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O plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (14) o regime de urgência para votação do Projeto de Lei 3.723/19, do Poder Executivo, que permite a concessão, por decreto presidencial, de porte de armas de fogo para novas categorias, além das previstas no Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826/03). A proposta ainda não tem data para ser apreciada.

Atualmente, o porte só é permitido para as categorias descritas no Estatuto do Desarmamento, como militares das Forças Armadas, policiais e guardas prisionais. O pedido de urgência estava previsto para ser analisado na sessão de ontem (13), no entanto, um acordo para viabilizar a votação da MP de Liberdade Econômica fez com que o governo retirasse o pedido de urgência. Com a aprovação do texto-base da MP, o pedido de urgência da matéria voltou à pauta da Câmara.

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Neste momento, o plenário vota o Projeto de Lei 7.596/17,  que define os crimes de abuso de autoridade. O texto engloba atos cometidos por servidores públicos e membros dos três Poderes da República, do Ministério Público, dos tribunais e conselhos de contas e das Forças Armadas.

Aprovado no Senado em junho, o texto prevê a criação do crime de caixa 2, de compra de votos e o aumento de pena para o crime de corrupção, tornando a prática hedionda em alguns casos. Atualmente considerada crime eleitoral e não penal, com penalidade inferior à aplicada a outros crimes e passível de prescrição no prazo de um mandato, a prática de caixa 2 em campanha eleitoral poderá ser tipificada como crime.

 

As áreas técnicas da Câmara dos Deputados e do Senado divulgaram hoje (10) pareceres contrários ao decreto que altera regras sobre aquisição, cadastro, registro, posse, porte e comercialização de armas de fogo no país.

A norma foi assinada pelo presidente Jair Bolsonaro na última terça-feira (7). De acordo com estudo elaborado pelo Senado, o decreto contraria o que estabelece a legislação atual, o Estatuto do Desarmamento, aprovado em 2003.

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“O decreto pode contemplar qualquer pessoa, entidade ou categoria, presumindo, de forma absoluta, que ela necessitaria do porte de arma de fogo para o exercício da sua atividade profissional ou para a defesa da sua integridade física”, aponta o estudo, elaborado a pedido dos senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Fabiano Contarato (Rede-ES).

Segundo o parecer, a lei atual prevê que “agentes operacionais do sistema penitenciário” tenham o porte e não todo e qualquer funcionário do sistema órgão, como estabeleceu o decreto: “Vê-se então, claramente, que o decreto é, nesses pontos, exorbitante, ampliando os servidores habilitados a portar arma naqueles órgãos”, assinala o documento.

Pela nota técnica, o decreto também teria extrapolado o poder regulamentar ao conceder o porte de arma de fogo geral e irrestrito a colecionadores e caçadores, presumindo, de forma absoluta, que tais categorias cumprem o requisito de “efetiva necessidade” do Estatuto do Desarmamento.

“É importante salientar que a concessão do porte de arma de fogo a várias dessas categorias, como por exemplo o oficial de Justiça e o agente de trânsito, são objeto de proposições legislativas que estão tramitando há vários anos no Congresso Nacional. Assim, enquanto não são autorizadas, por lei, a obterem o porte de arma de fogo, todas elas deveriam, nos termos do art. 10 do Estatuto do Desarmamento, obter autorização para o porte de arma de fogo de uso permitido junto a Polícia Federal, devendo comprovar, dentre outros requisitos, ‘a sua efetiva necessidade por exercício de atividade profissional de risco ou de ameaça à sua integridade física’”, diz a nota.

Câmara

Em documento elaborado a pedido do presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), técnicos apontam ilegalidades no decreto. Pela análise, técnicos dizem que o decreto não pode se sobrepor ao que diz o Estatuto do Desarmamento.

"A lei [Estatuto do Desarmamento] não permite que norma infraconstitucional estabeleça presunção absoluta ou relativa de cumprimento desse requisito. A lei é clara no sentido de que deve haver demonstração efetiva da necessidade do porte, devendo cada caso concreto ser analisado pelo órgão competente."

Ontem (9), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já havia informado que o estudo identificou "algumas inconstitucionalidades" e que estava dialogando com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, para negociar a possível retirada de trechos que poderiam ser considerados “invasão da competência do Legislativo”.

Também nesta quinta-feira, em uma live transmitida pelo Facebook, o presidente Jair Bolsonaro afirmou ter ido “no limite da lei” ao assinar o decreto que regulamenta a posse, o porte e a comercialização de armas e munições para caçadores, atiradores esportivos e colecionadores, os chamados CACs.

A questão dos CACs demorou um pouco sim. Não é fácil, em um decreto, fazer justiça de forma rápida. Você consulta a questão jurídica, vai ao Ministério da Defesa, da Ministério da Justiça, ouve atiradores, ouve gente do povo. E no limite da lei regulamentamos o que pudemos”. afirmou o presidente.

 

Instituído em dezembro de 2003, o Estatuto do Desarmamento, da forma como é hoje, pode estar com os dias contados a partir do próximo ano, quando Jair Bolsonaro se tornará presidente do Brasil. A lei federal 10.826 restringe a venda e o porte de armas no país. Bolsonaro, por diversas vezes, já falou em revogação do estatuto. Entenda abaixo um pouco mais sobre a lei, posse e porte de arma de fogo e como poderá funcionar a partir do próximo ano.

Como é a posse e o porte de arma

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A posse de arma de fogo significa que o proprietário pode manter a arma na residência ou local de trabalho em que é responsável legal. Ela é permitida através do Estatuto do Desarmamento dentro de algumas condições. É preciso ter no mínimo 25 anos de idade, ter ocupação lícita e residência fixa, não ter sido condenado ou responder a inquérito ou processo criminal, comprovar aptidão técnica e psicológica e declarar a efetiva necessidade de possuir uma arma.

É a Polícia Federal quem avalia a necessidade da posse da arma. Por ser uma questão mais subjetiva, pode apresentar maior ou menor rigor dependendo da região. Colecionadores, atiradores e caçadores fazem o registro através do Exército.

Já o porte quer dizer que a pessoa pode transportar e carregar a arma consigo. O porte é proibido ao cidadão, exceto se for integrante das Forças Armadas, polícia, Força Nacional de Segurança Pública, guarda, agências e departamentos de segurança, segurança privada e outros. Deverá haver demonstração de necessidade do porte e comprovação de aptidão.

Como poderá ser

Em seus discursos, Bolsonaro defende principalmente mudança drástica na posse de arma de fogo, retirando a declaração de efetiva necessidade. “Posse da arma de fogo: 21 anos de idade e alguns pré-requisitos, exame psicológico, exame de manuseio e residência. Não precisa mais do que isso”, disse ele quando ainda candidato em uma entrevista na Rede TV. Para a Record, o capitão também disse: "Efetiva necessidade está comprovada pelo estado de violência que vive o Brasil". Além disso, o presidente eleito quer abolir a obrigatoriedade de renovação do registro a cada três anos, o que ele chama de “IPVA das armas”.

