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A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, pediu que o presidente da Corte, Luiz Fux, paute o julgamento da notícia-crime que acusa o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de cometer genocídio contra indígenas durante a pandemia do novo coronavírus. O STF é quem define se a Procuradoria Geral da República (PGR) vai abrir um inquérito ou não para apurar a denúncia.

De acordo com o Uol, a notícia-crime foi apresentada pelo advogado André Barros, que pontuou como justificativa o fato do presidente ter vetado o trecho da lei que prevê a assistência, com a garantia de fornecimento de água e insumos médicos, aos indígenas enquanto durasse a pandemia da Covid-19.  

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O procurador-geral, Augusto Aras, já havia se manifestado contra a abertura do processo. Contudo, um recurso foi apresentado e o caso começou a ser analisado no plenário virtual, porém, o ministro Edson Fachin pediu que o julgamento fosse levado ao plenário comum. 

A ex-presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, atribuiu a responsabilidade pelos altos números de mortes por Covid-19 no país ao governo Bolsonaro. Em entrevista a um jornal britânico, publicada neste sábado (10), ela disse que a nação está “sem governo” e "à deriva em um oceano de fome e doenças".

Dilma falou sobre a situação atual do Brasil em entrevista ao jornal The Guardian. A ex-presidenta afirmou que o país enfrenta um de seus piores momentos na história. “Estamos vivendo uma situação extremamente dramática no Brasil porque não temos governo nem administração da crise”. 

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Ela também mencionou os altos índices de mortes pela Covid-19 no país e atribuiu eles a "decisões políticas incorretas”, como a sabotagem à vacinação e a recusa do presidente em instaurar um lockdown. Dilma falou, ainda, que tais mortes estão sendo naturalizadas e que a condução da crise tem configurações genocidas."Não é a palavra (genocídio) que me interessa, é o conceito. E o conceito é este: responsabilidade por mortes que poderiam ter sido evitadas”.

No entanto, Rousseff citou outras pessoas, além do presidente Bolsonaro, como sendo responsáveis pelos problemas atuais do país - como elites econômicas, políticos e chefes militares -, e foi categórica ao dizer que todos devem ser responsabilizados. “As pessoas terão que ser responsabilizadas pela catástrofe que foi engendrada no Brasil. O Bolsonaro é um produto deste… pecado original: o impeachment”, disse mencionando o processo que a tirou da presidência em 2016.

O vocalista da banda 'Ratos de Porão', João Gordo, foi um dos assuntos mais comentados do Twitter nesta terça-feira (23), após duras críticas ao Governo Bolsonaro e aos apoiadores do presidente. Em trecho de uma entrevista ao programa 'Clube do Vinil', que foi ao ar nessa segunda-feira (22), ele classifica o chefe de Estado como “fascista” e cita que bolsonaristas são “cúmplices de genocídio”, ao mencionar as quase 300 mil mortes por Covid-19 no Brasil.

Na rede social, muitos fãs da banda apoiaram o discurso e o consideraram “coerente” com a vertente sempre seguida pelos integrantes do grupo musical. Na mesma linha de raciocínio, o artista diz ainda que não consegue compreender como fãs do punk, vertente popular pelo caráter contracultural, conseguem se alinhar com os ideais de Bolsonaro.

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“O cara apoia o Bolsonaro, sabe tudo de errado e ‘filha da putagem’ que isso representa, se o cara ainda está nessa, é porque o cara é um mau caráter (…) Quem está apoiando o Bolsonaro nesse momento tem as mãos sujas de sangue das 300 mil pessoas que morreram, o cara é cúmplice de genocídio”, disse.

João Gordo faz piada dos comentários chamando-o de “comunista” e diz que não se trata disso, mas de reconhecer que “não dá para apoiar genocídio”. O vocalista sempre foi muito aberto quanto às críticas ao governo e quanto ao posicionamento anti-Bolsonaro da banda, que também frequentemente publica conteúdo crítico à realidade do País.

“O mundo inteiro está vendo isso aí, não sou eu que sou louco”, continuou. “[Precisamos de] antifascismo e antirracismo acima de tudo. Só desse jeito vamos transformar esse país em um país de gente decente, por enquanto é um país de pilantra, de safado (…) com 3 mil mortes por dia, cara. É o apocalipse. Quem é do rock, não é fascista e não tem esse pensamento idiota, vamos se juntar”, finalizou.

Dezenas de sindicatos de profissionais da saúde protocolaram, nesse domingo (26), uma denúncia coletiva contra o presidente Jair Bolsonaro no Tribunal Penal Internacional (TPI) em Haia, na Holanda, por genocídio. No documento, a coalizão sindical, representando mais de um milhão de trabalhadores, alega que a omissão diante da crise do novo coronavírus caracteriza um crime contra a humanidade.

