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Quem estiver em nove Estados do Norte e do Nordeste no próximo dia 14 poderá observar um eclipse anular do Sol. Esse fenômeno astronômico acontece quando a Lua passa entre a Terra e o Sol, cobrindo a maior parte do disco solar e deixando visível apenas um "anel de fogo" brilhante ao redor da borda.

Segundo o Observatório Nacional, unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, o eclipse deve começar por volta das 15h. Em parceria com entidades estrangeiras, o Observatório vai transmitir o fenômeno pelo YouTube neste link durante toda sua ocorrência, mesmo em outros países, a partir das 11h30. Em todo o restante do Brasil será possível ver um eclipse parcial do Sol.

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A anularidade (formação de um "anel de fogo" ao redor da Lua) será visível em dez países: Estados Unidos, México, Belize, Guatemala, Honduras, Nicarágua, Costa Rica, Panamá, Colômbia e Brasil. Em outras partes das Américas - do Alasca à Argentina - será possível ver um eclipse parcial.

O fenômeno começará às 11h30 (horário de Brasília), na costa oeste dos Estados Unidos. Como estará amanhecendo lá, o sol ainda vai estar abaixo do horizonte. Depois o eclipse vai seguir pela América Central e Colômbia. Deve chegar ao Brasil por volta das 15h e seguirá até o pôr do sol, por volta das 18h (de Brasília).

A faixa de anularidade vai passar por Amazonas, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Tocantins, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Só duas capitais poderão ver a anularidade: Natal (Rio Grande do Norte) e João Pessoa (Paraíba). Em todo o restante do Brasil será possível ver um eclipse parcial.

Transmissão online

A transmissão do Observatório Nacional, numa iniciativa que envolve diversas instituições brasileiras e uma parceria internacional com o Time and Date, organização internacional que fornece serviços relacionados ao tempo, clima, fenômenos astronômicos e fusos horários, vai acontecer pelo link: https://www.youtube.com/watch?v=SoS0tV61z9Y

O eclipse anular ocorre quando a Lua está em seu apogeu (o ponto mais distante da Terra, em sua órbita). Nesse período, a Lua parece menor do que o Sol no céu. O último eclipse anular do Sol ocorreu em junho de 2021, mas não foi visível no Brasil. O próximo eclipse deste tipo será em 2 de outubro de 2024.

Proteção

Não se deve olhar diretamente para o Sol, nem mesmo com o uso de películas de raio-x, óculos escuros ou outro material caseiro. A exposição ao Sol, mesmo durante poucos segundos, danifica a retina.

Existem duas formas de se observar o eclipse com segurança: direta ou indiretamente. A observação direta é aquela feita sem o uso de projeções, e pode ser feita com algum instrumento especialmente adaptado para esse fim. O ideal é que se use filtros para a observação. A melhor opção é o filtro de soldador número 14 ou maior (ISO 12312-2). Mesmo assim, a observação não deve se estender por mais do que alguns segundos.

Observar o Sol com algum instrumento óptico, como binóculo ou telescópio, só é permitido sob orientação de astrônomos e que saberão os filtros corretos a serem usados.

Já a observação indireta é aquela feita através de uma projeção, sem o auxílio de qualquer instrumento óptico.

Durante a live organizada pelo Observatório Nacional, astrônomos amadores e profissionais vão transmitir o eclipse diretamente da faixa de anularidade, e também vão conversar com o público sobre astronomia, astrofísica, telescópios e obtenção de imagens astronômicas. O público pode interagir com os astrônomos, enviando perguntas e comentários através do chat.

A maior amostra já coletada de um asteroide, e a primeira feita pela Nasa, pousou no deserto de Utah neste domingo (24), sete anos após o lançamento da sonda Osiris-Rex.

A aterrizagem, observada por sensores militares, foi complementada pelo acionamento de dois paraquedas.

Segundo a agência espacial dos EUA, a amostra, coletada do asteroide Bennu em 2020, deve conter cerca de 250 gramas de material, muito mais do que dois asteroides anteriores trazidos por missões japonesas.

Este material vai "ajudar a compreender melhor os tipos de asteroides que poderiam ameaçar a Terra", além de lançar luz sobre "o início da história do sistema solar", destacou o diretor da Nasa, Bill Nelson.

Trata-se da "maior amostra já recuperada desde as rochas lunares" do programa Apollo, que terminou em 1972, contou à AFP a cientista da Nasa Amy Simon, antes do pouso.

Aproximadamente quatro horas antes do horário programado, a sonda Osiris-Rex lançou a cápsula contendo a amostra, a mais de 100 mil quilômetros da Terra.

A cápsula atravessou a atmosfera durante 13 minutos: entrou com uma velocidade superior a 44.000 quilômetros por hora e chegou a registrar uma temperatura de 2.700°C.

A Osiris-Rex continuou sua missão em direção a outro asteroide.

- Duas amostras japonesas -

Assim que pousou no deserto de Utah, uma equipe munida de luvas e máscaras analisou seu exterior, antes de colocá-la em uma rede, elevando-a em direção a um helicóptero.

Na segunda-feira (25), será transferida de avião ao Centro Espacial Johnson em Houston, Texas, onde será analisada em um processo que deve durar dias.

Os resultados iniciais devem ser apresentados em uma coletiva de imprensa da Nasa em 11 de outubro.

A maior parte da amostra será preservada para estudo das gerações futuras. Cerca de 25% serão usadas imediatamente para experimentos e uma pequena parcela será compartilhada com os parceiros Japão e Canadá.

Tóquio já havia presenteado a agência espacial americana com fragmentos do asteroide Ryugu, do qual obteve 5,4 gramas em 2020, na missão Hayabusa-2. Em 2010, o país também relatou uma quantidade microscópica de outro asteroide.

Mas a amostra de Bennu é "muito maior, então poderemos fazer muito mais análises", afirmou o presidente da Nasa.

- 'História de nossa origem' -

Os asteroides são formados por materiais originários do Sistema Solar que, diferentemente da Terra, permaneceram intactos. Logo, eles contêm "pistas sobre como o Sistema Solar se formou e evoluiu. É a história da nossa própria origem", explicou Melissa Morris, diretora do programa Osiris-Rex.