Sobre o porte, Jair comentou: "O porte não pode ser tão rígido como é o que temos no momento. Eu, como capitão do Exército, tenho que penar de quatro em quatro anos, para ter o porte de arma de fogo, imagina o cidadão de bem".

Aliado a isso, Bolsonaro defende o excludente de ilicitude, dispositivo presente no Código Penal, que trata da exceção para uma pessoa cometer um ato proibido, como roubar e matar. Por exemplo, se um policial está recebendo tiros de uma quadrilha, atira e mata um criminoso, ele responde pelo homicídio mas pode recorrer ao excludente de ilicitude para ser absolvido.

No plano de governo de Bolsonaro, há as seguintes frases: “Policiais precisam ter certeza que, no exercício de sua atividade profissional, serão protegidos por uma retaguarda jurídica. Garantida pelo Estado, através do excludente de ilicitude. Nós brasileiros precisamos garantir e reconhecer que a vida de um policial vale muito e seu trabalho será lembrado por todos nós! Pela Nação Brasileira!” e “Reformular o Estatuto do Desarmamento para garantir o direito do cidadão à LEGÍTIMA DEFESA sua, de seus familiares, de sua propriedade e a de terceiros!”.

O capitão do Exército costuma usar como exemplo um caminhoneiro que percebe que está tendo o estepe roubado e mata o ladrão ou um fazendeiro que vê sua terra sendo invadida pelo Movimento Sem Terra (MST). Para o político, a pessoa deve responder pelo homicídio, mas não condenada.

Bolsonaro precisará contar com o Congresso para que as mudanças sejam aprovadas. Especialistas apontam, entretanto, que ele pode flexibilizar a posse sem ajuda do Congresso. É que o estatuto fala em "declarar a efetiva necessidade" da arma, mas a exigência de comprovação foi regulamentada através do decreto 5.123/04. O decreto poderia ser modificado pelo presidente. O mesmo não vale para o porte, pois já na lei é exigida a demonstração de necessidade.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL), o terceiro filho do presidente eleito, na palestra que ficou conhecida no período eleitoral por causa da declaração de que para fechar o Supremo Tribunal Federal (STF) bastava um cabo e um soldado manifestou a seguinte opinião: “Pra mim efetiva necessidade é o quê? Um país onde tem 60 mil homicídios por ano, todas as pessoas têm a efetiva necessidade de andar armado. Opinião minha. Está certo ou está errado? Não sei, podemos discutir. Mas o presidente pode redigir um texto regulamentando o que é efetiva necessidade. E se ele fizer conforme eu falei, está feito, é lei. O porte dá para fazer basicamente a mesma coisa também, mas aí não seria para todo mundo, seria por categorias. O presidente pode colocar acho que até vigilante, alguma coisa assim, como as categorias... Pode facilitar muito o porte. E a posse dá para abrir geral”

Projeto

Em estágio mais avançado de tramitação, está o projeto de lei (PL) 3722/2012 do deputado Rogério Peninha Mendonça (MDB), que propõe, na prática, a revogação do estatuto. O texto está pronto para ser votado e, se não for ao final da atual legislatura, será arquivado. O político já declarou que trará a matéria novamente em 2019, devido à intenção do atual relator em apresentar um substitutivo e por acreditar que a próxima legislatura terá um perfil mais conservador.  

O projeto precisa ser aprovado por maioria simples na Câmara. Caso o texto passe sem alteração no Senado, segue para sanção do presidente. Ao longo da tramitação em comissões, o projeto original sofreu várias mudanças. Para trazer novamente a revogação do estatuto para a Câmara, Peninha pretende se reunir com parlamentares e especialistas. “Não é possível dizer em detalhes como ficará a matéria, mas ela se parecerá muito mais com a original do que com o substitutivo apresentado na comissão”, explicou em entrevista ao jornal alemão Deutsche Welle.

No senado, há o Projeto de Decreto Legislativo (PDS) 175/2017, de autoria do senador Wilder Morais (DEM). A matéria propõe uma consulta popular sobre as seguintes questões: se a população rural com bons antecedentes deve ter o porte de arma assegurado; se o Estatuto do Desarmamento deve ser revogado e substituído por uma nova lei que assegure o porte de armas de fogo a qualquer cidadão que preencher os requisitos; e se o Estatuto do Desarmamento deve ser revogado e substituído por uma lei que assegure a posse — e não o porte — de armas de fogo a qualquer cidadão preencher os requisitos. Wilder, do estado de Goiás, não foi reeleito em 2018.

Argumentos

Para o professor de direito penal da UNINABUCO Glebson Bezerra, o Estatuto do Desarmamento deveria endurecer ao invés de ser flexibilizado. "Ele precisa ser mudado, mas flexibilizar não é a solução. Em uma sociedade onde tudo é resolvido na base do grito, não é saudável armar a população. É preciso requisitos mais objetivos e mais duros, para que possamos implantar uma sociedade equânime. Associado com políticas públicas, o estatuto é válido se levado ao pé da letra", salientou ao LeiaJá.

Bezerra acredita que a medida de revogação da lei é seletiva. "Essa posse e esse porte visam dar garantias a quem tem dinheiro. A gente sabe que uma arma hoje não é barata. Nem todo mundo tem R$ 10 mil, R$ 12 mil para comparar uma arma. Defender a propriedade é papel do Estado", complementa.

Uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) de 2013 apresentou que, sem o estatuto, a taxa de homicídios no Brasil seria 12,6% maior. O mesmo estudo apontou que, em média, a cada ponto percentual a mais no número de armas de fogo em uma cidade, a taxa de homicídios chega a aumentar dois pontos percentuais.

Números mostram também que nos nove anos anteriores ao Estatuto do Desarmamento, de 1995 a 2003, a taxa de assassinatos aumentou 21,4%. Nos nove anos seguintes, até 2012, a taxa cresceu 0,3%.  Segundo o artigo "Um tiro que não saiu pela culatra", do cientista social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro Glaucio Soares e do economista do Ipea Daniel Cerqueira, a arma pode fazer com que quem a porte se sinta mais seguro, mas não repele bandidos, ao contrário, atiçaria a cobiça pelo objeto. Levantamento do Ministério Público de São Paulo (MPSP) e Instituto Sou da Paz, de 2015, constatou que quatro em cada dez armas usadas para crime tinham registro, ou seja, foram compradas legalmente e acabaram nas mãos de criminosos. Em 1999, levantamento da Secretaria de Segurança de São Paulo e  Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCRIM) identificou que uma vítima armada tem 56% mais chance de ser assassinada.

Dados da Polícia Federal revelam que, entre 2004 e 2017, foram vendidas 805.949 armas de fogo no Brasil de forma legal, enquanto no mesmo período foram entregues voluntariamente 704.319 armas. Para o Instituto Sou da Paz, que requereu os dados através da Lei de Acesso à Informação, o resultado derrubaria o argumento de que o desarmamento tirou a 'arma do cidadão de bem'.

