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O ministro da Casa Civil, Walter Souza Braga Netto, teve um mal súbito nesta quarta-feira (24). Segundo a assessoria do ministério, Braga Netto passava férias em Alagoas quando se sentiu mal e teve que ser hospitalizado no hospital Santa Casa de Misericórdia, de Maceió.

Sem fornecer detalhes, a assessoria da pasta informou que o ministro passou a noite em observação, foi submetido a exames para identificar as causas do mal-estar e liberado na manhã de hoje (25). Ainda conforme a assessoria ministerial, ele passa bem e retorna a Brasília ainda hoje.

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A previsão inicial é que Braga Netto retorne ao trabalho na segunda-feira (29). O ministro estava de férias desde a última segunda-feira (22) – o curto período de descanso, que já estava programado para terminar amanhã (26), foi autorizado pelo presidente Jair Bolsonaro, conforme despacho publicado no Diário Oficial da União do último dia 19.

 

A Casa Civil desistiu de consultar o Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a possibilidade de bancar investimentos em infraestrutura por meio de créditos extraordinários, que ficam livres de qualquer limitação do teto de gastos, mecanismo que restringe o avanço das despesas à inflação. O recuo vem na esteira da repercussão negativa após o Estadão/Broadcast revelar a intenção do governo de obter o aval da Corte de Contas para a manobra.

A decisão de fazer a consulta atendia a uma pressão do ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, que quer impulsionar R$ 35 bilhões em obras públicas sob a justificativa de estimular a retomada da economia após o impacto da Covid-19, mas esbarra nas regras fiscais.

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O TCU chegou a ser ouvido informalmente sobre o tema. Caso tivesse o aval da Corte de Contas, o governo poderia na prática usar a calamidade para bancar investimentos do chamado Plano Pró-Brasil, driblando o teto de gastos, hoje colocado pela própria equipe econômica como âncora da sustentabilidade fiscal do País. A divulgação da reportagem fez as taxas de juros no mercado futuro subirem, sinalizando maior percepção de risco do investidor.

"A Casa Civil da Presidência da República esclarece que não fará consulta ao Tribunal de Contas da União sobre a possibilidade de utilização de créditos extraordinários para investimentos em infraestrutura", diz a nota enviada ao Estadão/Broadcast.

Após a reportagem, ministros do TCU querem ouvir formalmente o ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre a consulta. Houve uma troca frenética de mensagens entre os integrantes da Corte. Há receio entre eles de que o governo esteja querendo "terceirizar" uma arbitragem de conflito interno no governo entre a ala que defende a medida e a equipe fiscalista de Guedes, contrária à mudanças no teto. Os ministros avisaram o governo que não vão aceitar essa "arbitragem".

A realização da consulta havia sido debatida ontem em reunião da Junta de Execução Orçamentária (JEO), formada pelos ministros da Casa Civil, Walter Braga Netto, e da Economia, Paulo Guedes. Como mostrou o Estadão/Broadcast, a JEO aprovou a realização da consulta, que seria formalizada pela Casa Civil. No decreto que criou a Junta, o texto diz que o quórum de votações do colegiado precisa ser consensual. Guedes não travou a consulta, mas deixou claro que não tomaria a iniciativa.

Mesmo com a aprovação, o desconforto permanecia na área econômica, que é contrária à manobra para gastar mais. Marinho, por sua vez, adotou como mantra o discurso de que a ordem do presidente Jair Bolsonaro é não deixar obras paradas. O ministro do Desenvolvimento Regional tem conseguido apoio de parlamentares à estratégia "fura-teto".

Segundo um integrante do TCU ouvido sob condição de anonimato, a área técnica do tribunal também é contra e "não quer nem ouvir falar". O plenário da Corte de Contas, porém, pode em tese votar de forma descolada do corpo técnico.

Outros integrantes do TCU vinham demonstrado sensibilidade em relação ao desejo de parte do governo de alavancar a retomada da economia, "desde que isso não comprometa o esforço de equilíbrio fiscal".

O governo precisa enviar até 31 de agosto o Projeto de Lei Orçamentária Anual (Ploa) de 2021, já com as despesas desses investimentos, por isso a pressa. A Casa Civil também havia prometido para este mês uma primeira versão do chamado Pró-Brasil.

A maior dificuldade em atender ao pedido do governo, segundo fontes do TCU, seria comprovar que o investimento público se encaixa nas exigências de imprevisibilidade para a abertura de um crédito extraordinário, ainda mais considerando a natureza e a duração das obras.

A Casa Civil, comandada pelo general Walter Braga Netto, deu autorização para a Agência Nacional de Saúde (ANS) contratar a filha do ministro, Isabela Oassé de Moraes Ancora Braga Netto, para uma vaga de gerente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), com salário de R$ 13.074 por mês. O cargo é de livre nomeação. Ou seja, não é preciso fazer concurso público para exercê-lo.

Com sede no Rio de Janeiro, a agência regula o mercado de planos de saúde. Se confirmada a nomeação, a filha de Braga Netto ocupará o cargo de Gustavo de Barros Macieira, servidor de carreira da agência e especialista em direito do Estado e da regulação pela Fundação Getulio Vargas (FGV), que ainda ocupa o posto.

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A vaga disputada por Isabela é para comandar a Gerência de Análise Setorial e Contratualização com Prestadores. O posto trata da relação entre ANS, planos de saúde e prestadores de serviços, como hospitais. A filha do ministro é formada em comunicação social. O nome de Isabela foi analisado pela Casa Civil porque nomeações para cargos comissionados do alto escalão exigem aval da pasta.

A informação sobre a possível nomeação foi antecipada pela revista Veja. O diretor Rodrigo Aguiar, responsável pela gerência, confirmou ao Estadão que o nome da filha do ministro recebeu o ok da Casa Civil e informou que ainda não sabe quando a contratação será feita porque a análise do seu currículo ainda não foi concluída pela ANS. "Trata-se de cargo de livre nomeação e exoneração, para o qual profissionais de variados perfis são considerados, visando o melhor atingimento dos fins da função", disse.