"A materialidade dos crimes cometidos está devidamente confirmada, vez que se denota do exposto que as ações e omissões do senhor presidente da República afetam, de forma grave, a saúde física e mental da população, colocando-a em situação de risco a um vírus de alta letalidade e com capacidade de disseminação incontrolada com risco de morte ou sequelas irreversíveis", diz trecho do documento. "Esse comportamento irresponsável e afrontoso às orientações das autoridades internacionais de saúde, com a exposição de milhões de pessoas é crime contra a humanidade."

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Feita pela Rede Sindical Brasileira UNISaúde, a denúncia é assinada também por entidades como a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), além de duas entidades internacionais, a Internacional dos Serviços Públicos e a UNI Global Union.

O presidente já foi acusado outras três vezes no tribunal desde o início de seu mandato. Uma vez apresentadas, as denúncias são apreciadas pela procuradoria do TPI, que verifica se elas se inserem na jurisdição da Corte e se estão lastreadas em fatos que justifiquem a abertura de uma investigação.

Um grupo de advogados e militantes de direitos humanos apresentou em novembro do ano passado acusação por "incitação a genocídio indígena". A ação apresentada neste domingo também classifica como genocídio "as ações e omissões do poder público no combate à doença nessas comunidades".

Já a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) em abril deste ano, e o PDT, em outra denúncia, também acusaram de crime contra a humanidade ao incentivar ações que aumentam o risco de proliferação do novo coronavírus.

Marcio Monzane, secretário regional da UNI America, diz que a nova ação se justifica porque "o presidente mandou um exército, os profissionais da saúde, para a guerra sem as ferramentas necessárias". A UNI Américas é um braço regional da UNI Global Union, federação internacional sindical com representação no setor de serviços em 150 países. É a primeira vez que a entidade denuncia um chefe de Estado no Tribunal Penal Internacional.

Segundo a UniSaúde, há quatro meses sindicatos brasileiros exigem uma resposta mais contundente, como o fornecimento de equipamentos de proteção, testes e insumos para os profissionais. Feitas por diferentes canais ao Planalto, não houve resposta, diz a entidade. Desde abril, profissionais da saúde fazem protestos pelo Brasil por melhores condições de tratamento.

"Entendemos que buscar a Corte Penal Internacional é uma medida drástica, mas os brasileiros estão enfrentando uma situação extremamente difícil e perigosa criada pelas decisões deliberadas de Bolsonaro", complementou Marcio Monzane.

Em maio, o Supremo Tribunal Federal decidiu que a Covid-19 pode ser considerada doença ocupacional. Segundo o Ministério da Saúde, já são mais de 96 mil enfermeiros e técnicos de enfermagem com a doença. O número de óbitos entre esses profissionais chega a quase 300, segundo o Conselho Federal de Enfermagem.

Outro lado

Procurada, a Advocacia-Geral da União disse que irá se manifestar após intimação.

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta terça-feira (14) que respeita as Forças Armadas, embora tenha criticado a formulação de políticas públicas de saúde por militares, em meio à pandemia de Covid-19.

“Ao tempo em que reafirmo o respeito às Forças Armadas brasileiras, conclamo que se faça uma interpretação cautelosa do momento atual”, escreveu Mendes, em nota. “Vivemos um ponto de inflexão na nossa história republicana em que, além do espírito de solidariedade, devemos nos cercar de um juízo crítico sobre o papel atribuído às instituições de Estado no enfrentamento da maior crise sanitária e social do nosso tempo”, acrescentou o ministro.

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Nessa segunda (13), o Ministério da Defesa também divulgou nota em que afirmou o empenho de Exército, Marinha e Força Aérea Brasileira (FAB) em preservar vidas durante a pandemia. O comunicado da Defesa foi motivado por um comentário feito no sábado (11) por Gilmar Mendes. Em uma videoconferência, ele disse que o “Exército se associou a um genocídio”, numa referência ao trabalho de militares no Ministério da Saúde.

No comunicado, a Defesa afirmou que a acusação é grave e que enviaria à Procuradoria-Geral da República (PGR) uma representação para adoção das medidas cabíveis a respeito das declarações do ministro.

Nesta terça-feira (14), Mendes disse não ter atingido a honra de Exército, Marinha e FAB, e que nem mesmo citou estas duas últimas em seu comentário. “Apenas refutei e novamente refuto a decisão de se recrutarem militares para a formulação e execução de uma política de saúde que não tem se mostrado eficaz para evitar a morte de milhares de brasileiros”, escreveu o ministro.