O Movimento Viva Brasil (MVB) é um dos mais conhecidos no combate às políticas desarmamentistas. Em seu site, o grupo diz defender a premissa de que a população brasileira deve ter preservada a liberdade individual de opção pela posse legal e responsável de armas de fogo, "compreendidas como elemento necessário ao exercício eficaz do direito à legítima defesa". Para o movimento, nenhuma campanha de desarmamento da população contribui para redução da criminalidade. "Tais ações, como se tem demonstrado, são fulcradas em questões subjetivas, números manipulados e visam somente o convencimento do cidadão honesto em abrir mão de um direito individual hoje garantido por lei e referendado pelo povo brasileiro na consulta popular realizada em 2005", diz o texto, fazendo menção ao referendo de 2005, em que 63,94% (votos válidos) da população votou a favor da comercialização de armas e munição. O MVB acrescenta sobre a lei: "Uma lei elitista e discriminatória, uma vez que impõe custos e trâmites burocráticos capazes de tornar a compra de uma arma de fogo praticamente impossível, sobretudo para a parcela da população mais desfavorecida economicamente".

Na volta das atividades parlamentares após o segundo turno das eleições, possíveis mudanças no Estatuto do Desarmamento, uma das propostas do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), podem voltar à pauta da Câmara dos Deputados ainda neste ano.

O coordenador da Frente Parlamentar da Segurança Pública, deputado Alberto Fraga (DEM-DF), disse hoje (30) que as alterações no estatuto, em vigor desde 2003, podem ser analisadas ainda em novembro. Segundo ele, não há chance de revogação da lei.

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O estatuto prevê que a pessoa declare a efetiva necessidade da arma, mas este requisito será suprimido. “Por ser muito subjetivo, estamos suprimindo do texto do estatuto o requisito que diz que precisa comprovar necessidade para o uso da arma”, disse Fraga.

Segundo o deputado, os outros requisitos para a posse e porte de arma deverão ser mantidos, como a exigência de não ter antecedentes criminais, comprovação de curso de tiro e exame psicotécnico e ter, no mínimo, 25 anos de idade para a compra de armas. Ontem, no entanto, em entrevista a emissora Record, Jair Bolsonaro falou em diminuir a idade mínima para compra de arma para 21 anos.

A tramitação da votação em plenário ainda pode ter alterações com a apresentação de substitutivos. Fraga informou que irá apresentar emenda para o que chamou de “porte rural”. “Para o morador do campo ter direito de portar uma arma nos limites da sua propriedade. Saiu dos limites, é porte ilegal de armas”, disse.

O presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já sinalizou que o debate sobre o projeto que flexibiliza o estatuto pode ser levado a plenário ainda este ano.

A "bancada da bala" no Congresso Nacional recebeu a promessa do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM), de que o projeto que modifica o Estatuto do Desarmamento irá a votação ainda este ano. Maia se encontrou com parlamentares na manhã desta terça-feira, 23, em um hotel na Barra da Tijuca, horas antes de os deputados visitarem o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) para prestar apoio.

A intenção de levar o projeto à votação da Câmara ainda este ano foi revelada pela Coluna do Estadão nesta terça. Chamada de "flexibilização" pelos parlamentares, a proposta prevê o fim da necessidade de autorização de um delegado da Polícia Federal para que o cidadão tenha direito à posse de arma, e quer permitir ainda que o morador do campo possa circular dentro dos limites de sua propriedade portando uma arma.

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"(Hoje) chega eu e você lá. Qual é a sua necessidade? 'Ah, eu quero uma arma porque eu moro na fazenda.' O delegado concede pra você. Aí eu chego lá e digo 'eu quero uma arma porque eu transporto valores', o delegado olha pra mim e diz 'olha, isso não tem necessidade'. É o delegado quem está decidindo! Isso nós temos que tirar. Esse poder discricionário do delegado tem que ser subtraído da lei", explicou o deputado federal Alberto Fraga (DEM-DF), líder da Frente Parlamentar de Segurança Pública.

"O escopo da lei tem que ser cumprir os requisitos, que é (não ter) antecedentes criminais, fazer o psicotécnico e ter curso de tiro. Esse é o básico. Se você cumprir esses requisitos, a lei diz que você tem direito a comprar uma arma e ter dentro da sua casa", sustentou. Segundo Fraga, o assunto foi debatido com Rodrigo Maia pela manhã. "Ele aceitou, e vai pautar."

Alberto Fraga rechaçou que a proposta seja revogar o Estatuto do Desarmamento. Ele disse que se trata de uma "flexibilização" e que a intenção não é simplesmente armar o cidadão. "Hoje a lei prevê (posse de até) seis armas, vamos reduzir para três. Não há esse ânimo de querer armar o cidadão brasileiro", afirmou.

Outra mudança da lei seria destinada ao morador do campo. "Estamos querendo votar o porte de arma rural. O cidadão do campo tem direito a ter uma arma nos limites da sua propriedade, ou seja, dentro da sua fazenda ele pode andar com uma arma na cintura. Saiu da propriedade, é porte ilegal de arma. Isso tem um clamor muito grande do campo. O campo é desprovido do 190 (telefone da Polícia Militar), não tem atenção da polícia como a área urbana tem", disse Fraga.

O parlamentar insistiu que a intenção de levar o projeto à votação é anterior à eleição. Segundo ele, "três a quatro projetos de grande importância" irão à votação ainda este ano.

Líder da oposição no Senado, Humberto Costa (PT-PE) disparou contra os aliados do governo do presidente Michel Temer (MDB) que defendem a revogação do Estatuto do Desarmamento em um período em que o país tenta conter a violência e restaurar a segurança pública. Para o petista, armar a população não é uma solução viável para garantir a redução da violência e do crime.

“A quantidade de projetos no Congresso que dá direito de posse de arma a diferentes segmentos é enorme. Dar armas para as pessoas não resolve o problema e o governo já deveria saber disso”, salientou o petista, durante a sessão temática para debater segurança pública nessa terça-feira (6). 

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Humberto também questionou a eficácia da intervenção federal no Rio de Janeiro, como o governo pensa em acabar com a corrupção policial sistêmica no Estado e de onde sairá a verba para custear as ações no estado carioca. 

“O governo não tem condições de fazer políticas de segurança pública e social sem dinheiro no orçamento. O Palácio do Planalto foi responsável pela aprovação da PEC do congelamento de gastos aqui. Então, como os senhores pretendem executar ações em áreas tão sensíveis à sociedade com esse engessamento da verba produzido pelo próprio Poder Executivo e seus aliados no Congresso?”, perguntou.  

O senador avalia que dificilmente a missão conseguirá eliminar o "vírus da corrupção" da estrutura policial e evitar que esse mesmo vírus contamine as tropas federais que lá estão. “Em outros países, houve esse problema”, alertou.

A Câmara dos Deputados manteve a decisão de veto sobre o projeto que autorizava o uso de armas de fogo por agentes de trânsito de todo o país. A proposta modificava o estatuto do desarmamento e foi comemorada pelos agentes de trânsito que compareceram à sessão do Senado em que os parlamentares votaram o projeto. O texto original é de autoria do ex-deputado federal Tadeu Filipelli (PMDB-DF), foi elaborado em 2015 e aprovado pelo Senado em setembro desse ano.