Questionado sobre quem indicou a filha do ministro para a vaga e se ela tem experiência na área, o diretor disse que não poderia comentar o assunto. Procuradas, a ANS e a Casa Civil não se manifestaram até a publicação deste texto.

O ministro-chefe da Casa Civil, general Walter Souza Braga Netto, alertou nesta sexta-feira (22) para o risco de a pandemia de coronavírus provocar “desabastecimento e caos social” no Brasil. Ele afirmou que, no momento, a população “está tranquila” por conta dos investimentos feitos pelo governo federal no combate à covid-19. Mas disse que o país precisa estar preparado para a retomada da economia porque os recursos públicos “são finitos”.

“Quando terminar o recurso, e não tem como continuar por muito tempo, a economia tem que voltar. Porque, se a economia não voltar, vamos ter gente morrendo de fome e vamos ter caos social. Desabastecimento e tudo mais. A população está tranquila, o abastecimento está tranquilo. Mas o governo está se desdobrando para manter esse nível de emprego e abastecimento “, advertiu.

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Braga Netto participou de uma reunião remota da comissão mista que acompanha as ações para o enfrentamento do coronavírus. Durante a audiência pública, o ministro destacou que 20 medidas provisórias editadas pelo presidente Jair Bolsonaro abrem crédito extraordinário de R$ 274 bilhões para o combate à covid-19. Mas alertou que as despesas provocam um aumento no déficit fiscal da União.

“A crise impôs um desafio fiscal muito grande. A meta original do déficit para 2020 era de R$ 124 bilhões. Com a covid, estamos até o momento com [a previsão de] R$ 525 bilhões de déficit. Isso vai requerer esforço e responsabilidade de todos os Poderes para retomarmos o caminho do crescimento e voltarmos à normalidade. Isso tudo está sendo feito para preservar vidas e empregos”, afirmou.

O ministro lembrou que o coronavírus matou 18.859 pessoas no Brasil até 20 de maio. Nesta sexta-feira, o número de óbitos confirmados já supera os 20 mil. Braga Netto destacou, no entanto, que mais 273 mil pacientes estão recuperados ou em recuperação. Segundo ele, não é possível ficar apenas “com o olhar para o lado negativo”.

“Nos solidarizamos com as famílias enlutadas, mas temos que mostrar que existe um grande número de recuperados. Tivemos até o momento 291 mil infectados. Mas já são quase 117 mil recuperados e 156 mil em recuperação. Novamente, nos sensibilizamos com as famílias brasileiras. Mas não podemos somente ficar com o olhar para o lado negativo, porque o Brasil não pode parar. A pandemia vai passar, e ninguém vai ficar para trás”,  disse.

Segundo a Universidade Johns Hopkins, que monitora a evolução do coronavírus ao redor do mundo, o Brasil ocupa a sexta posição entre os países com o maior número de mortos pela covid-19 — atrás de Estados Unidos, Reino Unido, Itália, França e Espanha. Braga Netto esclareceu, no entanto, que o governo brasileiro adota outra metodologia, que leva em conta o número de mortos por milhão de habitantes. Segundo essa abordagem, o Brasil figura na oitava posição — atrás de Bélgica, Espanha, Reino Unido, Itália, França, Estados Unidos e Alemanha.

Medidas provisórias

O ministro da Casa Civil detalhou as ações anunciadas pelo governo brasileiro para o combate à pandemia. Ele destacou que, dos R$ 274 bilhões liberados por meio de créditos orçamentários ao Orçamento, o Poder Executivo já empenhou o equivalente a 73,9%. São despesas que o governo se comprometeu a fazer, mas ainda não desembolsou integralmente.

O portal Siga Brasil, mantido pelo Senado com base em dados do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), confirma o percentual de empenho divulgado por Braga Netto. O site destaca, no entanto, que menos da metade do dinheiro (40,4%) foi efetivamente gasto com as ações de combate ao coronavírus.

Braga Netto enumerou algumas medidas desenvolvidas pelo governo federal para o enfrentamento da pandemia. Entre elas, o auxílio emergencial de R$ 600 para pessoas vulneráveis; o benefício emergencial para a manutenção de emprego e renda; e a linha de crédito para que micro, pequenas e médias empresas paguem os salários de funcionários.

O ministro lembrou também a liberação de R$ 34,5 bilhões para o Ministério da Saúde. Segundo Braga Netto, o governo federal habilitou 6.142 novos leitos de UTI, distribuiu 83 milhões de equipamentos de proteção individual e adquiriu 861 respiradores e mais de 6,9 milhões de testes.

Segundo o chefe da Casa Civil, o país contratou mais 3,3 mil médicos em 1.218 municípios e alocou mais de 1,2 mil profissionais de saúde em hospitais universitários federais. Braga Netto lembrou também que o governo federal zerou a cobrança de impostos sobre medicamentos usados para o tratamento da covid-19, o que impactou 118 fármacos antivirais e antirretrovirais.

Outra medida destacada pelo ministro foi a repatriação de 22,5 mil brasileiros, a maior parte de Portugal. Braga Netto disse que o número de pessoas que tentam voltar ao Brasil “está mais ou menos estabilizado”.

“Está reduzindo o número de pessoas que querem retornar. Temos ainda pouco mais de 4 mil brasileiros esperando para ver se vão retornar ou não. Temos brasileiros que podem procurar os parlamentares dizendo que não foram atendidos. Mas são casos de pessoas que não vieram porque disseram que só vinham se pudessem trazer o pet ou a moto. Tem situações que devem ser tratadas com um certo cuidado “, afirmou.

