Tópicos | Antônio Patriota

O ex-ministro das Relações Exteriores Antonio Patriota passou sua última manhã no cargo trabalhando em um discurso. Em meio à crise causada pela fuga do senador boliviano Roger Pinto Molina da embaixada em La Paz, organizada à revelia do Itamaraty, o clima no ministério era péssimo. Patriota, no entanto, levou adiante suas atividades como nada de extraordinário fosse acontecer. O ministro, no entanto, já sabia que sua reunião com a presidente Dilma Rousseff, no final da tarde, encerraria sua temporada como chanceler. Foi tempo suficiente para pedir ao embaixador brasileiro nas Nações Unidas - agora futuro ministro - Luiz Alberto Figueiredo - para voltar ao Brasil.

Patriota foi para o Palácio do Planalto às 18h desta segunda-feira (26). De lá, saiu sem o cargo. Aos assessores mais próximos, que reuniu em seu gabinete para uma rápida despedida, disse que tomou a decisão para preservar a instituição. Diplomata não apenas de carreira, mas de família, o embaixador teve sempre entre suas principais características a "excessiva diplomacia", que por vezes se traduzia em uma aparente inação.

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Em meio a assessores emocionados, Patriota manteve a tranquilidade. Recebeu bem a ideia de ser o chefe da missão brasileira nas Nações Unidas no lugar de Figueiredo, já que sua área preferida na diplomacia é justamente a de negociações multilaterais. Por volta das 20h30, o ex-ministro chegou na residência oficial, na Península dos Ministros. Avisou à segurança que iria descansar e não falaria com ninguém. Nenhuma visita chegou até 22 horas.

Patriota sai antes do final do primeiro mandato de Dilma Rousseff mas, mesmo se tivesse ficado, não seria por mais tempo. O ministro já havia informado a vários interlocutores que não ficaria para um eventual segundo mandato. O desgastes na relação sempre tumultuada com a presidente já estava chegando a seu limite, mesmo antes da crise boliviana.

A relação entre o ex-chanceler Antonio Patriota e a presidente Dilma Rousseff nunca foi tranquila. Secretário-geral sob Celso Amorim, Patriota foi indicado à presidente pelo atual ministro da Defesa. Dilma, que nunca teve muito apreço pela diplomacia, gostou do perfil discreto e contido do embaixador mas, em pouco mais de dois anos e meio, não foram poucas as vezes em que entrou em crise com seu chanceler.

A maior delas possivelmente foi a entrada da Venezuela no Mercosul, feita à revelia do Itamaraty. Apesar de concordar com a suspensão do Paraguai, Patriota foi contrário a que se usasse a suspensão para incorporar os venezuelanos. Dilma, no entanto, conseguiu um parecer da Advocacia Geral da União e mandou tocar adiante a operação. O ministro passou meses defendendo uma ação que desaprovava nos bastidores da diplomacia.

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Durante a Rio+20, a presidente e o chanceler tiveram outro atrito. Apesar de ser a anfitriã, Dilma, que estava na reunião do G20, no México, não queria fazer o discurso de abertura do encontro no Rio. Auxiliares próximos puderam ouvir a discussão dos dois, por telefone. A presidente terminou por discursar.

Outra crise aconteceu pouco depois do início da guerra civil na Síria. A delegação brasileira havia sido a principal negociadora de uma nota mais dura - "com dentes", como disseram alguns diplomatas - mas, antes de aprovar a votação, a presidente quis saber como votariam os demais membros do Conselho de Segurança. Ao saber que não havia unanimidade, mandou a missão brasileira se abster, o que causou enorme irritação entre os diplomatas.

Há cerca de um ano, Patriota era dado como "demitido" por auxiliares da presidente. Pouco afeita às firulas da diplomacia, a presidente se irritava com questões levadas pelo chanceler e via pouca utilidade em algumas das viagens que Patriota insistia que ela fizesse. Ainda assim, tinha dificuldades de encontrar um substituto.

Políticos usaram o Twitter para comentar a saída de Antonio Patriota do Ministério das Relações Exteriores. Em sua conta na rede social, o senador Delcídio Amaral (PT-MS) classificou o episódio envolvendo a fuga do senador boliviano Roger Pinto Molina para o Brasil como "trapalhada" da diplomacia brasileira. "Depois da trapalhada, alguém tinha que 'dançar', né?", comentou o petista.