Veja a nota na íntegra:

“Ao tempo em que reafirmo o respeito às Forças Armadas brasileiras, conclamo que se faça uma interpretação cautelosa do momento atual. Vivemos um ponto de inflexão na nossa história  republicana em que, além do espírito de solidariedade, devemos nos cercar de um juízo crítico sobre o papel atribuído às instituições de Estado no enfrentamento da maior crise sanitária e social do nosso tempo.

Em manifestação recente, destaquei que as Forças Armadas estão, ainda que involuntariamente, sendo chamadas a cumprir missão avessa ao seu importante papel enquanto instituição permanente de Estado.

Nenhum analista atento da situação atual do Brasil teria como deixar de se preocupar com o rumo das nossas políticas públicas de saúde. Estamos vivendo uma crise aguda no número de mortes pela covid-19, que já somam mais de 72 mil. Em um contexto como esse, a substituição de técnicos por militares nos postos-chave do Ministério da Saúde deixa de ser um apelo à excepcionalidade e extrapola a missão institucional das Forças Armadas.

Reforço, mais uma vez, que não atingi a honra do Exército, da Marinha ou da Aeronáutica. Aliás, as duas últimas nem sequer foram por mim mencionadas. Apenas refutei e novamente refuto a decisão de se recrutarem militares para a formulação e execução de uma política de saúde que não tem se mostrado eficaz para evitar a morte de milhares de brasileiros”.

Após ataques contra estátuas de personalidades escravocratas e racistas no Reino Unido e na Bélgica, manifestantes se voltaram contra monumentos em homenagem a Cristóvão Colombo nos Estados Unidos.

Em Richmond, na Virgínia, uma estátua do explorador italiano foi derrubada e atirada em um lago. Já em Boston, Massachusetts, manifestantes "decapitaram" uma escultura de Colombo.

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Para os manifestantes, o explorador simboliza o "genocídio" dos povos americanos nativos e a violenta colonização europeia no continente.

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Nos últimos dias, a Prefeitura de Antuérpia, na Bélgica, já havia anunciado a retirada de uma estátua do rei Leopoldo II, patrocinador de atrocidades na atual República Democrática do Congo, sua antiga propriedade particular.

Já no Reino Unido, manifestantes derrubaram a estátua de um traficante de escravos chamado Edward Colston.

Da Ansa

O papa Francisco enviou uma carta para o presidente da Comissão Pan-Americana de Juízes para os Direitos Sociais, Roberto Andrés Gallardo, alertando para o risco de um "genocídio viral" em países que não tomam medidas para defender sua população em meio à pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2), informou o "Vatican News".

"Alguns governos adotaram medidas exemplares com prioridades bem definidas para defender a população. É verdade que essas medidas 'incomodam' aqueles que são obrigados a cumpri-las, mas é sempre para o bem comum e, a longo prazo, a maioria das pessoas as aceita e se move com uma atitude positiva", escreveu o líder católico.

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A carta, segundo a agência religiosa, continuou falando sobre as decisões neste período, dizendo que esses "governos que enfrentam a crise, mostram a prioridade de suas decisões: primeiro as pessoas. E isso é importante, pois sabemos que defender as pessoas supõe um prejuízo econômico". Para Francisco, "seria triste se o oposto fosse escolhido, o que levaria à morte de muitas pessoas, algo como um genocídio viral".

No documento, Jorge Bergoglio pede também que haja uma reflexão para o pós-pandemia, pois algumas das consequências dela já podem ser notadas - como por exemplo, a fome das pessoas mais vulneráveis na sociedade.

Da Ansa

A Justiça da Bélgica declarou nesta quinta-feira (19) culpado do "crime de genocídio" o ex-funcionário ruandês Fabien Neretsé, por participar do massacre de membros da etnia tutsi em 1994.

Neretsé, um hutu de 71 anos que se declarava inocente, foi condenado por nove assassinatos cometidos em Kigali em abril de 1994, e outros dois realizados semanas mais tarde, na zona rural da capital.

O réu permaneceu impassível durante a leitura do veredicto, no Palácio de Justiça de Bruxelas. A pena será decretada nesta sexta-feira.

A acusação de crime de genocídio foi baseada no fato de Fabien Neretsé ter atacado um número indeterminado de pessoas com o objetivo de "destruir" a etnia tutsi nesta antiga colônia belga.

Neretsé, um engenheiro agrônomo que fundou uma escola em Mataba (norte de Ruanda), dirigiu entre 1989 e 1992 o escritório nacional de promoção da cafeicultura, um posto-chave envolvendo um dos principais produtos de exportação do país.

