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O militante bolsonarista Oswaldo Eustáquio gravou um vídeo ao lado de Rodrigo Gasparin, outro apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), alegando que paga a assistência jurídica de 180 golpistas presos na operação de retomada de Três Poderes, após os atentados de 8 de janeiro. 

Eustáquio, que tem contra si uma ordem de prisão emitida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, não informou a fonte do dinheiro. O extremista também alega que os “patriotas” estariam sendo alvo de golpes financeiros, aplicados por advogados mal-intencionados. 

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“Tem advogados que se dizem patriotas que estão extorquindo as famílias do nosso povo. Eu não vou deixar isso acontecer. Esses advogados que estão fazendo isso estão fazendo um mal para a sociedade, um mal para o nosso povo. Não caiam nesse golpe. Nós temos um grupo de mais de 180 advogados. Nós estamos pagando eles”, declarou o bolsonarista. 

Em entrevista publicada pelo site The Brazilian Report no começo de janeiro, Eustáquio disse que os golpistas planejavam invadir a Esplanada dos Ministérios no dia 5 de dezembro. Segundo ele, isso só não aconteceu porque os movimentos se desorganizaram. 

“Eu entendi que se a gente fosse para lá e a gente enchesse a Esplanada, o Bolsonaro ia decretar intervenção militar. Mas as pessoas não quiseram ir. Eles acreditaram nos militares. Os generais que traíram o povo”, disse. 

O blogueiro está foragido desde dezembro. O pedido de prisão foi feito pela Polícia Federal, após Eustáquio descumprir medidas cautelares. Ele foi preso em junho de 2020 por participar de atos antidemocráticos. 

No vídeo, gravado no último dia 23, Eustáquio afirma que a coordenação do trabalho dos advogados é feita por Gasparin, que afirma viver em Curitiba e ser integrante do grupo bolsonarista Aliança Pelo Brasil. 

 

Na manhã desta sexta-feira (27), a Polícia Federal (PF) cumpre 11 mandados de prisão preventiva e 27 mandados de busca e apreensão contra suspeitos de depredar a Praça dos Três Poderes no último dia 8. A terceira fase da Operação Lesa Pátria ocorre em cinco estados e no Distrito Federal.

A PF explicou que os envolvidos são suspeitos dos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado,  dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.

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Com a continuidade das investigações, a operação se tornou permanente e será atualizada conforme novas pessoas forem presas ou consideradas foragidas, bem como quando novos mandados judiciais foram expedidos.

Denúncias

As autoridades pedem ajuda para identificar os golpistas que participaram de alguma forma ou financiaram o episódio considerado um ataque direto à democracia. O e-mail denuncia8janeiro@pf.gov.br está disponível para denúncias.

A Polícia Legislativa identificou outras 23 pessoas envolvidas nos atos terroristas de 8 de janeiro e que participaram da invasão e depredação do Congresso Nacional. A instituição divulgou a informação à imprensa nesta quarta-feira (25). O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), vai enviar à Procuradoria Geral da República (PGR) um pedido para que esses suspeitos sejam investigados e, se for o caso, denunciados à Justiça. 

Esta será a segunda representação enviada pelo Senado à PGR. Há 12 dias, Pacheco entregou ao procurador-geral, Augusto Aras, uma representação com dados sobre 39 envolvidos. Todos foram denunciados pela PGR à Justiça. 

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Três dias depois, a PGR anunciou denúncias contra 39 suspeitos de invasão ao Congresso. O grupo deve responder pelos crimes de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça com emprego de substância inflamável contra o patrimônio da União e com considerável prejuízo para a vítima, e deterioração de patrimônio tombado. 

Somando as duas representações, portanto, pode chegar a 61 o número de pessoas identificadas pelo Senado envolvidas nos atos terroristas no Congresso. 

 

Advogados de Santa Catarina protocolaram ações contra o governador Jorginho Mello (PL) pelo envio de defensores públicos para representar golpistas presos após atos antidemocráticos em Brasília no dia 8 de janeiro de 2023. O grupo de juristas alega que não é de competência da defensoria pública fazer a defesa, pois, trata-se de um crime federal, portanto, caberia a Defensoria Pública da União deveria fazer a defesa dos acusados.

Em entrevista ao site Brasil de Fato, o advogado Gabriel Kazapi, que faz parte do grupo, ainda explica que “na pior das hipóteses, fosse uma questão territorial, seria a Defensoria Pública do próprio do Distrito Federal, mas jamais a Defensoria Pública do Estado de Santa Catarina”.

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De acordo com registros do Diário Oficial Eletrônico da Defensoria Pública de Santa Catarina de 11 de janeiro, quatro defensores públicos foram designados para acompanhar os presos catarinenses detidos em Brasília "conforme decisão exarada no inquérito n. 4.879-DF, prestando orientação jurídica e/ou assistência, atendendo solicitação encaminhada no processo PGE 74/2023, por determinação do Excelentíssimo Governador do Estado de Santa Catarina”.

Os advogados responsáveis pelas ações ainda acusam Jorginho Mello de má-gestão pela determinação para a à Secretaria Executiva de Articulação Nacional de Santa Catarina, sediada em Brasília, o acompanhamento dos casos.

Os atos terroristas ocorridos no dia 8 de janeiro, em Brasília, na Praça dos Três Poderes já contabiliza mais de 1300 presos. Dados divulgados pela Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal mostram que a maioria dos detidos na manifestação antidemocrática, cerca de 70%, tem mais de 40 anos. Além disso, o levantamento aponta que a faixa etária de até 30 anos não passa de 9,6%.

Mesmo sem maiores detalhamentos dos perfis dos envolvidos na manifestação antidemocrática, especialistas ouvidos pelo jornal O Globo apontam que golpistas da terceira idade são fortalecidos por aplicativos de mensagem, como WhatsApp e Telegram, por exemplo.

