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O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, determinou a devolução do passaporte de Henrique Pizzolato, ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil, condenado no Mensalão. A decisão acolheu parcialmente um pedido da defesa e considerou que, em razão da extinção da pena de reclusão imposta a Pizzolato, não caberia mais a retenção do documento e a proibição de se ausentar do País.

Pizzolato foi condenado a 12 anos e sete meses de reclusão, em regime inicial fechado, pelos crimes de corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro. Em dezembro de 2020, a punibilidade da pena foi extinta, por se enquadrar nos requisitos do indulto assinado em 2017 pelo então presidente Michel Temer.

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Ao analisar o pedido dos advogados de Pizzolato, Barroso ressaltou o dever do ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil de pagar integralmente os 530 dias multa que lhe foram impostos na sentença condenatória. "O condenado tem o dever jurídico - e não a faculdade - de pagar integralmente o valor da multa", afirmou.

Um pedido anterior de extinção da punibilidade de Pizzolato havia sido negado exatamente porque não fora comprovado o pagamento da multa ou seu parcelamento. As informações foram divulgadas pelo STF.

Barroso explicou que, embora a multa penal tenha natureza de sanção criminal, com a inscrição em dívida ativa, ela se torna dívida de valor, aplicando-se as normas relativas à dívida ativa da Fazenda Pública.

O ministro determinou que as providências de regularização do parcelamento sejam adotadas diretamente nos autos da execução penal que tramita na Vara de Execuções Penais do Distrito Federal e que somente após a sua total quitação a pena pode ser considerada extinta.

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Luís Roberto Barroso, descartou nessa segunda-feira (16), riscos à democracia brasileira, apesar do atrito entre instituições, em especial, do que chamou de ameaças pelo "populismo extremista, autoritário e golpista". "Gosto de achar que não há risco para a democracia no Brasil porque não há nem em nome de quê se dar um golpe. Falar em perigo comunista é risível no Brasil de hoje", disse o ministro nesta tarde sem citar nomes.

Barroso, entretanto, disse que fica um pouco preocupado com o número de vezes em que é perguntado sobre a possibilidade de golpes, mesmo que não haja uma causa que legitime a ruptura democrática. "Verdadeiramente acho que as instituições são sólidas e estamos atravessando uma turbulência. Mas o avião é seguro e vai conseguir pousar em 2022 com tranquilidade. Assim espero, assim desejo e para isso trabalho", afirmou.

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Fundo eleitoral

Durante evento promovido pelo Centro de Estudos das Sociedades de Advogados (Cesa), Barroso disse que avalia como positiva a mudança sobre o financiamento de campanha e criação do Fundo Especial de Financiamento de Campanha, o "fundão eleitoral", em outubro de 2017. Segundo o ministro, a mudança encerra período de "imoralidade administrativa".

Apesar dos elogios, Barroso sugeriu aprimoramentos ao atual mecanismo. Segundo Barroso, deveria haver regras legais para a destinação de recursos a fim de evitar, conforme modelo atual, "poder exacerbado" a dirigentes partidários. Entre os aperfeiçoamentos, o ministro salientou a ampliação dos recursos carimbados a candidaturas específicas.

"Conseguimos carimbar recursos a mulheres e negros, com choro e ranger de dentes", disse. "Mas é preciso ter também dinheiro reservado para novas candidaturas, para que haja renovação."

O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), assinou uma carta em apoio aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) diante das constantes ameaças e agressões sofridas. Câmara afirmou que "a democracia exige um Judiciário livre e independente, guardião da Constituição e das leis". 

O governador ainda salientou que em Pernambuco, continuará atento à preservação da dignidade desse poder. Além de Paulo Câmara, outros 13 governadores divulgaram nota em defesa do STF. 

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O manifesto foi divulgado nesta segunda-feira (16), após mensagem publicada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), no último sábado (14), no Twitter. Bolsonaro disse que pretende apresentar pedidos de impeachment contra os ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes, nesta semana. 

Leia a íntegra da carta

Os Governadores, que assinam ao final, manifestam a sua solidariedade ao Supremo Tribunal Federal, aos seus ministros e às suas famílias, em face de constantes ameaças e agressões.

O Estado Democrático de Direito só existe com um Judiciário independente, livre para decidir de acordo com a Constituição e com as leis.

No âmbito dos nossos Estados, tudo faremos para ajudar a preservar a dignidade e a integridade do Poder Judiciário. Renovamos o chamamento à serenidade e à paz que a nossa Nação tanto necessita.

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, confirmou, nesta segunda-feira (16), que esteve com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso na semana passada, para conversar sobre "temas da atualidade". O encontro, que foi revelado pelo Estadão, ocorreu no dia 10, quando veículos blindados militares fizeram um desfile na Praça dos Três Poderes.

A conversa ocorreu na casa de Barroso. Foi ele quem teve a iniciativa de convidar o general para o encontro. Preocupado com o risco de ruptura institucional, o ministro queria saber se as Forças Armadas embarcariam em uma aventura golpista promovida pelo presidente Jair Bolsonaro. Após a divulgação do encontro, Bolsonaro declarou que pedirá ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), o impeachment de Barroso e do ministro do STF Alexandre de Moraes.

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"Conversamos sobre temas da atualidade. O ministro está criando uma comissão externa para a melhorar auditoria (das urnas eletrônicas), então acho que foi um passo importante", afirmou Mourão.

