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O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), instituiu um grupo de trabalho na Casa que vai propor uma "minirreforma" eleitoral para as eleições municipais de 2024. O GT, que terá 90 dias para concluir os trabalhos, será relatado pelo deputado Rubens Pereira Júnior (PT-AM) e coordenado pela deputada Dani Cunha (União-RJ).

De acordo com o relator, o grupo debaterá temas como prestação de contas, número de candidatos e formação de federações, além de acompanhar a jurisprudência no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ao longo dos três meses, serão realizadas audiências públicas e reuniões com órgãos da sociedade civil e especialistas para debater o tema.

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O grupo será composto por outros cinco deputados: Pedro Campos (PSB-PE), Antônio Carlos Rodrigues (PL-SP), Antônio Brito (PSD-BA), Thiago de Joaldo (PP-SE) e Renildo Calheiros (PCdoB-PE).

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) negou, pela segunda vez, um pedido de indenização feito pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB) contra o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) em razão de ataques feitos pelo parlamentar ao chefe do Executivo municipal nas redes sociais. Os dois devem disputar as eleições municipais do ano que vem, e travam uma batalha pública com críticas mútuas nas últimas semanas.

O prefeito pedia uma indenização por danos morais após ter sido chamado, em publicações de Boulos no Instagram e no Facebook, de "ladrão de dinheiro de merenda das escolas públicas". Segundo Ricardo Nunes, Boulos incluía nas imagens "informação falsa de que o Nunes estaria sendo investigado pelo Ministério Público".

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Contudo, o desembargador José Aparício Coelho Prado Neto, rejeitou a apelação contra a sentença do juiz André Augusto Salvador Bezerra, que já havia dado vitória a Boulos na primeira instância. Na decisão, o desembargador afirma que, apesar do "mau gosto da montagem" de Boulos, a que chamou de "tosca", "não se detecta imputação de crime ao autor, mas sim crítica a sua atuação como prefeito municipal no que se refere à execução dos serviços de alimentação escolar municipal, de sua alçada".

"Ocorre que o fato é que o autor, enquanto prefeito municipal de São Paulo, está sendo investigado pelo Ministério Público sobre desvio de verbas públicas da merenda escolar, e como agente político tem o dever de prestar contas de todos os atos da vida pública, desse modo, a crítica apresentada pelo réu não tem o condão de causar o prejuízo de ordem moral pleiteado".

Na decisão, o desembargador ainda aumenta de 10% para 15% do valor da causa os honorários advocatícios a serem pagos por Ricardo Nunes em razão da derrota da apelação. Procurado por meio de sua assessoria na noite desta segunda-feira, 21, o prefeito Ricardo Nunes ainda não havia se manifestado sobre a decisão até a publicação deste texto.

O senador e presidente do PP, Ciro Nogueira (PP-PI), desafiou o deputado federal e pré-candidato à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL-SP), a se "eleger como síndico de um prédio" antes de almejar o comando da capital paulista nas eleições municipais do ano que vem. Em uma declaração ao jornal O Estado de S. Paulo, Nogueira disse também que o psolista "daria um bolo" na população de São Paulo caso fosse eleito.

"Eu faço um desafio ao Boulos: se ele for eleito síndico do prédio onde ele mora, o que eu acho muito difícil de acontecer, daí a gente começa até a conversar. Mas se ele não é eleito nem síndico do prédio dele, como é que pode delirar em ser síndico de todos os prédios, casas, ruas e avenidas da cidade mais complexa do país?", afirmou o senador.

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O senador, que foi ministro da Casa Civil do governo do ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL), questionou o racha no PT para a escolha do apoio à candidatura de Boulos.

O anúncio do acordo entre PT e PSOL foi formalizado no sábado, 5, em meio a uma divisão no partido, já que uma ala defendia que a sigla do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), lançasse um candidato próprio, o que não ocorrerá pela primeira vez na história.

"Se o Boulos não consegue ser confiável para a turma dele, como vai ser confiável para o povo de São Paulo? Se não consegue apoio antes da campanha do próprio grupo dele, como iria governar?", disse o presidente do PP.

A resposta de Boulos

Ao Estadão, o deputado federal Guilherme Boulos disse que o senador deveria se preocupar com as suspeitas de suborno e distribuição de propinas que foi acusado no passado, referindo-se a duas denúncias criminais e três inquéritos que apuram suspeitas de suborno e distribuição de propinas que Nogueira tinha antes de assumir a Casa Civil do governo Bolsonaro em 2021.

"O Ciro Nogueira deveria se preocupar com seus processos de corrupção. E não com São Paulo, que ele sequer conhece", disse o pré-candidato do PSOL à prefeitura da capital paulista.

Nas últimas eleições para a prefeitura de São Paulo, realizada em 2020, Boulos chegou ao segundo turno da disputa, mas foi derrotado pelo ex-prefeito Bruno Covas (PSDB), que tinha como vice em sua chapa o atual chefe do Executivo municipal, Ricardo Nunes (MDB).

Naquele pleito, o psolista foi escolhido por 2.168.109 paulistanos, o equivalente a 40,62% dos votos válidos.

PP apoiará Nunes para a prefeitura de São Paulo

Ao Estadão senador reafirmou o seu apoio à reeleição do atual prefeito Ricardo Nunes. Em junho, o presidente do PP já havia formalizado a sua preferência por Nunes, classificando-o como uma "melhor solução" para impedir que Boulos assuma o governo da capital paulista: "Foi companheiro de Bruno Covas, é discreto, trabalhador, equilibrado e já vem fazendo uma grande prefeitura. Ricardo Nunes não vai dar bolo nos paulistanos. Vai fazer e já vem fazendo uma grande gestão."

Entre os motivos para o apoio à Nunes, está a ambição do PP de ter um maior espaço na política paulista. Em maio, o Estadão revelou que Ciro tenta ampliar o poder do partido em São Paulo, incluindo a inclusão da senadora Tereza Cristina (PP-MS) para presidir um instituto ligado ao partido que será criado no Estado.

A estratégia também inclui a filiação do chefe da Casa Civil de São Paulo, Arthur Lima, que deve acontecer ainda neste mês de agosto. A filiação é considerada estratégica para o PP ter palavra na distribuição de cargos e emendas para prefeitos no Estado.

Neste domingo, o ex-ministro da Casa Civil usou as suas redes sociais para alfinetar o apoio do PT a Boulos, também comparando o deputado federal com um administrador de edifícios. "Do prédio, você pode se mudar. Mas uma cidade inteira, com mais de 10 milhões de habitantes, não pode fugir. Por isso, São Paulo saberá escolher muito bem e avançar. Sem Boulos nem roulos", disse o senador.

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou neste sábado (5) que o partido gostaria de indicar uma "vice mulher" para o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) nas eleições para a Prefeitura de São Paulo, mas o tema passará por discussão da direção municipal. A petista também ressaltou que o PT gostaria de ter candidatos "em todos os lugares, mas nem sempre é possível".

Boulos disse que o entendimento é que o PT escolherá seu vice. "Não há pressa", afirmou neste sábado.

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Neste sábado, foi feito um evento em São Paulo que formalizou o apoio do PT a sua pré-candidatura pelo PSOL.

O Partido dos Trabalhadores (PT) oficializou o apoio à pré-candidatura do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) à Prefeitura de São Paulo na eleições de 2024. O anúncio ocorreu em evento realizado pelo Diretório Municipal do partido neste sábado, 5, e contou com a presença de nomes nacionais do partido, como a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Em sua fala, o presidente do PT na capital paulista, Laércio Ribeiro, associou o atual prefeito de São Paulo Ricardo Nunes (MDB) ao Bolsonarismo. "O Bolsonarismo segue vivo na mão do incompetente Ricardo Nunes", disse.

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Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também ex-prefeito da capital paulista, afirmou que a unidade formada na eleição de 2022, em apoio à sua candidatura ao governo do Estado e à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República, agora precisa ser repetida em torno do nome de Boulos.