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Segundo os pesquisadores, as pessoas mais velhas estão cada vez mais inseridas no universo digital, portanto, mais distantes das relações presenciais. “O controle exercido nos grupos de mensagem funciona bem para o radicalismo. É uma chance de ter voz, mas é controlado. Se alguém for contra, rapidamente é calado ou retirado do grupo, considerado traidor ou “comunista”. É como se o grupo tivesse acesso à grande verdade e, ao tirar os que contestam, ele se fortalece”, afirma Hilton Fernandes, professor de Análise Política e Opinião Pública da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, ao veículo. 

A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta sexta-feira (20), a operação “Lesa Pátria”, para identificar e prender pessoas que coordenaram e financiaram os atos terroristas contra os Três Poderes, no último dia 8 de janeiro. A ação foi classificada como “permanente” pela instituição, que fornecerá atualizações periódicas acerca do número de mandados judiciais expedidos, pessoas capturadas e foragidas.

Nesta primeira investida, foram emitidos oito mandados de prisão preventiva, além de 16 de busca e apreensão. As ordens são cumpridas no Distrito Federal e nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, e Mato Grosso do Sul. Entre os presos - até o fim da manhã desta sexta-feira (20), quatro pessoas foram localizadas e detidas - estão bolsonaristas conhecidos, como Ramiro “Caminhoneiro” e Renan Sena.

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Os investigados devem responder pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.

Como denunciar

Informações sobre a identificação de pessoas que participaram, financiaram ou fomentaram os fatos ocorridos no dia 8, em Brasília, devem ser encaminhadas para o e-mail denuncia8janeiro@pf.gov.br.

Quem são os golpistas

Ramiro Caminhoneiro

Ramiro Alves Da Rocha Cruz Junior, de 49 anos, conhecido como Ramiro dos Caminhoneiros, foi um dos organizadores dos atos terroristas em janeiro. Ele foi candidato a deputado federal pelo PL de São Paulo em 2022 e recebeu R$ 150,9 mil para a campanha. É filiado ao PL desde março do ano passado. Em 2018, também concorreu a deputado federal pelo PSL, sigla pela qual Jair Bolsonaro (PL) se elegeu presidente à época.

Nas redes sociais como "um patriota a serviço do transporte". Em postagens recentes em seu perfil no Instagram, com quase 70 mil seguidores, Ramiro incita a participação nos acampamentos antidemocráticos instalados nas portas de unidades militares desde a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Através de "lives", pede doações via Pix para um telefone com DDD 011 (São Paulo).

Dias após a prisão realizada no QG do Exército, em Brasília, voltou ao local e tentou realizar uma live mostrando como estava o espaço após a desmobilização, mas foi interrompido por um militar. Em outra publicação, escreveu "vencemos no domingo, perdemos na segunda", se referindo aos ataques às sedes dos Três Poderes.

Randolfo Antônio Dias

Randolfo foi detido no bairro Luxemburgo, Zona Sul de Belo Horizonte. Ele foi conduzido por agentes da PF para a sede da Superintendência na capital. Segundo as investigações, ele participava do acampamento em frente à 4ª Região Militar do Exército, na avenida Raja Gabaglia, no bairro Gutierrez, na Zona Oeste da capital, onde apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) protestavam contra o resultado das eleições presidenciais.

O preso enviava áudios em grupos de mensagens desejando a morte do presidente Lula e do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, além de incitar ações ilegais. Ele não possui antecedentes criminais.

Renan Silva Sena

Renan da Silva Sena foi um funcionário terceirizado do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MDH), comandado pela ex-ministra Damares Alves. Durante a pandemia, ele protagonizou um episódio de violência contra uma enfermeira, em Brasília, em maio de 2020.

Nesse dia, profissionais da área de saúde faziam uma manifestação pacífica, silenciosa, respeitando as regras de distanciamento social em memória de 55 enfermeiros, técnicos e auxiliares que morreram vítimas do coronavírus. Ele cuspiu no rosto de uma manifestante. na atual operação, Renan é investigado por usar suas redes sociais para incitar os crimes na Esplanada dos Ministérios.

Em um vídeo publicado do QG do Exército no dia 6 de janeiro, por exemplo, ele chamava para uma “grande ação neste fim de semana”. Os agentes encontraram R$ 22 mil em espécie em sua casa.

Soraia Bacciotti

Soraia é uma linguista sulmatogrossense, suspeita de participar do ataque à Praça dos Três Poderes, em Brasília. Além de bolsonarista, ela é apoiadora do ex-candidato a governador de Mato Grosso do Sul, Capitão Contar (PRTB). Intérprete de libras, Bacciotti apareceu em suas redes sociais, em 29 de outubro de 2022, ao lado de Contar, traduzindo as falas do militar do Exército para a população surda. Ambos pediam apoio à população do estado no segundo turno das eleições.

 

O youtuber e empresário João Victor Oliveira Araponga Salas, de 26 anos, fez uma live no Instagram para registro de suas ações em prol dos golpistas presos em Brasília, no Distrito Federal. No vídeo, que foi ar nessa terça-feira (17), ele critica companheiros políticos por não prestarem ajuda e diz que os “patriotas” presos estão passando por “constrangimento” no sistema prisional. Salas também afirma que não conseguiu fazer as entregas ainda na terça-feira por restrições nas unidades prisionais.

As pessoas que João chama de patriotas são os terroristas presos entre os dias 8 e 9 de janeiro, por possuírem ligação com o vandalismo promovido nos Três Poderes, uma semana após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em registros posteriores, o influencer, que possui 14,7 mil seguidores, prestou conta dos produtos comprados, que custaram o total de R$ 1.063,68.

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"Olha onde é que eu [sic] tô, no supermercado. Diferente de muitos, eu não fico de 'bla-bla-blá', de 'mimimi'. Alguns dizem que vão me ajudar, 'vou contribuir com você', é complicado. Estou aqui no supermercado, estou comprando agora quatro ou cinco caixas de cream crackers [bolachas], e quatro ou cinco caixas de maizena. Por quê? Porque eles [golpistas] estão passando por uma situação constrangedora”, diz o empresário em vídeo.

