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No total, 290 militares estão empenhados nesta terça-feira (29) na tentativa de salvamento de pessoas e resgate de corpos por causa do rompimento da Barragem em Brumadinho. São 120 de Minas Gerais e o restante de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Goiás e Alagoas.

Os militares israelenses também comporão o quadro de profissionais que atuarão na chamada "área quente", mas ainda não há o número exato. Esse principal local de buscas fica onde funcionava o refeitório, o prédio da mineradora, e uma pousada, destruídos pela lama.

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Até o momento, no quinto dia de buscas, há a confirmação de 65 mortos, 31 deles já identificados. Há ainda 279 desaparecidos e 386 pessoas localizadas no que a Organização Internacional do Trabalho (OIT) apontou como o pior desastre em uma barragem da década no mundo.

Além das pessoas, o grupo de buscas tenta resgatar inúmeros animais que estão ilhados, presos na lama. Por causa da dificuldade de remoção, em alguns casos, ao menos uma das aeronaves tinha a missão de abater, com tiros, esses animais.

Pela manhã, a Polícia Federal, o Ministério Público Federal, os Ministérios Públicos Estaduais de Minas Gerais e São Paulo e as Polícias Civil e Militar de Minas cumpriram cinco mandados de prisão e outros de busca e apreensão a engenheiros e funcionários que atestaram a segurança da Barragem 1 da Mina do Feijão, em Brumadinho, Minas Gerais.

A Vale informou pelo Twitter que está colaborando com as autoridades. Antes, anunciou que pagará R$ 100 mil a cada família atingida, independentemente das indenizações futuras. O governo decidiu exigir imediata atualização de planos de segurança de barragens no País.

A Vale enviou na manhã desta terça-feira (29) nota à imprensa dizendo que está contribuindo com as investigações, sem citar nominalmente a operação policial que ocorre em São Paulo atendendo a pedido da Justiça de Minas Gerais.

"Referente aos mandados cumpridos nesta manhã, a Vale informa que está colaborando plenamente com as autoridades. A Vale permanecerá contribuindo com as investigações para a apuração dos fatos, juntamente com o apoio incondicional às famílias atingidas", diz, em nota a companhia.

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O Ministério Público de São Paulo e a Polícia Civil cumprem na manhã desta terça-feira doze mandados de busca e apreensão e cinco de prisão contra engenheiros que atestaram a segurança da barragem 1 da Mina do Feijão, em Brumadinho, que se rompeu na última sexta-feira (25). Dois engenheiros foram presos em São Paulo.

Enxadas, pás, picaretas e um trabalho que parece não ter fim. A saga de mais de 20 brigadistas que tentavam chegar à lataria de um ônibus submerso na lama começou logo cedo, por volta das 8h desta segunda-feira (28). Ilhados no caos, numa área onde o barro já havia endurecido, tentavam a todo custo alcançar o veículo.

"Cinco minutos!", gritou o chefe do grupo quando o relógio já passava das 11h, para que parassem um pouco. Alguns não obedeceram e seguiram adiante. Às 13h, um helicóptero desceu com a comida. Sentaram-se para almoçar. O brigadista Selmo Andrade buscou uma sombra para descansar.

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Selmo estava emocionado. Completou 50 anos nesta segunda-feira. Até a semana passada, estava de férias com a esposa e três filhas em Cabo Frio, região dos lagos do Rio de Janeiro, quando foi acionado pelo serviço de emergência. O aniversário foi no local devastado. "O que a gente pode fazer num momento desses é resgatar as vítimas, dar um mínimo de conforto aos familiares", disse. "É meu aniversário, mas é um prazer estar aqui com meus companheiros fazendo esse trabalho."

As dificuldades enfrentadas pela equipe que tenta abrir o ônibus dão uma ideia do trabalho inesgotável que há pela frente em Brumadinho. É um trabalho de formiga. As ferramentas que os agentes usam não conseguem acessar o veículo. É preciso chamar um helicóptero para trazer serras elétricas e outros equipamentos de perfuração. Pouco depois das 14h, eles conseguem retirar parte da lataria. Encontram a perna de uma vítima. Não se vê o resto do corpo, preso dentro do ônibus.

Mais uma hora de trabalho, e a equipe consegue retirar todo o corpo. As indicações são de que há outras pessoas dentro do veículo. Por rádio, os brigadistas chamam um helicóptero para levar a vítima. Até aquele momento, a reportagem já havia contado, apenas em seu raio de visão, nove helicópteros cortando o céu com corpos embrulhados em redes.