O tucano Xico Graziano revelou ter gostado da nomeação de Luiz Alberto Figueiredo Machado para o lugar de Patriota. "Sai Patriota, entra Figueiredo. Gostei da troca. O novo chanceler é competente, educado, não ideológico, ligado na sustentabilidade", resumiu.

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O deputado Roberto Freire (PPS-SP) não demonstrou surpresa com a saída de Patriota. "Há tempos que ele estava para ser demitido. Ela (Dilma) aproveitou o desmantelo do Itamaraty no episódio do asilo dado ao boliviano", afirmou.

Desgastado com a operação de "resgate" do senador boliviano Roger Pinto que provocou uma crise diplomática com a Bolívia, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, foi obrigado nesta segunda-feira a pedir demissão. A conversa entre a presidente e o ministro foi rápida, no Palácio do Planalto.

A irritação da presidente Dilma era maior porque a quebra da hierarquia de Saboia não se resumia à operação da madrugada de domingo, 25. Há seis meses, o governo da Bolívia havia feito proposta ao governo brasileiro de que senador boliviano fosse levado de carro até a fronteira com o Brasil e deixado lá, "sem que fosse de conhecimento" do governo local. O senador teria de percorrer 1600 km, durante 22 horas, de carro, até chegar à fronteira brasileira tornando a sua liberdade um fato consumado.

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Ao tomar conhecimento desta proposta, a presidente Dilma disse que não concordava. Na época, a presidente Dilma reagiu avisando que, se acontecesse alguma coisa com o senador, neste longo trajeto, um acidente, ou qualquer coisa, o governo brasileiro seria responsável, já que era o Estado brasileiro era o guardião da sua segurança e da sua vida. Dilma insistiu que a vida do senador não poderia ser colocada em risco.

Portanto, reiterava Dilma, havia uma clara determinação da presidente da República de que não fosse feito o trajeto de carro com o senador, por causa do risco e da responsabilidade e, apesar da ordem dada, o embaixador interino do Brasil em La Paz, Eduardo Saboia, a desafiou e montou a operação de fuga de Roger Pinto. Para Dilma, ao decidir pela operação, Eduardo Saboia assumiu o risco e deve responder por isso.

Dilma já havia conversado com Patriota e determinado que ele cancelasse sua viagem à Finlândia e permanecesse no Brasil para resolver este problema. A presidente estava "inconformada" com o episódio e com a quebra de hierarquia e queria saber exatamente quem sabia da operação idealizada por Saboia. Por isso, convocou no início da tarde desta segunda ao Planalto, os ministros da Defesa, Celso Amorim, a quem estavam subordinados os fuzileiros que fizeram a segurança do senador boliviano e às Forças Armadas, e da Justiça, José Eduardo Cardozo, a quem a Polícia Federal está subordinada. Queria saber se eles sabiam da operação.

Posse

A posse do novo ministro Luiz Alberto Figueiredo, atual representante do Brasil junto às Nações Unidas, deverá ocorrer na quarta-feira, 28, já que ele desembarca no Brasil nesta terça-feira, 27. Dilma distribuiu nota oficial informando que "aceitou" o pedido de demissão de Patriota e agradecendo a sua "dedicação e empenho nos mais de dois anos que permaneceu no cargo" e anunciou sua indicação para a Missão do Brasil na ONU. Luiz Figueiredo já acompanha a presidente Dilma na próxima sexta feira, 30, na reunião da Unasul, em Paramaribo. Dilma Rousseff não telefonou para Evo Morales. Deve encontrá-lo apenas na reunião da Unasul.

Eduardo Saboia será submetido a um processo administrativo e deverá ser "severamente" punido, segundo fontes do Palácio, pelo que a presidente Dilma está chamando de "grave quebra de hierarquia". A saída de Patriota, com quem Dilma já se desgastara, precipita a reforma ministerial programada para o fim do ano.

Membros da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados se surpreenderam com a demissão do ministro Antonio Patriota na noite desta segunda-feira, 26. Parlamentares governistas e da oposição lamentaram a saída dele em função do episódio envolvendo a fuga do senador boliviano Roger Pinto Molina para o Brasil.

