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Uma das participantes e eventuais favoritas ao título da Copa América, a seleção da Argentina não ficará hospedada no Brasil para a realização do torneio. A Associação do Futebol Argentino (AFA, na sigla em espanhol) anunciou neste domingo que a delegação ficará concentrada na cidade de Ezeiza, na província de Buenos Aires.

A entidade confirmou que a equipe nacional recebeu autorização e que ficará hospedada em uma de suas bases no país. Segundo as regras que deverão ser cumpridas até o fim da competição, Lionel Messi e cia. deverão chegar ao Brasil, obrigatoriamente, 24 horas antes de seus compromissos pelo torneio continental. A decisão cabe a cada país participante da competição: querer fazer o mesmo que a Argentina ou ficar no Brasil desde o primeiro jogo até o final.

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A Copa América tem sido bastante criticada, tanto mundialmente como no próprio País, devido à pandemia de covid-19. Nos Estados Unidos, o jornal The New York Times fez um amplo estudo sobre os perigos e irresponsabilidades de se hospedar o torneio em território brasileiro. No Brasil, manifestações tomaram conta de Brasília e até o senador Renan Calheiros, relator da CPI da covid-19, fez um apelo para que os jogadores não entrem em campo. A Copa América tem início previsto para o dia 13 deste mês.

A Argentina está no Grupo B, ao lado de Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai. Ao lado da Colômbia, o país vizinho rejeitou a receber a Copa América, até que então o Brasil aceitou a proposta para sediar o torneio. A equipe celeste estreia no Engenhão, dia 14, diante do time chileno.

A Associação de Futebol Argentino (AFA) confirmou, neste domingo (6), a participação da seleção argentina na Copa América 2021, que vai ser realizada no Brasil. O time, inclusive, já havia recusado a realização do campeonato em seu próprio país por conta da pandemia da Covid-19.

Confira o comunicado na íntegra:

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A seleção Argentina confirma sua participação na Copa América 2021, o que se reflete em seu espírito esportivo ao longo da história.

Com um grande esforço da Federação Argentina de Futebol, que disponibilizou todas as ferramentas necessárias para garantir cada um dos cuidados específicos solicitados neste momento difícil que vivemos, a Seleção Nacional irá ao Brasil para disputar o torneio continental.

Todo o staff da equipe albiceleste trabalhará em conjunto para superar essa adversidade que, infelizmente, atinge todos os sul-americanos de forma igual.

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Partidos de oposição no Distrito Federal, sindicatos e movimentos sociais organizaram neste domingo uma carreata contra a realização da Copa América no Brasil. Eles se concentraram na Praça do Buriti, perto da sede do governo distrital, e saíram às 10h30 em direção à Esplanada dos Ministérios.

A carreata reuniu dezenas de carros, com os manifestantes gritando palavras de ordem como "Copa não, vacina sim" e "Fora Bolsonaro". Eles percorreram a Esplanada com faixas, cartazes e o apoio de um caminhão de som.

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Os organizadores defendem que, mesmo que os jogos sejam realizados em estádios sem torcida, a vinda de delegações de diferentes países representa um risco para a saúde pública. O governo federal, no entanto, segue apoiando a realização da competição no Brasil. A Copa América começa oficialmente em 13 de junho.

No sábado, a Conmebol fez uma reunião por videoconferência que contou com a participação do presidente Jair Bolsonaro. Novamente, ele manifestou apoio à realização do evento no País. No entanto, há indicativos de que o elenco da seleção brasileira pode se recusar a participar. Líderes da equipe prometeram se pronunciar após o jogo da próxima terça-feira, 8, contra o Paraguai, em Assunção, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo.

A realização da Copa América se tornou uma questão política no Brasil em um momento em que os índices de mortes pelo novo coronavírus seguem altos. Dados do consórcio de imprensa indicam que, de sexta-feira para sábado, 1.661 pessoas morreram em função da covid-19. O total de óbitos chegou a 472.629. Até sábado, apenas 10,8% da população (22.896.108 pessoas) haviam recebido as duas doses da vacina, que garantem imunização completa.

Com a possibilidade da seleção brasileira de recusar participar da Copa América, que está marcada para começar no dia 13 de junho no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), está enfrentando mais um desgaste para conseguir que a equipe participe dos jogos.

Segundo o Correio Braziliense, o presidente está irritado e preocupado com a possível recusa da equipe em participar da competição e avisou que virou "questão de honra". Além disso, o site afirma que o presidente fez chegar à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) a determinação de fazer com que a seleção participe do torneio e com força total. A preocupação de Bolsonaro, que aceitou que o país sediasse a Copa América depois da recusa da Argentina e da Colômbia, aumentou após a entrevista do capitão da seleção brasileira, Casimiro.

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Na ocasião, ele afirmou que o posicionamento "é claro". Isso sinalizou que a seleção estava alinhada com o técnico Tite, que já havia sinalizado a contrariedade pela realização do evento neste momento que o país atravessa.

Desde a noite da última quinta-feira (3), a hashtag #ForaTite, movimento pedindo a saída do técnico da seleção brasileira, ganhou espaço nas redes sociais. Dezenas de internautas criticaram a posição do treinador, na coletiva de imprensa na Granja Comary. Tite fez críticas veladas à realização da Copa América no Brasil e prometeu esclarecer sua posição após os dois próximos jogos das Eliminatórias - o último será na terça-feira (8) no Paraguai. No Twitter, o assunto alcançou relevância e ficou entre os mais comentados da rede entre os "trending topics".

A tentativa do presidente da CBF, Rogério Caboclo, de melhorar o relacionamento com os jogadores e a comissão técnica da seleção brasileira antes da vitória diante do Equador, nesta sexta-feira, surtiu o efeito contrário. A visita do dirigente ao vestiário dos atletas, no Beira-Rio, deixou os jogadores constrangidos e envergonhados. O dirigente se afastou ainda mais do grupo. Os jogadores planejam divulgar um manifesto, por escrito, contra a realização da Copa América.