No fim do dia, a missão recebeu a visita de alguns agentes de Israel, entre eles o comandante da Unidade de Resgate Nacional de Israel, Golan Vach. O cenário é de guerra. A dimensão da área devastada pela barragem da mineradora Vale e o volume descomunal da lama espalhada na região contrasta com a esperança de que, um dia, serão encontradas e identificadas todas as vítimas do desastre. "É nosso trabalho", diz a agente Amélia Margarida de Oliveira, voluntária do Conselho Veterinário de Minas Gerais. "Temos que fazê-lo até o fim." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Ministério Público de São Paulo e a Polícia Civil cumpriram na manhã desta terça-feira (29) dois mandados de prisão contra engenheiros que atestaram a segurança da barragem 1 da Mina do Feijão, em Brumadinho, Minas Gerais, que se rompeu na última sexta-feira (25). Os mandados foram expedidos pela Justiça Estadual de Minas. No Estado, foram cumpridos outros três mandados.

De acordo com informações da Rede Globo, os engenheiros Makoto Namba e André Yum Yassuda foram presos nos bairros de Moema e Vila Mariana, na zona Sul de São Paulo. Eles também informam que as ordens são de prisão temporária com validade de 30 dias.

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Em São Paulo, as ações são coordenadas por promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MP de São Paulo, e pelo Departamento de Capturas (Decade) da Polícia Civil paulista.

A Bolsa de São Paulo chegou a perder quase 3 mil pontos nesta segunda-feira, 28, e bateu no nível dos 94 mil pontos com a forte queda nas ações da Vale e da Bradespar, empresa do Bradesco que tem como maior participação papéis da mineradora. As ações ordinárias das duas companhias perdiam mais de 20% logo no início de pregão, repercutindo a tragédia em Brumadinho (MG), no primeiro dia de sessão após o ocorrido. Ao fim dos negócios, a Vale perdeu R$ 71 bilhões em valor de mercado. Na quinta-feira, 24, a companhia valia R$ 289,767 bilhões na Bolsa. Nesta segunda, acabou o pregão valendo R$ 218,706 bilhões.

As ações ordinárias da Vale terminaram o dia em baixa de 24,52%, a R$ 42,38, enquanto as preferenciais da Bradespar caíram 24,49%, a R$ 26,43. O Ibovespa encerrou em queda de 2,29%, aos 95.443,88 pontos.

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A Vale ON - que responde por 10,9% da carteira do Ibovespa - é de longe a mais negociada entre as ações do índice. A segunda ação mais negociada é a ON da Bradespar, empresa do Bradesco que tem como maior participação a Vale.

O rompimento da barragem eleva a percepção de risco em torno da mineradora e deve continuar pressionando as ações da companhia por um tempo, ainda que do ponto de vista econômico o impacto das operações locais seja de menos de 2% da produção total da Vale. Segundo os analistas dos bancos Bradesco BBI e BTG Pactual, a crise criada pode trazer restrições mais severas às operações de outras minas, elevando os custos do setor e comprometendo potencialmente a produção de minério.

Os dois bancos destacaram que o impacto ambiental do rompimento da barragem parece menor do que o caso da Samarco, o que poderia se converter em menores multas. Entretanto, o aspecto humano tem pesado nas projeções, uma vez que o número de mortos até agora já superou em muito o caso de 2015, sem contar as centenas de pessoas ainda desaparecidas.

Segundo os analistas Leonardo Correa e Gerard Roure, do BTG, o segundo rompimento de barragens ligado à empresa em poucos anos coloca pressão adicional por parte da sociedade sobre a Vale. "A questão agora parece ser: podemos utilizar as barragens de rejeito com segurança, especialmente as próximas das comunidades?", escreveram. Diante do cenário, a regulamentação tende a ser muito severa no País, potencialmente tendo efeito sobre projetos e operações já existentes.

O banco ainda colocou em xeque a própria retomada das operações da Samarco depois deste rompimento. "Essa tragédia vai claramente elevar o escrutínio regulatório no País, o que pode ter implicações futuras na retomada das operações da Samarco". A estimativa era de que as operações da empresa pudessem ser retomadas em meados de 2020.

Na mesma direção, o Bradesco BBI ponderou as dificuldades de se calcular o impacto. "Embora não acreditemos que o impacto final do acidente vá superar o caso da Samarco (US$ 10 bilhões, ou US$ 0,50 por ação), nós achamos que o desempenho das ações podem ser prejudicados no curto prazo, à medida que o fluxo de notícias sobre possíveis multas e custos se intensificam", escreveram os analistas Thiago Lofiego, Arthur Suelotto e Isabella Vasconcelos. Eles salientaram a sólida posição de alavancagem da empresa, o que implicaria pouco dano do ponto de vista do balanço patrimonial.

Segundo o Bradesco, os impactos sobre o mercado de minério ainda vão depender de outras minas do Sul e do sistema do Sudoeste serem parados para inspeções. "Se o impacto da produção for limitado apenas à mina de Feijão, o acidente representaria apenas 0,6% do mercado transoceânico", destacaram.

