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A partir da próxima segunda-feira (19),  das 10h até o dia 23 de outubro, será realizada a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, evento que busca integrar o País inteiro em atividades de popularização da ciência.

Em Pernambuco, o Espaço Ciência - Museu Interativo de Ciência/SECTI-PE coordena as ações da semana, auxiliando polos de atividades (instituições de ensino, prefeituras e Gerências Regionais de Educação) que têm programações próprias, mas participarão de ações integradas. Em uma delas, os participantes vão reproduzir o experimento realizado pelo grego Eratóstenes para medir a circunferência da Terra 2 mil anos atrás, provando que o planeta não é plano. Há mais de 2 mil anos, Eratóstenes percebeu que, no solstício de verão, na cidade de Siena (Itália), o sol estava exatamente em seu ponto mais alto e uma pessoa em pé não projetava sombra. Mas na cidade de Alexandria, nessa mesma data e horário, havia sombra, o que só é possível pois o planeta Terra é esférico. 

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Para calcular a circunferência terrestre, ele mediu a distância entre Siena e Alexandria e realizou alguns cálculos geométricos. Durante a SNCT, ao meio-dia, haverá pessoas medindo a altura da sombra projetada por uma haste em diversos pontos para cruzar os dados obtidos, fazer cálculos matemáticos e comparações entre locais situados no mesmo meridiano, chegando a medidas bem precisas. As atividades serão remotas.

Outras atividades

Além do experimento de Erastótenes, haverá uma atividade unificada de monitoramento da poluição luminosa e criação de painéis. As constelações de Pégasu ou Grou serão observadas a partir de diferentes regiões do Estado, com registro de suas condições de visibilidade em formulário. Com esse mapeamento, será possível ter um cenário da poluição luminosa em Pernambuco que poderá ser utilizado para elaborar políticas públicas. 

Cada polo de atividades da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia também criará painéis inspirados na obra “A Escola de Atenas”, de Rafael Sanzio. A ideia é identificar e valorizar as personalidades que fazem a diferença em cada cidade, como artistas, cientistas, educadores e ativistas. 

A pintura original de Sanzio é um afresco de 7,70m de base e 5,70m de altura com 56 personagens de grande importância na história do conhecimento Ocidental, a exemplo de Platão, Aristóteles, Sócrates, Pitágoras, Euclides, Heráclito, Zoroastro, Ptolomeu. Os participantes da SNCT terão liberdade de escolher o número de homenageados que desejar e a maneira de compor o trabalho artístico. Todas elas serão compartilhadas no site e redes sociais do Espaço Ciência durante o evento.

“Com as criações de cada polo, conseguiremos montar um painel unificado que valoriza e homenageia aqueles que fazem a diferença em nosso estado”, afirma o diretor do Espaço Ciência Antonio Carlos Pavão.

Um estudo liderado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) identificou que medicamentos atualmente usados no tratamento da hepatite C inibem a replicação do novo coronavírus (Sars-CoV-2) em experimentos realizados com células.

Os experimentos identificaram especialmente o potencial do antiviral daclastavir, que atuou contra o vírus em três diferentes linhagens celulares investigadas, além de reduzir a produção de substâncias inflamatórias associadas aos casos graves de Covid-19. Considerando a relevância do compartilhamento rápido de evidências científicas no contexto da pandemia, os achados foram publicados no site de pré-print bioRxiv.

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O trabalho foi liderado pelo Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS/Fiocruz) em parceria com o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), com participação dos Laboratórios de Imunofarmacologia e de Pesquisa sobre o Timo do IOC. Também colaboraram Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), Universidade Iguaçu (Unig), Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (Idor), Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Inovação de Doenças de Populações Negligenciadas (INCT-IDPN) e Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Neuroimunomodulação (INCT-NIM) .

O pesquisador do CDTS e líder do estudo, Thiago Moreno, ressalta a importância de identificar compostos com ação sobre o novo coronavírus entre fármacos clinicamente aprovados para outras doenças.

“O reposicionamento de medicamentos é reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a maneira mais rápida de identificar candidatos ao tratamento da Covid-19. Considerando que os antivirais de ação direta contra o vírus da hepatite C estão entre os mais seguros, nossos resultados indicam que estes fármacos, em especial o daclastavir, são candidatos para a terapia, com potencial para ser imediatamente incorporados em ensaios clínicos”, afirma Thiago.