Haddad afirmou ainda que Boulos é respeitado no mundo todo e pode ajudar a projetar a cidade.

"Seremos um celeiro de boas práticas a partir de 2025 com Boulos na prefeitura", afirmou o ministro da Fazenda. "Agora é hora de fazermos um grande palanque progressista", disse na sequência, ao afirmar que é preciso agregar mais partidos em torno da candidatura de Boulos.

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou neste sábado, 5, que o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) é um candidato para disputar e ganhar a prefeitura da cidade de São Paulo.

"Haddad ganhou aqui, Lula ganhou aqui", disse ela, referindo-se às vitórias, na capital paulista, nas eleições de 2022, do então candidato ao governo do Estado pelo PT, Fernando Haddad (que foi derrotado pelo atual governador, Tarcísio de Freitas, do Republicanos), e ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que venceu, na mesma cidade, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

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As declarações foram feitas na chegada de Gleisi a evento do Diretório Municipal do PT, no qual o apoio à candidatura de Boulos deve ser oficializado ainda neste sábado. "O PT já governou o município por três vezes, isso mostra que temos uma liderança e inserção nesse campo mais à esquerda na cidade."

Enquanto o PT e o próprio prefeito Paulo Serra (PSDB) postergam a escolha de seus candidatos ao comando de Santo André, no ABC Paulista, outros partidos já buscam alianças e até começam a preparar programas de governo para as eleições de 2024. A fila é puxada pelo vice-prefeito Luiz Zacarias (PL) e pelo vereador Eduardo Leite (PSB).

Apesar de ainda não ter se filiado oficialmente, Leite assumiu o controle do diretório municipal do PSB e começou a debater a disputa do ano que vem com representantes locais e nacionais da sigla, como o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França.

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Além dele, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, também tem participado ativamente das negociações feitas pelo PSB em busca de novos quadros. O partido caminha para ter candidato próprio também na vizinha São Bernardo do Campo.

A influência dos caciques do PSB ajudou na saída consensual de Leite do PT, após 30 anos de filiação. Mas, de acordo com o vereador, a carta de anuência concedida pelos petistas - que o liberou sem exigir seu mandato - não é acompanhada de nenhum acordo eleitoral para 2024. "É claro que existe uma grande identidade e afinidade entre o meu grupo político e o Partido dos Trabalhadores, mas não tivemos nenhuma conversa sobre 2024. Não chegamos a essa etapa, mas a minha disposição de concorrer é clara", afirmou.

Semanalmente, o Estadão mostra como está o "esquenta" na corrida pelas principais prefeituras do Estado. A série teve início com São Paulo, a maior e mais rica cidade do País, com orçamento previsto de R$ 107,3 bilhões para 2024.

Em Santo André, os petistas ainda não definiram um nome para lançar. Segundo o Estadão apurou, as opções apresentadas até aqui são de dois velhos conhecidos da população: o ex-prefeito Carlos Grana e a ex-primeira-dama Beth Siraque. Ambos, porém, teriam dificuldades num cenário político ainda adverso para o PT na cidade. Em 2022, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não venceu em Santo André, alcançando 47,87% dos votos.

Sondagem

A preferência do eleitorado municipal pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é o que anima Zacarias, que espera ter nesse segmento um impulso para levá-lo ao segundo turno. Pesquisas feitas localmente colocam o vice momentaneamente na liderança, mas, segundo analistas, isso ocorre porque Paulo Serra ainda não apresentou seu candidato à sucessão. Zacarias está na lista de opções, mas outros nomes levam vantagem nessa disputa, como o vereador Pedro Botaro (PSDB), ex-líder do governo na Casa e atual secretário de Ações Governamentais.

Ao assumir o posto, em março deste ano, o tucano já discursou sobre a "proximidade" com o prefeito. "Estar dentro do governo é muito positivo para mim porque estarei mais próximo daquilo que ajudei a fazer estando fora. O objetivo maior é fazer uma integração entre as secretarias e ser uma voz do prefeito", afirmou Botaro, que, além de Zacarias, tem como concorrente pela vaga de candidato do governo seu colega Edson Sardano (PSD).

Coronel reformado da Polícia Militar, Sardano já atuou como secretário de Segurança Cidadã na gestão Serra. Mas, sem apoio, pode migrar para o Novo, que busca opções nos principais municípios do Estado. A lista atual de nomes governistas inclui ainda o secretário de Educação, Almir Cicote.

Perfil

A aliados, Serra tem dito que, antes de apoiar publicamente um nome, está definindo qual o perfil ideal do candidato para concorrer no próximo ano, se técnico ou político. Apesar de ser um município rico, com orçamento estimado de R$ 4,8 bilhões para 2024, o tamanho da população impõe desafios complexos em todas as áreas, especialmente moradia e emprego.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O município de Paulista, na Região Metropolitana do Recife (RMR), conta com mais de 342 mil moradores, segundo dados recentes divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mas quando se trata de eleições, os candidatos calculam os votos de 229.589 eleitores, de acordo com a justiça eleitoral. Para esse grupo, é importante saber quem são os possíveis postulantes, principalmente quem pode ocupar o gabinete da prefeitura. 

Para o ex-prefeito da cidade, Junior Matuto (PSB), que possivelmente será lançado novamente para uma reeleição pelo seu partido, a expectativa será de uma competição acirrada. “Eu acho que é uma eleição que vai ser pautada numa comparação”, comentou em entrevista exclusiva ao LeiaJá

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Matuto foi prefeito de Paulista por dois mandatos, em 2013 e em 2017. Em 2020, ele foi afastado duas vezes do posto após investigações apontarem indícios de lavagem de dinheiro e peculato vindos do gabinete. A história de Matuto na política teve forte apoio do seu antecessor (e também sucessor), Yves Ribeiro (MDB), atual prefeito da cidade, acumulando o terceiro mandato no executivo municipal. Na relação entre os dois, devido aos atritos do passado, a perspectiva é, majoritariamente acusatória.

“Eu acredito que o sentimento de quem está se colocando quem tem compromisso com a cidade é exatamente saber ter consciência do que o atual gestor está fazendo na verdade o mal que está causando na cidade e a prova é os números de rejeição. O [fato de o] prefeito não colocar a cara na rua, ser hostilizado por onde passa, e aí eu acho que a gente vive num país democrático. Quem tem legitimidade tenta um título. Agora a população na verdade vai chegar um momento que vai identificar quem são as dívidas que podem resgatar a cidade do Paulista.”, disse Matuto. 

Ex-prefeito de Paulista, Junior Matuto. Foto: Ulysses Gadêlha

Yves se defende, e observa a situação por um outro ângulo. “Eu acho que ninguém agrada todo mundo. Agora uma coisa, ninguém vai ver aqui Polícia Federal, ninguém vai ver aqui equipe do DRACO”, disse ao LeiaJá. Ribeiro se refere ao episódio da ação da Polícia Civil, em conjunto com o Departamento de Repressão ao Crime Organizado, que investigou fraude em licitação envolvendo uma empresa de limpeza urbana, na época em que Matuto estava à frente da prefeitura.  

Apesar dos atritos que aconteceram no mandato do psdebista, ele reitera que a gestão atual tem mais conflitos. Durante a entrevista, Matuto mencionou desgastes no gabinete, como o rompimento político entre o prefeito e seu vice, Dido Vieira, e na relação com a população. Confrontado com as afirmações do seu rival político, Ribeiro sustenta um tom apaziguador.

“Pra mim eu não tenho nenhuma dificuldade. Eu acho ele muito jovem. Quando eu fiz essa parceria com o Dido, ele disse várias vezes que a união dele era da ponte do Janga pra cá, ele não era candidato a nada e ele sabia que eu tinha meus candidatos”, declarou. Nas eleições de 2022, Ribeiro apoiou outros candidatos para deputado, tendo causado o conflito com Dido, que queria ter apoio para sua candidatura no legislativo estadual. 