Após a derrota do voto impresso na Câmara dos Deputados, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), presidido por Barroso, decidiu ampliar procedimentos de auditagem do sistema eleitoral, em uma tentativa de dar respostas à parcela da população e da classe política que acusam, sem apresentar provas, que há fraudes no atual sistema de votação.

Perguntado sobre a ameaça que Bolsonaro fez aos ministros do Supremo, por supostos crimes de responsabilidade, Mourão disse que vê com ceticismo a possibilidade de o Congresso Nacional dar andamento a pedidos de impeachment contra os membros da corte. "Acho difícil o Senado aceitar", afirmou o vice a jornalistas na chegada ao Palácio do Planalto.

"O presidente tem a visão dele. Ele considera que esses ministros estão passando dos limites em algumas decisões que têm sido tomadas, e uma das saídas dentro da nossa Constituição seria o impeachment", declarou Mourão, sem se posicionar, contudo, de maneira favorável ou contrária aos impedimentos.

O vice-presidente limitou-se a reiterar críticas à prisão do presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, autorizada pelo Supremo na semana passada. "Não considero que Roberto Jefferson seja uma ameaça à democracia", disse. "Acho que Alexandre de Moraes poderia ter tomado outra decisão sem mandar prender por opinião".

Ainda na contramão do presidente Bolsonaro, Mourão disse novamente que confia nas urnas eletrônicas. "Até que me provem o contrário, vou confiando". Ele ponderou, contudo, que, "mesmo com todas as proteções, pode ocorrer algum ataque". O TSE e vários especialistas, no entanto, descartam a possibilidade de fraude nas urnas.

O vice-presidente Hamilton Mourão e o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, tiveram uma reunião reservada na última terça-feira, dia em que veículos blindados fizeram um desfile na Praça dos Três Poderes. A conversa ocorreu na casa de Barroso, que convidou o general para o encontro. Preocupado com o risco de ruptura institucional, o ministro não usou de meias-palavras. Queria saber se as Forças Armadas embarcariam em uma aventura golpista promovida pelo presidente Jair Bolsonaro.

A reunião não constava da agenda oficial e foi cercada de sigilo. Naquele dia, Mourão não acompanhou Bolsonaro na recepção ao comboio militar, que passou pelos arredores do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF) onze horas antes de a Câmara se debruçar sobre a polêmica do voto impresso. A proposta que virou um cabo de guerra acabou derrubada sob clima de tensão, com deputados acusando o governo de querer intimidar o Legislativo.

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O vice disse que tinha "um compromisso" e se ausentou do Palácio do Planalto na hora do desfile bélico. Não havia mesmo sido convidado. No encontro com Barroso, Mourão o tranquilizou e garantiu que as Forças Armadas não apoiavam golpe e ninguém impediria as eleições em 2022. Fez um movimento para tentar apaziguar a crise. Bolsonaro vinha repetindo com insistência que não haveria eleições se não houvesse mudança na urna eletrônica para adotar o modelo de voto impresso no País.

Chamado de "imbecil", "idiota" e "filho da p..." pelo presidente, Barroso não escondeu do general que se mostrava perplexo com o que vinha ocorrendo. Soube que as ameaças teriam incluído até o uso de voos rasantes com um dos jatos supersônicos da Força Aérea Brasileira (FAB) sobre o prédio do Supremo, quando o ministro da Defesa ainda era Fernando Azevedo e Silva.

Mourão disse mais de uma vez ao presidente do TSE que quem comandava as tropas não avalizaria qualquer golpe. Afirmou que a chance de isso ocorrer era "zero" porque as Forças Armadas se pautavam pela legalidade. Barroso se mostrou aliviado.

Cinco dias antes dessa conversa, o presidente do Supremo, Luiz Fux, havia anunciado o cancelamento da reunião entre os chefes dos poderes, sob o argumento de que o pressuposto para o diálogo era o "respeito mútuo entre as instituições e seus integrantes" e isso não ocorria diante daqueles ataques a Barroso e também ao ministro Alexandre de Moraes. "Quando se atinge um dos seus integrantes, se atinge a Corte por inteiro", avisou Fux.

Bolsonaro sempre atribuiu a primeira derrota da proposta do voto impresso, ainda na comissão especial da Câmara, a uma "interferência indevida" de Barroso, que conversou com dirigentes dos partidos.

Desde que o presidente subiu o tom e começou a vincular a realização das eleições de 2022 a mudanças no modelo de urna eletrônica, Mourão tem sido procurado por políticos e empresários para saber o que significam essas declarações.

A desconfiança aumentou após o Estadão revelar que o presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), recebeu um duro recado do ministro da Defesa, Walter Braga Netto, no dia 8 de julho, por meio de importante interlocutor político. Na ocasião, Braga Netto pediu para comunicar, a quem interessasse, que não haveria eleições em 2022 se não houvesse voto impresso e auditável. No Congresso, a impressão é a de que Bolsonaro está construindo uma narrativa de combate ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que hoje lidera as pesquisas de intenção de voto. A estratégia do chefe do Executivo também tem o objetivo de se apresentar como vítima do sistema, caso não consiga se reeleger.

