A deputada Priscila Krause (DEM) relatou, em discurso na Assembleia Legislativa de Pernambuco nessa segunda-feira (2), a visita que realizou ao Hospital Getúlio Vargas (HGV), na Zona Oeste do Recife. A inspeção foi motivada por relatos de pacientes e funcionários sobre um forte estalo ouvido na madrugada da última sexta (29). De acordo com a parlamentar, os primeiros problemas estruturais foram verificados na unidade há mais de uma década e, desde então, o Estado não tomou providências para encontrar uma solução efetiva.
O edifício G3, onde ocorreu o estrondo, engloba quatro das 14 salas do Bloco Cirúrgico, o setor de laboratório da unidade e oito consultórios, dos 28, do ambulatório. De acordo com a democrata, o barulho provocou medo nas pessoas que estavam no local. Ela relatou que servidores deixaram a unidade por não se sentirem seguros e pacientes pediram para ter alta. Ainda segundo Krause, desde 2004, durante a construção dos três blocos situados atrás do principal, o prédio apresenta problemas na estrutura.
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“A partir daquele momento, houve, inclusive, uma evacuação na área. As medidas necessárias na época foram tomadas, as obras de recuperação foram feitas, mas, de lá pra cá, outros problemas surgiram”, relatou. De acordo com ela, a construção do terminal de passageiros agravou a situação. “Teve uma situação mais séria em 2014 e, desde então, não foram feitos os reparos necessários. As patologias estruturais diagnosticadas nos laudos de acompanhamento, elaborados por empresas gabaritadas, não foram solucionados”, prosseguiu.
Priscila Krause informou que uma empresa contratada para o processo de recuperação abandonou a obra e nada mais foi feito. “A situação foi se agravando ao longo do tempo, e a gente não vê uma ação enérgica, firme e clara da Secretaria Estadual de Saúde (SES). O governador Paulo Câmara precisa se cercar de técnicos e profissionais que entendam do assunto, para balizar uma atitude por parte do Governo e da gestão do hospital”, avaliou.
Em aparte, o deputado Antonio Coelho (DEM) observou que os problemas estruturais se somam às falhas no atendimento prestado pelo HGV. “Nós, da Oposição, tivemos oportunidade de visitar o hospital algumas vezes e testemunhamos doentes jogados nos corredores, falta de medicamentos, banheiros imundos. Não poderíamos imaginar, porém, que estivesse caindo aos pedaços”, criticou o deputado. Líder oposicionista, Marco Aurélio Meu Amigo (PRTB) afirmou que “o PSB não cuida da saúde de Pernambuco”. “Há um problema de gestão, de querer cuidar de quem precisa, de se colocar no lugar do outro”, apontou.
O líder do Governo na Casa, deputado Isaltino Nascimento (PSB), leu uma nota da SES informando que a Defesa Civil de Pernambuco (Codecipe) realizou uma vistoria na sexta e “não encontrou indícios de risco eminente na estrutura”. A Secretaria diz, ainda, que monitora o prédio do HGV permanentemente, por meio de contrato com empresa de engenharia, “e todos os laudos apresentados até o momento atestam a segurança da estrutura para funcionários, pacientes e acompanhantes”.
Ainda de acordo com a SES, a equipe de engenharia da Defesa Civil do Estado fez o isolamento preventivo e provisório do bloco G3. Com isso, o laboratório está sendo transferido para outro local e consultas para cirurgias foram remanejadas para outras áreas existentes no HGV. “Todos os atendimentos e cirurgias eletivas não realizados na sexta-feira serão remarcados”, prossegue o texto.
A Codecipe recomendou, ainda, o escoramento dos pilares existentes entre a junta de dilatação do prédio G3, bem como o reforço na estrutura de um pilar que já se encontrava escorado. Segundo o documento, os serviços serão realizados pela Secretaria de Saúde a partir desta segunda. A SES informa, ainda, que emergência, enfermarias e a maior parte do bloco cirúrgico e do ambulatório do HGV estão funcionando normalmente.
*Da Alepe