Para o deputado Mendes Thame (PSDB-SP), Patriota conseguiu manter um equilíbrio entre a ideologia política do governo e a tradição da diplomacia brasileira enquanto esteve à frente do Ministério de Relações Exteriores. "É lamentável. Patriota fez tudo que o que poderia para evitar excessos e a politização do Itamaraty", disse o deputado. Na opinião do tucano, Patriota conseguiu "amenizar tendências".

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O deputado não fez objeções ao nome de Luiz Alberto Figueiredo, que, segundo ele, teria feito um bom trabalho liderando a diplomacia brasileira na área de mudanças climáticas. "A nossa expectativa é de que ele dê o equilíbrio necessário ao Ministério de Relações Exteriores", comentou Thame.

Para a deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), Figueiredo foi "compensado" pela presidente Dilma Rousseff por seu trabalho na área. "Que bom que é Figueiredo", comemorou. Perpétua, que teve uma reunião mais cedo com Patriota para tratar da questão boliviana, classificou a decisão da presidente Dilma como "rápida" e disse que o Palácio do Planalto tentou sinalizar para o governo boliviano que não gostaria de ter encerrado o caso dessa forma.

De acordo com Perpétua, havia uma situação de "estresse" permanente na Embaixada em La Paz com a presença do senador, que ameaçou se suicidar em outras ocasiões. "Senti um nível de estresse muito grande por parte dos nossos funcionários", revelou a deputada, que esteve algumas vezes na Bolívia como representante do Parlamento brasileiro. A deputada acredita que o governo brasileiro "demorou muito" para dar uma solução ao problema. "Quinze meses é muito para tomar uma decisão", opinou. "O (Eduardo) Saboia (chefe interino da Embaixada) não tinha outra alternativa e ele arriscou a própria vida", defendeu.

Perpétua disse que Patriota sempre se mostrou disposto a ouvir os parlamentares, mas sinalizou que a relação entre o ministro e a presidente Dilma estava desgastada. "A gente sabia que tinham situações delicadas ali", comentou. "A presidente Dilma queria mais agilidade nas ações. Era o que a gente percebia", emendou.

Brasília –  A presidenta Dilma Rousseff aceitou o pedido de demissão do ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota. O representante do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU), embaixador Luiz Alberto Figueiredo irá assumir o cargo.

Em nota à imprensa, a presidenta Dilma Rousseff anunciou a indicação de Patriota para a Missão do Brasil na ONU e agradeceu a atuação do ex-ministro "nos mais de dois anos que permaneceu no cargo".

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Nesta tarde, a presidenta se reuniu com Antonio Patriota, no Palácio do Planalto, por cerca de 50 minutos.

A saída de Patriota ocorreu após o senador boliviano Roger Pinto Molina, que ficou abrigado por 15 meses na embaixada brasileira na Bolívia, ter vindo para o Brasil.

A decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) de ordenar, ao Itamaraty, a limitação dos salários pagos a diplomatas e outros servidores no exterior ao teto do funcionalismo público (R$ 28 mil) não causa desconforto ao Ministério da Relações Exteriores, na avaliação do titular da Pasta, Antonio Patriota.

"Pelo contrário, nos dá segurança de que agora estaremos dentro das melhores práticas, segundo o carimbo do TCU", afirmou Patriota nesta quinta-feira, após evento na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ).

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Segundo Patriota, a decisão do TCU "afetará 12 ou 13 salários apenas". "Inclusive de vários diplomatas que estão prestes a se aposentar", completou Patriota, para quem a determinação faz parte de um diálogo entre o ministério e o tribunal sobre práticas administrativas. "O Itamaraty quer ser campeão da transparência, da implementação da Lei de Acesso da Informação e das boas práticas governamentais", reforçou.

O ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, minimizou o caso de espionagem revelada no fim de semana pela revista Época. De acordo com a reportagem, os Estados Unidos espionaram integrantes do Conselho de Segurança da ONU, entre eles o Brasil, para saber como seriam seus votos em uma sessão sobre sanções ao Irã, em 2010.

"Não chega a ser um segredo que exija um aparato de alta sofisticação você descobrir como é que um país vai votar no conselho de segurança. Por uma ação diplomática perfeitamente lícita e permitida - e que é mesmo da essência do nosso trabalho como diplomata -, você pode muito bem através de contatos com diferentes missões, interlocutores, (como) jornalistas entre outros, ficar sabendo qual é mais ou menos a orientação de cada país", afirmou o ministro nesta segunda-feira, após encontro com a ministra dos Negócios Estrangeiros e Integração Regional da República de Gana, Hanna Tetteh.

