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As seleções do Egito e de Zimbábue abrirão nesta sexta-feira, no Cairo, mais uma edição da Copa Africana de Nações, mas o futebol do continente não passa por um bom momento no que diz respeito a seus dirigentes. Nesta quinta, a Fifa anunciou que fará uma intervenção na Confederação Africana de Futebol (CAF, na sigla em francês) por conta de irregularidades e escândalos na entidade.

A senegalesa Fatma Samoura, secretária-geral da Fifa, foi designada pelo presidente da entidade, o suíço Gianni Infantino, como a interventora por um período de seis meses, que vai de 1.º de agosto deste ano até 31 de janeiro de 2020.

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"O Presidente da CAF Ahmad Ahmad propôs que seu Comitê Executivo se reúna no Cairo em 19 de junho de 2019 para buscar a especialização da Fifa para avaliar a situação atual no órgão governamental africano e ajudar a acelerar a implementação do processo de reforma em curso destinado a garantir que a CAF funciona com transparência, eficiência, respeitando os mais altos padrões de governança. O Comitê Executivo aprovou por unanimidade a proposta do Presidente", disse a nota oficial da Fifa.

"Diante do exposto, a CAF e a Fifa concordaram em nomear a Secretária Geral Fatma Samoura como 'Delegada Geral da Fifa para a África' por um período de seis meses, de 1.º de agosto de 2019 a 31 de janeiro de 2020, renovável com o acordo de ambas as organizações. A Sra. Samoura será assistida por um grupo de especialistas que trabalharão em espírito de parceria com o Presidente Ahmad e sua equipe em diversas áreas", completou.

A decisão da Fifa, no entanto, não afetará a realização do principal torneio de seleções do continente. Com 24 seleções, a Copa Africana de Nações começará nesta sexta-feira e terminará no dia 19 de julho, com a final sendo disputada no estádio Internacional, no Cairo.

A competição deveria ser realizada em Camarões, mas em janeiro deste ano o país perdeu o direito de recebê-la por falta de infraestrutura e segurança. Quando a CAF anunciou que a Copa Africana seria retirada dos camaroneses, Marrocos apareceu como favorita para receber o evento. No entanto, na reunião que definiu a sede, a disputa ficou entre Egito e África do Sul, que foram os únicos a se candidatar. Os egípcios, então, tiveram 16 votos contra um dos sul-africanos - ainda houve uma abstenção - e serão os anfitriões pela quarta vez na história.

O Conselho da Fifa ignorou a forte oposição europeia e aprovou um novo formato para o Mundial de Clubes a partir de 2021. Após o encontro dos dirigentes da entidade em Miami, o presidente Gianni Infantino explicou que o torneio com 24 equipes será testado na edição a ser realizada daqui dois anos.

Uma versão quadrienal do Mundial deverá ser disputada pela primeira vez entre junho e julho de 2021, em substituição ao atual formato, jogado anualmente por sete equipes. O novo torneio ocupará o lugar no calendário da Copa das Confederações, que vinha apresentando números decepcionantes de público e audiência e deixará de ser realizada.

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"Nós esperamos que todas as maiores equipes do mundo participem (do novo Mundial de Clubes). Os melhores times deveriam ter esta plataforma mundial. Vamos continuar com nossas conversas", declarou Infantino. A expectativa é de que o torneio conte com oito clubes europeus e seis da América do Sul, enquanto as outras vagas seriam distribuídas entre as outras federações continentais.

A aprovação da Fifa aconteceu mesmo após a oposição declarada pelos times da Europa. A Associação de Clubes Europeus (ECA, na sigla em inglês) afirmou que nenhuma das equipes que representa participaria do Mundial de 2021 caso a proposta de expansão do torneio fosse aprovada.

Em carta enviada diretamente a Infantino, o comitê executivo da ECA, que representa 232 clubes, se disse "contra qualquer possível aprovação de uma revisão do Mundial de Clubes neste momento e confirma que nenhum clube da ECA aceitaria participar de tal competição".

Os clubes também pediram à Fifa que "adiasse qualquer decisão relativa ao Mundial de Clubes até o momento em que as legítimas preocupações e interesses dos clubes europeus sejam devidamente abordados".

O presidente da Fifa, o suíço Gianni Infantino, não desiste. Nesta quinta-feira, no encerramento da Assembleia Geral da entidade, realizada nos últimos três dias em Marrakesh, no Marrocos, o dirigente voltou a falar da possibilidade da Copa do Mundo de 2022, no Catar, ter o número de seleções aumentado de 32 para 48. Para ele, ainda existe a possibilidade de alguns jogos serem disputados em países que fazem fronteira com os catarianos.

"Pensamos que ampliar para 48 o número de participantes no Mundial de 2026 é uma boa decisão e estudamos a possibilidade de fazer o mesmo já a partir de 2022. Os catarianos se mostram abertos a esse ideia de estudar esta questão", afirmou Infantino em uma entrevista coletiva de imprensa em Marrakesh, considerada a "capital turística" do Marrocos.

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"A maioria das federações (nacionais) deseja que isso aconteça. Mas é preciso ver se isso é possível desde o ponto de vista organizacional. Claro que seria difícil organizar um Mundial de 48 países somente no Catar. A ideia seria jogar algumas partidas em países limítrofes", insistiu o presidente da Fifa.

Um problema para a ideia de Infantino é que atualmente o Catar está com problemas diplomáticos com seus vizinhos, especialmente a Arábia Saudita. "Conhecemos a situação do Golfo (Pérsico). Estamos no futebol e não na política. Vamos ver o que conseguiremos fazer", disse.

O presidente da Fifa aproveitou para falar também de uma outra ideia sua. Infantino voltou a defender uma reformulação no sistema de disputa do Mundial de Clubes, aumentando o número de equipes de sete para 24 e abrindo mais vagas para times que não sejam europeus.

O dirigente defendeu a realização de "uma verdadeira Copa do Mundo de clubes, como a Copa do Mundo de seleções", com "equipes de todos os continentes", embora tenha reconhecido que, hoje em dia, os melhores jogadores do mundo estão em campeonatos europeus.

Novas revelações colocam o presidente da Fifa, Gianni Infantino, no centro de uma tempestade faltando menos de um ano para as eleições que definirão o comando da entidade máxima do futebol a partir de 2019. O suíço, que é candidato à reeleição, teria mantido conversas com os procuradores em Berna que tinham como função investigar a própria Fifa e até oferecido entradas para jogos internacionais.

