Tópicos | internações

Um levantamento feito pelo governo de São Paulo indicou que quatro hospitais estaduais de referência para Covid-19 não recebem novos casos da doença há pelo menos uma semana.

Os hospitais estão localizados nas regiões de Araraquara, Bauru, Baixada Santista e Grande São Paulo, onde o percentual da população com vacinação completa ultrapassa 60%.

##RECOMENDA##

As quatro regiões também têm baixos indicadores de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e clínicos. A queda na demanda é reflexo da campanha de vacinação e do avanço na cobertura com esquemas vacinais completos.

Segundo as informações do governo estadual, desde o último dia 13, o Hospital Estadual de Américo Brasiliense, em Araraquara, não registra internação de pacientes confirmados com o novo coronavírus. Também não há nenhum paciente internado com Covid-19 na unidade, que já está atendendo outras patologias devido à queda na demanda pela doença. A taxa de ocupação de leitos é de 10,6% em unidade de terapia intensiva (UTI) e 10,5% em enfermaria. Nessa região, 707 mil moradores já estão com esquema vacinal completo.

No Hospital Estadual de Bauru, que também não recebe novos casos da doença desde 13 de outubro, há quatro pacientes internados na enfermaria e nenhum na UTI. A ocupação regional é de 17,1% em UTIs e 6,5% dos leitos clínicos, com mais de 1,2 milhão de pessoas integralmente imunizadas.

Na Baixada Santista, o Hospital Regional de Itanhaém está há dez dias sem registrar novos casos e também não possui, no momento, pacientes com Covid-19 internados previamente. A região registra ocupação de 23,2% em UTI e 15,2% em enfermaria, e 1,1 milhão de residentes do litoral Sul do Estado já concluíram o esquema vacinal.

No Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André, há três semanas não são internados novos casos da doença. O serviço recebe pacientes por meio do referenciamento de unidades como UBSs e UPAs do Grande ABC, por meio da Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (Cross). Atualmente há apenas quatro pacientes internados em enfermaria e três na UTI. A taxa de ocupação da Grande SP é de 31,6% e 36,1%, respectivamente, e ultrapassa 14,2 milhões de pessoas com proteção completa contra Covid-19.

A cidade do Rio de Janeiro está com os menores índices de casos, óbitos e hospitalizações por Covid-19 desde o início da pandemia, em março de 2020, e não há fila de espera por leitos.

Segundo dados do 42º Boletim Epidemiológico, divulgado nesta sexta-feira (22) pela Secretaria Municipal de Saúde, o nível de internações está próximo ao da semana de 22 a 28 de março de 2020, com 196 pessoas.

##RECOMENDA##

Os atendimentos na rede de urgência e emergência por síndrome gripal e síndrome respiratória aguda grave (SRAG) mantêm a tendência de queda sustentada e estão com as menores taxas desde o início da pandemia. O Rio somou até o momento 488.202 casos de Covid-19, com 34.734 óbitos.

Pela quinta semana seguida, o mapa de risco da cidade para transmissão da Covid-19 está com todas as 33 regiões na classificação amarela, de risco moderado.

Eventos

A prefeitura autorizou, até o momento, a realização de 29 eventos-teste na cidade. O acompanhamento do público presente por duas semanas, feito pelo Instituto Municipal de Vigilância Sanitária (Ivisa), já foi finalizado em dez deles. O acesso às promoções, como jogos de futebol e festas particulares, só era permitido com o comprovante da vacinação e o teste negativo para Covid-19.

Na partida Fluminense x Avaí, no Maracanã, em 6 de outubro, apenas uma das 3.097 pessoas testadas deu positivo e não pôde entrar para ver o jogo. O monitoramento de 14 dias apontou sete casos suspeitos e um confirmado de infecção por coronavírus, todos com sintomas leves.

Entre as três festas acompanhadas, as duas comemorações de 15 anos no Copacabana Palace, uma no dia 1º de outubro e outra no dia 2, tiveram dois e três casos suspeitos, respectivamente, mas nenhum confirmado para Covid-19. Uma festa no Alto da Boa Vista no dia 2 teve três casos suspeitos com síndrome gripal e um confirmado para Covid-19.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), um estudo baseado em resultados nacionais e internacionais mostra que mais de 95% das novas hospitalizações por Covid-19, são de pessoas que ainda não possuem o esquema vacinal completo, ou seja, sem as duas doses tomadas, ou dose única, caso o imunizante seja da Janssen.

Segundo dados da instituição, dentre as pessoas que desenvolvem a doença de forma grave entre os não vacinados, a maioria delas pertence a dois grupos específicos: pessoas com sistema imunológico enfraquecido e idosos. Este é um dos fatores que estão ligados diretamente ao plano de vacinação aderir a dose de reforço.

##RECOMENDA##

É importante lembrar que independente da vacina, seja ela Pfizer, AstraZeneca, Coronavac ou Janssen, existe um enfraquecimento quanto à eficácia seis meses após a aplicação da segunda dose e, mesmo que a taxa de proteção caia para todos os grupos de pessoas, os idosos acima de 70 e 80 anos ainda são os mais frágeis.

Faz oito meses desde que a primeira pessoa foi imunizada no Brasil. De lá para cá, o país possui mais de 144 milhões de vacinados com a primeira dose, número que corresponde a 67% da população,e 86 milhões com imunização completa, ou seja, 40% dos habitantes. Os dados são das Secretarias Estaduais de Saúde. 

Nesta quarta-feira (22), o Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado (SindHosp) divulgou uma pesquisa que mostra que aproximadamente 98% dos hospitais privados de São Paulo tiveram queda no número de internações por Covid-19. A análise da pesquisa leva em conta os últimos dez dias.

Segundo o levantamento, 27% dos hospitais pesquisados são da capital e os outros 73% são do interior de São Paulo. Além disso, o estudo traz números significativos sobre hospitalizações em UTI’s (Unidade de Terapia Intensiva), que também registraram queda.

##RECOMENDA##

Especialistas na área da saúde apontam que a redução de internações e mortes pela Covid-19 é reflexo da vacinação que ocorre em todo o País desde janeiro deste ano. Apesar da melhora, é importante lembrar que os protocolos de saúde contra o vírus ainda precisam ser seguidos, como o uso de máscara e álcool em gel.

Ao todo, o Estado de São Paulo possui cerca de 44 milhões de habitantes e segundo os dados da Secretaria Estadual de Saúde, aproximadamente 36 milhões já estão vacinados com a primeira dose, número que corresponde a 78%, e mais de 23 milhões estão completamente imunizados, ou seja, cerca de 51% de todos os  paulistas.

A cidade do Rio de Janeiro registrou, nas últimas semanas, uma queda de 47% nas internações por doenças respiratórias, indicador que acompanha a redução na procura por atendimento da rede de urgência e emergência por síndrome gripal e síndrome respiratória aguda grave (SRAG), indicadores de Covid-19. A comparação entre os dados fechados da semana passada (36) com os de três semanas antes (33) foi apresentada nesta sexta-feira (17) pela prefeitura no 37º Boletim Epidemiológico da Covid-19.