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Patriota disse que esse tipo de suspeita é recorrente e lembrou de 2003, quando houve a intervenção militar no Iraque. "Surgiram várias notícias falando de espionagem nas missões do México e do Chile, que eram membros não permanentes do Conselho de Segurança naquela época."

Para o ministro, o caso é passado e há outras prioridades sobre o assunto com a qual o País precisa lidar no momento. "Estamos tratando de outros assuntos que nos preocupam de uma maneira mais direta. Porque tem a ver com práticas que aparentemente estão ocorrendo enquanto nós conversamos aqui", afirmou, referindo-se à prática de espionagem revelada no início do mês pelo jornal O Globo, segundo a qual os Estados Unidos têm monitorado atividades realizadas pela internet.

O ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, se encontrará com o secretário de Estado, John Kerry, no dia 20, em Washington. Ambos vão tratar de questões de interesse comum aos Estados Unidos e ao Brasil, como a guerra Civil da Síria, e detalhar a visita oficial da presidente Dilma Rousseff a seu colega Barack Obama, programada para outubro.

Kerry pretendia encontrar-se com Patriota no Brasil, como gesto do interesse americano em aprofundar as relações bilaterais. Mas as duas tentativas anteriores foram canceladas por causa de compromissos urgentes e imprevistos de Kerry no exterior. Em seu lugar, o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, enfatizará a disposição de seu país de estabelecer uma aliança mais densa com o Brasil nas áreas de energia, de segurança alimentar e de comércio. Biden visitará o Rio de Janeiro e Brasília entre os próximos dias 28 e 31.

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Até esta quarta-feira, a Casa Branca não confirmava a visita oficial de Dilma em outubro, seguindo o protocolo de não anunciar eventos como esse com mais de 60 dias de antecipação. O Itamaraty já confirmou o encontro em Washington. Ainda não está definida a data precisa e se Dilma será recebida com as honras de visitante de Estado, que envolveria sua visita também ao Legislativo e ao Judiciário e ser recebida em jantar de gala por Obama na Casa Branca. Essas questões devem ser abordadas na conversa entre Patriota e Kerry.

O ministro de Relações Exteriores, Antônio Patriota, afirmou nesta terça-feira que o Itamaraty trabalhou, intensamente, pela candidatura do embaixador brasileiro Roberto Azevêdo, eleito novo diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC). "Essa é uma vitória do Brasil e também uma vitória pessoal de Azevêdo", afirmou.

Patriota disse que um dos aspectos mais relevantes da candidatura dele é o fato de que recebeu apoio de países de todas as partes do mundo. "A vitória é inequívoca em termos numéricos", disse, sem revelar, no entanto, o placar da disputa. Segundo o ministro, mesmo os países que votaram no candidato mexicano, Herminio Blanco, já deixaram claro que não se opunham à formação de um consenso.

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Um dia após a explosão de duas bombas ter matado pelo menos três pessoas nos Estados Unidos, depois de a mesmas terem explodido a poucos metros da linha de chegada da Maratona de Boston, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse nesta terça-feira que o Brasil está tomando as providências necessárias para garantir a segurança na Copa do Mundo de 2014 e nos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016.

"A presidenta (Dilma Rousseff) ontem (segunda) manifestou seu repúdio a um ato que, sem dúvida, é um ato hediondo e que não pode deixar de nos sensibilizar também na medida em que vitimiza desportistas e pessoas que estavam acompanhando uma maratona. Nos solidarizamos nesse momento com o governo e o povo americano", afirmou Patriota a jornalistas, antes de participar de seminário no Palácio do Planalto.

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"Estamos em contato com o consulado em Boston e a informação que temos é de que não há brasileiros entre vítimas e feridos graves. Uma brasileira teve ferimentos leves, é a informação que tenho até agora", disse.

De acordo com o ministro, o Brasil está "tomando providências necessárias" e "temos confiança de que serão providências que garantirão a segurança dos eventos (Copa do Mundo e Jogos Olímpicos)". "Também acho muito importante acompanhar agora a apuração para sabermos exatamente qual foi a natureza e a motivação por trás desse ato hediondo. Nós estamos vendo que várias outras cidades americanas estão reforçando sua segurança e é óbvio que um ato como esse não pode deixar de despertar preocupação das autoridades que zelam pela segurança do país", afirmou o ministro.