O impacto sobre o valor de mercado da mineradora divide analistas. Há quem entenda que o efeito no negócio da Vale será limitado. Os profissionais destacam que a produção local corresponde a menos de 2% da produção total da Vale, portanto, do ponto de vista estritamente operacional, o impacto do rompimento seria pequeno. "A capacidade ociosa em outras minas permite o remanejamento da operação", comentaram os analistas da Coinvalores, em relatório assinado por Sandra Peres, Felipe Martins Silveira e Sabrina Cassiano.

Eles salientam, porém, que "além de novos impactos financeiros potenciais, mudanças regulatórias também ficam no radar, com a possibilidade de exigências mais rígidas quanto à licença para novas barragens e minas". Eles sugerem que as ações da Vale devem ficar pressionadas até que todos os potenciais impactos possam ser mensurados de forma mais clara.

"No curto prazo, os papéis da mineradora deverão continuar pressionados, reflexo dos danos de imagem à companhia e provisões para pagamento de multas e indenizações", disseram os profissionais da Guide, que também sugerem que o rompimento da barragem poderá atrasar as concessões e licenças ambientais nas operações Brasil. "Há também o risco de novos processos de investidores nos EUA e rebaixamento de agências de risco", acrescentaram. A casa lembra que, apesar de decisões judiciais que levaram ao bloqueio de R$ 11 bilhões, a Vale possui fôlego financeiro, já que contava com um caixa próximo de cerca de R$ 23 bilhões ao fim do terceiro trimestre.

Paciência

Para a gestora Alaska, se os preços continuarem despencando e nenhuma maior surpresa negativa surgir, a estratégia é comprar mais e aumentar a exposição aos papéis da mineradora, segundo Henrique Bredda, gestor da Alaska, que tem entre 7% e 8% de exposição à mineradora.

"Acreditamos que o mercado vai continuar nervoso por mais algum tempo. No momento, não vamos fazer nada. Vamos manter nossa posição e avaliar. Queremos entender o impacto do rompimento", afirmou Bredda. "Se o papel continuar nesse nível de preço ou cair mais e se não surgir nenhuma informação adicional, uma megamulta, novo bloqueio, poderemos aumentar a posição para algo entre 10% e 11% do fundo Black", disse o gestor.

O analista-chefe da Necton, Glauco Legat, disse que não recomendaria a venda das ações da companhia tendo em vista o baixo impacto do rompimento na produção de minério de ferro da companhia, e o fato de que há capacidade ociosa. Além disso, aponta que o sistema logístico, que interliga a Ferrovia Espírito Santo - Minas Gerais, aparentemente não foi interrompido e o escoamento da produção segue intacto.

Adicionalmente, Legat citou que a Samarco levou a Vale a provisionar US$ 2,7 bilhões de potenciais ressarcimentos, pagamento que se dará no prazo de 12 anos (até 2028), e que o minério de ferro futuro subiu hoje 2,77%.

Mercado externo

As ADRs (American Depositary Receipt) - recibos de ações através dos quais empresas não sediadas nos Estados Unidos podem negociar seus papéis no mercado norte americano - abriram em forte queda em Nova York, depois de ter recuo expressivo também durante os negócios do pré-mercado. Após cair 8% na sexta, elas recuaram mais 17% nesta segunda-feira.

Renda fixa

Os bônus dos títulos de renda fixa da Vale operam em forte queda nesta segunda-feira no mercado secundário. O bônus com vencimento em 2026 recuava 6,4% e era negociado a 102% do valor de face, ante 109,8% do encerramento da sexta-feira. O bônus para 2042 tinha queda ainda maior, de 7,2%, e operava em 95% do valor de face. Na sexta, dia do acidente, o título encerrou o dia em 102,5% do valor de face.

Ainda entre os títulos de renda fixa da Vale, o eurobond para 2023 era negociado a 107,8% do valor de face, ante 109,6% da sexta-feira, uma queda recorde para o papel, segundo um gestor. (COLABORARAM MONIQUE HEEMANN, RENATO CARVALHO E ALTAMIRO SILVA JUNIOR)

A empresa Vale anunciou que vai doar, de imediato, R$ 100 mil reais para cada família das vítimas fatais, além de contratar uma equipe de psicólogos do hospital Albert Einstein, especializada em tratamento de vítimas de catástrofes.

O anúncio foi feito pelo diretor executivo de Finanças e Relações com investidores da empresa, Luciano Siani, em entrevista coletiva nesta segunda-feira (28). O diretor informa que o valor que será repassado para as famílias dos mortos não tem nada a ver com indenização e salienta saber que o "valor nesses casos seria muito maior".  

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Segundo reportagem do G1, a Vale também garantiu que manterá a compensação financeira de recursos minerais para a cidade de Brumadinho, Minas Gerais. Ou seja, mesmo com as atividades paradas na Vale, o município arrecadá os impostos da empresa como em um mês normal de atividades.

