divulgação de um panfleto com o número dos telefones dos gabinetes dos parlamentares pernambucanos e os emails oficiais. Segundo o Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol), a intenção é oferecer meios à população para pressionar os deputados. 

“Quando falamos que se trata de uma manifestação contra a reforma da previdência, o povo escuta, desabafa, pede material para distribuir... acredito que o trabalho de 'formiguinha' está funcionando e juntos, todos os trabalhadores, barraremos esse e outros retrocessos que estão sendo propostos", salientou o presidente do Sinpol, Áureo Cisneiros. 

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A ação faz parte do Acampamento Itinerante Contra o Retrocesso, organizado por entidades da segurança no estado. O grupo também tem aproveitado para convocar a população para participar da greve geral marcada para a próxima sexta-feira (28). Além da paralisação de diversos serviços públicos, como o rodoviário, sindicatos e movimentos que integram as Frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular vão realizar uma manifestação com concentração às 14h, na Praça do Derby, área Central do Recife.

A executiva nacional do PSB se reúne, nesta segunda-feira (24), para alinhar a postura que vai adotar diante das reformas da Previdência e trabalhista propostas pelo presidente Michel Temer (PSB) que está em tramitação na Câmara dos Deputados. O encontro será às 17h, na sede do partido em Brasília. Presidente nacional da legenda, Carlos Siqueira deve ouvir os membros da cúpula socialista e divulgar uma resolução com os rumos que os parlamentares devem tomar durante a análise das matérias.

Há uma tendência que o PSB se posicione contrário aos textos. A sinalização de afastamento do governo peemedebista foi dada, segundo o deputado Danilo Cabral, na votação do primeiro pedido de urgência para a tramitação da reforma trabalhista na semana passada, quando dos 30 deputados pessebista 19 votaram contra a proposta do governo. 

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“A pauta reformista do Governo Temer tem caráter essencialmente liberal, é frontalmente contra os princípios programáticos do PSB. Reformas do governo só olham o mercado e esquecem o povo”, avaliou o pernambucano propondo que o PSB feche questão contra as reformas

Quem comunga do mesmo pensamento de Cabral é o deputado Tadeu Alencar. Sob a ótica dele, o partido precisa “ter clareza” do papel na sociedade e das bandeiras que sempre defendeu. “Seria importante fazer algumas reformas, mas como estão sendo feitas numa extensão e dureza maior do que aquilo que defendemos não podemos concordar”, frisou. 

“Entretanto, sabemos que há divergências no partido, mas o PSB sempre tolerou, de modo democrático, as divergências internas, se não houver condição de fechar questão, o que eu acho que seria emblemático e importante, devemos prezar pela unidade do partido. Que o PSB pelo menos se manifeste contrário às propostas e deixe claro o respeito para quem quiser se posicionar favorável”, completou Alencar. 

Vinte e quatro horas após sofrer uma derrota em plenário, a base aliada na Câmara conseguiu aprovar o requerimento de urgência que dá celeridade à apreciação do projeto da reforma trabalhista. Embora os aliados afirmem que manterão a votação do texto na comissão especial na próxima semana, o requerimento aprovado abre brecha para que a votação seja feita diretamente no plenário.

Na terça-feira, 18, o requerimento teve o apoio de apenas 230 deputados, 163 votaram contra e apenas um parlamentar se absteve. Sem os 257 votos necessários, o requerimento foi rejeitado na noite anterior. Nesta quarta-feira, 19, foram 287 votos a favor e 144 contra. Os partidos de oposição e o Solidariedade, que integra a base governista, orientaram voto contra o requerimento. O PSB, também da base aliada, liberou a bancada a votar livremente.

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Inconformados com a derrota de ontem, líderes da base aliada passaram o dia articulando para garantir com que os deputados governistas dessem os votos necessários na nova votação. A leitura da votação anterior foi de que os parlamentares insatisfeitos com o governo "deram seu recado" ao derrotar o requerimento.

A oposição propôs que o novo requerimento fosse apresentado na semana que vem, mas os governistas - mesmo diante de um quórum baixo no início da votação - arriscaram. A votação dos destaques do projeto da recuperação fiscal dos Estados foi interrompida e o novo requerimento entrou na pauta.