Na noite de segunda-feira, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República divulgou nota em que a presidente Dilma Rousseff manifesta "seu repúdio a esse ato insano de violência e sua solidariedade, em nome de todos os brasileiros, às vítimas e suas famílias".

Os presidentes Evo Morales (Bolívia), José Pepe Mujica (Uruguai) e Cristina Kirchner (Argentina) chegaram nesta quarta-feira (6) a Caracas, capital venezuelana, para o velório e enterro do presidente da Venezuela, Hugo Chávez. A presidenta Dilma Rousseff e o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, devem viajar nesta quinta (7) à tarde para a Venezuela. O enterro de Chávez está marcado para sexta-feira (8) às 10h.

Os presidentes Sebastián Piñera (Chile) e Rafael Correa (Equador) também devem viajar para Caracas para prestar as últimas homenagens a Chávez.

Sete países decretaram luto oficial pela morte do presidente da Venezuela. Além do Brasil, estão em luto a Argentina, Cuba, o Uruguai, o Equador, a Bolívia e o Irã. No caso do Brasil, o luto é de três dias a partir de hoje. Os governos da Nicarágua, da Colômbia, do México, da Irlanda, da Guatemala, de Portugal e da Espanha fizeram pronunciamentos oficiais.

Chávez morreu às 16h47 (horário de Caracas) de ontem, aos 58 anos, na capital Venezuela, vítima de complicações de um câncer na região pélvica. Em dezembro do ano passado, ele foi submetido à quarta cirurgia para a retirada de um tumor maligno. As últimas imagens de Chávez, divulgadas há duas semanas pelo governo, foram fotografias ao lado das duas filhas no hospital em Cuba, onde ele fazia um tratamento contra o câncer.

O anúncio da morte de Chávez foi feito pelo vice-presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão, na tarde de ontem. Chávez morreu às 16h47 (18h47 horário de Brasília), após apresentar dificuldades respiratórias e ser submetido a sessões de quimioterapia.

O arquiteto Oscar Niemeyer, que morreu aos 104 anos, foi nomeado nesta quinta-feira “Cidadão Ilustre do Mercosul” pelos chanceleres do bloco, reunidos em Brasília, sua obra-prima, informou o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Antonio Patriota.

A reunião de chanceleres anterior à cúpula presidencial de sexta-feira começou com um minuto de silêncio em homenagem a Niemeyer, que morreu na quarta-feira à noite, explicou Patriota.

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Os representantes de Argentina, Brasil, Uruguai e Venezuela, novo Estado membro pleno do grupo, decidiram agraciá-lo com o título porque Niemeyer "foi um gênio brasileiro, latino-americano e do Mercosul", disse Patriota.

A decisão foi tomada em um dos mais emblemáticos edifícios públicos criados por Niemeyer na capital, a sede da Chancelaria, a poucos metros de onde está sendo velado seu corpo, no Palácio do Planalto.

Participaram da reunião o chanceler brasileiro e seus homólogos Héctor Timerman, da Argentina, e Luis Almagro, do Uruguai, além da vice-ministra venezuelana para a América Latina, Verónica Guerrero.

O Paraguai está suspenso do bloco desde junho, após a destituição do ex-presidente Fernando Lugo pelo Congresso.

Pela terceira vez, o ministro das Relações Exteriores da Angola, Georges Chikoti, veio ao Brasil para participar de reuniões com o ministro brasileiro Antonio Patriota. A intenção do encontro é intensificar as parcerias estratégicas entre os dois países.

Chikoti está em Brasília nesta terça (13) e quarta (14). Os chanceleres tratarão das cooperações nas áreas de educação, saúde, cultura, agricultura, defesa, tecnologia da informação, combate a ilícitos transnacionais e assuntos migratórios e consulares. Também será abordada a situação política na Guiné-Bissau, assim como assuntos relacionados à próxima reunião de Cúpula do Mecanismo ASA e a revitalização da Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul (Zopacas, atualmente presidida por Angola).

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Os interesses econômicos também serão discutidos. Empresas brasileiras de construção civil e recursos minerais e energéticos estão entre os maiores investidores externos em Angola. O comércio bilateral evoluiu de forma significativa nos últimos dez anos, com crescimento de 716% de 2002 a 2011, passando de US$ 211 milhões a US$ 1,51 bilhão.