*Da Agência Senado

 

O Diário Oficial da União (DOU) desta Quarta-feira (15) publica a exoneração de Felipe Cruz Pedri do cargo de assessor especial do gabinete do ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto. O assessor estava na equipe da Casa Civil desde o início do governo de Jair Bolsonaro.

Fiel à cartilha do escritor e guru bolsonarista Olavo de Carvalho, Felipe Cruz Pedri é um dos autores do manifesto de fundação do Aliança pelo Brasil, partido lançado em novembro passado por Bolsonaro. Em sete páginas, o documento repete o mantra de Olavo de Carvalho de combate ao "globalismo", repudia o aborto sob todas as suas formas e defende o resgate aos "patriotas do passado, do presente e do futuro, unidos por um vínculo moral e de lealdade à pátria".

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Pedri chegou ao Palácio do Planalto pelas mãos do então ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS). O ex-assessor costuma criar polêmicas nas redes sociais, mirando a "agenda esquerdista", debates de gênero e as Organizações das Nações Unidas (ONU), vista por ele como uma das grandes disseminadoras do "globalismo". Recentemente, atacou governadores e prefeitos pelas medidas de isolamento social adotadas no combate à propagação do novo coronavírus no País.

De acordo com a portaria do Diário Oficial, a exoneração de Pedri começa a contar a partir desta quarta-feira.

O ministério da Casa Civil começou uma reunião, na manhã desta sexta-feira (13), no Palácio do Planalto, para discutir ações emergenciais de combate ao novo coronavírus no País. A ideia é listar as prioridades de diferentes ministérios para formatar uma proposta que atenda a diferentes segmentos. A expectativa é que o texto com a proposta seja encaminhado ao Congresso nos próximos dias.

Ainda não há lista dos participantes. Mas está prevista a presença no encontro de representantes dos Ministérios da Secretaria-Geral, da Secretaria de Governo, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), da Infraestrutura, da Saúde, das Relações Exteriores, da Defesa, da Justiça e Segurança Pública, da Economia, do Ministério da Agricultura e também da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

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Recém-empossado como ministro da Casa Civil, o general Walter Braga Netto deu o primeiro passo para a sua aposentadoria das Forças Armadas. Nesta sexta-feira (27), o Diário Oficial da União (DOU) traz a sua transferência para situação de adido ao Estado-Maior do Exército, uma etapa burocrática. Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, após aceitar assumir a pasta no governo de Jair Bolsonaro, o militar decidiu antecipar sua ida para a reserva.

Braga Netto assumiu a Casa Civil no dia 18, no lugar de Onyx Lorenzoni, deslocado para o Ministério da Cidadania. O general completaria quatro anos no posto de general de Exército em 31 de julho e, pelo Estatuto dos Militares, cairia na "expulsória". O termo é usado na caserna quando o militar tem de pedir sua transferência obrigatória para a reserva.

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Ao pedir sua aposentadoria, o general se afasta do Exército e ajuda a narrativa de que a instituição é de Estado e está fora de discussões políticas. No Alto Comando há uma preocupação com a possibilidade de se misturar Exército com governo. Oficiais insistem em deixar claro que este não é um governo militar, embora o presidente Jair Bolsonaro seja um ex-capitão do Exército. Além disso, o vice-presidente Hamilton Mourão também é general e vários ministros são oriundos das Forças Armadas.

Com a saída de Braga Netto, as promoções de 31 de março terão duas vagas de general quatro estrelas, o mais alto posto da Força. A primeira, do general Geraldo Antonio Miotto, atual Comandante Militar do Sul, será ocupada por Fernando José Sant'Anna Soares e Silva, designado para o Comando Militar do Oeste, em Campo Grande (MS). Para o lugar de Miotto, em Porto Alegre, irá o general Valério Stumpf Trindade, que deixará a Secretaria de Economia e Finanças do Exército.

A segunda vaga de quatro estrelas das promoções de março ficará com o general Eduardo Antonio Fernandes. Ele irá para o comando Militar do Sudeste, em São Paulo, no lugar do general Amaro.

O general Walter Braga Netto assumiu nesta terça-feira (18) a Casa Civil com a missão de cobrar resultados de todos os ministérios e fazer o governo andar. Escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro para substituir Onyx Lorenzoni - deslocado para o Ministério da Cidadania -, Braga Netto não terá, porém, voz de comando sobre seus pares no Palácio do Planalto. Ali, no núcleo duro do governo, predomina a máxima da caserna, onde cada um toma conta do seu "quadrado".

A partir de agora, o quarto andar do Planalto será ocupado apenas por ministros militares. Do lado de fora do gabinete presidencial, no entanto, a realidade é que nenhum general se subordina a outro. Braga Netto vai chefiar a Casa Civil; Augusto Heleno seguirá no Gabinete de Segurança Institucional (GSI); e Luiz Eduardo Ramos, na Secretaria de Governo.

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Embora a Casa Civil tenha sido sempre considerada o ministério mais poderoso, para os militares não é assim. Na nova configuração do Planalto, os generais estão hierarquicamente no mesmo nível e só obedecem ao comandante em chefe: o presidente, que, por sinal, é capitão.

Na terça, durante a posse dos novos ministros, Bolsonaro disse que as mudanças nos comandos de ministérios visam fortalecer a relação do governo com o Parlamento. Segundo o presidente, o ex-ministro da Cidadania, deputado Osmar Terra (MDB-RS), retorna ao Congresso justamente para auxiliar nas relações com o Legislativo. "Essa mudança (de ministérios) marcará o destino do Brasil. Se hoje mexemos no tabuleiro de xadrez, é com a certeza de que nenhuma peça será deixada de lado", afirmou.

Braga Netto assume com a missão de dar um "choque de gestão na Esplanada", cobrar a execução de programas importantes e caros para o governo, como o Minha Casa, Minha Vida, e ações especiais para o Nordeste, até hoje um reduto do PT, neste ano eleitoral. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A nomeação do general Walter Souza Braga Netto, como ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República, no lugar de Onyx Lorenzoni, é publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira (14). A publicação oficial traz também a nomeação de Lorenzoni, que substitui Osmar Terra, no Ministério da Cidadania. Terra reassume o seu mandato de deputado federal.