A oposição reagiu com protestos e chegou a ocupar a mesa diretora para impedir o avanço da votação. O presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ) foi comparado a seu antecessor, o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que costumava repetir votações quando os projetos de seu interesse eram derrotados até que houvesse vitória de seu grupo em plenário.

"Não vamos aceitar o padrão Eduardo Cunha no plenário", disse o líder do PSOL, deputado Glauber Braga (RJ). Cartazes foram erguidos por opositores no plenário com os dizeres: "Cunha de novo não" e "Método Cunha não".

Com a pressa do governo em colocar a matéria em votação, a oposição teme que o projeto nem sequer passe pelo crivo da comissão especial. "É inaceitável que o plenário examine essa matéria de forma açodada", reclamou o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP). "Essa sessão é nula. Não havia condições regimentais para o presidente colocar em votação a mesma matéria", concordou Paulo Teixeira (PT-SP).

Coube ao líder do governo, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), cobrar "responsabilidade" dos parlamentares em votar as reformas propostas pelo governo, mesmo diante da crise política deflagrada pela Operação Lava Jato. Ele negou que o governo esteja propondo reformas "às escuras" e disse que a reforma em debate visava modernizar as relações de trabalho. "Essa reforma trabalhista tem a obrigação de fazer com que possamos aqui gerar competitividade", pregou.

Revoltado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), colocar em votação um requerimento de urgência para a tramitação da reforma trabalhista, na noite desta quarta (19), que acontece em menos de 24 horas da derrota de ontem, o senador Lindbergh Farias (PT), que se encontra na Casa, disse que o ato era de extrema irresponsabilidade. “Vamos tocar fogo neste país”, disparou. 

O petista fez a declaração se referindo a greve geral que está marcada para acontecer no próximo dia 28. Segundo ele, o protesto será um dos maiores dos últimos 30 anos. “Um golpe está sendo dado aqui, o que reforça a necessidade de uma grande mobilização para a greve geral para derrotar essas reformas. A resposta tem que ser essa. Não dá para aceitar”, afirmou. 

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O deputado Wadih Damous (PT) também mostrou sua indignação e chegou a ironizar ao comparar Maia com o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha. “Essa discussão tinha sido superada ontem. O que acontece é ao estilo de Eduardo Cunha. Parece que estou vendo ele aqui. Parece que saiu da prisão para presidir a sessão. É um golpe insano e suicida. Estão de mãos dadas com um golpista que não tem mais futuro na política” disse. 

“Estamos lutando, a bancada do PT, Psol, PCdoB e até da base governista que não estão chancelando esse golpe. Eles querem passar por cima de tudo e não vamos deixar”, avisou Damous. 

Em menos de 24 horas, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), na noite desta quarta-feira (19), tenta colocar  um requerimento de urgência para acelerar votação da reforma Trabalhista. Caso seja aprovado, não será possível pedir vista ou emendas à matéria. 

Diversos parlamentares, contra a reforma, estão realizando uma transmissão ao vivo direto da Casa ressaltando que o episódio é um “absurdo” e que o fato é “contra o regimento”. Alguns chegaram a afirmar que colocar o projeto em votação “era uma palhaçada”. 

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Nessa terça (18), o governo Temer e aliados tentaram adotar o regime de urgência, mas não obtiveram sucesso. O governo não conseguiu os 257 votos necessários para a aprovação da celeridade e conseguiu mobilizar somente 230 deputados favoráveis à urgência da matéria.

 

O Ministério Público do Trabalho (MPT) divulgou uma nota téncica pedindo a rejeição parcial do Projeto de Lei nº 6.787/2016, que trata da reforma trabalhista, na segunda-feira (17). A nota é assinada pelo procurador-geral do Trabalho, Ronaldo Fleury, e pede debates mais amplos acerca do tema.

“A aprovação de medidas que alteram substancialmente a legislação trabalhista sem que outras perspectivas sejam materialmente consideradas, em nada contribui para a construção de um ambiente de pacificação social no país. Nesse sentido, é importante recordar do preâmbulo da Constituição da Organização Internacional do Trabalho, quando afirma que “a paz para ser universal e duradoura deve assentar sobre a justiça social”, diz o documento.