Perguntado sobre as expectativas para a corrida de 2024, Yves Ribeiro preferiu não comentar. "Eu acho que vai prejudicar se eu for falar agora porque eu preciso pensar na cidade, pensar na área administrativa. A gente tem ainda um ano e pouco, então a gente vai pensar nisso lá pra março e abril do próximo ano, se eu vou ser candidato, se eu não for”, afirmou ao LeiaJá. 

Junior Matuto chegou a mencionar outros nomes que podem participar do pleito pelo gabinete do Paulista, como o deputado estadual Mario Ricardo (Republicanos), Souza Vigilante, presidente do Sindicato dos Vigilantes de Pernambuco, e que se candidatou a deputado pelo PSOL nas últimas eleições, e até o ex-deputado Ramos (PSDB). 

Se depender dos possíveis pré-candidatos, os eleitores de Paulista terão muito o que pesquisar antes de confrontar as urnas em 2024. 

 

A disputa pela Prefeitura do Rio de Janeiro no ano que vem já tem ao menos seis pré-candidatos. De um lado, o atual prefeito Eduardo Paes (PSD) contará com a máquina pública, a alta taxa de conhecimento do carioca, acordos já estabelecidos - inclusive do PT, com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva - e três mandatos à frente da capital fluminense. Do outro, o governador Cláudio Castro (PL) trava disputa interna no partido do ex-presidente Jair Bolsonaro em favor de uma candidatura moderada em concertação com partidos de centro-direita.

Sem nomes competitivos, alianças partidárias ainda em construção e um candidato à reeleição em busca do quarto mandato na cadeira do Palácio da Cidade, a corrida pelo comando do Executivo municipal em 2024 ainda terá novos desdobramentos nos próximos meses.

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Diante da saída do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) da disputa municipal, a direita busca um nome para enfrentar Paes. Bolsonaro aposta na candidatura de seu vice na chapa derrotada nas eleições do ano passado, o general Walter Braga Netto. Publicamente, trata como uma disputa aberta. O ex-ministro da Saúde e deputado federal, Eduardo Pazuello (PL), também pleiteia o apoio do clã Bolsonaro e a indicação para a eleição do ano que vem.

Castro, por sua vez, defende o nome do deputado federal licenciado Dr. Luizinho (PP-RJ), titular da Secretaria estadual de Saúde do Rio de Janeiro.

O diretório do PSOL no Rio definiu neste mês que o partido vai apresentar candidatura própria nas eleições para a prefeitura em 2024. O deputado federal Tarcísio Motta e a deputada estadual Renata Souza se colocaram à disposição do partido para enfrentar Paes.

Eduardo Paes (PSD)

A decisão de Bolsonaro de barrar os planos do filho "01? tira de cena um dos principais adversários do atual prefeito na busca pelo quarto mandato à frente da capital fluminense. Enquanto tenta se consolidar como o único nome com aval do Palácio do Planalto, Paes aguarda agora a definição do adversário que representará o bolsonarismo na corrida pela prefeitura.

O atual prefeito conta com o apoio do presidente Lula e de uma base consolidada de partidos no Rio. "Eu avisei que o homem gostava e faria de tudo para ajudar o Rio! Tá aí! Valeu, Lula", escreveu o prefeito, após a capital fluminense ser anunciada como a sede da cúpula do G-20 em 2024. Paes conta com o apoio de Lula, e o embarque do PT no governo municipal foi aprovado pelos Diretórios Municipal e Estadual da legenda.

Uma corrente do PT no Rio defende uma candidatura própria, mas a decisão caberá ao presidente.

Walter Braga Netto (PL)

O general da reserva Walter Braga Netto é a aposta do ex-presidente para agradar seu eleitorado tradicional na cidade e evitar um racha do grupo político. Inocentado por unanimidade pelos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no caso da reunião com embaixadores, o ex-ministro da Casa Civil está livre, até o momento, para concorrer às eleições municipais do ano que vem.

Braga Netto lidera a corrida interna no PL pela indicação, mas tem resistência de correntes do partido mais próximas ao governador Cláudio Castro. Em junho, ele falou pela primeira vez com o tom de pré-candidato.

O general foi um dos poucos oficias militares da reserva que passaram pelo governo Bolsonaro sem perder a confiança do então presidente e seus filhos. Em novembro passado, após a derrota para Lula na disputa presidencial, Braga Netto demonstrou simpatia pelo movimento que preparava um golpe. "Vocês não percam a fé, tá bom? É só o que eu posso falar para vocês agora", disse o militar a simpatizantes que defendiam, na portaria do Palácio da Alvorada, uma intervenção militar. Quase dois meses depois, apoiadores de Bolsonaro invadiram as sedes dos Três Poderes em Brasília.

Apesar de ter sido o segundo deputado federal mais votado do Rio, com 205.324 votos, o general e ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello está associado à política antivacina do governo Bolsonaro. Disputa com Braga Netto o apoio de Bolsonaro e seus filhos. O ex-presidente deve dar a última palavra na escolha do nome para a disputa municipal em seu reduto eleitoral.

Licenciado da Câmara para ocupar a Secretaria de Saúde do Rio, o deputado federal Dr. Luizinho (PP-RJ) é o nome do governador Cláudio Castro para a disputa municipal. Desde que foi reeleito em primeiro turno, Castro busca se afastar do bolsonarismo e demonstrar aos aliados que o atual secretário estadual de Saúde, presidente do PP no Rio, seria o melhor nome no embate com o atual prefeito Eduardo Paes.

O nome do parlamentar do Progressistas foi cogitado por deputados do Centrão para ocupar o cargo de ministro da Saúde em uma eventual saída da ministra Nísia Trindade.

Tarcísio Motta (PSOL) e Renata Souza (PSOL)

O PSOL ainda vai definir o nome que disputará a prefeitura. Tarcísio Motta é deputado federal em seu primeiro mandato. Foi candidato ao governo do Estado em 2014 e 2018, e vereador da capital por dois mandatos, entre 2017 e 2022. Já Renata Souza é deputada estadual pelo segundo mandato consecutivo. Fez parte das equipes que trabalharam nos gabinetes do atual presidente da Embratur, Marcelo Freixo (PT), enquanto ele esteve na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), e da ex-vereadora Marielle Franco, assassinada a tiros durante o exercício do mandato. Em 2020, Renata concorreu à eleição municipal contra Paes. Os dois devem se submeter às prévias, caso não haja uma definição até o início do próximo ano.

Otoni de Paula (MDB)

O deputado federal Otoni de Paula (MDB) foi oficializado como pré-candidato à Prefeitura do Rio após um encontro entre a cúpula do partido com a presença do presidente nacional, deputado Baleia Rossi (MDB-SP), e do presidente estadual, Washington Reis.

Apesar das pretensões do deputado, os caciques estaduais da sigla trabalham para que o partido apoie o candidato escolhido pelo governador Cláudio Castro.

O deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP) é o pré-candidato do Movimento Brasil Livre (MBL) à Prefeitura de São Paulo. Em uma eleição interna realizada nesta segunda-feira, 3, com 9.951 membros da organização política, Kataguiri teve 56,1% dos votos. Ele venceu o deputado estadual Guto Zacarias (União Brasil-SP), que teve 43,9% das preferências.

Após a divulgação dos resultados, Kim afirmou que pretende resolver problemas do centro da capital paulista, como a Cracolândia, que tem registrado onda de violência. "Precisamos de alguém que esteja disposto a receber processos, nem que seja para o resto da vida, mas que seja para fazer o problema no centro de São Paulo ser resolvido", disse.

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Kim Kataguiri tem 27 anos e é deputado federal por São Paulo desde 2019. Ele está em seu segundo mandato, para o qual foi eleito com 295.460 votos - o oitavo mais votado no Estado. Atualmente, ele é o único parlamentar do MBL, organização política da qual foi um dos fundadores, na Câmara Federal.