Nessa quinta-feira (13) o presidente Jair Bolsonaro, em uma postagem no Twitter, comentou as mudanças nos dois ministérios. "Nós fizemos uma pequena reforma ministerial, nenhum ministro saindo por qualquer problema". O presidente elogiou o trabalho de Osmar Terra e disse que ele cumprirá "uma missão" no Congresso Nacional.

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Durante sua live semanal, transmitida no Facebook, Bolsonaro falou sobre a presença de Braga Netto na Casa Civil, dizendo que a principal tarefa dele será a de coordenar a atividade dos demais ministérios. O presidente lembrou também do trabalho executado pelo general, quando esteve à frente da segurança pública no estado do Rio de Janeiro.

"O general Braga Netto tornou-se uma pessoa conhecida por ocasião da sua intervenção no Rio de Janeiro, na questão de segurança pública. Foi interventor na segurança pública do Rio de Janeiro, fez um excepcional trabalho, conseguiu recursos para aparelhar as forças de segurança lá no Rio de Janeiro e, de certa forma, baixou a temperatura da criminalidade. (...) Então, bem-vindo Braga Netto, muito obrigado por você ter aceito esse convite. E, para você também, não deixa de ser mais um desafio, você sai da parte bélica e vai para a burocracia”, disse o presidente.

A cerimônia de posse de Braga Netto e Onyx Lorenzoni está marcada para a próxima terça-feira (18), às 15h, no Palácio do Planalto.

O presidente Jair Bolsonaro elogiou o general Walter Braga Netto e disse que ele é "cotado para qualquer coisa" no governo. Bolsonaro não respondeu perguntas sobre o convite feito ao general para assumir a Casa Civil no lugar de Onyx Lorenzoni, nem a eventual saída de Osmar Terra do Ministério da Cidadania.

"O Braga Netto eu conheço há algum tempo, me dou muito bem com ele, ganhou uma projeção muito grande em uma situação complicadíssima daquela intervenção da segurança do Rio de Janeiro, está certo? É um homem cotado para qualquer coisa", disse o presidente à imprensa na saída do Palácio da Alvorada.

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Bolsonaro insistiu que as eventuais mudanças nos ministérios ainda não foram formalizadas. "Saiu alguma coisa no Diário Oficial da União?", reagiu em diversas ocasiões.

Indagado sobre o que conversou na quarta-feira com Osmar Terra no Palácio do Planalto, o presidente respondeu que foi sobre "amor". "Me dou muito bem com ele, sem problema nenhum. Tem um bom trabalho", disse Bolsonaro. De acordo com fontes do Planalto, o ministro já foi comunicado pelo presidente que deixará a pasta. Com a entrada de Braga Netto, a ideia é que Onyx seja transferido para a Cidadania no lugar de Terra.

Nesta quarta-feira (12), Bolsonaro confirmou o que poucos esperavam: tirou Onyx Lorenzoni do Ministério da Casa Civil e convidou o general Walter Braga Netto, atual Chefe do Estado-Maior do Exército, para ocupar a pasta. Agora, Onyx deverá ser deslocado para o Ministério da Cidadania - comandado por Osmar Terra.

Há semanas os rumores já davam conta que Onyx perderia o cargo. O esvaziamento das funções da Casa Civil e a demissão de assessores da pasta foram vistos como caminhos que terminariam com a exoneração do ministro - que já chegou a ser o principal porta voz e articulador do governo Bolsonaro. A exoneração não veio, mas a troca pode ser vista como um recado.

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Ministro tem feito algumas declarações polêmicas. Foto Wilson Dias/Agência Brasil

Agora, o que se especula é: e Abraham Weintraub? O ministro da Educação, rejeitado por parte da população e de parte da classe política desde os seus primeiros atos enquanto comandante da pasta, quando ordenou o contingenciamento de recursos para as universidades públicas, pode ser o próximo a sofrer sanções por seus atos - se não diretamente ordenado por Bolsonaro, pode acontecer via Supremo Tribunal Federal

No final do ano passado, depois de afirmar que existiam plantações de maconha nas universidades federais, Weintraub teve que se explicar para a Comissão de Educação da Câmara dos Deputados. Já na última terça-feira (11), o ministro foi chamado novamente para se explicar, dessa vez por conta dos erros de gestão cometidos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Os senadores da Comissão de Educação, Cultura e Esportes receberam, no estado do Ceará, o ministro. 

Mesmo diante de todas essas repercussões, o presidente Bolsonaro mantém Weintraub comandando o Ministério da Educação. Ao LeiaJá, o cientista político Caio Souza explica que para a manutenção ou saída de um ministro, o presidente deve avaliar algumas questões. Entre essas ponderações, Bolsonaro deve observar qual o peso político que a saída de um determinado ministro pode gerar para a articulação do presidente dentro do Congresso Nacional e, principalmente, dentro dos grupos que o apoiam e fazem a sua base eleitoral.

"O desgaste do ministro (Weintraub) com o público que o critica já existe desde o momento que ele assumiu a pasta. Todo o desgaste possível de mobilização popular já aconteceu antes, e mesmo assim ele foi mantido", esclarece Caio.

O cientista político avalia que o desgaste que Weintraub sofre atualmente não é proporcional ao que aconteceu contra ele com as mobilizações de rua, quando se pregava que as universidades iriam fechar por conta dos cortes feitos pelo ministro no ensino público superior.

"O ministro tem suas deficiências, sua falta de visão do que é educação, não o vejo com a visão do que é educação para o país. Ao mesmo tempo que eu não o vejo com essa visão, o desgaste que ele já sofreu anteriormente não conseguiu o derrubar. Não vai ser hoje, com um problema do SISU, que vai derrubá-lo", analisa o estudioso.