Ao colidirem com o planeta Terra, "pensamos que os asteroides e os cometas trouxeram matéria orgânica, potencialmente água, que ajudou a desenvolver a vida na Terra", disse Simon.

Os cientistas acreditam que Bennu, que possui 500 metros de diâmetro, é rico em carbono e contém moléculas de água envoltas em minerais.

A superfície do asteroide mostrou ser menos densa do que o esperado. Logo, compreender melhor sobre sua composição poderá ser útil no futuro.

Há um pequeno risco (uma chance em 2.700) de que Bennu colida com a Terra em 2182, o que seria catastrófico.

Em 2022, a Nasa conseguiu desviar a trajetória de um asteroide ao impactá-lo.

O astrônomo amador japonês Tadao Ohsugi conseguiu flagrar uma explosão misteriosa na atmosfera de Júpiter. Ele pediu ajuda ao cientista Ko Arimatsu, da Universidade de Kyoto, para descobrir as causas do fenômeno avistado. Arimatsu, que coordena uma rede de astrônomos amadores, logo conseguiu outros seis relatos do mesmo flash registrado em 28 de agosto por Ohsugi.

Segundo análises iniciais, o flash registrado por Ohsugi foi fruto de um impacto violento - comparável ao chamado evento de tunguska, em 1908, na Sibéria, quando um asteroide que se chocou com a Terra destruiu 800 quilômetros da floresta.

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Arimatsu afirmou que o evento flagrado por Ohsugi foi o segundo clarão mais brilhante observado em Júpiter na última década, perdendo apenas para um episódio relatado em 2021, cuja energia estimada teria sido equivalente a de dois megatons de TNT.

Investigar esses eventos ajuda a compreender como a química e a temperatura de Júpiter respondem aos impactos. Colisões semelhantes podem ter sido importantes para dar origem a outros planetas do nosso Sistema Solar.

Os astrônomos se concentram em Júpiter devido ao seu tamanho, que facilita a visão e torna o planeta mais propenso a sofrer o impacto de detritos cósmicos. Por isso mesmo também, Júpiter é um alvo recorrente dos astrônomos amadores. Desde 2010 já foram registrados nove relatos.

Caracterizar estes flashes é uma forma crucial de compreender a história do nosso Sistema Dolar. Eles oferecem "um vislumbre dos processos violentos que ocorreram nos primeiros dias do nosso Sistema Solar", disse ao jornal The New York Times Leigh Fletcher, cientista planetário da Universidade de Leicester, na Inglaterra. É como "ver a evolução planetária em ação", acrescentou.

veja vídeo aqui

Quatro astronautas retornaram à Terra na manhã desta segunda-feira (4) após uma estadia de seis meses na Estação Espacial Internacional. A cápsula da Space X deles caiu de paraquedas no Oceano Atlântico, na costa da Flórida (EUA).

Estão de volta os astronautas da agência espacial americana (Nasa) Stephen Bowen e Warren "Woody" Hoburg, o russo Andrei Fedyaev e o sultão al-Neyadi dos Emirados Árabes Unidos, a primeira pessoa do mundo árabe a passar um tempo prolongado em órbita.

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Antes de partirem da estação espacial, eles disseram que desejavam banhos quentes, xícaras de café fumegantes e o ar do oceano. A volta para casa foi adiada um dia por causa do mau tempo nos locais de aterrissagem, mas, no final, proporcionou um show espetacular no meio da noite, enquanto a cápsula cruzava o céu sobre o Cabo Canaveral em direção a uma aterrissagem perto de Jacksonville.

Os astronautas disseram que era incrível estar de volta. "Você tem uma sala cheia de pessoas felizes aqui", comunicou o Controle da Missão da Space X pelo rádio.

A Space X já enviou os astronautas substitutos dessa equipe há mais de uma semana. Outra mudança de tripulação ocorrerá no final deste mês, com o regresso para casa de dois russos e um americano que estiveram lá durante um ano inteiro. A permanência deles foi duplicada depois que o líquido refrigerante da cápsula Soyuz vazou e uma nova nave teve de ser lançada.

Um facho de luz que cruzou os céus do Rio Grande do Sul entre a noite de quinta-feira (23) e a madrugada desta sexta, 25, chamou a atenção de moradores. Fotos e vídeos foram postados em redes sociais, alguns expressando preocupação. Num primeiro momento, o fenômeno foi tido como um meteoro, mas especialistas explicam que, na verdade, se tratava do estágio de um foguete.

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"A resposta para o facho de luz no céu não é nenhuma rocha espacial. O que se viu no céu do Rio Grande do Sul foi a reentrada do estágio superior de um foguete russo Soyuz SL-4 RB lançado na última terça-feira do Cazaquistão", explicou a Metsul, citando o professor Carlos Fernando Jung, diretor da Brazilian Meteor Observation Network na Região Sul.

O foguete foi lançado às 22h08 (horário de Brasília) no Cosmódromo de Baikonur, que é administrado pela Rússia. Ele transportava uma espaçonave robótica de carga e três toneladas de suprimentos para a Estação Espacial. "O estágio (nome que se dá a uma das partes do lançador) reingressou no Rio Grande do Sul", relatou a Metsul. Foi isso que gerou o facho de luz.

A reentrada de lixo espacial não é incomum, e há milhares deles orbitando o planeta. O próprio lançamento de foguetes deixa detritos no espaço. "Alguns objetos em órbitas inferiores de algumas centenas de quilômetros podem retornar rapidamente. Frequentemente, voltam à atmosfera depois de alguns anos e, em sua maior parte, queimam - por isso não chegam ao solo", destacou a Metsul.

Na noite de quarta-feira, 23, um clarão também foi visto por moradores de Caldas Novas, em Goiás. Nesse caso, tratou-se mesmo de um meteoro. Desde o mês passado, aconteceu a chuva de meteoros Perseidas, cujo pico pôde ser visto no Brasil entre os dias 14 e 15 deste mês. O fenômeno se encerrou na quinta-feira (24).

