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Nas últimas semanas, um desafio divertido tomou conta das redes sociais, o #10YearChallenge. Nele, as pessoas teriam que publicar uma foto atual ao lado de uma tirada há 10 anos, para que os amigos pudessem ver a ação do tempo e comentá-la. A brincadeira se expandiu e o desafio foi aplicado para mostrar diversas situações, como de animais que acabaram entrando em extinção, áreas ambientais e outros temas.

Inspirado no desafio do momento, o LeiaJá resolveu fazer uma pequena retrospectiva da história de alguns equipamentos culturais do Recife e Olinda. O objetivo era averiguar como esses lugares vêm sendo tratados ao longo do tempo. O diagnóstico é assustador em alguns casos e bem positivo em outros. Confira.

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Clube Atlântico 

Em 2009, o Clube Atlântico de Olinda funcionava normalmente, recebendo shows e festas. Com o passar do tempo, o espaço amargou períodos em que precisou fechar as portas por conta de sua estrutura precária que não oferecia segurança aos frequentadores. Em 2017, o local foi fechado pelo risco de desabamento e, em 2018, passou por reformas emergenciais (ffoto à esquerda) sendo reaberto logo em seguida. Começou 2019 funcionando normalmente.

 

Cine Duarte Coelho

No ano de 2009, a situação do Cine Duarte Coelho era igual a que se via em 1980: fechado. Outros 10 anos se passaram e o local continua na mesma. Em 2016, o coletivo Brigada da Hora, proposto pelos artistas Raúl Córdola e Amélia Couto, promoveu intervenções artísticas no local com a finalidade de chamar atenção para sua situação. Segundo a Prefeitura de Olinda informou, através de nota, “há um projeto de revitalização para o Cine Duarte Coelho, porém está no aguardo do apoio financeiro do Governo Federal”.

 

Mercado Eufrásio Barbosa

O Eufrásio Barbosa tem uma história de idas e vindas. Chegou a ser fechado em 2006, pelo risco do desabamento do teto; e, em 2015 foi prometida uma grande reforma e remodelação do equipamento. Com um atraso de cerca de três anos, o Eufrásio foi entregue à população, em 2018, com nova estrutura. O espaço está funcionando e recebendo, eventualmente, eventos como a última edição do MIMO e festivais de cerveja e gastronomia.

 

Teatro do Bonsucesso

Em 2009, o Teatro do Bonsucesso completava um ano fechado. Anos depois, o equipamento passou por reformas e foi entregue novamente à população olindense em janeiro de 2018. O espaço tem sido usado, aos poucos. Neste sábado (26), haverá a apresentação do espetáculo 'Sangrando', às 20h.

 

Cine Olinda

No ano de 2009, as pessoas se perguntavam quando o Cine Olinda, fechado, então há várias décadas, voltaria à cena cultural da cidade. O cenário, e o questionamento, continuam os mesmos até hoje. Nesse meio tempo de mais de meio século, a população promoveu diversos movimentos, como o Ocupe Cine Olinda, para reclamar a restauração e volta do equipamento. No início de 2018, foi publicado edital para licitar a empresa que ficaria responsável pela reforma do espaço que, até agora, não começou.

 

Teatro do Parque

Um dos mais célebres espaços culturais do Recife - e, talvez, um dos mais queridos pelos recifenses -, estava prestes a entrar em uma jornada quase sem fim em 2009. No ano seguinte, o Cine Teatro do Parque foi fechado para reformas que não aconteceram até hoje, quase uma década depois. De lá para cá, foram feitas muitas promessas, atos, protestos, mas nada que tenha mudado, de fato, a situação do Parque.

Em meados de 2018, a Prefeitura do Recife prometeu retomar as reformas. Procurada pelo LeiaJá, a PCR informou que essas já começaram efetivamente: “As obras de reforma e restauro da edificação do Teatro do Parque foram retomadas no início de maio/2018. Trata-se de uma obra delicada que envolve não só a reforma, mas, também, o restauro de toda a estrutura predial”.

A nota mencionou os primeiros reparos feitos no equipamento: “Todo o madeiramento, além de telhas, calhas e rufo do telhado tiveram que ser substituídos. Tubulações e fiações das instalações elétricas também precisaram ser completamente refeitas, além das instalações hidrossanitárias e do sistema de drenagem do teatro”. O órgão não informou qual a previsão de entrega do Teatro do Parque à população.

 

Museu da Imagem e do Som de Pernambuco - Mispe (Fundarpe)

Em 2009, o Mispe estava como hoje: fechado. O Museu da Imagem e do Som de Pernambuco foi desativado em 2008, por conta de problemas na estrutura do prédio histórico que o abrigava. Em 2014, uma promessa de reabertura não foi cumprida. O acervo do Mispe está disponível apenas para pesquisadores em uma sala localizada na Casa da Cultura, enquanto aguarda a realização de um projeto de revitalização do imóvel da Rua da Aurora destinado a ele.

 

Cinema São Luiz

O São Luiz, uma das últimas salas de cinema de rua do Recife, é um dos equipamentos culturais mais prestigiados da cidade. Por lá passam os mais importantes festivais de cinema, como o Cine PE, Animage e Janela de Cinema, além de fazer parte da memória afetiva de muitos recifenses. Em 2009, o lugar estava fechado há cerca de três anos, para reformas que custaram a acontecer. No derradeiro mês daquele ano, um investimento milionário foi aplicado na reestruturação do cinema e ele voltou a abrir as portas.

Em 2015, um novo aporte possibilitou a digitalização do maquinário do São Luiz. A novidade também trouxe alguns problemas, entre sua instalação até o ano de 2018, o cinema teve que ser fechado por várias vezes em virtude de equipamentos que quebravam e precisavam ser consertados em São Paulo. Mas, de maneira geral, a sala vem funcionando a contento com uma diversificada programação e o glamour habitual.

*Fotos: Paulo Uchôa/Rafael Bandeira/Júlio Gomes/LeiaJáImagens

 

Tudo ou pelo menos quase tudo termina mesmo nas mãos da justiça neste país, de um furto de uma lata de sardinha até estes mais controversos casos da política. A presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Cármen Lúcia, declarou que o tribunal vai se "apequenar" se aproveitar a condenação do ex-presidente Lula para rediscutir a possibilidade de prisão de condenados em segunda instância. A presidente usou as palavras e falou o seguinte "Não creio que um caso específico geraria uma pauta diferente. Isso seria realmente apequenar o Supremo", disse na noite desta segunda-feira (29), ao ser questionada sobre o caso do petista. Carmén indicou que ela não tomará a iniciativa de pautar ações que tratam do tema, mesmo que não tenham relação direta com o caso de Lula. "Não tem previsão de pauta para isso. Não há pauta definida para um caso específico que geraria uma situação", afirmou. A presidente do STF disse, no entanto, que um ministro pode provocar a discussão sobre o tema ao levá-lo à Presidência. "Se acontecer de alguém levar em mesa, é outra coisa, não é pauta do presidente", afirmou.

Dinheiro para obras de revitalização do Cine Olinda

O projeto de requalificação do Cine Olinda, no bairro do Carmo, começa a ganhar corpo. O edital para contratação da empresa que terá a missão de executar os serviços de revitalização do espaço foi publicado na última sexta-feira (26.01) pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe). A estimativa é de que R$ 1,6 milhão seja investido na obra. O próximo passo será o processo licitatório.  O cine não exibe filmes há 40 anos.

Programação

A programação prevê a realização de várias intervenções. O conjunto de ações inclui pintura, instalação de balcões, aplicação de bancadas, sala de projeção, sanitários. Estão na lista do projeto também operações no piso, teto, renovação das partes elétricas e hidráulica, entre outras ações.

Secretário de Patrimônio feliz

“Essa etapa de requalificação é muita esperada pela classe artística de Olinda. Aguardamos com muita ansiedade a execução dos serviços por parte do Governo do Estado. Após essa fase de intervenção na estrutura física, a prefeitura se encarregará de instalar os equipamentos para que o prédio seja devolvido ao público”, comentou o secretário de Patrimônio e Cultura da cidade, Gilberto Sobral.

Marco histórico

Ainda com o nome de Cine Theatro de Variedades, a casa começou a funcionar no ano de 1911. Na década de 1920, ganhou o nome de Cine Olinda. Já nos anos 1970 o local deixou de funcionar e foi desapropriado pela administração municipal em 1979. Na década de 1980 o local funcionou como Cine Bajado. Mas faz 40 anos que não ocorre exibição de filmes. 