Caio aponta que a questão ideológica que Bolsonaro carrega em seu governo acaba se sobrepondo aos tipos de críticas que o ministro da Educação sofre e isso, de certa forma, mantém a base eleitoral de apoio do presidente. 

Mesmo assim, a iniciativa dos deputados e senadores em protocolar o pedido de impeachment de Abraham no Supremo Tribunal Federal (STF) pode mudar as perspectivas se por algum acaso o governo não consiga tocar os seus projetos para o Brasil perante o poder legislativo.

"Ao mesmo tempo, é um passo muito arriscado do presidente, porque ele vai dar força para que o Congresso aprove ou não os seus ministros e isso é um espaço de deliberação política de um presidente, que não pode abrir totalmente para o Congresso Nacional dizer quem pode ser os seus ministros", pontua o cientista político Caio Souza. 

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A ex-líder do governo no Congresso, a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), disse, ao comentar as trocas de ministros feitas pelo presidente Jair Bolsonaro, que o governo segue o mesmo padrão de "fritar, esvaziar, desgastar e humilhar aqueles que trabalharam e se dedicaram para o governo".

Bolsonaro convidou o general Walter Braga Netto para o cargo de ministro da Casa Civil. Ele substituirá Onyx Lorenzoni, que deverá ser deslocado para o Ministério da Cidadania, hoje comandado por Osmar Terra. A troca ocorre após o Estado revelar a contratação pela pasta de Terra de uma empresa suspeita de ter sido usada como laranja para desviar R$ 50 milhões dos cofres públicos.

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"Lamento o processo de fritura e esvaziamento constante que aconteceu com o Onyx", disse Joice. "Mas lamento a postura do Onyx que tem mandato. Alguém que foi eleito pelo povo não pode se submeter a um processo de humilhação como esse. Já ficou feio há muito tempo", afirmou.

Joice era uma das principais aliadas de Gustavo Bebianno, que comandava a Secretaria-Geral da Presidência e foi demitido nos primeiros seis meses do governo Bolsonaro. Além dele, Ricardo Vélez Rodríguez, do Ministério da Educação, e Carlos Alberto dos Santos Cruz, da Secretaria de Governo, também caíram nesse mesmo período.

Joice foi destituída da liderança do governo no Congresso depois do racha que ocorreu no PSL e que culminou com a saída de Bolsonaro da sigla.

Escolhido para ser o novo ministro da Casa Civil, o general de Exército Walter Souza Braga Netto, ex-chefe da intervenção federal do Rio, é avesso à exposição e prefere ficar longe dos holofotes. Atual Chefe do Estado-Maior do Exército, Braga Netto substituirá Onyx Lorenzoni, que deverá ser deslocado para o Ministério da Cidadania.

Nascido em Belo Horizonte, Braga Netto cumpre o "perfil mineiro": prefere o trabalho ao verbo. Ao assumir o comando da intervenção no Rio, que lhe concedeu poderes de governador do Estado na área da Segurança Pública, determinou a seus subordinados e pediu aos familiares discrição nas redes sociais.

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O general é tido como capaz de reconhecer talentos e limitações próprias e de sua equipe e não toma decisões tempestivamente. Prefere ouvir diversas opiniões.

Descrito como respeitoso, bem humorado e afável, o general tem carreira internacional - foi observador militar das Nações Unidas no Timor Leste, e adido na Polônia e nos Estados Unidos. Trouxe a tradição dos militares americanos de trocar e colecionar medalhas. Eles carregam uma espécie de medalhão com o emblema do local onde estão servindo para presentear os visitantes.

Entrou no Exército em 1974. Em 1994, ainda como major de Cavalaria, apresentou na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (Eceme) uma monografia com propostas sobre como aproveitar melhor o pessoal na carreira militar, com foco nos oficiais.

Em uma espécie de prognóstico, dizia que "a sociedade, dentro do enfoque da qualidade total, cada vez mais cobrará da instituição a eficácia na consecução de sua destinação fim" e propunha a especialização, por causa das mudanças tecnológicas. "O militar, em particular, deve ser orientado para a função em que apresente um melhor rendimento em prol da instituição. O Exército do ano 2000 necessitará, mais do que nunca, de uma otimização de seus valores humanos", escreveu.

O presidente Jair Bolsonaro convidou o general Walter Braga Netto, atual Chefe do Estado-Maior do Exército e que comandou a intervenção no Rio de Janeiro em 2018, para o cargo de ministro da Casa Civil. Ele substituirá Onyx Lorenzoni, que deverá ser deslocado para o Ministério da Cidadania, hoje comandado por Osmar Terra. Desta forma, todos os ministros que trabalham dentro do Palácio do Planalto serão de origem militar.

Um importante auxiliar de Bolsonaro definiu o novo escolhido para a Casa Civil como "um homem muito preparado". Disse ainda que ele vai fazer no governo o que faz no Exército. A troca no governo é a segunda feita em menos de uma semana. Procurado pela reportagem Braga Netto disse apenas: "Estou com o comandante". Em seguida, desligou o telefone.

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Na quinta-feira passada, Bolsonaro demitiu Gustavo Canuto do Ministério do Desenvolvimento Regional e nomeou Rogério Marinho em seu lugar.

Após o esvaziamento da Casa Civil, o principal impasse para Bolsonaro efetivar a troca no comando da pasta era escolher o nome que substituiria Onyx na função. A ideia, de acordo com duas fontes do governo, era colocar alguém com perfil técnico ou da área militar para evitar que o Palácio do Planalto seja usado para pretensões eleitorais, ideia que aborrece Bolsonaro. Como saída honrosa, Bolsonaro deve transferir Onyx ao Ministério da Cidadania no lugar de Terra.