Em comum, Barroso e Mourão compartilharam o espanto com a escalada da crise. O ministro foi insultado; o general, comparado pelo presidente, em uma entrevista, a alguém que atrapalha, um cunhado que se é obrigado a "aturar" porque não é passível de demissão. "Vice é igual cunhado, né? Você casa e tem que aturar o cunhado do teu lado. Você não pode mandar o cunhado embora", disse Bolsonaro à Rádio Arapuan FM, da Paraíba, em 26 de julho.

Antes mesmo de levar a análise do voto impresso para o plenário da Câmara, Lira disse a ministros do STF que trabalhava para construir uma solução na qual não houvesse vencidos nem vencedores. Não adiantou. Bolsonaro continuou ofendendo Barroso e Moraes, que o incluiu no caso das fake news e abriu investigação contra ele por vazamento de inquérito da Polícia Federal. "Nas mãos das Forças Armadas, o poder moderador. Nas mãos das Forças Armadas, a certeza da garantia da nossa liberdade, da nossa democracia e o apoio total às decisões do presidente para o bem da sua Nação", discursou Bolsonaro, anteontem, em mais um recado enigmático.

Procurados, Barroso e Mourão não quiseram se manifestar sobre o teor do encontro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ameaçar processar e pedir o impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) no Senado, neste sábado (14), o ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia (sem partido), o comparou ao ex-estadista venezuelano Hugo Chávez. Ele disse que o mandatário brasileiro é um ditador.

Contrariado pela prisão do presidente do PTB, Roberto Jefferson, Bolsonaro foi às redes e comentou sobre os riscos de uma ruptura institucional. Ele foi rebatido por Maia que, apesar de caducar dezenas de pedidos de impeachment contra o presidente na sua gestão, tece duras críticas ao Governo desde o fim do mandato no comando do Congresso.

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LeiaJá também: Bolsonaro diz que vai processar ministros do STF

"Assim atuam os populistas. Depois de eleitos, atacam as instituições democráticas e tentam destruir a democracia representativa e o Estado democrático. É, na verdade, um ditador igual a Chávez", repreendeu o deputado.

A reação contra os ministros Luis Roberto Barroso e Alexandre de Moraes é o estopim do desalinho da gestão federal com as instituições democráticas. A ala que apoia o presidente da República costuma estimular o uso de força para fechar o Congresso e o STF, e defende o retorno do regime militar de exceção. Essas pautas são consideradas antidemocráticas pela Constituição e indicam incentivo ao golpe de Estado.

A crise com Moraes foi amplificada no inquérito das fakes news, especialmente com a investigação contra a organização de milícias digitais que compõem o suposto 'Gabinete do Ódio". Assim como Roberto Jefferson, outros representantes do bolsonarismo virtual foram presos por ordem do STF, que enfraqueceu a divulgação de informações falsas contra adversários políticos do presidente.

Já com o Barroso, o desagrado se dá pela oposição veemente à obrigatoriedade do voto impresso. Ele também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e fez uma ampla campanha contra a tentativa de alteração da regra eleitoral.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta quinta-feira (12) que o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, mentiu sobre o tempo de contagem do voto impresso. "Pega muito mal mentir desta maneira, ou então és um tapado!", disse durante transmissão semanal nas redes sociais.

Segundo Barroso, seria preciso semanas para apurar votos em cédula, ao que Bolsonaro respondeu: "Há uma enorme diferença entre ler um papel impresso e um papel escrito à mão. Contar 400 papéis de voto impresso não tem dificuldade. Acredito que duas ou três horas seria mais do que necessário para contar esses votos." O magistrado já havia afirmado que seria necessário interromper aulas nas escolas onde as votações ocorrem nos dias das eleições durante o tempo de contagem manual dos votos.

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Mais cedo, Barroso anunciou medidas para ampliar a segurança e transparência da urna eletrônica. Entre elas, o presidente do TSE disse que considera ampliar o número de urnas que passarão pelo teste de integridade - auditoria feita na véspera da eleição para detectar fraudes -, bem como fará a abertura do código (fonte das urnas) aos partidos um ano antes da eleição e a criação de uma comissão externa de sociedade civil e de instituições para acompanhamento do processo.

Durante sessão nesta tarde, o magistrado reforçou que não era possível fazer a contagem manual dos votos, uma vez que a votação é feita em estabelecimentos que, já no dia seguinte à eleição, precisam retomar suas atividades. Outro ponto destacado por Barroso é a operação logística, de transporte dos comprovantes eleitorais, que apresenta riscos de segurança, e, por isso, coloca em risco a integridade das eleições e do sigilo do voto.

Insatisfeito com o posicionamento do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, que defende com ênfase as urnas eletrônicas, o presidente Jair Bolsonaro voltou a usar suas redes para atacar o ministro. Nesta manhã, em publicação em sua página no Facebook, o presidente utilizou um episódio ocorrido há cerca de cinco anos, em 2016, quando o magistrado concedeu perdão a José Dirceu (PT) no caso do mensalão. No post, o mandatário anexou uma notícia veiculada pela imprensa na ocasião e citou o versículo da Bíblia que diz "conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará".

O mote utilizado nesta quinta-feira pelo presidente vai na linha dos ataques que vem fazendo sistematicamente a Barroso. A apoiadores, Bolsonaro tem afirmado que o ministro estaria envolvido em um grande esquema de fraude para tentar colocar seu adversário, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de volta na Presidência.