Cientistas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) recriaram o perfume que teria sido usado há três mil anos por Cleópatra - a rainha que governou o Egito de 51 a.C a 30 a.C e é considerada uma das mulheres mais importantes da antiguidade. À base de canela, mirra e resina de pinheiro, o perfume era um dos mais famosos e exclusivos do antigo Egito. A fragrância está em exposição no campus universitário.

A receita do perfume foi recuperada originalmente por cientistas alemães que a publicaram em um artigo científico em 2021 sob o nome de "Eau de Cleopatra". Vários escritos antigos mencionavam a existência de um perfume muito famoso, fabricado na cidade de Mendes, uma região que funcionava como entreposto comercial e abrigava também uma fábrica de frascos de vidro para fragrâncias, cujas ruínas foram achadas em 2012.

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As pesquisas de Dora Goldsmith, uma egiptóloga especializada nos cheiros do antigo Egito, levaram à recriação da receita original. Como o perfume era usado apenas pela classe alta, cientistas acreditam que a própria Cleópatra também o tenha usado. A última rainha do Egito ficou conhecida por sua grande habilidade política, personalidade marcante e, também, por sua vaidade e especial fascínio por essências aromáticas.

O resultado é um perfume adocicado e amadeirado bem diferente dos aromas atuais, segundo os cientistas. Até porque, explicam, o álcool só entrou na formulação de fragrâncias em 1.200. No antigo Egito, as essências eram diluídas em óleos.

"Especificamente no caso do Egito, eles usavam como base o óleo de balanos, de uma árvore conhecida como a tâmara do deserto (Balanites aegyptiaca), que praticamente não tem nenhum cheiro, e nele, cozinhavam a resina de pinheiro, a mirra, a canela acácia e a canela verdadeira", explicou a química Anelise Regiani, coordenadora do Laboratório Quimidex, do Departamento de Química da UFSC.

"As duas canelas têm cheiros bem distintos, o da acácia é mais amadeirado e o da verdadeira é mais parecido com o da canela que usamos até hoje. A mirra tem um aroma adocicado, balsâmico, que, para muita gente, remete à uva passa. E tem ainda a resina de pinheiro, que dá um frescor", explicou a especialista. "O cheiro é muito bom, muito gostoso, a gente sente bem o especiado da canela e o adocicado da mirra."

A mirra, lembra Anelise Regiani, era muito apreciada no antigo Egito. Tanto que uma outra governante egípcia, Hatshepsut, conhecida como rainha faraó, enviou uma expedição ao sul do rio Nilo em busca das árvores de mirra.

"Era o perfume dos deuses para os deuses e, no caso dos faraós, para a personificação dos deuses na Terra", resumiu a especialista.

O perfume de Cleópatra foi especialmente recriado pelos químicos da UFSC, com base na receita recuperada pelos alemães, para a exposição "A química dos perfumes", em cartaz no campus universitário. Em cinco módulos, a exposição reconta a história do perfume desde os seus primórdios.

Segundo Anelise, a palavra perfume vem do latim e significa fumaça. O nome está associado aos tempos da descoberta do fogo, quando deuses eram homenageados por meio da queima de plantas aromáticas. Chama atenção também o módulo destinado à perfumaria brasileira.

De acordo com dados da consultoria Euromonitor Internacional, o Brasil é, atualmente, o segundo maior mercado consumidor de fragrâncias, perdendo apenas para os Estados Unidos. Números da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos indicam que o setor movimentou US$ 1,5 bilhão no ano passado.

"A história da perfumaria no Brasil começa muito antes da chegada dos europeus e da família real", conta Anelise. "Vêm dos indígenas o nosso hábito de tomar vários banhos diários e de usar ervas cheirosas para o banho. Os africanos escravizados trouxeram os hábitos do banho de cheiro, de lavar o chão com água perfumada, de lavar roupa com água perfumada, que estão relacionados às religiões de matriz africana."

"A gente bota perfume até no inseticida e na água sanitária", constata a especialista. "Compramos perfume de litrão e temos um verdadeiro guarda roupa olfativo; uma fragrância para a academia, outra pro trabalho, outra para a balada, uma mais especial para um encontro romântico, sem falar das que a gente usa na casa."

A Índia largou na frente na nova corrida espacial pela Lua ao pousar uma nave não tripulada pela primeira vez no polo sul lunar, como parte da missão Chandrayann-3. A região, conhecida como a face escura do satélite, abriga grandes crateras que nunca receberam luz solar e, por isso, guarda grandes reservas de água congelada.

A expectativa era de que a Rússia chegasse antes da Índia nesta região lunar, mas a nave russa se chocou contra a superfície do satélite no último domingo, após um problema no software. A Luna-25 seria a primeira missão russa à Lua em quase meio século.

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Nessas áreas, onde nenhum ser humano jamais pisou, a escuridão é eterna e as temperaturas podem chegar a 248ºC negativos. Todas as missões tripuladas feitas no passado pousaram nas proximidades da região equatorial da Lua.

Mas por que, somente agora, o polo sul se tornou um destino tão cobiçado?

A missão Chandrayaan-1 foi a primeira a detectar vestígios de água congelada na Lua, em 2008. Posteriormente, dados coletados pelo Lunar Reconnaissance Orbiter, uma nave da Nasa que orbita a Lua há 14 anos, sugerem que o gelo está presente em algumas das grandes crateras permanentemente sombreadas.

Ainda não se sabe se o gelo é acessível ou manipulável e se há, de fato, alguma chance de as reservas serem extraídas. Mas é justamente essa perspectiva que move os cientistas. O estudo dessas reservas de água congelada pode revelar informações importantes sobre o surgimento da água no Sistema Solar.

Mas existem razões mais pragmáticas para a exploração da água congelada.

Os Estados Unidos se preparam para voltar à Lua em 2024 ou 2025 com quatro astronautas. E a China também já anunciou planos de enviar uma missão tripulada ao satélite até o fim da década. Um dos objetivos principais dessas missões é estabelecer bases para uma futura missão a Marte, que incluiriam até mesmo laboratórios científicos.

Para que essa ocupação seja viável, os astronautas precisarão de água potável e de saneamento. Transportar água da Terra para a Lua não é uma missão simples e, muito menos, barata. Para se ter uma ideia, as empresas espaciais comerciais cobram cerca de US$ 1 milhão (cerca de R$ 5 milhões) para levar um quilo de carga útil até o satélite.