Nas redes sociais, Zacarias disse que vai apoiar a campanha de Kataguiri e anunciou que será coordenador de comunicação da sua pré-candidatura. "O MBL estará muito bem representado nessa batalha, com o Kim na linha de frente, e todos nós trabalhando por esse projeto", disse.

Como mostrou a Coluna do Estadão, o partido de Kim, o União Brasil, estimula a sua pré-candidatura, mas mantém também apoio à reeleição de Ricardo Nunes (MDB-SP), o atual prefeito da capital paulista. Aliados do presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Milton Leite (União Brasil-SP) dizem que ele pretende testar a viabilidade eleitoral de Nunes e tenta garantir um "plano B" caso o prefeito não tenha bons resultados nas pesquisas de intenção de voto.

Na eleição de 2020, o candidato do MBL à Prefeitura de São Paulo foi o ex-deputado estadual Arthur do Val (União Brasil-SP), que obteve 522.210 votos no pleito, ficando em quarto lugar com 9,78%. Em maio de 2022, Do Val teve o mandato cassado e ficou inelegível por oito anos após áudios de teor machista, nos quais afirmava que as mulheres ucranianas "são fáceis porque são pobres", serem divulgados na imprensa.

O Centrão ambiciona muito mais que os nove ministérios que já detém no governo Lula (PT). De olho no orçamento de R$ 162 bilhões previstos para a Saúde em 2023 e em como a gestão da pasta pode facilitar nas eleições de 2024, o bloco articulado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), pressiona pela saída da ministra Nísia Trindade. 

Os últimos quadros políticos no comando do Ministério da Saúde foram do Centrão. Em 2016, o deputado Ricardo Barros (PP) foi nomeado como ministro por Michel Temer (MDB) e, após eleito, Jair Bolsonaro (PL) optou por Luiz Henrique Mandetta (União) para o início da sua passagem na Presidência. 

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Diferente dos antecessores, o presidente Lula (PT) não quis um parlamentar na Saúde no início do novo governo e apresentou a cientista, professora e socióloga Nísia Trindade como uma escolha técnica para a pasta. 

"Ela é uma acadêmica superimportante, uma intelectual superimportante. Presidiu a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que é uma das principais instituições de pesquisa no Brasil, fundamental no contexto de enfrentamento da pandemia, apesar dos boicotes feitos pelo governo Bolsonaro", observou o doutor em Ciência Política, Rodolfo Marques. 

Com a missão em recompor programas sociais e fomentar a industrialização da Saúde com a criação de um complexo de parques de produção de insumos para auxiliar o Instituto Butantan e a Fiocruz, em seis meses de gestão, Nísia conseguiu reestruturar o Mais Médicos, o Brasil Sorridente e ampliou a Farmácia Popular. Contudo, parece que faltam holofotes aos feitos da ministra, ponto em que o Centrão se apega para aumentar a pressão sob seu cargo. 

Uma das ferramentas que pode destacar sua atuação é a 17ª Conferência Nacional de Saúde, que iniciou nesse domingo (2). O objetivo do evento é ouvir e debater com entidades, instituições, congressistas e com a sociedade civil sobre medidas em prol do Sistema Único de Saúde (SUS). 

O Centrão no Ministério da Saúde

A negligência com a Saúde foi um dos destaques negativos dos quatro anos de governo Bolsonaro. Antes mesmo da pandemia, Mandetta já discursava sobre a diminuição do SUS com a abertura do setor privado na Saúde ao passo em que o investimento em pesquisas científicas e repasses para hospitais universitários foram congelados.  

Na contramão do desejo de Lula (PT), ao deixar o MS nos cuidados da ex-presidente da Fiocruz, o Centrão não esconde o interesse em controlar um dos maiores orçamentos ministeriais, sobretudo após Nísia cortar a distribuição de recursos para projetos que não atendam às normas da pasta.  

 O cientista Rodolfo Marques indicou que o Centrão pretende se "equipar" para as eleições municipais do próximo ano. "A Saúde tem uma visualização e um operacionalização nas cidades. E, claro também, olhando 2026", projetou.  

Além de bilhões em caixa e da publicidade entorno da pasta, a figura indicada pelo Centrão terá poder de atrapalhar políticas de Saúde propostas por adversários e selecionar o destino de emendas parlamentares para cidades estratégias ao seu plano político. 

Lula resiste ao cerco do Centrão

Por enquanto, o presidente não deu sinais de que vai ceder à pressão. No entanto, governar contra a maioria da Câmara e sofrer perdas em votações fundamentais pode minar sua governabilidade e aprovação perante os brasileiros.  

Como uma saída que atenda ao anseio do Centrão e, ainda assim, garanta certo grau de autonomia à Nísia Trindade na pasta, Lula (PT) deve negociar as secretarias robustas, como a de Atenção Especializada e a própria Fundação Nacional de Saúde (Funasa), como lembrou Marques. 

"Seria uma maneira de compor a estrutura do ministério atendendo essa base do Centrão, sem perder a essência, sem perder a liderança da ministra Nísia e desse viés mais técnico e científico que Lula pretende implantar nessa pasta tão fundamental", avaliou o cientista político. 

Em São Bernardo do Campo, cidade que projetou o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva como líder político nacional, a eleição de 2024 já é tratada pelo PT como uma oportunidade de voltar às origens do partido e, de quebra, ao comando da prefeitura mais rica do ABC paulista. Ao já definir um nome para a disputa, o do deputado estadual Luiz Fernando, a legenda busca ganhar frente no pleito que, pela primeira vez, deve ter os tucanos rachados em duas candidaturas.

Semanalmente, o Estadãovai mostrar como está o "esquenta" na corrida pelas principais prefeituras do Estado. A série teve início com São Paulo, a maior e mais rica cidade do País, com orçamento previsto de R$ 107,3 bilhões para 2024.

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Com o atual prefeito Orlando Morando (PSDB) em segundo mandato, e em confronto com a direção nacional da legenda, aliados e adversários calculam que o tucano possa lançar um candidato a sucessor em outro partido. O mais cotado é o deputado federal Marcelo Lima, eleito pelo PSB, sigla que comandou a cidade, com William Dib, entre 2003 e 2008.

Mas a vaga de candidato do governo será disputada pelo também deputado federal Alex Manente, do Cidadania, partido federado com o PSDB. Parlamentar mais votado na cidade, ele já concorreu ao cargo em 2008, 2012 e 2016, quando chegou ao segundo turno e foi derrotado por Morando. Na última disputa, porém, os dois se aproximaram e Manente abriu mão do pleito.

A retribuição era esperada para 2024, mas, por enquanto, não há sinais de que Morando apoiará uma chapa com o PSDB na cabeça ou na vice. O prefeito atual de São Bernardo negocia sua saída do partido após entrar na Justiça para pedir a anulação da eleição da Executiva Nacional que consagrou o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, presidente da sigla. Segundo o prefeito, a não divulgação da ata colocou dúvidas sobre a legitimidade do processo, que acabou confirmado pela Justiça.

O impasse sobre o futuro candidato da situação é visto como trunfo para Luiz Fernando, que já articula alianças e traça estratégias para a campanha. Segundo o deputado, o momento é oportuno para o PT, que, em 2022, venceu na cidade com Lula e Fernando Haddad, então candidato ao governo.

"Parte de São Bernardo é petista. Só perdemos na cidade em 2018 nas disputas para a Presidência e o governo do Estado. No ano passado, já recuperamos. O momento para nós é interessante. Sabemos que será uma eleição bastante difícil, complexa, mas está claro de que lado o prefeito está. Nem (Jair) Bolsonaro é tão bolsonarista quanto o Orlando Morando", afirmou o parlamentar.

A mais de um ano para o início da campanha, Luiz Fernando projeta uma disputa entre Lima e Manente pelo segundo turno e já se coloca na fase final da disputa. "Marcelo Lima e Alex Manente vão se enfrentar para ver quem deve ir contra nós no segundo turno. Os números mostram que o PT está forte. Nossa chapa para a Assembleia Legislativa teve mais de 110 mil votos."