Segundo o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, não há fila de espera para internações por Covid-19 e o panorama é de melhora consistente nos dados sobre a doença, com redução de casos registrados e de óbitos.

##RECOMENDA##

“A gente estava prevendo que, com o final do inverno, a situação epidemiológica já melhoraria naturalmente. Mas, somado a isso, com a vacinação, a gente vê uma melhora muito importante, a gente vê o melhor mapa de risco das últimas semanas, uma queda muito importante em todos os casos e um panorama epidemiológico muito mais positivo na cidade do Rio de Janeiro, como a gente vê no restante do Brasil e do estado”.

O mapa de risco para contágio pelo novo coronavírus apresentou melhor cenário esta semana, passando de 29 regiões administrativas em risco alto (laranja) na semana passada para 29 com risco moderado (amarelo). As únicas regiões que permanecem com risco alto são Copacabana, Centro e Tijuca.

Reabertura

Com isso, a prefeitura manteve até o dia 20 de setembro as medidas de proteção e restrições atuais. A partir de terça-feira (21) entra em vigor o Decreto nº 49.411, com novas regras de flexibilização do comércio, serviços e atividades. O texto foi publicado na edição de hoje do Diário Oficial do Município.

Serão autorizados os eventos em locais abertos, com lotação máxima de 500 pessoas, e competições esportivas em estádios e ginásios com público que esteja com o esquema vacinal completo e respeitando a lotação de 50% da capacidade. Permanecem suspensas as atividades em boates, danceterias e salões de dança, até que a cidade alcance 65% da população com as duas doses da vacina ou dose única, quando será liberada 50% da capacidade.

Até o momento, o Rio de Janeiro atingiu o marco de 60,6% da população adulta vacinada com o esquema completo e 98,6% das pessoas com 18 anos ou mais vacinados com primeira dose. De acordo com o prefeito Eduardo Paes, o calendário de reabertura anunciado em agosto foi levado para análise do comitê científico que assessora a prefeitura na pandemia e foi adaptado para coincidir com os marcos da vacinação.

“Nós, de maneira precipitada, anunciamos um calendário de abertura com três fases, a gente comunicou de maneira equivocada, gerou um clima de que estava tudo bem, mas não estava", relembrou o prefeito.

"Isso foi levado ao escrutínio do comitê científico, que nos comanda. Eles prepararam novas etapas de vacinação. O decreto de hoje já autoriza coisas que não estavam autorizadas, mas também cria parâmetros para a gente olhar para a frente. A cidade está com 60% de vacinados, quando chegar a 65% tem novas flexibilizações. De certa maneira, está recolocado um planejamento de abertura, a partir do que foi definido pelo comitê científico”, completou.

Eventos teste

Soranz informou que foi autorizada a entrada de público no jogo Vasco e Cruzeiro, no domingo, em São Januário, pela Série B do Campeonato Brasileiro, seguindo os protocolos sanitários de apresentação de teste negativo para a covid-19 feito em até 48 horas, passaporte da vacinação, uso de máscara, distanciamento entre as pessoas e limite de 50% da ocupação. A decisão final ainda precisa passar pelo Conselho Técnico da Série B da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

“O comitê científico também se baseia no que foi observado em outros países, que já estão com um cenário de vacinação muito mais avançado do que o nosso. Então, conforme a gente vai cumprindo essas etapas, a gente vai vendo o cenário epidemiológico melhorar e gradativamente também montando essa reabertura. Aos poucos, a gente vai fazendo essa retomada de maneira organizada. Claro que ainda as pessoas devem utilizar máscara, se proteger.”

No jogo entre Flamengo e Grêmio, ocorrido no Maracanã na quarta-feira (15) pela Copa do Brasil, compareceram 6.446 pessoas. Segundo o secretário, todos tiveram o CPF cadastrado e serão acompanhados por 15 dias. Os exames de covid-19 exigidos antes da partida deram positivo para 0,9% do público e 0,7% dos trabalhadores do estádio. Essas pessoas não foram autorizadas a entrar no Maracanã.

Soranz informou também que, diante da melhora no cenário, a partir de outubro, as coletivas para apresentação do Boletim Epidemiológico passarão a ser quinzenais, mas os dados continuarão a ser divulgados todas as sextas-feiras.

Pessoas infectadas pela variante delta do novo coronavírus correm o dobro de risco de serem internadas do que as infectadas pela variante alpha, conclui um estudo britânico publicado neste sábado.

"Nossa análise mostra que, se não tivéssemos vacinação, uma epidemia ligada à variante delta implicaria uma carga mais pesada para o sistema de saúde", assinalou Anne Presanis, coautora do estudo, publicado na revista "The Lancet".

É sabido que a variante delta, identificada pela primeira vez na Índia, é de 40% a 60% mais transmissível do que a alfa. Há pouca informação sobre a sua virulência, mas dados preliminares colhidos em Escócia e Singapura sugerem um risco aumentado de hospitalização e de se desenvolver a forma grave da Covid-19.

Os autores do estudo analisaram dados de mais de 43.000 casos de Covid detectados na Inglaterra entre 29 de março e 23 de maio, quando a variante delta começou a se espalhar por aquele país. A análise bruta dos dados não mostra diferença nas internações entre os infectados pela delta (2,3%) e pela alfa (2,2%), mas se outros fatores que influenciam a gravidade da Covid (idade, etnia, situação vacinal) forem levados em conta, os pesquisadores calculam que o risco de ser hospitalizado se multiplica por 2,26 no caso da delta.

No total do período, 80% dos casos corresponderam à variante alfa, e 20%, à delta, embora a segunda ganhe espaço ao longo das semanas. Do total de infectados, 74% não haviam sido vacinados, 24% haviam recebido uma dose, e 1,8% tinha o esquema completo.

Vários estudos mostraram que as vacinas mantêm uma eficácia muito elevada na prevenção das formas graves de Covid, mesmo com a variante delta, desde que o paciente esteja totalmente vacinado.

O extrato de própolis se tornou base para mais um estudo científico, desta vez, como substância capaz de reduzir a internação de pacientes com Covid-19. O trabalho publicado no periódico acadêmico Biomedicine & Pharmacotherapy, comparou o desempenho do anti-inflamatório em 124 pessoas hospitalizadas com a doença, um terço recebendo o tratamento-padrão, o restante recebendo a mais um extrato de própolis. Segundo o artigo, os resultados foram positivos, apesar do número de pacientes avaliados ainda ser reduzido em comparação aos testes de outras terapias de suporte.