João Salas tem tentado ganhar relevância política na direita e chegou a ser candidato ao cargo de deputado distrital pelo PTB, nas Eleições 2022. Em dezembro do último ano, ele teve as redes sociais retidas por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF). Os perfis no Twitter e no YouTube seguem sob restrição judicial, mas no Instagram, o conservador segue ativo.

O ativista também foi organizador de um ato em Brasília, em abril de 2022, e que teve como pauta principal a defesa da decisão do então presidente Jair Bolsonaro (PL) de conceder indulto ao deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ), foi condenado pelo plenário do STF a 8 anos e 9 meses de prisão. Salas foi responsável por contratar um dos carros de som para a manifestação.

Confira o registro da live

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Um dos efeitos do bolsonarismo foi incentivar eleitores a se lançarem na política como candidatos. Dentre os golpistas presos no Distrito Federal, pelo menos 45 pessoas já tentaram se eleger por partidos ligados a Jair Bolsonaro, mas nem todos foram por siglas de direita.

O levantamento foi feito pelo O Globo cruzou os nomes divulgados pela secretaria de Administração Penitenciária do DF com os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os três partidos com mais candidatos presos pela depredação foram o PSL e o PL, o ex-partido e o atual do ex-presidente. A maioria dos golpistas disputou as eleições em 2020, mas há também derrotados no último pleito.

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Confira os nomes dos ex-candidatos presos, seus partidos e o ano que lançaram campanha:

GENNARO VELA NETO (PL-PR) - DEPUTADO FEDERAL - 2022

LUIZ ADRIAN DE MORAES PAZ (PRTB-MG) - DEPUTADO ESTADUAL - 2022

OZIEL LARA DOS SANTOS (PATRIOTA-SC) - DEPUTADO ESTADUAL - 2022

EDNA BORGES CORREA (SOLIDARIEDADE-DF) - DEPUTADO DISTRITAL - 2022

MARIA ELENA LOURENÇO PASSOS (PL-ES) - DEPUTADO ESTADUAL - 2022

REGINA APARECIDA SILVA (PMN-RR) - 2º SUPLENTE - 2022

ADAILDO ALVES SANTANA (PTB-BA) - VEREADOR - 2020

ADEMAR BENTO MARIANO (PTB-PR) - VEREADOR - 2020

CARLOS ALBERTO DA SILVA NASCIMENTO (PSL-SP) - VEREADOR - 2020

DANIEL LUCIANO BRESSAN (CIDADANIA-PR) - VEREADOR - 2020

EDIMAR APARECIDO MARTINS ESCANHOELA (PV-SP) - VEREADOR - 2020

EZIO GUILHERME DA SILVA (PATRIOTA-MG) - PREFEITO - 2020

FABIANO DA SILVA (PSL-SC) - VEREADOR - 2020

FRANCISMAR APARECIDO DA SILVA (PATRIOTA-MG) - VEREADOR - 2020

GILSON DA SILVA MATTOS (MDB-RS) - VEREADOR - 2020

HELMI TAVARES DE OLIVEIRA (PTB-PA) - VEREADOR - 2020

HENRIQUE FERNANDES DE OLIVEIRA (MDB-SP) - VEREADOR - 2020

JOÃO BATISTA BENEVIDES DA ROCHA (PSL-MT) - VEREADOR - 2020

JOSIEL GOMES DE MACEDO (PSB-MG) - VEREADOR - 2020

MARCOS JOEL AUGUSTO (CIDADANIA-SP) - VEREADOR - 2020

PAULO JOSE MARIA (PSB-RO) - VEREADOR - 2020

ALICE TEREZINHA COSTA DA COSTA (DEM-RS) - VEREADOR - 2020

ANA PAULA NEUBANER RODRIGUES (PATRIOTA-MG) - VEREADOR - 2020

DARLENE DA SILVA COSTA (PSL-BA) - VEREADOR - 2020

LUCIANA ROSA DI PALMA (PODEMOS-SP) - VEREADOR - 2020

MARIA DE FATIMA ALMEIDA BARROS (MDB-MT) - VEREADOR - 2020

ODETE CORREA DE OLIVEIRA PALIANO (PL-SC) - VEREADOR - 2020

RENATA SOUSA MASSA (PRTB-BA) - VEREADOR - 2020

STELA MARIA ATANAZIO (DC-SP) - VEREADOR - 2020

MICHELA BATISTA LACERDA (PSL-AC) - DEPUTADO FEDERAL - 2018

TATIANE DA SILVA MARQUES (PSL-RS) - DEPUTADO FEDERAL - 2018

ALCEBIADES FERREIRA DA SILVA (PP-MT) - VEREADOR - 2016

IVAN MANOEL RECH (PL-SC) - VEREADOR - 2016

JUVENAL ALVES CORREA DE ALBUQUERQUE (PTN-MT) - VEREADOR - 2016

LUIZ FERNANDO DE SOUZA ALVES (REDE-MG) - VEREADOR - 2016

PAULO GABRIEL DA SILVEIRA E SILVA (PTC-GO) - VEREADOR - 2016

RICARDO DUARTE OLIVEIRA (REPUBLICANOS-SC) - VEREADOR - 2016

ROBSON BARBOSA DA SILVA (PSC-PA) - VEREADOR - 2016

ROGERIO SOUZA LIMA (PSB-BA) - VEREADOR - 2016

RONALDO BORGES DO CANTO (DEM-RS) - VEREADOR - 2016

VICENTE CAVALINI FILHO (CIDADANIA-PR) - VEREADOR - 2016

WELLINGTON RONALDO COSTA (CIDADANIA-SP) - VEREADOR - 2016

WHEROILTON PEREIRA DE CASTRO (PTC-PE) - VEREADOR - 2016

WILSON FERNANDO GOMES (PDT-GO) - VEREADOR - 2016

MARYANNA SILVA GONÇALVES (PRP-MG) - VEREADOR - 2016

O Supremo Tribunal Federal (STF) lança nesta terça-feira (17) a campanha Democracia Inabalada (#DemocraciaInabalada), em resposta aos atos de vandalismo praticados em 8 de janeiro no edifício-sede da Corte.