Segundo a promotoria, Neretsé era uma espécie de "senhor" da região, cuja influência derivava de sua posição no MRND, partido único fundado pelo presidente Juvénal Habyarimana.

Detido em 2011 na França, onde havia retomado sua vida profissional sob o status de refugiado, Neretsé passou apenas alguns meses em prisão preventiva antes de ir a julgamento.

A condenação se deve em grande parte aos esforços da belga Martine Beckers, cuja irmã, cunhado tutsi e sobrinha de 20 anos foram assassinados em 9 de abril de 1994 em Kigali.

Neretsé era um dos vizinhos da família em Kigali e segundo a promotoria, determinou que homens armados impedissem a fuga dos parentes de Beckers e de outros tutsis da capital quando começaram os massacres.

Os incidentes ocorreram três dias após o assassinato do presidente hutu Habyarimana, o que desencadeou um genocídio que matou, segundo a ONU, mais de 800 mil pessoas, essencialmente tutsis.

No verão de 1994, Martine Beckers levou o caso à polícia belga e com a ajuda de testemunhas ruandesas e ativistas dos direitos humanos, conseguiu chegar aos responsáveis.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), voltou a condenar, nesta quarta-feira (20), a destruição, pelo deputado Coronel Tadeu (PSL-SP), de uma placa contra o genocídio negro, nessa terça (19). A arte do cartunista Carlos Latuff é parte de uma exposição sobre o Dia da Consciência Negra, comemorado hoje.

A mostra apresenta a história de diversas personalidades negras do país e está montada no túnel que faz ligação entre as comissões e o plenário principal. A placa tem uma charge do cartunista Carlos Latuff, com um policial de costas com revólver na mão e um jovem negro caído no chão com a legenda 'O genocídio da população negra'. Sob o argumento de que o conteúdo ofendia o trabalho dos policias militares, o deputado gravou um vídeo destruindo a placa e foi alvo de críticas.

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Rodrigo Maia condenou a violência e afirmou que o gesto não pode virar um precedente para outros atos semelhantes, porque desrespeita a livre manifestação artística na Câmara. “Estamos vendo uma solução para esse problema. É lamentável, [ocorrer em] uma exposição que a Câmara autorizou. Uma coisa é fazer uma crítica a uma peça e chegar à conclusão de que ela não está no lugar adequado, outra coisa é tirar essa peça com violência. Então, a gente tem que encontrar um caminho para encerrar esse episódio para que não se repita”, disse.

Sobre a recolocação da placa na exposição, o presidente da Câmara disse que está avaliando o caso com a diretoria responsável pela exposição. “Vamos ver se se consegue encontrar um caminho no qual se respeite o trabalho do artista e valorize nossa polícia. Não devemos generalizar, porque, quando se generaliza contra a política, a gente não gosta, então não deve generalizar a PM [Polícia Militar], mas também não deve generalizar a violência contra as exposições livres”, ponderou.

O deputado federal Coronel Tadeu (PSL) quebrou uma das obras da exposição (Re) Existir no Brasil - Trajetórias negras brasileiras, que estão expostas nos corredores da Câmara dos Deputados em homenagem ao mês da Consciência Negra. A imagem, que é do cartunista Carlos Latuff, mostra um jovem preto no chão, algemado e morto a tiros por um policial. 

Tadeu compartilhou o vídeo do exato momento em que arranca o cartaz da parede e afirma que vai queimar a obra. A justificativa dada por ele é que a imagem é contra a polícia "que está para defender a sociedade". 

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O cartunista se pronunciou através de sua conta no Instagram. Latuff apontou o caso como uma agressão contra a sua obra e isso faz levar a seguinte reflexão: "Se fazem isso contra um cartaz, imagine contra gente de carne, osso e pele negra", pontua.

Confira os compartilhamentos

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Depois de dois anos e meio de audiências, uma investigação no Canadá concluiu nesta segunda-feira que milhares de mulheres indígenas foram vítimas de violência endêmica, algo qualificado de modo polêmico como "genocídio".

O informe de 1.200 páginas foi apresentado pelo primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, que estava acompanhado das famílias das vítimas em uma cerimônia no Museu Canadense da História.

A investigação é o resultado de anos de lobby por parte dos líderes nativos, ativistas e famílias das vítimas, para que fossem abordados os níveis desproporcionais de violência que afetaram as mulheres indígenas nas últimas três décadas.

Segundo estimativas oficiais, quase 1.200 mulheres e crianças indígenas desapareceram ou foram assassinadas entre 1980 e 2012, de uma comunidade de 1,6 milhão de pessoas. Mas as comissões de investigação sugeriram que a verdadeira cifra poderia ser muito maior.