O petismo atribuído por Luiz Fernando aos moradores de São Bernardo, no entanto, não tem se revelado com tanta intensidade nas eleições municipais. Na cidade onde Lula se lançou na política como líder sindical, o PT só venceu a disputa pela prefeitura em 1988, com Maurício Soares (que depois migrou para o PSDB), e, mais recentemente, com Luiz Marinho, que venceu em 2008 e se reelegeu em 2012, mas sem fazer um sucessor.

Agora ministro do Trabalho e Emprego, Marinho deve exercer papel importante na disputa que não conta com propaganda política própria. O horário eleitoral gratuito veiculado na TV e nas rádios de todas as cidades do ABC paulista trata apenas do pleito da capital paulista - isso porque as emissoras não têm afiliadas na região.

Para Manente, essa característica deve fazer com que os nomes colocados hoje se mantenham até o início da campanha, em agosto do ano que vem. O parlamentar afirma que também só deixará para confirmar sua quarta disputa na cidade em 2024.

"É natural que no momento em que estamos haja muito especulação. Quando apoiei o Orlando (Morando), em 2020, não houve qualquer compromisso de retribuição. Naquela época, nós nos aproximamos por causa da pandemia e das necessidades da cidade em obter recursos federais para enfrentá-la. Como deputado, pude ajudar", afirma.

Em função da federação entre o Cidadania, partido de Manente, e o PSDB, as duas legendas precisarão encontrar um nome em comum para a disputa. Em 2022, o deputado foi o mais votado na cidade e também o mais votado da federação, o que deve lhe dar tranquilidade para obter apoio interno.

Já Marcelo Lima definiu seu futuro ao se filiar ao PSB a convite do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ex-governador Márcio França, atual ministro de Portos e Aeroportos. Eleito pelo Solidariedade, o deputado faz um movimento para a centro-esquerda, mas, ao mesmo tempo, busca servir de opção aos que são anti-Lula. No ano passado, ele apoiou Tarcísio de Freitas (Republicanos) para o governo, mas se manteve neutro no pleito presidencial.

Se for o candidato do governo, Lima conseguirá aproximar Morando da centro-esquerda, tarefa tida antes como impossível por aliados do tucano que apoiou o então governador João Doria em sua tentativa de se lançar ao Palácio do Planalto.

Para o professor e cientista político Diego Sanches Corrêa, da Universidade Federal do ABC (UFABC), os apoios de Lula e de Alckmin não terão o mesmo peso se comparados à escolha de Orlando Morando. "Quem ele apoiar deverá ter uma vantagem considerável na disputa, ainda mais porque o partido dele (PSDB) é alinhado ao perfil do eleitorado de São Bernardo, uma cidade de classe média desenvolvida que carrega características do interior", afirma.

Segundo Corrêa, o deputado Luiz Fernando, do PT, precisará se fazer mais conhecido tendo em vista que Alex Manente também é bastante popular na cidade.

Apesar de ainda faltar pouco mais de um ano para as eleições municipais, a cidade de Olinda já vem mostrando que a disputa pela prefeitura será acirrada, principalmente pelo motivo do atual prefeito do município, Professor Lupércio (SD-PE), ainda não ter batido o martelo sobre quem será seu escolhido para entrar na disputa por sua sucessão.

Além disso, nomes fortes de políticos da oposição vêm manifestando interesse em concorrer ao cargo.  Para o cientista político Arthur Leandro, "a avaliação da gestão de Lupércio certamente influenciará a eleição, mas a disputa ainda é incerta", principalmente pelas estratégias que ainda estão sendo adotadas pelos partidos. 

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 "O prefeito Lupércio, filiado ao Solidariedade, enfrenta o desafio de escolher um sucessor para a próxima eleição em Olinda. Em março de 2023, Lupércio anunciou a chegada de novos secretários e a adesão de partidos como MDB, PSD e UB, ampliando sua base de apoio", disse o especialista ao avaliar as primeiras decisões do prefeito olindense que visam a corrida eleitoral. 

No entanto, o atual vice-prefeito de Olinda, Márcio Botelho (PP-PE), um dos nomes que era ventilado por Lupércio para a disputa, não faz mais parte dos planos do Solidariedade. Em março deste ano, Botelho se filiou ao Partido Progressista, rompendo sua contribuição com o grupo do atual gestor. O ato de filiação, além de marcar o início da pré-candidatura de Márcio à Prefeitura da cidade, confirmou que ele é uma forte figura de oposição dentro do governo municipal. 

Lupércio agora luta para buscar um outro político que seja capaz de manter o Solidariedade por mais 4 anos no cargo máximo da cidade. No momento, a pessoa mais cotada para ser sua candidata é a secretária da Fazenda e Planejamento, Mirella Almeida. 

Um outro forte nome que continua sendo lembrado para suceder o atual prefeito, é o da ex-deputada federal Marília Arraes (SD-PE). Ela vem de duas derrotas consecutivas para o Executivo, e pode surgir como novidade em Olinda. 

 Porém, vale ressaltar que, mesmo com um currículo vitorioso em curto tempo, Lupércio não tem sorte em eleger aliados. Nas eleições de 2018 e 2022, ele tentou emplacar sua esposa, Cláudia Lupércio, na Assembleia Legislativa de Pernambuco (ALEPE), no entanto a primeira-dama perdeu nas duas ocasiões.

"A conjuntura estadual e nacional podem influenciar o resultado final, e a avaliação da gestão de Lupércio certamente terá peso na escolha do eleitorado", afirma Arthur Leandro.

O bolsonarismo de olho na disputa 

Após ser anunciada pelo presidente estadual do Partido Liberal e ex-prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira (PL-PE), como a nova presidente do PL Mulher em Pernambuco, a ex-secretária de Desenvolvimento Econômico de Olinda, Izabel Urquiza (PL-PE), é cotada como o principal nome do bolsonarismo na disputa. A escolha do partido do ex-mandatário Jair Bolsonaro (PL) em firmar o nome de Izabel entre o eleitorado feminino da direita pernambucana é estratégica. Ela foi candidata a vice-governadora do estado na chapa encabeçada por Anderson, nas eleições do ano passado.

Os dois terminaram a corrida em terceiro lugar, atrás da adversária Marília Arraes, e da atual governadora, Raquel Lyra (PSDB-PE). No município, a chapa obteve 26,61% dos votos, sendo a mais votada no primeiro turno. Devido o resultado expressivo entre os eleitores olindenses, Izabel passou a ter seu nome credenciado na disputa eleitoral do município em 2024. 

A atual presidente do PL Mulher é filha da ex-prefeita da cidade, Jacilda Urquiza (UB), que governou Olinda entre 1996 e 2000, pelo PMDB, seu partido na época. Izabel Urquiza também já se candidatou para o executivo municipal, disputando as eleições nos anos de 2012 e 2016, sem sucesso.

A esquerda na corrida eleitoral

Um dos vereadores que mais faz críticas à gestão Lupércio, o petista Vinícius Castello (PT-PE), também é cotado para participar da disputa.

O parlamentar, que se identifica como oposição ao segundo mandato de Lupércio, ganhou notoriedade no carnaval deste ano, quando denunciou para o Ministério Público a ação da Prefeitura do município de proibir a venda de bebidas que não fossem do patrocinador da festa. 

No início deste mês, Vinícius fez um protesto inusitado para pressionar o prefeito, professor Lupércio (Solidariedade) pela entrega da UPA 24 horas do bairro de Rio Doce. Com direito a balões, bolo, vela, chapéu de festa e confetes, o político ao lado dos vereadores Jesuíno Araújo (Cidadania) e Dete Silva (PCdoB) cantou uma paródia de "parabéns para você" com uma letra que lembrava um ano de atraso da entrega da unidade hospitalar. 