Antes da quinta vitória em cinco jogos da seleção, o dirigente foi ao vestiário juntamente com Cafu, Juninho Paulista, coordenador da seleção, e Clodoaldo, chefe da delegação. O dirigente fez um discurso entusiasmado e participou da corrente dos atletas, o último ato coletivo de motivação antes de uma partida.

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Os jogadores ficaram incomodados com duas situações especificamente. Uma delas foi o pedido do dirigente para que os atletas não dessem entrevistas após o jogo das Eliminatórias da Copa do Mundo. Para os jogadores, o veto surgiu como uma tentativa de controlar as manifestações do grupo. Outro fato embaraçoso foi o próprio teor do discurso. Caboclo falou de união, motivação, sem pertencer, de fato, ao grupo. "Ele faz as coisas como se tudo estivesse normal", disse uma pessoa próxima aos jogadores.

E não está tudo normal nos bastidores da entidade máxima do futebol brasileiro. Uma funcionária da CBF protocolou nesta sexta-feira uma acusação de assédio moral e sexual contra o presidente da entidade, Rogério Caboclo. A denúncia foi formalizada perante a Comissão de Ética do Futebol Brasileiro, que vai investigar os fatos. A mulher, que não teve seu nome divulgado, diz ter sido vítima de várias condutas abusivas de Caboclo desde abril de 2020. Ela afirma ter provas. Procurada pelo Estadão, a CBF não havia se pronunciado até a publicação desta reportagem.

Caboclo ainda fez questão de uma demonstração pública de bom relacionamento com Tite. As câmeras mostraram uma longa conversa do dirigente, os mesmos ex-jogadores que estavam no vestiário e Tite. Na despedida, Caboclo fez questão de aproximar sua testa da do treinador, num gesto de comprometimento e proximidade.

Os atletas reclamam da disputa da Copa América juntamente com as Eliminatórias, competição que eles consideram mais importante neste momento. Os mais experientes do elenco se mostraram incomodados por terem descoberto pela imprensa e pelas redes sociais que o Brasil sediará o torneio. Reclamam que não houve diálogo com a entidade sobre a mudança da sede do torneio - inicialmente, o torneio continental seria realizado na Colômbia, que desistiu por problemas políticos internos, e na Argentina, que declinou em função do agravamento da pandemia de covid-19. Tite e sua equipe se posicionaram a favor dos atletas. Reuniões com a cúpula da CBF só acentuaram as diferenças. E a ida do presidente ao vestiário piorou ainda mais o ambiente.

Preocupados com a repercussão do protesto nas redes sociais, os atletas planejam até divulgar um manifesto sobre a Copa América. A ideia é mostrar que estão unidos, mas não querem politizar a atitude como um apoio ou protesto ao presidente Jair Bolsonaro ou a Rogério Caboclo. O documento ainda não tem data definida de divulgação.

Desde a última quinta-feira, a hashtag #ForaTite, movimento pedindo a saída do técnico da seleção brasileira, ganhou espaço nas redes sociais. Internautas chamaram o treinador de "esquerdopata" e "lacrador" por conta de um possível boicote do técnico, sua comissão e até mesmo os jogadores à Copa América 2020. Em sua maioria, os internautas que usam a hashtag #ForaTite são favoráveis à realização da Copa América em território nacional e apoiam o presidente Jair Bolsonaro.

A polêmica sobre a realização da Copa América no Brasil pode ser encerrada pela própria Seleção brasileira. Nessa quinta-feira (3), o treinador Tite deixou em aberto a participação na competição agendada para o próximo dia 13 e indicou que a posição oficial sobre o tema pode ser compartilhada após a partida desta sexta (4), contra o Equador, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2022.

Durante a coletiva de imprensa, que atrasou 2h, Tite contou que conversou sobre o assunto com o presidente da CBF Rogério Caboclo e com diretor de seleções Juninho Paulista, mas não deve se posicionar antes dos confrontos contra Equador e Paraguai.

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“Temos uma opinião muito clara e fomos lealmente, numa sequência cronológica, eu e Juninho, externando ao presidente qual a nossa opinião. Depois, pedimos aos atletas para focarem apenas no jogo contra o Equador. Na sequência, solicitaram uma conversa direta ao presidente. Foi uma conversa muito clara, direta. A partir daí, a posição dos atletas também ficou clara. Temos uma posição, mas não vamos externar isso agora. Temos uma prioridade agora de jogar bem e ganhar o jogo contra o Equador. Entendemos que depois dessa Data Fifa, as situações vão ficar claras", explicou.

Com os jogadores em silêncio e sem a participação do capitão Casemiro na coletiva, ele confirmou que a ausência descreve a posição dos atletas. “Eles têm uma opinião, externaram ao presidente, e vão externá-la ao público em um momento oportuno. Inclusive, isso tem a ver com a ausência do nosso capitão, Casemiro, aqui nessa entrevista”, pontuou.

Após o sinal positivo do Brasil em receber a Copa América - que ocorreria na Argentina e na Colômbia -, estavam programadas cinco entrevistas de jogadores para os últimos três dias, mas nenhuma foi realizada.

Para Tite, a polêmica em torno do torneio prejudica o trabalho dentro das quatro linhas. "Tem efeito negativo, sim, em campo, traz prejuízo. Mas temos de superar e jogar bem. Compete a nós todos filtrarmos essa situação, fazer grande jogo e ter o resultado que a gente merecer”, avaliou.

O técnico ressaltou que a equipe e os diretores estão focados nos confrontos das Eliminatórias para credenciar o Brasil à Copa do Catar. "A Copa América é muito importante. Mas mais importante, é o nosso jogo amanhã. É jogarmos bem, porque vamos ser cobrados, inclusive com o nosso torcedor. Temos posição clara. Mas deixa a nossa cabeça voltada para o jogo de amanhã. Entendo todos vocês e também entendo que é importante essa posição e não estou me eximindo”, reiterou.

Em um pronunciamento sobre o balanço de sua gestão, o presidente Jair Bolsonaro voltou a destacar a realização de torneios esportivos no País. "Seguindo o mesmo protocolo da Copa Libertadores e Eliminatórias da Copa do Mundo, aceitamos a realização, no Brasil, da Copa América. O nosso governo joga dentro das quatro linhas da Constituição", afirmou nesta noite em pronunciamento nacional na rede aberta de televisão e rádio.