“Enquanto as medidas de quarentena e distanciamento físico buscam reduzir a transmissão da doença, é esperado que a administração precoce de antivirais melhore o quadro clínico dos pacientes infectados, reduzindo a ocorrência de casos graves da Covid-19. Para isso, é fundamental encontrar compostos efetivos e seguros que possam ser avaliados em testes clínicos”, reforça a chefe do Laboratório de Imunofarmacologia do IOC/Fiocruz e autora do artigo, Patrícia Bozza. Recentemente, os cientistas apontaram também o potencial de ação do atazanavir, remédio usado na terapia do HIV, contra o novo coronavírus.

Os autores alertam ainda para os riscos da automedicação, destacando que os testes em pacientes são fundamentais para avaliar a eficácia de terapias e todas as pessoas com casos suspeitos ou confirmados de Covid-19 devem procurar atendimento médico para orientação da terapia adequada.

Resultados dos testes

A pesquisa avaliou os antivirais daclastavir e sofosbuvir. Ambos atuam por diferentes mecanismos para inibir a replicação do vírus da hepatite C. Nos testes com o novo coronavírus, o daclastavir impediu a produção de partículas virais infectivas em três linhagens celulares estudadas, incluindo células pulmonares humanas. As análises apontaram que o fármaco interrompeu a síntese do material genético viral, o que levou ao bloqueio da replicação do vírus. Em células de defesa infectadas, o fármaco também reduziu a produção de substâncias inflamatórias, que estão associadas a quadros de hiperinflamação observados em casos graves de Covid-19.

A ação do daclastavir sobre o novo coronavírus foi mais potente que a do sofosbuvir. Este último inibiu a replicação viral em linhagens de células humanas pulmonares e hepáticas, porém não apresentou efeito durante a infecção em células Vero, derivadas de rim de macaco e largamente utilizadas em estudos de virologia. Os ensaios também compararam a ação com os efeitos de outros medicamentos. O daclastavir foi de 1,1 a 4 vezes mais eficiente do que a cloroquina e a combinação de lopinavir e ritonavir – fármacos que são alvo de ensaios clínicos para tratamento da Covid-19 – assim como a ribavirina, antiviral de amplo espectro usado em casos de hepatite. O medicamento superou ainda o atazanavir, que foi testado anteriormente pelos cientistas.

Os autores do trabalho apontam ainda que os parâmetros farmacológicos do daclastavir contra o novo coronavírus mostraram-se compatíveis com a farmacocinética do medicamento em pacientes, o que reforça seu potencial para ensaios clínicos. “Esses resultados sugerem fortemente que o daclastavir, devido a seus efeitos anti-Sars-CoV-2 e anti-inflamatórios, pode trazer benefícios para pacientes com Covid-19”, pontua Thiago.

Da assessoria da Fiocruz

Na manhã desta segunda-feira (7), o professor de química Antenor Parnaíba fez experimentos práticos na Bienal do Livro de Pernambuco, realizada no Centro de Convenções, em Olinda, Região Metropolitana do Recife. O objetivo das demonstrações é ajudar os estudantes a compreenderem as reações de oxirredução e sua aplicabilidade no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e na vida cotidiana. 

De acordo com Antenor, as reações de oxirredução consistem na retirada e inserção de elétrons entre elementos, através do contato de íons. Ele explica que essas reações estão presentes em diversos contextos do dia a dia, são importantes para os avanços tecnológicos da sociedade e precisam ser conhecidas para evitar acidentes domésticos. 

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O professor cita a combustão como um exemplo para lembrar que os combustíveis que movimentam os carros. Além disso, o Antenor também lembra que é necessário tomar cuidado com o armazenamento de certos produtos que podem entrar em combustão espontânea quando colocados juntos no mesmo ambiente ou são mal utilizados em casa. 

"Questões do Enem perguntam muitas vezes qual é o perigo de misturar, no mesmo ambiente, determinadas substâncias para que elas não entrem em combustão espontânea", afirma o professor de química. Ele também afirmou que esse esforço do Enem tem o objetivo de conscientizar os estudantes para a importância e aplicabilidade diária da química. 

"Ácido muriático e amoníaco são substâncias que juntas entram em combustão e são facilmente adquiridas por qualquer pessoa, mas não deveriam. Também é comum haver intoxicação doméstica por soda cáustica utilizada para desentupir vasos sanitários", esclareceu o professor. 