Até o dia 1º de fevereiro, serão exibidos vídeos na TV Justiça, em outras emissoras e sites, e realizadas postagens nas redes sociais do Tribunal, com o objetivo de chamar a atenção para o lamentável episódio, para que ele nunca seja esquecido e nem se repita, e destacar que a democracia e a Suprema Corte saem fortalecidas desses acontecimentos.

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Os vídeos e demais materiais de divulgação, como cards para redes sociais, estarão disponíveis para compartilhamento por entidades, outros tribunais, órgãos públicos e quaisquer interessados em aderir à campanha (clique aqui).

O conteúdo foi produzido pela TV Justiça com o apoio da Associação Brasileira de Agências de Publicidade (Abap). Já para a difusão do conteúdo, o STF terá o apoio da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert).

"O Supremo Tribunal Federal reconstituirá seu edifício-sede, patrimônio histórico dos brasileiros e da humanidade, e símbolo do Poder Judiciário, um dos três pilares da democracia constitucional brasileira. Os trabalhos envolvem remover estilhaços, reerguer mesas e cadeiras, reedificar o espaços e restaurar móveis e antiguidades. Contudo, a resposta aos atos criminosos passa também por difundir a mensagem de que esta Suprema Corte, assim como a defesa que a instituição faz da democracia e do estado de direito, seguem inabaláveis", afirmou a presidente do Supremo, ministra Rosa Weber.

Devastação x fortalecimento

Na tarde do último dia 8 de janeiro, o Plenário foi completamente destruído, vidraças foram quebradas, estátuas derrubadas, poltronas arrancadas, móveis despedaçados e obras de arte vandalizadas. Janelas foram pichadas e salas de áreas administrativas, que funcionavam nos demais andares do edifício-sede, tiveram suas instalações destruídas.

Apesar do ataque, o STF segue firme na defesa da democracia e da Constituição Federal. Por ordem da presidente do STF, ministra Rosa Weber, foi instituído um gabinete extraordinário para executar a reconstituição do Plenário, e as obras já tiveram início. O Plenário estará pronto para a sessão de abertura do Ano Judiciário de 2023, em 1° de fevereiro.

A campanha #DemocraciaInabalada integra as ações do Tribunal que buscam ressaltar a solidez das instituições brasileiras e o fortalecimento do STF diante dos atos criminosos de que foi vítima.

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Da assessoria do STF

O advogado do ex-comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), coronel Fábio Augusto Vieira, disse que ele chora com frequência desde que foi preso no último dia 10. O ex-comandante era responsável por evitar que os golpistas tivessem acesso à Praça dos Três Poderes, mas o que foi visto foram policiais escoltando os vândalos e permitindo a entrada no local. Vieira foi exonerado há cerca de uma semana por suposta conivência.  

Custodiado no Regimento de Polícia Montada de Taguatinga por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Vieira alegou que tudo apontava para um ato pacífico. O advogado Thiago Turbay contou ao O Globo que o cliente está abalado com a prisão e, quando não está em silêncio profundo, geralmente está chorando. 

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Ainda de acordo com o advogado, Vieira se negou a fazer algumas refeições na prisão e vem sofrendo com crises de ansiedade. A situação tem agravado seu quadro de hipertensão, que precisou ser controlado por remédios. A equipe médica teria lhe atendido em mais de uma ocasião. 

A petição da defesa argumenta que o planejamento da operação não estava dentro das atribuições de Vieira, e sim do Departamento de Operações. O advogado também sugere que o coronel usou de todos os meios para evitar os atos de vandalismo e que a decretação de intervenção federal no DF teria tirado dele qualquer capacidade de eventual destruição de provas. 

Golpistas que destruíram os prédios da Praça dos Três Poderes foram encaminhados para o Complexo da Papuda, no Distrito Federal, e ingressaram no Centro de Detenção Provisória II (CDP II). Parte dos 1.159 detidos ainda aguardam a audiência de custódia, enquanto 684 foram soltos para responder em liberdade. 

Todos foram identificados e vão responder pelos crimes de terrorismo, associação criminosa, atentado contra o Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, perseguição, incitação ao crime, dentre outros. Conhecida por receber políticos condenados nos esquemas do mensalão e do petrolão, a Papuda foi inaugurada em 1979, em uma área no Jardim Botânico que era ocupada por uma fazenda de gado leiteiro. 

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Superlotação na Papuda

O complexo vai receber os homens que participaram da depredação generalizada. O último balanço da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seape) apontava que cerca de 800 envolvidos já estavam no local, ainda em condição provisória.  

A Papuda tem capacidade para 5.300 detentos, mas, como todo o sistema prisional brasileiro, também sofre com superlotação e, atualmente, reúne 17.653 presos em suas quatro unidades, desses 2.133 estão no CDP II. A princípio, os golpistas vão ficar em uma ala reservada. Eles não poderão receber dinheiro das visitas, já que a unidade não possui cantina. 

O portal da Seape apresenta mais informações sobre o CDP I. A unidade provisória oferece enfermaria, consultórios médico e odontológico, e um núcleo de ensino com salas de aula e biblioteca para oferecer cursos aos reeducandos. A unidade também tem 18 salas para atendimento de advogados. No entanto, o atendimento é feito por meio de interfones, sem contato físico com o custodiado. 

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Cada caso deverá ser analisado com devido respeito ao processo penal, mas, se houver a progressão de pena para regime fechado, os extremistas que estão na Papuda serão mandados para as Penitenciárias do complexo, onde são oferecidas de costura industrial e serigrafia. 

Recentemente, A Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso (Funap/DF) inaugurou uma moderna panificadora que representará outras 40 possibilidades de trabalho remunerado na unidade. As instalações têm capacidade para produzir até oitenta mil pães por dia. 