A pesquisa é uma parceria entre a Apis Flora, empresa brasileira do segmento de própolis, mel e extratos de plantas medicinais, o Idor (Instituto D'Or de Pesquisa e Ensino), o Hospital São Rafael, de Salvador, e o departamento de genética da Universidade de São Paulo (USP). Na sua primeira versão, publicada na plataforma MedRxiv, no dia 9 de janeiro, o artigo ainda não tinha passado por revisão, mas o texto atual foi enviado, revisado e aceito pelo Science Direct ainda em março.

##RECOMENDA##

Segundo o estudo, os 124 pacientes hospitalizados Covid-19 foram randomizados em três grupos. Foram fornecidos 400 ou 800 mg de própolis verde brasileira padronizada por dia, ao que o tratamento adjuvante com própolis previa a alta hospitalar em cinco a seis dias. A dose de 800 mg de própolis reduziu os danos renais associados à Covid e assim, o própolis se mostrou seguro e eficaz como tratamento adjuvante.

“O desfecho primário foi o tempo até a melhora clínica, definido como o tempo de internação hospitalar ou a duração da dependência da oxigenoterapia. Os desfechos secundários incluíram lesão renal aguda e necessidade de terapia intensiva ou drogas vasoativas. Os pacientes foram acompanhados por 28 dias após a admissão”, explica o artigo.

No entanto, comentários dentro da comunidade científica apontam limitações na pesquisa. Para o infectologista José Neto, da Universidade de Pernambuco (UPE/Oswaldo Cruz), a análise da Apis Flora junto às instituições de ensino foi pequena e se trata de uma amostra isolada no Brasil. Outras observações indicam que a inexistência do uso de placebo em algum dos grupos acompanhados também influencia nos resultados da amostra. Além disso, os médicos sabiam quem recebia o adicional de própolis, o que aumenta o risco de vieses.

“Por enquanto, cientificamente validado como terapia de suporte para Covid-19 é a corticoterapia para doentes com necessidade de oxigênio. Outra droga parcialmente validada (pois há algumas controvérsias) é o tocilizumabe, um imunomodulador que regula a fase inflamatória grave da doença em pacientes internados também. Própolis não consta nas nossas discussões e prática diárias”, explica o especialista, em entrevista ao LeiaJá, falando da sua experiência atual como plantonista em UTI de Covid-19 em um hospital particular no Grande Recife.

Ainda segundo o médico, a corticoterapia utilizada pelo período de 10 dias reduz mortalidade em pacientes internados com a Covid e que necessitam de oxigênio suplementar. No começo da pandemia, a corticoterapia foi considerada controversa na comunidade científica, tendo sido até rejeitada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e recebido artigos contrários em cadernos importantes como o Lancet.

Posteriormente, os estudos com corticoides foram ganhando maior espaço e se tornando positivos sob parte das lentes científicas. Em junho de 2020, um ensaio clínico randomizado importante, realizado pelo grupo RECOVERY, comparou os efeitos do uso de doses baixas de dexametasona (6 mg por via oral ou parenteral) por 10 dias em 2.104 pacientes com Covid-19 em múltiplos centros hospitalares do Reino Unido.

O ensaio revelou que o uso de dexametasona diminuiu a mortalidade em um terço dos doentes sob ventilação mecânica, e em um quinto entre pacientes sob oxigenioterapia não invasiva. Não houve diferença entre os pacientes que não necessitaram de suporte ventilatório.

Já o uso do tocilizumabe, um anti-inflamatório moderno, apresenta vantagens e desvantagens niveladas, o que inflama as opiniões de especialistas. O infectologista José Neto explica que o uso é feito sob ressalvas.

“O uso de tocilizumabe é controverso, ainda não existe consenso. Deve ser avaliado caso a caso. É uma droga imunomoduladora que age inibindo a ação de alguns fatores inflamatórios. É utilizado em pacientes com aumento progressivo da demanda por oxigênio suplementar, com risco de intubação, mas não deve ser usado em doentes com infecção bacteriana associada, pelo risco de piora infecciosa”, concluiu o plantonista.

Funcionalidades do própolis, potencial terapia de suporte no combate à Covid

Apesar das inconsistências, o estudo brasileiro com o própolis avança e passa por atualizações no caderno científico. O resultado positivo é considerado promissor e deve influenciar outras pesquisas no mesmo âmbito. O que se sabe até agora é que o extrato de própolis continua a ser utilizado, tendo destaque para as suas propriedades naturais, que já são famosas pelas ações no sistema imunológico e pelo combate às inflamações. Porém, o própolis não é eficaz contra a Covid-19 em casos moderados ou graves, e também não combate nenhuma outra doença inflamatória nesses níveis de gravidade.

Assim como no estudo, ele deve ser visto como um tratamento adjuvante, que ocorre em paralelo ao tratamento principal. Tratamentos de suporte não são tratamentos essenciais, modificadores de mortalidade, mas podem ajudar no controle de sintomas e melhora do desfecho clínico.

Até hoje, são notificadas três variedades de própolis, a verde — utilizada no estudo brasileiro — sendo a mais estudada. Para ela, já foram descobertas ações anti-inflamatórias e de controle da glicemia no diabetes, sempre como coadjuvante. A marrom, rica em flavonoides (compostos vantajosos à saúde), foi capaz de eliminar bactérias em testes com células isoladas. A vermelha é mais recente, encontrada em 2006 no literal nordestino e ainda passa por estudos aprofundados.

Utilizado há séculos pelos povos antigos, o própolis possui diversas propriedades medicinais. O extrato deste hormônio vegetal é naturalmente produzido pelas abelhas para proteger as colmeias de fungos e bactérias, fazendo um papel similar com o que os anticorpos desempenham em nosso organismo.

A substância tem a capacidade de regular e estimular o sistema imunológico, provocando uma "limpeza" no corpo. Além das funções mais conhecidas, ele pode ser um potente anticancerígeno. O professor do curso de biomedicina do Centro Universitário Maurício de Nassau (Uninassau), Jorge Belém, resume as funcionalidades do extrato, que atua em diversas áreas da medicina, como insumo principal ou de suporte.

"O própolis é rico em polifenóis, que atuam como antioxidantes, mas também possui outras propriedades, como antimicrobiana, anti-inflamatória e ajuda a tratar pele, saúde bucal, auxiliando positivamente no combate a diversos cânceres, por exemplo", afirmou Belém.

Nos últimos anos, estudos comprovaram a sabedoria popular antiga e atestaram suas múltiplas atividades biológicas, como sua ação anti-inflamatória e imunoestimulante. Com a crise sanitária causada pela pandemia do Covid-19, a busca por uma alimentação mais saudável e a importância de manter o sistema imunológico fortalecido fez com que o consumo deste produto aumentasse consideravelmente.