O informe concluiu que através de "ações estatais e inações enraizadas no colonialismo e ideologias coloniais", as mulheres e crianças enfrentaram um nível de violência desproporcionalmente alto.

Os membros da comissão concluíram que entre os autores da violência há familiares indígenas e não indígenas, conhecidos e assassinos em série.

O informe vinculou as mortes com à pobreza endêmica, ao racismo, ao sexismo e a outros males sociais que remontam às tentativas falidas dos primeiros colonizadores de obrigar os indígenas a se integrarem.

Também solicitou mudanças radicais para melhorar a segurança, justiça, saúde e cultura dos povos aborígenes do Canadá.

"Não falharemos mais com vocês", disse Trudeau, que fez da reconciliação com as 600 tribos do Canadá uma prioridade de seu governo. "É vergonhoso. É absolutamente inaceitável e precisa terminar".

"Vocês têm a minha palavra de que meu governo transformará o chamado da investigação por mais justiça em uma ação significativa e dirigida por indígenas", acrescentou.

Os críticos afirmam que a linguagem do informe é forte demais e não se ajusta às definições internacionais ou legais de genocídio.

Neste 7 de abril, Ruanda recorda o 25º aniversário do genocídio que ainda é um trauma ainda vivo, apesar de todos os avanços obtidos em um quarto de século por este pequeno país da região africana dos Grandes Lagos.

Entre abril e julho de 1994, o regime extremista hutu matou ao menos 800.000 pessoas, segundo a ONU, principalmente entre a minoria tutsi e também entre os hutus moderados.

O assassinato em 6 de abril de 1994 do então presidente ruandês, o hutu Juvénal Habyarimana, foi o elemento deflagrador do genocídio. No dia seguinte, as Forças Armadas Ruandesas (FAR) e os milicianos hutus Interahamwe, fanatizados após anos de propaganda contra os tutsis, deram início aos massacres.

Os assassinatos se estenderam a todo país. Incitadas pelas autoridades e pela "mídia do ódio", todas as camadas da população se entregaram à causa. Homens, mulheres e crianças foram exterminados a golpes de machado, inclusive dentro das igrejas onde buscaram refúgio.

O massacre teve fim quando a rebelião tutsi da Frente Patriótica Ruandesa (FPR) conquistou Kigali, em 4 de julho, desencadeando o êxodo de milhares de hutus atemorizados para o vizinho Zaire (atual República Democrática do Congo).

Vinte e cinco anos após o último genocídio do século XX, as terras ruandesas continuam a revelar corpos.

Jornalistas da AFP viram há alguns dias como depositaram no memorial de Nyamata (sul) os ossos de pelo menos 30 pessoas recém-encontrados em uma vala comum.

- Unidade nacional -

Para os mais de 12 milhões de ruandeses, este período anual de recordação é muito sombrio.

"Quanto mais nos aproximamos da data, mais penso nisso. Voltam os sons, as imagens. Não consigo dormir", conta Damien Munyakayanza, um sobrevivente do massacre.

Grupos de discussões e vigílias estão previstos. Os sobreviventes recuperam e voltam a enterrar os ossos das vítimas.

Memoriais também são arrumados, e tudo é tingido de violeta, a cor do luto.

O tema dos atos em memória é "Recordação, unidade e renovação" e, este ano, a ênfase é colocada na juventude, que não viveu o genocídio, mas ainda sofre as consequências.

Em questão de uma geração, Ruanda conseguiu muito, ao se tornar um polo de estabilidade política, transformando um país em ruínas em uma economia robusta com uma certa coesão social.

"Durante os últimos 25 anos, a grande preocupação, ou desafio, de Ruanda foi a reconstrução da unidade nacional", afirmou o secretário-geral da Comissão Nacional para o Combate ao Genocídio, Jean-Damascène Bizimana, em entrevista à AFP.

"Tentamos fazer todos os ruandeses entenderem que compartilhamos o mesmo país, os mesmos direitos", acrescenta.

"A construção de um estado de direito foi um desafio fundamental e capital", disse ainda.

- Obstáculos -

Na busca pela reconciliação, a Justiça desempenhou um papel fundamental. Dezenas dos responsáveis pelo genocídio foram condenados pelo Tribunal Penal Internacional para Ruanda (TPIR).

E cerca de dois milhões de ruandeses foram julgados por tribunais populares, os "gacaca".

O "gacaca" foi baseado no princípio da confissão. Mas, em alguns casos, a ausência de remorso e o não pagamento das devidas indenizações por propriedades saqueadas, ou destruídas, têm sido um obstáculo para a reconciliação.

Os ruandeses não escondem que seu país ainda tem um bom caminho a percorrer até que recupere totalmente sua tranquilidade.