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O texto também aponta aspectos que, de acordo com a análise do corpo técnico do MPT, trariam prejuízos ao trabalhador e ferem a Constituição Federal, como o fim da obrigatoriedade do imposto sindical, a flexibilização das formas de contratação, a terceirização irrestrita e a criação de uma categoria de trabalhadores autônomos que prestam serviços a empresas de forma fixa e exclusiva. Confira a nota na íntegra.

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Após o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), classificar como "tímida" a proposta de reforma trabalhista, o relator da proposta, Rogério Marinho (PSDB-RN), confirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que há espaço para que a Câmara costure uma mudança mais profunda na legislação. O deputado avalia que o texto proposto pelo governo é eficiente ao oferecer segurança jurídica aos acordos coletivos, mas é possível ir além para criar empregos. Entre essas medidas que serão incluídas no texto, a reforma deve oficializar os contratos intermitentes de trabalho.

Após a Comissão da Reforma da Previdência aprovar mais de 90 requerimentos para convidados interessados no debate sobre a reforma, o relator diz que ainda é momento de "ouvir as partes". Mesmo assim, já vê espaço para que a Câmara imprima sua marca na reforma e o foco do relator é a criação de empregos. "O projeto que veio do governo fornece a segurança jurídica necessária e a Câmara poderá ajudar ao criar possibilidades de emprego", afirmou. O tucano tem discurso alinhado com o do presidente Rodrigo Maia que defendeu que a Casa "precisa dar um passo além do projeto do governo".

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Propostas

Entre as medidas que deverão ser incluídas por Marinho, está a criação do contrato intermitente de trabalho. O parlamentar diz que "certamente" o tema é candidato a entrar no texto que sairá da Câmara para o Senado. No contrato intermitente, a empresa admite o funcionário e o aciona apenas quando necessário.

Exemplo clássico é um buffet que contrata o garçom, mas só o chama quando houver evento. Nos outros dias, o empregado não trabalha, mas também não recebe salário.

"Tem todo o setor de bares e restaurantes onde há uma dificuldade muito grande de se adequar à legislação existente. Essa jornada móvel ou contrato intermitente parece ser um instrumento importante para modernizar essa relação trabalhista", disse o relator, ao defender que a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) teve alguns ajustes ao longo do tempo, mas insuficientes para se adequar às rápidas mudanças do mercado de trabalho.

Saia-justa

O relator não quis entrar na polêmica sobre a Justiça Trabalhista - Maia disse que a instância "não deveria nem existir". No entanto, defende que a aprovação da reforma trabalhista deverá "reduzir esse ‘entulhamento’ na primeira instância da Justiça".

O argumento é que a mudança dará força aos acordos e convenções coletivas e, assim, deverá ser reduzido o número de questionamentos. Para Marinho, a homologação dos acordos coletivos poderia "ser o início do processo de desatravancar" a Justiça do Trabalho.

No calendário da Comissão de Reforma Trabalhista, as audiências deverão terminar em 10 ou 11 de abril.

"Depois disso, eu estarei em condições de apresentar o parecer. Não significa que teremos a votação imediata, mas acredito que se possa concluir o processo na segunda quinzena de abril ou no início de maio", disse o tucano. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O líder do PT na Câmara, Carlos Zarattini (SP), anunciou na manhã desta quinta-feira (9) que a bancada vai obstruir todas as votações na Casa em retaliação ao fato de o partido ter ficado fora do comando das comissões especiais das reformas da Previdência e Trabalhista. O petista reclamou da celeridade imposta na tramitação dos projetos e acusou os governistas de tentarem "atropelar" a oposição. "Querem aprovar as reformas a toque de caixa", protestou.

Em entrevista coletiva, Zarattini lembrou que há 22 Medidas Provisórias a serem analisadas e que não haverá disposição dos petistas para analisar as propostas. O petista contou que pleiteou a participação do PT no comando das duas comissões, mas que nunca conseguiu um acordo para integrar a cúpula dos colegiados. "Queremos participar das decisões da Casa", insistiu.

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O PT vai encaminhar nesta quinta-feira os representantes que vão integrar as comissões. O partido diz que não há problema em instalar os trabalhos nesta data, mas avisa que fará tudo para impedir a tramitação sem o debate aprofundado das propostas que, na avaliação de Zarattini, "suprime direitos".