Além disso, moléculas de água podem ser quebradas em átomos de hidrogênio e oxigênio - substâncias que podem ser usadas como propulsores para foguetes. Outras fontes de energia também podem ser exploradas.

Embora abrigue muitas áreas em escuridão permanente, o polo sul lunar também tem regiões banhadas pela luz do Sol por longos períodos. São até 200 dias de iluminação constante em alguns pontos. A energia solar pode ser uma boa alternativa para manter as futuras bases lunares.

As missões não tripuladas visam, justamente, tentar entender a viabilidade dos recursos.

A Índia já planeja uma nova missão conjunta de exploração do polo sul lunar com o Japão até 2026. E a Rússia deve seguir com as missões Luna.

No próximo dia 26, o Japão planeja enviar um módulo de pouso inteligente. Trata-se da missão Slim, que tem por objetivo demonstrar técnicas precisas de pouso.

O aspecto geopolítico, entretanto, não pode ser deixado de lado numa corrida cujos dois principais protagonistas são EUA e China, não por acaso as duas maiores potências do planeta.

Além de interesses econômicos, está em jogo a soberania geopolítica e tecnológica. E enquanto Marte ainda não é um destino viável, a (re)conquista da Lua é o símbolo dessa nova supremacia mundial, como foi há 54 anos.

"Não é uma nova Guerra Fria, mas certamente é uma competição muito acirrada entre duas potências, em que a questão militar é crucial", afirma Leonardo Valente, do Instituto de Relações Internacionais e Defesa da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

"Se a antiga União Soviética foi a grande rival no passado, agora é a China que se posiciona como rival (dos EUA) em todas as áreas. Outro fator é a geração de tecnologia de ponta para uso na Terra, inclusive bélica. Da sopa desidratada da dieta da moda às armas usadas na Ucrânia, tudo isso é fruto de tecnologia gerada pela corrida espacial."

A Rússia lançará um módulo lunar, em sua primeira missão à Lua desde 1976, anunciou na segunda-feira, 7, a agência espacial russa Roscosmos. O lançamento do módulo Luna-25 acontecerá na sexta-feira (11), às 2h10'57 no horário de Moscou (20h10'57 de quinta-feira, 10, em Brasília), afirmou a Roscomos em comunicado, em um momento em que Estados Unidos e China intensificam suas missões espaciais ao satélite natural da Terra.

A agência espacial russa acrescentou que o foguete Soyuz foi "montado" na base espacial de Vostochni, no extremo leste do país, para o lançamento do Luna-25, que deve descer próximo ao polo sul da Lua, um "terreno difícil".

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O voo está programado para durar entre "quatro dias e meio e cinco dias e meio", segundo as informações publicadas pela Roscosmos e citados pela agência de notícias oficial TASS. Na Lua, o módulo de 800 quilos vai "colher amostras e analisar o solo, além de realizar investigações científicas de longo prazo", adicionou o comunicado.

Esta é a primeira missão do novo programa lunar russo, que pretende fortalecer a cooperação espacial com Pequim em meio às tensões com as potências espaciais ocidentais sobre a ofensiva na Ucrânia.

A última missão lunar da União Soviética foi a da sonda espacial Luna-24 em 1976. Mas, desde a queda da URSS, Moscou enfrenta uma série de dificuldades para inovar no setor, que agora conta com novas iniciativa privadas, como a Space X do bilionário Elon Musk.

As autoridades da região de Khabarovsk (extremo leste), já anunciaram a evacuação de uma cidade desde a manhã de quinta-feira, pois ela se encontra em um local onde o primeiro andar do lançador pode cair.

Passado glorioso, futuro incerto

Após o início da operação militar, a Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) afirmou que não cooperaria mais com a Rússia para o lançamento do Luna-25 ou mesmo em futuras missões.

A Rússia declarou que continuaria com seus projetos lunares e substituiria os equipamentos da ESA por equipamentos científicos de fabricação nacional, pois considera-se ainda como grande potência espacial tendo em conta seu passado soviético.

Em abril de 2022, em uma viagem ao cosmódromo Vostotchny, Vladimir Putin, recordou que a URSS conseguiu em 1961 enviar o primeiro homem ao espaço, Yuri Gagarin, apesar das sanções "totais" que tomaram contra ela.

Putin também assegurou que a Rússia seguiria implementando seu programa mesmo com as represálias ocidentais por causa do conflito na Ucrânia. "Estamos sendo guiados por nossos ancestrais para seguir adiante, apesar das dificuldades e das tentativas para nos obstaculizar", disse Putin aos empregados do complexo.

Em junho, o chefe da Roscosmos, Yuri Borisov, qualificou, no entanto, a missão lunar russa de "arriscada". "No mundo, a possibilidade de sucesso desse tipo de missão é calculado em 70%", destacou. (Com agências internacionais).

Quem gosta de admirar a lua terá neste mês de agosto duas oportunidades raras. Logo na noite desta terça-feira (1º) haverá uma superlua, nome popular da lua cheia ou nova que ocorre quando ela está no ponto mais próximo (ou a no máximo 90% dele) da Terra. No dia 30 de agosto ocorre mais uma superlua, e desta vez será uma superlua azul - porque toda segunda lua cheia no mesmo mês é chamada de lua azul.

Para entender esses fenômenos é preciso conhecer a movimentação que a lua faz. Esse satélite natural dá uma volta inteira na Terra a cada 27,3 dias, segundo a Nasa. Ao longo desse período se sucedem as fases, cada uma com aproximadamente sete dias: nova, crescente, cheia e minguante. Como a volta inteira dura menos de um mês, é natural que alguma fase da lua se repita no mês.

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A trajetória percorrida pela lua ao dar a volta na Terra não é um círculo exato, mas uma elipse - espécie de círculo achatado. Por isso, a distância entre a lua e a Terra varia ao longo do trajeto, e varia também a cada volta dada.

O ponto mais próximo que a lua chega da Terra em cada volta é chamado perigeu. Em média, nesse momento a lua fica a 362 mil quilômetros do planeta. Já o ponto mais distante que a lua fica da Terra, a cada volta, é chamado apogeu. Em média, nesse momento o satélite natural está a 405 mil quilômetros da Terra.