As audiências de custódia dos presos nos atos antidemocráticos começaram na tarde da quarta-feira (11) e devem ir até o domingo (15). O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, autorizou que os juízes sentenciem no sistema de mutirão para agilizar os processos. 

O grupo Prerrogativas, coletivo nacional de advogados e juristas, solicitou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ao Supremo Tribunal Federal (STF) a suspensão da diplomação de, pelo menos, seis deputados federais eleitos. A posse dos parlamentares acontece em 1º de fevereiro. Os legisladores mencionados teriam apoiado os atos terroristas nos Três Poderes, em Brasília, no último domingo (8). 

A articulação cita publicações e manifestações de autoria de Carlos Jordy (PL-RJ), Silvia Waiãpi (PL-AP), André Fernandes (PL-CE), Nikolas Ferreira (PL-MG), Sargento Rodrigues (PL-MG) e Walber Virgolino (PL-PB), em que os citados, supostamente, teriam apoiado os manifestantes golpistas. A petição, de autoria dos advogados Marco Aurélio de Carvalho, Fabiano Silva dos Santos e Pedro Serrano, foi entregue à Corte nessa quarta-feira (11). O PL, partido de todos os deputados, ainda não anunciou se vai tomar medidas a respeito dos filiados. 

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"Não é aceitável ou imaginável que pessoas que tenham sido eleitas como representantes do povo em um regime democrático, por meio de eleição livre, possam apoiar, incentivar e mesmo participar de atos que atentem contra o Estado democrático de Direito", afirmam os advogados ao TSE. 

Os signatários da petição destacam uma decisão do presidente da corte eleitoral, Alexandre de Moraes, em que o ministro afirma que todos os envolvidos nos ataques golpistas serão responsabilizados. 

"O apoio público a atos atentatórios ao regime democrático configura, de maneira clara e direta, comportamento incompatível com o decoro parlamentar", dizem ainda. 

Eles ainda citam como exemplo o caso do juiz de primeira instância Wauner Batista Ferreira Machado, da 3ª Vara da Fazenda Pública de Belo Horizonte, que foi afastado do cargo pelo Conselho Nacional de Justiça por autorizar a realização de um ato golpista em frente ao quartel do Exército na capital mineira. 

A ofensiva do Prerrogativas se soma a medidas tomadas pelas bancadas do PT na Câmara e pelo Psol, que entraram com representações junto ao STF pedindo que parlamentares que participaram ou incentivaram atos antidemocráticos sejam investigados. 

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou os golpistas que depredaram prédios públicos na capital de "aloprados" e disse que o ex-presidente Jair Bolsonaro não quer aceitar a derrota na eleição. Três dias após os prédios dos Três Poderes serem invadidos, o petista se reuniu com deputados e senadores para receber, em um ato simbólico, o decreto de intervenção na segurança pública do Distrito Federal aprovado pelo Congresso.

"Lamentavelmente, o presidente que deixou o poder no dia 31 não quer reconhecer a derrota. Ainda hoje eu vi declarações dele não reconhecendo a derrota. Ou seja, eu só posso considerar um grupo de aloprados, um grupo de gente com pouco senso de ridículo", disse Lula na reunião com os parlamentares.

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Na noite desta terça, 10, Bolsonaro compartilhou um vídeo com questionamentos ao resultado eleitoral, mas apagou a publicação mais de três horas depois. O vídeo mostra trecho de uma entrevista em que o procurador Felipe Gimenez, do Mato Grosso do Sul, defende que a eleição de Lula foi fraudada e que o voto eletrônico não é confiável, o que é falso.

A teoria conspiratória de fraude eleitoral estimulou os golpistas a invadirem e depredarem as sedes do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF) no último domingo, 8.

No dia da invasão, Bolsonaro escreveu no Twitter que depredações e invasões de prédios públicos "fogem à regra" e criticou manifestações da esquerda. "Ao longo do meu mandato, sempre estive dentro das quatro linhas da Constituição respeitando e defendendo as leis, a democracia, a transparência e a nossa sagrada liberdade", disse o ex-presidente.

Lula afirmou nesta quarta, 11, na reunião com os deputados e senadores, que em pouquíssimos momentos da história do País o resultado eleitoral foi questionado. "O que aconteceu aqui, eu até não gostaria de pensar em golpe, eu até gostaria de pensar numa coisa menor, quem sabe um grupo de pessoas alopradas que ainda não entenderam que a eleição acabou, que ainda não querem aceitar que a urna eletrônica é possivelmente o modelo eleitoral mais perfeito que a gente tem em todo os países do mundo", emendou.

O presidente também citou a ação do PL, partido de Bolsonaro, na Justiça para tentar invalidar os votos de determinadas urnas eletrônicas, com alegações infundadas de erro nos equipamentos. O ministro Alexandre de Moraes, do STF, refutou os argumentos e estabeleceu uma multa de R$ 22,9 bilhões à legenda por má-fé.

"Mesmo assim, tem gente que quando conta a primeira mentira não consegue mais parar de mentir porque é preciso justificar a primeira mentira para o resto da vida. É isso que está acontecendo neste País", disse Lula.

O petista afirmou que não gostaria de ter feito a intervenção federal no DF, mas que é preciso punir quem não respeita a lei e a ordem democrática. "Todo mundo terá o direito de se defender, a prova da inocência. Mas todo mundo será punido, e eu quero agradecer a vocês por esse gesto", declarou.

Lula também disse que a derrubada de três torres de transmissão de energia no Paraná e em Rondônia será investigada. Segundo o Ministério de Minas e Energia, há indícios de vandalismo e sabotagem na queda, registrada entre a noite de domingo, 8, e a madrugada de segunda-feira, 9. O presidente classificou a derrubada como ato de "bandidos".

Ato simbólico

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) foi ao Planalto entregar pessoalmente a Lula o decreto de intervenção federal no DF acompanhado do vice-presidente do Senado, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB). O presidente do Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), acordou indisposto e com sintomas fortes de gripe. Um grupo de senadores e deputados também compareceu ao encontro na sede do Executivo.