O número de casos de Covid-19 voltou a aumentar, após o período de flexibilização ao redor do Dia das Mães. No Hospital Sírio Libanês, o aumento nesta segunda-feira, 24, na comparação com o dia 17, foi de 23%, saltando de 141 casos para 174 em uma semana. A taxa de ocupação geral do hospital, que inclui casos que não são de infecção pelo vírus, passou de 75% para 89%.

Gerente de Práticas Médicas do hospital, Felipe Duarte diz que há uma tendência de aumento de casos, mas o quadro ainda não está sendo tratado como a chegada de uma terceira onda. "Já passamos por variações de números de pacientes e isso pode não significar nada."

##RECOMENDA##

Ele explica que o momento é de observação do cenário antes de tomar medidas, como converter leitos de enfermaria em UTI, por exemplo.

"Nossas unidades estão tentando absorver bem esses pacientes. Em um eventual aumento, pela tendência dos últimos dias, vamos mobilizar planos que já fizemos no passado e acolher esses pacientes e os sem suspeita de covid. Estamos em um momento mais de observar do que de agir", diz. "O perfil de pacientes críticos continua seguindo a tendência de queda das faixas etárias, ficando em torno dos 40 e 50 anos, até porque pessoas mais velhas já foram vacinadas."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A fase emergencial completou duas semanas nesta segunda-feira (29) em São Paulo, com taxas ainda elevadas de óbitos, casos e ocupação de leitos. A média móvel de novas internações diárias relacionadas à Covid-19 caiu pela primeira vez desde 16 de fevereiro neste fim de semana, mas ainda é mais do que o dobro do registrado na primeira quinzena do mês passado e quatro vezes maior do que no início de novembro.

Diante dos números ainda altos, os registros frequentes de aglomerações, o índice de isolamento mediano e o tempo estimado entre o contágio e o início dos sintomas, especialistas ouvidos pelo Estadão consideram que o período de duas semanas ainda é curto para avaliar os resultados da fase emergencial. Eles também defendem que a tomada de novas restrições deve ser discutida caso não ocorra redução nos índices do novo coronavírus nos próximos dias.

##RECOMENDA##

O Estado está com 92,3% de ocupação em UTI, taxa que é de 92,7% na Grande São Paulo, segundo balanço da Secretaria da Saúde. Em enfermaria, a média é de 81,8% e 86,9%, respectivamente. Há fila de espera por leitos, especialmente de UTI, enquanto municípios enfrentam escassez de medicamentos para intubação e oxigênio gasoso.

Por enquanto, as medidas de restrição tiveram impacto reduzido no índice de isolamento, de acordo com dados da Fundação Seade. Enquanto o índice era de 42% em 8 de março, passou a 43% nas duas segundas-feiras seguintes, quando a fase emergencial vigorava. No último sábado, por exemplo, a taxa foi de 46% de isolamento, ante os 47% do sábado anterior e os 46% dos dois que precederam o período de mais restrições.

As médias móveis (calculadas com base nos últimos sete dias) de domingo bateram os recordes de toda a pandemia em óbitos (668) e casos (16.317). Em novas internações, a alta foi ininterrupta de 16 fevereiro, quando era de 1.445 hospitalizações, até sexta-feira, quando chegou a 3.399, ainda segundo dados da Seade. Nos últimos três dias, houve leve queda, para 3.346, taxa que ainda é quatro vezes maior do que a registrada no início de novembro.

Um dos diretores da Sociedade Brasileira de Imunizações, o infectologista Renato Kfouri explica que são necessárias ao menos duas semanas para os efeitos de restrições impactarem no número de casos, por causa do intervalo entre o tempo de exposição, a manifestação dos sintomas e a confirmação do diagnóstico. No caso de internações, estima ao menos três semanas, pelo tempo até o quadro do paciente se agravar, média que chega a ao menos um mês para os óbitos.

Presidente da Sociedade Paulista de Infectologia e professor da Faculdade de Medicina da Unesp de Botucatu, Carlos Magno Fortaleza cita como exemplo o município de Araraquara (SP), que teve resultados mais expressivos na redução das taxas após quase um mês de lockdown. "Os dados de São Paulo continuam subindo. Há quem veja uma desaceleração, eu ainda vejo uma subida clara", destaca.

Também integrante do Centro de Contingência Contra a Covid-19 do Estado, o infectologista comenta que um dos desafios é a dificuldade de conscientizar a população para manter o distanciamento social. Ele traz como exemplo o deslocamento de turistas da região metropolitana da capital ao litoral por causa do mega feriado antecipado.

"Não acho que é o caso de demonizar a população, mas é uma sabotagem deliberada das medidas de isolamento. Demonstra uma falta de exercício de cidadania, o que só é possível quando se tem exemplos", comenta ao se referir ao presidente Jair Bolsonaro e a alguns prefeitos que têm criticado medidas de restrição. "São líderes políticos, formadores de opinião, vendendo falsas ilusões."

Embora costume ser contra medidas duras, Fortaleza destaca que o momento exige a manutenção de restrições. "Não estamos dando conta", declara, ao abordar a dificuldade de abastecimento de medicamentos e de transferência de pacientes para leitos de UTI em algumas partes do Estado. "Estamos tendo até falta de tubo para colher sangue", lamenta.

"Nós já sabemos que tem paciente que não tem covid que está morrendo por déficit no atendimento. E isso só tende a piorar", reitera. "Como pesquisador que trabalha com epidemiologia, que tem experiência de 20 anos em controle de epidemias, se nós não desaceleramos a pandemia com o que estamos fazendo, precisaremos de medidas mais duras."

Questionado sobre a possibilidade de adoção de um lockdown, ele explica que o termo foi utilizado em países que não seguiram as medidas tradicionais desse tipo de procedimento. Ele cita Araraquara e Portugal como exemplos de gestões que adotaram lockdowns reais, com restrição de mobilidade, e obtiveram resultados.

"É uma forma de restrição ativa da mobilidade populacional, não passiva, que ocorre com a diminuição da oferta de serviços (como ocorre em São Paulo)", compara. "O lockdown é o último remédio. Se as pessoas continuarem boicotando medidas restritivas mais leves, serão necessárias mais duras.

Ex-presidente da Anvisa e professor de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e da FGVSaúde, Gonzalo Vecina defende que o Estado adote novas restrições por meia da reclassificação de serviços considerados essenciais. "A construção civil não parou, tem que restringir mais setores, fazer uma nova filtragem."

Ele também aponta que é preciso haver maior unidade nas medidas regionais e estaduais, para evitar que medidas que considera "bem intencionadas", como o mega feriado na região metropolitana, impactem outros municípios negativamente. Por isso, defende maior articulação entre as diferentes esferas e os municípios.

Já, para Kfouri, dois pontos precisam ter o foco do governo. Um deles é o auxílio aos trabalhadores autônomos, que necessitam da renda diária para se manter e, portanto, não conseguem praticar o isolamento social. "Não adianta pedir para a população ficar em casa e não dar condições", ressalta.