Ainda não se sabe como o vereador conseguirá se firmar na disputa, pois além de ter que enfrentar as negociações dentro do Partido dos Trabalhadores, será necessário o apoio de todas as siglas que fazem parte da Federação do partido, que se une ao Partido Verde e Partido Comunista do Brasil. A corrida eleitoral ainda terá muitas novidades até as postulações estarem firmadas, mas o certo é que as peças já começaram a se movimentar e a disputa pelo executivo olindense vai movimentar os diferentes campos político-partidários da cadeira de Lupércio.

O deputado federal Eduardo da Fonte foi reconduzido à presidência do PP de Pernambuco, em Convenção Estadual do Partido Progressista em Pernambuco, realizada nesta segunda-feira (29). No evento que aconteceu na sede do PP, localizado no bairro do Pina, em Recife, Eduardo e o vice-presidente, o deputado federal Lula da Fonte (PP), também anunciaram os nomes dos prefeitos que se filiaram ao partido.

“Hoje é um dia de agradecimento pela nossa recondução como Presidente do PP e de darmos início a uma nova jornada que tem como objetivo eleger o maior número de prefeitos e vereadores nas eleições 2024”, comentou Eduardo da Fonte.

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Durante o encontro, três prefeitos de municípios do estado, se filiaram ao PP: o prefeito de Moreno, Edmilson Cupertino, que era do PSB; o gestor municipal do Cabo de Santo Agostinho, Keko do Armazém, ex Partido Liberal; e o prefeito da cidade de Brejo da Madre de Deus, Roberto Asfora, que também integrava o PL.

“São prefeitos que vêm demonstrando trabalho, dedicação e resultados importantes para Pernambuco. O PP-PE só tem a crescer e a trazer mais conquistas para o povo pernambucano”, afirmou Lula da Fonte.

Eleições de 2024

A expectativa era que Eduardo da Fonte também anunciasse qual seria o rumo da deputada federal Clarissa Tércio (PP) nas eleições municipais do próximo ano. A parlamentar bolsonarista que é investigada pelo Supremo tribunal Federal (STF) por possível apoio aos atos golpistas do 8 de janeiro, é cotada para disputar as prefeituras de Recife ou de Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife.

 

A mais de um ano das eleições municipais, os políticos bolsonaristas de Pernambuco já estão trabalhando estratégias para o pleito do próximo ano. Mesmo com os partidos que compõem a direita pernambucana afirmando que ''ainda é cedo'' para a definição dos nomes que concorrerão às prefeituras, alguns parlamentares se mostram interessados pela disputa, que acontecerá em um ano no qual o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), poderá ser um forte cabo eleitoral.

No Recife, são muitos os cotados para a disputa, porém a expectativa é de que as siglas da direita se unam para definir apenas um nome, e assim, possam ter fôlego em competir contra o atual prefeito da cidade, o jovem João Campos (PSB-PE). Os atores políticos que forem entrar na disputa precisam estar preparados de fato para o embate com João e sua legenda. Isto porque, o Partido Socialista Brasileiro em 2024, completará 12 anos governando a capital pernambucana, e as últimas pesquisas que avaliaram o desempenho da gestão, apontam que o filho do ex-governador Eduardo Campos, tem o trabalho aprovado pela maioria dos recifenses.

Um levantamento feito pelo Paraná Pesquisas, entre os dias 30 de março e 2 de abril de 2023, o psbista detém a aceitação de 66,3% dos eleitores entrevistados, e apenas 28,4% desaprovam a gestão. Uma curiosidade, é que o nível de aprovação é maior do que o do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no município. O líder petista possui 62,6% de aceitação entre os moradores.

Mesmo cientes do atual cenário eleitoral, alguns bolsonaristas do estado, ainda optam pela aproximação com Bolsonaro, e adotam os mesmos posicionamentos políticos do ex-presidente, em busca do capital eleitoral do ex-chefe do Executivo. Sendo assim, assuntos como criminalização ou legalização do aborto, direitos da comunidade LGBTQIAP+, religiosidade e porte de armas, poderão ser comentados com maior frequência pelos parlamentares. Alguém irá querer se destacar e mostrar que é o verdadeiro defensor do ''bolsonarismo raíz''.

Em entrevista ao LeiaJá, o cientista político Arthur Leandro, avalia que a contribuição de Bolsonaro na disputa dependerá do seu futuro na política brasileira, algo que ainda é imprevisível diante das polêmicas envolvendo o seu nome. "Bolsonaro é uma figura que deve enfrentar uma série de percalços e contratempos na política, correndo o risco inclusive de ficar inelegível. Então a gente não sabe exatamente o quanto será interessante estar próximo a Bolsonaro em 2024", afirma.

Pelo nome do ex-mandatário não ser bem avaliado nos municípios pernambucanos, algo que refletiu na sua derrota no estado na última eleição, o estudioso acredita que no Recife, o bolsonarismo não deve ser considerado um ativo decisivo para um candidato da direita conquistar a prefeitura.

O especialista ainda lembrou da participação da Delegada Patrícia (PSDB-PE) na eleição municipal do Recife de 2020 para explicar esse efeito. Na época, a delegada que era filiada ao Podemos, iniciou a disputa como uma forte candidata, porém, sua aproximação com Bolsonaro nos últimos dias que antecederam o primeiro turno, fez alguns de seus eleitores migrarem seus votos para outros candidatos. Bastou Jair Bolsonaro sinalizar apoio à candidatura, que o Cidadania, legenda do vice na chapa da delegada, Léo Salazar (Cidadania-PE), e do ex-deputado federal Daniel Coelho, que foi coordenador da campanha, declarasse afastamento da disputa. Ela terminou a eleição na quarta colocação, com 14,06% dos votos.

Porém, o cientista político considera que a direita recorrerá a outras estratégias para ganhar fôlego na corrida eleitoral, como por exemplo, se apresentar como "anti-João", trazendo duras críticas ao PSB. Dessa forma, o bolsonarismo não seria o protagonista ou assumiria sua identidade na disputa, apenas faria parte de um movimento contrário aos psbistas.

A queda de braço entre Gilson Machado e os irmãos Ferreira

O ex-ministro do turismo da gestão Bolsonaro, Gilson Machado (PL-PE), é um dos cotados pelo Partido Liberal na competição pela prefeitura. Porém, terá dificuldades de emplacar sua candidatura a prefeito do município. Com o comando estadual da sigla nas mãos do ex-prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira (PL-PE), Gilson acabou ficando isolado e precisará disputar a vaga com o irmão de Anderson, o deputado federal André Ferreira (PL-PE), que em 2022, foi o mais votado no estado, obtendo 273.267 votos.

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Créditos: Reprodução/Redes Sociais

Para Arthur Leandro, o deputado estadual Alberto Feitosa (PL-PE) e o ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (União Brasil-PE), também são nomes cotados na corrida eleitoral. Feitosa vem sendo umas das vozes mais ativas do bolsonarismo na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), e em 2020 concorreu à Prefeitura do Recife pelo Partido Social Cristão, porém ficou em quinto lugar, obtendo 1,18% dos votos. Já o Miguel, que é filho do ex-líder da gestão Bolsonaro no Senado, Fernando Bezerra Coelho, foi candidato a governador do estado em 2022, porém não conseguiu ir para o segundo turno. Obteve apenas 18,04% dos votos.

Casal Tércio

Outro nome ventilado na disputa, é o da deputada federal Clarissa Tércio (PP-PE), que é investigada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por possível apoio aos atos golpistas do 8 de janeiro. No início deste ano, o Partido Progressista se mostrou interessado em indicar a parlamentar como candidata. A Filha do pastor da Assembleia de Deus Ministério Novas de Paz, Francisco Tércio, tem uma boa popularidade entre os evangélicos do estado, e isso vem trazendo bons resultados para ela nas urnas. Na eleição de outubro do ano passado, recebeu 240.511 votos, se tornando a primeira mulher mais votada entre os pernambucanos para o cargo.