A entrega do decreto é mais um ato simbólico das instituições. Na segunda-feira, 9, à noite, Lula andou pela Praça dos Três Poderes ao lado de governadores e representantes do Legislativo e Judiciário. A ideia foi mostrar uma união entre os Poderes frente aos atos antidemocráticos que ocorreram em Brasília no domingo, 8.

Ontem, o Senado aprovou, de forma simbólica, o decreto de intervenção na segurança do Distrito Federal editado por Lula, com votos contrários apenas de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. A medida, que passou segunda-feira na Câmara e vale até 31 de janeiro, foi adotada após golpistas invadirem e depredarem o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF).

"O Congresso Nacional cumpriu seu papel", disse Vital do Rêgo. Lira, por sua vez, afirmou que a aprovação do decreto na Câmara mostrou que "aquele plenário estava de pé repudiando os atos de vandalismo, ofensa às instituições e à democracia brasileira". Lula agradeceu aos parlamentares e disse que o ato "engrandece" e "aumenta a conquista de credibilidade" do Legislativo.

O Ministério Público Federal (MPF) em Pernambuco determinou que as Polícias Federal (PF) e Rodoviária Federal (PRF) acabem com os atos golpistas em frente ao Comando Militar do Nordeste, no Recife, e ao 71º Batalhão de Infantaria Motorizado, em Garanhuns, nas próximas horas desta segunda-feira (9). O órgão também cobra a identificação dos envolvidos para que sejam responsabilizados judicialmente. 

A recomendação reforça a garantia do fluxo rodoviário e possibilita a prisão em flagrante de quem cometer crimes. O MPF reafirma que “questionar a existência do Estado de Direito, por meio da incitação odiosa de crimes contra os seus integrantes ou contra a ordem constitucional instituída, é pôr em xeque o regime democrático e, por isso, nenhuma atuação nesse sentido encontra guarida na Constituição Federal”.  

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Prazo para a PRF

Enquanto a PF fica responsável pela identificação dos golpistas, a PRF foi para aplicar multas e identificar donos dos veículos que estejam obstruindo as rodovias. As forças estaduais de segurança e o Exército também foram acionadas para dar apoio na “imediata reintegração de posse de áreas da União” que estejam ocupadas. 

A Superintendência da PRF em Pernambuco terá 24 horas para informar sobre o acatamento da recomendação. Em caso de descumprimento, o MPF adotará as medidas judiciais cabíveis. 

Canal de denúncia

O órgão abriu um canal de denúncias no site saladocidadao.mpf.mp.br para que sejam indicadas pessoas de Pernambuco que realizaram atos criminosos em Brasília. 

Na manhã desta quinta (29), bolsonaristas acampados em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília reagiram a uma ação policial para desmobilizar a concentração. Os agentes do DF Legal, responsável pela prevenção de invasões no Distrito Federal, foram cercados pelos manifestantes e precisaram de escolta da Polícia do Exército.

Em vídeos que circulam pelas redes sociais é possível ver o princípio de confusão que se formou durante a tentativa de dissolução do acampamento. Por volta das 6h30, equipes do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF) fecharam uma das pistas do Eixo Monumental próximo ao acampamento. A informação que circulava entre os acampados era a de que fiscais chegariam para retirar as barracas do local.

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Em seguida, policias do Batalhão de Choque da Polícia do Exército se posicionaram, por cerca de 30 minutos, em frente ao prédio-sede do QG. As equipes foram alvo de ameaças e xingamentos por parte dos manifestantes bolsonaristas. Um homem participante da manifestação chegou a discursar falando que ninguém sairia do local enquanto o presidente eleito Lula não fosse afastado do cargo. Os bolsonaristas também cantaram o Hino Nacional Brasileiro e repetiram frases como “O povo unido jamais será vencido”.

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Um dia antes de cumprir 32 mandados judiciais contra extremistas envolvidos nos atos de vandalismo em Brasília, a Polícia Federal prendeu um pastor e a ex-assessora de um deputado bolsonarista, nessa quarta-feira (28), no Rio de Janeiro. As prisões foram determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). 

Um dos suspeitos é o pastor Atilla Mello, de 41 anos. Segundo a TV Globo, ele estava em Brasília no dia dos ataques e passou dois dias no acampamento em frente ao Comando Militar do Leste, no Centro do Rio. A outra é Wenia Morais Silva, 33, ex-assessora do deputado estadual Renato Zaca (PL). 

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Em uma publicação nas redes sociais, Atilla pediu que o atual presidente oferecesse uma "Bolsa Terapia e Bolsa Psicólogo" aos acampados. 

LeiaJá também: Polícia começa a prender extremistas que atacaram Brasília

As autoridades informaram que 25 carros e cinco ônibus foram incendiados pelos ditos "patriotas", que também depredaram comércios, postos de gasolina e a 5ª Delegacia de Brasília.

A operação desta quinta (29) investiga os crimes de dano qualificado, incêndio majorado, associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado, cujas penas somadas atingem 34 anos de prisão. 

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira, 15, a maior operação já lançada na investigação sobre atos antidemocráticos e cumpre mais de 103 mandados de busca e apreensão em oito Estados e no Distrito Federal.

O alvo principal do grande cerco decretado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, são empresários e outros sob suspeita de organizarem e financiarem bloqueios de rodovias promovidos por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, inconformados com a vitória do ex-presidente Lula.

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Segundo nota divulgada pelo gabinete de Alexandre, 'os grupos propagaram o descumprimento e o desrespeito' ao resultado das eleições, 'além de atuar pelo rompimento do Estado Democrático de Direito e instalação de regime de exceção, com a implantação de uma ditadura'. Durante diligências em Santa Catarina, os agentes apreenderam 11 armas, dentre elas uma submetralhadora, um fuzil, além de rifles com lunetas.