A mineração no município representa 60% da arrecadação da cidade. Luciano informou ainda que, a partir desta terça-feira (30), a vale vai colocar uma cortina de contenção no Rio Paraopeba, para impedir que o rejeito afete a captação de água da cidade de Pará de Minas.

Até o momento, 60 pessoas morreram devido à catástrofe. Segundo o tenente-coronel Flávio Godinho, da Defesa Civil de Minas Gerais, ainda há 292 pessoas desaparecidas, enquanto outras 192 foram resgatadas. Além disso, 135 indivíduos estão desabrigados.

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O presidente em exercício general Hamilton Mourão afirmou, nesta segunda-feira (28), que o gabinete de crise do governo está estudando a possibilidade de a diretoria da mineradora Vale ser afastada de suas funções durante as investigações sobre o desastre que aconteceu na semana passada em Brumadinho, região metropolitana de Belo Horizonte.

"Essa questão da diretoria da Vale está sendo estudada pelo grupo de crise. Vamos aguardar quais são as linhas de atuação que eles estão levantando", disse a jornalistas ao deixar o Palácio do Planalto. Mourão, no entanto, admitiu não saber se o grupo pode fazer tal recomendação. "Tenho que estudar, não tenho certeza", afirmou.

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O gabinete de crise se reuniu na manhã desta segunda. Participaram da reunião os ministros da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, da Secretaria de Governo, general Santos Cruz, de Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, de Minas e Energia, Almirante Bento, e de Defesa, Fernando Azevedo.

O general defendeu uma punição rigorosa para os culpados, inclusive criminalmente. "Primeiro a punição que dói no bolso, que já está sendo aplicada; e segundo, se houve imperícia, imprudência ou negligência por parte de alguém dentro da empresa, essa pessoa tem que responder criminalmente. Afinal de contas, quantas vidas foram perdidas nisso daí?", disse.

Mourão destacou também que a primeira parte da ação já está sendo feita agora com o rescaldo da área, o socorro às vítimas e o resgate de corpos. "Infelizmente, a cada dia que passa é menos provável que a gente encontre alguém com vida, mas não podemos perder as esperanças", disse.

Questionado sobre se, após o desastre, o governo poderia fazer uma defesa mais enfática do meio ambiente, levando o tema para o centro das decisões, Mourão afirmou que o presidente Jair Bolsonaro já sinalizou tal posição no Fórum Mundial Econômico, em Davos, na Suíça, por conta da discussão sobre a permanência do Brasil no Acordo de Paris.

"Eu também já disse que nós não podemos nos furtar, que essa é uma questão moderna. Aumentou demais o número de pessoas na terra, a exploração econômica de modo que a gente possa alimentar essas pessoas todas é enorme a gente tem que, de todas as formas preservar, porque é o nosso planeta né, se não vamos ter que viver em Marte", disse.

Mourão voltou a defender que as buscas por sobreviventes ou por corpos de vítimas devem ser feitas por grupos especializados, como o Corpo de Bombeiros e as forças de Israel. Ele também afirmou que a tragédia não deverá ser tratada na reunião do conselho de ministros marcada para esta terça. "Vamos aguardar o retorno do presidente que voltará zerado, pronto para correr, nadar e fazer tudo o que tem direito", disse.

Mourão assumiu a presidência da República interinamente nesta manhã porque o presidente Jair Bolsonaro passa por uma cirurgia em São Paulo para a retirada da bolsa de colostomia. 

Um grupo de 129 militares de Israel especialistas no socorro de pessoas soterradas chegou na noite deste domingo (28) ao Brasil. Eles seguiram para Brumadinho, Minas Gerais, para ajudar no resgate de vítimas da barragem da Vale.

A operação foi coordenada pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, com apoio de Yossi Shelley, embaixador de Israel no Brasil.

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Entre os equipamentos trazidos pelos israelenses, estão alguns de engenharia que serão usados para avaliar a situação das outras barragens do complexo da Vale em Brumadinho. O objetivo é verificar o risco das instalações.

Há ainda um equipamento que detecta variações de temperatura e poderá ser usado na busca por vítimas. A equipe é formada por médicos, socorristas e especialistas em resgate.

Eram 11h05, quando a administradora de empresas Fernanda Damian de Almeida, de 30 anos, mandou sua última mensagem no Whatsapp, avisando que havia chegado bem a Belo Horizonte na sexta-feira. Grávida de quatro meses e estudando na Austrália, estava no seu primeiro dia de férias no Brasil.

O plano era se reunir com o noivo e a família dele, então hospedados na Pousada Nova Estância, em uma área de mata em Brumadinho. "Depois disso, ela não retornou mais. Nem ela nem ninguém", conta a amiga Vanessa Stagine, de 35 anos.