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A insistência de Bolsonaro no tema tem causado diversos atritos entre Poderes, com lideranças de várias esferas mandando recados ao Executivo contra seus ataques à democracia. Na segunda-feira (2), sem citar Bolsonaro, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, afirmou que a Corte está atenta aos "ataques de inverdades" e que harmonia e independência entre os Poderes não significa "impunidade de atos que exorbitem o necessário respeito às instituições".

Barroso também reagiu, mas foi mais direto, afirmando que quem repete uma mentira muitas vezes será "perenemente prisioneiro do mal". O ministro disse que a obsessão do chefe do Executivo por ele "não faz nenhum sentido e sobretudo não é correspondida". Barroso então apresentou ao ministro Alexandre de Moraes - que conduz o inquérito das Fake News no Supremo - uma notícia-crime em que pede a apuração sobre "possível conduta criminosa" de Jair Bolsonaro.

O presidente Jair Bolsonaro voltou a colocar em dúvida, nesta manhã de terça-feira a eleição de 2022, ao reiterar a apoiadores que não serão admitidas "eleições duvidosas" no ano que vem. Ontem, o presidente, que vinha ameaçando a realização do pleito, tentou mudar o discurso ao afirmar que sem o voto impresso não teríamos eleições "democráticas", nesta manhã, contudo, ele voltou a ser mais enfático ao questionar o pleito.

"Teremos eleições no ano que vem, mas eleições limpas, democráticas, e confiáveis", disse o chefe do Executivo, em um recado ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso. E repetiu: "O Brasil vai ter eleições no ano que vem, eleições limpas, democráticas."

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'Povo armado'

Em conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, ele fez insinuações ao sugerir reação popular nas ruas e dizer que o "povo tem que estar armado"."Todas as ditaduras precederam a campanha de desarmamento, comigo é diferente, o povo de bem tem que estar armado, a exemplo do povo americano, para que exatamente, protótipo de ditadores não queiram fazer valer a sua vontade", disse o presidente.

Em meio a críticas ao presidente do TSE e ataques ao sistema eleitoral, o mandatário citou a seguinte passagem bíblica: "nada temeis, nem mesmo a morte, a não ser a morte espiritual, que é eterna". Em conversas anteriores com apoiadores no chamado "cercadinho", Bolsonaro já havia feito apelos velados para que sua base de apoio orgânica se opusesse nas ruas às instituições diante de eventual recusa à implementação do voto impresso. "Meu exército são vocês", disse em outra ocasião. "Jurei dar minha vida pela pátria, no caso de uma ameaça externa ou interna. E o Brasil está sendo agredido internamente", disse hoje a seus simpatizantes.

O presidente afirmou que não aceitaria intimidações, e que manteria seu direito de cidadão de liberdade de expressão. Segundo o presidente, o Brasil está mudando, com um elogio a sua própria gestão. "Hoje o Brasil mudou, tem presidente que respeita militares, família, é leal a seu povo" afirmou "não haverá retrocesso".

O presidente Jair Bolsonaro aproveitou o encontro matinal com seus apoiadores, na frente do Palácio do Alvorada, nesta manhã de terça-feira, para responder as duras críticas que recebeu ontem do Judiciário, especificamente do ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luis Roberto Barroso. "Barroso presta um desserviço à população brasileira", destacou, voltando a insistir na instituição do voto impresso no País. "Volto a pedir voto impresso, o Brasil está sendo agredido internamente", emendou.

Nas críticas ao presidente do TSE, o mandatário voltou a associar o magistrado à defesa da pedofilia, falando algo que já foi desmentido, de que ele defende a redução da maioridade para estupro de vulneráveis e que isso beira a defesa da pedofilia. Aos apoiadores, Bolsonaro voltou a apresentar suas próprias estatísticas para dizer que as urnas eletrônicas não são confiáveis e disse se eles confiavam mais "em relatório da Polícia Federal ou no Barroso."

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Bolsonaro disse que "joga dentro das regras constitucionais" e Barroso não. Ontem, os ministros do TSE votaram, por unanimidade, a favor da instauração de inquérito administrativo e envio de notícia-crime ao Supremo contra o presidente pelas declarações infundadas de irregularidades no sistema eleitoral e ameaça à realização das eleições.

Palavra 'sem valor'

Em posse de dois relatórios da Polícia Federal sobre as urnas, Bolsonaro declarou que, se o presidente do TSE continuar "insensível" a seus apelos contra o sistema eleitoral, e o povo desejar, haverá um movimento na Avenida Paulista, em São Paulo, para mandar um "último recado" ao ministro. "Senhor Barroso, sua palavra não vale absolutamente nada. Está a serviço de quem?", questionou.

Ele voltou a se apoiar em suposto cálculo estatístico para sustentar versão segundo a qual houve fraude nas eleições municipais de São Paulo e afirmou que as eleições de 2022 estão sobre suspeição por existirem dúvidas quanto à legitimidade do pleito. "Por que ele (Barroso) quer que a somatória de dúvidas permaneça entre nós? Não serão admitidas eleições duvidosas no ano que vem", declarou.

Bolsonaro se mostrou bastante insatisfeito com Barroso, e dedicou toda a sua conversa com apoiadores nesta manhã a criticar o ministro. Bolsonaro argumentou que a briga com o presidente do TSE não era para mostrar "quem é mais macho", mas que ele não abria mão de demonstrar quem respeitava a Constituição, coisa que acusou o ministro de não fazer.