Embora haja uma diferença de 43 mil quilômetros, a diferença de tamanho da lua, vista a olho nu a partir da Terra, não é muito significativa: o tamanho varia no máximo 14%.

O nome "superlua" foi criado em 1979 pelo astrólogo norte-americano Richard Nolle para designar uma lua nova ou cheia que ocorre quando a lua chega à sua maior proximidade da Terra ou está próxima (pelo menos 90%) desse ponto.

As duas luas cheias de agosto vão ocorrer quando a lua estiver no ponto mais próximo da Terra, daí serem chamadas superluas. E toda vez que ocorrem duas luas cheias no mesmo mês, a segunda é chamada lua azul. Daí termos, no final de agosto, a superlua azul.

Nesta terça-feira a lua estará a 357.530 quilômetros de distância da Terra. Em 30 de agosto a distância será ainda menor: 357.344 quilômetros.

"Os observadores poderão notar uma lua mais brilhante do que outras luas. O fenômeno poderá ser visto em todas as regiões do planeta, basta que o tempo esteja favorável", afirma Josina Nascimento, astrônoma do Observatório Nacional, unidade de pesquisa do governo federal.

Quando a lua está cheia e no perigeu, surge 7% maior (por sua proximidade da Terra) e 15% mais brilhante (porque reflete mais luz do sol para a Terra) do que uma lua cheia normal.

A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, e o presidente da Embrapii, Chico Saboya, assinam nesta segunda-feira (10) o termo de cooperação que autoriza o funcionamento de duas novas Unidades Embrapii, em Recife (PE). 

O Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene) e o Instituto Senai de Inovação para Tecnologias da Informação e Comunicação (ISI-TICs) passam agora a receber recursos da Embrapii para desenvolvimento de projetos de inovação. 

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O credenciamento vai fortalecer e impulsionar ecossistema de inovação no estado e na região Nordeste nos setores da agroindústria e aeroespacial. 

Serviço:

Data: 10 de julho de 2023

Horário: 11 horas

Local: Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene) - Auditório do prédio sede do Cetene

Endereço: Avenida Prof. Luiz Freire, 01 - Cidade Universitária - Recife/PE

*Da assessoria 

Uma equipe de cientistas internacionais utilizou o telescópio espacial James Webb, da Agência Aeroespacial dos Estados Unidos (Nasa), para detectar um composto de carbono encontrado pela primeira vez fora da Terra. Conhecida como cátion metila (CH3+), a molécula é importante porque auxilia na formação de moléculas mais complexas baseadas em carbono e está associada ao surgimento da vida.

A cátion metila foi detectada em um sistema estelar jovem que é conhecido como d203-506 e tem um disco protoplanetário - conjunto de matérias espaciais que geralmente orbitam uma estrela. O local fica a cerca de 1.350 anos-luz de distância da Nebulosa de Orion, região espacial entre 1.500 e 1.800 anos-luz do Sistema Solar da Terra.

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Segundo a Nasa, a descoberta pode ajudar cientistas a entender como a vida se desenvolveu na Terra e como ela poderia se desenvolver em outras partes do universo. Para a agência, o telescópio abriu novas portas para o estudo da química interestelar orgânica (matérias que contêm carbono). E essa é "uma área de grande fascínio para muitos astrônomos".

As descobertas, que são do programa PDRs4ALL Early Release Science, foram publicadas na revista Nature.

O telescópio James Webb e as particularidades do sistema d203-506

As capacidades únicas do telescópio James Webb o tornam um observatório ideal para procurar por moléculas de cátion metila, afirma a Nasa. Isso porque ele é ultrassensível e tem alta resolução espacial e espectral, fatores determinantes para detectar moléculas tão sensíveis quanto esta.

"Esta detecção não apenas valida a incrível sensibilidade do Webb, mas também confirma a postulada importância central do CH3+ na química interestelar", disse Marie-Aline Martin-Drumel, da Universidade de Paris-Saclay, na França, membro da equipe científica que fez a descoberta.

A estrela do sistema d203-506, onde a molécula foi encontrada, é uma "pequena anã vermelha". Além disso, o sistema é rodeado por uma forte luz ultravioleta (UV) de estrelas quentes, jovens e massivas.

Os cientistas acreditam que a maioria dos discos de formação de planetas passa por um período de intensa radiação UV, uma vez que as estrelas tendem a se formar em grupos que geralmente incluem estrelas massivas produtoras desse tipo de luz.

O ponto curioso, no entanto, é que espera-se que a radiação UV destrua moléculas orgânicas complexas como a CH3+ - o que não aconteceu neste caso.

A equipe prevê que a radiação UV pode, então, fornecer a fonte de energia necessária para a formação da CH3+. Uma vez formada, ela passa por reações químicas adicionais para construir moléculas de carbono mais complexas.

Em termos gerais, a equipe acredita que as moléculas que eles veem em d203-506 são bem diferentes dos discos protoplanetários típicos. Em particular, eles não conseguiram detectar nenhum sinal de água.

"Isso mostra claramente que a radiação ultravioleta pode mudar completamente a química de um disco protoplanetário. Na verdade, pode desempenhar um papel crítico nos primeiros estágios químicos das origens da vida", diz Olivier Berné, do Centro Nacional Francês de Pesquisa Científica em Toulouse, principal autor do estudo.

A Agência Aeroespacial dos Estados Unidos (Nasa) dá mais um passo rumo a seu objetivo de levar humanos a Marte e comprovar que é possível viver no planeta vermelho. Neste domingo, 25, quatro voluntários entraram em um hábitat terrestre que simula as condições de Marte no Johnson Space Center, um centro de comando de voos tripulados, treinamento e pesquisa da Nasa em Houston, no Texas (EUA). Eles permanecerão 378 dias no local.

Esta é a primeira missão de três simulações com duração de cerca de um ano que a Nasa pretende fazer em seu programa CHAPEA, termo em inglês para Exploração Analógica da Saúde e Desempenho da Tripulação. As outras duas missões serão em 2025 e 2026.