A megaoperação também cumpre quatro mandados de prisão preventiva no Espírito Santo - das buscas em todo o País, 23 são executadas nas cidades de Vitória, Vila Velha, Serra, Guarapari e Cachoeiro de Itapemirim. Segundo os investigadores, as buscas miram nomes apontados pelas forças federais e locais de segurança pública. Entre os alvos estão os deputados estaduais Carlos Von (DC) e Capitão Assumção (PL), da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales).

Alexandre de Moraes também ordenou a quebra de sigilo bancário e telemático de investigados e o bloqueio de contas de dezenas de empresários. Ainda foram decretadas apreensão de passaportes, suspensão de certificados de registro de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CACs), além do bloqueio de 168 perfis em redes sociais suspeitos de organizar e financiar atos pela abolição do Estado Democrático de Direito.

Os mandados de busca são cumpridos nos seguintes Estados: Acre (9 mandados), Amazonas (2), Mato Grosso (20), Mato Grosso do Sul (17), Rondônia (1), Paraná (16), Espírito Santo (23) e Santa Catarina (15) - além do Distrito Federal (1).

A megaoperação aberta a mando de Alexandre de Moraes abarca duas ofensivas interligadas. Uma delas faz diligências exclusivamente no Espírito Santo, para investigar suposto crime contra a honra, incitação ao crime e tentativa de golpe de Estado. Já a operação que faz buscas em sete Estados e no DF apura suposto crime de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

A ofensiva com maior número de mandados em cumprimento investiga a 'recalcitrância de diversas pessoas com bloqueio de rodovias e abuso reiterado do direito de reunião', segundo a nota divulgada pelo gabinete de Alexandre de Moraes.

A apuração mira três grupos: líderes, organizadores, financiadores, fornecedores de apoio logístico e estrutural ao bloqueio de rodovias; proprietários e condutores de caminhões que participaram de atos antidemocráticos e foram autuados; donos de veículos usados para prestar apoio, auxílio logístico ou estrutural às manifestações, como transporte de pneus a serem queimados, estrutura para barracas, transporte de banheiros químicos.

As medidas cumpridas ostensivamente nesta quinta-feira, 15, são resultado de informações colhidas por uma ampla rede de investigação sobre o financiamento de bloqueios do tráfego em diversas rodovias brasileiras e manifestações em frente a quartéis das Forças Armadas. A ação tem como base relatórios de inteligência enviados pelo Ministério Público, pela Polícia Civil, pela Polícia Militar e pela Polícia Rodoviária Federal dos Estados.

Segundo o Supremo, os documentos remetidos à Corte máxima 'identificaram patrocinadores de manifestações, de financiadores de estruturas para acampamentos, arrecadadores de recursos, lideranças de protestos, mobilizadores de ações antidemocráticas em redes sociais, além de donos de caminhões e veículos que participaram de bloqueios'.

As 80 ordens de busca e apreensão cumpridas no bojo da investigação sobre suposto crime de abolição violenta do Estado Democrático de Direito foram expedidas no bojo de um procedimento ligado ao inquérito 4879, que apura atos ilegais e antidemocráticos relacionados ao 7 de setembro. Foi no âmbito de uma petição de mesmo teor que o ministro Alexandre de Moraes decretou o bloqueio de contas bancárias de 43 pessoas e empresas sob suspeita de bancar os atos antidemocráticos.

Já a operação focada no Espírito Santo tem ligação com 'atos contra o Supremo e atuação de milícias digitais'. A decisão que decretou as medidas cautelares cumpridas contra 12 pessoas foi assinada em uma petição ligada aos inquéritos das fake news e das milícias digitais.

Segundo o gabinete de Alexandre, dois deputados estaduais investigados no bojo de tal apuração terão de usar tornozeleira eletrônica e estão proibidos de: deixar o Estado, usar as redes sociais, conceder entrevistas e participar em qualquer evento público. Em caso de descumprimento, há previsão de multa diária de R$ 20 mil.

A grande operação saiu às ruas três dias após bolsonaristas tentarem invadir a sede da Polícia Federal, em Brasília, além de atearem fogo em carros e ônibus.

O estopim para a escalada nas ações dos manifestantes foi a prisão do líder indígena José Acácio Serere Xavante, sob suspeita de supostos crimes de ameaça, perseguição e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. A medida foi decretada a pedido da Procuradoria-Geral da República.

Segundo o governo do DF, participantes dos protestos diante do QG do Exército, apoiadores de Bolsonaro, se envolveram diretamente nos atos de vandalismo. Por meio de vídeos publicados em redes sociais, reportagem reconstituiu os acontecimentos.

De acordo com a Polícia Federal, José Acácio Serere Xavante teria realizado atos antidemocráticos em frente ao Congresso, no Aeroporto de Brasília, no centro de compras Park Shopping, na Esplanada dos Ministérios e em frente ao hotel onde estão hospedados o presidente e o vice-presidente da República eleitos, Lula e Alckmin.

Após os atos considerados democráticos se espalharem pelo País com a derrota de Bolsonaro nas urnas, o Supremo determinou o desbloqueio de rodovias que foram tomadas pelos apoiadores do presidente.

Além disso, a Corte máxima impôs multa aos veículos identificados como participantes dos protestos, e ainda determinou que as Polícias e Ministério Público investiguem supostos líderes e financiadores das ações.

As manifestações levaram à abertura, no Supremo, de uma apuração 'em razão da ocorrência, após a proclamação do resultado das Eleições Gerais de 2022 pelo Tribunal Superior Eleitoral, de diversos atos antidemocráticos, nos quais grupos de caminhoneiros, insatisfeitos com o resultado do pleito, passaram a bloquear o tráfego em diversas rodovias do país, em modus operandi semelhante ao verificado nos Feriados da Independência de 2021 e 2022?.

No bojo de tal petição, o relator, ministro Alexandre de Moraes, determinou o bloqueio de contas bancárias de dez pessoas e 33 empresas diante da possibilidade de financiamento de 'atos ilícitos e antidemocráticos' que bloquearam rodovias em todo o País.