Clarissa também é cotada para a Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes, por se mostrar interessada em assuntos ligados à cidade. Em março, a parlamentar acionou a Polícia Militar, solicitando reforço dos agentes na 1ª Marcha da Maconha do município, que está marcada para o próximo dia 28 de maio. Ela acredita que a ação policial servirá “para que se apure eventuais condutas criminosas e uso ou tráfico de entorpecentes”.

Créditos: Reprodução/Redes Sociais

A força política da parlamentar também consegue favorecer o seu esposo, Júnior Tércio (PP-PE), que conseguiu ser o deputado estadual mais votado do estado, com mais de 183 mil votos. Nos bastidores políticos do Pernambuco, ele é cotado para a eleição do município de Paulista. O motivo é que a maioria dos requerimentos apresentados pelo parlamentar são para a cidade.

O forte apoio dos evangélicos no estado

O casal Tércio que conseguiu ganhar uma maior visibilidade durante os quatro anos que Bolsonaro esteve no poder, já se envolveu em algumas polêmicas, antes mesmo de entrarem na lista dos parlamentares mais bem votados da história de Pernambuco.

A família evangélica que se assume uma das maiores apoiadoras de Bolsonaro no estado, comanda há mais de 20 anos a emissora de rádio líder de audiência na Região Metropolitana do Recife, Novas de Paz. O conteúdo da rádio que também é transmitido pelo Facebook e Youtube, tem uma programação de 24 horas, e funciona como um canal midiático da igreja cristã.

Em 2020, com o apoio de fundamentalistas evangélicos e alguns parlamentares da extrema direita, Clarissa comandou um grupo de pessoas para impedir o procedimento de aborto legal em uma criança de 10 anos, que foi estuprada por seu tio. O grupo gritava “assassina” ao se referir à menina que veio do estado do Espírito Santo, para realizar a interrupção da gravidez em Pernambuco, no Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam), unidade hospitalar de referência nesse tipo de atendimento.

O casal que está de olho em prefeituras da RMR, já posou para fotos ao lado de conhecidos líderes evangélicos do estado, como por exemplo, o pastor Aílton José Alves, presidente da Assembleia de Deus Pernambuco.

Durante uma visita de Bolsonaro ao Recife na campanha eleitoral do ano passado, Pastor Aílton, ao lado da sua esposa, Judite Alves, declarou apoio à reeleição do ex-presidente, mesmo ciente das polêmicas envolvendo o nome do então gestor no segundo turno. “No dia 30, vote 22. Eu estarei votando também. Vote por Deus, pátria, família, liberdade e pela Igreja do Senhor Jesus”, disse o pastor.

Créditos: Reprodução/Redes Sociais

Bolsonaristas de olho em Olinda e Ipojuca

Em Olinda, a líder do PL Mulher Pernambuco, Izabel Urquiza (PL-PE), poderá disputar a prefeitura. Izabel foi candidata a vice-governadora na chapa encabeçada por Anderson Ferreira nas eleições de 2022. Os dois terminaram em terceiro lugar, atrás da adversária Marília Arraes (Solidariedade), e da atual governadora, Raquel Lyra (PSDB). No município, a chapa bolsonarista obteve 26,61% dos votos, sendo a mais votada no primeiro turno. Devido ao ótimo resultado, Urquiza passou a ter seu nome credenciado para as eleições em Olinda no próximo ano. Porém, é necessário lembrar, que ela já disputou duas vezes a prefeitura, e nas duas ocasiões, perdeu no primeiro turno.

Créditos: Reprodução/Redes Sociais

Outro município que o bolsonarismo quer protagonismo, é Ipojuca. O deputado estadual, Pastor Cleiton Collins (PP-PE), anunciou aos seus aliados que será candidato a prefeito da cidade em 2024. O evangélico ainda afirmou que irá se reunir com o presidente estadual da legenda, o deputado federal Eduardo da Fonte (PP).

Diante da possível saída do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) da disputa municipal no Rio, em 2024, o prefeito Eduardo Paes (PSD) busca se consolidar como único nome do Planalto na campanha pela Prefeitura da capital fluminense. Sem Flávio, Paes avança no jogo eleitoral e o governador Cláudio Castro ganha força no diretório de seu partido, o PL.

A decisão do ex-presidente Jair Bolsonaro de barrar os planos do filho 01 de concorrer à Prefeitura do Rio, no ano que vem, tirou do páreo um dos principais adversários do atual prefeito na busca pelo quarto mandato à frente da capital. Paes aguarda agora a definição do adversário que representará o bolsonarismo na disputa.

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A Coluna do Estadão mostrou que Bolsonaro esteve no Senado nesta quinta-feira, 18, para conversar com o primogênito e convencê-lo de que, politicamente, o melhor é cumprir o atual mandato. Pesquisas em poder do PL indicam que, se a eleição fosse hoje, Flávio perderia para Paes.

Com a saída do filho de Bolsonaro, Paes provavelmente enfrentará um nome do PSOL, que não deve compor sua base de apoio, e um representante do espólio bolsonarista na cidade. A decisão do grupo de Flávio reacende a disputa interna dentro do PL no Estado.

Ativos

Paes conta com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O embarque do PT no governo municipal foi aprovado pelos diretórios municipal e estadual da legenda. Apesar de Paes evitar o início das discussões sobre a campanha de 2024, o aval do partido e de Lula são dois dos principais ativos do prefeito na briga contra um candidato do bolsonarismo, que tem o Rio como berço político.

Aliados de Paes veem a saída de Flávio da disputa como uma oportunidade para o prefeito retomar conversas com Castro, em busca de uma coalizão. As alianças do PL no Estado e a influência do clã Bolsonaro na sigla, no entanto, tornam a parceria improvável.

Pessoas próximas de Jair Bolsonaro também observam que tanto o deputado e ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello quanto o general da reserva Walter Braga Netto podem ampliar antigos problemas, caso o ex-presidente consiga concorrer novamente ao Planalto, em 2026. Braga Netto foi candidato a vice na chapa de Bolsonaro, no ano passado.

Apesar de ter sido o segundo deputado mais votado do Rio, Pazuello está associado à política antivacina do governo Bolsonaro, e Braga Netto fez gestos simpáticos aos acampamentos diante dos quartéis, movimento que antecedeu à tentativa de golpe de 8 de janeiro. São dois temas dos quais o grupo quer se afastar.

Centro-direita

Outro nome que desponta para a eleição à prefeitura do Rio é o do deputado federal Dr. Luizinho (PP). Aliado de Castro, ele é visto como um político capaz de consolidar uma base de centro-direita, com o apoio de União Brasil, Republicanos, PL e MDB - siglas que compõem o primeiro escalão.

O deputado federal bolsonarista Otoni de Paula (MDB-RJ), por sua vez, tenta convencer o partido a apostar em sua candidatura, mas arranjos internos da cúpula do diretório estadual indicam uma composição com a base do governador.

Como mostrou o Estadão, os últimos escândalos de corrupção envolvendo a família Bolsonaro afastaram a possibilidade de uma candidatura de Flávio. Nos últimos dias, o grupo político avaliou vários fatores que levaram a esse diagnóstico.

Na lista estão o impacto das recentes denúncias de fraude no cartão de vacinas do ex-presidente e a retomada das investigações sobre rachadinha no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), o filho "02". Além disso, a possível inelegibilidade de Bolsonaro também vem sendo levada em conta nas avaliações de cenários.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), já definiu seu candidato para disputar as eleições municipais de Belo Horizonte em 2024. Bolsonaro vai apoiar o deputado estadual Bruno Engler (PL-MG) para prefeito. As informações foram confirmadas pela deputado em suas redes sociais nesta terça-feira (2).

Em 2020, Engler disputou a prefeitura do município pelo PRTB, e ficou em segundo lugar, com 9,95% dos votos da capital mineira. Ele foi derrotado por Alexandre Kalil (PSD), que renunciou ao cargo de prefeito para disputar, sem sucesso, o governo do Estado em 2022.