O Projeto de Lei (PL) foi vetado pelo presidente Michel Temer um mês após a aprovação depois de ouvir o Ministério da Justiça e Segurança Pública, a Casa Civil e constatar que a proposta fere o Estatuto do Desarmamento. De acordo com esses órgãos, os agentes de trânsito não são definidos como força policial e, caso seja necessário, as forças de segurança pública deverão apoiar ações de fiscalização e policiamento do trânsito.

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Com isso, parlamentares que apoiam a iniciativa (de prover armas aos agentes de trânsito) tentam restabelecer o PL e angariar os votos necessários para aprovação do texto na Câmara novamente.

Um plebiscito para consultar a população sobre a revogação do Estatuto do Desarmamento pode ser realizado no país, caso um projeto apresentado pelo senador Wilder Morais (PP-GO) seja aprovado pelo Congresso Nacional. Em 2003, a lei limitou a comercialização e o porte de armas de fogo. Apesar de a população ter rejeitado, em referendo, a proibição da comercialização de armas de fogo e munição em território nacional, as demais regras restritivas do Estatuto continuam valendo. 

A proposta será analisada pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). O site do Senado abriu uma consulta pública para aferir a opinião dos internautas sobre o assunto nesta segunda-feira (11). Até o início da tarde, 2.264 pessoas votaram a favor da aprovação do texto. Apenas 234 pessoas se colocaram contra a matéria.

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Na proposta, o parlamentar sugere que a população seja consultada sobre três questões: se a população rural com bons antecedentes deve ter o porte de arma assegurado; se o Estatuto do Desarmamento deve ser revogado e substituído por uma nova lei que assegure o porte de armas de fogo a qualquer cidadão preencher os requisitos; e se o Estatuto do Desarmamento deve ser revogado e substituído por uma lei que assegure a posse — e não o porte — de armas de fogo a qualquer cidadão preencher os requisitos. 

Ter a posse de uma arma de fogo significa a possibilidade de manter uma arma em casa ou no trabalho. Já o porte garante o direito de andar na rua com a arma. Atualmente, a pena prevista para a posse irregular de arma de uso permitido vai de um a três anos com multa, enquanto a pena para a posse ilegal desse tipo de arma varia de dois a quatro anos, também com multa. As penas para a posse e o porte de armas de uso restrito (usadas pela Polícia e pelas Forças Armadas) são maiores e chegam a seis anos.

Para o senador, a lei atual garante segurança aos criminosos, que continuam "trabalhando" armados, mas não à população, que vive angustiada.  "As pessoas não podem ficar reféns do crime. Não podem se trancafiar cada vez mais, enquanto os criminosos andam e cometem crimes em plena luz do dia", afirmou Wilder Morais.

De passagem pelo Recife nesta segunda-feira (23), o ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso (PT), defendeu a criação de um pacto nacional pela redução dos homicídios no país. De acordo com ele, a proposta está sendo articulada com os Estados e deve copiar alguns eixos do Pacto Pela Vida, criado em Pernambuco pelo governo Eduardo Campos. 

“Estamos discutindo com os estados e trabalhando a ideia, inclusive pegando elementos desenvolvidos no Pacto Pela Vida, para unificar uma ação de redução dos homicídios”, disse o auxiliar da presidente Dilma Rousseff (PT), depois de um ato contra a flexibilização do Estatuto do Desarmamento promovido pelo Governo de Pernambuco. “O objetivo é que possamos reduzir 5% ao ano para chegarmos a patamares que sejam bons e internacionalmente amparados nos índices desejados”, acrescentou. 

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Indagado sobre como este projeto será sistematizado pelo Governo Federal, o ministro detalhou que seria com “um conjunto de boas práticas”, reforçando “a investigação criminal e o policiamento preventivo”. “[Será sistematizado] A partir de todo um conjunto de iniciativas que devem ser desenvolvidos nacionalmente, com unificação dos governos e dos políticos. Tudo isso, claro, casado com políticas sociais”, afirmou.

No tocante da revogação do Estatuto, Eduardo Cardoso pontuou que uma possível aprovação só aumentaria a violência no país e seria uma derrota da sociedade. “Seria um retrocesso que para o mundo todo ficaria evidenciado. Todos os estudos apontam que temos de restringir as armas e você vai liberar? Qual a necessidade disso? Nós temos clareza que temos que reduzir a violência e as mortes”, observou. “Temos que mostrar para cada cidadão brasileiro que arma é instrumento de ataque e não de defesa”, completou.

Reunindo forças contrárias à flexibilização do Estatuto do Desarmamento, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara, liderou um ato, nesta segunda-feira (23), para pressionar a reprovação do Projeto de Lei 3722/12 que versa sobre o assunto e está pronto para entrar na pauta de votação do plenário da Câmara dos Deputados a qualquer momento. A mobilização- que aconteceu no Palácio do Campo das Princesas, no Recife - foi endossada por diversas autoridades nacionais, entre elas, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso (PT).

Observando o Estatuto como uma conquista da sociedade durante os últimos 30 anos, Paulo Câmara destacou a importância das forças políticas e sociais marcharem juntas pela “manutenção das conquistas”. “O Estatuto do Desarmamento fez com que os estados e municípios tivessem condições de enfrentar, com mais base, o desafio da violência pública. Sou testemunha de um esforço que Pernambuco fez nos últimos anos [para reduzir a violência]. Tivemos êxito, nos últimos nove anos, apesar dos anos de 2014 e 2015 que não têm sido satisfatórios nesta redução”, reconheceu.  

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Criticando a atual conjuntura política nacional, o governador observou a necessidade de reafirmar as políticas públicas e ampliar o diálogo entre os poderes "contra essa lei maluca". “É um momento para ter disposição ao diálogo, à transparência e ao trabalho. Isso vale para a segurança pública e todas as áreas que enfrentamos dificuldades. Pernambuco não vai abrir mão de buscar o diálogo, de propor alternativas e avançar nas políticas públicas”, garantiu Paulo Câmara que também é vice-presidente nacional do PSB. 

Sob a ótica do presidente do Senado, dizer que a flexibilização reduz a violência no país “é uma falácia, um engodo e uma mentira”. “O cidadão de bem armado será sempre surpreendido pelo bandido. Ela agrava a perspectiva dele ser a vítima”, asseverou Calheiros. Segundo dados repassados pelo peemedebista, atualmente a cada uma hora cinco brasileiros morrem e com a flexibilização a tendência é que esse número aumente e não reduza.  Renan deixou claro que no Senado, ele vai tentar barrar o projeto. “A sociedade não vai de forma nenhuma permitir que isso [a aprovação] aconteça”, completou. 