A possível troca ocorre após o jornal O Estado de S. Paulo revelar que a pasta da Cidadania contratou uma empresa suspeita de ter sido usada como laranja para desviar R$ 50 milhões dos cofres públicos. O atual titular do ministério precisou se explicar ao presidente sobre a contratação da Business to Technology (B2T), que é alvo da Operação Gaveteiro, da Polícia Federal. A reportagem revelou que mesmo alertado sobre suspeitas de fraudes por órgãos de controle e pelas concorrentes no certame, a pasta de Osmar Terra assinou um contrato de R$ 7 milhões com a empresa.

Procurado desde a terça-feira da semana passada, Terra só se manifestou sobre o caso nesta quarta-feira, após ser cobrado por Bolsonaro. Em nota, o ministro afirmou que procurou a PF para investigar a contratação da empresa pelo seu ministério. "Todos os funcionários da linha de decisão e que estão envolvidos na contratação da empresa foram afastados num processo de aperfeiçoamento dos controles", afirmou na nota. "O Ministério da Cidadania está fazendo um pente-fino em todos os contratos da área."

Terra participou nesta quarta-feira de almoço ao lado de Bolsonaro no Palácio do Planalto. O presidente recebeu atletas e artistas que estão em Brasília para participar do Fórum Permanente de Mobilização Contra as Drogas.

O encontro com o presidente foi combinado ontem, de improviso, enquanto Bolsonaro deixava o Palácio da Alvorada. Na ocasião, ele falou por videochamada com o humorista Paulo Cesar Rocha, que ficou célebre pelo personagem Paulo Cintura na primeira versão da Escolinha do Professor Raimundo. Antes do almoço, Terra participou de uma agenda com a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, na Embaixada de Israel em Brasília.

Quem é Braga Netto

O general de Exército Walter Souza Braga Netto, então comandante militar do Leste, foi escolhido pelo então presidente Michel Temer em 2018 como chefe da intervenção federal do Rio, uma medida inédita, que lhe concedeu poderes de governador do Estado na área da Segurança Pública.

Braga Netto nasceu em Belo Horizonte e cumpre o "perfil mineiro". Prefere o trabalho ao verbo. Ao assumir o comando da intervenção, determinou a seus subordinados e pediu aos familiares discrição nas redes sociais.

Braga Netto entrou no Exército em 1974. Em 1994, ainda como major de Cavalaria, apresentou na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (Eceme) uma monografia com propostas sobre como aproveitar melhor o pessoal na carreira militar, com foco nos oficiais. Em uma espécie de prognóstico, dizia que "a sociedade, dentro do enfoque da qualidade total, cada vez mais cobrará da instituição a eficácia na consecução de sua destinação fim" e propunha a especialização, por causa das mudanças tecnológicas. "O militar, em particular, deve ser orientado para a função em que apresente um melhor rendimento em prol da instituição. O Exército do ano 2000 necessitará, mais do que nunca, de uma otimização de seus valores humanos", escreveu.

O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, escolheu um delegado da Polícia Federal (PF) para assumir o cargo de número 2 da pasta, função que ficou vaga após a demissão de Vicente Santini, na semana passada. O novo secretário executivo, Marcos Paulo Cardoso Coelho da Silva, é amigo de Onyx há anos e já atuava na Casa Civil como assessor especial desde 2019.

Silva trabalhou como chefe de gabinete do ex-diretor-geral da Polícia Federal de Fernando Segovia, em 2017. Ele é pós-graduado em Ciências Criminais pela Universidade do Amazonas e bacharel em Direito pelo Uniceub (DF). Também chefiou delegacias especializadas e a Assessoria Parlamentar da PF.

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No dia 28 de janeiro, Santini foi demitido após usar um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para uma viagem ao Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, e, depois, à Índia, onde encontrou a comitiva presidencial.

Um dia depois de ser exonerado, Santini acabou ganhando um novo cargo e, com a repercussão negativa nas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro determinou o desligamento do secretário pela segunda vez. Também foi exonerado o assessor de comunicação de Onyx, Gustavo Chaves Lopes. Em meio a crise, Bolsonaro decidiu reduzir as atribuições da Casa Civil. O Programa de Parceria de Investimento (PPI) foi transferido para o Ministério da Economia.

Esta semana, Onyx demitiu outros dois auxiliares em busca de uma reformulação. Foram desligados o secretário especial de Relações Governamentais, Giacomo Trento, e o ex-senador Paulo Bauer (PSDB), assessor especial da Secretaria de Relacionamento Externo.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que o Plenário da Câmara pode votar nesta terça-feira (4) proposta que cria regras para quarentena, desde que o Poder Executivo encaminhe o texto via projeto de lei e não por medida provisória.

O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse mais cedo que o governo deve mandar ainda nesta segunda-feira (3) uma MP que pode permitir a repatriação de brasileiros que estão em Wuhan, cidade chinesa onde o surto de coronavírus teve origem.

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Segundo Maia, mesmo com urgência, a MP não pode ser votada imediatamente, pois tem que passar por comissão especial. Ele explicou que os Plenários da Câmara e do Senado votam o relatório do colegiado. Segundo Maia, um projeto de lei poderá ter uma votação mais célere do que uma MP.

“O que vai a voto é um texto da comissão, diferente de um projeto de lei, cujo relatório pode ser construído no Plenário. Se o governo está com essa pressa, e quer votar amanhã, então, seria melhor encaminhar o projeto de lei, que eu posso votar amanhã. Voto a urgência e, depois, o projeto. O Palácio sabe como funciona a Câmara”, disse.

Números

Conforme o Ministério da Saúde, o Brasil tem 16 casos de coronavírus suspeitos, nenhum deles confirmado. Metade dos pacientes está em São Paulo. Há suspeitas também no Ceará (1), Paraná (1), Santa Catarina (2) e Rio Grande do Sul (4).