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O que todos sabem: após a barragem da Vale romper, a pousada foi destroçada pela lama. "A família do noivo já estava lá, mas a gente não sabe se ela chegou ou não", diz a amiga.

Com a tragédia, funcionários e hóspedes da Nova Estância engordaram a lista de desaparecidos. Embora nenhum deles conste entre as vítimas identificadas pela Polícia Civil, a rede Number One chegou a divulgar nota informando a morte do proprietário da pousada, Márcio Paulo Mascarenhas, fundador da escola de inglês, além da mulher dele e de um filho.

Já sobre Fernanda, não há notícias. "A gente está na internet, procurando em grupos com mais de 300 pessoas, ninguém sabe de nada", conta Vanessa, que mora em Curitiba, a cidade natal da amiga desaparecida.

Também não foram encontrados o noivo Luis Taliberti Ribeiro Silva, de 33 anos, o sogro Adriano Ribeiro da Silva, de 60, a sogra Maria Lourdes Ribeiro, de 58, e a cunhada. A família atua no setor imobiliário no interior de São Paulo.

Fernanda espera um menino. "É a primeira gravidez. Ela estava muito contente com tudo", conta Vanessa. "O pior é não conseguir informação. Já estamos perdendo a esperança." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

No 4º dia de buscas em Brumadinho (MG), na região metropolitana de Belo Horizonte, aproximadamente 280 bombeiros trabalham nas buscas após o rompimento da barragem da Vale. Desde 4 horas desta segunda-feira (28) os profissionais atuam na área que deixou pelo menos 58 mortos.

No domingo (27) a Defesa Civil de Minas Gerais informou que os donativos arrecadados em quase 72 horas após o rompimento da barragem em Brumadinho já são suficientes e que não é mais necessário o envio de mais materiais.

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A barragem da mina Córrego do Feijão, da mineradora Vale, localizada em Brumadinho, se rompeu na tarde de sexta-feira (25) deixando mortos, feridos e centenas de desaparecidos.

A onda de rejeitos de minério de ferro atingiu a área administrativa da empresa e a comunidade da Vila Ferteco. O rompimento ocorreu na Barragem 1, que foi construída em 1976 e tinha volume de 12,7 milhões de m³. Segundo a Vale, a barragem tinha encerrado as atividades há cerca de três anos, pois o beneficiamento do minério na unidade é feito à seco.

O total de recursos da Vale bloqueados pela Justiça chegou neste domingo (27) a R$ 11 bilhões. Uma nova decisão judicial bloqueou R$ 5 bilhões, a pedido do Ministério Público de Minas Gerais, para a garantir a reparação de danos a vítimas e parentes do desastre ocorrido em Brumadinho. O valor ainda pode subir. No domingo, o Ministério Público do Trabalho de Minas solicitou bloqueio de mais R$ 1,6 bilhão, com objetivo de assegurar indenizações, e o prefeito da cidade, Avimar de Melo Barcelos (PV), informou que multará a mineradora em R$ 100 milhões.

Segundo Glauco Legat, da consultoria Necton, a Vale encerrou o terceiro trimestre do ano passado com cerca de US$ 6,1 bilhões em caixa. Os recursos de R$ 11 bilhões representariam 48% do caixa. "A empresa pode arcar com o valor, mas não deixa de ser uma soma elevada. O mais provável é que a Vale tente substituir esse congelamento por outro tipo de garantia, como fianças bancárias", avalia Legat.

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Os próximos pregões da Bolsa devem ser turbulentos para a Vale, que já viu seus papéis no exterior derreterem após o rompimento da barragem. Como a Bolsa brasileira não operou no último dia 25, as ações da empresa só começarão a refletir o impacto do desastre nesta segunda-feira, 28.

Na sexta-feira (25) os ADRs (como são chamados os recibos de papéis de ações) da Vale negociados em Nova York fecharam em queda de mais de 8%. A expectativa é de que as ações na Bolsa brasileira tenham um desempenho parecido nesta segunda. "A queda lá fora foi grande, mas ainda não se tinha a dimensão da tragédia. O mercado deve punir a Vale", diz Fabio Silveira, da Macrosector.

O presidente da Vale, Fabio Schvartsman, afirmou à GlobNews que é preciso "ir além e acima" em ações de segurança. "Vamos criar um colchão de segurança bastante superior ao que a gente tem hoje para garantir que nunca mais aconteça um negócio desse."

A agência de classificação de risco S&P anunciou que poderá rebaixar a nota da Vale, que é BBB-. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Juliana Resende, de 33 anos, trabalha de analista em um armazém da mineradora da Vale em Brumadinho. Já Dennis Silva, de 34, é técnico de planejamento e controle. Segundo parentes, os dois se conheceram na empresa, começaram a namorar pouco depois e casaram. Recentemente, a família até cresceu. Há cerca de dez meses, vieram os primeiros filhos. Dois meninos: gêmeos. "Quando estava começando a construir uma família, acontece uma catástrofe dessa", diz Alese Junior Resende, de 19 anos, irmão de Juliana.