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Defensor ferrenho da manutenção do Estatuto do Desarmamento, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, destacou que a proposta de flexibilização é uma “insanidade”. Durante seu discurso, o representante do Governo Federal contou que na última semana foi interpelado por ministros da Justiça de outros países que compõem a OEA sobre o assunto e disse que não acreditava na aprovação “desse retrocesso”. 

“A força humanística do Brasil é mais forte do que o retrocesso. Neste ato vejo que não errei na resposta dada aos ministros. Estão aqui agentes de vários partidos, pessoas que muitas vezes se digladiam nas trincheiras políticas, mas quando toca o som da luta por valores maiores sabem estar juntos”, observou. “Esta é a chance que temos de dialogar contra a insanidade. Armas não são instrumentos de defesa, mas de ataque em qualquer circunstância”, acrescentou. 

Referência no país quando o tocante é segurança, o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Beltrame, declarou que a revogação de algumas medidas do Estatuto é irracional. “Particularmente não consigo entender o motivo racional para aprovar isso. O cidadão de bem tem vergonha de andar armado, então vamos nos canalizar para melhorar a segurança do país inteiro. Temos que desarmar as pessoas”, argumentou o secretário. Ele fez questão de parabenizar o Estado pela iniciativa de tratar de um assunto tão delicado quanto à revogação do Estatuto.  

O PL 3722/12 permite, entre outras coisas, a redução de 25 para 21 anos da idade mínima para que um cidadão possa comprar armas. Pela proposta já aprovada nas comissões da Câmara, deputados e senadores poderão andar armados e pessoas que respondem a inquérito policial ou processo criminal também poderão ter posse e porte de arma de fogo.

Ainda não há previsão se o texto será votado pelo plenário da Câmara neste ano. "Isso está nas mãos do presidente Eduardo Cunha", informou o deputado federal Raul Jungmann (PPS). Um dos parlamentares pernambucanos que tem defendido da manutenção do Estatuto, Jungmann pontuou ainda que a flexibilização é impulsionada pela industria bélica brasileira, segunda maior do Hemisfério Sul. "A industria bélica financia esse propósito, visando apenas desregulamentação do mercado. Essa desregulamentação pode aumentar os lucros, mas vai aumentar também as mortes", alertou.

 

Na próxima segunda-feira (23), Pernambuco será palco de um ato em apoio ao Estatuto do Desarmamento. A mobilização, que acontecerá no Palácio do Campo das Princesas, às 10h, pretende endossar a posição contrária do Estado em relação ao Projeto de Lei Nº 3722/2012, que altera as regras de acesso, porte e posse de armas de fogo em todo o território nacional. 

O tema está em discussão no Congresso Nacional e foi aprovado no final do mês passado pela Comissão Especial responsável pela sua análise. O ato será comandado pelo governador Paulo Câmara (PSB) e são esperadas a participação do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), do ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, e da secretária nacional de Segurança Pública, Regina Miki. 

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Além deles, foram convidados os demais governadores do Nordeste e as bancadas federal e estadual de Pernambuco. Também devem marcar presença representantes de organizações sociais como a Rede Desarma Brasil, o Movimento Vida em Paz e Associação Nacional de Praças Policiais e Bombeiros Militares.

A passagem do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) pelo Recife, nesta sexta-feira (6), foi marcada por polêmicas. Convidado para debater sobre a revogação do Estatuto do Desarmamento na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) pelo deputado estadual Joel da Harpa (PROS), o assunto da audiência pública que contou com a presença do parlamentar fluminense passou longe disso e se transformou em palco para a defesa dos ideais políticos pregados pelo deputado.

Tratado como pop-star por movimentos como o Direita Pernambuco, Bolsonaro aproveitou a passagem pelo Estado para defender a reforma política, a legalização do porte de armas, a abertura do Estado para as formas de regimento militar, o fim da política de gênero e o impeachment da presidente Dilma Rousseff. 

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"Nós tiraremos o PT, se não antes, em 2018. Mas temos que aprovar a reforma política. É preciso que tenha uma cédula para o voto escrito ao lado da urna. Se não for assim, o PT vai conquistar a reeleição fraudando os votos", observou. "O caminho da esperança e da liberdade estará seriamente golpeado, caso isso não aconteça", acrescentou.

>>Em evento com Bolsonaro, deputado do PSOL é vaiado

Apesar das galerias da Alepe estarem cheias de militares e membros do Exército, o parlamentar também foi encarado como "facista" pelos que condenam seus discursos. Ao deixar a Casa, ele foi surpreendido por um grupo com cerca de 30 militantes que carregava cartazes e diparava palavras como "homofóbico", "machista" e "fora Bolsonaro". Ovos também foram atirados em direção a Jair Bolsonaro, mas ele não foi atingido. Seus apoiadores o defenderam e levaram a discussão contra os militantes da União da Juventude Socialista (UJS), dos partidos dos Trabalhadores (PT) e Socialismo e Liberdade (PSOL) e, até mesmo, policiais civis e militares para as ruas.

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Candidato em 2018

Em coletiva a imprensa, antes da audiência, Bolsonaro afirmou que pretende ser candidato à presidência da República em 2018 e para isso deve deixar o Partido Progressista, da base da presidente Dilma, para ingressar no PSC. 

“Não devo obediência a partido nenhum. O PSC está analisando até onde eu posso ajudar o partido. Assim eu acho que deve ser feita a política, pois tem coisas que não negócio. Jamais eu faria uma possível campanha, eu não posso falar que estou em campanha porque eu serei multado pelo TRE, mas espero ser uma missão para 2018″, afirmou. Apesar da convicção de que deverá entrar no pleito, o parlamentar disse que não fará isso se for para ser “um candidato como outro qualquer”. “Ou chega-se, no meu entender, com independência, ou eu vou cuidar da minha vida”, acrescentou.

Indagado sobre a postura do vice-líder do governo, deputado Silvio Costa (PSC), que encontrará no partido, Bolsonaro foi direto. “Sou daquela linha, os incomodados que se retirem. Dentro do PSC ele é uma ovelha negra. Ele não é problema para mim”, disse. 

Eleito em 2014 com a maior votação para deputado federal pelo Rio de Janeiro, o parlamentar considera ter um “mandato vitalício” no seu estado, mas deixou clara a pretensão de “trocar isso pela possibilidade de, por ocasião de debate, mostrar ao povo brasileiro que o Brasil é muito maior que Pronatec e Bolsa Família”.

Além de reforçar a postulação, o fluminense aproveitou o momento para criticar a conjuntura nacional política e dizer que a crise vigente é resultado da má administração do PT e da forma como se deixou “saquear” a Petrobras.  O deputado argumentou que os pernambucanos “não podem ter Lula como exemplo” e chamou o ex-presidente de “mentiroso de carteirinha”. 

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Com relação a presidente Dilma, a avaliação do progressista manteve a linha dura. Ele chegou a dizer que preferia o ex-traficante e um dos fundadores do Comando Vermelho, Fernandinho Beira-Mar, à presidente da República. “Eu prefiro Fernandinho Beira-Mar do que Dilma Rousseff. Eu explico: o Beira-Mar mexe com o quê? Com drogas. Ou mexia. O PT, ao se associar a Farc, inclusive o Lula há poucos anos disse lá fora, aconselhando as Farc a formarem um partido político e fazerem o que fizeram no Brasil criando o PT. O PT veio de grupos terroristas formados no passado”, acusou.