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A expectativa era de que o ex-mandatário apoiasse o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) para a disputa do próximo ano, porém o próprio deputado bolsonarista já confessou apoio para Engler. Ligados a Bolsonaro, os dois parlamentares foram os mais votados em Minas Gerais na última eleição.

Pré-candidato a prefeito da capital pelo PDT, o apresentador da Band José Luiz Datena aparece em um vídeo no qual conversa com o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) e tenta convencê-lo a aceitá-lo como candidato a vice em sua chapa na eleição do ano que vem.

"O PSOL tem o único cara de esquerda capaz de ser o substituto do Lula. O PT não aceita isso e vai querer fazer o Haddad", disse Datena, que foi gravado aparentemente sem saber durante a conversa, que aconteceu na casa de Boulos.

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Em seguida, o jornalista diz: "se você peitar o PT e disser que quer o Datena como candidato a vice... sinto muito. Política é como nuvem. (O PT) vai lançar um candidato próprio e tomar um nabo violento", diz o apresentador.

Procurados, Boulos não quis se manifestar e Datena ainda não havia respondido até a publicação desta matéria. A reportagem apurou que a conversa aconteceu recentemente na casa do deputado do PSOL que reuniu mais gente ligada ao futebol, inclusive o ex-jogador Neto. Boulos tem dito que seu vice será do PT.

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Um dos mais aguerridos defensores do ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, de 47 anos, recebeu 604.918 votos e foi o 4° deputado federal mais votado de São Paulo em 2022. O capital eleitoral o estimula a se movimentar para tentar se cacifar como candidato do campo bolsonarista à Prefeitura em 2024. Os planos, porém, esbarram na relação próxima que seu partido, o PL, mantém com o prefeito Ricardo Nunes (MDB) - que vai disputar a reeleição.

"Por mais que o prefeito queira os votos da direita, ele não tem essa relação com o presidente Bolsonaro. Ricardo Nunes nem sequer apoiou o Bolsonaro no 2° turno", disse ele, nesta entrevista ao Estadão.

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Salles foi ministro entre 2019 e 2021. Sua gestão foi marcada por polêmicas. Em uma reunião ministerial em abril de 2020, ele sugeriu a Bolsonaro que aproveitasse o momento em que atenção da imprensa estava voltada para a pandemia da covid-19 para ir "passando a boiada" na área ambiental, flexibilizando regras. A seguir os principais trechos da entrevista:

O sr. quer ser candidato a prefeito da capital, mas o seu partido, o PL, está na gestão Ricardo Nunes e cogita apoiá-lo. Espera se firmar como representante do bolsonarismo em SP?

Sim, com certeza a minha expectativa é ser o candidato do presidente em São Paulo pelo fato de ter uma ligação com ele e ter sido seu ministro. Por mais que o prefeito queira os votos da direita, ele não tem essa relação com o presidente Bolsonaro. Ricardo Nunes nem sequer apoiou o Bolsonaro no 2° turno.

Essa é a intenção de Nunes? Ele diz que não é de direita...

Ele quer os votos da direita, mas declarou para o Estadão que não será o candidato da direita. Se ele não quer ser o candidato da direita, por que quer os votos dela? Eu sou o candidato da direita. Ricardo Nunes foge dessa posição. O partido dele está na base do Lula e tem ministérios.

No ano passado, Lula e Haddad venceram a eleição na capital paulista. Um nome com perfil moderado teria mais chance nesse campo da direita?

João Doria venceu na capital em 2016 com um discurso bem à direita. Existe esse espaço. Não digo que meu discurso será radical. Ser de direita não é ser radical. Não existe essa correlação. Essa coisa de radicalismo no fundo é usada para desqualificar. Não tem problema nenhum em ter um candidato da direita. São Paulo vive um momento de desordem e caos. Isso abre espaço para uma candidatura de direita que tenha um choque de civilidade como o do Rudolph Giuliani em Nova York em 1993. Aquela regra da lei e ordem, ou da tolerância zero, foi um choque de civilidade. São Paulo está precisando disso. A cidade está um horror, e não é por falta de dinheiro. Tem R$ 30 bilhões em caixa.

Como está sua articulação no PL? O presidente do partido, Valdemar da Costa Neto, esteve recentemente com o prefeito e sinalizou um possível apoio...

Ricardo é o prefeito, por isso tem a máquina a seu favor. O PL tem a Secretaria de Meio Ambiente e duas subprefeituras, do Campo Limpo e Butantã. Há um certo cuidado do Valdemar, e é natural que seja assim, dele tomar qualquer decisão ou dar sinais de que pode não estar com o prefeito. Isso pode implicar na perda do espaço que o partido já tem na Prefeitura.

Se o PL apoiar o Nunes, o sr. pode mudar de partido para disputar a Prefeitura?

Essa é uma discussão que vamos ver. Não estou vendo o PL com o Ricardo. Só há uma chance disso acontecer: se o Ricardo Nunes melhorar muito a ponto de ser viável. Hoje ele não é. O prefeito não é conhecido e tem uma alta taxa de rejeição. A maioria das pessoas não o conhece. E quem o conhece o rejeita.

Conta com apoio de Tarcísio em 2024?

Estive com ele semana passada. A posição dele é ter uma parceria administrativa com o prefeito. É correto que mantenha isso. Mas, se nós mostrarmos viabilidade eleitoral, é óbvio que ele vai preferir ficar com o campo que o elegeu, que foram a direita e os bolsonaristas.

O sr. acha que teria viabilidade fora do PL?

Se o PL ficar com o Ricardo Nunes, a eleição está perdida. O Nunes não ganha do (Guilherme) Boulos. Isso abre espaço para minha candidatura. O presidente (Bolsonaro) não vai apoiar o Ricardo Nunes. Entre ele e eu é óbvio que vai apoiar a mim.

Bolsonaro lhe disse isso?

Nem precisa dizer. O ministro dele era eu. Ricardo Nunes não apoiou Bolsonaro no 2° turno.

A escolha do Boulos como candidato do PSOL com apoio do PT facilita a sua estratégia?

Se tem alguém que é a face invertida dessa moeda sou eu. Para mim é fácil debater com ele. Temos 100% de divergência.

Michelle Bolsonaro terá voo próprio na política?

O capital político é do Bolsonaro. Michelle fez um bom trabalho como primeira-dama, especialmente nos assuntos de voluntariado. Mas ninguém vai fazer nenhum movimento sem que o presidente esteja de acordo ou incentive.

Bolsonaro vai ficar inelegível?

Há claramente uma linha de atuação do TSE que prepara um processo nesta direção de torná-lo inelegível.

Nesse cenário, quem seria o herdeiro (ou herdeira) dele em 2026?

Está cedo para dizer. Tem muita gente no páreo: Michelle, Tarcísio, (Romeu) Zema...

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Antes mesmo de começar a campanha para concorrer à Prefeitura de São Paulo, o apresentador e jornalista José Luiz Datena, da TV Bandeirantes, que tem um acordo fechado com o PDT para concorrer ao cargo, já colocou em dúvida sua candidatura. "Se eu arrumar gente boa para ir, eu vou, se não, não vou", disse na manhã desta quarta-feira (22).

Sempre com um pé dentro da política, mas com uma extensa lista de desistências, o apresentador disse que pode abandonar o projeto pela quinta vez se não concordar com as alianças realizadas pelo seu partido.

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A fala de Datena veio acompanhada de uma crítica a Sergio Moro, ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro. Segundo o apresentador, ele só saiu do União Brasil e migrou para o PSC no ano passado por causa da filiação do ex-juiz na sigla. "Não sou o maior fã do Moro... Aliás, não sou fã nenhum dele. Eu saí do partido por causa dele. Eu não queria que ele fosse pra lá, e ele foi e eu saí imediatamente. Porque eu tenho caráter", declarou.

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