O outro ponto é a tomada de medidas mais duras contra festas e outros eventos que promovam aglomerações clandestinas. Pelo risco de espalhamento do vírus nesse tipo de situação, ele defende que os frequentadores também sejam punidos, e não apenas os organizadores, a exemplo do que já ocorre no caso do desrespeito ao uso de máscaras. "Com penalização condizente ao que foi causado."

O infectologista considera, ainda, que, caso a adesão não seja maior e as taxas não recuam, medidas mais "endurecidas" precisarão ser tomadas. Em paralelo, ressalta, é necessário uma intensificação da campanha de imunização dos grupos mais vulneráveis "o quanto antes".

 Novos dados divulgados, nesta sexta (26), pelo Boletim Observatório da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) indicam o rejuvenescimento do novo coronavírus no Brasil. Segundo a instituição, enquanto a média geral de internações aumentou 316,68%, o salto entre os adultos jovens foi de mais de 500%. Por consequência, subiu também o número de mortos que integram este grupo.

Na faixa etária entre 30 e 39 anos, o aumento de hospitalizações foi de 565,08% na semana epidemiológica 1 (de 3 a 9 de janeiro), que totalizou 440 internações e a 10ª semana, entre os dias 7 e 13 de março, que somou 2.923 hospitalizações. No mesmo período, o crescimento de internações de pessoas com idades entre 20 e 29 anos foi de 255%, passando de 302 internações para 1.074.

##RECOMENDA##

O maior crescimento, contudo, foi registrado no grupo que compreende pacientes de 40 a 49 anos, com alta de 626%, o que corresponde ao salto de 626 para 4.548 internações. Já entre quem tem 50 e 59 anos, foi registrada escalada de 525,93%, de 898 para 5.620 internações.

Os dados foram reunidos no SivepGripe da Fiocruz, que registra as síndromes respiratórias Agudas Graves no Brasil. A análise ficou a cargo de uma equipe de nove pesquisadores, liderados por Carlos Machado, especialista em saúde pública com enfoque em emergências e desastres. O aumento de internações entre jovens, que possuem menos comorbidades e, portanto, lenta evolução dos casos graves preocupa pois o tempo de permanência deste grupo na UTI é maior. Com os leitos ocupados por mais tempo, aumenta a indisponibilidade de vagas.

O secretário estadual de Saúde de São Paulo, Jean Carlo Gorinchteyn, informou que nesta segunda-feira (15) o Estado registra 10.244 pacientes internados em leitos de UTI, número 63,9% superior ao pico registrado durante a primeira onda no ano passado.

Segundo informou, o Estado registra média de ocupação de 88,4% dos leitos de UTI. Dos 645 municípios paulistas, 63 registraram na última semana ocupação total dos leitos de terapia intensiva. Na Região Metropolitana de São Paulo, o número médio da ocupação é de 90%. Por dia, cerca de 180 novos pacientes ingressam no tratamento intensivo no Estado.

##RECOMENDA##

De acordo com dados da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), o Estado registra alta semanal - comparativo entre os sete últimos dias e os sete anteriores - de 23,8% em novos casos. Novos óbitos avançam 35% e novas internações apresentaram alta de 19% Na Região Metropolitana de São Paulo, novos casos avançam 29,6%, novos óbitos, 30,2% e novas internações, 19,8%.

Nesta segunda-feira, o governo estadual anunciou a inauguração até o fim do mês de nova estrutura de hospital de campanha, com 130 leitos de enfermaria e 50 de UTI. O Estado de São Paulo registra até o momento, 2.208.242 casos de contaminação pela covid-19 e 64.223 mortes pela doença.

De acordo com os dados da Secretaria da Saúde, no último domingo (7), o estado de São Paulo registrou 19.049 internações por Covid-19. Entre os pacientes estão aqueles com suspeita de infecção pelo vírus e outros com o caso confirmado. A ocupação das Unidade de Terapia Intensiva (UTI) também chegou a 81,5%, o maior índice desde o início da pandemia em 2020.

Do total de hospitalizados, 10.622 pessoas se encontram em enfermarias, e 8.427 nas UTIs. Além disso, o estado também registrou 46 novas mortes causadas pelo coronavírus, o que totalizou 61.463 óbitos no estado de SP. A Secretaria da Saúde também atualizou que mais de 6 mil casos foram confirmados nas últimas 24h, que integra mais de 2 mil vítimas da doença.

##RECOMENDA##

Devido aos altos números, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB) anunciou que implantará um novo hospital de campanha na capital paulista, e solicitou profissionais voluntários aos conselhos regionais de enfermagem e de medicina.  

Para tentar atender a alta demanda de pacientes, o secretário da saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, deu início na última sexta-feira (5) a "operação de guerra", que também busca por profissionais para agir na linha de frente. Além disso, a ordem também possibilita que os pacientes sejam atendidos em corredores de hospitais, desde que não fiquem desamparados.

Em 2021, o estado de São Paulo bateu por várias vezes o recorde de 15.289 internações registradas na primeira onda da pandemia em julho de 2020. Nas UTIs de SP, alguns hospitais estão com 100% de ocupação, e outras unidades do município chegam a 90%.

Com o aumento de óbitos e internações por covid-19, as redes pública e privada de saúde do Estado de São Paulo chegaram a uma média de uma hospitalização por causa da doença a cada dois minutos. Ao todo, 7.415 pacientes estão hospitalizados com suspeita ou confirmação do novo coronavírus em terapia intensiva, o que é 18,6% maior do que o pico do ano passado, que era de 6.250 internados.

Há uma semana, o governo João Doria (PSDB) chegou a dizer que a rede pode entrar em colapso em três semanas se as medidas de restrição não forem suficientes. O Estado anunciou nesta quarta-feira, 3, a inclusão de todas as regiões na fase vermelha a partir do sábado, 6.

##RECOMENDA##

"Isso é uma tragédia, é uma tragédia que pode ser ainda pior se não tomarmos medidas", destacou Doria. Segundo ele, o Estado recebe um pedido de internação a cada dois minutos em hospitais públicos ou privados por causa da doença. "Esse é o termômetro da linha de frente, dessa tragédia que estamos vivendo", disse.

A média diária de novas internações da atual semana epidemiológica (que segue até sábado) é de 1.906, a segunda mais alta de toda a pandemia (o pico foi de 1.962, na terceira semana de julho). Isso significa um aumento de 4,7% em menos de uma semana e de 26,6% em comparação à penúltima semana.

"Temos a tristeza de reconhecer a situação dificílima que estamos vivendo em São Paulo, e não é diferente do (restante) do País", acrescentou Doria. "As próximas duas semanas serão as duas piores da pandemia no Brasil."