Conhecido por suas posturas favoráveis ao período da Ditadura Militar (1964-1985), Bolsonaro se mostrou saudoso a época e condenou a onda de violência vivida atualmente no país. "Na época do Regime Militar, você comprava armas na Mesbla (loja de departamento falida) e não tinha a violência que tinha hoje”, cravou.

O parlamentar também aproveitou o momento para se colocar contra a política de gênero. "Eu não sou contra os homossexuais. Sou contra o Kit Gay. Hoje o governo brasileiro está preocupado com quem as crianças vão ficar, enquanto no Japão as crianças resolvem operações matemáticas complexas", disse. "Se eu for presidente, meu ministro será um general que tenha comandado uma escola militar", acrescentou. 

Durante a coletiva, o parlamentar também se posicionou sobre outros assuntos. Veja:

Avaliação do sistema prisional brasileiro

“A barbaridade não é dentro do presídio. É junto ao cidadão de bem aqui fora. Se tivermos poucos recursos primeiro vou investir em educação e hospitais. Não levar o terror junto ao cidadão de bem. A cadeia é um local que não é para recuperar é para retirar o canalha da sociedade. É fazer com que o canalha não estude mais. É uma lástima a cadeia pública brasileira. Duvido que alguém queira assumir um presídio privatizado. Mas sou daqueles que defende o discurso: prefiro a cadeia cheia de marginais do que um cemitério cheio de mortos."

Revogação do Estatuto do Desarmamento

"Entendo que todo cidadão de bem tem que ter posse de arma para pelo menos garantir a paz. E vou mais, no que depender de mim, caso tenha poderes um dia os agricultores e proprietários rurais terão direito da ter fuzis. Propriedade privada é prioridade para mim. A sua fazenda, chácara ou sítio é teu, é sagrado. Não podemos permitir que marginais do MST invadam a sua propriedade, depredem a sua casa ou comam o seu gado. Marginal tem que ser tratado desta forma, como existe no estado americano."

Políticos corruptos são marginais

"Não tenha duvida que sim. Entendo que a violência existe não só por parte dos marginais que estão nas ruas, mas também por causa de alguns que estão no legislativo que fazem a mesma coisa. Jamais vou falar de um discurso de deixar de existir a corrupção. Infelizmente ela vai continuar, mas aos níveis que estão neste momento é demais. Aqueles que praticam esses crimes, nem tanto é verdade, como os delatores cometeram crimes menores, devolveram milhões e milhões aos cofres públicos, defendo uma pena pesada". 

Violência contra a mulher

"A grande violência contra a mulher é a questão do estupro. Tenho dois projetos que tratam deste caso em Brasília. Um fala da castração química para o agressor e o outro defende os vulneráveis, menino ou menina menor de idade. Mas a intenção do governo [com o tema da redação do ENEM] é tentar desgastar os valores sociais. Para o PT interessa a deseducação". 

O líder do PT no Senado, Humberto Costa, avaliou como “medieval e obscurantista” a pauta elencada como prioridade da Câmara dos Deputados. A avaliação do senador diz respeito a aprovação de projetos como o que estabelece o Estatuto da Família, o que criminaliza a indução ao aborto e a revogação do Estatuto do Desarmamento. Para o pernambucano, as “medidas absurdas” estão sendo “patrocinadas de forma escancarada” pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). 

"É preciso romper esse cerco conversador e colocar a cabeça para fora desse pseudo-turbilhão a fim de enxergar o que realmente está em marcha nesse terreno cultivado por incendiários de plantão", avisou, em discurso no Senado. Para o senador, as bancadas do boi, da bíblia e da bala, a chamada BBB, aliadas de Cunha e de movimentos de extrema direita das ruas, não devem prevalecer sobre avanços sociais históricos conquistados depois de muita luta no país.

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“Pois é essa a pauta que está avançando para impor novas regras à nossa sociedade enquanto alguns insistem em criar uma crise política neste país. Então, a quem interessa fomentar uma crise?”, questionou. “O tumulto criado por alguns setores não tem outro fim que não o de encobrir a supressão de direitos. É este o Brasil que queremos? Venda do pré-sal, trabalhadores sem direitos, humilhação a mulheres violentadas, famílias discriminadas por não seguirem um padrão, índios e negros expulsos de suas terras, jovens de armas na mão?”, acrescentou, indagando.

De acordo com o líder do PT, esses "entusiastas do retrocesso" – ao mesmo tempo em que querem jogar o Brasil no imobilismo e agem deliberadamente contra as instituições – têm aberto às portas da sociedade e do Congresso para esses temas aterradores.

“Inicialmente, deram azo a que grupelhos de lunáticos fossem às ruas defender de golpe militar à intervenção internacional armada no Brasil. Depois, esse movimento obscurantista preparou um terreno fértil para que, especialmente na Câmara, proliferassem os projetos mais absurdos”, concluiu.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) gravou um vídeo, nesta quarta-feira (28), a pedido do deputado federal Raul Jungmann (PPS), reforçando o apelo do pernambucano para que a proposta de flexibilização do acesso às armas de fogo seja rejeitada pela Câmara dos Deputados.

Para FHC, embora a quantidade de mortes ainda seja grande, houve uma importante evolução no combate à violência com a adoção dda norma. “O Estatuto do Desarmamento foi uma construção política feita com a sociedade. E teve efeitos. Reduziu o número de mortos que continua sendo um absurdo. Como vamos agora derrubar esse estatuto e permitir que até criminosos tenham legitimamente armas? Isto é um escândalo! Por isso, faço um apelo: que se recuse essa votação e que o plenário mantenha o Estatuto do Desarmamento”, afirmou o ex-presidente.

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Raul Jungmann foi ministro do Desenvolvimento Agrário (1996-2002) durante os dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso. Como deputado federal, no seu primeiro mandato, o pós-comunista foi um dos principais líderes em defesa da implantação do Estatuto do Desarmamento, que entrou em vigor em 2003, e da “Frente Brasil sem Armas”, no referendo sobre a comercialização de armas e munições, em 2005.

Atualmente, Raul Jungmann preside a “Frente Parlamentar pelo Controle de Armas, pela Vida e pela Paz”, que conta com o apoio da CNBB e de ONGs, como a Sou da Paz e a Viva Rio. “Se aprovado, este projeto que descontrola o acesso às armas de fogo vai levar a sociedade a um banho de sangue, com os policiais sendo os primeiros a tombar. Não quero isto para o meu País, por isso digo sim à vida, e não à cultura da morte”, enfatizou o deputado do PPS.