Para os críticos do governo, o consenso social nada mais é, porém, do que uma fachada, que esconde o controle total do regime sobre a população.

"Assegurada por uma estrutura política e administrativa onipresente, a 'reeducação' autoritária e a 'reconciliação' de um povo dividido e traumatizado pela guerra e pelo genocídio agora prevalecem em todos os domínios de atividade", diz o pesquisador francês André Guichaoua.

No dia 14 de março, o país foi surpreendido com o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do motorista dela, Anderson Gomes. A data agora será incluída no calendário oficial do Estado do Rio de Janeiro como homenagem a parlamentar psolista e um momento para refletir o genocídio de mulheres negras. 

O “Dia Marielle Franco - dia de Luta contra o genocídio da Mulher Negra” está previsto na Lei 8.054/18, sancionada pelo governador Luiz Fernando Pezão, na última quarta-feira (19). De acordo com a nova legislação carioca, “nesta data as instituições públicas e privadas a fim de refletir sobre o genocídio da mulher negra, promoverão debates e palestras”.

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De acordo com o Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência de 2017, jovens negras com idade entre 15 e 29 anos têm o dobro de chances de serem mortas do que mulheres brancas da mesma faixa etária. 

Até hoje, mais de quatro meses depois, não se sabe quem foi o mandante do crime e as causas concretas da execução da parlamentar. 

Os deputados holandeses votaram esmagadoramente nesta quinta-feira (22) pelo reconhecimento do genocídio armênio e o envio de um representante do governo a Erevan no dia 24 de abril para as cerimônias em recordação aos massacres perpetrados entre 1915 e 1917.

Após uma votação que deverá aumentar as tensões entre Haia e Ancara, a câmara baixa do Parlamento aprovou por 142 votos contra três uma moção que propõe "que o Parlamento fale em termos claros do genocídio armênio". O governo holandês distanciou-se dessa moção.

"Nós ainda compartilhamos o desejo de ver as partes envolvidas se reconciliar, mas o governo enxerga de forma diferente o caminho para alcançar isso", afirmou Sigrid Kaag, que atua como ministra das Relações Exteriores.

"Vamos homenagear as vítimas e familiares de todos os massacres de minorias", disse, observando que o governo não julgará se foi ou não genocídio.

Depois de reconhecer em 2004 o caráter genocida dos massacres e deportações ocorridos entre 1915 e 1917, o executivo holandês sempre evocou a "questão do genocídio armênio", que continuará sendo o caso, segundo Kaag.

Os deputados também rejeitaram uma moção do Partido pela Liberdade (PVV) do deputado de extrema direita Geert Wilders propondo que o governo reconheça o massacre como um "genocídio".

Os armênios estimam que um milhão e meio deles foram sistematicamente mortos no final do Império Otomano entre 1915 e 1917. Muitos historiadores e mais de vinte países, incluindo França, Itália e Rússia, reconhecem que houve um genocídio.

A Turquia reconhece que até 500 mil armênios morreram durante os combates e a deportação forçada para a Síria ou o Líbano, mas refuta qualquer desejo de extermínio.

A escritora alemã Hannelore Brenner, autora do livro As Meninas do Quarto 28, chega ao Recife, na próxima quarta-feira (27), para uma palestra sobre 'o processo editorial e a construção da memória'. Com ela, participam do debate as professoras Dra. Barbara Heller (UNIP) e Dra. Priscila Perazzo (USCS). O evento acontece durante a exposição, que leva o mesmo nome do livro, em cartaz na Galeria Janete Costa, no Parque Dona Lindu.

Na publicação, Hannelore conta o cotidiano de sete meninas que estiveram presas, por dois anos, em um campo de concentração durante a 2ª Guerra Mundial. Com a mesma temática, a exposição homônima exibe mais de 50 desenhos produzidos por crianças também vítimas em campos do mesmo tipo. Eles foram produzidos durante as aulas da artista plástica Friedl Dicker Brandeis, que em 1944, chegou a Auschwitz e ficou responsável pelos pequenos que se encontravam no lugar.

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Em 2013, a exposição foi escolhida pela União Europeia para a tradicional homenagem realizada anualmente no Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto. Em 2014, a Organização das Nações Unidas também a elegeu como ferramenta de lembrança das vítimas do genocídio cometido pelos nazistas.