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A agência planeja concretizar uma missão tripulada a Marte na década de 2030. Por isso, está preparando pesquisadores para lidar com os possíveis desafios de uma viagem desse tipo, incluindo limitações de recursos, falhas de equipamentos, atrasos na comunicação e outros estressores ambientais - todos simulados nessas experiências em hábitats terrestres.

Experimento similar, porém mais curto, foi realizado no começo deste mês, quando nove astronautas espanholas da missão Hypatia passaram 12 dias em um deserto de Utah, também nos Estados Unidos, vivendo circunstâncias inóspitas e similares às do planeta vermelho, como baixa umidade e temperaturas extremas.

Um pedaço de Marte no Texas

O habitat terrestre que simula Marte no Johnson Space Center se chama Mars Dune Alpha e tem 158 metros quadrados. Ele tem cozinha, áreas de uso comum, estações de trabalho e dois banheiros, além de uma área externa com murais e areia vermelha que imitam as condições ambientais do planeta vermelho.

Além de viverem dentro do simulador de base espacial, os pesquisadores também farão simulações de caminhadas espaciais no ambiente externo e contarão com a ajuda de sistemas de realidade virtual para isso, afirmou a Nasa.

O objetivo é coletar dados sobre o desempenho físico e cognitivo dos pesquisadores para entender os potenciais impactos em uma missão de longa duração para Marte na saúde e na performance da tripulação. Por isso, serão dois homens e duas mulheres especialistas na simulação:

Kelly Haston, comandante e cientista especializada em doenças humanas;

Ross Brockwell, engenheiro de voo;

Nathan Jones, médico;

Anca Selariu, biomédica.

"Os conhecimentos que ganharemos aqui nos ajudarão a enviar humanos para Marte e trazê-los para casa em segurança", disse Grace Douglas, principal pesquisadora do programa CHAPEA em pronunciamento feito na entrada dos pesquisadores no Mars Dune Alpha.

O Parque de Dois Irmãos, localizado na zona oeste do Recife, recebe nesta semana a exposição “Mar do Conhecimento”, promovida pela Secretaria estadual de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Fernando de Noronha. Inaugurada na última segunda-feira (5), e aberta para visitação até domingo (11), a mostra celebra o Dia Mundial do Oceano, e está inserida na programação da Semana do Meio Ambiente de Pernambuco.

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A exposição apresenta características e informações sobre a vida marinha de forma educativa, sendo possível conhecer a estrutura física de diversos seres, como tubarões, tartarugas-marinhas, corais e peixe-leão. Dos tubarões estão as espécies o o cabeça-chata (Carcharhinus leucas), o tigre (Galeocerdo cuvier) e o martelo (Sphyrna spp).

Outras espécies em destaque são as dos animais invasores, como o peixe-leão e o coral-sol. Eles vêm avançando e ocupando território marítimo no litoral do estado, porém são venenosos e causam mal à biodiversidade marinha e à vida humana.

A exposição fica aberta das 9h às 17h, no museu do Parque Dois Irmãos, na Praça Farias Neves.

Fotos: Juliana Barreto/PEDI

Para comemorar o vigésimo aniversário da missão espacial não tripulada Mars Express, a Agência Espacial Europeia (ESA) fará a primeira transmissão ao vivo de Marte da história nesta sexta-feira, 2. Por uma hora, a agência mostrará imagens direto do planeta vermelho a partir das 13h.

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"Isso será o mais próximo que você poderá chegar de uma exibição ao vivo do planeta vermelho", disse a agência. Sintonize para estar entre os primeiros a ver novas imagens aproximadamente a cada 50 segundos, conforme elas são transmitidas diretamente da Câmera de Monitoramento Visual (VMC)a bordo do orbitador marciano de longa duração, mas ainda altamente produtivo da ESA", disse em comunicado.

Uma vez que a luz é refletida ou enviada por orbitadores e aterrissadores que a exploram e viajam para a Terra, dependendo das posições relativas dos dois planetas em órbita ao redor do Sol, isso pode levar de 3 a 22 minutos.

Desta forma, não será uma transmissão ao vivo de fato, mas o mais próximo que é possível chegar. "Não existem notícias 'ao vivo' no espaço, pois somos limitados pela velocidade da luz que atravessa grandes distâncias", pontuou a agência. Mas, nesta sexta-feira, todos têm a chance de chegar o mais perto possível de Marte.

Durante a transmissão de uma hora nesta sexta-feira, o tempo entre as imagens serem tiradas da órbita de Marte e aparecerem na tela será de cerca de 18 minutos. Conforme a ESA, são 17 minutos para a luz viajar de Marte para a Terra em sua configuração atual e cerca de um minuto para passar pelos fios e servidores no solo.

Segundo a agência, esta é uma câmera antiga, originalmente planejada para fins de engenharia, a uma distância de quase três milhões de quilômetros da Terra. "Isso nunca foi tentado antes e, para ser honesto, não temos 100% de certeza de que funcionará", disse James Godfrey, gerente de operações de Naves Espaciais no centro de controle de missão da ESA em Darmstadt, na Alemanha. "Mas estou bastante otimista. Normalmente, vemos imagens de Marte e sabemos que foram tiradas dias antes. Estou animado para ver Marte como é agora - o mais próximo possível de um 'agora' marciano", afirma Godfrey.

A agência espacial americana, Nasa, anunciou na segunda-feira, 15, uma nova descoberta surpreendente do Telescópio Espacial James Webb. Com o observatório foi possível identificar, pela primeira vez, vapor de água em torno de um cometa, o Read (238P). "O cometa do Cinturão Principal 238P/Read tem uma cabeleira de vapor d'água, escrevem os cientistas em artigo publicado na revista científica Nature.

A descoberta é um avanço científico importante, pois indica que o gelo do sistema solar pode ser preservado naquela região. A detecção inédita, porém, veio junto a um novo mistério: ao contrário de outros cometas, no Read não havia dióxido de carbono (CO2) detectável.

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"Nosso mundo encharcado de água, repleto de vida e único no universo, até onde sabemos, é um mistério. Não temos certeza de como toda essa água chegou aqui", disse Stefanie Milam, vice-cientista do projeto Webb e coautora do estudo relatando a descoberta, em nota. "Entender a história da distribuição de água no sistema solar nos ajudará a entender outros sistemas planetários e se eles podem estar a caminho de hospedar um planeta semelhante à Terra."