O chefe do Executivo tentou diminuir o impacto de suas críticas ao ministro afirmando que elas não eram direcionadas ao TSE ou ao STF, mas apenas contra Barroso. "O ministro Barroso presta um desserviço à nação brasileira, cooptando agora gente de dentro do Supremo, querendo trazer para si, ou dentro do TSE, como se fosse uma briga minha contra o TSE ou contra o Supremo, não é. É contra o ministro do Supremo que é também presidente do Tribunal Superior Eleitoral querendo impor a sua vontade".

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, refutou declarações e ataques do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao Judiciário. Na mesma linha do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, Barroso disse que ameaça à realização das eleições é conduta antidemocrática e que há "coisas erradas acontecendo no País" às quais todos precisam estar atentos.

Durante discurso de abertura dos trabalhos do TSE para o segundo semestre, Barroso, apesar de não mencionar o nome de Bolsonaro em nenhum momento, disse que trata com a indiferença possível os ataques pessoais. Na manhã desta segunda-feira, 2, Bolsonaro voltou a criticar o magistrado a apoiadores, disse que ele é defensor das drogas, do aborto e que gostaria de facilitar a manipulação das eleições.

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"As referências pessoais a mim tratei com a indiferença possível. Eu escolhi para a minha vida ser um agente do processo civilizatório e empurrar a história na direção certa. Se eu parar para bater boca, eu me igualo a tudo que quero transformar. Vivo para o bem e para fazer um País melhor e maior. Ódio, mentira, agressividade, grosseria, ameaças, insultos são derrotas do espírito. O universo me deu a bênção de não cultivar estes sentimentos e atitudes", disse Barroso. "Obsessão por mim não faz qualquer sentido e, sobretudo, não é correspondida", completou.

Segundo Barroso, o País superou "ciclos de atraso institucional" apesar de "retardatários" que gostariam de voltar ao passado. "Uma das manifestações do autoritarismo no mundo contemporâneo é precisamente o ataque às instituições, inclusive às instituições eleitorais que garantem processo legítimo de condução aos mais elevados cargos da República", disse o magistrado.

O ministro também afirmou que outras democracias do mundo se encontram sob pressão e criticou os líderes populares que, eleitos pelo voto popular, desconstroem pilares da democracia. Segundo Barroso, o projeto democrático é o da soberania popular e eleições livres.

No início da sessão, Barroso prestou solidariedade às vítimas da covid-19 no País. De acordo com o Consórcio de Imprensa, o Brasil registra até esta segunda-feira 557.359 mortes em decorrência da doença.

O presidente Jair Bolsonaro, mesmo sem provas, voltou a falar contra a segurança das urnas eletrônicas e a atacar o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso. De acordo com o presidente, Barroso precisa apresentar uma justificativa melhor contra o voto impresso, além do custo de implementação do processo. "O dinheiro quem trata sou eu, não é ele. Agora, não vai faltar dinheiro para comprar maquininha para imprimir o voto do lado ali", disse Bolsonaro, que voltou a inflamar seus seguidores. "Nosso Exército, que são vocês, não vai aceitar o que aconteceu em outros países."

As conversas com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, sempre recheada de críticas a opositores, virou o principal palco de defesa do presidente ao voto impresso. Bolsonaro inclusive já fez declarações de que as eleições do ano que vem poderiam não ocorrer caso o tema não fosse aprovado na Câmara. A quem acompanha o presidente diariamente no cercadinho na saída do Palácio da Alvorada, Bolsonaro tem afirmado que há uma articulação dentro do Supremo para que o seu principal adversário político, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seja alçado à presidência através de uma fraude.

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O presidente também voltou a fazer críticas à oposição. "Não estamos livres ainda. A cobra está viva", afirmou o presidente.

Como mostrou o Broadcast Político/Estadão, a Comissão Especial da Câmara sobre o tema chegou a ter maioria de votos favoráveis para aprovar voto impresso, mas presidentes de partidos e ministros do STF agiram para trocar os integrantes da comissão e deixar o texto sem apoio suficiente.

No fim de junho, presidentes de 11 partidos fecharam um posicionamento contra o voto impresso. Os caciques das legendas, incluindo os da base do presidente Jair Bolsonaro no Congresso, decidiram derrubar a proposta discutida na Câmara e patrocinada pelo chefe do Planalto.

2022

Bolsonaro continuou colocando em dúvida sua participação no pleito de 2022. Sem partido, e com a popularidade em baixa, o presidente declarou que tem até março para decidir filiação e, até lá, decide seu futuro. O chefe do Executivo alegou que não poderia falar agora que é candidato porque isso infringe as regras eleitorais.

"Eu não posso falar que sou candidato agora que é crime eleitoral. E outra, se eu for falar em eleição eles vão vir em mim. Março tem sim como último mês de filiações, aí eu decido o futuro", disse. O presidente concluiu dizendo que disputar a presidência, "não é vida" para ele, mas é uma missão. (Colaboraram Camila Turtelli e Anne Warth)

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), também veio a público nesta sexta-feira (9) para dizer que não serão admitidos atos contra a democracia e o Estado de Direito, por configurarem crimes comum e de responsabilidade. Em publicação no Twitter, o ministro seguiu a linha da nota divulgada Mai cedo pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do STF, Luís Roberto Barroso, que após as ameaças do presidente Jair Bolsonaro voltou a defender a lisura do processo eleitoral.