Serviço

Palestra com a autora Hannelore Brenner e as professoras Dra. Barbara Heller e Dra. Priscila Perazzo

Quarta (27)  | 17h

Galeria Janete Costa (Av. Boa Viagem, s/n - Parque Dona Lindu)

Gratuito

Exposição As meninas do quarto 28

Até 29 de outubro

Quarta a sexta | 12h às 20h

Sábados | 14h às 20h

Domingos | 15h às 19h 

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O Ministério Público Federal apresentou uma ação civil pública na Justiça Federal do Amazonas contra a Funai (Fundação Nacional do Índio) e a União pela qual reivindica uma indenização de R$ 50 milhões e pedido oficial de desculpas aos índios vaimitri – atroari pelas ofensas sofridas na época da ditatura militar (1964 – 1985).

O pedido da ação foi recebido pela juíza da 3ª Vara Federal de Manaus, Raffaela Cássia de Sousa nesta terça-feira (22). Ela determinou a citação dos réus para apresentação de defesa.

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Os procuradores da República também requisitam a criação de um centro de memória para divulgar informações sobre “as violações aos direitos dos povos indígenas no país e no Amazonas” e a introdução, nas escolas do ensino médio e fundamental, de estudos sobre os desrespeitos dos direitos humanos dos indígenas na ditatura militar, “destacando ao genocídio do povo vaimitri-atroari”.

Em relato entregue em 2014, a Comissão Nacional da Verdade (CNV) constou que 2.650 índios vaimitri-atroari foram mortos em decorrência das obras de abertura da rodovia BR-174, que liga Manaus a Boa Vista. A obra foi feita pelo Exército de 1968 a 1977.

 

No processo civil público, os procuradores veem com cuidado o número da CNV, porque é impreciso o número de vaimitri-atroari que residiam na região, mas acreditam que é comprovado haver “centenas” de índios mortos durante o período das obras. 

 

Por Beatriz Gouvêa

O fim do genocídio da população negra será o mote principal de uma vigília que acontece nesta segunda-feira (7), às 16h, no Recife. O evento está sendo organizado pelo deputado estadual Edilson Silva (PSOL), que tem um Núcleo Temático de Negros e Negras no mandato. O ato será na Praça Maciel Pinheiro, no bairro da Boa Vista, e faz parte, de acordo com a organização, da primeira etapa de uma campanha que tem o objetivo de chamar a atenção sobre a problemática com a realização de intervenções políticas e culturais.  

Na vigília, deve ocorrer um debate com a população sobre os seguintes temas: genocídio da juventude negra, intolerância religiosa, racismo ambiental e racismo institucional. Segundo o Atlas da Violência 2017, de cada 100 pessoas assassinadas no Brasil, 71 são negras. “Queremos dar uma maior visibilidade a esta problemática, e com a participação da população. A questão exige ações de políticas concretas”, destacou o deputado. 

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Além das discussões, a vigília terá uma roda de capoeira comandada pela mestra Adriana da Luz, do Centro de Capoeira Luz de Angola. Materiais informativos também serão entregues à população. Além da Boa Vista, a vigília também passará por outros locais da Região Metropolitana do Recife, como os bairros do Ibura e Várzea, a comunidade do Bode (Pina) e em Camaragibe.  

O papa Francisco implorou perdão a Deus pelos horrores cometidos pela Igreja no genocídio de Ruanda, em 1994, no encontro que manteve nesta segunda-feira no Vaticano com o presidente ruandês Paul Kagame.

"Imploro o perdão a Deus pelos pecados e faltas da Igreja e de seus membros, entre eles padres, religiosos e religiosas, que cederam ao ódio e à violência, traíram sua missão evangélica", afirmou o Papa ao referir-se ao genocídio em Ruanda que há 23 anos deixou cerca de 800.000 mortos.

O Papa, que se reuniu por 20 minutos a portas fechadas com o presidente de Ruanda, havia oferecido em 2014 o apoio da Igreja católica à reconciliação em Ruanda por ocasião dos 20 anos de genocídio. O massacre de quase um terço da população de Ruanda, a maioria pertencente à minoria tutsi, foi realizada pela maioria hutu ante a total indiferença do resto do mundo.

Diante do presidente africano, o Papa voltou a recordar, como fez em 2014, as vítimas do genocídio. "Manifesto a profunda dor, da Santa Sé e de toda a Igreja, pelo genocídio contra os tutsi e expresso solidariedade às vítimas e a todos que padeceram por esses trágicos eventos", afirmou o chefe da Igreja, segundo a nota divulgada pelo Vaticano.

Francisco também recordou o gesto de João Paulo II durante o Jubibeu de 2000, quando, pela primeira vez, pediu perdão pelos horrores cometidos pelos membros da Igreja nesse país africano. A Igreja católica foi acusada em várias ocasiões de apoiar o regime extremista hutu e de ter participado nas matanças realizadas ao longo de cem dias.