Antenor explica que o estudante que vai prestar o Exame Nacional do Ensino Médio deve saber que, para que uma reação de oxirredução ocorra e seja forte, há alguns critérios. Segundo ele, é preciso que haja uma diferença de potencial eletroquímico, afinidade eletrônica e eletronegatividade entre as substâncias reagentes. "Se a eletronegatividade não for diferente, você não tem uma reação forte", explicou o professor. 

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Inspirados pelo aroma do papel antigo, cientistas estão documentando os cheiros evocativos de uma velha mansão britânica, a fim de preservá-los para a posteridade. A equipe está trabalhando na Casa Knole, no sudeste da Inglaterra, capturando o cheiro de livros, luvas usadas por aristocratas, discos de vinil e ceras para o chão.

Além de testar os objetos para tentar recriar seu cheiro no laboratório, os cientistas confiaram nos registros escritos desta casa, onde a romancista Vita Sackville-West nasceu e passou a infância. "Os cheiros nos ajudam a conectar com a História de uma maneira mais humana", disse Cecilia Bembibre, doutoranda na Universidade College de Londres, que participou do projeto junto com o químico analista Matija Strlic.

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O projeto tem como objetivo identificar cheiros com "valor cultural", assim como "formas de documentá-los e, com sorte, conservá-los", disse Bembibre à AFP. Strlic explicou que trabalhar na mansão foi crucial, porque os objetos estavam em seu "hábitat natural". "Em um museu, ou galeria, estariam fora de contexto", acrescentou.

Strlic e Bembibre publicaram nesta sexta-feira um artigo na revista acadêmica Heritage Science, que incluiu uma pesquisa sobre o cheiro de papel feita com visitantes de vários lugares, entre eles a biblioteca da catedral londrina de St. Paul. Os entrevistados usaram termos como "úmido", "mofado" e "doce" para descrever o cheiro dos livros.

Strlic teve a ideia de fazer este estudo quando descobriu, há uma década, que os conservadores de papel detectam se os livros estão se degradando pelo seu cheiro. Após anos de pesquisas, ele afirma que é capaz de identificar, simplesmente pelo cheiro, "onde um papel foi feito, quando e seu nível de degradação".

Entre outras finalidades, o cientista espera que suas pesquisas sirvam para detectar sinais de deterioração nas bibliotecas, mas também para a criação de arquivos históricos olfativos, principalmente para os cheiros que correm o risco de desaparecer.

Um tratamento experimental contra o mal de Alzheimer se mostrou promissor e livre de efeitos colaterais, anunciaram pesquisadores americanos nesta quarta-feira. A pesquisa, publicada na revista Science Translational Medicine, se baseou em uma pequena amostra de 32 pessoas e deu origem a dois ensaios clínicos mais amplos que estão agora em andamento, com mais de 3.000 indivíduos.

O tratamento utiliza um composto chamado verubecestat, desenvolvido pela gigante farmacêutica Merck, que reduz os níveis das proteínas chamadas beta-amiloides ao bloquear uma enzima conhecida como BACE1. Nas pessoas que têm Alzheimer, as proteínas se agrupam em placas que danificam o cérebro, afetando habilidades cognitivas, especialmente a memória. A enzima desempenha um papel fundamental na produção dessas proteínas.

As 32 pessoas que participaram do primeiro ensaio clínico tinham sido diagnosticadas com Alzheimer leve ou moderado. Laboratórios farmacêuticos estão trabalhando para desenvolver compostos que podem parar ou mesmo reverter a formação destas placas. Até agora, os produtos desenvolvidos para neutralizar a enzima BACEI tinham efeitos colaterais muito tóxicos, como danos no fígado ou neurodegeneração grave.

Mas o verubecestat não apresentou efeitos adversos, disse Matthew Kennedy, do laboratório de pesquisa da Merck, no estado de Nova Jersey. Os pesquisadores descobriram que uma ou duas doses do composto foram suficientes para baixar os níveis de proteína sem causar efeitos colaterais. Os dois ensaios clínicos de Fase III em andamento, que vão avaliar a eficácia do verubecestat, serão concluídos em julho de 2017.