A parceria estratégica entre os dois países foi estabelecida em 2010 pela presidente Dilma Rousseff e pelo presidente angolano José Eduardo dos Santos.

Na próxima segunda-feira (5), o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, embarcará para a Colômbia para uma reunião com a ministra colombiana María Ángela Holguín Cuéllar. Entre os assuntos a serem tratados estão a cooperação educacional, processos de integração regional, ciência e tecnologia e meio ambiente, além de um trabalho conjunto para a segurança na fronteira entre os dois países.

Do ponto de vista econômico, a Colômbia representa uma parceira estratégica para o Brasil, com intercâmbio que passa de US$ 3,9 bilhões, um aumento de 430% entre 2002 e 2011. O Brasil exporta especialmente produtos manufaturados. Até setembro deste ano, o Brasil exportou US$ 1,9 bilhões para a Colômbia e importou cerca de US$ 1 bilhão.

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Nesta terça (23) e quarta (24), o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, estará em Washington, nos Estados Unidos, para tratar sobre a parceria entre os dois países. Já na quinta (25), ele irá a Ottawa, no Canadá, para um diálogo sobre acordos estratégicos.

Nos EUA, o ministro terá uma reunião de trabalho com a secretária de Estado Hillary Clinton, com a secretária do Departamento de Segurança Interna Janet Napolitano e com o conselheiro de Segurança Nacional, Thomas Donilon. Os embaixadores Edileuza Reis e Paulo Cordeiro também terão encontros com autoridades americanas para conversas temáticas sobre África, Ásia e Oriente Médio.
 
Em 2011, as exportações brasileiras para os Estados Unidos cresceram 33,7% em relação a 2010, somando US$ 25,8 bilhões. O país manteve-se como segundo destino das exportações brasileiras, com participação de 10,1%. Os Estados Unidos são o segundo mercado para as manufaturas brasileiras, com vendas que somaram US$ 11,7 bilhões em 2011, equivalentes a 45,3% da pauta. Os Estados Unidos têm o maior estoque de Investimentos Estrangeiros Diretos (IEDs) no Brasil, somando US$ 104 bilhões em 2010, dos quais cerca de metade (US$ 55,4 bilhões) ingressaram no Brasil entre 2001 e 2011, segundo o Banco Central do Brasil.

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No Canadá, Patriota tratará sobre a cooperação bilateral em áreas como ciência, tecnologia e inovação, energia, educação, defesa e cooperação humanitária.

De 2007 a 2011, o intercâmbio comercial bilateral entre Brasil e Canadá cresceu em média 13,2% ao ano. Em 2011, os fluxos de comércio alcançaram US$ 6,7 bilhões, crescimento de 32,7% em relação a 2010. O intercâmbio de investimentos diretos entre o Brasil e o Canadá apresentou grande crescimento de 2010 para 2011. Enquanto os ingressos de investimentos canadenses no Brasil totalizaram, em 2011, US$ 1,78 bilhão (+ 138%), os investimentos brasileiros diretos no Canadá somaram US$ 1,33 bilhão, em comparação com apenas US$ 12 milhões em 2010.

Essa agenda internacional integra o Diálogo de Parceria Global (DPG), criando em 2010, para conferir maior impulso político a iniciativas conjuntas nas áreas de educação, ciência e tecnologia e inovação, inclusão social e luta contra a discriminação.

No domingo (14) e na segunda-feira (15), o ministro da Relações Exteriores, Antonio Patriota, visitará Israel e a Palestina. Os encontros serão uma oportunidade para tratar de interesses bilaterais e do processo de paz israelo-palestino.

Em Israel, Patriota será recebido pela presidente Shimon Peres e pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Ele também terá reuniões com o ministro de Inteligência e Energia Atômica, Dan Meridor, e com o ministro de Ciência e Tecnologia, Daniel Hershkowitz. Essas áreas tem permitido a ampliação da cooperação entre os países.

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As relações econômicas entre Brasil e Israel cresceram nos últimos anos, especialmente depois do Acordo de Livre Comércio MERCOSUL-Israel, em vigor para o Brasil desde 2010. Entre 2002 e 2011, o intercâmbio comercial aumentou 215%, passando de US$ 445 milhões para US$ 1,4 bilhão.