Segundo dados do governo estadual, São Paulo tem 2.068.616 casos e 60.381 óbitos por covid-19. Na terça-feira, 2, foram confirmadas 468 mortes causadas pela doença, o maior registro feito no Estado desde o início da pandemia. A ocupação de UTI é de 75,3%, média que é 76,7% na Grande São Paulo. Em leitos de enfermaria, a taxa é de 56,8% em todo o Estado, enquanto é de 63,5% na região metropolitana da capital.

Em parte do interior de São Paulo, a ocupação de UTI é ainda maior, chegando a até 100%. Além da tentativa de abrir novas vagas, secretarias de saúde de municípios como Araraquara e Bauru transferem pacientes para evitar colapso de seus centros médicos. Na capital paulista, parte dos hospitais privados, como o Albert Einstein e o São Camilo, também estão com os leitos de terapia intensiva totalmente ocupados.

Pelo terceiro dia seguido, o Estado de São Paulo bateu o recorde de internações por covid-19 em UTI desde o início da pandemia, chegando a 6.657 pacientes com suspeita ou confirmação da doença em terapia intensiva nesta quarta-feira, 24. O aumento é visto também na média diária de novas hospitalizações, cuja parcial desta semana é de 1.678, o que representa um aumento de 15,1% em cerca de 10 dias.

A situação preocupa o governo João Doria (PSDB), que anunciou uma medida de "restrição de circulação" a partir da sexta-feira, 26, para autuar aglomerações em todos os municípios do Estado. A determinação é válida até 14 de março, mas pode ser estendida, conforme foi destacado em coletiva de imprensa.

##RECOMENDA##

O coordenador do Centro de Contingência Contra a Covid-19, o médico Paulo Menezes, descreveu o cenário como "bastante preocupante". Segundo ele, se a tendência atual se mantiver, o Estado poderá ter um esgotamento de leitos de UTI em três semanas.

Menezes acredita que a situação deriva especialmente das aglomerações registradas nos últimos 10 dias, especialmente no carnaval, mas também pode ter sido intensificada por outros fatores, como a circulação de variantes do coronavírus com maior capacidade de contágio, como a de Manaus.

Já o coordenador executivo do centro de contingência, João Gabbardo, destacou que é preciso estar atento aos indicadores porque outros Estados que hoje estão com os sistemas de saúde colapsados ou próximos deste cenário tiveram um incremento rápido de internações, a exemplo do Amazonas e do Rio Grande do Sul. "É muito preocupante o que vem ocorrendo (em São Paulo)", lamentou.

A taxa de ocupação de leitos de UTI é de 69% no Estado, média que chega a 69,3% na Grande São Paulo. "Lembrem-se que, nas últimas semanas, a Grande São Paulo tinha margem maior de distanciamento do interior, hoje a Grande São Paulo supera as taxas de ocupação de terapia intensiva", salientou o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn.

Ao todo, o Estado tem 2.002.640 casos e 58.528 óbitos confirmados por coronavírus. Enquanto as internações aumentaram, os registros de óbitos e casos tiveram uma leve queda. Para o secretário, isso se deve ao represamento de testes de covid-19 (os dados de hospitalizações contabilizam tanto pacientes suspeitos quanto confirmados da doença), especialmente no carnaval. "Muito possivelmente, nós tenhamos esse aporte tanto para casos quanto para óbitos nos próximos dias."

Na coletiva, Doria também atualizou o cronograma de entrega da Coronavac, vacina contra a covid-19 criada pela farmacêutica chinesa Sinovac e produzida no Brasil pelo Instituto Butantan. Segundo ele, nesta quarta-feira, foram enviadas 900 mil doses do imunizante ao Ministério da Saúde.

Na quinta-feira, 25, e na sexta-feira, 26, por sua vez, serão entregues 600 mil unidades por dia, mesmo número que será enviado no domingo, 28. Outra remessa de 600 mil doses está prevista para a terça-feira, 2, enquanto mais duas, de 500 mil e 600 mil, estão marcadas para os dias 4 e 5 de março, respectivamente.

Para os meses seguintes, a previsão é chegar às 46 milhões de doses até o fim de abril e, ainda, totalizar 100 milhões de vacinas até 30 de agosto. Segundo acrescentou Gorinchteyn, o recebimento de insumos da China está normalizado e, em breve, o Butantan passará a produzir 1 milhão de imunizantes diariamente.

O Amazonas vive uma crise sanitária ainda pior do que a que foi registrada no auge da pandemia da Covid-19 em 2020. O número diário de novas internações é o mais alto já registrado, tendo duplicado nas últimas duas semanas. Até quinta-feira (14), 427 pacientes das redes pública e privada de saúde aguardavam um leito para internação, a maioria em Manaus, que concentra a maior parte das hospitalizações no Estado e enfrenta falta de oxigênio para atender a todos os pacientes.

O boletim epidemiológico de quinta-feira divulgado pelo governo estadual, aponta que a ocupação na UTI para Covid-19 é de 93,9% na rede pública da capital amazonense e de 86,73% na rede privada da cidade, o que representa uma média geral de 90,4%. A situação também se repete em leitos de enfermaria, que estão com uma ocupação média de 103,46% na rede pública de Manaus (ou seja, acima da capacidade do sistema) e de 80,9% na particular, com média de 93,1%.

##RECOMENDA##

Na quinta-feira, o Amazonas teve 258 novas internações por Covid-19, número que é 53% maior do que o pico do novo coronavírus em 2020, quando foram registradas 168 novas hospitalizações em um único dia de maio. Como a atual crise sanitária se concentra principalmente na capital, o recorde é ainda mais expressivo em Manaus, que teve 254 novas internações na quinta-feira, número que é 141% maior do que os picos de 105 hospitalizações de 2020, registrados em abril e maio.

A quinta-feira também teve recorde histórico no número de novos casos confirmados, com 3.816 em todo o Estado, enquanto o maior registro em um único dia de 2020 foi de 2.763, em maio. Apenas em Manaus, foram 2.516 testes positivos, enquanto, no auge de 2020, foram confirmados 1.723 novos casos, também em maio.

O último balanço de óbitos pela doença é de quarta-feira, 13, com 44 mortes confirmadas no dia em todo o Estado, abaixo do auge registrado em 2020, que foi de 99, em abril. Diferentemente das internações, o número de óbitos costuma levar mais dias para refletir nos registros, pois depende do resultado de testes.

Entre os 427 pacientes que aguardavam leito até quinta-feira, 422 são do sistema público e outros cinco da rede privada. Do total, 371 são de Manaus e 60 precisavam de leitos de UTI. Ainda de acordo com o balanço mais recente, entre instituições públicas e privadas, Manaus tem 1.126 pacientes com suspeita ou confirmação de Covid-19 na UTI e outros 2.567 em leitos de enfermaria.

Ao todo, o Amazonas tem 223.360 casos e 5.930 óbitos confirmados de Covid-19. Além disso, o número de sepultamentos em Manaus aumentou 450% em um mês, segundo a prefeitura da capital.