A quarentena deverá durar de 14 a 21 dias. Autoridades dos ministérios da Defesa e da Saúde visitarão bases militares para definir onde os brasileiros ficarão acomodados.

De acordo com o Organização Mundial da Saúde (OMS), até esta segunda-feira  foram confirmados 17.391 casos de infecção pelo coronavírus no mundo, com 362 mortes, das quais 361 ocorreram na China e uma nas Filipinas.

*Da Agência Câmara Notícias

 

Após cerca de uma hora de reunião com o presidente Jair Bolsonaro nesta manhã, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse que o trabalho na pasta continuará normalmente. Ele descartou saída da Casa Civil para outra função no governo e disse que a demissão de Vicente Santini, ex-secretário executivo da pasta, já é "pagina virada".

"Tive uma reunião de trabalho com o presidente Bolsonaro e as coisas continuam no seu curso normal. Não conversamos sobre mudança na Casa Civil, falamos sobre a rotina normal no Ministério", disse Onyx a jornalistas, ao sair do Palácio da Alvorada.

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O ministro confirmou que o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) deixará a Casa Civil e irá para o Ministério da Economia, como previsto desde o início do plano de governo. Ele lembrou que mudanças de atribuições de ministérios já ocorreram no ano passado, citando o Coaf, que foi da Justiça para a Economia, e posteriormente para o BC, e a Cultura, que foi do Ministério da Cidadania para o Turismo.

Questionado sobre se a perda das atribuições na Casa Civil e a demissão de Santini não gerariam incômodos na sua atuação à frente da pasta, ele afirmou que não está em busca de poder e sim de "servir ao governo". "A demissão de Santini é página virada. O presidente Bolsonaro é meu líder. O que o presidente decidir eu cumpro, o que ele comandar, eu faço", afirmou.

Durante a curta entrevista, fez questão de passar a mensagem de que seu trabalho continuará normalmente a partir de segunda-feira. Ele citou reunião do grupo interministerial sobre o coronavírus, que acontecerá na casa civil às 10h, além de uma reunião com o ministro Paulo Guedes, para tratar da transição do PPI. Ainda na segunda-feira, caberá a Onyx levar ao Congresso a mensagem presidencial de Bolsonaro para a abertura dos trabalhos no Parlamento.

"A mensagem presidencial reafirma o norte do governo que é a redução do tamanho do Estado e os investimentos que têm sido feitos para a digitalização dos serviços aos cidadãos. Reforçaremos nosso trabalho de combate à corrupção. Já recuperamos neste primeiro ano a confiança interna e externa no Brasil. O governo vem fazendo uma série de reformas que começou com a Previdência e está agora com o pacto federativo. A mensagem citará a continuidade das reformas, como a administrativa (que ainda não foi enviada pelo governo)", completou.

Onyx citou ainda outras atribuições que a Casa Civil continuará tendo, como o trabalho de adesão do Brasil à OCDE e o centro de governo para articulação de projetos do ministério.

Questionado sobre criticas à articulação o governo no Congresso, respondeu que o ministro da Secretaria de Governo, General Luiz Eduardo Ramos, tem feito "excelente trabalho". "Não conheci governo que não tivesse problemas com o Parlamento. É da relação entre os poderes em todos os países. O governo precisa ter paciência, resiliência e diálogo. Já aprovamos projetos importantes e vamos continuar esse trabalho", encerrou o ministro.

O governo interrompeu oficialmente as férias do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que reassumiu o cargo nesta sexta-feira, 31, após a demissão de seu secretário-executivo, Vicente Santini. A decisão foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União, em despacho assinado pelo presidente Jair Bolsonaro. Inicialmente, as férias do ministro se encerrariam apenas na segunda-feira, 3 de fevereiro.

Na mesma edição do Diário Oficial, o governo publicou listas de substitutos para assumirem, temporariamente, cargos na diretoria de agências reguladoras. Pela legislação em vigor, quando surge uma vaga nesses órgãos, o governo tem até o dia 31 de janeiro para indicar uma lista tríplice de servidores para participar da diretoria por até 180 dias contínuos, de forma interina.

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Os indicados só podem ocupar a vaga durante o período de vacância, antes da nomeação do novo titular do Conselho Diretor ou da Diretoria Colegiada da agência. Os substitutos devem ocupar cargos de superintendente, gerente-geral ou equivalente hierárquico, observando ordem de precedência.

Para a Agência Nacional de Águas (ANA), o governo indicou Joaquim Guedes Corrêa Gondim Filho, Rodrigo Flecha Ferreira Alves e Humberto Cardoso Gonçalves.

Para a Agência Nacional do Cinema (ANCINE), foram indicados Vinicius Clay Araujo Gomes e Edilásio Santana Barra Junior. A lista tem apenas dois nomes porque o atual diretor-presidente, Alex Braga Muniz, já ocupa o cargo interinamente - pela lei, os indicados devem constar de lista tríplice.

Para a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), fazem parte da lista José Gutman, Marcelo Paiva De Castilho Carneiro e Raphael Neves Moura.

Todos os servidores indicados ocupam a vaga interinamente, até que os nomes enviados pelo governo ao Senado sejam sabatinados e aprovados na Comissão de Infraestrutura e no plenário. Neste ano, Bolsonaro poderá sugerir 22 nomes para dez agências reguladoras.

No dia 23 de janeiro, o governo publicou a lista tríplice de servidores para participar das reuniões da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). O primeiro da lista, Carlos Manuel Baigorri, já assumiu o cargo temporariamente. Nesse caso em específico, Baigorri é também o indicado definitivo para a vaga. Ele teve o nome enviado ao Senado no dia 5 de novembro, mas ainda não foi submetido à sabatina no Senado.

O esvaziamento das funções da Casa Civil e a demissão de assessores da pasta, anunciados nesta quinta-feira (30), pelo presidente Jair Bolsonaro, foram vistos por integrantes do governo como o "fim da linha" para o ministro Onyx Lorenzoni, destaca o jornal O Estado de S. Paulo.

