Nesta terça-feira (11), aconteceu uma coletiva de imprensa, realizada no auditório do Porto Digital, sobre a situação orçamentária dos Institutos Federais de Ensino Superior de Pernambuco. Dentre os assuntos abordados na coletiva, está a situação dos recursos para terceirizados e estruturais, além das ações que estão sendo tomadas para diminuir as consequências dos últimos cortes.
Estiveram presentes na ocasião, o reitor da Universidade Federal de Pernambuco, Alfredo Gomes; o reitor da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Marcelo Carneiro Leão; o reitor do Instituto Federal de Pernambuco, José Carlos de Sá; a reitora do Instituto Federal do Sertão, Maria Leopoldina e o reitor da Universidade Federal do Agreste de Pernambuco, Airon Melo.
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Sem verba
A situação atual dos institutos federais tem sido motivo de discussões nos últimos meses, isso porque, desde o começo do ano houve grandes cortes no que se diz respeito aos orçamentos necessários para a todo o funcionamento das universidades e centros de ensino superior. Dentre os problemas, em decorrência dos cortes, estão a falta de recursos para o pagamento de terceirizados e a precariedade estrutural.
Segundo Marcelo Carneiro, reitor na Universidade Rural de Pernambuco, não há certeza do pagamento de terceirizados, água e luz, na Rural, para os meses de novembro e dezembro deste ano. “Hoje a Universidade Federal Rural de Pernambuco tem um déficit de 14,5 milhões de pagamento de água, energia e terceirização, eu não tenho basicamente para pagar a conta de novembro e dezembro”, afirma o reitor.
Para garantir o fornecimento de água e energia na instituição, há negociações com as operadoras para mitigar o déficit. Em relação ao pagamento das empresas de terceirização, existe um problema ainda maior, podendo levar a quebra de contratos com os servidores.
Bolsas estudantis
“A gente tomou uma decisão, desde o início do ano e nos empenhamos em preservar todas as bolsas estudantis. Até o final do ano nós pagaremos as nossas bolsas estudantis, sejam elas de vulnerabilidade, como também as nossas bolsas de monitoria e extensão. Não podemos aumentar, tivemos até que não renovar algumas bolsas novas, mas mantivemos todas as bolsas da Rural, com despesas garantidas até o final do ano”, explica Marcelo.
“O que mais nos deixa insatisfeitos é o quanto isso tem impactado na educação dos nossos jovens. São jovens que dependem de recursos da assistência estudantil e ele não é suficiente para cumprir toda a nossa juventude, que tem uma renda perca pita, em sua grande maioria, de um salário-mínimo”, ressalta a reitora do Instituto Federal do Sertão, Maria Leopoldina.
Mesmo diante dessas problemáticas não há possibilidade do fechamento das instituições, mas sim a precariedade delas. “O que nós presenciamos é uma deterioração da qualidade de maneira geral. Quando não existe a manutenção e conservação do nosso patrimônio, maior é o dano de equipamentos, prédios, telhado, a qualidade da limpeza. Então, a tendencia é a diminuição dos contratos se não tiver a reposição orçamentaria”, destaca Alfredo Gomes, reitor da Universidade Federal de Pernambuco.