Pressa

Na própria base governista há quem conteste o ritmo da tramitação das propostas. Pela regra interna, as comissões devem concluir seus trabalhos em 40 sessões, mas os governistas querem votá-las a partir da 11ª sessão.

O líder do PPS, Arnaldo Jordy (PA), acredita que devido a complexidade dos temas e a necessidade de se corrigir distorções no sistema previdenciário, o debate deveria se estender por todo ano. Assim, o prazo de concluir as votações no Congresso ainda no primeiro semestre seria irreal. "Esse prazo é impossível", declarou o líder.

O Ministério Público do Trabalho (MPT) afirmou nesta terça-feira (24) que são "inconstitucionais" as mudanças na legislação trabalhista propostas pelo governo federal, que tramitam no Congresso. O estudo, elaborado por 12 procuradores do Trabalho, pede a rejeição por completo de dois projetos de lei e a alteração na redação de outros dois.

Para os procuradores, as mudanças contrariam a Constituição Federal e as convenções internacionais firmadas pelo Brasil. Além de gerarem insegurança jurídica, têm impacto negativo na geração de empregos e fragilizam o mercado interno.

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Ao final da reunião do MPT com centrais sindicais, associações que atuam no âmbito da Justiça do Trabalho e outras entidades, os integrantes assinaram um documento, intitulado "Carta em defesa dos direitos sociais". O texto de duas páginas teve, segundo o MPT, a assinatura de 28 entidades, entre elas, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Força Sindical e a Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho (Anamatra).

O texto diz que "é da maior importância que as propostas não tramitem sem que seja promovido um grande e profundo debate com toda a sociedade". Segundo o documento, todas as entidades concordaram que não pode haver discussão em regime de urgência dessas propostas. "Foi deliberado que haja uma prévia discussão à tramitação destas propostas", afirmou o procurador-geral do trabalho, Ronaldo Fleury.

Outra resolução da reunião foi a criação do Fórum de Defesa do Direito do Trabalho. "Se há necessidade ou não de alteração da CLT, que haja efetiva participação da sociedade nessas discussões. O fórum está sendo criado hoje e a partir daí a ideia é que possamos discutir com o governo, o Legislativo e o Judiciário sobre as reformas", afirmou.

O procurador-geral do Trabalho disse também que "o intuito não é qualquer atuação político-partidária, mas, sim, a atuação na defesa dos direitos sociais e na defesa dos direitos dos trabalhadores".

As quatro notas técnicas que compõem o estudo do MPT abordam a prevalência do negociado sobre o legislado, a flexibilização da jornada, o regime de tempo parcial, a representação de trabalhadores no local de trabalho, a terceirização da atividade-fim, o trabalho temporário e a jornada intermitente. Segundo o texto dos procuradores, tudo isso está sendo "imposto de forma a provocar um grande desequilíbrio nas relações entre empregados e empregadores no país".

Os dois projetos que os 12 membros do MPT querem ver descartados são o PL 6787/2016, que, segundo os procuradores, impõe a prevalência do negociado sobre o legislado, e do PLS 218/2016, que permite a terceirização da atividade-fim por meio do chamado "contrato de trabalho intermitente". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Tribunal Regional do Trabalho do Distrito Federal tem ao menos cinco processos trabalhistas contra o Bar e Restaurante do Alemão de Brasília, que foi de propriedade do candidato Celso Russomanno (PRB). Os funcionários cobram dívidas trabalhistas em causas que ainda estão em andamento.

As ações foram propostas a partir de agosto deste ano, mês em que o bar fechou. Entretanto, três dos cinco processos ainda não tiveram nem sequer a primeira audiência de conciliação porque os oficiais de Justiça não conseguem localizar representantes legais do estabelecimento: os requerimentos voltam com a informação de que o requerido, o bar, "mudou-se", segundo os despachos do processo.

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A dificuldade na localização dos representantes do bar que pertencia ao candidato já fez com que em um dos processos, da 15.ª Vara do Trabalho de Brasília, o juiz Aldrey Choucair Vaz notificasse os requeridos por meio de edital público. O despacho é do dia 1.º deste mês.

Os valores das ações não são de acesso público no TRT. Entre os assuntos dos processos, entretanto, é possível saber o teor das reclamações: atraso no pagamento de verbas rescisórias, adicional de horas extras, aviso prévio, entre outros.