Na véspera da abertura da operação, nesta quarta, 14, Alexandre chegou a afirmar que 'ainda tem muita gente para prender e muita multa para aplicar'. A declaração se deu durante uma palestra.

Manifestantes bolsonaristas incendiaram um carro durante bloqueio da rodovia BR-163, nesta sexta-feira, 18, em Dourados, em Mato Grosso do Sul. O grupo ateou fogo em uma barricada de pneus no momento em que o automóvel passava pelo local. O motorista conseguiu sair do veículo em chamas sem ferimentos. O carro, um Fiat Uno, foi destruído pelo incêndio.

O projeto fez parte da retomada dos bloqueios em rodovias federais depois que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) determinou o bloqueio das contas de empresários suspeitos de financiar os atos antidemocráticos no início de novembro. Conforme testemunhas, uma carreta bitrem chegou ao local e quatro homens descarregaram os pneus sobre a rodovia, na altura do Trevo da Bandeira.

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Em seguida, eles atearam fogo. As chamas atingiram o carro que passava e uma densa cortina de fumaça cobriu a rodovia. Houve congestionamento no local. Equipes do Corpo de Bombeiros e da Polícia Rodoviária Federal foram mobilizadas para apagar as chamas e liberar a estrada, que ficou bloqueada durante cerca de 40 minutos.

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Conforme o inspetor da PRF de Dourados, Waldir Brasil, testemunhas disseram que o condutor do carro tentou furar o bloqueio. Ele não tinha sido localizado até o início da noite. O policial disse que alguns manifestantes já foram identificados e serão responsabilizados pelo bloqueio.

Havia manifestações, sem interdição de rodovias, em outros pontos do Mato Grosso do Sul, como no km 427 da BR-060, em Sidrolândia; km 92 da BR-158, em Paranaíba; km 207 da BR-163, em Caarapó, e km 324 da BR-163, em Rio Brilhante. Em Maracaju, os manifestantes se concentram no km 364 da BR-267 e, em Miranda, há protesto no km 556 da BR-262.

O Ministério Público Federal (MPF) monitora manifestações antidemocráticas contra o resultado da eleição em pelo menos 17 Estados e no Distrito Federal. O objetivo é identificar os financiadores dos acampamentos organizados próximo a quartéis do Exército.

A padronização de bandeiras, a instalação de banheiros químicos e a distribuição de comidas chamou a atenção dos procuradores nos últimos dias.

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Há pelo menos outras quatro frentes de investigação:

- Violações de direitos ao impedir o direito de ir e vir dos cidadãos;

- Uso de mulheres, crianças e idosos como escudo humano para evitar ações policiais;

- Discurso de ódio e gestos nazistas;

- Listas de boicote por motivação política.

O MPF divulgou um comunicado em que afirma que autoridades locais têm sido "lenientes" com os manifestantes. Procuradores ouvidos pelo Estadão confirmaram a falta de empenho em alguns Estados para dispersar os atos mesmo após a ordem do Supremo Tribunal Federal (STF).

O procurador federal dos Direitos do Cidadão Carlos Alberto Vilhena, um dos nomes à frente da articulação do MPF, disse que as manifestações, "por se dizerem patriotas, tendem a ter maior leniência e tolerância das autoridades públicas federais e estaduais". "No entanto, os ânimos estão mais exaltados por conta da divisão ideológica e não podemos admitir manifestações que violem outros direitos, como a nossa ordem democrática" defende.

Os protestos investigados ocorreram no Acre, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Roraima, Rio Grande do Norte, São Paulo, Santa Catarina e Tocantins.

Advogado habeas corpus coletivo para manifestantes bolsonaristas

O Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu neste domingo, 13, um pedido de habeas corpus coletivo para todos os manifestantes que protestam próximo a instalações das Forças Armadas contra o resultado das eleições.

O pedido foi feito pelo advogado Carlos Alexandre Klomfahs. Ele afirma que o salvo conduto é necessário para assegurar a liberdade de manifestação, reunião e locomoção.

Na semana passada, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal e as Polícias Militares dos Estados desobstruírem todas as vidas públicas bloqueadas por manifestantes. Ele também mandou multar os donos de carros e caminhões usados para interditar ruas e rodovias em R$ 100 mil por hora.

O advogado afirma que a decisão é inconstitucional e que o "único meio jurídico e republicano de obrigar" Moraes a "concretizar o direito de manifestação" é por meio de uma decisão colegiada. O plenário do STF já confirmou, em julgamento unânime no plenário virtual, a ordem do ministro para liberar vias públicas bloqueadas por bolsonaristas.

"Ao Poder Judiciário não cabe usurpar competência do Poder Legislativo, nem atuar como legislador positivo, imiscuindo-se sem fundamento em permissivo constitucional de controle de constitucionalidade abstrato, impondo à sociedade medidas restritivas a direitos constitucionais, sem competência e sem observância dos princípios constitucionais da razoabilidade e proporcionalidade", diz um trecho do pedido.

Na manhã desta segunda-feira (26), sócios do Sport usaram as redes sociais para relatar que tiveram diversos dados vazados, a exemplo de CPF, e-mail e nome completo. Eles também informaram que receberam um texto com amaças e pedido de dinheiro dos golpistas.

Os associados cobram uma resposta do Sport sobre o caso. Ao portal NE45, o vice-presidente social do clube, Fernando Soares, confirmou a existência do vazamento. "Estamos apurando. Não tem nenhuma relação com o clube estes e-mails”, afirmou.

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Na mensagem, o golpista alega ter invadido os computadores dos torcedores por meio de um vírus, através do qual viria monitorando a movimentação dos rubro-negros na internet. O suposto hacker diz ter dados como fotos, vídeos, documentos, histórico e localização, além de registros íntimos que teriam sido gravados através da câmera do computador.

No texto, o criminoso pede o depósito de R$ 3 mil em transferência para apagar todo o material indevidamente armazenado. Eles ainda dizem que os sócios não devem expor o caso nem entrar em contato com a polícia. 

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