Os cientistas há muito especulam que o gelo de água poderia ser preservado no cinturão de asteroides mais quente, dentro da órbita de Júpiter, mas a prova definitiva era ilusória. "No passado, vimos objetos no Cinturão Principal com todas as características dos cometas, mas apenas com esses dados espectrais precisos do Webb podemos dizer que sim, é definitivamente água gelada que está criando esse efeito", explicou o astrônomo Michael Kelley, da Universidade de Maryland, autor principal do estudo.

"Com as observações de Webb do cometa Read, podemos agora demonstrar que o gelo de água do início do sistema solar pode ser preservado no cinturão de asteroides", destacou.

Cometa

O Cometa Read, segundo a Nasa, fica no Cinturão Principal, que se situa entre Marte e Júpiter. O que diferencia um cometa e um asteroide é que o material congelado do primeiro se vaporiza à medida que se aproximam do Sol, o que dá a eles a cauda fluida.

Conforme a Nasa, a falta de dióxido de carbono foi uma surpresa maior. Normalmente, ele compõe cerca de 10% do material volátil em um cometa. A equipe científica levantou duas hipóteses para isso. Na primeira, pensam que o Read tinha dióxido de carbono quando se formou, mas o perdeu por causa das temperaturas quentes. Por outro lado, pode ter se formado em um bolsão particularmente quente do sistema solar, onde sem dióxido de carbono disponível.

Agora, os cientistas querem ver se outros cometas do Cinturão Principal se comparam ao Read. "Esses objetos no cinturão de asteroides são pequenos e fracos, e com o Webb podemos finalmente ver o que está acontecendo com eles e tirar algumas conclusões. Outros cometas do cinturão principal também carecem de dióxido de carbono? De qualquer forma, será emocionante descobrir", disse diz a astrônoma Heidi Hammel, da Associação de Universidades para Pesquisa em Astronomia (AURA), em nota.

Já Milam imagina aproximar a pesquisa de casa de casa. "Agora que Webb confirmou que há água preservada tão perto quanto o cinturão de asteroides, seria fascinante acompanhar essa descoberta com uma missão de coleta de amostras e aprender o que mais os cometas do Cinturão Principal podem nos dizer."

A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, participa de audiência pública na quarta-feira (17), às 11h, para falar sobre as ações planejadas pela pasta para os próximos dois anos. O debate é uma iniciativa conjunta das comissões de Ciência e Tecnologia (CCT), Educação (CE) e Infraestrutura (CI).

A reunião atende a requerimentos dos senadores Carlos Viana (Podemos-MG), Astronauta Marcos Pontes (PL-SP) e Confúcio Moura (MDB-RO). Eles pedem informações sobre projetos ligados à popularização da ciência; sobre estratégias para melhoria da infraestrutura tecnológica; e a previsão da ampliação da conectividade e transformação digital das cidades.

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Engenheira Eletricista, graduada pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Luciana Santos é a primeira mulher a ocupar o posto de ministra da Ciência e Tecnologia. Foi presidente do Instituto de Pesos e Medidas de Pernambuco (IPEM), deputada estadual, prefeita de Olinda, secretária estadual de Ciência,Tecnologia e Meio Ambiente, deputada federal e vice-governadora de Pernambuco. 

A reunião será interativa, transmitida ao vivo e aberta à participação dos interessados por meio do portal e-cidadania, na internet, em senado.leg.br/ecidadania ou pelo telefone da ouvidoria 0800 061 22 11. 

Como participar

O evento será interativo: os cidadãos podem enviar perguntas e comentários pelo telefone da Ouvidoria do Senado (0800 061 2211) ou pelo Portal e‑Cidadania, que podem ser lidos e respondidos pelos senadores e debatedores ao vivo. O Senado oferece uma declaração de participação, que pode ser usada como hora de atividade complementar em curso universitário, por exemplo. O Portal e‑Cidadania também recebe a opinião dos cidadãos sobre os projetos em tramitação no Senado, além de sugestões para novas leis. 

*Da Agência Senado

A existência de água em Marte não é novidade para cientistas. Até então, evidências encontradas por pesquisadores sugeriam a presença de lagos ou riachos no planeta. Entretanto, novas imagens reveladas pela Agência Aeroespacial dos Estados Unidos (Nasa) estão levando os cientistas a repensarem a ideia sobre os ambientes aquáticos em Marte, uma vez que indicam a existência de um rio possivelmente volumoso e agitado.

Os registros foram obtidos pelo rover Perseverance da Nasa, que está em missão desde 2020 explorando a geologia e o clima passado de Marte. O Perseverance está explorando o topo de uma pilha de rochas sedimentares em forma de leque que tem 250 metros de altura e apresenta camadas curvas que sugerem água corrente. As imagens, divulgadas no dia 11 de maio, mostram grãos de sedimentos grosseiros e pedras.

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"Isso indica um rio de alta energia que está transportando muitos detritos. Quanto mais poderoso o fluxo de água, mais facilmente é capaz de mover pedaços maiores de material", disse Libby Ives, pesquisadora de pós-doutorado no Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa no sul da Califórnia, que opera o rover Perseverance, em comunicado divulgado pela agência espacial.

De acordo com a Nasa, ter mais compreensão sobre os ambientes aquáticos de Marte ajuda os cientistas a procurarem sinais de vida microbiana antiga que pode ter sido preservada nas rochas do planeta.

A imagem divulgada pela Nasa é um mosaico composto por 203 imagens individuais que foram costuradas após serem enviadas de Marte. Esta visão de cores naturais é aproximadamente como a cena pareceria para uma pessoa comum se ela estivesse em Marte.

O local explorado pelo rover Perseverance é apelidado pelos cientistas de "Skrinkle Haven". Segundo a Nasa, os cientistas têm certeza de que essas camadas curvas registradas foram formadas por uma água que flui de maneira intensa, mas agora a dúvida é entender que tipo de rio seria. Ele pode ser um rio que "serpenteia" como uma cobra pela paisagem, a exemplo do Rio Mississipi, ou um rio trançado que forma pequenas ilhas, como o Platte de Nebraska.