O comportamento do ministro tem incomodado não apenas o presidente, mas seus colegas de Esplanada, que o acusam de fazer a velha política, ao usá-los para atender a demandas do baixo clero do Congresso, e de ter indicado para o governo nomes que viraram dor de cabeça para seu chefe, como o ministro da Educação, Abraham Weintraub.

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Bolsonaro decidiu nesta quinta tirar das mãos de Onyx o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), que cuida das privatizações de estatais e concessões, uma das grandes vitrines do governo. O programa havia migrado para o guarda-chuva da Casa Civil em julho do ano passado, como uma espécie de "prêmio de consolação" após Onyx perder a articulação política do Planalto. Agora, foi transferido para o Ministério da Economia, comandado por Paulo Guedes.

Sem o PPI e sem a articulação política, Bolsonaro deixou a Casa Civil totalmente esvaziada.

A situação se agravou após o vai e vem envolvendo o agora ex-secretário executivo da pasta, Vicente Santini, braço direito de Onyx. Ele havia sido demitido publicamente por Bolsonaro na terça-feira após ter utilizado um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para ir à Europa e à Ásia. Na quarta-feira, foi readmitido em outra função. Nesta quinta, voltou a ser exonerado.

A segunda demissão de Santini ocorreu após críticas que Bolsonaro recebeu nas redes sociais e foi decidida após Bolsonaro receber a informação de que o assessor de Onyx usou o nome do ministro Paulo Guedes para justificar sua polêmica ida a Davos num avião oficial, o que custou aos cofres públicos ao menos R$ 740 mil. Ao checar a história, o presidente descobriu que foi enganado.

Para Bolsonaro, Santini disse que foi a Davos, a pedido de Guedes, ajudar na defesa do PPI. Para Guedes, o assessor afirmou que viajou a mando do presidente. Ao saber das versões, Bolsonaro teria ficado possesso: "Mentiroso!". O que nenhum interlocutor explica é por que, mesmo assim, Santini foi recontratado na quarta-feira.

Um dos primeiros apoiadores de Bolsonaro antes da eleição, Onyx coordenou a transição do governo no fim de 2018. Depois, na Casa Civil, acumulava a articulação política e a Subchefia de Assuntos Jurídicos (SAJ), por onde passam as principais decisões do governo.

Na metade do ano passado, Bolsonaro tirou a articulação de Onyx e a passou para a Secretaria de Governo. Já a SAJ foi transferida para a Secretaria-Geral da Presidência. Considerado um "prêmio de consolação", Onyx ganhou o PPI, que agora foi para a Economia. A secretária especial do PPI, Martha Seillier, também está na corda bamba, embora tenha apoio do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, para se manter no cargo.

Coordenação

Em outro foco de desgaste, o ministro da Casa Civil tem recebido críticas nos bastidores por não coordenar a atuação de todas as pastas da Esplanada, o que também seria sua função. Um sinal de que Bolsonaro está insatisfeito com o trabalho foi o fato de ter passado o Conselho da Amazônia, no início do mês, para o vice-presidente Hamilton Mourão.

Para integrantes do governo, apesar de a situação de Onyx ser a mais grave, as mudanças na Casa Civil anunciadas nesta quinta por Bolsonaro são vistas como um prenúncio de uma possível minirreforma ministerial.

Diante do esvaziamento de sua pasta, Onyx decidiu antecipar seu retorno ao Brasil e, segundo apurou o Estado, tem a expectativa de se reunir ainda hoje com Bolsonaro. Oficialmente, o ministro só voltaria ao trabalho na segunda-feira, após duas semanas nos Estados Unidos. Procurados, Onyx e Santini não responderam. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira (31) publica o Decreto 10.218/2020, que transfere a Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) da Casa Civil da Presidência da República para o Ministério da Economia. O ato formaliza a decisão anunciada na véspera pelo presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais.

O programa, que cuida das privatizações de estatais e concessões de ativos federais, é uma das grandes vitrines do governo e havia migrado para a estrutura da Casa Civil em julho do ano passado, como uma espécie de "compensação" ao ministro Onyx Lorenzoni, após ele perder a articulação política do Planalto em uma reestruturação feita por Bolsonaro nas pastas palacianas.

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Na ocasião, saíram da Casa Civil a articulação política, que ficou com a Secretaria de Governo, de Luiz Eduardo Ramos, e a coordenação e edição dos principais atos presidenciais, por meio da Subchefia de Assuntos Jurídicos (SAJ), que foi para a Secretaria-Geral, de Jorge Oliveira.

"Fica transferida da Casa Civil da Presidência da República para o Ministério da Economia a Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos, incluídos: o Gabinete; a Assessoria Especial de Apoio ao Investidor e Novos Negócios; a Secretaria de Energia, Petróleo, Gás e Mineração; a Secretaria de Transportes; a Secretaria de Fomento e Apoio a Parcerias de Entes Federativos; e a Secretaria de Apoio ao Licenciamento Ambiental e à Desapropriação", diz o decreto.

"A partir da data de entrada em vigor deste decreto, o apoio e o assessoramento jurídicos à Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos serão prestados pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional", acrescenta.

Conforme apurou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o secretário Especial de Desestatização do Ministério da Economia, Salim Mattar, é o que tem mais chances de ficar com o comando do PPI, quando o programa for efetivamente reorganizado na nova pasta. O ministro da Economia, Paulo Guedes, já pediu para que sua equipe conversasse com o time do PPI para mapear o desenho e estrutura. O resultado dessas conversas será apresentado ao ministro na segunda-feira (3), quando Guedes deverá dar seu direcionamento.

Outra alternativa é a transferência do PPI para a secretaria especial de Produtividade, comandada pelo economista Carlos da Costa e que já contempla assuntos ligados a concessões.

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