Vários sacerdotes e freiras foram julgados pela sua participação no genocídio, principalmente pelo Tribunal Penal Internacional para Ruanda (TPIR). Em 21 de novembro passado, a Igreja católica de Ruanda, em uma carta assinada pelos nove bispos do país, voltou a pediu perdão em nome de todos os católicos que participaram do genocídio.

Com esse "humilde gesto de reconhecimento das faltas cometidas", o papa argentino deseja "contribuir com uma 'purificação da memória' e promover com esperança e confiança renovada um futuro de paz", afirma o comunicado.

Difícil reconciliação

O religioso mais importante da Igreja que foi julgado por genocídio foi o falecido bispo Augustin Misago, que foi absolvido e liberto da prisão em junho de 2000. Durante as homenagens pelo 20º aniversário da tragédia, em abril de 2014, Kagame acusou a Igreja católica de ter "participado plenamente" na difusão da ideologia colonial que gerou a divisão entre hutus e tutsis e que levou ao genocídio.

O governo ruandês considera que o pedido de perdão local não é suficiente, tendo em vista os crimes cometidos. A ministra das Relações Exteriores de Ruanda, Louise Mushikiwabo, que acompanhou Kagame ao Vaticano, disse à imprensa que a reunião foi realizada em "um espírito de abertura e respeito mútuo". Ressaltou, ainda, o papel atual da igreja ao "facilitar" os esforços para ajudar os sobreviventes e os verdugos arrependidos a viverem e trabalharem uns ao lado dos outros, disse.

A ministra advertiu que ainda há pessoas na Igreja que protegem os autores do genocídio. "Hoje em dia, a negação e a trivialização do genocídio continuam florescendo em certos grupos dentro da Igreja, e vários suspeitos de genocídio foram protegidos da justiça dentro das instituições católicas", assegurou. Cerca da metade dos ruandeses são atualmente católicos, e a outra metade recorreu às igrejas pentecostais depois do genocídio.

A caça ao Pokémon em uma antiga prisão do Khmer Vermelho no Camboja, onde milhares de prisioneiros morreram nos anos 1970, gerou mal-estar no país. O jogo para telefones celulares, que permite capturar e treinar estes personagens e lutar contra criaturas virtuais deslocando-se no mundo real, está disponível desde sábado no Camboja.

A prisão Tuol Sleng de Phnom Penh, mais conhecida como S-21, é atualmente um museu do genocídio. Nela morreram 15.000 prisioneiros sob o regime do Khmer Vermelho. "É um insulto às almas das vítimas que morreram aqui", reagiu nesta quarta-feira (10) Bou Meng, de 76 anos, um dos poucos sobreviventes de Tuol Sleng.

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"É um lugar de sofrimento. Não é conveniente jogar este jogo aqui", acrescentou, pedindo ao museu que tome medidas. Um formulário concebido pela Niantic, a empresa criadora do Pokémon Go, está disponível no site para solicitar a supressão de arenas (o espaço onde lutam) e dos pokestop (local para se abastecer de artigos para as criaturas).

Youk Chhang, diretor do Centro de documentação do Camboja (DC-Cam), a cargo do período 1975-79, no qual dois milhões de cambojanos morreram de cansaço, fome, torturas ou execuções, também está irritado. O museu "não é um centro comercial ou uma área de jogo para capturar Pokémons. É um cemitério", protestou.

Chhay Visoth, diretor do museu do genocídio Tuol Sleng, confirmou que alguns visitantes jogaram Pokémon Go no interior do recinto, mas disse que foram tomadas medidas para impedir este tipo de atividades "neste lugar de tristeza".

O astro de Hollywood George Clooney participou neste domingo de uma passeata em Yerevan para recordar o 101º aniversário do genocídio que os armênios sofreram no Império Otomano.

Clooney, que defende o reconhecimento internacional dos massacres cometidos pelos turcos como genocídio, caminhou ao lado de milhares de armênios e do presidente Serzh Sarkisian para depositar flores no memorial de Tsitsernakaberd, ao mesmo tempo que missas eram celebradas nas igrejas do país.

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O ator e diretor americano integra o comitê que concede o prêmio Aurora, criado pelo governo armênio em nome dos sobreviventes.

O genocídio "é parte da história da Armênia e também parte da história mundial, não é apenas a dor de uma nação", afirmou Clooney ao desembarcar em Yerevan.

"A política negacionista da Turquia não mudou, como também não mudou sua visão hostil em relação a tudo que é armênio", disse o presidente Sarkisian.

A Armênia considera que 1,5 milhão de pessoas morreram durante as perseguições no que então era o vasto Império Otomano, durante a I Guerra Mundial.

A reivindicação é apoiada por vários países, mas a Turquia afirma que morreram de 300.000 a 500.000 armênios em uma guerra civil com os turcos.

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