Por causa da pouca idade, as crianças ainda não sabem que os pais estão desaparecidos nem que a família suspeita que podem ser encontrados sem vida, sob a lama. "Os meninos são muito novos para saber o que aconteceu, mas estão inquietos desde sexta. Não ficam mais do mesmo jeito. Acho que, querendo ou não, eles sentem", relata.

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À família, contaram que Juliana estaria em uma reunião quando a barragem estourou. "As pessoas dizem que ela pegou a mochila, colocou nas costas e foi para outro lugar. De lá, a gente não sabe mais de nada", diz Resende. "Notícia não tem nenhuma, nem boa nem ruim."

Segundo o irmão, os parentes ficaram incomodados após os bombeiros anunciarem a suspensão de buscas por boa parte do dia. Os bloqueios na cidade também impediram de tentarem achá-los por conta própria. "Esse trem todo deixa a família ainda mais angustiada", afirma. "É um descaso com a população."

Juliana deixava os filhos na casa da mãe cedo pela manhã. À noite, voltava com Silva para buscá-los. "Minha mãe já chorou muito, agora está mais calma", diz Resende. "A gente dá chá para ela, ela reza para Nossa Senhora de Aparecida o tempo todo."

"Na sexta, ela perdeu o horário do trabalho. Só que ela nunca faltou ao serviço, então pegou o carro e foi para lá. Parece que Deus não queria..." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Instituto Inhotim, em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, informou em nota que permanecerá fechado até o dia 31 de janeiro "em solidariedade à comunidade de Brumadinho e a todos os atingidos pelo rompimento da barragem da Mina do Feijão". O local não foi atingido pela lama, mas evacuou visitantes às pressas no dia da tragédia.

Equipes de resgate do Corpo de Bombeiros retomaram nesta segunda-feira, 28, as buscas por vítimas do rompimento da barragem da mineradora Vale. O desastre ocorreu na tarde de sexta-feira, 25, e deixou dezenas de mortos, feridos e centenas de desaparecidos, segundo balanços divulgados por autoridades. Ainda não há informações sobre as causas do acidente.

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"A Instituição está toda mobilizada para prestar assistência aos atingidos e aos nossos funcionários e funcionárias. Estamos em contato com os órgãos competentes para entender os impactos do desastre e traçarmos conjuntamente medidas para minimizar os danos", disse o instituto em nota.

"O que dói é a ausência e essa dúvida", disse Luiza Soares, de 75 anos, na manhã deste domingo (27), caminhando à beira do Rio Paraopeba, amarelado pela lama, ao lado da filha, Rosimeire. Na tragédia de Brumadinho, as duas moradoras da cidade vivem o drama de uma espera que pode não ter fim. Elas buscam notícias de Rogério Antônio dos Santos, de 58 anos, funcionário da administração da Vale, que desde sexta-feira (25) está desaparecido na lama da barragem que se rompeu. Rogério e o irmão, Ronaldo Aparecido dos Santos, de 54 anos, motorista de caminhão, são filhos de Luiza. Ambos estavam no local do desastre. Ronaldo, escapou. O irmão não teve a mesma sorte.

Mãe de seis filhos, criados à beira do rio que já não existe mais, Luiza se esforça para parecer forte e conta que eles, quando meninos, costumavam pescar naquelas águas. "Dava para ver o cascalho no fundo", lembra Luiza.

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"Eles traziam o peixe fresquinho pra fritar", conta, olhando o Paraopeba. "Olha isso, agora", aponta. Luiza tenta se distrair no caminho e telefona para Ronaldo, que mora do outro lado do rio. "Vem pra cá, meu filho."

Ronaldo tentou atender ao pedido da mãe. Mas a travessia pela ponte, único acesso entre os dois lados do rio, está proibida. Ronaldo foi barrado. Telefonou para a mãe avisando que não poderia se encontrar com ela.

A mesma dúvida sobre o que aconteceu com Rogério aterroriza a família de Wilson de Brito, genro de Luiza. Uma prima dele, a advogada Shirley de Brito, também está desaparecida. "É uma tragédia, moço", disse dona Luiza, amparada pela filha.

Na pequena pracinha do centro de Brumadinho, perto da ponte interditada pelos bombeiros, a arquiteta Sayuri Osawa andava de um lado para outro desorientada, acompanhada pelas sobrinhas Estela de Lima e Marina Yumi Osawa. O marido de Sayuri, Max Elias Medeiros, de 37 anos, técnico de qualidade da Vale, também não é visto desde o acidente. "Apareceu uma informação sobre ele, que estaria num hospital, mas não era verdade", conta o pai de Sayuri, Kenitiro Osawa, de 68 anos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Corpo de Bombeiros informou na noite deste domingo (27) que 58 pessoas morreram na tragédia de Brumadinho (MG), onde uma barragem de rejeitos de mineração da empresa Vale se rompeu na tarde de sexta-feira (25). Até o momento, 305 pessoas estão desaparecidas e 192 foram resgatadas com vida. Um ônibus foi encontrado nesta noite com corpos. Não se sabe o número de corpos, por isso as equipes de resgate continuarão os trabalhos durante a noite.