Com alta taxa de ocupação de leitos, hospitais em São Paulo têm remanejado leitos e esperam um crescimento do número de casos de Covid-19 nas próximas semanas, como reflexo das aglomerações nas festas de fim de ano.

Médicos ouvidos pelo Estadão relatam aumento de "surtos familiares", quando dois ou mais da mesma família se infectam, o que pode ser reflexo de encontros de Natal. No Hospital Sírio-Libanês, 90% da área de atendimento dedicada a casos de covid está ocupada, com 159 internados - 45 na UTI. Em nota, a instituição afirma notar o crescimento das internações e infecções desde novembro. O hospital tem hoje mais de 500 leitos operacionais. Nas próximas semanas, planeja abrir mais leitos, com um aumento escalonado até meados de fevereiro", diz a instituição.

##RECOMENDA##

No Albert Einstein, há 121 pacientes com diagnóstico positivo em - 53 em UTI. Assim como no Sírio, a instituição diz não calcular a taxa exata de ocupação desses leitos porque é possível remanejar vagas da enfermaria para o tratamento intensivo.

"Ainda não estamos sentindo pico das festas de fim de ano, mas sim estabilidade de alta desde novembro. Nós, infectologistas, acreditamos que vai haver não uma nova onda de casos, mas uma intensificação do quadro atual", explica Moacyr Silva, infectologista do Einstein.

Na Beneficência Portuguesa de São Paulo, das 50 vagas de UTI destinadas à covid, 40 já estão ocupadas (80%). Em nota, a instituição diz que acompanha diariamente o fluxo de casos e remaneja os leitos conforme a demanda. "Não parece ter tido um boom, mas me assusta porque já está bem cheio. Os casos aumentaram desde novembro, mas ainda não teve um super pico, aponta João Prats, infectologista da BP. A taxa de ocupação nos hospitais públicos e privados de São Paulo é de 65%.

A expectativa dos médicos é de que a intensificação ocorra a partir da próxima semana, quando terá passado a fase de incubação do vírus em quem se infectou nas festas de réveillon. "Hoje, já temos parte dos casos admitidos que podem ter se contaminado no Natal. O que a gente espera é que haja repique em cima daquilo que já estava ruim", diz Jaques Sztajnbok, médico intensivista e supervisor da UTI do Instituto de Infectologia Emílio Ribas. Lá, todos os 40 leitos já estão ocupados e a maioria dos casos é referente a internações pela covid.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O número de pessoas internadas por Covid-19 na Inglaterra superou o pico da primeira onda e o número de contágios registrou um novo recorde, o que deixa os profissionais da saúde no "olho do furacão", de acordo com o diretor geral do NHS (Serviço Nacional de Saúde), Simon Stevens

Na manhã de segunda-feira (28), 20.426 pessoas estavam estavam hospitalizadas na Inglaterra, afetadas pela doença, contra 18.974 durante o pior momento da primeira onda, em 12 de abril.

O número de pessoas infectadas em apenas um dia no Reino Unido alcançou 41.385, de acordo com os números oficiais. Desde o início da pandemia, mais de 2,3 milhões de pessoas testaram positivo e 71.000 morreram vítimas da covid-19 no país.

"Muitos de nós perdemos membros da família, amigos, colegas e, em um período do ano em que normalmente estaríamos celebrando, muitas pessoas estão compreensivelmente ansiosas, frustradas e cansadas", disse o diretor geral do NHS na Inglaterra.

"E agora estamos de volta ao olho do furacão com uma segunda onda de coronavírus varrendo a Europa e, de fato, este país", completou.

Os hospitais estão "muito sobrecarregados", declarou Matthew Kershaw, diretor de um hospital em Croydon, ao sul de Londres, em uma entrevista à BBC na qual citou um "momento difícil". O governo britânico aposta nas vacinas para sair da crise.

A Agência Reguladora de Medicamentos Produtos para a Saúde (MHRA) anunciará nos próximos dias sua opinião sobre a vacina desenvolvida pelo laboratório britânico AstraZeneca e a Universidade de Oxford, depois de autorizar a da Pfizer/BioNTech, que já foi aplicada em mais de 600.000 pessoas desde 8 de dezembro.

Simon Stevens acredita que até o fim da primavera (hemisfério norte, outono no Brasil) todas as pessoas vulneráveis do país terão sido vacinadas.

"Isto talvez represente a maior esperança para o próximo ano", disse.

Mas os esforços de vacinação precisam dobrar a dois milhões de doses por semana para evitar a terceira onda da pandemia, de acordo com os cálculos da Faculdade de Higiene e Medicina Tropical de Londres, divulgados nesta terça-feira pelo jornal The Telegraph.

O Amazonas voltou a bater recorde de internações pelo novo coronavírus em um único dia, no domingo, 27, com 95 novas hospitalizações. É o maior número de internações em um dia desde maio, quando foram registradas 82 hospitalizações. O Estado chegou a anunciar medidas mais restritivas para o comércio para conter a transmissão do vírus, mas recuou após protestos do setor. O governo cogita também abrir um novo hospital de campanha para dar conta da demanda.

Segundo o boletim diário da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM), houve aumento de 61% no número de internados, entre os dias 1º e 25 de dezembro. Para abrir novos leitos para pacientes, a Secretaria de Estado de Saúde tem reorganizado as unidades da rede pública.

##RECOMENDA##

Atualmente, o hospital de referência Delphina Aziz, em Manaus, opera com mais de 92% dos leitos de UTI destinados à covid-19 ocupados. Nos próximos dias, o número de leitos vai aumentar ainda mais e deve chegar a 150. Além disso, os hospitais 28 de Agosto e Platão Araújo também passaram a ter leitos destinados a pacientes com coronavírus.

Já os pacientes de outras doenças que estavam internados nesses hospitais foram realocados para o Hospital e Fundação Adriano Jorge, Hospital Universitário Getúlio Vargas, além de outras unidades incluídas no planejamento. A previsão é de que, nos próximos 20 dias, a rede pública de saúde receba maior pressão, e um novo pico da pandemia já é esperado.

O governo do Amazonas já discute, inclusive, a possibilidade de implantar um novo hospital de campanha em parceria com o governo federal para ampliar o atendimento. O Estadão entrou em contato com a SES-AM para saber mais detalhes sobre essa medida, mas ainda não obteve retorno.

Além do hospital de campanha, o Estado também pretende credenciar novos leitos na rede privada para atender à demanda da rede pública, embora os principais hospitais particulares já tenham comunicado oficialmente que estão com 100% dos leitos ocupados.

De acordo com o chefe da Infectologia da Unesp, Alexandre Barbosa, o índice de propagação do coronavírus está alto e já é praticamente igual ao dos primeiros meses da pandemia. O principal fator é o descumprimento das medidas de proteção: evitar aglomerações, além do uso de máscaras e do álcool em gel.