Deputados adiaram novamente a votação do parecer substitutivo, apresentado há uma semana, ao texto que altera o Estatuto do Desarmamento. A votação prevista para nesta quinta-feira (17) ficou para a próxima terça-feira (22). O objetivo é que os parlamentares analisem as últimas modificações feitas pelo relator Laudívio Carvalho (PMDB-MG). O parlamentar disse que incluiu mudanças no texto até a noite dessa quarta (16). Segundo ele, as contribuições continuam sendo apresentadas e analisadas, e um novo texto será entregue nesta sexta (18) à noite.

“Isso é democrático. Podemos discutir mais ainda. É positivo”, afirmou, ao acrescentar que ainda ouviu categorias, como a de caçadores, e críticos das alterações, como os deputados Alessandro Molon (PT-RJ) e Ivan Valente (PSOL-SP).

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O parecer que substitui pontos do projeto original (PL 3.722/12), apresentado na última semana, reduz a idade mínima exigida para a aquisição de armas, de 25 para 21 anos, e amplia o direito ao porte para outras categorias além das previstas na lei atual, incluindo deputados, senadores, agentes de trânsito, taxistas, aposentados das polícias e das Forças Armadas e servidores do Poder Judiciário.

O texto também modifica a validade das certidões de registro e porte de armas, atualmente de três anos. De acordo com o aprovado na comissão especial que analisou o projeto, o registro das armas de fogo será feito uma única vez, sendo dispensadas as avaliações e exames periódicos que revalidariam a posse. O relator acrescentou que o registro pode ser cassado se o cidadão cometer alguma ilicitude. A validade do porte de arma, de acordo com o parecer, passa dos atuais três anos para dez anos. Ao manter a exigência do exame inicial, Carvalho acrescentou, para o caso de porte, a obrigatoriedade de um curso de capacitação com carga mínima de dez horas e aprovação em prova prática.

De outro lado, Carvalho recuou em pontos do texto original, apresentado em 2012, pelo deputado Rogério Peninha Mendonça (PMDB-SC). Enquanto o autor do PL sugeriu que a quantidade de armas passasse para dez por cidadão, o relator considerou que seis armas de fogo, como previsto na lei vigente, são suficientes.

O Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826) foi criado há 12 anos como medida para reduzir o número de homicídios e a violência no país. Segundo números do governo, entre 2003 e 2014, a lei resultou na retirada de circulação de mais de 130 mil armas no país, mas alguns parlamentares questionam a eficácia da regra e argumentam que o Estado não consegue garantir segurança pública aos cidadãos.

Os defensores do atual estatuto criticam o texto e dizem que aumentará o acesso a armas e, com isso, o risco para a sociedade.

 

Em quatro dias, deputados podem decidir se mudam ou não as regras previstas no atual Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826). Criado há 12 anos, o estatuto, no período de 2003 a 2014, resultou na retirada de circulação de mais de 130 mil armas no país. A proposta, na época, era adotar uma medida para reduzir o número de homicídios. Hoje, muitos parlamentares questionam a eficácia da lei.

Em 2012, o deputado Rogério Peninha Mendonça (PMDB-SC) foi o autor de uma proposta (PL 3.722/12) que revogava o estatuto. O texto avançou este ano, quando foi criada uma comissão especial para analisar as regras. Na última semana, o relator do PL, deputado Laudívio Carvalho (PMDB-MG), apresentou substitutivo ao que foi proposto por Peninha. Carvalho recuou em muitos pontos, retomando previsões do estatuto, como a quantidade de munições permitidas por ano e mantendo requisitos criados para o come rcio de armas de fogo, munições e acessórios. Por outro lado, fez alterações polêmicas, reduzindo, por exemplo, a idade minima exigida para a aquisição de armas, de 25 para 21 anos.

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“Como o Congresso pode aprovar a redução da maioridade e uma pessoa com 21 anos continuar sem poder comprar uma arma? Isso é uma incoerência”, afirmou. São pontos como esse que prometem esquentar a sessão de votação, marcada para o próximo dia 17. Na reunião em que foi apresentado o parecer, a divisão de opiniões já tinha ficado clara e um pedido de vista adiou a decisão sobre o texto que, se aprovado, vai ao plenário da Câmara para depois ser apreciado pelo Senado.

O deputado Alessandro Molon (PT-RJ), que foi contrário à redução da maioridade penal, segue a mesma linha em relação à mudança do limite para o acesso a armas. O parlamentar cita outros pontos do texto que, segundo ele, devem ser integralmente rejeitados, como a ampliação do direito ao porte para outras categorias, além das previstas pelo estatuto. O relator incluiu na relação de categorias com direito ao porte, deputados, senadores, agentes de trânsito, aposentados das polícias e das Forças Armadas e servidores do Poder Judiciário, entre outros profissionais.

“Ele [o relator] permite o porte de arma para uma série de categorias, entre as quais a dos taxistas. É risco maior para os próprios taxistas, seja porque no trânsito normalmente há conflitos, seja porque serão vistos como alvos fáceis de ladrões que queiram roubar armas. É uma irresponsabilidade”, disse Molon.

Para ele, a proposta “é preocupante” porque cria condições para que um número maior de pessoas tenha acesso a arma, “aumentando o risco para a sociedade”. Da mesma opinião, o deputado Ivan Valente (PSOL-SP) afirmou que a flexibilização do estatuto “é uma forma de dizer que queremos uma guerra na sociedade civil”. Segundo Valente, o movimento pela revogação da atual lei é resultado da pressão da indústria de armamento nacional. É uma violação da cultura da paz”, completou.

O relator Laudívio Carvalho reagiu, garantindo que o parecer não tem esse objetivo. “Não estamos armando a população, Estamos devolvendo o direito de defesa ao cidadão a partir do momento em que o Estado é incompetente para garantir a segurança”, defendeu, destacando levantamentos que mostram a ocorrência de mais de 50 mil mortes anualmente por arma de fogo, “que não são causadas por cidadãos de bem”.

Registro e porte

Alvo também de críticas, o ponto do substitutivo que trata do registro e porte de armas traz uma mudança significativa em relação às normas atuais. Enquanto o estatuto define que a validade dessas duas certidões é três anos, sendo exigida a repetição de exames periódicos para que sejam renovadas, Carvalho estabelece, em seu texto, que o registro das armas de fogo será feito apenas uma vez. Para o relator, o documento equivale a um título de propriedade com validade nacional e, por isso, “não teria sentido uma renovação perio dica”. O registro dá direito exclusivamente a ter a arma dentro de casa ou nos limites de propriedades rurais e dependências.

O relator lembrou que mesmo com validade indeterminada, “o registro pode ser cassado se o cidadão cometer alguma ilicitude. Isso é um incentivo para tirar as armas da ilegalidade, porque uma pessoa que tem que sair, por exemplo, de uma propriedade rural para renovar o registro acaba não indo”, afirmou.