"Os brasileiros podem confiar nas Instituições, na certeza de que, soberanamente, escolherão seus dirigentes nas eleições de 2022, com liberdade e sigilo do voto. Não serão admitidos atos contra a Democracia e o Estado de Direito, por configurar crimes comum e de responsabilidade", afirmou Moraes, que será presidente do TSE durante as eleições de 2022.

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Nesta manhã, Bolsonaro chamou Barroso de "imbecil" e voltou a ameaçar a estabilidade do próximo pleito caso o modelo do voto impresso - urna que emite comprovante de votos - não seja implantado. O assunto hoje é discutido pelo Congresso Nacional. Ontem o presidente também subiu o tom e afirmou que ou se faz "eleições limpas no Brasil ou não temos eleições".

Moraes se manifestou logo após Barroso, que afirmou que tentativas de obstrução das eleições podem levar ao enquadramento na Lei de Impeachment. "A realização de eleições, na data prevista na Constituição, é pressuposto do regime democrático. Qualquer atuação no sentido de impedir a sua ocorrência viola princípios constitucionais e configura crime de responsabilidade", afirmou o atual presidente do TSE.

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, emitiu uma nota nesta sexta-feira (9), se posicionando contra a escalada de ataques do presidente Jair Bolsonaro aos ministros da mais alta Corte da Justiça Eleitoral e à urna eletrônica. No texto, o ministro afirma que quaisquer tentativas de obstruir a realização de eleições podem levar ao enquadramento na Lei de Impeachment.

"A realização de eleições, na data prevista na Constituição, é pressuposto do regime democrático. Qualquer atuação no sentido de impedir a sua ocorrência viola princípios constitucionais e configura crime de responsabilidade", diz a nota.

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Na manhã desta sexta-feira, Bolsonaro adotou linguajar grosseiro na tentativa de desqualificar o ministro Barroso, que já declarou abertamente ser contra o voto impresso - principal pauta encampada pelo presidente à medida em que sua popularidade se esvai e a CPI da Covid avança na apuração de atos de corrupção envolvendo o governo federal. Em conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, ele chamou o presidente do TSE de "imbecil".

"Lamento falar isso de uma autoridade do Supremo Tribunal Federal. Um cara desse tinha que estar em casa", disse o presidente. Além de insultar um ministro do Judiciário, Bolsonaro voltou a ameaçar a estabilidade das eleições do ano que vem caso a urna eletrônica não passe a emitir o comprovante dos votos. Ele acusa Barroso de articular junto ao Congresso a derrubada do Projeto de Emenda à Constituição (PEC) do Voto Impresso, de autoria da deputada federal Bia Kicis (PSL-DF).

A votação da proposta na Comissão Especial da Câmara, que analisa o assunto, estava prevista para ontem, mas foi adiada para o próximo dia 15. Dirigentes de 11 siglas dos espectros do centro e da direita já se posicionaram contra as mudanças no sistema eleitoral e referendaram a confiança nas urnas eletrônicas.

Em resposta aos ataques de Jair Bolsonaro, Barroso disse ao Broadcast Político que seguirá cumprindo seu papel e garantiu que haverá eleições no Brasil no próximo ano. "Como já disse antes, eu não paro para bater boca. Cumpro o meu papel pelo bem do Brasil. Mas eleição vai haver, eu garanto", disse o ministro.

Leia a íntegra da nota de Barroso

Tendo em vista as declarações do Presidente da República na data de hoje, 9 de julho de 2021, lamentáveis quanto à forma e ao conteúdo, o Tribunal Superior Eleitoral esclarece que:

1. Desde a implantação das urnas eletrônicas em 1996, jamais se documentou qualquer episódio de fraude. Nesse sistema, foram eleitos os Presidentes Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Jair Bolsonaro. Como se constata singelamente, o sistema não só é íntegro como permitiu a alternância no poder.

2. Especificamente, em relação às eleições de 2014, o PSDB, partido que disputou o segundo turno das eleições presidenciais, realizou auditoria no sistema de votação e reconheceu a legitimidade dos resultados.

3. A presidência do TSE é exercida por Ministros do Supremo Tribunal Federal. De 2014 para cá, o cargo foi ocupado pelos Ministros Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Luiz Fux, Rosa Weber e Luís Roberto Barroso. Todos participaram da organização de eleições. A acusação leviana de fraude no processo eleitoral é ofensiva a todos.

4. O Corregedor-Geral Eleitoral já oficiou ao Presidente da República para que apresente as supostas provas de fraude que teriam ocorrido nas eleições de 2018. Não houve resposta.

5. A realização de eleições, na data prevista na Constituição, é pressuposto do regime democrático. Qualquer atuação no sentido de impedir a sua ocorrência viola princípios constitucionais e configura crime de responsabilidade.

Pacheco

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), fez um comentário de desagravo ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral. "Definitivamente, não concordo com esse formato, com esse método, tampouco concordo com ataques pessoais a autoridades públicas ou a qualquer cidadão. Eu considero que a divergência de ideias deve ser debatida no campo das ideias, das teses, e não das pessoas", afirmou o presidente do Senado em coletiva de imprensa. "Me solidarizo com o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, e discurso de qualquer ataque pejorativo que seja feito a ele ou a qualquer cidadão brasileiro nesse ponto."