Isso porque, quando vistas do solo, essas camadas dão sinais de que podem ser os restos das margens de um rio que mudaram ao longo do tempo, ou os restos de bancos de areia que se formaram no rio. A especulação dos pesquisadores é de que as camadas provavelmente eram muito mais altas no passado. A suspeita deles é que depois que essas pilhas de sedimentos se transformaram em rocha, elas foram sopradas pelo vento ao longo das eras e esculpidas até o tamanho atual.

Os astrônomos observam sua luz há três anos. E esta é a maior explosão cósmica já vista, que pode ser o resultado de uma vasta nuvem de gás, talvez milhares de vezes maior que o Sol e violentamente alterada por um buraco negro supermassivo.

A explosão, classificada como AT2021lwx e que ocorreu a quase 8 bilhões de anos-luz, quando o universo tinha cerca de 6 bilhões de anos, é descrita em um estudo liderado pela Universidade de Southampton e publicado nesta sexta-feira pelo periódico científico Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

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A maioria das supernovas - como é chamada a explosão de uma estrela moribunda - é visível por alguns meses. Esta, porém, foi localizada há três anos e ainda está sendo detectada por uma rede de telescópios. A enorme explosão é dez vezes mais brilhante do que qualquer supernova conhecida, e três vezes mais brilhante do que o evento conhecido como ruptura de maré, no qual uma estrela cai em um buraco negro supermassivo.

Os pesquisadores acreditam que a explosão é resultado de um evento muito raro: uma vasta nuvem de gás, possivelmente milhares de vezes maior que o nosso Sol, que foi violentamente perturbada por um buraco negro supermassivo. Dessa forma, fragmentos da nuvem de gás estariam sendo engolidos pelo buraco negro, enviando ondas de choque por seus restos e pelo contorno empoeirado do buraco.

No ano passado, os astrônomos testemunharam a explosão mais brilhante já registrada: uma de raios gama conhecida como GRB 221009A, que ocorreu a 2 bilhões de anos-luz da Terra. Essa explosão foi mais brilhante do que a descrita agora, mas durou apenas uma fração do tempo, o que significa que a energia total liberada pelo AT2021lwx é muito maior.

A explosão foi detectada em 2020 pelo Zwicky Transient Facility e, depois, pelo Asteroid Terrestrial Impact Last Alert System (Atlas). Os dois sistemas de levantamento astronômico ficam nos EUA e são encarregados de monitorar o céu para detectar objetos que mudam rapidamente de brilho, o que indica a existência de eventos cósmicos. "Nós o descobrimos por acaso", disse o pesquisador da Universidade de Southampton Philip Wiseman, que observou que "algo que brilhou por mais de dois anos foi considerado muito incomum". Por essa razão, o objeto continuou a ser investigado com o Gran Telescopio de Canarias; o New Technologies Telescope (do European Southern Observatory), no Chile; e o Neil Gehrels Swift (uma colaboração entre Nasa, Reino Unido e Itália).

PRÓXIMOS PASSOS

A equipe agora quer coletar mais dados sobre a explosão, medindo diferentes comprimentos de onda, incluindo as de Raios X, que podem revelar a superfície e a temperatura do objeto, bem como os processos subjacentes.

Os pesquisadores farão ainda simulações de computador mais complexas.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Congresso Nacional aprovou, nesta quarta-feira (26), o PLN 01, que recompõe integralmente o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), que poderá dispor de R$ 9,6 bilhões para investimentos em projetos estruturantes em ciência, tecnologia e inovação. O projeto ainda será sancionado pelo presidente da República. 

“Com a aprovação, estamos próximos de resgatar R$ 4,18 bilhões deste Fundo, que é a maior fonte de financiamento da ciência brasileira e instrumento fundamental para o desenvolvimento do país. É uma conquista importantíssima e uma pauta prioritária do MCTI”, afirmou a ministra Luciana Santos. 

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Segundo a ministra, os recursos serão investidos em projetos estruturantes nas áreas de reindustrialização, saúde, transição energética e transformação digital que tenham impacto no desenvolvimento nacional. 

TR -  Na segunda-feira (24), o presidente Lula sancionou a lei que reduz o custo dos empréstimos do FNDCT. Ao definir a Taxa Referencial como indexador nas operações da Finep com recursos do FNDCT, a Lei 14.554 reduziu para os juros dos empréstimos para 2% ao ano. A expectativa da ministra Luciana Santos é que a medida provoque um forte aumento da demanda por crédito. Ela lembra que o volume de recursos liberados pela Finep em operações de crédito até 14 de abril ultrapassou R$ 1,1 bilhão – mais do que o dobro do valor desembolsado no mesmo período de 2022. “Com a mudança para a TR, a demanda deve aumentar ainda mais”, disse a ministra.

*Da assessoria 

 

 

A Agência Brasil publicou um estudo feito pela Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) com artigos científicos publicados no Brasil entre 2014 e 2017. Ao todo, foram divulgados 53,3 mil artigos em que 72% deles foram assinados por mulheres, seja como autora ou co-autora, sendo a maior porcentagem entre os países íbero-americanos.

A pesquisa visa entender as desigualdades de gênero na produção científica ibero-americana. Depois do Brasil estão a Argentina, Guatemala e Portugal com participação de mulheres em 67%, 66% e 64% dos artigos publicados, respectivamente. Entre os países com menos de 48% de participação feminina nos artigos estão El Salvador, Nicarágua e Chile.

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“O Brasil está melhor do que o restante dos países. Acho que é algo que não podemos nos dar por satisfeitos porque temos desafios, mas indica que o Brasil caminha na direção positiva de mais oportunidades, de igualdade de gênero entre homens e mulheres”, afirma o diretor da OEI no Brasil, Raphael Callou.

O destaque entre as pesquisas está na área. O Brasil tem o maior número de artigos publicados por mulheres na área da medicina, são 56% dos publicados entre 2014 e 2017. Com menor número estão as engenharias, com apenas 32% de trabalhos femininos.

O estudo utilizou dados da Web of Science (web da ciência), o banco de dados que reúne mais trabalhos de todo o mundo.

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