Na Palestina, Patriota será recebido pelo presidente Mahmoud Abbas e pelo primeiro-ministro Salam Fayyad, para tratar sobre projetos de cooperação em áreas como saúde, urbanismo e agricultura. Ele também terá encontro com o negociador-chefe da Organização para Libertação da Palestina, Saeb Erekat.

As relações econômicas entre Brasil e Palestina têm potencial de crescimento, com intercâmbio comercial de US$ 15,8 milhões em 2011 (primeiro ano de registro) e US$ 10,6 milhões no primeiro semestre de 2012. O Acordo de Livre Comércio MERCOSUL-Palestina, firmado em 2011, possibilitará o fortalecimento dessas relações.

A presidente Dilma Rousseff recebeu, na manhã desta quinta-feira (20), as cartas credenciais de 18 embaixadores que passam a assumir oficialmente a representação diplomática dos seus países no Brasil. A cerimônia foi realizada no Ministério das Relações Exteriores, o Itamaraty, em Brasília, e também contou com a presença do ministro Antonio Patriota.

Tomaram posse os embaixadores do Vaticano, África do Sul, Portugal, Paquistão, Espanha, Romênia, Ucrânia, Jamaica, Eslováquia, Zâmbia, Myanmar, Emirados Árabes Unidos, Guatemala, Coreia do Sul, Bolívia, Omã, Áustria e Noruega.

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Ao admitir que a empresa norte-americana Chevron tem dificuldades em atuar na exploração de petróleo em águas profundas, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, disse hoje (16) que o Brasil e os Estados Unidos devem manter a parceria na área. Segundo ela, há desafios que devem ser superados, mas que não podem impedir as negociações.



“Queremos ser um bom parceiro. Há problemas em águas profundas e sabemos os desafios que isso apresenta, mas sabemos também que é importante para o Brasil levar isso adiante”, disse a secretária, depois de se reunir por cerca hora de uma hora com o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota.



Hillary ainda afirmou que o trabalho de exploração de petróleo desenvolvido no Brasil é “muito caro e difícil”. A secretária não mencionou, todavia, o desastre ecológico provocado pela perfuração de um poço exploratório feito pela Chevron Brasil na área de Frade, na bacia de Campos, no Rio de Janeiro, em 2011. A empresa foi denunciada pelo Ministério Público Federal (MPF) por crimes ambientais e danos ao patrimônio público.

O ministro das Relações Exteriores, Antonio de Aguiar Patriota, elogiou hoje a decisão do governo dos Estados Unidos de facilitar os vistos para os brasileiros. O chanceler lembrou que os brasileiros são um dos maiores grupos de visitantes ao país e também deixam por lá muito dinheiro. "Só podemos ver como uma manifestação positiva. Um grande número de brasileiros tem viajado aos Estados Unidos e contribuído até bastante com a economia americana. Acho que isso é levado em conta pelo governo americano", afirmou.

O governo brasileiro briga há bastante tempo pela facilitação dos vistos, especialmente de negócios. Na visita do presidente Barack Obama, em março do ano passado, essa foi uma das principais reivindicações do fórum de empresários que se reuniu às margens do encontro presidencial. Tanto brasileiros quanto americanos reclamaram da burocracia.

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Recentemente, os brasileiros ganharam apoio de empresários e políticos dos estados da Flórida e de Nova York, que pediram a seus parlamentares providências para facilitar a emissão de vistos. Mais de 1,5 milhão de brasileiros viajou aos Estados Unidos em 2011, a maioria para Flórida e Nova York. Recentemente, os vistos passaram a ser emitidos com validade de 10 anos - anteriormente era de cinco - para diminuir as filas nos consulados, mas não resolveu.

Patriota afirmou, ainda, que é um bom sinal no momento em que o governo brasileiro prepara a visita da presidente Dilma Rousseff, em retribuição à visita de Obama no ano passado. No entanto, ao ser perguntado se as facilidades que serão dadas aos brasileiros - por exemplo, a isenção de entrevista para quem renova o visto, para idosos e crianças - seria também dado aos americanos por reciprocidade, Patriota afirmou que "as dificuldades e demora e entrevista são do lado deles" e que as mudanças eram em reciprocidade ao tratamento já recebido pelos americanos. No entanto, não são poucas as queixas do lado de lá da falta de estrutura dos consulados brasileiros para a concessão de vistos.

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