Os detalhes fazem parte das informações contidas em e-mails e documentos eletrônicos divulgados por 15 jornais na Europa, no que está sendo chamado de Football Leaks.

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Em 2016, logo depois de ser eleito presidente da Fifa, Infantino estaria preocupado diante da operação do Ministério Público na sede da Uefa, onde ele foi por anos o secretário-geral. Para obter favores, o cartola entrou em contato com um amigo de infância na cidade de Brig, o procurador Rinaldo Arnold.

Em abril de 2016, o procurador enviou um e-mail a "Gianni" indicando que ele estaria disposto a interceder para que seu nome fosse mantido sob certa proteção. "Se você quiser, eu posso tentar conseguir que o MP publique um comunicado de imprensa que explique que não existe um processo contra você", escreveu Arnold. De acordo com a revista alemã Spiegel, o procurador teria obtido informações internas sobre o caso, com a ajuda de outro suíço, Andre Marty, o chefe de comunicações do MP.

Em um outro e-mail, Rinaldo Arnold explica a Infantino que um encontro estava sendo organizado entre os procuradores e a Fifa. "Andre (Marty) me disse que haverá uma reunião nos próximos dias entre o Ministério Público e a Fifa", escreveu.

O procurador garantiu que não abusou de suas funções. "Marty é um amigo e é sob essa condição que eu o contactei", disse. Ele usou o mesmo argumento para justificar sua tentativa de ajudar em um encontro entre Infantino e o procurador-geral da Suíça, Michael Lauber.

Infantino ainda concedeu ao procurador ingressos para jogos internacionais e ainda o convidou para o Congresso da Fifa, no México. Arnold insiste que não vê problemas com isso e que ele pagou pela passagem e noites de hotel.

Os documentos também revelam como ele forçou a troca do investigador-chefe da entidade, retirando de cena um experiente advogado e colocando em seu lugar Maria Clara Rojas, uma colombiana sem qualquer tipo de experiência.

Infantino ainda interferiu na elaboração do novo código de Ética da Fifa, sugerindo mudanças unilaterais e aplaudindo a decisão de colocar um limite de 10 anos para que um caso possa ser investigado. Se não bastasse, teria acobertado infrações financeiras de dois clubes, o Manchester City e o Paris Saint-Germain, evitando que fossem punidos com multas e até eventuais exclusão das competições europeias. Na época, Infantino era o secretário-geral da Uefa, entidade responsável por fiscalizar estas regras.

O PSG teria recebido cerca de 100 milhões de euros (R$ 425 milhões, na cotação atual) em investimentos externos em 2015. Mas o limite imposto pelo fair-play financeiro é de apenas 15 milhões de euros (R$ 63 milhões). O Manchester City, por sua vez, teria desembolsado 26 milhões de euros (R$ 110 milhões) acima do permitido.

A resposta de Infantino veio em nota publicada no site da Fifa, em que a entidade faz longo discurso antes de apresentar a defesa. "É sempre um desafio mudar as coisas, avançar e unir as pessoas para fazer as coisas melhor. E, como estamos implementando reformas na Fifa, foi sempre claro para mim que eu enfrentaria uma forte oposição, principalmente daqueles que não podem mais lucrar descaradamente com o sistema do qual faziam parte", disse.

SEM IMPOSTOS - Se o presidente da Fifa vive uma nova turbulência, ele pode pelo menos comemorar o fato de que sua instituição continuará a ser considerada como uma entidade sem fins lucrativos na Suíça e, assim, não terá de pagar impostos.

Nesta segunda-feira, as autoridades de Zurique derrubaram uma proposta de partidos de esquerda do país, que sugeriam que todas as entidades com um faturamento anual de mais de US$ 1 bilhão (R$ 3,7 bilhões) fossem taxadas como qualquer outra empresa.

Nos últimos anos, o volume de dinheiro passando pelos cofres da entidade triplicou e o Mundial na Rússia foi o que apresentou a maior receita da história, com mais de US$ 5 bilhões (R$ 18,6 bilhões).

Com a ideia de aumentar de 32 para 48 o número de seleções participantes, o presidente da Fifa, o suíço Gianni Infantino, manifestou nesta quarta-feira a intenção de expandir a competição para outros três países do Golfo Pérsico além do Catar. Entre os objetivos da mudança está a tentativa de amenizar conflitos diplomáticos na região.

Atualmente, o país eleito como sede da próxima Copa sofre com sanções por suposto apoio ao terrorismo. Os bloqueios são feitos por seis países, entre eles três que Infantino sugere adicionar no mapa do Mundial: Arábia Saudita, Bahrein e Emirados Árabes Unidos.

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Na atual programação para 2022, o Catar deve contar com oito estádios para as 64 partidas. Entretanto, caso o aumento de seleções seja aprovado, o número de jogos passaria para 80, exigindo mais espaços para receber a competição.

De acordo com Infantino, a Fifa consultou o emir do Catar sobre a liberação de partidas para outras nações. Para o presidente da entidade, a abertura poderia representar uma mudança na imagem dos conflitos. "Isso é algo que talvez passe uma mensagem bonita", afirmou.

MUDANÇA NÃO SERIA EXCEÇÃO - Caso o aumento de países-sede da próxima Copa seja confirmado, o Mundial com mais de uma nação responsável não seria exceção. Em 2002, o campeonato foi disputado na Coreia do Sul e no Japão. Além disso, em 2026, Estados Unidos, Canadá e México já estão aprovados para realizarem o evento juntos.

Segundo Infantino, a união da América do Norte, que ocorreu enquanto os três países enfrentavam disputas comerciais, ajudou na negociação de um novo pacto, o que poderia ocorrer de forma semelhante no Golfo Pérsico. "Para mim, se existe a possibilidade (de compartilhar as partidas), se existe a possibilidade de pelo menos discutir, devemos tentar".

O presidente da FIFA, Gianni Infantino, confirmou nesta sexta-feira (26) após reunião da entidade, que a Copa América será disputada em anos pares a partir de 2020. Com a mudança, está permitido que uma nova edição do torneio seja realizada um ano após a edição sediada no Brasil, em 2019.