O coordenador da Defesa Civil de Minas, tenente-coronel Flávio Godinho, explicou que o número de desaparecidos aumentou, pois mais nomes foram incluídos na lista em relação a que foi divulgada pela manhã.

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De acordo com o tenente Pedro Aihara, porta-voz dos bombeiros, as equipes elencaram 14 áreas prioritárias de busca, entre elas locais onde estão soterrados uma locomotiva, uma pousada, ônibus e o refeitório da mineradora Vale, onde a maioria dos funcionários estava na hora do rompimento da barragem.

Os bombeiros trabalham com a possibilidade de encontrar sobreviventes. Mas o porta-voz admite que alguns corpos poderão não ser localizados.

As equipes interromperam as buscas durante o dia de hoje, após alerta de que uma segunda barragem, neste caso de água, corria risco de rompimento por causa do aumento do nível. As sirenes foram acionadas de madrugada pela Vale e moradores orientados a deixar suas casas. No meio da tarde, a Defesa Civil descartou o risco e os bombeiros retomaram as buscas.

A ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (Rede) criticou hoje os projetos de lei que pretendem flexibilizar a legislação ambiental. Acompanhada do senador Randolfe Rodrigues (PSOL), ela esteve na localidade de Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), uma das mais atingidas pela tragédia provocada pelo rompimento de mais uma barragem da Vale.

Marina também lembrou que paralisou o licenciamento das usinas hidrelétricas de Belo Monte e Santo Antônio, ambas com participação da Vale, por considerar a documentação apresentada falha.

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"O licenciamento não pode ser feito por encomenda. Não tem dificuldade. É fazer como deve ser feito", disse a ex-ministra, que ficou menos de uma hora no local. "Nosso compromisso é com a defesa da vida", afirmou.

Para Marina, o uso de tecnologias, mesmo as aparentemente menos danosas, deve se subordinar à ética. "A tecnologia existe e responde à ética. É a ética que protege a vida das pessoas. Quando há dúvida, o licenciamento deve ser interditado para mais estudos", completou.

As buscas por desaparecidos e vítimas do rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho (MG), na sexta-feira, 25, retomaram um pouco depois das 15h deste domingo depois que diminuiu o risco de que uma nova barragem também rompesse. Ainda há 287 pessoas desaparecidas.

O perigo, que vinha sendo aventado desde sábado, promoveu logo cedo a evacuação de moradores de suas casas. Às 5h30 soou uma sirene na cidade, informando que havia risco de rompimento de uma segunda estrutura, a barragem 6, que contém água. Segundo o Corpo de Bombeiros, um novo rompimento poderia afetar até 24 mil pessoas que vivem na região, comprometendo fornecimento de água e energia.

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A corporação informou que havia de 3 milhões de m³ a 4 milhões de m³ de água no local, mas após procedimento de drenagem realizado desde sábado, o volume já havia caído para 840 mil m³, mas ainda havia o risco. Um pouco antes de 14h, os bombeiros disseram que cerca de 3 mil pessoas estavam sendo retiradas de suas casas, mas menos de uma hora depois informaram que o risco de rompimento havia diminuído e os moradores podiam voltar. Em nota, a Vale confirmou que a Defesa Civil baixou o nível de criticidade da barragem 6 de 2 para 1.

O Corpo de Bombeiros declarou que ainda trabalha com a possibilidade de encontrar sobreviventes. Há uma forte preocupação com a segurança e entrada de pessoas no perímetro da mina. As polícias Militar e Civil estão mobilizadas para impedir que pessoas entrem na área e prejudiquem o trabalho de busca de vítimas. As estradas foram bloqueadas e há policiais espalhados pela cidade para impedir a passagem.

A polícia também detectou tentativas criminosas de pessoas pedindo doações em dinheiro para ajudar famílias, em mensagens e contas espalhadas pela internet. As doações de mantimentos que a prefeitura de Brumadinho já recebeu até o momento, segundo a Polícia Militar, também são suficientes até o momento e, apenas em novos casos de necessidade, serão oficialmente comunicadas.

As operações de buscas por vítimas da lama da barragem da Vale que se rompeu em Brumadinho (MG) foram retomadas nesta tarde, conforme informou há instantes o tenente-coronel Flávio Godinho, da Defesa Civil de Minas Gerais. Os trabalhos de busca estavam suspensos desde a madrugada deste domingo devido aos riscos de rompimento da barragem de número 6, localizada na mesma região.