Na entrevista, Pacheco afirmou que a tentativa de frustrar a realização das eleições é algo que o Congresso "não concorda e repudia". Ele reforçou que o Legislativo não vai aceitar retrocesso no avanço do sistema eleitoral e manifestou confiança nas urnas eletrônicas, questionadas por Bolsonaro.

O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), voltou a argumentar contra a implementação do voto impresso no País, tema que virou bandeira do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Barroso apresentou como argumento contra o sistema a logística envolvendo o transporte dos votos "no País do roubo de carga", além da dificuldade de implementação da modalidade. Citou também o risco de judicialização devido a possíveis divergências em uma recontagem. Para Barroso, o voto impresso não é mecanismo a mais de auditoria, "ele é um risco para o processo eleitoral".

"Qual a razão pela qual o TSE tem se empenhado contrariamente ao voto impresso? É que nós vamos ter que transportar 150 milhões de votos no País do roubo de carga, da milícia, do Comando Vermelho, do PCC, do Amigos do Norte, já há aí um primeiro problema", argumentou.

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Barroso, que destacou a segurança das urnas eletrônicas, também reforçou que o sistema com voto impresso só presta para recontagem manual, o que, segundo ele, seria um "terror". "Se o candidato a presidente da República pedir recontagem, nós vamos ter 150 milhões de votos contados manualmente, aquelas mesas apuradoras que faziam o terror da vida brasileira antes das urnas eletrônicas", disse.

Para o ministro, a única forma de implementar o sistema seria através de mecanismo de contagem automática, coisa que, segundo ele, já não é mais possível fazer a tempo para a próxima eleição. E mesmo com esse sistema, Barroso afirma ser um paradoxo implementar o passo extra de verificação. "O voto impresso seria imprimido pela mesma urna que estaria sob suspeita, portanto, se fraudar o eletrônico, frauda o impresso. Vamos gastar R$ 2 bilhões de reais, criamos um inferno administrativo para essa licitação, com o risco de fraude, e pior, quebra de sigilo", afirmou.

O presidente do TSE também apontou como um dos riscos da implementação do sistema a judicialização das eleições. "A contagem manual vai dar diferença em relação à contagem eletrônica. Até caixa de banco ou caixa de empresa no final do dia você tem que fazer uma reconciliação, e aí vão pedir anulação de urna para dizer que deu defasagem, deu desencontro, nesse País em que se judicializa tudo, vai se judicializar também a eleição", concluiu o ministro.

Em meio aos escândalos do governo envolvendo a compra de vacinas, o presidente Bolsonaro, de olho nas eleições de 2022, tem colocado em xeque a segurança das urnas eletrônicas. Para o chefe do Executivo, haveria uma articulação dentro do STF para colocar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de volta ao poder por meio de fraude.

Sem apresentar provas, Bolsonaro tem feito a afirmação contra a segurança do processo eleitoral para seus apoiadores. Em uma de suas conversas com seus eleitores, na saída do Palácio da Alvorada, Bolsonaro chegou a sugerir que fará uma live com hackers demonstrando as possíveis fragilidades do sistema.

Barroso também argumentou contra a possibilidade de um hacker prejudicar o sistema eleitoral. "As urnas não entram em rede", afirmou o ministro. "As pessoas dizem: 'mas atacam a Nasa, atacam o FBI, atacam o Pentágono, porque não vão atacar o TSE?'. Até atacam, mas mesmo que ataquem o TSE, mesmo que derrubem o sistema do TSE - o que nunca aconteceu - as urnas não entram em rede, e, portanto, não há como fraudar o resultado eleitoral", pontuou.

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a devolução do passaporte do empresário Carlos Wizard. O documento estava retido a pedido da CPI da Covid depois que ele faltou ao primeiro depoimento na comissão parlamentar.

Apontado como integrante do suposto 'gabinete paralelo' de aconselhamento do presidente Jair Bolsonaro na pandemia e já inserido na lista de investigados da comissão de inquérito no Senado Federal, o empresário se apresentou aos parlamentares na quarta-feira, 30, quando desembarcou dos Estados Unidos. Após o interrogatório, Barroso autorizou a liberação do passaporte.

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"Defiro a liminar para determinar a devolução do passaporte do paciente, incumbindo ao Juízo da 1ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Campinas a adoção das providências necessárias. Comunique-se, com urgência, à autoridade impetrada e ao Juízo da 1ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Campinas", escreveu.

Na semana passada, ao suspender a condução coercitiva do empresário, o ministro avisou que decidiria 'oportunamente' sobre a devolução do documento.

Em seu depoimento, Wizard fez uso do habeas corpus que lhe garantiu direito ao silêncio e se recusou a responder a maioria das perguntas feitas pelos parlamentares. O senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI, sinalizou que vai recorrer do salvo-conduto.

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou nessa quarta-feira (23) uma ação na qual a Advocacia-Geral da União (AGU) pedia a suspensão de medidas restritivas adotadas por três estados para conter a disseminação do novo coronavírus.

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Em ação direta de inconstitucionalidade (ADI) aberta em maio, foram questionados decretos do Rio Grande do Norte, de Pernambuco e do Paraná. Entre outras medidas, as normas restringiram a circulação de pessoas e fecharam serviços considerados não essenciais.