A validade do porte de arma, de acordo com o parecer, passa dos atuais três anos para dez anos. Carvalho garantiu que, mesmo com essas alterações, o texto endurece a atual lei. O argumento do parlamentar é que, além de manter a exigência dos exames previstos no Estatuto do Desarmamento para conceder registro e porte, ele incluiu novas obrigatoriedades, no caso de porte. “Eu endureci a lei. No atual estatuto, para ter o registro e porte, você precisa se submeter a exames. Agora, você faz uma única vez. No relatório, mantenho a exigência para porte e acrescento a obrigatoriedade de um curso de capacitac a o especi fica, com durac a o mi nima de dez horas e aprovação em prova prática”, disse. No parecer, Carvalho sugere que o cadastramento de armas seja sempre gratuito, para tornar a iniciativa mais atrativa e aumentar o controle.

As explicações não convenceram os parlamentares, que preferem a manutenção do Estatuto do Desarmamento. Tanto a ampliação do prazo para porte quanto a eternização do registro dificultam o controle sobre como são e quais são as armas que estão no Brasil. [A validade de três anos prevista no estatuto] é uma maneira de saber quantas e quais armas foram roubadas”, avaliou Alessandro Molon.

Molon defendeu a rejeição total do texto, mas admite que há chances de a proposta ser aprovada na comissão especial. “Mas, em plenário, minha expectativa é que seja rejeitada. Se for para mudar o estatuto, tem que ser para torná-lo mais rígido”, defendeu.

Munições e armas

Em relação ao texto original apresentado para revogar o Estatuto do Desarmamento, Carvalho recuou na alteração do número de armas permitidas. Enquanto o autor do PL sugeriu que a quantidade passasse para dez por cidadão, o relator considerou que seis armas de fogo, como previsto na lei vigente, são suficientes. Nessa relação é possível ter duas armas curtas de porte, duas armas longas de alma raiada e duas armas longas de alma lisa.

Também ficou mantidao número máximo anual de 50 cartuchos para cada arma de fogo de uso permitido, com exceção para atividades de caça e tiro desportivo por colecionadores, atiradores e caçadores desportivos e para uso diretamente em estandes, agremiac o es de cac a, escolas de tiro e empresas de instrução de tiro.

“O deputado Peninha propôs mudar para 50 munições por mês. Estou mantendo 50 munições por ano porque é o suficiente, mesmo com o argumento de pessoas que defendem mais para que possam treinar. O treinamento tem que ser feito nas escolas de tiro e não em uma propriedade”, afirmou.

Punições

Carvalho manteve os requisitos exigidos para a concessa o do porte e criou categorias de armas no lugar das classificações por arma especifica. Nesse caso, se o cidadão tem o porte para categoria armas curtas de repetição, ele podera portar um revólver nos calibres 38, 32 ou 22. Caso seja habilitado para mais de uma categoria, todas terão que ser descritas no Certificado de Registro de Porte de Armas de Fogo.

O relator lembrou que as atuais tipificações de crimes relacionados foram conservadas e sugeriu o agravamento de algumas penas. “Quero tirar da clandestinidade aquele que foi empurrado pelo atual estatuto e dizer que a lei é pesada. Não afrouxei a lei, pelo contrário”, afirmou, ao comparar a pena mínima para porte ilegal de arma – que varia entre 1 e 3 anos, de 2 a 4 anos e, dependendo das circunstâncias da prática, de 12 a 20 anos, segundo o substitutivo.

Na última quinta-feira (18) foi realizada a quinta audiência pública da Comissão Especial que analisa o Projeto de Lei 3722/2012, do deputado federal Rogério Peninha Mendonça (PMDB-SC). Na ocasião, havia a presença de representantes de comitês religiosos e de vítimas de violência com armas de fogo.

O objetivo do encontro foi disciplinar normas, como penalidade, sobre aquisição, posse, porte e circulação e munição no país. 

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No debate, Valéria Velasco, representante do Comitê Nacional de Vítimas de Violência (Convivi) e mãe de uma vítima da violência, exibiu números acerca dos homicídios nos últimos 30 anos, que giram em torno de 500 mil. O ex-Secretário de Estado Extraordinário de Ações Estratégicas do Espírito Santo, Álvaro Farjado, explicou que, de acordo com pesquisar que confrontaram números nacionais e do seu Estado, concluiu que Armas de fogo estão nas mãos dos bandidos que as usam e usam calibres não permitidos.    

Apesar da existência do Estatuto do Desarmamento, o Pesquisador em Segurança Pública, Fabrício Rebelo, comprovou através de estudos, que dizer que o Estatuto salvou vidas é estelionato estatístico, pois ele não cumpre o seu propósito. E o que faria isso mudar seria acabar com a discricionariedade, o que impediria que os critérios de concessão de posse ou porte de armas fossem tomados de forma subjetiva, mesmo que ele tenha cumprido os requistos necessários.   

A defesa do porte de armas para cidadãos honestos foi defendida pelo Deputado Federal Alberto Fraga (DEM-DF) e afirma querer corrigir os problemas que o fazem não cumprir seu propósito de existência, que seria diminuir o número de armas e, consequentemente, o número de mortes. 

O encontro serviu para traçar estratégia através da conclusão que se teve de que o Estatuto do Desarmamento possui suas falhas e o índice de violência continua crescendo. Ou seja, as armas não estão saindo das mãos de quem possui potencial ofensivo e, por isso, as mortes continuam acontecendo. 

O Conselho Nacional de Segurança Pública (Conasp) voltou a se manifestar contra o Projeto de Lei (PL) 3.722/2012, que revoga o Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826/03). Em nota, o Conasp argumentou que a revogação do estatuto vai aumentar o índice de homicídios no Brasil.

“Revogar o Estatuto do Desarmamento nos coloca na iminência de ter um avanço relevante dos homicídios no Brasil. A arma de fogo é um instrumento de morte, e não de defesa. O Conasp defende a legislação atual como ferramenta em favor da vida”, disse Duda Quadros, representante da Rede Desarma no Conasp.

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A votação do PL estava marcada para a semana passada, mas não ocorreu. Com isso, a matéria foi arquivada e só poderá ser discutida na próxima legislatura, ano que vem, caso algum parlamentar peça o desarquivamento.

A secretária nacional de Segurança Pública e presidente do Conasp, Regina Miki, já havia se manifestado contra o PL 3.722/2012, no último dia 11. “Todos que estamos no dia a dia da segurança pública sabemos que a solução para a violência não é aumentar o número de armas”, destacou na ocasião.

Conhecida como Estatuto das Armas de Fogo, a proposta foi apresentada pelo deputado Rogério Peninha Mendonça (PMDB-SC). Peninha Mendonça argumenta que a redução de 90% no comércio de armas de fogo e munição, pós-Estatuto do Desarmamento, não refletiu na redução dos homicídios.

Em 2004 e nos dez meses de 2005 em que vigoraram as restrições à posse e ao porte de arma, e durante a campanha do desarmamento, quando foram recolhidas aproximadamente meio milhão de armas, "os índices de homicídio não sofreram redução”, destacou o parlamentar catarinense.

O deputado também citou números do Mapa da Violência 2011. Os dados revelam que em 2003 foram registrados mais de 50 mil homicídios, “total semelhante ao verificado em 2004 e não divergente dos registrados dos anos seguintes”, completou Peninha Mendonça.

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