Segundo explicou o tenente-coronel, a retomada das buscas foi possível após a drenagem de parte da água da barragem de número seis e a diminuição de risco de acidentes. "A barragem (seis) não oferece risco para as pessoas que moram na região, nem para os bombeiros que fazem as buscas", explicou há pouco Godinho.

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Segundo ele, as pessoas evacuadas no início do dia já estão liberadas para retornar para suas casas, e as barragens continuarão sendo monitoradas.

A Justiça mineira determinou ontem o bloqueio de R$ 5 bilhões da mineradora Vale, a pedido da Procuradoria-Geral de Justiça do Estado. A ideia é usar os recursos para despesas ambientais do rompimento da barragem em Brumadinho. Ontem, a Advocacia-Geral da União disse que a responsabilidade pelo acidente é da empresa e o Ibama multou a Vale em R$ 250 milhões. A Procuradoria-Geral da República vai apurar o caso.

Na liminar, a magistrada Perla Brito, da Comarca de Brumadinho, aponta a "inequívoca capacidade econômica" da Vale e a crise financeira do Estado como razões para o bloqueio do dinheiro.

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A sentença ainda obriga a Vale a adotar medidas imediatas para garantir a estabilidade da barragem seis da Mina do Feijão, onde houve o a tragédia, e remeter ao Estado, a cada seis horas, os relatórios com a atualização das ações. Anteontem, 25, a Justiça já havia bloqueado R$ 1 bilhão da mineradora.

"A responsável por isso, pelo risco do próprio negócio, é a Vale", disse o advogado-geral da União, André Luiz Mendonça. Ele disse que é preciso aguardar as apurações e o levantamento dos órgãos técnicos para verificar a extensão do dano e como serão adotadas as medidas de responsabilidade, que podem ser de natureza civil, administrativa e até mesmo criminal.

"É reincidência. Ainda que haja espaço para alguma negociação, não podem ser adotadas medidas nos mesmos parâmetros que foram adotados anteriormente (em Mariana)."

Já o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, não quis apontar um responsável pela tragédia. "Se alguém tem de identificar um culpado, me parece que é o próprio Ministério Público", disse. O Ibama já aplicou ontem multa de R$ 250 milhões contra a Vale. O governo mineiro também aplicou sanção de R$ 99 milhões.

PGR

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, também determinou ontem, 26, a criação de uma força-tarefa para apurar as responsabilidades da tragédia. Ela ainda defendeu mudar os protocolos que atestam a segurança das barragens de rejeitos de mineração.

"Certamente há um culpado ou mais de um culpado, e o Ministério Público precisa trabalhar de forma adequada, sem espetacularização, mas firmemente na busca dos responsáveis por essa tragédia", disse Raquel. "Minas tem quase 700 barragens classificadas em razão do risco de rompimento e é preciso garantir que esse risco seja realmente baixo e que essas informações sejam confiáveis", acrescentou a procuradora.

A Câmara de Meio Ambiente e Patrimônio Cultural do Ministério Público Federal (MPF) também publicou nota sobre o episódio ontem. "Não parece adequado falar em acidente para a catástrofe de Brumadinho, na medida em que a acepção dessa palavra pressupõe o elemento da imprevisibilidade de maneira alguma aqui presente", aponta o texto do MPF.

Legislação

Especialista em Direito Ambiental, a advogada Letícia Yumi Marques explica que o foco principal da Lei de Crimes Ambientais não é prender os responsáveis pelo delito, mas a reparação de danos à natureza. "A sociedade quer ver alguém preso, só que a lei não prioriza prisão. Réu preso não repara o meio ambiente", afirma Letícia, que atua como consultora para o tema no escritório Peixoto & Cury Advogados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Ainda antes do desastre na barragem de Brumadinho, o Ministério Público de Minas já havia aberto um processo específico para investigar a barragem da mina em Brumadinho (MG). De acordo com o procurador-geral do Estado, Antônio Sérgio Tonet, a Promotoria "cobrou da Vale informações e laudos para atestar a segurança da população e da natureza".

A mineradora apresentou em novembro documento atestando a segurança da barragem, com laudos e perícia de uma empresa externa. Segundo Tonet, será buscada a responsabilidade criminal pela tragédia. "E se houver os pressupostos que justificam prisão cautelar, não tenho dúvida que vamos pedir."

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Em dezembro, o Conselho de Política Ambiental de Minas aprovou licença para que a Vale ampliasse a capacidade produtiva da Mina Jangada e do Córrego do Feijão, onde fica a barragem que rompeu, de 10,6 milhões de toneladas por ano para 17 milhões de toneladas anuais. O trâmite de licenciamento foi considerado acelerado por especialistas e, na reunião em que foi aprovada a ampliação, foram mencionados riscos da barragem.

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