A realização do torneio enfrentou resistência de governadores e especialistas no País que alertaram para o risco sanitário da realização de eventos esportivos. O governo federal, entretanto, ressalta que os jogos não contarão com público nas arquibancadas.

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O balanço sobre pontos positivos do governo em rede nacional acontece em meio a uma das piores fases de aprovação do governo e ao avanço da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid sobre ex-aliados e membros do governo federal.

Infraestrutura

Sobre as obras no País, Bolsonaro destacou a realização de leilões de rodovias, portos e aeroportos antes sob controle do governo federal, bem como a ampliação do acesso à internet nas regiões Norte e Nordeste. Segundo o presidente, o governo tem terminado obras "paradas há décadas", entre elas as obras de transposição do rio São Francisco e a construção e ampliação de rodovias e pontes.

Bolsonaro também enfatizou a previsão de conclusão da ferrovia Norte-Sul, ligação ferroviária entre o litoral do Maranhão e o Porto de Santos, em São Paulo. "É a retomada do modal ferroviário no Brasil", disse.

Sem citar a Eletrobras, cuja privatização está sendo discutida pelo Congresso na forma de medida provisória, o presidente afirmou que o governo tem avançado sobre a "difícil" agenda de desestatizações. "As estatais do passado davam prejuízo de dezenas de bilhões de reais devido à corrupção sistêmica e generalizada. Hoje são lucrativas", afirmou.

"Com o Congresso Nacional, estamos avançando. Aprovamos a Nova Lei do Gás, o Marco Legal do Saneamento, a MP da Liberdade Econômica, o Banco Central independente, e o Novo Marco Fiscal", discursou Bolsonaro.

O presidente também destacou o sancionamento nesta tarde do Programa Nacional de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Pronampe) permanente. "Alguns setores como bares e restaurantes, turismo, entre outros, em grande parte foram socorridos pelo nosso governo por meio do Pronampe. Hoje mesmo sancionamos a nova lei do Pronampe, agora permanente, que pode destinar a vários setores até R$ 25 bilhões de reais, onde 20% será ao setor de eventos", disse.

A Conmebol anunciou o calendário de jogos da Copa América. A competição anteriormente agendada para ocorrer na Argentina e na Colômbia foi transferida para o Brasil no início da semana. Quatro cidades e cinco estádios receberão os jogos ao longo do torneio.

No Rio de Janeiro, os jogos serão no estádio Nilton Santos, o Engenhão, com exceção à final, que será disputada no Maracanã. Em Goiânia, os jogos serão no estádio Olímpico, enquanto em Brasília e em Cuiabá, os duelos serão realizados em estádios utilizados na Copa do Mundo de 2014, estádio Mané Garrincha e Arena Pantanal, respectivamente.

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A seleção brasileira fará a abertura do torneio e terá sua estreia em Brasília, no Estádio Mané Garrincha, no dia 13 de junho, às 18h, contra a seleção da Venezuela. No mesmo dia, ainda pelo grupo do Brasil, a Colômbia enfrenta o Equador, às 21h, na Arena Pantanal, em Cuiabá. Os comandados de Tite ainda atuarão contra o Peru, dia 17 de junho, às 21h, no Engenhão. No mesmo palco e horário, enfrentará a Colômbia, dia 23. E, por fim, dia 27, jogará com o Equador, às 18h, no estádio Olímpico de Goiânia, encerrando a primeira fase.

O Grupo A começará sua jornada no dia 14 de junho, com a Argentina enfrentando o Chile no Rio de Janeiro, no Engenhão. No mesmo dia, Paraguai e Bolívia duelam em Goiânia. A composição dos grupos foi mantida. O Grupo A é formado por Argentina, Chile, Uruguai, Bolívia e Paraguai. O Grupo B tem Brasil, Colômbia, Peru, Equador e Venezuela.

Todos os estádios receberão cinco jogos na primeira fase. O Maracanã receberá somente a final, no dia 10 de julho, às 21h. Os estádios Mané Garrincha e Engenhão receberão um jogo cada das quartas de final e semifinal, enquanto o Olímpico de Goiânia terá dois jogos das quartas. A Arena Pantanal terá sua participação restrita à fase de grupos. A decisão de terceiro lugar será em Brasília, dia 9 de julho, às 21h.

Embora o cancelamento da Copa América tenha sido discutido na última reunião da Conmebol, na segunda-feira, após a desistência da Argentina, o tema foi logo descartado pelos dirigentes das federações nacionais. O motivo é, sobretudo, financeiro. O orçamento da entidade prevê US$ 122 milhões (R$ 637 milhões) em gastos com a competição. A previsão das receitas é menor em relação às edições anteriores, principalmente pela falta de público. Para evitar um prejuízo maior, a Conmebol procurou o Brasil e ontem o presidente Jair Bolsonaro confirmou o País como anfitrião e ainda anunciou as quatro sedes - Rio de Janeiro, Goiás, Distrito Federal e Mato Grosso.

A última edição, em 2019, também no Brasil, gerou US$ 118,2 milhões de faturamento (R$ 629 milhões), com ações de publicidade, licenciamentos, patrocínios e bilheterias, principal fonte de receita. Naquele ano, os gastos ficaram em US$ 108 milhões (R$ 609 milhões). O torneio, portanto, foi rentável.

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Neste ano, o cenário é bem diferente. Não haverá público nos estádios por conta das restrições impostas pelas autoridades sanitárias para evitar as aglomerações e a aceleração da contaminação pelo novo coronavírus. Com isso, as receitas da Copa América serão menores que o previsto. A projeção do início do ano era de R$ 641,5 milhões. Os custos já estão definidos em cerca de R$ 637 milhões. A conta, portanto, não vai fechar.

"A Copa América é um torneio fundamental para a Conmebol. Neste ano, porém, não existe o ganho com a bilheteria, que teve forte impacto na última edição. O campeonato teria de ser cancelado. Ele não se justifica financeiramente", opina Amir Somoggi, especialista em marketing esportivo.