Em entrevista na quinta-feira, 22, à Rádio Bandeirantes, Russomanno afirmou que pagou todos os funcionários do bar, que foi despejado após acumular dívidas.

Ao jornal O Estado de S. Paulo, o garçom Gledis Nei, um dos autores das ações contra o bar, disse que até gorjetas deixaram de ser pagas. "Eu trabalhei lá durante seis anos. Praticamente morava lá dentro e até agora não recebi nada de rescisão. Me devem até gorjeta", disse o funcionário.

"Esses que entraram na Justiça do Trabalho não quiseram esperar o pagamento. Se eles quiserem que eu pague, eles retiram a ação e eu pago sem problema nenhum", disse o candidato. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após uma reunião com o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e com representantes empresariais e de trabalhadores do setor de prestação de serviços, no Palácio do Planalto, o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, disse que veio mostrar ao governo a necessidade de definição do conceito de terceirização.

Segundo Afif, as micro e pequenas empresas são "altamente interessadas" na regulamentação e modernização da legislação trabalhista. "Terceirização é um fato de geração de emprego e, por favor, não venham me dizer que é precarização de emprego. A precarização é a falta de emprego", afirmou.

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De acordo com Afif, Padilha não fez promessas e apenas ouviu os argumentos e demandas do setor. O ministro ficou ainda de levar a demanda ao presidente Michel Temer.

Fontes do governo, entretanto, dizem que o governo já decidiu adiar os debates relacionados à Reforma Trabalhista para o ano que vem. O foco do governo nestes primeiros meses de efetividade é a PEC do teto dos gastos e a Reforma da Previdência. A avaliação de interlocutores do Planalto é de que o tema seja deixado para depois para evitar um desgaste maior.

Segundo uma fonte do Planalto, a ideia no momento em relação à reforma trabalhista é usar os projetos já em andamento no Congresso. Ou seja, diferente da Reforma da Previdência, que o projeto será formulado pelo governo, no caso da trabalhista a ideia é que o governo não seja o formulador da proposta.

Pela terceira noite consecutiva, grupos de manifestantes ocuparam a Place de la République de Paris para fazer oposição a uma polêmica reforma do direito trabalhista, mas foram desalojados pela polícia na madrugada de domingo.

O movimento, chamado "Nuit debout" ("Noite de pé"), teve início com as concentrações da última quinta-feira, convocadas por sindicatos e organizações estudantis para pedir a retirada do projeto de lei sobre o trabalho do governo socialista francês. Contudo, o movimento - com a hashtag #NuitDebout nas redes sociais - tem outras reivindicações políticas ou sociais.

Numerosos participantes o consideram o nascimento de um fenômeno informal, como os movimentos "Occupy" ou os "Indignados" da Puerta del Sol, realizado em Madri em 2011, para denunciar a austeridade e a corrupção. Durante a madrugada, a polícia desalojou dezenas de manifestantes que ainda estavam na praça.

"Mais uma vez, a polícia para 'limpar'", tuitou a conta @nuitdebout. "Isto não irá parar nosso movimento", complementou. A maioria das centenas de manifestantes que haviam ocupado a praça na noite de sábado era constituída por jovens. Alguns estavam ali para protestar contra a lei trabalhista e outros para criticar a atuação do governo em relação à segurança, depois do atentados extremistas na capital do país.

Alguns denunciaram a violência policial durante as manifestações contra a lei trabalhista. Na praça, haviam barracas e inclusive um palco. Entre as árvores, foram colocadas lonas. Não haviam organizadores, mas comissões de ação, comunicação e intendência criadas apressadamente. Também estava um grupo de voluntários preparando lanches.

"Temos que abandonar a ideia de estruturar um movimento, senão deixa de ser um movimento", gritava com um megafone, na noite de sábado, o manifestante Michel, aplaudido pela multidão sob a chuva. "Descentralizamos e dissemos tudo na assembleia geral, somos centenas de pessoas que tiveram que trabalhar juntas de um dia para o outro", declarou Cassien, de 24 anos.

Killian, de 20 anos, estudante de produção audiovisual, vinha pela terceira vez à Place de la République. Ele acredita que o "Nuit debout" se transformou em um movimento como o "Occupy" de outros países e sonha com uma revolução.

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