Se os resultados forem bons, o composto poderia ser comercializado como uma pílula em dois ou três anos. O número de pessoas nos Estados Unidos que sofrem de Alzheimer pode ultrapassar 28 milhões em 2050, depois de toda a geração dos 'baby boomers' ter completado mais de 80 anos, de acordo com projeções.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que 36 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem alguma forma de demência, sendo a maioria delas o mal de Alzheimer. A previsão é que esse número dobre até 2030, ultrapassando 65,7 milhões, e triplique em 2050, para 115,4 milhões, se nenhum tratamento efetivo for encontrado nos próximos anos.

A primeira vacina brasileira da dengue começou a ser testada em Pernambuco nesta quinta-feira (20). Participaram do evento o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), e de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). 

Em Pernambuco, cerca de 1,2 mil pessoas de dois a 59 anos devem receber a dose, que é desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com os Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH). Esta é a terceira etapa de teste da vacina, que já está em andamento em Manaus-AM, Boa Vista-RR, Porto Velho-RO, Fortaleza-CE, Aracuju-SE, Porto Alegre-RS, Campo Grande-MS e Cuiabá-MT. 

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A Fiocruz, que acompanhará os estudos no Estado, selecionará através de sorteio voluntários do bairro do Engenho do Meio, na Zona Oeste do Recife. Após receber a vacina, a pessoa passará cinco anos sendo acompanhada. 

Para a produção da vacina, são utilizados vírus vivos, mas geneticamente atenuados. Do total dos voluntários, 2/3 receberão a vacina e 1/3 receberá placebo. O objetivo é descobrir se quem tomou a vacina ficou protegido e quem tomou o placebo contraiu a doença.  Ao todo, 17 mil voluntários em 13 cidades vão participar da terceira fase dos testes. 

Segundo o pesquisador Ernesto Torres de Azevedo Marques, os resultados anteriores têm sido positivos.  “Vemos que a vacina induz uma resposta para os quatro sorotipos, sem efeito colateral grave”, explicou. Como efeitos, foram registrados pequenas manchas pelo corpo. 

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, explicou que a fábrica da vacina, no Butantan, em São Paulo, deve ficar pronta já em dezembro deste ano. “O mundo não tem uma vacina dose única contra os quatro tipos de vírus. Esta será a primeira do mundo e 40% do mundo tem arbovirose”, resumiu. 

Especialistas australianos fizeram uma série de experimentos para simular a trajetória das peças do avião da Malaysia Airlines que desapareceu em 8 de março de 2014, baseando-se nas correntes oceânicas na área onde, supostamente, o aparelho teria caído.

Seguem abaixo algumas das observações desses especialistas:

O que ocorre quando um avião cai no mar?

Quase sempre, algumas partes flutuam na água. A possibilidade de localizar essas peças na superfície diminui rapidamente durante as primeiras semanas após o acidente. Alguns destes fragmentos, menos permeáveis, flutuam por mais tempo, mas cada vez mais dispersos.

Que tipos de fragmentos de avião podem flutuar?

Objetos como almofadas, coletes salva-vidas ou tobogãs de evacuação de emergência são projetados para flutuar.

Muitos outros materiais da cabine, como bandejas para alimentos, feitas de materiais sintéticos com uma baixa densidade, também flutuam, bem como vários componentes da estrutura da aeronave durante algum tempo.

Quanto tempo flutuam tais objetos?

Com o tempo, todos os destroços flutuantes absorvem água e afundam. Em alguns casos, o processo pode ser muito rápido. Por exemplo, objetos que flutuam por conter ar em seu interior afundam assim que esses espaços se enchem de água.

Outras partes construídas com materiais menos permeáveis, tais como almofadas de assento, flutuam por um longo período, mas acabam afundando quando o material se decompõe, seja por processo químico ou mecânico.

Essa decomposição pode demorar muito para alguns materiais sintéticos, particularmente para os plásticos, mas é mais rápida para os materiais biodegradáveis.

É comum encontrar restos nos litorais?

A dispersão está diretamente vinculada à deriva superficial de alguns pedaços, que depende de suas características físicas, tamanho, forma e densidade.

Para que um fragmento chegue até a costa, deve flutuar durante tempo suficiente e estar sujeito a uma boa combinação de ventos e correntes.

É possível que um fragmento do Boeing do voo MH370 tenha chegado até a ilha de Reunião, a 4.000 km da área onde suspeita-se que caiu?

Sim. A última simulação de deriva mostra que a maioria das peças do MH370 poderiam ter sido arrastadas primeiro para o norte e depois para oeste da área em questão.

Segundo essas análises, é possível que fragmentos do MH370 tenham chegado à ilha.

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