Enfrentamento à violência contra a mulher é tema de ação no Park São Gonçalo

Os casos de violência contra a mulher têm chamado atenção e ganhado reforço com ações de enfrentamento, em Petrolina.  Para tentar reduzir os números, a prefeitura realizou, nesta segunda-feira (29), mais uma ação que envolveu panfletagem e abordagens porta a porta no residencial Park São Gonçalo, na zona oeste da cidade.

Ações

Durante a ação, as equipes da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos distribuíram material informativo para chamar atenção sobre a importância de prevenir e denunciar a violência contra as mulheres. De acordo com a secretária executiva da Mulher e Acessibilidade, Talita Andrade, a iniciativa faz parte de uma série de ações que estão sendo promovidas nos residenciais de Petrolina para tentar reduzir os casos de violência contra a mulher.

Ouvidoria 

A Prefeitura do Recife comemorou três anos de atividades da Ouvidoria Geral. A atividade contou com a presença do vice-prefeito do município, Luciano Siqueira, representando o prefeito Geraldo Julio. Criada por meio do Decreto 28.555 de 28 de Janeiro de 2015, a Ouvidoria tem atingido um índice de resolução de 76,65% das de mandas apresentadas.

Referência

A Ouvidoria do Recife é referência para os setores públicos e privado. Esse projeto serve de modelo para as futuras equipes, repassando orientações técnicas sobre a implantação do sistema, procedimentos formais e atendimento ao cidadão.  O vice-prefeito destacou a importância do trabalho meticuloso e apurado realizado diariamente pela Ouvidoria. "Aqui, nesses computadores, vocês têm um registro real e atualizado das condições do município. Esse material tem um grande potencial para servir de base para os futuros projetos da Prefeitura", destacou.

Quem pode pode

Brasília se prepara para voltar ao ritmo de sempre. A expectativa para essa semana é o fim do recesso do Congresso e Judiciário. Verdade, mais ou menos. De trabalho mesmo, só o STF, que julgará na sexta-feira (2) o recurso do governo pela posse da deputada Cristiane Brasil no Ministério do Trabalho.

E os deputados?

 

Estes nossos  nobres parlamentares federais  cansados de tantas férias, decidiram enforcar o último dia da semana e voltar ao batente apenas na segunda-feira (5).É mole ou quer molho?  Isso é Brasil.

A Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) anunciou a publicação do edital para contratação da empresa especializada para a requalificação do Cine Olinda, com valor máximo de R$ 1.627.866,17. O equipamento cultural está fechado há 52 anos e passou por várias ocupações em forma de protesto pedindo a sua reabertura, que chegaram a durar três meses.

Durante as ocupações, o cinema chegou a voltar a ativa com a exibição de longas escolhidos pelo Ocupe Cine Olinda. Em 2016, com a população e ativistas tomando conta do local, chegaram a ser realizadas também outras atividades culturais.

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Entre as promessas para as obras estão a sala de projeção para 209 pessoas, salas eversíveis para 60/80 pessoas, lanchonete e sanitários públicos. A obra inclui serviços de demolições, serviços de restauro, incluindo tratamento de fachada, instalações elétricas, climatização, sinalização, entre muitas outras coisas, dísponíveis no site da Fundarpe. 

“Com este certame e a finalização das obras de infraestrutura do Cine Olinda, o Governo de Pernambuco cumpre sua parte no compromisso com o Cine Olinda, no sentido de proteger esse bem, garantir melhores condições para sua utilização e sustentabilidade. Esperamos que seja devolvido à população de Olinda o mais breve possível”, disse Márcia Souto, presidente da Fundarpe.

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Nesta sexta (29), a presidente da Fundarpe, Márcia Souto, falou ao LeiaJa sobre a atual situação o Museu de Arte Contemporânea de Olinda e o Cine Olinda. Fechados há bastante tempo, os equipamentos culturais - sob responsabilidade da instituição - ainda aguardam reformas, sem previsão concreta de reabertura de suas portas.

Segundo Márcia, em janeiro de 2018 deverá ser publicado um edital para licitar a empresa que realizará a reforma do Cine Olinda. “O projeto estava pensado para equipamentos não digitais então, precisamos adequar tudo isso”, disse a presidente. O especialista em equipamentos audiovisuais, Oswaldo Emerino, foi chamado para redesenhar o antigo projeto para o cinema olindense, fechado há mais de meio século. Os recursos estaduais reservados para esta reforma são de R$ 2 milhões.

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Já o Museu de Arte Contemporânea de Olinda, o MAC, já teve alguns reparos feitos como revisão telhado, banheiros, concerto de escadaria e aquisição de armários para guarda do acervo. Porém, o prédio principal do equipamento permanece fechado por conta de problemas estruturais maiores. “Nós fizemos quatro licitações para essa reforma da parte estrutural. As licitações não prosperaram nem deram deserta. Por não ter dado deserta, não podemos fazer contratação direta. Então estamos chamando, agora, o terceiro colocado desta quarta licitação para ver se conseguimos realizar o projeto.”, explicou Márcia.

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Em junho de 2017, a reportagem do LeiaJa.com percorreu os equipamentos culturais da cidade de Olinda para verificar em que situação estavam. O resultado não foi muito animador: a maioria dos espaços se encontravam fechados e, pior, em estado de completo abandono. Passados alguns meses, em um retorno a estes mesmos locais, o que se viu foram algumas obras bem encaminhadas e outras ainda sem o menor sinal de começar. Confira a situação dos espaços culturais de Olinda, cidade Patrimônio Cultural e histórico:

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Clube Atlântico

 

Após um período fechado pelo risco de desabamento, o Atlântico está sendo recuperado. Uma obra emergencial, para que o clube volte a ter condições de uso começou a ser feita há cerca de duas semanas e a previsão é que tudo esteja pronto até o dia 25 de dezembro. Segundo um dos responsáveis pela reforma, o técnico de edificações Jorge José Hermínio, o muro do local está sendo refeito, e o madeiramento da coberta, parte elétrica e de encanamento estão sendo reparados.

Mercado Eufrásio Barbosa

 

Há três anos, a população olindense e os turistas esperam pela volta do funcionamento do Eufrásio Barbosa. Fechado para obras, desde então, o projeto pretende transformar o local em um espaço de visitação e de valorização da cultura, com biblioteca, restaurante e sala de exposição, entre outros. A reforma está na fase de acabamentos e, após um atraso de entrega nos materiais, a previsão de conclusão, informada pelo responsável, o técnico João Wagner, é 15 de janeiro de 2018.

Cine Olinda

 

O espaço, fechado há mais de meio século, parece que amargará outros tantos anos de portas cerradas. Após o movimento Ocupe Cine Olinda, em meados deste ano, o cinema não teve mais nenhum uso. Através de sua assessoria, a Prefeitura de Olinda informou que a previsão de retorno das atividades do Cine Olinda é para o ano de 2019, porém, a Fundarpe, responsável oficial pelo espaço, não se pronunciou quanto ao retorno de seu funcionamento.

Cine Duarte Coelho

 

Tradicional espaço na cidade, desapropriado desde a década de 1980. O Cine Duarte Coelho continua fechado e sem sinal do mínimo cuidado em sua estrutura. A Prefeitura de Olinda informou, por meio de sua assessoria, que o equipamento faz parte da ação do PAC Cidades Históricas e que “todos os projetos prontos (estão) no aguardo da liberação de recursos por parte do MinC.”

Museu de Arte Contemporânea (MAC)

 

O MAC possui um acervo de obras importantes mas que estão fora do alcance do público devido ao não funcionamento do espaço. Localizado no Sítio histórico de Olinda, o museu está de portas fechadas desde 2016.  Procurada para prestar esclarecimentos quanto ao espaço, a Fundarpe, responsável pelo MAC, não respondeu até o fechamento desta matéria.

Teatro do Bonsucesso

 

Após um longo período fechado e relegado ao completo abandono, o Teatro Bonsucesso parece estar prestes a reviver seus momentos de glória. Com a reforma em nível avançado, a previsão de entrega do espaço é para a segunda semana de janeiro de 2018. Segundo o responsável pelas obras, George Júnior, o teatro de 130 lugares está necessitando, apenas, de colocação de novas lâmpadas, últimos reparos no piso do palco e alguns outros detalhes nos banheiros e na entrada do espaço.

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Basta caminhar pela cidade de Olinda para perceber a atmosfera cultural que permeia a cidade. Não é à toa que o município recebeu o título de Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade, reconhecido pela UNESCO. Construções que passeiam por diferentes épocas e estilos contam histórias que fazem parte da construção identitária da cidade e de Pernambuco. No entanto, os espaços responsáveis por abrigar e difundir a cultura pulsante de Olinda não estão tendo a atenção necessária - e merecida.

A quase totalidade dos equipamentos culturais da cidade estão de portas fechadas para o público. Alguns, completamente abandonados. Outros, sem funcionar de maneira plena ou funcionando de forma precária.

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O Leiaja.com visitou cinco equipamentos culturais de Olinda: Teatro do Bonsucesso, Clube Atlântico de Olinda, Cine Olinda, Mercado Eufrásio Barbosa e Cine Duarte Coelho, e constatou que muitos estão desativados e à espera de reformas há anos. Em conversas com moradores, artistas e órgãos responsáveis pela gestão desses espaços, fica constatada a falta de atenção aos equipamentos que deveriam atrair turistas e garantir a movimentação cultural o ano todo na cidade eleita como a primeira Capital Brasileira da Cultura, em 2006. 

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"Qualquer cidade com potencial turístico e cultura deveria zelar por seus equipamentos culturais"

Gilú Amaral, músico da Orquestra Contemporânea de Olinda e morador do sítio histórico da cidade, destaca que a situação destes espaços soa contraditória, já que Olinda possui um grande potencial cultural e turístico. "Qualquer cidade com potencial turístico e cultural deveria zelar por seus equipamentos culturais. Em Olinda, eles simplesmente não existem. Isso causa um impacto econômico, além do artístico, e afeta também na geração de empregos", afirma.

Gilú também expõe a ausência de diálogo entre o poder público e moradores. "O Mercado Eufrásio Barbosa está há anos em uma grande reforma. O Cine Olinda passou por restauração durante a gestão de Luciana Santos (PCdoB), mas não voltou a funcionar. Muitas vezes, a gente deixa de tocar por falta de espaços", aponta.

O artista plástico e um dos donos da Casa do Cachorro Preto Raoni Assis fala ao LeiaJá que há muito tempo esses espaços estão sucateados e, por isso criou a Casa. "Nós abrimos a Casa do Cachorro Preto pra poder receber os amigos e dar vazão a uma produção nossa que não encontrava espaço nas galerias já consolidadas e muito menos nos equipamentos públicos que, desde essa época e antes, estavam fechados ou sucateados", relata.

"Nesse processo a gente viu muita coisa sendo empurrada com a barriga, muita falta de interesse de alguns setores, descaso com as peculiaridades da cidade, preconceitos em relação ao que é o próprio patrimônio. Algumas leis já começaram a existir sem abraçar os hábitos da cidade. Olinda é boêmia. Vejo a cidade como um polo de economia criativa. Mas, além da ausência de incentivo, a gente esbarra numa má vontade generalizada e ainda nos boicotes institucionalizados. Espero mesmo que isso mude, acho triste. É um desperdício", desabafa.

A Casa do Cachorro Preto foi fechada recentemente, deixando mais um vácuo entre as opções culturais do sítio histórico de Olinda.

Clube Atlântico de Olinda

A placa de metal enferrujada mostra os sinais do tempo e abandono que já tomam conta de todo espaço. Palco de grandes festas e shows, o Clube Atlântico de Olinda, no Carmo, foi interditado em Janeiro de 2017 por determinação do Corpo de Bombeiros, com a justificativa de não possuir plano de segurança contra incêndios e pânico. O Clube permanece fechado e o que se vê é uma estrutura que se desfaz aos olhos da população e do poder público.

Segundo moradores, o espaço virou abrigo e ponto de consumo de drogas. Durante a nossa visita, não encontramos dificuldades em entrar no Clube Atlântico,  pela ausência de seguranças. Mas, de acordo com o secretário de Cultura da cidade, Gilberto Sobral, a vigilância está sendo feita através de ronda motorizada.

Questionado sobre a existência de um plano de requalificação e reabertura do Clube, o secretário explica que a prefeitura está em busca de parceiros para ajudar na reestruturação do espaço. “O Clube Atlântico necessita de intervenções estruturais e estamos fazendo o levantamento do custo para buscar parcerias que possam ajudar a Prefeitura nessa reestruturação”, disse, ao LeiaJá.

Gilberto Sobral ainda afirma que tem se reunido com outras secretarias do município para traçar estratégias e anunciar o calendário de serviços de restruturação. “Mas é preciso obedecer outras demandas já deliberadas”, explica o secretário.

Cine Duarte Coelho

É com muita nostalgia que os moradores do Varadouro lembram dos tempos de funcionamento do cinema, das grandes filas e das histórias contadas na grande tela. O espaço funcionou até a década de 1960 e foi desapropriado em 1980. 

Por ordens da Prefeitura, os seguranças não permitiram a entrada da reportagem no local. Porém, nota-se uma estrutura que padece com o tempo, sem telhado, com lixo e matagal que tomam conta do que um dia foi um cinema.

Questionada sobre a falta de projetos, a prefeitura, por meio da assessoria, respondeu que estão aguardando verba do governo federal. "O Cine Duarte Coelho faz parte das ações do PAC Cidades Históricas, que sofreram contingenciamento por parte do Governo Federal", afirma a prefeitura.

Teatro Bonsucesso

Espaço de grande significado para grupos cênicos, o Teatro do Bonsucesso está sem atividade há anos. Segundo moradores do bairro do Bonsucesso, os 16 anos de gestão de Luciana Santos e Renildo Calheiros, ambos do PC do B, o espaço foi reaberto apenas uma vez. "Uma inauguração de fachada", disparou um morador vizinho. Grupos culturais surgiram ali e uma escola de teatro funcionava no espaço. Atualmente, o teatro popular está trancado e sem atividades culturais. 

Na entrada, o teatro tem pedras empilhadas e mato. Uma placa chama atenção: com o valor e o prazo de fim das obras, indicado como junho de 2016. A prefeitura não deu previsão para o funcionamento. "O Teatro Bonsucesso teve sua requalificação retomada e as cadeiras foram instaladas", explica a gestão municipal, em nota. 

Mercado Eufrásio Barbosa

Com uma arquitetura datada do século 18, o local foi a primeira Casa da Alfândega de Pernambuco e uma antiga casa de doces, e foi tranformado em mercado público e artesanato. Virou espaço para apresentações culturais e shows. Em 2006, foi interditado, pois havia risco de desabamento de parte do teto. 

Há três anos, o Eufrásio está completamente fechado para reformas e tem previsão, de acordo com a assessoria da Prefeitura, para que parte estrutura esteja pronta no segundo semestre de 2017. Os comerciantes da área relatam que há tempos o espaço está em reforma e que sempre as autoridades prometem entregá-lo, mas isso não acontece.

Museu de Arte Contemporânea - MAC

O museu, que ocupa os cômodos de uma antiga prisão, funciona de maneira precária há anos. Abrigo de obras importantes para a arte brasileira, a exemplo de quadros de Portinari, o Museu de Arte Contemporânea é administrada pela Fundarpe. Recentemente, houve uma tentativa de roubo a obras do acervo do local, que já não está aberto à visitação, apesar de a informação oficial dar conta de que o espaço está funcionando. A reportagem esteve no museu numa terça-feira, às 14h30, e encontrou as portas fechadas.

Cine Olinda

Inaugurado em 1911, o Cine Olinda está fechado há 51 anos e continua à espera de reformas. Durante três meses, o espaço foi ocupado como forma de protesto pelo movimento Ocupe Cine Olinda. Neste período, os ocupantes exibiram filmes, promoveram debates e até aulões pré-vestibular.

"Saímos de lá sem promessas ou perspectiva de requalificação do espaço. A não ser com as mesmas promessa feitas há 30 anos, a promessa vaga de reforma. Várias licitações para reforma foram feitas, houve até realização de compra de parte do equipamento que até hoje ninguém sabe dizer para onde foi. Mesmo depois da nossa saída, ainda continuamos a fazer pressão junto à Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), que assumiu a reforma e a realização de uma audiência pública para se discutir essa questão", diz, ao LeiaJá, Elaine Una, que participou da ocupação.

De dois meses para cá, a Fundarpe tem mantido um diálogo conosco. Ela nos informou que a verba para a requalificação do espaço foi liberada. Foi construído um projeto, mas não foi discutido com a sociedade civil. A gente não sabe se esse projeto atende às necessidades de um cinema público, popular e democrático", complementa.

Mesmo diante de cobranças e protestos, o Cine Olinda permanece sem exibições e trancado. De acordo com o segurança do local, o espaço recebeu este ano a visita de técnicos da Fundarpe, responsável pelo equipamento cultural, e engenheiros. Ele não soube informar a previsão para início das obras de requalificação ou reabertura. Os únicos indícios de obra são sacos de cimento e tijolos deixados no local.

Procurada pelo LeiaJá, a Fundarpe não respondeu aos questionamentos sobre nenhum dos espaços culturais em Olinda que estão sob sua responsabilidade.

A Prefeitura de Olinda afirma que acompanha e dialoga com a Fundarpe para saber o andamento de obras e abertura dos equipamentos culturais. "Estamos mantendo um bom diálogo com os órgãos estaduais de cultura. Acompanhando os passos dados pelo Governo do Estado no que dia respeito às obras de requalificação". 

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Ocupado por três meses no ano passado como forma de protesto por estar fechado há décadas pelo Movimento Ocupe Cine Olinda, o prédio que abriga o Cine Olinda foi interditado pela Guarda Municipal e Defesa Civil de Olinda, no dia 30 de dezembro do último ano, e desde então permanece sem atividades culturais. Não houve ainda o reinício das obras que proporcionariam sua definitiva abertura ao público.

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Segundo os membros do movimento, houve um pedido para evasão do local, sob alerta de insegurança da área. No entanto, no espaço ainda permanecem seguranças trabalhando internamente com esquemas de plantão, que continuariam correndo riscos. Eles questionam ainda o uso da frente do cinema como espaço para banheiros químicos durante o período de Carnaval. Durante os 90 dias de ocupação, participantes do Ocupe Cine Olinda promoveram a limpeza e diversas atividades culturais no espaço como exibição de filmes, apresentações de teatro e música, debates e até um aulão para quem se preparava para o ENEM.

De acordo com a Prefeitura de Olinda, proprietária do Cine Olinda, o espaço que antes estava sob responsabilidade do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), passou a ser gerido em dezembro, de forma legal, pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe). Segundo o Secretário de cultura do município, Gilberto Sobral, a Fundarpe assumiu a obra de reativação do Cine Olinda por ter disponíveis R$ 2 milhões para readequação do espaço.

“Ocorreu investimento por parte da Fundarpe para readequar o espaço, mas sobre o início das obras apenas a Fundarpe poderá se posicionar. As obras têm previsão para um ano e, com a chegada dos equipamentos para o cinema, e mais um ano e meio de serviço”, destacou o secretário em conversa com o LeiaJá.

Representante do Iphan em Olinda, Fernando Lima ressaltou que o repasse das obras foi resultado de um esforço conjunto da Prefeitura e da Secretaria de Cultura de Pernambuco, através da Fundarpe e apoio do Iphan – PE, visando a reabertura da área para a população, principalmente porque não houve conclusão da obra que foi iniciada em 2013 por probelmas com a construtora que venceu a licitação. “Quando a obra for iniciada, o Iphan, por meio do Escritório Técnico de Olinda, fará o acompanhamento e fiscalização do cumprimento do projeto e da qualidade da obra”, salientou o gestor.

Por meio de nota, publicada na manhã desta sexta-feira (17) no Facebook, integrantes do movimento cobram por um posicionamento da Fundarpe, relacionados a termos da negociação iniciada no final de 2016. Eles salientam que nunca tiveram uma resposta formal e pública sobre as propostas para o espaço, que foi assumido pela Fundarpe recentemente. Confira um  trecho da nota:

Solicitamos, portanto, que a Fundarpe se posicione em relação aos termos da negociação que encaminhamos no final do ano passado. Os termos apresentados possibilitam que o movimento busque autorização perante os devidos órgãos para realizar REPAROS EMERGENCIAIS TEMPORÁRIOS, que não atrapalham o processo de reforma futura do prédio. Também estabelece que o Movimento só retornaria ao espaço para promoção de atividades culturais regulares, uma vez que um novo laudo da Defesa Civil seja emitido e remova a interdição do espaço, após esses reparos emergenciais temporários. Os reparos que envolvem a aplicação de canaletas para a passagem de fiação elétrica temporária e outras ações pontuais serão custeados pelo próprio Ocupe Cine Olinda por meio de financiamento coletivo. Nunca recebemos uma resposta formal e pública sobre essas propostas. A falta de resposta nesta etapa configurará mais um desrespeito à coisa pública. Essa luta não cessará enquanto não abrirmos novamente as portas do Cine Olinda!Por um Cine Olinda permanentemente de portas abertas!”

Procurada pela reportagem, a Fundarpe irá se manifestar somente por meio da presidente Márcia Souto, que concederá uma entrevista exclusiva ao LeiaJá na próxima segunda-feira (20).

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A luta do Movimento Ocupe Cine Olinda terá que ser adiada. Após três meses de ocupação, nesta sexta-feira (30), o local foi interditado pela Guarda Municipal e Defesa Civil de Olinda. O Cine Olinda havia sido ocupado como forma de protesto por estar desativado há 51 anos. No local, durante esses noventa dias, voltou a ser transformado em uma área cultural onde além de exibição de filmes, ao todo 120, ocorriam debates, oficinas e ações educacionais. 

Um dos representantes do Movimento, Alysson Souza, disse que o sentimento é de frustração. Ele contou que, no último dia 16, foi realizada uma reunião com a Secretaria de Patrimônio Público da cidade e com o Ministério Público onde teria sido dados os primeiros passos para um processo de acordo. Em seguida, no dia 19, outra reunião teria sido marcada com o poder público, no entanto, o acordo não teria sido concluído. 

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“Não estavam presentes todos os órgãos envolvidos e o acordo não foi assinado. Foi sendo protelado até que, hoje, nos deparamos com a Guarda Municipal e a Defesa Civil, que chegaram lá com o direito de agir como polícia pedindo a interdição do cinema. Não foi apresentado um laudo para nós, apenas deram o tempo para retirar nossos pertences pessoais. Só entrava um por vez. A interdição durante o processo de negociação é porque há algo de errado. A gente enxerga dessa forma”, contou.

Alysson ressaltou que não houve resistência, no entanto, afirmou que o movimento continuará. “Não fizemos nenhum tipo de ação combativa, mas, não acabamos por aqui. Vamos pensar em outras formas de colocar o cine para frente. Hoje, iremos realizar mais uma sessão como um ato político e simbólico enquanto pensamos no que vamos fazer”. 

Ele ainda disse que mais de duas mil pessoas participaram de alguma atividade do Cine Olinda durante a ocupação. “Melhoramos o cinema, colocamos sinalização e outras medidas em um local que está fechado há mais de 50 anos. A população que estava ao nosso lado era muito grande por toda a programação que tinha. A gente luta por um cinema popular e público e aqui era um espaço para isso”, acrescentou. 

O Cine Olinda foi ocupado pela sociedade civil no dia 30 de setembro. Os tapumes, que protegiam o local, foram derrubados e o espaço cultural foi ativado de forma pacífica por movimentos culturais. O ato foi decidido depois de um diálogo com representantes de orgaos municipais e estaduais.

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Uma negociação a passos lentos. Nesta segunda (19), foi realizada mais uma reunião sobre a situação do Cine Olinda, equipamento cultural fechado há décadas que foi ocupado há quase três meses por um movimento que passou a exibir filmes dentro do prédio. O encontro contou com a participação de representantes do Iphan e do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), durou três horas e teve como objetivo avaliar a minuta com as reivindicações do Ocupe Cine Olinda e as exigências dos órgãos governamentais para desocupação do espaço.

A promotora do MPPE Belize Câmara recebeu representantes do Movimento Ocupe Cine Olinda e representante do Iphan para acordar e deliberar cláusulas que possibilitem novas diretrizes da ocupação que foi iniciada no dia 30 de setembro. A reunião foi iniciada com a apresentação de um termo, pela sociedade civil, que elencou algumas reivindicações para o andamento das negociações.

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O documento, que tem como principal premissa manter o espaço funcionando dentro das normas exigidas pela Defesa Civil, endossou que caso as solicitações sejam acatadas, o Ocupe Cine Olinda deixa o espaço em prol das intervenções estruturais necessárias para sanar o risco regular do espaço, apontado pelo laudo da Prefeitura de Olinda. Confira na íntegra o posicionamento do Movimento a seguir:

"O termo, caso assinado, envolve a retirada completa do movimento do espaço, respeitando o relatório técnico apresentado pela Prefeitura, que recomendou a interdição (apontando ‘risco regular’ do espaço), mas concorda que o movimento busque autorização perante os devidos órgãos para ele mesmo realizar REPAROS EMERGENCIAIS TEMPORÁRIOS, que não atrapalham o processo de reforma futura do prédio.

O documento também estabelece que o movimento só retornaria ao espaço para promoção de atividades culturais regulares, uma vez que um novo laudo da defesa civil / corpo de bombeiros remova a interdição o espaço após esses reparos emergenciais temporários seja emitido. Os reparos que envolvem a aplicação de canaletas para a passagem de fiação elétrica temporária etc.

Para isso, o movimento conseguiria verbas para esses reparos por meio de financiamento coletivo etc. A partir daí, e caso o movimento consiga a liberação do prédio através desses reparos, e através do próprio acordo de uso, o movimento passaria a poder realizar atividades culturais regulares, como projeção de filmes e debates, sem dormir no espaço, o que seria uma conquista da sociedade civil organizada.

Tudo o que nós queremos é manter o Cinema em uso, enquanto isso for possível, e que ele não volte a ser tragado pelos tapumes numa infindável reforma."

Segundo um dos participantes do Ocupe Cine Olinda, Ernesto de Carvalho, o encontro foi um passo importante para as negociações. "Apresentamos a nossas pautas, agora está a cargo da Fundarpe e Prefeitura de Olinda avaliarem nossas solicitações e fechar um acordo coerente e que possibilite o funcionamento do equipamento", disse Carvalho. Com a ausência da Fundarpe, que já anunciou que pretende assumir a responsabilididade do Cine Olinda, ficou sob responsabilidade do MPPE dar andamento às negociações. 

Entenda - O Cine Olinda foi ocupado pela sociedade civil no dia 30 de setembro de 2016 após mais de 50 anos fechado para reformas pelo poder público. Desde a iniciativa, o local está sendo utilizado para promoção cultural, exibição de filmes, exposições, debates e aulões. Atualmente, o prédio que pertence à Prefeitura de Olinda está sob responsabilidade do Iphan, que aguarda o repasse para a Fundarpe. A Fundarpe, por sua vez, exige que a estrutura seja desocupada para poder assumi-la oficialmente.

Na última sexta-feira (16), a arquiteta da Secretaria do Patrimônio da Prefeitura de Olinda Cláudia Rodrigues foi até o Cine Olinda para desocupar o espaço, munida com laudo técnico da Defesa Civil, que apontava riscos regular do local. Com o pedido de interdição, na própria sexta foi travada uma negociação que durou três horas. Após negociações foi acordada nova reunião nesta segunda (19) com os envolvidos. Porém apenas o Iphan compareceu.

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O impasse entre a sociedade civil, que está ocupando o Cine Olinda, e os órgãos públicos representados pela Prefeitura de Olinda e Instituto do patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) continua. A tentativa de negociação que durou, aproximadamente, três horas na tarde desta sexta-feira (16), discutiu as pautas pleiteadas pelo movimento popular e as exigências dos governos.  

No início da tarde desta sexta, a arquiteta da secretaria do Patrimônio da Prefeitura de Olinda Cláudia Rodrigues foi até o equipamento cultural para fazer cumprir a desocupação do prédio que está sendo utilizado para exibição de filmes e atividades culturais há dois meses.

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De acordo com Cláudia Rodrigues, que apresentou um laudo da Defesa Civil para os manifestantes, o prédio não está em condições de uso e de receber o público. "Existem várias irregularidades na estrutura. Não podemos deixar que continuem exibindo filmes no local. Há problemas das instalações e tem saída de emergência", alegou a arquiteta.

Durante as negociações, que foram marcadas por momentos de exaltação, o Movimento Ocupe Cine Olinda se posicionou e falou acerca dos acordos pautados nas últimas reuniões com o poder público. Porém, o impasse cresceu, principalmente, após a decisão de cortar a energia do local. Para os manifestantes, o prédio tem condições de continuar funcionado com exibições e receber o público, o que vem acontecendo desde a ocupação.

Conforme um dos integrantes do movimento, Ernesto de Carvalho, a ideia é continuar dando vida ao local e mostrar ao poder público que o equipamento pode e precisa ser instrumento de uso da sociedade civil para fins culturais. Para Ernesto, o grupo está aberto ao diálogo, mas precisa de garantias dos governos de que o espaço não vai 'parar no tempo' novamente.  

"O espaço ficou mais de 50 anos abandonado. Agora que mostramos que é possível movimentar e dar vida ao local, somos incitados a deixar o local sem nenhum aviso prévio?", questionou em conversa com o LeiaJá. Conforme Carvalho, a proposta é abrir de o diálogo de forma horizontal para que as decisões sejam definidas em comum acordo e sem prejudicar o trabalho que já vem sendo realizado pela sociedade.

A promotora Belize Câmara, que estava representando o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) nas negociações, relatou que deve seguir o que está no ofício. "O que estamos tentando fazer é viabilizar uma negociação. Porém o grande impasse é que eles querem continuar exibindo filmes em um local que não está apto para isso conforme o laudo da Defesa Civil, que tem como premissa a interdição do Cine Olinda", falou.

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Diante do impasse, o Movimento decidiu exibir filmes apenas na área externa, mas não vão deixar o espaço, vão continuar em vigília e vão manter o local aberto para visitação até a próxima reunião, que ficou marcada para a segunda-feira (19), com representantes do Iphan, Prefeitura de Olinda, Fundarpe e Ministério Público.

Entenda - O Cine Olinda foi ocupado pela sociedade civil no dia 30 de setembro de 2016 após mais de 50 anos fechado para reformas pelo poder público. Desde a iniciativa, o local está sendo utilizado para promoção cultural, exibição de filmes, exposições, debates e aulões. Atualmente, o prédio que pertence à Prefeitura de Olinda está sob responsabilidade do Iphan, que aguarda o repasse para a Fundarpe. A fundarpe, por sua vez, exige que a estrutura seja desocupada para poder assumi-la oficialmente.

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Na última quinta-feira (16) as negociações entre a Prefeitura de Olinda, a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e Ministério Público de Pernambuco com os ocupantes do Cine Olinda terminou com um impasse. O cinema, que está ocupado desde o dia 30 de setembro pela sociedade civil pedindo pela sua reforma e reativação, está fechado há 51 anos e deve passar a ser controlado pela Fundarpe.

O espaço está sob responsabilidade do IPHAN, mas pertence à Prefeitura de Olinda. Na reunião de negociação, a Fundarpe afirmou que tem verbas liberadas para assumir a gestão do cinema, realizar o pregão para processo de licitação e realizar a reforma, mas impôs a condição de que o cinema seja antes desocupado e vistoriado pela Defesa Civil. 

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Os Ocupe Cine Olinda aceitou fazer uma desocupação parcial, parando de dormir no cinema, desde que fossem mantidas as reproduções de filmes durante o processo licitatório. Os manifestantes acusam os representantes dos órgãos governamentais de pressionar os ocupantes com ameaças de corte de energia elétrica do local. Um ocupante disse ao Portal LeiaJá que "O que eles querem é fechar o espaço, colocar tapume. Eles fizeram aparência de diálogo e só querem que a gente saia".

Segundo o Ocupe Cine Olinda, ao meio-dia desta sexta-feira (16), Claudia Rodrigues e outros funcionários da Prefeitura foram ao Cine Olinda para realizar a suspensão do fornecimento de eletricidade, mas até o fechamento dessa reportagem a informação ainda não havia sido confirmada pela Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Olinda.

Além disso, os ocupantes também afirmam que foram informados que haveria uma ordem de interdição do prédio do Cine Olinda por problemas estruturais, que teria sido expedido pelos Bombeiros e pela Defesa Civil de Olinda. A assessoria de imprensa dos Bombeiros nega a existência de qualquer interdição e a Secretaria de Cultura da Prefeitura de Olinda (Sepac), que responde pelo Cine Olinda, afirma que existe um relatório a respeito do local, mas até o fechamento dessa reportagem não havia respondido qual é o teor do documento. 

A Fundarpe, apesar de estar com verba liberada pare reformar o Cine Olinda, de estar se encaminhando para assumir a gestão do local e estar envolvida nas reuniões de deliberação sobre o andamento da ocupação do Cine Olinda, afirmou por meio de sua assessoria que não irá se pronunciar sobre o espaço porque ainda não é a responsável pelo cinema. Outra fonte ligada à Fundarpe, que pediu para não ser identificada, afirma que os ocupantes entraram em contradição, pois haviam aceitado desocupar completamente o prédio do cinema para que a vistoria que deve anteceder a licitação ocorresse, diferente do que afirmam os integrantes do movimento.

A Prefeitura de Olinda afirmou que responderia às perguntas da reportagem por e-mail, porém até o fechamento desta matéria, não havia enviado nenhum posicionamento a respeito da reunião, das acusações de ameaças, da suposta interdição do cinema e nem da tentativa de suspensão do fornecimento de eletricidade do Cine Olinda.

Nesta sexta-feira (16), a partir das 14h30, os ocupantes estarão reunidos com representantes da Prefeitura de Olinda, do IPHAN, da Fundarpe e da Promotoria de Olinda para novas negociações. Além disso, na próxima segunda-feira (19), haverá uma reunião de deliberação entre os Bombeiros, a Defesa Civil e outros órgãos da Prefeitura de Olinda.

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Depois de um hiato de 51 anos fechado, com 'ensaios' de reformas que acabaram paralisadas, o Cine Olinda assume um novo papel para os moradores, comerciantes e visitantes que, agora, podem vivenciar o local. O espaço que estava abandonado e 'esquecido no tempo' agora é o protagonista na função que o cabe - um equipamento que fomenta a diversidade das linguagens artísticas. 

Porém, para isso acontecer, a sociedade civil ocupou o espaço após diálogos com representantes da Prefeitura de Olinda, Iphan e Fundarpe, no dia 30 de setembro de 2016. E, nesta quarta-feira (30), data que marca dois meses de intervenção popular de ativistas, vai de encontro à inércia do seu fechamento e dá voz aos moradores e comerciantes, que falam sobre as mudanças e a experiência de reviver o Cine Olinda.

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O Portal LeiaJá conversou com os comerciantes das adjacências e moradores de alguns bairros da cidade de Olinda para saber qual a percepção deles e como eles veem o Ocupe Cine Olinda, confira no vídeo:

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Com os tapumes que cercavam o cinema derrubados e as portas abertas, o Ocupe Cine Olinda exibiu um longa após 51 anos. Desde a retomada do local pela população e por ativistas, o espaço já realizou diversas atividades, entre elas, o público pôde assistir à exibição de 110 filmes e participar de debates, oficinas, ações educacionais e programações temáticas. No período, o espaço cultural chegou a receber mais de três mil visitantes.

A cineasta Dea Ferraz, que já exibiu o filme Câmara de Espelhos, falou sobre a importância da ocupação, da representação do espaço para a sociedade e como foi a experiência.

“Passar Câmara de Espelhos no Cine Olinda foi uma experiência histórica. Não só por estar num espaço que existe desde 1920, mas, sobretudo pelo momento político que vivemos no país e pela força dos ativistas da ocupação. O filme seguiu-se de um debate profundo, aberto e dialético, onde a escuta e a troca foram centrais. Ver o Cine Olinda funcionando com uma programação intensa e com um público constante é a prova do quanto o poder público está afastado de suas reais funções; e é a certeza de que a mobilização é imprescindível. Salve Cine Olinda!”

Mediante as realizações das atividades culturais, o espaço permanece ocupado e à espera de um posicionamento do poder público. Recentemente, a Fundarpe reuniu os ativistas e líderes dos governos para discutir a permanência no local e a possível transferência da responsabilidade do Cine Olinda para a Fundação. Atualmente o equipamento cultural, que pertence à Prefeitura de Olinda, está sob tutela do Iphan.

Recentemente, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) solicitou uma audiência pública para debater a ocupação do Cine Olinda. A audiência será no próximo dia 6 de dezembro, às 14h, na sede das Promotorias de Justiça de Olinda, na Avenida Pan Nordestina, 646, Vila Popular. Para a reunião foram convocados para participar expositores, representantes da Associação de Teatro de Olinda (ATO), do Movimento de Teatro Popular de Pernambuco (MTP-PE), do Movimento Ocupe Cine Olinda, da Secretaria do Patrimônio e Cultura de Olinda, do Iphan e da equipe de transição do prefeito eleito Lupércio do Nascimento, cujo mandato começa em janeiro de 2017.

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Mais uma reunião sem definições concretas em relação ao equipamento cultural Cine Olinda foi realizada. O encontro dos representantes do #OcupeCineOlinda com os gestores da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) ocorreu no final da manhã desta segunda-feira (21).

Após 52 dias de ocupação, representantes do movimento #OcupeCineOlinda se reuniram para falar das ações culturais que estão sendo desenvolvidas e definir garantias para o funcionamento do equipamento cultural, que atualmente está sob administração do Iphan, mas o prédio pertence à Prefeitura de Olinda. De acordo com uma das representantes do movimento, Kelly Saura, a reunião, que já havia sido desmarcada por duas vezes e que foi solicitada pela Fundarpe, teve como objetivo informar que o Cinema estava passando pelo processo de repasse de posse, ou seja, que a administração passaria a ser da Fundarpe. Porém, essa mudança ainda não foi oficializada.  

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“Esse comunicado foi feito há mais ou menos três semanas, quando agendaram esse encontro. Pensávamos que seria para concretizar esse repasse, mas ainda não temos nenhum posicionamento preciso que delimite a finalização desse processo”, falou Suara. Ainda em entrevista ao Portal LeiaJá, Kelly ressaltou que o grupo aproveitou a abertura para apresentar os trabalhos desenvolvidos por eles e, principalmente, mostrar as pautas.

“Estamos fazendo um trabalho de gestão e acreditamos que isso precisa ser visto e legitimado. Durante esse período, além das ações culturais, exibições de filmes, palestras, aulões, também atuamos na área estrutural do prédio, comprando alguns equipamentos, consertamos algumas instalações elétricas e estruturais dos banheiros para tudo funcionar normalmente”, detalhou.

Segundo a representante, o principal interesse é manter o espaço funcionando. “Queremos que tudo continue funcionando, afinal, sabemos que é possível. Gostaríamos de conseguir algumas garantias, como por exemplo, que o órgão responsável faça os reparos e as compras necessárias em um prazo de um ano a partir da assinatura de um documento e que nesse período, as atividades permaneçam e que o movimento seja legitimado”, explicou.

Durante a reunião, estiveram presentes os representantes do Iphan, Fundarpe, Prefeitura de Olinda e do movimento, com os seus respectivos advogados, que falaram da legalidade da ocupação. “Foi uma conversa extremamente política, em alguns momentos eles alegaram que a ocupação é ilegal, porém, de acordo com o Artigo 256 da Constituição, os prédios públicos são de responsabilidade do Estado e da sociedade civil, dessa forma, somos coresponsáveis por ele”, declarou.

O Portal LeiaJá entrou em contato com a Fundarpe para esclarecer o posicionamento do órgão sobre a reunião, mas a assessoria de imprensa informou que não se posicionará sobre o assunto até as negociações acabarem para não 'atrapalhar os acordos', mas confirmou que o repasse do prédio está sendo avaliado. 

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O Grupo Resolutivo, em parceria com o movimento Ocupe Cine Olinda, realizaram na manhã deste sábado (29), às 8h, uma revisão das questões que mais caem na prova do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), que será realizado nos dias 5 e 6 de novembro em todo o Brasil. O objetivo, além da revisão de conteúdos, é socializar e abordar aos as ocupações que permanecem ativas.

Dez professores apresentaram um aulão de revisão nos conteúdos de Literatura, Física, Química, Língua Portuguesa, Língua Inglesa, Língua Espanhola, Biologia, Matemática, Geografia, História, Sociologia, Filosofia e Redação. De acordo com uma das integrantes do Resolutivo, Jéssica Azevedo, o local foi decidido por conta da atual situação que o Cine Olinda se encontra, funcionando graças à ocupação. "Pensamos em um espaço que pudesse ser o palco condizente da realidade com a situação do país. A seleção do local foi por uma postura política da conjuntura do curso com uma posibilidade de assumir uma razao social. Fazer com que os estudantes conheçam a cidade e se apropriem dos locais que eles possuem direito", explica a graduada em Letras.

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Fazendo parte do Ocupe Cine Olinda, o artista plástico e agitador cultural Drumundo disse que o local está há três décadas parado e dialogar com os alunos sobre a ocupação é uma possibilidade de conhecer e reviver esse fato histórico. "Gosto da ideia do Aulão no Cine Olinda porque toda forma de ocupar é valida ainda mais trazendo arte e educação juntas. É uma forma de incentivo e de saber deixá-los atualizados das manifestacões e a formação política que nos permeia, precisam saber que possuem força de voz", afirma Drumundo. "São os futuros acadêmicos e precisam estar engajados nisso porque serão os próximos a reinvidicar os seus direitos. O grupo Resolutivo conseguiu trazer os jovens para o nosso contexto atual, unindo o conteúdo do exame às nossas reinvidicações culturais”, finaliza o artista, satisfeito.

O Enem é a principal forma de ingresso nas universidades do país. O professor de física e pós-graduado em docência do ensino superior Felipe Batista dá algumas dicas."O Enem busca conectar assuntos do cotidiano e relacionar a ciência, física elétrica, eletrodinâmica, termologia, propagação de calor, propagação de ondas, mecânica e as aplicações das leis de Newton", disse o professor. 

Entre alunos e pais presentes, a turismóloga Jane Correa, mãe de uma candidata que fará o exame para concorrer a vaga no curso de Jornalismo, expressou gratidão pela ação do grupo no Cine Olinda. "A situação atual é complicada e complexa na educação e nas universidades, precisamos tratar e trabalhar nesses temas. Foi muito boa essa ideia no Cine, nós não temos uma realidade e um espaço para os nossos jovens. A ação social, cultural e educacional é muito importante, foi de grande valia unir essas áreas em um só espaço", relata a mãe. "Educar é díficil e o Enem vem para dar oportunidade para os nossos filhos de entrarem na universidade. Temos que ter mais educação, na nossa situação atual a vida custa caro, ou a gente come, ou educa ou paga a universidade", finaliza a turismóloga.

Além da revisão elaborada pelos professores, o Grupo Resolutivo cria paródias para que os estudantes adquiram o conteúdo através do conhecimento artístico. O pós graduado em Cultura Pernambucana e formado em Letras pela UFPE, Hugo Rodrigues, explicou a importância de fazer analogias do contexto atual com músicas que estão ganhando força no cenário musical. "A paródia da música Infiel da cantora Marília Mendonça, recriada com o título Para ser Fiel, serve para fazer com que os alunos aprendam e consigam captar as dicas, para uma redaçao nota 1000 no ENEM. E fazendo isso, realizem de uma forma lúdica e atual. A escolha da cantora foi por sua identidade musical ser referência no cenário atual, já o teor crítico consiste nessa representatividade que a própria situação atual e a correção da redaçao do Enem possui. Nossoobjetivo é fazer com que o aluno atual possa participar e lembrar disso na hora da prova”, explica.

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Aproximadamente 400 pessoas ocuparam o Cine Olinda, na noite deste sábado (8), durante a apresentação do filme ‘Aquarius’, de Kleber Mendonça Filho - longa que concorreu à Palma de Ouro em Cannes este ano. A exibição reuniu um público expressivo, registrando um marco histórico da sociedade civil, que aguardou por 51 anos a reabertura do cinema, ocupado de forma espontânea, no dia 30 de setembro.

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Foi com nostalgia e entusiasmo que centenas de pessoas formaram filas para garantir os ingressos que acabaram em vinte minutos após o início da distribuição. A artista plástica e moradora de Olinda Marcela Lacerda exaltou a importância do espaço cultural e relembrou o tempo que assistiu aos filmes no Cine Olinda. “Acho extremamente positiva a iniciativa de manter o cinema aberto, inclusive todos os moradores estão empenhados para deixar o espaço funcionando como deveria estar há anos”, disse ao LeiaJá.

Ela relatou a emoção de poder voltar a entrar no Cine Olinda. “Parece que foi um anjo que ajudou a tudo isso está acontecendo. Além de assistir ao filme de Kleber Mendonça, vou poder relembrar momentos únicos que vivi aqui, como a experiência de trazer os meus filhos aqui quando eles eram pequenos”, contou.

O estudante Lucas Araújo, que garantiu lugar na fila para conseguir sua entrada, exaltou a importância do lugar e a relação o Cine Olinda com o filme Aquarius. “O espaço é cultura e proporciona a produção dela. Sinceramente era inadmissível ver um espaço como esse sem promover atividades ligadas à arte, como vem acontecendo hoje”, defendeu Lucas que ainda relacionou o longa com a ocupação. “Eles possuem um laço muito forte, se a gente não ocupar, no final, vão querer demolir a estrutura, como no filme”, finalizou.

Assistindo o filme pela terceira vez, Marcela Cavalcanti disse que poder ver no Cine Olinda tem um caráter especial.  “É um ato de resistência. Além disso, o filme de Kléber tem tudo a ver com o cenário pernambucano que está sendo ‘engolido’ pelas empreiteiras. Todos nós temos um pouco da Clara e precisamos resistir”, reforçou.

O espaço ficou repleto de cinéfilos que se acomodaram nas cadeiras e até no chão do cinema. Antes da sessão começar, houve uma encenação dos ativistas que apoiam a causa da ocupação e um recado do diretor do filme, que não pôde comparecer. Confira a seguir: 

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O Ocupe Cine Olinda, que desde a última sexta (30) está no equipamento cultural, fechado há décadas pelo poder público, vai marcar uma semana da ocupação com a exibição do longa Aquarius, de Kléber Mendonça Filho, que foi selecionado para o último festival de Cannes. A projeção está marcada para as 20h deste sábado (8) e a entrada é gratuita.

Desde a ocupação, os militantes exibem diariamente filmes diversos dentro do Cine Olinda, que espera há 51 anos para ser aberto ao público como equipamento cultural público. As açoes estão sendo feitas de forma espontânea e horizontal ,e além da exibição de filmes oficinas também já foram realizadas.

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O Cine Olinda está sob responsabilidade do Iphan, que deveria ter entregue o equipamento pronto e reformado, mas a reforma está parada por um problema com a empresa responsável pela obra. Segundo o Iphan, a verba teve que ser devolvida e a empresa teve o contrato rompido. O espaço cultural pertence à Prefeitura de Olinda, que alega não ter responsabilidade, já que o Cine Olinda está sob tutela do Iphan. O gestor do órgão em Olinda, Fernando Augusto, afirmou em entrevista exclusiva ao LeiaJá que já deu início ao procedimento interno para se pedri a reintegração de posse do cinema.

Serviço

Aquarius no Ocupe Cine Olinda

Sábado (8) | 20h

Cine Olinda (Praça do Carmo, Olinda)

Gratuito

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Após cinco dias de ocupação do Cine Olinda, que aconteceu de forma espontânea pela sociedade civil, durante debate promovido pelo #OcupeCineOlinda e o #CineRuaPE, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) se posicionou quanto à ação. Em entrevista exclusiva ao Portal Leiajá, o diretor da seccional do órgão no município de Olinda, Fernando Augusto, afimrou que as providências administrativas já estão sendo tomadas.

“Estamos tentando negociar com todos os movimentos, inclusive indo até o local para zelar pela estrutura do prédio, do qual a segurança está sob nossa responsabilidade", falou Fernando, que ainda relatou já ter solicitado, internamente, a reintegração de posse ao Iphan.

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“O pedido foi feito para a superintendência regional, que já está tomando as medidas cabíveis. Agora, cabe à procuradoria do órgão federal assumir o processo e acionar a justiça“, explicou Augusto. O representante do Instituto reforçou também, durante entrevista, que até o momento não foi procurado, oficialmente, por nenhum representante da movimento. 

“Estive no Cine Olinda, na última terça-feira e falei com alguns integrantes acampados, que questionaram o posicionamento do Iphan. Na ocasião, coloquei que não tínhamos nenhuma informação da finalidade da ocupação, uma vez que isso é de extrema importância para que possamos conversar para encontrar uma solução. O ato é para facilitar o acesso da população? Qual a proposta do ato?”, indagou.

Em relação à solicitação de reintegração de posse, Fernando Augusto reforçou que independentemente das negociações, o pedido foi realizado e deve correr normalmente com a procuradoria do órgão federal.  Quanto à paralisação das reformas e a aquisição de R$ 2 milhões para a nova readequação do espaço cultural, Augusto declarou que o Iphan não detém mais verba e que o valor citado está a cargo da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe).

“O valor que tinha sido destinado à obra, e que foi paralisada, está sendo visto pelo jurídico do Instituto, conforme os procedimentos administrativos. Já a verba que está estimada em R$ 2 milhões, está sob o gerenciamento da Fundarpe. Cabendo à Fundação, dessa forma, apresentar um novo projeto de readequação do Cine, Uma vez que a empresa contratada realizou 50% dela”, concluiu.

O Portal LeiaJá entrou em contato com a prefeitura de Olinda para obter esclarecimentos sobre o posicionamento da gestão municipal sobre o Cine Olinda, já que o equipamento é da prefeitura, apesar de estar sob gestão do Iphan. Através de sua assessoria, o governo municipal se limitou a emitir a seguinte nota:

Em relação ao Cine Olinda, informamos que, no momento, o equipamento está sob a tutela do IPHAN. Informações sobre as providências tomadas no que se refere à ocupação pacífica do local e mesmo sobre as intervenções no espaço, devem ser tratadas com o próprio IPHAN”.

Histórico

O Cine Olinda está fechado há 51 anos e já passou por diversas adequações estruturais que não foram concluídas. Atualmente, o prédio está sob responsabilidade do Iphan, que havia contratado uma empresa para realizar a reforma. A empresa não concluiu a obra, que foi paralisada.

Até a conclusão da matéria, a Fundarpe não se posicionou quanto à sua atuação no Cine Olinda. 

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Desde a noite da última sexta-feira (30), o Cine Olinda recebe visitas de ativistas e de curiosos para conhecer de perto o equipamento cultural, que está fechado há mais de cinco décadas. O espaço que foi ocupado pela sociedade civil após o debate promovido pelos movimentos #OcupeCineOlinda, #CineRuaPE e Ponto de Cultura Cinema de Animação, agora está aberto ao público. Na noite da última sexta-feira (30), aproximadamente 400 pessoas acessaram o Cinema.

Essa abertura se deu devido à permanência de alguns ativistas que dormiram no local após a exibição do filme Martírio, de Vicent Carelli.  Durante a manhã deste sábado, 1º de outubro, alguns ativistas realizaram assembleia para debater diretrizes para promover ações culturais. De acordo com a primeira reunião, a decisão que ainda está sendo acolhida para ser aprovada é que a ocupação sirva para a sociedade consiga uma garantia de devolução do equipamento.

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Segundo um dos ativistas, GCarvalho, a proposta do grupo é devolver o cinema para a cidade de Olinda. “Estamos esperando novas proposições dos poder público, mas queremos que essa ocupação tenha um prazo para que possamos sair daqui com uma garantia documentada e que com isso, a sociedade possa entrar com tranquilidade e que de 15 em 15 dias possamos realizar exibições de filmes e até palestras e cursos”, exemplificou.

Conforme Carvalho, é inadmissível que ainda seja possível pensar que o Cinema não está preparado para o uso. “O espaço está mal cuidado sujo, por falta de utilização, mas dá sim para transmitir filmes aqui, provamos isso com a exibição do filme ontem. O que precisa ser resolvido são detalhes e que com certeza para solucionar não serão necessários três ou cinco anos para resolver”, afirmou. De acordo com alguns relatos, o espaço está pronto para ser utilizado. O local só funciona de ano em ano para acomodar os bonecos gigantes de Olinda, durante o período do carnaval. 

Ainda pela manhã, o secretário de segurança Américo Machado também esteve no local para conversar com o grupo, que está ocupando o Cine Olinda. De acordo com Machado, o movimento é democrático. "Somos uma sociedade democrática e o ato só não pode atrapalhar outras pessoas. Por isso, estamos aqui para negociar porque a situação é complexa para a gestão pública", falou o secretário que reforçou que agora está aguardadndo a convocação dos movimentos para conversar. 

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Após 51 anos a espera de recursos e resoluções dos órgãos governamentais, o Cine Olinda foi ocupado pela sociedade civil, nesta sexta-feira (30). Os tapumes, que protegiam o local, foram derrubados e o espaço cultural foi ativado de forma pacífica por movimentos culturais. O ato foi decidido depois de um diálogo com representantes da prefeitura de Olinda, da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), realizado na área externa do equipamento.

A cidade pernambucana de Olinda, conhecida largamente pelo seu Carnaval, é Patrimônio Histórico e Cultural, títulos concedidos pelo IPHAN e pela Unesco. Mas não tem em seu território nenhuma sala de cinema em funcionamento. O evento Cine Rua, realizado ao lado do Cine Olinda, promoveu um encontro com os líderas governamentais como objetivo de chamar a atenção para espaço cultural fechado e pressionar o poder público a dar uso ao equipamento.

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Depois de muito debate e discussão sobre as diretrizes que estão sendo tomadas para a reabertura do cinema com os representantes dos órgãos públicos, dezenas de ativistas de movimentos culturais, representados pelo #OcupeCineOlinda, #CineRuaPE e Ponto de Cultura Cinema de Animação ocuparam o local.

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De acordo com um dos ativistas do movimento, GCarvalho, a decisão de ocupar o espaço cultural tem como principal motivação o anseio em ver o cinema funcionado há anos. “Existia essa vontade e não de agora, mas de anos. Então, o que aconteceu foi a confluência do debate de hoje e de um momento forte de ter um quórum de pessoas que estão querendo promover um diálogo diferente, de ação e estabelecer outro tipo de conversa” explicou.

Ainda conforme Carvalho, a ação demonstra o tamanho do interesse do povo, que está há décadas aguardando a vontade política dos governantes em ativar o espaço cultural. “Estamos com sangue nos olhos, mas sangue de amor, que está querendo ver as coisas acontecerem. Nossa indignação é uma busca pela legitimidade e a melhor saída é a entrada, então, agora vamos negociar aqui dentro”, exaltou.

Mesmo sendo uma ocupação pacífica, logo após a entrada dos ativitas, os representantes da  guarda municipal do município tentara impedir a entrada dos projetores para realização da primeira exibição do Cine Olinda. A tensão foi apaziguada após negociações. O que resultou na transmissão de um filme após décadas de interdição da sala.  

À frente do diálogo para conseguir exibir filmes no espaço cultural, o cineasta Marcelo Pedroso se posicionou quanto à intenção do ato. "Vamos fazer a sessão, realizar o debate e depois vamos decidir qual vai ser o rumo. A iniciativa é uma reação porque se a gente não tomar postura mais incisivas de marcar território, no Brasil as instituições não conseguem tomar conta das demandas sociais. Então a gente precisa fazer a nossa parte porque é um ato democrático, cidadão, político e demarcar o território para mostrar o nosso gesto enquanto sociedade civil de pressionar ocupando", justificou o cineasta.

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A Polícia Militar foi chamada e enviou pelo menos três viaturas ao local.

Nesta sexta-feira (30), o Cine Olinda recebe uma intervenção cultural em protesto ao seu fechamento para reforma. O objetivo é estimular debate com a finalidade de apresentar propostas para a sua reativação, através da criação de um comitê gestor compartilhado. Durante o movimento, também haverá feira de arte, videomapping e cerveja artesanal. O acesso a todas as atividades é gratuito.

A programação começa às 17h30, com exibição de curtas infantis seguidos pelo pernambucano ‘Entre Andares’ (2016), documentário de Aline Van Der Linden e Marina Moura Maciel. O filme fala do abandono do edifício e Cinema AIP, no centro do Recife, e o clássico “Blábláblá”, de Andrea Tonacci, em que o ator Paulo Gracindo evoca as contradições e artimanhas do discurso político no ano da instauração do Ato Institucional nº 5.

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Às 19h30, será realizado um debate para falar da reabertura do espaço cultural. A discursão do tema contará com a participação de Kleber Mendonça Filho (Cinema da Fundaj), Marcia Souto (presidente da Fundarpe) e mediação das produtoras e ex-gestoras públicas Isabela Cribari e Carla Francine. Também foram convidados representantes do governo municipal e IPHAN. A iniciativa faz parte do 5º #OcupeCineOlinda, uma ação independente, de caráter político e não-partidário, realizada pelos movimentos #OcupeCineOlinda, #CineRuaPE e Ponto de Cultura Cinema de Animação.

Serviço

5º #OcupeCineOlinda

Sexta-feira (30), às 18h

Cine Olinda (Praça do Carmo – Olinda)

Entrada franca

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