A medida atende ao pedido da Conmebol de realizar a competição nos mesmos anos da Eurocopa. O principal objetivo da mudança no calendário é evitar problemas de liberação de jogadores com os clubes e permitir um maior tempo de preparação das seleções americanas.

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“Após aceitar o pedido da Conmebol, decidimos que a Copa América passará a ser jogada nos anos pares a partir de 2020. Desta forma, após a edição de 2019, no Brasil, as próximas serão nos anos 2020, 2024, 2028 e assim por diante”, anunciou Infantino.

Por Thiago Herminio

O presidente da Fifa, Gianni Infantino, anunciou nesta sexta-feira (26), em coletiva de imprensa, que a premiação em dinheiro da Copa do Mundo de Futebol Feminino terá seu valor dobrado. A partir da edição de 2019 do torneio, que acontecerá na França, o valor que era de US$ 15 milhões (R$ 55 milhões) passará a ser de 30 milhões de dólares (cerca de R$ 110 milhões).

“É uma mensagem muito importante para o futebol feminino. Isso certamente fortalecerá esta Copa do Mundo ainda mais”, disse Infantino. Apesar do aumento na premiação, a união global de jogadores FIFpro disse que as ações propostas ainda não bastam para combater a desigualdade entre o futebol masculino e feminino.

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“A FIFPro percebe a disposição da Fifa para aumentar a premiação em dinheiro para a Copa do Mundo de Futebol Feminino e fazer melhorias estruturais para apoiar o futebol feminino. Entretanto, apesar destas mudanças, o futebol continua ainda mais longe da meta da igualdade para todos os jogadores de Copa do Mundo, independentemente do gênero”, afirmou a entidade em um comunicado.

Por Thiago Herminio

A Fifa prometeu e cumpriu: não há mais corrupção no futebol. Pelo menos é isso que indica o novo Código de Ética da entidade que, a partir da Copa do Mundo da Rússia, que acabou em 15 de julho, excluiu a palavra "corrupção" de seus artigos.

Em junho, em uma reunião confidencial, o Conselho da Fifa aprovou o seu novo Código de Ética e, de forma conveniente, retirou do texto qualquer referência ao termo. Quando o suíço Gianni Infantino assumiu a Fifa em 2016, em meio à pior crise de credibilidade da história do futebol, ele fez questão de anunciar que os problemas tinham acabado e que a "nova Fifa" seria diferente.

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Além da extinção da palavra "corrupção" do novo código, a Fifa ainda estabeleceu que se o crime foi cometido há mais de 10 anos ou se a investigação não for concluída em uma década, o cartola em questão não poderá mais ser punido. Na prática, se um pagamento de propina não for descoberto ou revelado em um prazo de 10 anos, o caso está encerrado. No Código de Ética original, criado pelo suíço Joseph Blatter em 2004, não havia limite.

Os investigadores independentes da Fifa agora terão apenas cinco anos para concluir qualquer tipo de processo sobre as demais irregularidades e a "procuradora-geral" da entidade, a colombiana Maria Claudia Rojas, terá o poder inclusive de chegar a acordos de delação premiada com suspeitos, um instrumento que, em um ambiente de poucas regras e arbitrariedade, poderia levar à proteção de eventuais aliados.

DIFAMAÇÃO - Mas se a corrupção foi erradicada do texto, a Fifa introduziu um novo crime: a difamação. Pelas novas regras, uma pessoa está "proibida de fazer declarações públicas de natureza difamatória contra a Fifa" ou contra outros cartolas.

Sem dar detalhes sobre o que isso poderia significar, o código mantém uma flexibilidade ampla para permitir que qualquer um possa ser investigado por tal crime. Uma declaração difamatória levaria uma pessoa a ser suspensa do futebol por dois anos e, no caso de um novo incidente, a pena aumentaria para cinco anos.

Entre membros da Fifa que conversaram com o Estado, a medida é um sinal claro de que a entidade não vai tolerar críticas. Em 2016, Gianni Infantino demitiu o investigador independente da Fifa e seu o juiz. O auditor das contas da entidade, o italiano Domenico Scala, pediu demissão antes, diante da mudanças das regras.

Atacado por muitos por seu caráter centralizador, Gianni Infantino viu como vários de seus delegados de seus órgãos independentes abandonaram os seus trabalhos na Fifa por julgar que a entidade não estava comprometida com as reformas que prometeu depois das prisões dos cartolas, em 2015.

Um dos que abandonou a entidade foi o português Miguel Maduro. Ele era o responsável na Fifa pelo Comitê de Governabilidade, criado justamente para colocar ordem na entidade abalada pela corrupção, organizar e fiscalizar eleições e estabelecer regras sobre quem poderia fazer parte da gestão do futebol.

Mas ele durou apenas alguns meses no cargo, depois de ver a sua independência minada pela cúpula da entidade, que o teria pressionado a tomar certas decisões contra as próprias regras da Fifa.

No ano passado, ele prestou depoimento diante do Parlamento Britânico e revelou como, para proteger o governo russo e de tentar evitar qualquer punição contra representantes do Kremlin, como Vitaly Mutko, a direção da Fifa o pressionou a não puni-lo. Sua saída foi seguida pelo pedido de demissão de outros membros, inclusive por parte de Navi Pillay, ex-chefe de Direitos Humanos da ONU e que havia aceitado o convite para também fazer parte do esforço da nova Fifa em virar a página da corrupção.

A Fifa confirmou nesta sexta-feira o uso da tecnologia do árbitro de vídeo (VAR, na sigla em inglês) na Copa do Mundo da Rússia. O anúncio foi feito pelo presidente da entidade, Gianni Infantino, em entrevista coletiva em Bogotá, na Colômbia.

"Estamos muito contentes com essa decisão. É histórica", disse. "Não foi uma decisão tomada da noite para o dia. Estamos estudando isso nos últimos dois anos. Talvez tenha sido o mais cético no início. Mas fizemos muitas experiências que funcionaram", prosseguiu.

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No VAR, quatro árbitros assistem ao jogo em uma sala, com diversos monitores, sem acesso ao gramado. Ao detectar um erro claro, eles avisam o árbitro da partida. Infantino garante que as paralisações serão rápidas.

"Após fazer a análise de mil jogos, a perda de tempo em média é de um minuto com o VAR. Em relação aos laterais cobrados, a cada jogo, se perde sete minutos. Então são muitos os aspectos positivos", informou.

A Fifa, junto com a International Board, já haviam decidido desde o último dia 3 que o árbitro de vídeo começaria a ser usado no futebol. Na ocasião, só não haviam confirmado o uso na Copa do Mundo pois faltava ser aprovado em reunião pelo conselho da entidade.

A decisão sobre o vídeo não vem sem polêmicas. A Uefa insiste que a implementação é prematura e que, por enquanto, não a usará na Liga dos Campeões. O ex-presidente da Fifa, Joseph Blatter, também criticou a decisão, alegando que ela tinha o potencial de "desvirtuar" o futebol.

Infantino tentou utilizar dos testes realizados para comprovar a eficiência do vídeo. "Tiveram situações contundentes. Sem o VAR, o árbitro comete um erro importante a cada três jogos. Com o VAR, o árbitro comete um erro a cada 19 jogos. Isso é um fato. A porcentagem de acerto sem o VAR é de 93%, com o VAR é de 99%", revelou.

Há um temor ainda de que a introdução da tecnologia possa criar um esporte em duas camadas: uma para aqueles países e ligas mais ricas e outro para quem não teria a capacidade de bancar a tecnologia.

A Copa do Brasil será a primeira competição a testar a tecnologia no País. O VAR estará presente nos jogos a partir das quartas de final.

O presidente da Fifa, o suíço Gianni Infantino, confirmou nesta quarta-feira (26) que a Copa do Mundo da Rússia, no próximo ano, vai utilizar árbitros de vídeo para analisar jogadas duvidosas. O dirigente anunciou a novidade durante o congresso da Conmebol, em Santiago, no Chile. Será a primeira vez em que a principal competição de futebol terá o auxílio tecnológico para os lances.

"No Mundial de 2018 vamos ter árbitro de vídeo porque até agora os resultados são muito positivos", disse Gianni Infantino durante o discurso no encontro. "Não é possível que, em 2017, quase todo mundo no estádio ou em casa veja em segundos se o árbitro cometeu um erro e o único que não possa ver seja o árbitro", completou o dirigente.

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O primeiro torneio da Fifa em que o auxílio tecnológico foi testado foi o Mundial de Clubes, no último ano, disputado no Japão. Na semifinal do torneio, entre Kashima Antlers, time local, e Atlético Nacional, da Colômbia, o árbitro húngaro Viktor Kassai deu um pênalti para a equipe asiática após rever o lance em um televisor instalado ao lado do campo.

Gianni Infantino está na presidência da Fifa desde fevereiro do ano passado e defendeu a utilização da tecnologia durante a sua fala em Santiago como medida para definir jogadas duvidosas que possam ser decisivas nas partidas como gols duvidosos, pênaltis ou erros sobre quem foi o autor de uma determinada falta.

Na Copa do Mundo no Brasil, em 2014, a novidade no auxílio à arbitragem foi a tecnologia da linha do gol (TLG). Caso a bola ultrapasse a linha e entre no gol, um chip instalado dentro dela emite um sinal ao relógio do árbitro para avisar que houve gol. A ocasião que inaugurou a modernidade foi na partida entre França e Honduras, no estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, e o juiz no duelo foi o brasileiro Sandro Meira Ricci.

O presidente da Fifa, Gianni Infantino, declarou nesta terça-feira que admite a possibilidade de realizar a Copa do Mundo de 2026 com 40 seleções e tendo vários países como anfitriões.

Os comentários de Infantino podem demonstrar que a entidade gestora do futebol vai considerar a provável candidatura conjunta de Estados Unidos, Canadá e México. Eles são esperados para disputar a organização do Mundial de 2026, com a região da Concacaf estando entre as favoritas a sediá-la pela primeira vez desde 1994, quando o torneio foi disputado nos EUA e por 24 equipes.

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Em sua campanha para a eleição presidencial, Infantino dizia apoiar a expansão do torneio e sua realização em uma região. "Estes dois tópicos certamente estarão sobre a mesa para discussão", disse Infantino sobre a reunião do Conselho da Fifa marcada para 13 e 14 de outubro, em Zurique.

Questionado sobre um potencial projeto EUA-Canadá-México para 2026, o ex-secretário-geral da Uefa observou que este tipo de organização conjunta será utilizada na Eurocopa de 2020, que ocorrerá em 13 países.

"Eu diria que não há limites para tudo o que seja bom para o futebol", disse Infantino à margem de uma reunião de clubes europeus. "Vamos ver, mas é verdade que a Concacaf não tem a Copa do Mundo há um longo tempo".

A votação para a sede da Copa do Mundo de 2026 será realizada em 2020. "No momento eu acho que está tudo em aberto", disse Infantino. "A minha opinião sobre as 40 equipes não mudou".

Quando trabalhava na Uefa, Infantino ajudou a supervisionar a expansão da Eurocopa de 16 para 24 equipes. "Vimos na Euro na França, com oito equipes a mais, o entusiasmo que despertou em muitos países", disse. "Nós precisamos perceber que estes eventos são mais do que apenas uma competição, eles são eventos sociais em todo o mundo".

Marco Polo Del Nero, presidente da CBF, fez o que pode para mostrar que estava sendo prestigiado pelo presidente da Fifa, o suíço Gianni Infantino, que na semana passada esteve no Rio de Janeiro. O cartola brasileiro entregou uma camisa da seleção e ainda saiu em uma foto "oficial" ao lado do dirigente estrangeiro. O objetivo era o de mostrar que estava respaldado - mas isso não vai evitar que ele seja suspenso pela entidade.

O jornal O Estado de S.Paulo apurou com exclusividade que Del Nero deve ser suspenso do futebol - e portanto da CBF - até o final do ano pelo Comitê de Ética da Fifa. Até lá, a entidade brasileira não irá receber o valor de US$ 100 milhões prometidos por Zurique como "legado da Copa do Mundo de 2014". Uma fonte do mais alto escalão da Fifa confirmou à reportagem que as investigações sobre o brasileiro caminham e que o processo aponta para uma punição severa.

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Del Nero foi indiciado pela Justiça dos Estados Unidos por corrupção e lavagem de dinheiro. Há mais de um ano ele não sai do Brasil, sob o risco de ser preso. Mas, ainda assim, se manteve como presidente da CBF.

Ao contrário do que seus aliados no Brasil vem declarando, o apoio a Del Nero dentro da Fifa é praticamente inexistente. Ele tem sido representado nas reuniões pelo vice-presidente Fernando Sarney, que foi bem recebido pelos demais dirigentes. Mas, na avaliação da cúpula da Fifa, o Brasil "não pode viver essa situação constrangedora".

Ele também foi alvo de uma investigação na Fifa, aberta já no ano passado. Por conta de um acúmulo de casos e de dificuldades de obter acesso aos documentos de seu indiciamento nos Estados Unidos, o processo na Fifa tem andado de forma lenta. Mas a fonte garante que isso mudará no segundo semestre.

Pessoas com acesso ao dossiê de Del Nero também apontam que as evidências recebidas são "volumosas" e que sua suspensão seria importante. Fontes de confiança de Infantino também revelam que o presidente da Fifa ficou "extremamente incomodado" com sua passagem pelo Rio. O suíço tinha como objetivo participar da abertura dos Jogos Olímpicos e queria aproveitar sua passagem para se reunir com os clubes.

A CBF acabou forçando uma situação para que o dirigente fosse obrigado a se reunir na sede da entidade e com a presença de Del Nero. Durante o encontro, porém, o representante brasileiro acabou ficando em silêncio e, segundo estrangeiros que participaram da reunião, era "nítido" seu constrangimento.

Del Nero ainda tentou levar Infantino à estreia da seleção olímpica, em Brasília, para mostrar o suposto apoio. O presidente da Fifa alegou problemas de agenda para escapar do ato. Sua avaliação é de que dirigentes como Del Nero precisam entender "que seu tempo acabou no futebol".

VIDA QUE SEGUE - O presidente da CBF age como se nada estivesse acontecendo. Nesta Olimpíada, por exemplo, pretende estar presente em vários jogos tanto da seleção feminina como da masculina - esteve no Engenhão na estreia do time feminino e neste domingo saiu no final da tarde do Rio em direção a Brasília para assistir à partida do masculino, que já havia "prestigiado" no amistoso contra o Japão. Vai procurar fazer pelo menos uma visita às cidades que recebem o futebol.

Serão aparições meteóricas. A ideia é chegar no dia do jogo e voltar ao Rio no máximo no dia seguinte - no caso das partidas noturnas. Mas que servirão para que Del Nero mostre publicamente ter o apoio de dirigentes de federações. A CBF convidou todos os cartolas que apoiam a atual administração para assistirem jogos da Olimpíada, com despesas pagas pela entidade.

O presidente reassumiu seu cargo na CBF em abril, após três meses de licença sob a alegação de que prepararia sua defesa em relação às acusações da Justiça norte-americana. Na volta, o assunto praticamente desapareceu da pauta. Del Nero continuou impondo sua vontade na CBF e na seleção brasileira.

Foi dele a palavra final sobre deixar Neymar de fora da Copa América Centenário para que o Barcelona o liberasse para a Olimpíada do Rio - o jogador também preferia o torneio olímpico, mas o então técnico Dunga insistia em levá-lo para a competição nos Estados Unidos.

E Rogério Micale só teve assegurado o cargo de treinador da seleção olímpica após Tite se recusar a assumir a equipe, depois de o presidente da CBF dar o sinal verde.

O Comitê de Ética da Fifa inocentou o presidente Gianni Infantino da acusação de má conduta relativa ao uso de voos fretados, encerrando semanas de especulações na imprensa internacional de que ele poderia se tornar a mais recente liderança do futebol mundial a ser suspensa do seu cargo.

Os promotores da comissão de ética anunciaram nesta sexta-feira a decisão de encerrar um inquérito sobre supostos conflitos de interesse e de aceitar indevidamente presentes, o que foi apoiado pelos juízes do órgão da Fifa.

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"Verificou-se que nenhuma violação ao Código de Ética da Fifa havia sido cometida pelo senhor Infantino", afirmou a promotoria do comitê em um comunicado divulgado nesta sexta-feira, horas antes de o dirigente acompanhar a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos do Rio.

Um memorando interno da Fifa que vazou para a imprensa disse que Infantino usou jatos particulares pagos pelos governos da Rússia e do Catar, sedes das duas próximas edições da Copa do Mundo, além de viagens com a Uefa para se reunir com dirigentes na Eslovênia e nos Bálcãs. "Benefícios usufruídos pelo senhor Infantino não foram considerados impróprios à luz das regras e regulamentos aplicáveis pela Fifa", disse o comunicado.

A investigação também examinou a contratação de assessores de Infantino e a recusa em assinar o seu contrato de trabalho desde fevereiro. No entanto, essas questões foram considerados como "problemas de conformidade internos ao invés de um questão de ética".

O caso contra Infantino foi aberto após a renúncia ou a demissão de vários dirigentes de alto da escalão da Fifa a partir de maio, incluindo o presidente da comissão dede auditoria Domenico Scala, que foi o responsável por supervisionar a oferta salarial ao presidente, e Markus Kattner, que foi diretor financeiro da entidade por longo tempo.

Infantino foi ouvido pelos investigadores, que trabalhavam em sigilo e nunca confirmaram que um processo foi aberto. "O presidente gostaria de agradecer a todos aqueles que colaboraram com a Comissão de Ética para assegurar que os fatos fossem ouvidos e a verdade prevalecesse", disse a Fifa em um comunicado.

A investigação revelou problemas na Fifa na transição para a presidência de Infantino, que foi eleito em fevereiro, sob a promessa de modernizar e limpar a imagem da organização, abalada por um escândalo de corrupção, após 18 anos de gestão de Joseph Blatter.

Blatter está cumprindo uma suspensão de seis anos por conflitos de interesse envolvendo o pagamento de cerca de US$ 2 milhões (aproximadamente R$ 6,3 milhões, na cotação atual) a Michel Platini, que foi banido pelo mesmo período. O gancho imposto ao ex-jogador francês, inclusive, abriu caminho para a candidatura de Infantino.

Desde maio, informações, com um fluxo constante, vazaram, incluindo gravações de reuniões do Conselho da Fifa e memorandos internos, sendo publicadas pela imprensa. Elas incluíram uma gravação de Infantino descrevendo como "insultante" uma oferta de menos de US$ 2 milhões em salários anuais, sem direito aos bônus que Blatter recebia pela organização da Copa do Mundo.

O advogado suíço também foi acusado na imprensa de gastos excessivos com as contas da Fifa, como com aluguel de carros, um motorista particular, um terno, flores e um colchão para seu apartamento de propriedade da entidade em Zurique, e uma máquina para exercícios físicos para seu escritório na sede da organização. "Outras acusações relacionadas com despesas e questões de governança também foram investigadas, mas não levaram a abertura de nenhum caso", disse o comitê de ética.

Apesar de toda especulação da imprensa, o caso continuou em segredo oficial e uma investigação formal nunca foi confirmada. Isto foi "para assegurar independência e o foco no processos com base no considerável volume considerável de documentos", declararam os promotores.

O presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, é esperado em Brasília na tarde desta quinta-feira para assistir à estreia do futebol masculino do Brasil na Olimpíada. A tiracolo vai trazer o presidente da Fifa, Gianni Infantino. O dirigente europeu tinha chegada ao Rio prevista para esta manhã e Del Nero pretende aproveitar a sua visita para começar a recuperar seu prestígio na entidade.

O brasileiro está em baixa desde que estourou o escândalo que corrupção na venda de direitos de TV e de marketing envolvendo competições como a Copa América e levou para a cadeia vários dirigentes ligados à Fifa, entre eles o ex-presidente da CBF, José Maria Marin - atualmente cumpre prisão domiciliar em Nova York. Investigado pelo FBI não saiu mais do Brasil temendo ser preso e, com isso, passou a faltar a reuniões importantes na Fifa.

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Agora, porém, é Infantino que vem ao Brasil e Del Nero não quer desperdiçar a chance. Uma reunião está marcada para o fim na manhã, a princípio no Rio - o local não foi informado, mas poderá ocorrer na sede da CBF ou em algum hotel da Barra da Tijuca. Participarão vários outros cartolas, entre eles o presidente da Conmebol, Alejandro Dominguez.

Como há a possibilidade de o encontro se prolongar, o que impediria a comitiva de chegar a Brasília a tempo do jogo entre brasileiros e sul-africanos, chegou-se pensar na possibilidade de fazê-lo na capital federal. Essa hipótese não foi confirmada. Além disso há o risco de Infantino chegar cansado da viagem desde a Suíça. A pauta da reunião também não foi divulgada.

Certo está que em Brasília nesta quinta-feira estarão vários presidentes de federações estaduais. Del Nero convidou os cartolas que o apoiam para assistir os jogos da seleção durante a Olimpíada, com despesas pagas pela CBF e direito a um acompanhante.

Del Nero, se não puder comparecer ao Mané Garrincha para a estreia, tem presença confirmada domingo, na segunda partida da equipe olímpica, contra o Iraque.

Durante a Olimpíada, ele planeja assistir no estádio a várias partidas dos torneios masculino e feminino de futebol. No sábado, esteve em Goiânia para o amistoso em que o Brasil venceu o Japão por 2 a 0.

Gianni Infantino, o novo presidente da Fifa, ficou nervoso e teve uma briga com seus funcionários por ter sido cobrado por gastos de lavanderia em uma das viagens oficiais pela entidade. Ele ainda afirmou ter ficado ofendido com o salário que lhe foi oferecido como chefe do futebol mundial, cerca de US$ 2 milhões (aproximadamente R$ 6,8 milhões) por ano.

Em gravações obtidas pelo jornal suíço Tages Anzeiger de encontros confidenciais dos dirigentes da Fifa no dia 10 de maio, Infantino revela suas frustrações e manobra o afastamento de Domenico Scala, ex-auditor da entidade.

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"Até agora, eu não tenho um contrato com a Fifa", disse o suíço, lembrando que não gostaria que o conteúdo do encontro "vazasse". "Eu não assinei o que me foi proposto. Eu não aceitei a proposta. Era uma proposta insultante, era menos da metade do que o presidente anterior estava ganhando no último ano. E vocês sabem que o que ele (Joseph Blatter) ganhava era muito, muito mais do que estava no último informe. Bastava ver os últimos dois informes da Fifa e ver que existe uma diferença de US$ 10 milhões (R$ 34 milhões) em salários e vocês podem imaginar para onde o dinheiro foi", alegou.

Infantino também revelou que Scala havia apresentado uma queixa contra ele ao Comitê de Ética da Fifa "dizendo que eu não tenho um salário e que estou buscando uma casa em Zurique e que, portanto, existe uma suspeita de corrupção ou lavagem de dinheiro". "Dizem que a casa é de US$ 25 milhões (R$ 85 milhões) e isso não faz sentido", atacou. "São denúncias infantis", declarou.

O presidente também contou como teve uma briga com um funcionário da entidade. "Ele veio a mim dizendo que tenho algumas contas a pagar. Era lavanderia num hotel, com camisa, meias, cuecas. Claro, fiquei bravo, não respondi de uma maneira de Oxford e pedi desculpas. Eu disse que pagaria. Mas essa pessoa informou a Scala, que levou ao Comitê de Ética. Dizem que no contrato que eu ainda não assinei que eu não tenho direito a despesas", explicou.

Infantino também avisou aos demais cartolas que o vazamento de informações tem como meta "impedir que a Fifa tenha sucesso". O presidente ganhou o interesse de quase todos os membros da cúpula e, naquela reunião, foi informado de que haveria uma tentativa de afastar Scala da Fifa.

O auditor acabou renunciando ao seu cargo em maio, justificando que não tinha mais independência para agir.

Gianni Infantino expressou tristeza pela não revogação da suspensão imposta a Michel Platini, apesar do novo presidente da Fifa só ter conseguido ascender ao cargo mais alto do futebol mundial após as acusações sobre ações financeiras indevidas terem retirado seu antigo chefe da disputa eleitoral.

Platini apareceu durante muito tempo como o futuro presidente da Fifa. Porém, o ex-jogador francês não pôde participar das eleições de fevereiro depois da revelação de um pagamento de 2 milhões de francos suíços (aproximadamente R$ 7,2 milhões) que ele havia recebido da entidade máxima do futebol. Foi quando Infantino, secretário-geral da Uefa, se tornou o candidato da Europa para suceder Joseph Blatter.

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A notícia de que a Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês) reduziu para apenas quatro anos a suspensão de Platini foi recebida por Infantino na Cidade do México, onde o dirigente vai liderar pela primeira vez o Congresso da Fifa.

"Obviamente, como presidente da Fifa, eu preciso respeitar a decisão da CAS. Não há dúvidas sobre isso", disse Infantino. "Em um nível pessoal, a partir disso, me sinto muito triste com esta decisão. Trabalhei com Michel durante os últimos nove anos na Uefa, sete como secretário-geral. Juntos fizemos algumas coisas grandes", acrescentou. "E eu realmente desejo conservar essas memórias positivas. Neste momento quero me concentrar nas memórias positivas", concluiu.

A decisão do painel da CAS, no entanto, elimina um obstáculo potencial para Infantino buscar um segundo mandato à frente da Fifa. As próximas eleições ocorrerão em maio de 2019, e Platini permanecerá suspensa até o final desse ano.

Provisoriamente, o Comitê de Ética da Fifa suspendeu, em outubro, Platini e Blatter. Em dezembro, ambos foram punidos por oito anos. Um comitê de apelações da entidade reduziu, em fevereiro, a punição a seis anos, reconhecendo o logo serviço que os dirigentes haviam prestado ao esporte.

Ambos apelaram à CAS, mas o caso de Platini foi avaliado primeiro, e sua punição foi reduzida em mais dois anos. A CAS disse que "não está convencida sobre a legitimidade" do pagamento de 2 milhões de francos suíços da Fifa a Platini em 2011, nove anos depois do fim do seu trabalho como assessor de Blatter, quando o ex-jogador francês se incorporou ao comitê executivo da entidade.

Questionado se a Fifa iria pedir o dinheiro de volta com a manutenção da punição a Platini, Infantino apenas declarou que "este não é um momento de especular sobre essas coisas".

A Fifa vai criar uma comissão para monitorar a construção dos estádios da Copa do Mundo no Catar para garantir "condições de trabalho decentes". Durante a sua primeira visita de trabalho ao Catar nesta sexta-feira, o presidente Gianni Infantino disse que o painel vai incluir "setores relevantes da sociedade civil e outras partes interessadas relevantes da Fifa".

O Catar é frequentemente criticado por grupos de direitos humanos e sindicatos por supostos abusos e mortes em uma série de projetos de construção ligados à Copa do Mundo de 2022 desde que ganhou o direito de sediá-la em 2010.

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Na semana passada, um especialista em direitos humanos da Universidade de Harvard apontado pela Fifa aconselhou que torneios devem ter sedes trocadas onde os abusos persistirem. "Nós levamos nossa responsabilidade a sério e estamos comprometidos em fazer a nossa parte", disse Infantino em um comunicado publicado pela Fifa.

Infantino visitou o Estádio Internacional Khalifa em Doha e o alojamento dos trabalhadores durante uma viagem de dois dias, e também se reuniu com o emir do Catar, o xeque Tamim bin Hamad al-Thani.

A Anistia Internacional aprovou os "passos na direção certa" anunciados pelo presidente da Fifa, que foi eleito há dois meses. "Finalmente parece que a Fifa está acordando para o fato de que, a menos que tome ações concretas, a Copa do Mundo de 2022 no Catar será construída sobre sangue, suor e lágrimas de trabalhadores imigrantes", disse Mustafa Qadri, um porta-voz da Anistia Internacional para os direitos dos imigrantes na região do Golfo.

O país deve gastar dezenas de bilhões de dólares na preparação para o torneio, marcado para novembro e dezembro de 2022, construindo oito novos estádios, reformando outros e realizando diversas obras, com as de infraestrutura.

O Catar faz o uso maciço de trabalhadores da construção civil do sul da Ásia que estão "amarrados" através do sistema "kafala" em que os imigrantes têm suas despesas pagas pelas empresas para as quais vão trabalhar, mas ficam com seus documentos retidos.

Professor de Harvard, John Ruggie disse na semana passada que a Fifa deveria ter exigido que o "kafala" não fosse usado para qualquer obra da Copa do Mundo. E embora as autoridades do Catar tenham prometido reformas, o progresso na legislação tem sido lento.

Infantino cobrou ações efetivas do governo Catar, mas também se disse "confiante de que estamos no caminho certo". O chefe do comitê organizador do Catar, Hassan al Thawadi, afirmou que a primeira Copa do Mundo no Oriente Médio vai cumprir todas as exigências da Fifa. "Crucialmente também estamos firmemente empenhados em deixar um legado social duradouro após o torneio, inclusive na área do bem-estar dos trabalhadores", declarou Al Thawadi no comunicado da Fifa.

Gianni Infantino iniciou nesta terça-feira a sua primeira visita à Rússia desde que foi eleito presidente da Fifa, em fevereiro. O dirigente começou a sua passagem pelo país conhecendo o estádio Luzhniki, em Moscou, principal palco da Copa do Mundo de 2018, que está passando por uma grande reforma para estar apto para o evento máximo do futebol.

Usando o tradicional capacete de obra, Infantino passeou pela construção do local, que terá capacidade para abrigar 81 mil torcedores, acompanhado do prefeito de Moscou, Sergei Sobyanin, e chegou a gesticular exibindo o sinal de positivo com os dois polegares para expressar satisfação com as obras em andamento.

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E o dirigente afirmou ter ficado "impressionado" com as mudança no estádio, no qual já esteve presente anteriormente, mas antes das reformas para a Copa do Mundo. "Tem um aspecto impressionante. Este é o lugar ideal para celebrar o Mundial. Um lugar magnífico para os jogadores e os torcedores. Quando você entra no estádio o coração começa a bater mais rápido", ressaltou Infantino, em entrevista a jornalistas russos no local.

O presidente da Fifa ainda enfatizou a importância de o estádio Luzhniki ter conservado a sua "histórica fachada", que é considerada um ícone da arquitetura soviética, sendo que o local foi um dos palcos dos Jogos Olímpicos de Moscou, em 1980. Ele elogiou Sobyanin por ter apoiado esta iniciativa.

Durante a visita, o prefeito de Moscou também mostrou a Infantino uma grande maquete do estádio em um quadro, no qual estavam também fotos de locais que circundam o complexo do grande palco da Copa de 2018. A arena, além de receber o jogo inaugural e a decisão do Mundial, abrigará quatro partidas da fase de grupos, uma das oitavas de final e uma das semifinais. A previsão é de que as obras no estádio sejam concluídas no final deste ano.

Também nesta terça-feira, Infantino esteve presente na tradicional Praça Vermelha, onde posou para fotos à frente do relógio que marca a contagem regressiva para o início da Copa de 2018. No local, ele teve a companhia do presidente do Comitê Organizador Local (COL), Alexey Sorokin, e do ex-jogador croata Zvonimir Boban, que ajudou o seu país a ser terceiro colocado na Copa do Mundo de 1998, na França.

Depois de sua passagem pela Rússia, Infantino seguirá rumo ao Catar, palco do Mundial de 2022, também em sua primeira visita ao país como novo presidente da Fifa. Antes desta ida aos países de disputa dos dois próximos Mundiais, onde fará também reuniões com membros do Comitê Organizador Local das Copas, o suíço esteve na América do Sul, no final do mês passado, quando visitou a sede da Conmebol, em Luque, e se reuniu com o presidente da entidade sul-americana, Alejandro Dominguez.

O continente foi um dos mais atingidos pelo grande escândalo de corrupção que assombra o futebol desde o ano passado. Na ocasião, Infantino ressaltou a importância de a Conmebol e a Fifa buscarem recuperar suas imagens durante a sua visita.

O ataque terrorista que deixou dezenas de mortos nessa sexta-feira (25) em um estádio de futebol na cidade iraquiana de Iskanderiyah, ao sul de Bagdá, comoveu o presidente da Fifa, o suíço Gianni Infantino. Em nota divulgada neste sábado (26), o dirigente lamentou o ocorrido e se disse "chocado" com a violência do atentado.

"Eu estou chocado e terrivelmente triste por saber sobre está horrível tragédia, que ocorreu ontem em um jogo de futebol em Iskanderiyah, no Iraque. Por todo o mundo, o futebol une as pessoas. É muito triste quando as pessoas, indo para uma partida juntas, se tornam vítimas de tal violência", escreveu.

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Na última sexta-feira, um homem-bomba se explodiu no estádio em Iskanderiyah. De acordo com as informações de autoridades de segurança e saúde do Iraque, o atentado deixou 41 mortos e 105 feridos. O Estado Islâmico já assumiu a autoria do ataque que abalou o país.

"Em nome da Fifa e da comunidade global do futebol, eu gostaria de estender nossas mais profundas condolências às famílias das vítimas. Nossos pensamentos estão com todos aqueles afetados por esta tragédia e todos nossos amigos do futebol no Iraque", comentou Infantino.

Depois de 42 anos, a Fifa volta ao controle da Europa. Nesta sexta-feira (26), a entidade elegeu o suíço-italiano Gianni Infantino como seu novo presidente, colocando um fim à Era Blatter. Apoiado pela Uefa, o dirigente representa o retorno dos europeus no controle do futebol mundial, depois de décadas nas mãos de João Havelange e seu sucessor, Joseph Blatter.

Infantino somou 115 votos, superando seu maior rival, o xeque do Bahrein, Salman bin Ebrahim Al Khalifa, com 88, no segundo turno da votação. O príncipe jordaniano Ali bin Al Hussein teve apenas quatro votos, enquanto Jérôme Champagne não recebeu nenhum.

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O processo eleitoral foi a conclusão de uma crise que começou em maio de 2015, com a prisão de dirigentes em Zurique e que terminou, dias depois, com a queda de Blatter. O suíço foi obrigado a convocar novas eleições. Mas foi obrigado a abandonar seu escritório diante de suspeitas de corrupção.

Blatter, apesar de também ser suíço, jamais foi considerado como um representante dos interesses europeus na Fifa. Primeiro, por ser afilhado político de Havelange. Depois, por garantir seus votos justamente nas pequenas federações nacionais na África e no continente asiático.

Infantino, de 45 anos e secretário-geral da Uefa, também não era o nome escolhido para concorrer à presidência. Ele apenas se tornou candidato quando seu chefe, Michel Platini, foi obrigado a abandonar a corrida, também por suspeitas de corrupção. Infantino, assim, passou a herdar os votos do francês, mas insistiu por meses e em cada entrevista que ele não era Platini.

A última vez que um representante da Uefa controlou a Fifa foi em 1974, quando Stanley Rous foi surpreendido por Havelange e perdeu seu reinado.

Agora, com o apoio da Conmebol, da Europa, mas também de partes da África, Infantino derrotou numa segunda rodada de votação o xeque Salman. "Estamos numa crise muito profunda. Mas não temo assumir minhas responsabilidades", disse, durante seu discurso antes da votação.

Para a América do Sul, ele promete medidas para manter os jogadores na região. "Precisamos ajudar o futebol sul-americano, que é o coração do futebol mundial", disse Infantino. Mas arrancou aplausos quando anunciou que iria "distribuir o dinheiro da Fifa". "Esse é o dinheiro de vocês", declarou aos 207 delegados, que o aplaudiram.

Infantino conquistou dezenas de votos prometendo distribuir mais recursos dos cofres da Fifa para as delegações nacionais, com um cheque de US$ 5 milhões (R$ 20 milhões) para cada. A proposta foi acusada por seus opositores de serem ameaçadoras e que poderão levar a Fifa à falência.

Entre suas propostas, ele aponta para a transformação da Copa do Mundo de 32 para 40 seleções participantes, criticada por seus opositores, como o candidato Jérôme Champagne. "Temos de lembrar o que ocorreu com a Copa do Mundo no Brasil", declarou.

Sem nenhuma experiência em eleições e tendo entrado na Uefa em 2000 como um funcionário regular, ele contou com uma equipe de peso. Mike Lee, um dos artífices de sua campanha, já havia levado o Rio a ganhar a sede dos Jogos de 2016 e o Catar a Copa de 2022.

Sua vitória, porém, levanta suspeitas entre seus opositores sobre o que isso vai representar para os demais continentes do mundo. "Não se pode dar o tesouro todo do futebol para a Europa", disse Champagne, candidato derrotado. Para ele, Infantino dará maiores poderes aos clubes europeus na Fifa, minando a influência das seleções de países periféricos.

Infantino, porém, assume com uma tarefa importante: reformar a Fifa, evitar sua quebra financeira e ainda restaurar a credibilidade em uma entidade em que seus principais líderes estão presos, em fuga ou afastados.

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