O torneio centenário tem sido um evento comum no calendário das seleções sul-americanas. Já foram realizadas edições em 2015, 2016 e 2019. Esta será a quarta em seis anos. A importância financeira da competição fica mais acentuada na comparação dos balanços da entidade "com" e "sem" a Copa América.

O executivo Renê Salviano, especialista em novos negócios do esporte, explica que um evento deste porte requer até dois anos de planejamento e, geralmente, possui várias propriedades comerciais que são ativadas mesmo antes do evento acontecer. "Equipe contratada para planejamento e organização, contratos de fornecedores, logística, patrocínios vendidos e vários outros custos incidem em uma grande produção deste nível. O apito do primeiro jogo é apenas a parte final de um evento", relata.

EVITAR O CANCELAMENTO - O cancelamento do torneio (mesmo sem torcida) significaria um rombo ainda maior nas contas da Conmebol. As cotas de patrocínio costumam ajudar a custear ações que acontecem antes de um evento, como ativações de publicidade, estrutura de venda de ingressos, transporte e hospedagem. Se houver cancelamento, os patrocinadores pedirão o ressarcimento dos valores. Por isso, os organizadores se esforçam para manter a realização dos eventos, mesmo que sejam adiados, como os Jogos Olímpicos de Tóquio, por exemplo.

"Sendo cancelado o torneio, como regra geral, os patrocinadores e detentores dos direitos de transmissão ficam desobrigados de pagar os valores devidos à Conmebol. Caso tenham antecipado algum valor, eles podem solicitar o ressarcimento", explica Eduardo Carlezzo, advogado especializado em direito esportivo. "No caso da CBF, que tem estabilidade financeira, o impacto é mínimo. Já para outras federações menores, como Bolívia e Venezuela, por exemplo, esse dinheiro faria muita falta", completa o especialista.

Inclusive quem pagou pelos direitos de TV pode pedir ressarcimento se o torneio não acontecer. Nesta edição do torneio, o SBT é o dono da transmissão na TV aberta. A emissora paulista ofereceu US$ 6 milhões (R$ 30 milhões). Na TV fechada, a Dentsu, agência responsável por negociar os direitos da Conmebol, assinou contrato com a Disney (canais Fox e ESPN).

Para 2021, a meta orçamentária da Conmebol é ambiciosa: arrecadar US$ 487 milhões (mais de R$ 2,5 bilhões), contando com o retorno gradual dos torcedores aos estádios. O ponto de partida seria a Copa América, nas projeções dos dirigentes da entidade.

Realizar a Copa América se tornou fundamental após os resultados ruins do ano passado. A receita total foi de US$ 329,8 milhões (R$ 1.698 milhões), o que representa uma queda de 33% em comparação com o ano de 2019. Um dos principais motivos para o prejuízo está no encerramento dos contratos televisivos da DAZN (Sul-Americana) e Globo (Libertadores).

Darcio Genicolo, professor do departamento de Economia da PUC-SP e pesquisador do Insper, vê um componente político na realização do torneio. "É uma demonstração de força política da Conmebol, que busca se reerguer do ponto de vista institucional após os escândalos de anos atrás. Também é preciso lembrar a disputa entre os clubes e a Uefa na Europa. A Copa América é uma tentativa de coesão. E a CBF quer fortalecer sua relação com a confederação", analisa.

A Conmebol ratificou na noite desta terça-feira (1°) que Brasília, Cuiabá, Goiânia e Rio de Janeiro serão as cidades que vão receber as partidas da Copa América no Brasil. Horas depois de o governo confirmar a realização do torneio no País, o presidente da entidade que comanda o futebol na América do Sul, Alejandro Domínguez, agradeceu o presidente Jair Bolsonaro pela "eficiência na tomada de decisões", garantiu que o torneio será disputado sob um rígido protocolo sanitário e prometeu divulgar em breve a tabela completa da competição.

"Em nome do futebol sul-americano, quero agradecer ao presidente Jair Bolsonaro pela eficiência na tomada de decisões e ao ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, pela parte operacional em relação à competição", disse Domínguez em vídeo divulgado pela Conmebol nas redes sociais. "Por fim, uma saudação aos governos locais de cada um dos Estados por acolherem a Copa América 2021", acrescentou o dirigente.

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Na segunda, logo após o anúncio de que o Brasil seria sede do torneio, o paraguaio já havia dito que o Brasil tinha oferecido garantias para a disputa da competição e havia elogiado o governo brasileiro pela "agilidade e capacidade de decisão em um momento fundamental para o futebol sul-americano", além de ter dito que o Brasil "vive um momento de estabilidade."

Nesta tarde, o ministro da Casa Civil, Luiz Ramos, depois de algumas incertezas e de ter dito que não havia "nada certo" quanto à realização da Copa América no Brasil, endossou o que havia dito o presidente, confirmou a competição no País e celebrou a "vitória da coerência".

O presidente da Conmebol assegurou que as partidas no Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso e Rio de Janeiro vão ocorrer "com toda a segurança possível, sem a presença do público, com protocolos sanitários rígidos e alinhados com as autoridades de saúde". Falta, agora, a definição da tabela ajustada com datas, horários e os estádios que vão abrigar os duelos.

"Estamos trabalhando para, o mais breve possível, poder anunciar a tabela da competição ajustada e os estádios em que serão realizadas as partidas", ressaltou Domínguez. A data original de início do campeonato é 13 de junho.

A estreia da seleção brasileira está prevista para o dia 14 de junho, contra a Venezuela. O time de Tite integra o Grupo B, que também tem Peru, Equador e Colômbia. O Grupo A conta com Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai. A Conmebol não deve mudar o formato e as datas das partidas.

A transferência do evento para o País foi anunciada após Colômbia e Argentina desistirem de receber o torneio por conta de protestos populares e o agravamento da pandemia, respectivamente. O Brasil foi escolhido com o argumento de possuir estádios em boas condições de uso, apesar de alguns estarem ociosos após a Copa do Mundo de 2014.

O anúncio gerou críticas por acontecer em meio à pandemia de covid-19. Na segunda, governadores passaram a rejeitar a possibilidade de receber jogos do torneio em seus Estados. Rio Grande do Sul, Pernambuco e Rio Grande do Norte já haviam alegado que não teriam condições de receber um evento desse porte neste momento. Nas redes sociais, o evento ganhou apelidos como "Corona Cup" e "Cepa América", além de memes críticos à competição.

A Argentina abriu mão do torneio depois de a Conmebol não aceitar as exigências feitas pelas autoridades sanitárias, que inclusive eram muito parecidas com as feitas pelo Brasil. Entre as reivindicações do governo argentino estava a redução do número de integrantes das delegações.

O presidente Jair Bolsonaro confirmou nesta terça-feira (2) a realização da Copa América no Brasil em meio a pandemia da Covid-19. Brasília, Goiás, Mato Grosso e Rio de Janeiro foram anunciados pelo chefe do executivo como as sedes. Os três estados, mais o Distrito Federal, estão no top 10 das taxas de mortalidades pelo novo coronavírus, segundo dados do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (CONASS). 

Mato Grosso tem uma taxa de mortalidade causada pela Covid-19 de 310 a cada 100 mil habitantes. O estado é o terceiro pior do país. O Rio de Janeiro vem logo atrás, na quarta posição, com uma taxa de 294,5. Brasília com a quinta colocação soma 288,3 e o Goiás na nona colocação tem uma mortalidade de 244,6.

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Confirmação

O Brasil se tornou um país pretendente à realização do torneio depois dos anfitriões, Chile e Argentina, desistiram de realizar a competição. O governo se apressou e colocou o país à disposição mesmo com alto número de infecções e mortes registradas diariamente. O Brasil registrou, nesta terça (1), 78.906 casos e 2.408 mortes.

Depois de alguns estados como Pernambuco, Rio Grande do Norte e São Paulo negarem receber a competição, além da repercussão negativa, o governo chegou a dizer que a competição ainda não estava garantida dando indícios de recuo. Mas Bolsonaro tratou de confirmar o torneio e os locais. 

Taxa de mortalidade

Rondônia 325,1

Amazonas 313,6

Mato Grosso 310

Rio de Janeiro 294,5

Distrito Federal 288,3

Roraima 270,6

Espírito Santo 269,5 

Rio Grande do Sul 249,2

Goiás 244,6

São Paulo 244,4

*top 10, segundo o CONASS

O anúncio de que o Brasil será sede da Copa América repercutiu no trabalho da seleção brasileira, que está concentrada na Granja Comary, em Teresópolis, se preparando para os dois próximos jogos pelas Eliminatórias da Copa do Mundo. Mas foi uma repercussão às avessas: enquanto que jogadores de outras seleções - como a uruguaia - têm se manifestado contrariamente à competição no País, por aqui vigora uma espécie de lei do silêncio. Nada de entrevistas, e discrição nas redes sociais.

Na segunda-feira, a Conmebol anunciou pouco depois das 11h da manhã que o Brasil sediaria a Copa América. Àquela altura, repórteres que cobrem o dia a dia da seleção já sabiam que o volante Fred e o meia Lucas Paquetá concederiam entrevista coletiva no início da tarde - havia inclusive uma lista pronta de jornalistas que haviam se inscrito minutos antes para fazer as perguntas. A coletiva, porém, foi cancelada 17 minutos antes do horário previsto para começar.

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Isolada em Teresópolis e sob um protocolo sanitário que limita o acesso de pessoas à Granja Comary, a seleção treina no local desde a semana passada. As entrevistas coletivas são feitas por vídeo. Além daquela cancelada de segunda-feira, havia outra prevista para esta terça, que não também não ocorreu. A delegação viaja a Porto Alegre nesta quarta e, assim, é provável que a próxima entrevista ao vivo acontece apenas na quinta, véspera do jogo com o Equador - e isso porque se trata de um evento obrigatório, com a presença do técnico Tite.

Os jogadores também têm sido discreto nas redes sociais. Conhecido por sempre se posicionar ao lado de quem mais precisa, e com uma publicação fixada no Twitter desde o ano passado em que fala sobre a importância de se combater a covid-19 a partir de decisões científicas, o atacante Richarlison tem postado amenidades e brincadeiras. Neymar, por sua vez, fez nesta terça uma referência ao seu patrocinador. Pareceu ignorar solenemente o pedido do senador Renan Calheiros (MDB-AL) para que não jogue a Copa América.

O Estadão apurou que não houve nenhuma espécie de veto à manifestação dos jogadores, mas a suspensão das entrevistas coletivas foi, sim, motivada pelo anúncio repentino da Copa América do Brasil. A incerteza que paira sobre a competição e a enxurrada de críticas nas redes sociais certamente seriam abordadas nas entrevistas, e qualquer declaração fora do prumo teria potencial para atrapalhar o trabalho de Tite - e, na outra ponta, de quem tenta viabilizar o torneio em solo brasileiro.

O silêncio visto na seleção é o mesmo que impera na cúpula da CBF. Apesar do impacto do anúncio da Copa América no Brasil, até o início da noite dessa terça-feira, mais de 30 horas após a Conmebol anunciar o País como sede da competição, nenhuma declaração oficial havia sido dada por qualquer cartola da entidade - tampouco era possível encontrar qualquer linha sobre o assunto no site da CBF.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), recuou nesta terça-feira, 1º, e disse que o Estado não receberá mais a Copa América. Horas depois de defender a realização dos jogos "por ser coerente", ele disse que conversou com membros do Centro de Contingência e os cientistas informaram que receber o evento neste momento "representaria uma má sinalização de arrefecimento no controle de transmissão do coronavírus".

A informação foi divulgada pela assessoria de imprensa. Segundo a nota, o governador solicitou ao secretário-geral da Confederação Brasileira de Futebol, Walter Feldman, que busque alternativas para a realização da Copa América fora do Estado de São Paulo.

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O novo posicionamento de Doria, que havia afirmado anteriormente não ver problema em receber o torneio em São Paulo, aconteceu quase que simultaneamente à confirmação da competição no Brasil feita pelo presidente Jair Bolsonaro. Ele informou que os governadores do Distrito Federal, Rio de Janeiro, Mato Grosso e Goiás aceitaram receber os jogos da competição.

"Escolhemos as sedes em comum acordo, obviamente, com os governadores. Agora, já tivemos quatro governadores: aqui de Brasília, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e Goiás. E mais um agora, que chegou um pouco atrasado, também se prontificando a sediar a Copa América. Então, ao que tudo indica, prezado Queiroga (ministro da Saúde), seguindo os mesmos protocolos, o Brasil sediará a Copa América", disse Bolsonaro, durante evento no Ministério da Saúde, onde foi anunciada a transferência de tecnologia para o laboratório da Fiocruz fabricar a vacina da Astrazeneca contra o coronavírus.

A Conmebol anunciou na segunda-feira o Brasil como sede da Copa América após Colômbia e Argentina recusarem a competição por causa de protestos populares e do recrudescimento da pandemia. A decisão gerou críticas e também dividiu o País. Os governadores do Rio Grande do Sul, Pernambuco e Rio Grande do Norte já haviam adiantado não ter condições de receber um evento desse porte em meio à sua luta contra a covid-19. Nas redes sociais, o evento ganhou apelidos como "Corona Cup" e "Cepa América", além de memes críticos à competição.

A Conmebol pretende vacinar as dez delegações participantes da Copa América 2021 até o início do torneio, dia 13. As seleções do Chile, Bolívia, Equador, Paraguai, Uruguai e Venezuela já receberam a primeira dose do imunizante da Sinovac. Argentina, Brasil, Colômbia e Peru ainda não. As datas dos jogos serão confirmadas em breve.

O presidente Jair Bolsonaro confirmou nesta terça-feira, 1º, que o Brasil será sede da Copa América. Ele informou que os governadores do Distrito Federal, Rio de Janeiro, Mato Grosso e Goiás aceitaram receber os jogos da competição.

"Escolhemos as sedes em comum acordo, obviamente, com os governadores. Agora, já tivemos quatro governadores: aqui de Brasília, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e Goiás. E mais um agora, que chegou um pouco atrasado, também se prontificando a sediar a Copa América. Então, ao que tudo indica, prezado Queiroga (ministro da Saúde), seguindo os mesmos protocolos, o Brasil sediará a Copa América", disse Bolsonaro, durante evento no Ministério da Saúde, onde foi anunciada a transferência de tecnologia para o laboratório da Fiocruz fabricar a vacina da Astrazeneca contra o coronavírus.

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Pelas redes sociais o ministro da Casa Civil, Luiz Ramos, após incertezas e ter dito que não havia "nada certo", endossou o que havia dito o presidente e corrigiu um dos Estados divulgados pelo chefe do Executivo. Uma das sedes será Mato Grosso, onde fica a Arena Pantanal, construída para a Copa do Mundo, e não Mato Grosso do Sul. Brasília, Cuiabá, Goiânia e Rio de Janeiro serão as cidades que vão abrigar o controverso evento.

"Confirmada a Copa América no Brasil. Venceu a coerência! O Brasil que sedia jogos da Libertadores, Sul-Americana, sem falar nos campeonatos estaduais e Brasileiro, não poderia virar as costas para um campeonato tradicional como este. As partidas serão em MT, RJ, DF e GO, sem público", escreveu Ramos.

Pouco tempo depois do anúncio do presidente, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou que o Estado não receberá jogos do campeonato. A declaração do tucano foi um recuo em relação à defesa que fizera mais cedo dos jogos nesta terça e segunda.

"Comuniquei ao secretário-geral da CBF que SP não deverá sediar a Copa América. Após ampla consulta aos membros do Centro de Contingência sobre os efeitos que a realização da Copa América teria sobre a Pandemia de Covid-19 no Estado de SP, os cientistas apontaram que neste momento a realização do torneio representaria uma má sinalização de arrefecimento no controle da transmissão do coronavírus, prioridade absoluta do Governo do Estado", argumentou Doria.

A transferência do evento para o País foi anunciada após Colômbia e Argentina desistirem de receber o torneio por conta de protestos populares e o agravamento da pandemia, respectivamente. O Brasil foi escolhido com o argumento de possuir estádios em boas condições de uso, apesar de alguns estarem ociosos após a Copa do Mundo de 2014.

O anúncio gerou críticas por acontecer em meio à pandemia de covid-19. Na segunda, governadores passaram a rejeitar a possibilidade de receber jogos do torneio em seus Estados. Rio Grande do Sul, Pernambuco e Rio Grande do Norte já alegaram não ter condições de receber um evento desse porte neste momento. Nas redes sociais, o evento ganhou apelidos como "Corona Cup" e "Cepa América", além de memes críticos à competição.

Quando anunciou o Brasil como sede da Copa América, o presidente da Conmebol, Alejandro Dominguez, fez questão de agradecer nominalmente Bolsonaro. "Quero agradecer muito especialmente ao presidente Jair Bolsonaro e a seu gabinete por receber o torneio de seleções mais antigo do mundo. Igualmente meus agradecimentos vão para o presidente da CBF, Rogério Caboclo, por sua colaboração", disse o dirigente máximo da Conmebol nas redes sociais.

O vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), apresentou um requerimento para que o colegiado convoque o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Rogério Caboclo, para explicar sobre a realização do evento. A iniciativa é apoiada pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI, que afirmou ao Estadão que vai se esforçar para que ela seja aprovada e fez um apelo para Neymar, pedindo para que o craque não dispute o torneio.

A Argentina abriu mão do torneio depois de a Conmebol não aceitar as exigências feitas pelas autoridades sanitárias, que inclusive eram muito parecidas com as feitas pelo Brasil. Entre as reivindicações do governo argentino estava a redução do número de integrantes das delegações.

As dez seleções participantes do torneio levariam entre mil e 1,2 mil pessoas ao país vizinho. Também foi pedido que as delegações vacinassem seus membros com ao menos uma dose, além da adoção de rígidos protocolos em meio a um aumento de casos de covid-19 no país. Antes, a possibilidade de a Colômbia receber os jogos foi descartada após o acirramento dos protestos contra o governo local.

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, determinou que o presidente Jair Bolsonaro preste informações sobre realização da Copa América no Brasil em meio à pandemia de covid-19. O ministro destacou a 'importância da matéria' e a urgência do caso' em despacho proferido nesta terça, 1º, no âmbito da ação que obrigou o governo federal a apresentar um plano nacional de imunização contra o coronavírus.

A decisão foi dada após o Partido dos Trabalhadores alegar que a autorização para a realização da Copa América no País é uma medida 'irresponsável e inconstitucional', pedindo que o governo federal seja impedido de assinar contratos e protocolos com a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) ou com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para viabilizar a realização do campeonato.

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Segundo a legenda, a decisão de sediar o torneio 'vai na contramão dos esforços engendrados por parte da sociedade brasileira para a contenção da pandemia'. "A realização de tal tipo de competição significa a entrada de milhares de pessoas no Brasil, havendo a possibilidade de circulação de novas variantes da Covid-19 e, por conseguinte, o aumento do espectro de cepas a serem combatidas em território nacional", alega o partido.

O PT pediu que o Supremo intime Bolsonaro e os ministros da Casa Civil, da Saúde, das Relações Exteriores e do Secretaria Nacional do Esporte a prestar esclarecimentos sobre o processo administrativo instaurado a fim de se aferir a condição de o país sediar evento esportivo internacional, como a Copa América. Além disso, pediu que os prefeitos das cidades que eventualmente vierem a ser indicadas como sede das partidas, bem como governadores dos respectivos Estados e Distrito Federal, demonstrem as condições da estrutura do sistema de saúde 'a afirmar se estariam aptas ou inaptas a receber o evento esportivo'.

O anúncio de que o Brasil vai sediar a competição, marcada para os dias 13 de junho a 9 de julho, foi feito nesta segunda pela Conmebol. O dirigente da confederação, Alejandro Dominguez, chegou a agradecer o presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais. "Quero agradecer muito especialmente ao presidentede Jair Bolsonaro e a seu gabinete por receber o torneio de seleções mais antigo do mundo. Igualmente meus agradecimentos vão para o presidente da CBF, Rogério Caboclo, por sua colaboração", escreveu.

Apesar do comunicado, o ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, não deu como certo que o País receba a competição e disse que a condição estabelecida pelo governo brasileiro para sediar o evento foi que os jogos aconteçam sem torcidas e que todos os integrantes das delegações estejam vacinados.

Pouco após o anúncio, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), declarou que não poderá receber partidas do torneio em razão do 'atual cenário epidemiológico'. Ele foi acompanhado pelos governadores do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), e da Bahia, Rui Costa (PT). As capitais que sub-sediarão a competição ainda não foram definidas.

No Senado Federal, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente a CPI da Covid, protocolou um requerimento para que o presidente a CBF, Rogério Caboclo, seja convocado a prestar depoimento na comissão.

Pelo menos três importantes jogadores da seleção uruguaia se mostraram contrários à realização da Copa América, mas afirmaram que vão atuar, se o torneio for confirmado. O lateral-esquerdo Matias Viña, do Palmeiras, o meia Giorgian De Arrascaeta, do Flamengo, e o atacante Luis Suárez se manifestaram sobre a competição de seleções que deve ser realizada no Brasil após desistências da Colômbia e da Argentina em razão do aumento de casos e mortes causados pelo novo coronavírus.

O ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, afirmou nesta segunda-feira, 31, que a condição estabelecida pelo governo brasileiro para o Brasil sediar a Copa América deste ano é de os jogos acontecerem sem torcidas e que todos os integrantes das delegações serem vacinados. Em entrevista no Palácio do Planalto, Ramos não deu como certo que o País vai receber a competição.

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"Pessoalmente, por tudo o que está passando na pandemia, acho que não se deveria jogar. Mas, se se deve jogar, vamos jogar", afirmou Matías Viña. "O mundo está vivendo, a dificuldade que estamos vivendo, poucos países tem condições. Eu acho que agora não é o momento indicado para jogar. Mas nós não podemos fazer nada", completou Arrascaeta. As entrevistas foram concedidas ao programa "La Ora Deportiva", da rádio "970 Universal", do Uruguai.

No último sábado, antes da desistência da Argentina e da possibilidade de transferência da Copa América para o Brasil, o atacante Luis Suárez também havia se mostrado contrário à disputa.

"Estamos em uma situação difícil a nível mundial, chama a atenção que se jogue, nessa realidade. Na América do Sul e na Argentina nos últimos meses o cenário é dos mais complicados", declarou o atacante do Atlético de Madrid na chegada ao seu país.

Todos se apresentaram à seleção na segunda-feira para os treinamentos visando as eliminatórias da Copa do Mundo. No quinto lugar na tabela, com seis pontos, o Uruguai enfrenta na próxima quinta-feira o Paraguai, em Montevidéu. No dia 8, vai encarar a Colômbia, no Estádio Metropolitano Barranquilla, fora de casa.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) confirmou, nesta terça-feira (1º), que o Brasil vai sediar a Copa América. A competição está prevista para acontecer entre 13 de junho e 10 de julho. O fato tem gerado críticas ao governo, uma vez que o país está enfrentando o pior momento da pandemia da Covid-19. 

"No que depender de mim, de todos os ministros, inclusive o da Saúde, haverá. O protocolo é o mesmo da Libertadores, da Sul-Americana. Falei certo ou não? E das Eliminatórias. Temos jogo contra o Equador na sexta-feira", afirmou. 

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Bolsonaro contou que já conversou com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) sobre o assunto e com os ministros do governo. 

A Conmebol anunciou, nessa segunda-feira (31), que o Brasil sediaria a competição e chegou a agradecer o presidente por "abrir as portas" para a realização do campeonato. O Brasil foi escolhido após a Colômbia e a Argentina desistirem de sediar a Copa América.

Na abertura dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid nesta terça-feira (1º), o senador Humberto Costa (PT-CE) questionou a realização da Copa América no Brasil. O parlamentar afirmou que entrou com pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) para que o evento não seja realizado no País. O presidente colegiado, senador Omar Aziz (PSD-AM), que na segunda-feira (31) tinha se colocado a favor da realização do evento, voltou atrás e concordou com a posição de Costa.

Aziz havia informado na segunda, em entrevista a CNN, poucos momentos após o anúncio da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) de que o campeonato seria realizado no Brasil, que não via "grandes problemas" na realização do evento, já que o País já tem realizado campeonatos estaduais. Hoje o senador voltou atrás e disse que após raciocinar, é "sem lógica" realizar o evento internacional. "Não temos o que comemorar", afirmou o parlamentar.

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A Conmebol confirmou ontem, por meio de suas redes sociais, que a Copa América deste ano será realizada no Brasil. O evento, de 13 de junho a 10 de julho, estava marcado para a Argentina, mas o país foi previamente vetado por causa do aumento dos casos locais de Covid-19. No comunicado, a Conmebol agradeceu ao presidente Jair Bolsonaro por acolher e "abrir as portas do País" para o torneio.

O senador Otto Alencar (PSD-BA), também reforçou o coro de críticas à realização do evento no País, devido ao cenário epidemiológico do Brasil. O senador defendeu que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, deveria ser reconvocado à CPI para explicar a decisão a favor da realização do evento esportivo no Brasil.

O youtuber Felipe Castanhari foi ao Instagram, nessa segunda-feira (31), desabafar sobre a realização da Copa América no Brasil e criticou as pessoas que defendem o evento e as atitudes do governo Bolsonaro.

“Não entendo como tem pessoas que estão defendendo a realização da Copa América no Brasil”, disse em primeiro momento. A noite, voltou para comentar sobre os comentários que recebeu, de quem reclamou sobre as críticas ao presidente. “Se você gosta do Bolsonaro, me de unfollow, é o mínimo que eu espero que você faça, some da minha vida, some do meu canal. Eu não quero view, like, engajamento, de quem apoia essa bost* desse governo. Vá pra put* que te par**, vá pro inferno”, finalizou Castanhari.

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A Confederação Sulamericana de Futebol (CONMEBOL) decidiu após as desistências de Colômbia e Argentina, que o Brasil sediará a Copa América de 2021, dos dias 13 de junho a 10 de julho. Por conta do fato da aceitação brasileira, a sediar o evento, Castanhari desabafou: “Eu não consigo, de verdade, entender como existem pessoas que estão defendendo a realização da Copa América no Brasil, não entra na minha cabeça”, iniciou. “Como você pode defender a realização de um evento em que a Argentina já recusou? Vários outros já recusaram, porque entendem que uma Copa América, trazendo jogadores, torcedores de outros países, num momento de uma pandemia, com Cepas novas surgindo, Cepa da Índia, Cepa da minha rol*a surgindo”, falou de forma mais ríspida.

Logo depois criticou a postura e o governo brasileiro, “vocês querem que tenha um campeonato que vai vir gente do mundo inteiro? Pro Brasil? Você quer que o país vire um... já é um grande laboratório de coronavírus, graças ao bost* do Bolsonaro, do lixo do Bolsonaro, que fez de tudo. Como é que um governo demora seis meses pra responder em relação a vacina, seis meses com vacinas que iam salvar vidas, mas pra por** da Copa América... Não dá, não entra na minha cabeça. Eu vejo as notícias, vejo tudo que tá acontecendo, assisto a CPI, fica claro todo descaso, todo despreparo. É nítido que houve uma omissão do governo, parece que os caras quiseram matar a população. Então eu vejo toda a displicência com a vacina, com a demora pra responder email, com o descaso e os caras em um dia respondem e dá ok pra Copa América, já define tudo, mano, como que isso não indigna vocês?”, finalizou.

Recado para os críticos

Castanhari voltou depois aos stories para mandar um recado e dizendo não fazer questão de ter o engajamento vindo de pessoas que gostem do presidente Jair Bolsonaro. “Se você tá bravo, que eu xinguei o Bolsonaro, porque eu acho ele um merd*, um bost*, não sei o que você tá fazendo aqui ainda. O que você quer aprender comigo, se você não aprende por** nenhuma. Se você me acompanha durante esses dez anos de canal e ainda acha o Bolsonaro um cara legal, você perdeu dez anos da sua vida me assistindo, sinto muito, você não aprendeu nada, então assim... o unfollow eu nem vou pedir pra você me dar, é o óbvio a se fazer, por favor. Se você gosta do Bolsonaro, me de unfollow, é o mínimo que eu espero que você faça, some da minha vida, some do meu canal. Eu não quero view, like, engajamento, de quem apoia essa bost* desse governo. Vá pra put* que te par**, vá pro inferno”, finalizou o youtuber.

Veja alguns dos stories do desabafo de Castanhari:

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O senador Renan Calheiros (MDB) mandou um recado para a Seleção Brasileira, o técnico Tite e o atacante Neymar durante a abertura da Comissão de Inquérito Parlamentar (CPI) da Pandemia, nesta terça-feira (1º). O parlamentar usou parte do seu tempo na reunião para mais uma vez se colocar contra a realização da Copa América no Brasil.  

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"Já que não podemos fazer apelo ao presidente da República, ao ministro da Saúde e a CBF, que tem se transformado em negacionista e irresponsável por querer patrocinar esse evento, quero me dirigir à Seleção Brasileira, aos seus jogadores e seu treinador", iniciou Renan. "Quero me dirigir ao Neymar. Neymar não concorde com a realização dessa Copa América no Brasil, não concorde. Não é esse o campeonato que queremos disputar. Precisamos disputar o campeonato da vacinação. É neste campeonato que você precisa marcar gols para que esse placar seja alterado", emendou.

Ainda se dirigindo ao atacante brasileiro, o senador afirmou: "no campeonato da vacinação ocupamos os últimos lugares, enquanto no da morte somos campeões. O segundo lugar. Não permita entrar em campo enquanto seus amigos, conhecidos e parentes continuam a morrer". 

O apelo foi feito a eles, segundo Renan, porque "é inacreditável que o governo federal queira sediar a Copa América aqui no Brasil, no exato momento em que a pandemia se agrava e enche nossos cemitérios e CPIs. Seria transformar essa Copa em campeonato da morte".

 

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