Na petição inicial, assinada pelo advogado-geral da União, André Mendonça, e pelo presidente Jair Bolsonaro, o governo federal alegou que tais restrições seriam “excessivas e desproporcionais”, além de violarem liberdades fundamentais, como os direitos de locomoção e de desempenho de atividade econômica.

Ao analisar o caso como relator, Barroso entendeu que as medidas estaduais não são inconstitucionais, pois têm como objetivo garantir o direito prioritário à vida e à saúde. Para o ministro, os decretos têm “respaldo científico e destinam-se a um fim legítimo: conter o contágio, mortes e sobrecarga do sistema de saúde. Não há, assim, indício de irrazoabilidade ou desproporcionalidade”, escreveu.

Essa é a segunda ação contra decretos estaduais relacionados à pandemia. Em março, uma primeira ADI foi rejeitada pelo então relator, ministro Marco Aurélio Mello, por não ter sido assinada pelo advogado-geral da União à época, José Levi do Amaral. 

 

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal federal (STF), autorizou nesta sexta-feira, 18, a condução coercitiva do empresário Carlos Wizard. Ele era aguardado ontem na CPI da Covid, mas faltou ao depoimento, o que levou a Justiça Federal a determinar a retenção do passaporte após seu retorno ao Brasil.

Barroso analisou um pedido da defesa do empresário contra a imposição da data do interrogatório pela comissão parlamentar. Na avaliação do ministro, não houve irregularidade no ato da CPI.

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"As providências determinadas pela Comissão Parlamentar de Inquérito, no sentido do comparecimento compulsório do paciente, estão em harmonia com a decisão por mim proferida. Naturalmente, se houver qualquer espécie de abuso na sua execução, poderá o impetrante voltar a peticionar. Mas, por ora, este não é o caso", escreveu.

Wizard é investigado pela comissão parlamentar sob suspeita de integrar e financiar o chamado 'ministério paralelo', que teria aconselhado o presidente Jair Bolsonaro sobre a gestão da pandemia na contramão das orientações do Ministério da Saúde. Depois que foi convocado para prestar depoimento, ele acionou o Supremo Tribunal Federal para ser ouvido por vídeo, mas Barroso disse que a palavra final sobre a modalidade do interrogatório cabe ao Senado Federal. O senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da comissão, rejeitou o depoimento remoto. A defesa do empresário diz que ele está nos Estados Unidos acompanhando o tratamento de saúde de um familiar.

Depois de não se apresentar aos senadores, a CPI quebrou os sigilos telefônico e telemático do empresário e pediu à Justiça a condução coercitiva e a retenção do passaporte.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) criticou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso por decisão que proíbe despejos de inquilinos inadimplentes durante a pandemia.

"Se o cara não quiser pagar aluguel agora, ele não paga e a Justiça não pode tirar de casa. Decisão do ministro Barroso, o mesmo que diz que a urna eletrônica é segura."

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Durante a conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada, o presidente defendeu a flexibilização do uso de armas de fogo para a proteção da propriedade privada.

"A arma deixa você dormir em paz em casa", afirmou, falando sobre a facilitação do porte no campo realizada pelo seu governo.

Ele defendeu ainda a proteção da propriedade privada como um tema "sagrado" para o governo.

Em audiência na Câmara nesta quarta-feira, 9, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, defendeu o sistema eleitoral atual, baseado somente na urna eletrônica. "Nunca foi documentado um caso sequer de fraude", disse. "A posição do TSE no tocante ao item segurança é de que a introdução do voto impresso seria uma solução desnecessária para um problema que não existe com um aumento relevante de riscos", disse Barroso. Para ele, a "vida vai ficar bem pior" se o voto impresso voltar.

Como o Estadão/Broadcast mostrou nesta terça-feira, o voto impresso - promessa de campanha do presidente Jair Bolsonaro - deve avançar com amplo apoio na comissão especial sobre o tema na Câmara e, paradoxalmente, com adesão de parte da oposição. Levantamento feito pelo Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, aponta que a maioria dos deputados no colegiado é a favor da aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC).

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Dos 34 parlamentares no colegiado, 21 se disseram a favor - para que a proposta avance, são necessários 17 votos. Só quatro são contrários e sete ainda estão indecisos. Duas vagas ainda não foram preenchidas. Se aprovado na comissão especial, o texto ainda precisará ser votado nos plenários da Câmara e do Senado, em dois turnos.

Barroso também citou o custo de R$ 2 bilhões para implementar o sistema, além dos problemas de armazenagem, transporte e segurança de urnas com votos de papel.

"Se passar, teremos de fazer uma licitação para comprar as urnas. Não é procedimento banal, não é fácil. O tribunal tem boa-fé e vai tentar cumprir, se for essa decisão, eu torço para que não venha, mas se vier vamos tentar cumprir", disse o ministro.

"Com todo o respeito às compreensões diferentes, eu gostaria de dizer por quais razões o tribunal tem participado do debate público em sentido desfavorável à implantação do voto impresso. Sempre lembro que essa é uma decisão política, portanto, se o Congresso Nacional decidir que deve ter voto impresso e o Supremo validar, vai ter voto impresso. Mas vai piorar, a vida vai ficar bem pior. Aliás, a vida vai ficar parecida com o que era antes. Creiam em mim", afirmou Barroso.

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