"Uma hora ou outra, a conta chega. Quanto mais aglomerações, mais pessoas próximas - sem uso de máscara, é mais fácil a transmissão. O R, que é o índice de transmissão, está praticamente igual ao que a gente viu nos primeiros meses. Essa situação no Amazonas é o reflexo da banalização das regras de prevenção, que infelizmente acontece no Brasil e que vai nos levar a um número maior de óbitos", disse.

O Amazonas chegou a 196.436 casos confirmados e o total de óbitos aumentou para 5.190, de acordo com boletim divulgado no último domingo, 27.

As internações por coronavírus na França já excedem as da primeira onda, com mais de 32.000 pacientes atualmente em hospitais, anunciou o primeiro-ministro francês, Jean Castex, nesta quinta-feira.

"Nos últimos dias, registramos uma hospitalização a cada 30 segundos e uma admissão à terapia intensiva a cada 3 minutos", disse o primeiro-ministro francês em entrevista coletiva.

No total, 4.803 pessoas estão atualmente em terapia intensiva em toda a França, o que corresponde a 95% das capacidades totais.

Diante desta situação de saúde, "seria irresponsável suspender ou mesmo flexibilizar o dispositivo de confinamento", disse o primeiro-ministro, que enfrenta a indignação de comerciantes que exigem um relaxamento das medidas em vigor.

O presidente francês, Emmanuel Macron, decretou um novo confinamento a nível nacional no dia 30 de outubro, o que obriga ao fechamento de negócios considerados não essenciais.

Atualmente, os franceses só podem sair de casa para trabalhar, quando não podem fazer isso de casa, ir a uma consulta médica, ajudar um parente, fazer compras essenciais ou sair rapidamente para fazer exercícios ou dar um passeio perto de casa.

Segundo Jean Castex, o fechamento de todas as lojas não essenciais (livrarias, lojas de roupa, floriculturas, cabeleireiros, etc) e a diminuição do número de viagens devido ao aumento do teletrabalho fez o número de contaminações cair em 16% nesta semana.

Mas o primeiro-ministro pediu "prudência" porque "essa tendência é recente e frágil".

Um "relaxamento" do confinamento poderia ser cogitado no dia 1º de dezembro, caso se confirme uma queda na curva de contágio, disse o primeiro-ministro, mas excluiu que, bares, restaurantes ou academias reabram nessa data.

A França acumula 42.000 mortes de covid-19 desde o início da epidemia em março.

Com alta de infecções na classe média constatada na capital paulista, hospitais privados de São Paulo voltaram a registrar aumento de atendimentos e internações por covid-19 ao longo do último mês. Já na rede pública municipal, boletins epidemiológicos da Prefeitura mostram que o índice vinha recuando significativamente mês a mês, mas acabou estacionando em novembro.

No Hospital Sírio-Libanês, por exemplo, o número de internações por covid havia recuado para 80 em outubro e agora voltou a registrar 120, o mesmo patamar de abril, fase mais aguda da pandemia. Entre os pacientes, 50 estão na UTI.

##RECOMENDA##

Já o HCor, no Paraíso, zona sul, chegou a internar cem pessoas no período mais crítico, mas viu o índice cair nos meses seguintes. Há três semanas, porém, as internações subiram de novo: de 17 registros, em 20 de outubro, para 30, no último dia do mês. Desde então, a taxa tem se mantido acima desse patamar. Esses dados foram publicados pela colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo, e confirmados pelo Estadão.

"Em nenhum dos dias, o índice foi inferior ao de 20 internações diárias", diz o HCor. Considerando só leitos de UTI, havia 13 pessoas no hospital por casos confirmados ou suspeitos de coronavírus no início da semana.

O Hospital Vila Nova Star, que atende principalmente público de alta renda, confirma, em nota, que houve "aumento no número de pacientes com suspeita de covid" no pronto-socorro, mas não informou o número de atendimentos. "Ressalta, porém, que a quantidade de internações permanece estável", diz o comunicado.

Por sua vez, o São Camilo afirma ter notado crescimento "gradual e muito sutil" tanto nas internações quanto nos atendimentos do PS. Em 13 de setembro, a unidade registrava 39 pacientes internados - média que se manteve pelo mês seguinte. Agora são 45, segundo último boletim do hospital.

"Desde 12 de outubro, temos constatado uma reversão da tendência de queda e, em alguns hospitais privados, aumento de internações", descreve o especialista em saúde pública Márcio Sommer Bittencourt, do Centro de Pesquisa Clínica e Epidemiológica do Hospital Universitário da USP, que reúne e monitora boletins de unidades na capital. "O crescimento observado é lento e gradual", e não acelerado como em abril.

O monitoramento tem notado, ainda, alta de pacientes em prontos-socorros dessas unidades por suspeita de coronavírus, diz Bittencourt. "O aumento de infecções é principalmente entre os mais jovens, grupo mais cansado do isolamento social e tem menor chance de evoluir para quadro grave", diz. Ainda assim, gestores de alguns hospitais já discutem reativar comitês de crise e retomar leitos exclusivos para covid.

Ele explica que não há banco de dados público sobre ocupação na rede privada e as informações dependem de divulgação voluntária de cada unidade. Também pondera que hospitais de referência recebem grande volume de pacientes de outras cidades ou Estados.

Também há unidades que mantiveram o índice estável no último mês. No início de abril, o Albert Einstein chegou a ter 135 internados por covid, 112 deles na UTI - número que caiu para 56 em outubro. Nesta semana, eram 59. Fernando Gatti, coordenador médico do serviço de controle de infecção hospitalar do Einstein, acredita que há um efeito de redistribuição de casos não atendidos pelo Einstein. "Recusamos pacientes de outros municípios e Estados pelo grande volume de cirurgias eletivas que voltamos a assumir. Optamos por assumir essa demanda que ficou um bom tempo reprimida", explica.

A Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (Fehoesp) afirma que, diante de amostra pequena, é cedo para determinar tendência de aumento. Em São Paulo, há 116 hospitais privados, sem contar os filantrópicos. Para o Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado (SindHosp), os dados podem ser sazonais e não necessariamente apontam tendência de alta para a cidade e o Estado.

Rede municipal

Já nos hospitais municipais, boletins epidemiológicos da gestão Bruno Covas (PSDB) indicam que, em geral, as internações pararam de cair em novembro. No dia 1.º, havia 642 pacientes por covid, considerando unidades da Prefeitura e leitos contratados na rede privada. Já ontem, eram 655 internados, segundo o boletim mais recente.

Esse comportamento contrasta com o observado nos meses anteriores, com quedas consecutivas na capital. Entre os dias 1º e 15 de outubro, por exemplo, São Paulo havia saído de 807 internações para 623, recuo de 22,8% em duas semanas, que fez a cidade chegar ao patamar atual. Para comparação, o patamar era de 1,2 mil casos, em agosto, e 930, em setembro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando