Tópicos | Joice Hasselmann

Após consolidar a suspensão de 14 deputados, a bancada do PSL na Câmara escolheu a deputada Joice Hasselman (SP) como a nova líder. Ela assume no lugar do deputado Eduardo Bolsonaro (SP), filho do presidente Jair Bolsonaro.

Esse é mais um capítulo da crise interna do partido que começou em outubro e culminou com a desfiliação do presidente Jair Bolsonaro, que trabalha agora para criação do novo partido Aliança pelo Brasil.

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O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), decidiu, na terça-feira (10), que os 14 deputados do PSL punidos pela Executiva do partido deixarão de contar para efeitos de bancada enquanto durar a suspensão anunciada pela legenda, que varia de 3 a 12 meses dependendo do parlamentar. A decisão determina, entre outras coisas, o afastamento desses deputados das funções de liderança e vice-liderança.

Apesar de perder a liderança, Eduardo mantém o cargo de presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, para o qual foi eleito.

A bancada do PSL na Câmara, no entanto, será reduzida de 53 para 39 deputados. Com isso, o partido terá reduzido de 3 para 2 o número de destaques - tentativas de mudar o texto - que poderá apresentar em Plenário. O tempo de líder também será reduzido em 1 minuto: de 7 minutos para 6 minutos.

A bancada volta a aumentar assim que acabarem as punições impostas pelo partido.

Disputa

A disputa entre os dois grupos criados no PSL, os "bolsonaristas", ligados a Jair Bolsonaro, e os "bivaristas", do presidente do partido, Luciano Bivar (PE), tem como pano de fundo o controle dos recursos recebidos pelo PSL, que cresceu exponencialmente de um para 52 deputados no ano passado. A estimativa é de que o partido recebe uma quantia próxima de R$ 1 bilhão em recursos públicos até 2022.

Ex-líder do governo no Congresso, a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) presta depoimento na tarde desta quarta-feira, 4, na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News. Na apresentação, Joice expôs capturas de telas de internet que mostram conversas entre supostos grupos de políticos, assessores parlamentares e influenciadores digitais que seriam ligados ao presidente Jair Bolsonaro nas quais articulam ataques a ex-aliados dele.

Segundo Joice, um dos mais ativos grupos de propagadores de notícias falsas e difamações seria o chamado "Gabinete do Ódio", que seria integrado pelos assessores especiais da Presidência da República Filipe Martins, Tercio Arnaud, José Matheus e Mateus Diniz. Para ela, esses assessores são pautados por filhos de Bolsonaro, em especial o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o vereador do Rio Carlos Bolsonaro (PSC). Outro influenciador ligado ao grupo seria o escritor Olavo de Carvalho.

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"Eu quero crer que o presidente não sabe disso", disse Joice, ao citar a ação das supostas redes de difamação que, de acordo com dados apresentados por ela, fazem amplo uso de perfis falsos em redes sociais. Joice disse que o próprio presidente tem publicações impulsionadas por robôs. "São quase dois milhões de robôs seguindo dois perfis, sendo 1,4 milhão no perfil de Jair Bolsonaro e 468 mil no perfil de Eduardo Bolsonaro", disse.

A deputada do PSL de São Paulo afirmou ter começado a investigar as estratégias de difamação de antigos aliados de Bolsonaro desde que foi destituída da liderança do governo e passou ela própria a ser alvo dos ataques. Em sua pesquisa, que teria gerado 174 páginas salvas e já autenticadas por um especialista, Joice contou ter encontrado o valor médio de R$ 20 mil para a contratação de campanhas impulsionadas por robôs.

Além da própria deputada do PSL, teriam sido vítimas das milícias virtuais ex-ministros, como Gustavo Bebianno e Carlos Alberto Santos Cruz, além do vice-presidente Hamilton Mourão. Também citou como alvos o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), os deputados Alexandre Frota (PSDB-SP), Dayanne Pimentel (PSL-BA), Delegado Waldir (PSL-GO) e youtubers e artistas.

Joice também afirmou não saber quem financia tal cadeia de difamação, mas sugeriu à comissão que "siga o rastro do dinheiro porque estamos falando de milhões de reais". Apesar de não apontar eventuais financiadores do esquema, a deputada declarou que boa parte da fonte das notícias falsas e campanhas difamatórias tem origem em gabinetes de políticos aliados, tocadas por assessores e pelos próprios legisladores.

O clima esquentou durante a ouvida da deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), ex-líder do governo no Congresso, na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), nesta quarta-feira (4). Ao mostrar um post da sua também deputada pelo PSL, Bia Kicis, em que continha uma montagem da imagem de Adélio Bispo desferindo a facada contra Bolsonaro durante a campanha presidencial e Joice de outro lado.

Bia argumentou que “alguém inteligente” vai entender que sua comparação é para mostrar que Joice é uma traidora e que não fez alusão a sua imagem como assassina. A aliada do presidente ainda reforçou que o julgamento da conduta de Joice ao se afastar de Bolsonaro está sendo “julgada pelo povo nas redes sociais neste momento”. “Não se tratam de robôs, as pessoas individualmente estão indo às redes lhe chamar de traidora”, frisou na Comissão.

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Joice não confrontou a fala da correligionária e se resumiu em rir na fala de Bia. Pelo Twitter a #JoiceTraidora está sendo bastante usada. Há usuários que estão fazendo montagens da deputada falando na Comissão com o rosto substituído pela da personagem da Pepa Pig. 

 

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados instaurou, nesta terça-feira (3), processos contra dois deputados: Carla Zambelli (PSL-SP) e Filipe Barros (PSL-PR).

O primeiro é movido pelo PSL, legenda da deputada. O partido acusa Zambelli de ter ofendido a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) nas redes sociais após ela deixar o cargo de líder do governo.

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Para compor a listra tríplice da qual sairá o relator do caso foram sorteados os deputados os deputados Márcio Marinho (Republicanos-BA), Julio Delgado (PSB-MG) e Emanuel Pinheiro Neto (PTB-MT).

Já o processo contra Filipe Barros foi apresentado pelo PT. O partido afirma que, durante uma reunião da CPMI das Fake News, Barros quebrou o decoro ao fazer uma associação "improcedente e caluniosa" do PT com uma organização criminosa, além de ter ofendido o líder petista no Senado, Humberto Costa (PE).

Para esse processo, foram sorteados os deputados Márcio Marinho (Republicanos-BA), Igor Timo (Pode-MG) e Guilherme Derrite (PP-SP).

Os relatores deverão ser definidos na próxima reunião do colegiado.

* Da Redação - AC

 

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados reúne-se nesta terça-feira (3), às 14h30, para instaurar processos contra os deputados do PSL Filipe Barros (PR) e Carla Zambelli (SP).

O processo contra Zambelli é movido pelo próprio PSL. O partido acusa a deputada de ter ofendido  Joice Hasselmann (PSL-SP) nas redes sociais após ela deixar o cargo de líder do governo.

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"[As publicações] ultrapassam todos os limites aceitáveis do bom embate para a pura incitação à violência moral e ética", afirma o PSL no processo em que pede a cassação do mandato de Zambelli por quebra de decoro.

Já o processo contra Filipe Barros foi apresentado pelo PT. O partido afirma que, durante uma reunião da CPMI das Fake News, Barros quebrou o decoro ao fazer uma associação "improcedente e caluniosa" do PT com uma organização criminosa; além de ter ofendido o líder petista no Senado, Humberto Costa (PE).

Após instalar os processos, o Conselho de Ética vai sortear a lista tríplice para escolha dos relatores dos casos. 

*Da Agência Câmara

A CPI das Fake News, comissão parlamentar mista de inquérito que investiga notícias falsas nas redes sociais e assédio virtual, marcou para esta quarta-feira (4) audiência com a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP), ex-líder do governo no Congresso. Será a terceira tentativa de receber a deputada, que foi chamada em outubro para falar à CPI mas cancelou os dois primeiros agendamentos, nos dias 12 e 20 de novembro. Como o requerimento para ouvi-la foi um convite, ela não está obrigada a comparecer.

Joice foi convidada pelo senador Rogério Carvalho (PT-SE) quatro dias depois ser destituída da liderança do governo no Congresso, cargo que ocupava desde o início do ano. Ela foi substituída pelo senador Eduardo Gomes (MDB-TO). Rogério relatou que, depois de deixar a liderança, a deputada publicou em redes sociais que o presidente Jair Bolsonaro tem uma "milícia virtual" para intimidar críticos, opositores e dissidentes.

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A CPI das Fake News já ouviu duas outras pessoas que romperam com o governo Bolsonaro: o deputado Alexandre Frota (PSDB-SP) (que depois se tornou membro titular da comissão) e o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria de Governo da Presidência. Ambos criticaram a influência do círculo pessoal do presidente e questionaram as estratégias de comunicação do grupo.

*Da Agência Senado

 

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), comemorou, nesta quinta-feira (28), a condenação em segunda instância do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso do sítio em Atibaia. Em publicação no Twitter, o tucano disse que o "lugar de Lula é na cadeia".

"Parabéns aos juízes do TRF-4 por manterem a condenação do bandido Lula no caso Atibaia e pelo aumento de sua pena. Justiça feita, bandido condenado. O lugar do Lula é na cadeia", escreveu Doria na rede social.

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O Tribunal Regional Federal da 4ª região (TRF4) asseverou a sentença concedida na primeira instância, pela juíza Gabriela Hardt, nessa quarta (27) e aumentou a pena de Lula de 12 para 17 anos de prisão. Neste caso, o líder-mor petista foi condenado pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

Doria não foi o único a comemorar o resultado do julgamento, uma vez que a expectativa inicial era de que a sentença pudesse ser anulada. A deputada federal Joise Hasselmann (PSL-SP) também aprovou o posicionamento do TRF4 e disse que o Congresso Nacional deverá derrubar o fim da prisão após condenação em segunda instância para que Lula volte para a cadeia. 

O chefe do Gabinete de Segurança Institucional do governo de Jair Bolsonaro, General Augusto Heleno, também agradeceu aos desembargadores e disse que o tribunal 'varria' o Brasil com um 'sopro de honestidade'. 

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O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), defendeu publicamente uma aliança entre o prefeito Bruno Covas (PSDB) e a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) na disputa pela Prefeitura de São Paulo em 2020. "Por que não (uma chapa unificada)? O Bruno é o candidato do PSDB e será reeleito. A Joice é uma deputada brilhante", disse Doria em São Francisco, nos Estados Unidos.

Na semana passada, Covas recebeu apoio explícito de Doria para a candidatura à reeleição, ao retomar a rotina na Prefeitura após internação para tratar um câncer na região do estômago. Na ocasião, o governador já havia falado de Joice.

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"É uma pessoa de grande valor. Quanto mais perto ela estiver do Bruno mais feliz eu serei", disse Doria, que participou de uma entrevista coletiva ao lado do prefeito. Essa foi, para o grupo de Covas, a senha da estratégia do governador, que tem como principal objetivo derrotar o bolsonarismo em 2020 para evitar que o presidente Jair Bolsonaro construa uma base consistente na capital paulista.

Para Doria, que é apontado no PSDB como pré-candidato à Presidência em 2022, o "centro" precisa se aglutinar já nas eleições municipais do ano que vem. "Em 2020 vão se estabelecer claramente dois campos, que farão um grande confronto: a extrema esquerda e a extrema direita. As eleições municipais se anteciparão ao que serão as eleições gerais de 2022. Isso traz de forma de muito clara o campo do centro democrático, que são aqueles que, como eu, defendem o diálogo e a serenidade."

Com a saída do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva da prisão, ganhou força no PSDB a discussão sobre a possibilidade de uma fusão com o DEM e/ou o PSL, que rompeu com Bolsonaro.

Uma das principais lideranças do PSDB, Doria promove nos bastidores uma aproximação da legenda com o PSL, que também avalia uma possível fusão com o DEM. "Esse debate (sobre fusão partidária) pode voltar. Vejo isso com naturalidade. Não somos refratários ou contrários a isso. Havendo a possibilidade é algo a se dialogar e a se pensar", disse Doria em conversa com jornalistas no fim de semana ma cidade norte-americana, onde realizou um tour em busca de investimentos na área de tecnologia para o Estado de São Paulo.

O tucano acredita que a saída de Lula da prisão vai aglutinar a esquerda em torno do petista. "Os movimentos de esquerda estavam desaglutinados desde a prisão dele. Lula terá um papel expressivo nas eleições municipais de 2020", afirmou Doria.

A comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) que investiga as fake news  (CPMI das Fake News) vai ouvir nesta quarta-feira (20), a partir das 13h, a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) para esclarecer declarações sobre milícias digitais feitas pela parlamentar em suas redes sociais.

Autor do requerimento para a audiência, o senador Rogério Carvalho (PT-SE) entende que Hasselmann pode ajudar nas investigações por ter manifestado conhecer a origem das mensagens que vem recebendo.

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"Não tenho medo da milícia, nem de robôs", publicou a deputada em 18 de outubro, como resposta a publicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). O senador destacou ainda que, na ocasião, a ex-líder do governo também afirmou: "Não se esqueçam que eu sei quem vocês são e o que fizeram no verão passado".

De acordo com Carvalho, a deputada também denunciou no Twiter a existência de milícias virtuais: "todo mundo sabe das milícias virtuais de Bolsonaro. Eles têm uma milícia virtual e todo mundo sabe disso. São pessoas interligadas em todo Brasil, algumas recebendo para isso e outras não. Muitos robôs", publicou a deputada na rede social.

A reunião está marcada para as 13 horas, na sala 2 da Ala Senador Nilo Coelho, no Senado.

*Da Redação - GM

Com informações da Agência Senado

 

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga as fake news vai ouvir, no próximo dia 20, a partir das 13h, a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) para esclarecer declarações sobre milícias digitais feitas pela parlamentar em suas redes sociais.

Autor do requerimento para a audiência da deputadas, o senador Rogério Carvalho (PT-SE) entende que Joice pode ajudar nas investigações por ter manifestado conhecer a origem de mensagens que vem recebendo. “Não tenho medo da milícia, nem de robôs”, publicou Joice em 18 de outubro, como resposta a publicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). O senador destacou ainda que, na ocasião, Joice também afirmou: “Não se esqueçam que eu sei quem vocês são e o que fizeram no verão passado”.

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De acordo com Rogério, a deputada foi convidada para prestar esclarecimentos sobre sua publicação no Twitter na qual afirmou: "todo mundo sabe das milícias virtuais de Bolsonaro. Eles têm uma milícia virtual e todo mundo sabe disso. São pessoas interligadas em todo Brasil, algumas recebendo para isso e outras não. Muitos robôs. Já sabia e não estou nem aí para isso. Eles têm uma milícia de ataque que não se sustenta. […] Imagina se eu vou ficar abalada com 1.500 haters dessa milícia digital espalhada pelo Brasil? Isso pra mim é nada”, disse a deputada na rede social.

“E diga-se que a própria deputada espera o convite para esta CPI, pois questionada pela coluna de Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, sobre a convocação para depor na CPMI, a deputada Joice disse não temer os grupos virtuais”, ressaltou o senador.

CPI das Fake News -  Criada pelo Requerimento 11/2019, a CPI das Fakes News tem como finalidade investigar, no prazo de 180 dias, os ataques cibernéticos que atentam contra a democracia e o debate público; a utilização de perfis falsos para influenciar os resultados das eleições de 2018; a prática de cyberbullying sobre os usuários mais vulneráveis da rede de computadores, bem como sobre agentes públicos; e o aliciamento e orientação de crianças para o cometimento de crimes de ódio e suicídio. O senador Angelo Coronel (PSD-BA) é o presidente da comissão.

*Da Agência Senado

Na lista de ex-aliados do presidente Jair Bolsonaro, o deputado Alexandre Frota (PSDB-SP) se tornou um dos principais críticos do grupo político que ajudou a eleger no ano passado. O deputado acusou Bolsonaro de destruir o PSL, apontou a existência de "milícias digitais" em gabinetes de Brasília e disse que, mesmo após passar 28 anos no Congresso, o presidente não é afeito à democracia.

"Bolsonaro não suporta muito esse processo da Câmara e do Senado, o processo democrático", disse em entrevista ao jornal O Estado de s. Paulo.

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O parlamentar também disse considerar o choro da deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) nesta semana ao discursar no plenário da Câmara uma "fraqueza". A exemplo de Frota, a ex-líder do governo no Congresso rompeu com Bolsonaro. "Por ter sido líder do governo no Congresso até pouco tempo e por ter participado de uma das campanhas mais violentas e viscerais que tiveram nas redes, ela deveria ter se contido e não demonstrado isso (fraqueza)", afirmou o deputado. "Ela sabe como é o jogo, ela participou disso."

Veja a entrevista completa:

O sr. publicou em seu Twitter no domingo que essa semana prometia, e incluiu a hashtag "#fogonoputeiro". O que quis dizer?

Uma semana que sabemos que as coisas estão acontecendo e Brasília está em ebulição. Era o Allan dos Santos na CPMI das Fake News, a entrega do pacote de medidas do governo ao Senado e não na Câmara, Joice tinha me dito que iria se posicionar, como fez na terça-feira, 5. Ela chorou e achei isso uma fraqueza dela.

Por que acha isso?

Quem está nesse jogo não pode chorar. Esse jogo é violento e brutal. Mostraram nas redes que ela no passado também chamou a ex-presidente Dilma Rousseff de "gorda", de "vaca". Ela foi chamada agora de "gorda" e de "porca". Em uma situação dessa você tem de estar muito seguro do que está falando e sabendo também o que fez no passado, porque seu passado é revirado.

Se Joice fosse homem, chorar ia fazer alguma diferença?

Não é questão de ela ser homem ou mulher. Ela sabe como é o jogo, ela participou disso. Então, a partir do momento que ela, mostra que ela está sendo atingida. Está sentida com o que está acontecendo. Ela por ter sido líder do governo no Congresso até pouco tempo e por ter participado de uma das campanhas mais violentas e viscerais que tiveram nas redes, ela deveria ter se contido e não demonstrado isso. Era o que a milícia digital queria, atingir a Joice.

É possível comparar a reação da Joice ao chorar com a live do Bolsonaro após ser citado na investigação do assassinato de Marielle?

A live do Bolsonaro mostrou mais uma vez a descompensação emocional dele quando ele se vê acuado por situações que podem de alguma forma incriminá-lo ou a um filho dele. Bolsonaro tem sofrido de "filhotismo".

Tudo o que acontece com um filho dele faz ele se transformar a ponto dele mexer no Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e na Polícia Federal.

Ele, por ser uma pessoa que ficou aqui 28 anos, não foi líder, não relatou nada de muita importância, mas mesmo assim deveria saber como é o sistema da Casa.

Quando o sr. estava em campanha, no PSL, já não imaginava os problemas que hoje aponta?

Não. Eu poucas vezes vim à Câmara antes. Eu, como milhões de brasileiros, acreditamos que Bolsonaro pudesse chegar aqui e fazer realmente uma limpeza, porque esse era o discurso dele. Ele ia combater a corrupção, acabar praticamente com o PT. Ele foi tão incompetente que ele acabou com o PSL, mas não acabou com o PT.

Mas nem a relação com os filhos não era possível prever?

Não. Eu pouco encontrei com os filhos na campanha. E Bolsonaro nunca falou algo como "olha, gente, estou combatendo corrupção, mas tem um cara chamado (Fabrício) Queiroz que pode acontecer da imprensa buscar esse cara". Logo no começo da legislatura, o PSL, que era o partido que veio para atacar e combater a oposição, recebe no plenário a notícia do Queiroz. Isso desestruturou o nosso ataque completamente. Achávamos que íamos bater e começamos a apanhar. E o PSL já vinha de um desconforto criado na transição. Todo mundo sabe que foi o partido preterido nessa fase. Qual era o partido do Bolsonaro? Era o DEM, com secretarias, cargos.

Esse desconforto envolve a sua não indicação à secretária de Cultura, já que na época chegou a ser especulado que o senhor poderia assumir o cargo?

Nunca houve essa conversa e nunca pedi um cargo ao Bolsonaro. O que houve, partiu do presidente, pedir para que eu auxiliasse o (ministro da Cidadania) Osmar Terra, que foi uma imposição do Onyx Lorenzoni, via Michel Temer, para colocar o MDB no governo. Logo no começo, o ministro disse que a única coisa que ele sabia de cultura era tocar berimbau. (A Secretaria de Cultura foi transferida nesta quinta-feira para o Ministério do Turismo)

Na sua opinião, como tem sido a atuação do governo em relação à cultura?

Até agora Osmar Terra tem se mostrado um fracasso na área da cultura. Bolsonaro, a partir do momento que transformou o ministério em uma secretaria, reduziu a importância da cultura no País, sendo que o Brasil é um celeiro cultural. Sabíamos que Terra não entendia disso e, por isso, Bolsonaro me pediu para montar a estrutura da secretaria. Não sabíamos que o ministério seria reduzido à secretaria e de repente as coisas mudaram depois que chegou na mão do Onyx.

Queríamos polir o passado e fazer um novo caminho. Eu fui almoçar com o Bolsonaro no palácio. Estávamos eu, ele e o (ex-ministro da Secretaria de Governo, Carlos Alberto dos) Santos Cruz. Perguntei quem ele iria indicar para Ancine (Agência Nacional do Cinema).

O senhor protocolou uma representação contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) no Conselho de Ética da Câmara. Por que acha que ele deve perder o mandato?

O que ele falou, propor o retorno do AI-5, é algo grave. Isso não foi uma gafe ou algo sem querer. Ele já havia feito isso no plenário na terça-feira, 29. Entre os dias 14 e 16 de outubro, o Allan dos Santos, amigo dele e aluno de Olavo de Carvalho, já tinha pedido um novo AI-5, no Twitter, e o Olavo de Carvalho também. No passado, Eduardo já havia dito também que iria fechar o Supremo Tribunal Federal (STF), com um soldado. Bolsonaro, em 1999, apoiou a ditadura e falou de AI-5. Bolsonaro não suporta muito esse processo da Câmara e do Senado, o processo democrático.

Em relação ao "gabinete do ódio", o sr. conhece quem são os assessores ligados ao Carlos Bolsonaro?

Essas pessoas foram trazidas das redes sociais pelo Bolsonaro. É o Tércio (Arnaud Tomaz) e os dois Mateus (José Matheus Sales Gomes e Mateus Matos Diniz). Na Câmara, eu acho que tem pessoas que funcionam como assessores, mas que, segundo os próprios deputados, nas horas vagas eles assumem o lado de milícia digital. Semana passada, fui atacado na internet por um ativista e respondi forte. Quando chego no plenário, a deputada Caroline de Toni (PSL-SC) falou que eu não poderia ter feito isso com o Nicolas, que era o ativista e ela me contou que ele trabalhava no gabinete dela. Quatro dias depois ela exonerou o Nícolas.

O governo segue concedendo cargos a essas pessoas?

Segue dando cargos e distribuindo.

Na terça-feira, o blogueiro Allan dos Santos negou fazer parte dessas milícias digitais.

Claro ele não ia falar. Achei que a esquerda, a oposição, deveria se preparar melhor para fazer as perguntas a essas pessoas. Eles têm uma boa retórica, não são bobos, não vai arrancar nada que possa incriminá-los ali. A ideia é deixar eles falarem. A esquerda tem de se preparar. Tem uma série de deputados das antigas que não dominam o mundo digital e aí fica difícil você partir para o embate. Por outro lado, o PSL começou a acordar e preparou uma estratégia para obstruir. A CPMI só vai chegar a um final produtivo se a Polícia Federal trabalhar junto e se o Ministério Público fizer as autorizações judiciais. Se não tiver isso, não vai chegar a lugar nenhum.

O senhor se arrepende de ter entrado para o PSL e defendido a candidatura de Jair Bolsonaro?

Não me arrependo até porque o PSL me deu a oportunidade de chegar aqui. Apesar de que lá trás já teve problemas. Gastei apenas R$ 10 mil na minha campanha, porque o partido me falou que não haveria verba pra ninguém, mas quatro dias depois vi pelo portal que foi verba para Eduardo e Joice.

Como o sr. vê as denúncias e os questionamentos sobre a prestação de contas do PSL?

É algo que precisa ser investigado de verdade. Porque pra gente não foi dado nada. Camisa, bandeira, cordinha, adesivo, nada foi entregue pra gente. Se foi gasto, foi com outros candidatos. Não foi comigo. Em maio, eu pedi via judicial e também na Executiva Nacional do PSL, a prestação de contas do diretório estadual de São Paulo, antes, durante e depois da campanha e isso foi negado pra mim. Também tinha pedido o afastamento do Eduardo da presidência da estadual.

Qual é seu futuro no PSDB?

Não sei. Não faço planos para minha vida, vou vivendo um dia após o outro porque as coisas mudam muito rápido.

Pretende concorrer a algum cargo no ano que vem?

Ano que vem não. Já me chamaram para concorrer a prefeito, mas eu não vou sair. Também não quero secretaria. Quero cumprir meu mandato aqui. Não sei, não faço planos para o futuro. Aprendi que aqui as coisas mudam muito rápido. É uma roda-gigante.

A atuação do senhor durante a reforma da Previdência foi muito elogiada por Rodrigo Maia. Qual deve ser sua atuação frente às demais reformas apresentadas pelo governo?

Vou apoiar o que tiver que apoiar depois que conversar com o partido. O PSDB não é um partido governista nesse momento. É um partido que tem se mantido mais ali no centro, mas o que eu puder fazer para ajudar melhorar, eu entender que vale meu esforço nesse sentido, eu vou fazer. Acho que foi uma estratégia ontem do Bolsonaro e do (ministro da Economia) Paulo Guedes, depois de tudo que eles passaram na Previdência, levar primeiro para o Senado (o pacotão de medidas).

O Senado agora é mais fácil. Mas vai ter de passar pela Câmara e a gente sabe que o Bolsonaro é uma usina de confusão e problema, então, pode ser que amanhã tudo mude. Por isso que não dá pra fazer planos. O único que faz é o (deputado) Helio Negão (PSL-RJ), que sabe quando vai viajar com o Bolsonaro pelo mundo.

Na tramitação da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o sr. era o canal do Guedes com a bancada do PSL, como está esta relação, ela deu uma estremecida?

Não, nenhuma, não tenho problema nenhum com o Guedes, até porque eu cumpri todos os meus acordos com ele. E tudo que eu propus fazer para ajudar na reforma da Previdência, eu fiz, cumpri o meu papel do início ao fim, junto com o Rodrigo, junto com ele. Quando encontro com ele, me abraça, fala muito bem comigo, e sempre lembra do episódio que ele fala, olha eu não venho mais aqui, encarar essa esquerda, se o Frota não estiver aqui comigo, etcetera e tal.

E em relação ao Bolsonaro, falou com ele depois de sua saída do partido?

Eu nunca mais vi o Bolsonaro. A última vez que eu o vi foi na sessão solene para o Carlos Alberto de Nóbrega. Ele atravessou a rua, do Palácio (do Planalto), e veio aqui prestigiar. Não vi mais o Bolsonaro e mesmo quando eu estava atuando a favor dele, pouco eu ia no palácio.

Estou muito feliz no PSDB, fui muito feliz no PSL, tenho grandes amigos no PSL. Vou lá, entro lá a hora que eu quiser, falo com as pessoas e o caramba. Tenho inimigos também, mas tenho mais amigos que inimigos.

O presidente do PSL, Luciano Bivar, chegou a defender que você ficasse no partido...

Muitas vezes.

Se hoje o Bolsonaro sair do PSL, existe uma possibilidade de o sr. voltar?

Nenhuma, nenhuma. Eu vou seguir no PSDB. Depois de várias defesas do Bivar, o Bolsonaro ligou dando o Ultimate Fighter, né? Tira o Frota, não quero ele mais no meu partido e pronto.

Mas ele estando fora do jogo?

Não, na verdade, o Bolsonaro sempre esteve fora do jogo. Ele só usava o PSL quando precisa votar sim, precisa votar não, libera a bancada. Agora, quando a bancada ia lá e falava: "olha, eu estou precisando marcar uma agenda, não atendia". Agora, melhorou porque ele viu que ficou. Bolsonaro passou alguns dias de Câmara com 12 deputados de base. Secretarias, emendas, algumas coisas andaram mais rápido. Para poder trazer aquela base que ele tem hoje, de 27 ou 26 deputados, é uma coisa assim, neste meio aí.

Muitas vezes seus opositores usam o seu passado para atacá-lo, por ter atuado como ator pornô. Isso o incomoda?

Não porque eu não fiz nada de errado, eu não roubei ninguém, não cometi nenhum processo de corrupção. Eu acho que a pornografia é você fazer a rachadinha com os seus funcionários. A pornografia é você ter um Queiroz por trás e fazer o que vem fazendo, pornografia é fazer esses acordos que a gente assistiu nos últimos dias.

Isso não me incomoda, até porque foi uma coisa que eu quis fazer, foi uma opção minha, gostei de ter feito, tenho descoberto aqui dentro que tenho muitos fãs no segmento. O Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) é um que fica nervoso com essa situação. Eu não consigo entender bem, eu não sei se ele gosta mais das mulheres no filme ou de mim, mas, de qualquer forma, eu descobri que ele é um fã meu neste segmento.

Você acha que uma mulher, atriz pornô, conseguiria ter a mesma oportunidade e se tornar uma deputada?

Não sei. Ela tem que tentar, tem que ver. Eu tive essa fase, fui ator da (TV) Globo, fui ator pornô, fiz uma série de coisas, e quando eu decidi me dedicar a se tornar deputado federal, me dediquei a isso. Acho que todos têm direito. Se o Tiririca (PL-SP) já está no terceiro mandato, e ele me falou há pouco tempo, vou vir para a próxima e acho que vou ter uns 300 mil votos. Então, é possível para todo mundo desde que você se dedique, tenha objetivos.

A deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) e o PSL entraram com representações contra dois parlamentares do partido nesta quarta-feira, 6. Em relação ao filho do presidente Jair Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), Joice pediu que a Procuradoria-Geral da República faça uma denúncia criminal e instaure um processo penal contra Eduardo pela fala dele sobre a possibilidade de o governo editar um novo AI-5.

Já ao Conselho de Ética da Câmara, um documento foi encaminhado pelo presidente do PSL, o deputado Luciano Bivar (PE), pedindo cassação do mandato de Eduardo e também da deputada Carla Zambelli (PSL-SP) por quebra decoro parlamentar. Nos dois casos, a acusação é de ataques virtuais que teriam sido promovidos pelos dois parlamentares contra Joice.

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Por fim, Joice encaminhou ainda um pedido ao Conselho de Ética do PSL solicitando "encaminhamentos necessários" pela fala de Eduardo sobre o AI-5.

Na terça-feira, 5, no plenário da Câmara, Joice já havia anunciado que levaria o caso contra Eduardo à PGR. Ex-líder do governo no Congresso, ela se emocionou e chegou a chorar ao discursar na tribuna, ao relatar os xingamentos e as ameaças que tem recebido nas redes sociais. Para ela, o movimento representa um autoritarismo "sujo".

Desde que foi destituída da liderança do governo no Congresso como consequência de uma crise no PSL, a deputada tem acusado o governo e os filhos do presidente Jair Bolsonaro de usarem uma "milícia digital" para atacar desafetos políticos.

A deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) anunciou na tarde desta terça-feira, 5, que irá protocolar representações contra o líder do PSL, deputado Eduardo Bolsonaro (SP), no Conselho de Ética da Câmara e na Procuradoria-Geral da República por acusações e insultos que ela diz ter recebido do correligionário.

Em discurso na tribuna do plenário da Câmara, a deputada chegou a se emocionar e chorar quando contou que um dos seus filhos a questionou sobre as motivações para os xingamentos que tem recebido nas redes sociais.

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"Não vai ter homem, seja deputado, senador, presidente, quem quer que seja, não vai ter homem e nem mulher que vai fazer isso com a minha família. (...) Quando meu filho perguntou porque estavam fazendo isso comigo, eu respondi que são criminosos, são bandidos. O código civil e o código penal não deixam de existir só porque é virtual. Se não pararmos essa esquizofrenia, essa loucura, essa gangue a gente não tem como reconstruir esse País", disse.

A deputada, que foi retirada da liderança do governo no Congresso em outubro devido a uma crise no PSL, afirmou que nem mesmo quando foi atacada pela esquerda os ataques foram tão "sórdidos".

Para ela, a liderança lhe foi tirada porque ela discordou do presidente Jair Bolsonaro uma única vez. "O presidente da República, homem mais poderoso do País, não pode virar lobista de partido nenhum, qualquer que seja. Não pode. Por isso eu discordei. Eu avisei que estava errado", disse.

Joice, porém, afirmou que vai continuar apoiando o presidente Jair Bolsonaro e que vai trabalhar pela aprovação do pacote de reformas apresentado hoje pelo governo.

A deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), que é ex-líder do governo no Congresso, foi ao Twitter para criticar o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que sugeriu em entrevista à jornalista Leda Nagle um "novo AI-5" no Brasil como uma resposta a uma eventual radicalização da esquerda.

"Atentar contra a democracia é crime! Está no artigo 5º da Constituição Federal. É inadmissível o flerte escancarado com o autoritarismo, em especial vindo de um deputado federal e filho do presidente da República", tuitou Joice, que trava com Eduardo uma batalha interna no diretório paulista do PSL.

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Segundo Joice, a fala de Eduardo deixa "claro o que essa gente quer". "O AI-5 cassou mandatos, suspendeu direitos, e instituiu censura: o sonho dos autoritários. O sonho do clã. Não podemos permitir esse grave ataque à democracia", escreveu a parlamentar.

Para a deputada, o discurso levado adiante por Eduardo segue um caminho já percorrido pela Ditadura Militar. "Sigam as pistas: radicalização do discurso, ataque desenfreado a qualquer um que defenda a democracia, interferência em outros Poderes, construção da narrativa de que é preciso impedir o inimigo a tomar o poder". Segundo Joice, o inimigo seria "qualquer um de esquerda, direita, ou centro que defenda as liberdades".

Apesar das críticas, Joice já mostrou, no passado recente, simpatia pelo regime militar. Em 25 de março, publicou no Twitter uma foto na qual aparece ao lado de integrantes das Forças Armadas, comentando a decisão do presidente Bolsonaro de comemorar o aniversário do golpe de 31 de março.

"A partir deste ano, o Brasil irá comemorar o aniversário do 31 de março de 1964. A data foi incluída na ordem do dia das FFAA e cada comandante decidirá como deve ser feita. É a retomada da narrativa verdadeira de nossa história. Orgulho", escreveu. Respondendo a seguidores que a criticaram na ocasião, escreveu: "O choro é livre e graças aos militares, o Brasil também!"

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A deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) tem sido atacada desde que, em meio à crise de seu partido, foi destituída da liderança do governo no Congresso Nacional. As ofensas vêm, inclusive, de antigos aliados. E estão sendo feitas justamente no ambiente que foi fundamental para que ela obtivesse votação recorde em 2018: as redes sociais. "Sofro ataques machistas e canalhas de um grupo do qual Eduardo e Carlos Bolsonaro fazem parte", afirma.

A parlamentar diz estar enfrentando o machismo pela primeira vez agora e acrescenta que se trata de algo tão "cafona" quanto o feminismo. "Eu vejo o feminismo como um machismo de sinal contrário", diz. "A veia boa do início do feminismo foi distorcida demais."

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Deputada mais votada da história do País, com mais de 1 milhão de votos, Joice pode deixar a Câmara Federal em breve. Ela é pré-candidata à Prefeitura de São Paulo pelo PSL. "Eu só declinaria da candidatura à Prefeitura para algo maior. Algumas pessoas do meu partido já estão me procurando com essa intenção", revela.

A seguir, os principais trechos da entrevista:

A senhora é uma mulher que se posiciona, que sempre trabalhou fora, que se diz pai e mãe dos filhos. Com esse papel de força, por que não defende o feminismo?

Eu vejo o feminismo como um machismo de sinal contrário. Como eu acho o machismo cafona, eu acho o feminismo cafona. A veia boa do início do feminismo foi distorcida demais, acabou virando um jogo de mulheres contra homens. Eu sou contra isso. A gente não tem de ser contra ninguém: é chegar, ocupar nosso espaço, pronto e acabou. Acho que a gente precisa refundar o movimento feminino no mundo todo, não só no Brasil, para conseguir valorizar o que a mulher tem de fato. Se houver uma 'refundação', posso até entrar nisso, mas para ser um movimento feminino. E não uma guerrinha de sexos.

A senhora falou que o feminismo perdeu a veia boa. Qual seria essa veia?

Lá atrás, houve vitórias como a conquista do voto, por exemplo. Mas isso não pode ser atribuído ao movimento feminista. E sim ao movimento de mulheres. Não havia naquele grupo só feministas. Estavam ali também donas de casa, que queriam cuidar do marido e dos filhos. Hoje, no entanto, vejo mulheres sendo criticadas porque querem se dedicar ao papel de mãe. Ou seja, o movimento feminista acaba ridicularizando mulheres que não optam por esse lado mais duro. Não conheço mulher mais dura e firme do que eu. Mas tenho de mesmo de ser feminista? Não, porque eu sou liberal e não quero impor nada para ninguém.

A senhora considera que já sofreu ataques machistas?

Nunca tinha sofrido nenhum ataque machista. Nunca houve um único caso, uma única gracinha na Câmara. Por quê? Porque eu cheguei com a alma preparada para enfrentar o que der e vier. As ofensas começaram agora. Eduardo Bolsonaro e Carlos Bolsonaro fazem parte do grupo que me ataca nas redes sociais. São mais do que ataques machistas, são canalhas. Emojis de porco, postagens me associando à (personagem de desenho animado) Peppa Pig, montagens.

Considera que o presidente Bolsonaro e seus filhos são machistas?

Não vi nenhuma manifestação pública do Flávio, por enquanto. Internamente, é outra coisa. O presidente também não falou nada. Prefiro dar a ele o benefício da dúvida de que é contra tudo isso que está acontecendo.

Apenas 15% dos cargos em disputa nas eleições do ano passado foram conquistados por mulheres. Como avalia a situação?

Quando você faz um comparativo, as mulheres são mais preparadas do que os homens em relação a estudo. Porém, ainda falta para algumas delas o preparo de alma. O preparo de coração, de vontade, de querer entrar na guerra, ir à luta e ganhar. Então, essa questão de cota me incomoda um pouco. Para mim, o mais importante é convencer a mulher de que ela deve entrar na política porque quer, para entregar algo para o País. Sou a prova viva de que não é preciso ter cotas. Fiz minha carreira sozinha no maior colégio eleitoral do País e trouxe mais quatro (deputados) comigo.

Como fazer para que mais mulheres ocupem espaço na política institucional? O que falta para que isso ocorra?

Financiamento é importante, mostrar a comunicação para mulher, o fazer campanha olho no olho. Por outro lado, nem acho que esse mundo (da política) seja tão masculino assim. Se eu estou em um lugar que tem cem homens e só eu de mulher, não me sinto intimidada. Por mim, tanto faz quanto tanto fez. Quebrar isso com o exemplo é o melhor caminho. Essa mulher que está aqui, brigando na Câmara, gosta de um batom, de unhas feitas, de um cabelinho escovado. É menina como todas elas. Mas que chegando aqui tem um papel de mulher forte.

Os últimos governos foram criticados pelo fato de contarem com poucas ministras. Qual a sua visão sobre o tema?

Não gosto dessa observação, como se você tivesse de ter uma cota. Mas os governantes precisam olhar um pouco mais para as qualificações das mulheres. Não venham me dizer que, para a formação de uma equipe ministerial, não há mulheres excepcionais no mercado. Nós temos mais tendência à conciliação, a conversar, a ouvir o contraditório, a não perder a paciência. A mulher pode usar na política a sensibilidade feminina e a força que tem para gerar e criar filhos.

Se existem mulheres conciliadoras e com currículo excepcional, por que não são escolhidas?

Você está perguntando para a pessoa errada. Precisa perguntar para quem nomeia. Particularmente, gosto de trabalhar com mulheres para algumas funções e não para outras. A questão do jeitinho da mulher e do jeitão do homem ajuda em alguns momentos. Para assessoria de comunicação, gosto de trabalhar com mulher, tem o jeitinho para falar com repórter. Mas meu motorista é homem.

Como é feita a articulação da bancada feminina, da esquerda à direita? Existe essa união?

A bancada feminina é organizada, é única, funciona bem quando as pautas não são polêmicas. Quando são, existe uma divisão até por causa da orientação partidária. Em temas de costumes, há divisão. Agora, em outras pautas a mulherada se junta. Define qualquer votação. São 77 mulheres. É maior do que qualquer bancada e consegue decidir o que quiser na Câmara.

A senhora tem um projeto de lei para endurecer a Lei Maria da Penha. Que outras pautas quer propor em prol das mulheres?

Não gosto de fazer pauta específica para mulheres, homens e crianças. A gente tem de pensar no Brasil. As minhas pautas são nacionais, como o combate à corrupção, a segurança pública… O meu projeto (PL 11/2019; a proposição está aguardando parecer na Comissão de Segurança Pública da Câmara) para mexer na Lei Maria da Penha não é uma pauta feminina. É pauta humana, em defesa das pessoas que estão sendo mortas no País. Há levantamentos mostrando que, após denunciarem a agressão, algumas mulheres são espancadas, violentadas e até mortas quando voltam para casa. E isso é feminicídio. Quero que o delegado possa analisar o caso e conceder medidas protetivas imediatamente.

A crise do PSL afeta seus planos de disputar a Prefeitura de São Paulo? A pré-candidatura está mantida?

Está totalmente mantida. A minha disputa pela Prefeitura de São Paulo é fundamental para barrar o plano da esquerda de voltar à Presidência. Está na hora de as paulistanas se orgulharem da mulher que comanda a Prefeitura. Eu só declinaria da candidatura por algo maior. Algumas pessoas do meu partido já estão me procurando com essa intenção.

O que seria algo maior?

Aí vocês interpretam da maneira como quiserem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou que mantém boa relação com a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP), ex-líder do governo no Congresso, mas que não a apoiará na eleição para Prefeitura de São Paulo em 2020. "Meu candidato é Bruno Covas", disse Doria.

"Joice tem todo o direito de disputar a eleição. Não pelo PSDB, obviamente, porque já temos candidato. Ela engrandece o debate eleitoral, ao meu ver", declarou o governador, após reunião com o presidente em exercício, Hamilton Mourão. "Ela tem maturidade para encontrar seu destino", complementou.

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Doria se esquivou em relação às discussões sobre 2022. Para o tucano, "não é hora de debater eleição". "Teremos três anos e meio ainda. Precisamos estar concentrados na gestão", disse.

O governador disse que pretende manter boa relação com o governo federal. "E relação respeitosa com o presidente Bolsonaro", disse. "Procuro praticar política de bom nível. Não é política do ódio nem separatista. Você pode ter boas relações, ainda que tenha posições distintas ou até disputa eleitoral."

O governador de São Paulo disse que não há articulação do ex-governador Geraldo Alckmin, quarto colocado na corrida presidencial do ano passado, para disputa ao governo de São Paulo em 2022.

A deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) afirmou, na noite desta segunda-feira (21), em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, que não fazia parte do "time de fake news" que atuou antes da eleição do presidente Jair Bolsonaro - e ainda atua, segundo ela - porque toda vez que foi para o ataque "punha o rosto" à mostra.

Joice afirmou ainda que sempre tem um filho de Bolsonaro "envolvido" nos casos. A deputada do PSL de São Paulo disse que há um grupo que desde a época da campanha fazia ataques e continua fazendo. De acordo com Joice, nunca houve tanta influência de uma família no governo desde a gestão do então presidente José Sarney. "Muitas vezes, disse ao presidente: me ajude a te ajudar. Fazer puxadinho familiar no Planalto não vai funcionar", relatou.

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Joice declarou que sua "orelha começou a ficar em pé" quando os ex-ministros Santos Cruz e Gustavo Bebianno começaram a ser atacados. "Quando Santos Cruz foi achincalhado nas redes, resolvi dar uma atenção um pouco maior para entender o que estava acontecendo."

Joice disse que vai procurar o Ministério Público, fazer um boletim de ocorrência e denunciar ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara ataques de "fake news" e montagens dos quais é alvo. Enquanto esses ataques são realizados, declarou, há problemas para resolver, como o pacote anticrime parado no Congresso Nacional.

A deputada reclamou de montagens feitas com a foto dela com "bichos e corpo de porco". "É uma coisa muito baixa que não ajuda o Brasil", disse. "Quanto você tem assessor de deputado pago por dinheiro público fazendo memes e ataques virulentos, sendo bancado com dinheiro público, não parece que isso passe perto da moralidade", avaliou.

Joice afirmou que está mapeando quem está realizando esses ataques. De acordo com ela, alguns perfis já estão identificados. "Perfis que estão nas mãos de assessores dos meninos (filhos do presidente)", acusou. A parlamentar disse ainda que a saída da liderança do governo no Congresso foi um alívio. "Minha lealdade sempre foi inquestionável. Não esperava uma gratidão, mas um pouquinho de respeito. Agora, esses ataques da meninada nos grupos está ficando muito ruim, mas tenho o couro duro, não tenho medo", finalizou.

A ex-líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que pretende acionar na Justiça o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) caso estes "não cessem" os ataques contra ela nas redes sociais.

Desde quando foi destituída da liderança do governo no Congresso, Joice vem acusando o governo e os filhos do presidente de usarem uma "milícia digital" para atacar desafetos políticos e a oposição.

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"Os ataques são por orientação dos 'filhotes'. Eles têm o mesmo modus operandi de sempre. Criam memes e vídeos apócrifos e espalham nos grupos e páginas. Alguns perfis são fakes. Há assessores envolvidos", afirmou, na noite deste domingo, dia 20.

Ao ser questionada sobre quem são esses assessores e por quem eles são pagos, a deputada disse que não iria "passar essa informação agora", mas insistiu que pretende manter o embate com Carlos e Eduardo na internet caso as provocações, segundo ela, continuem.

"Vou continuar enfrentando nas redes e, se preciso for, na Justiça e Conselho de Ética. Não tenho medo de marmanjos. Esses moleques precisam de camisa de força e são um risco para o Brasil e para o mandato do presidente da República", afirmou.

A ex-líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), afirmou neste domingo (20) que o envolvimento do Palácio do Planalto na articulação frustrada para destituir o deputado Delegado Waldir (PSL-GO) da liderança do PSL na Câmara e pôr no cargo o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) é "irregular" e "imoral".

"Você não pode usar a estrutura de um palácio, do Executivo, para interferir em outro Poder. É absolutamente irregular. É absolutamente imoral. Não se pode fazer isso", disse. Segundo a deputada, o movimento envolveu um "grupelho" e "algumas pessoas que foram realmente pressionadas".

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As declarações foram feitas numa transmissão no YouTube. Ela rebateu acusações de ter traído o presidente. "Eu defendo o presidente da República. Continuarei defendendo, mas não posso defender moleques que têm atrapalhado esse País", disse, referindo-se aos filhos do presidente. Durante a transmissão, Joice também fez duras críticas aos filhos de Bolsonaro. "Todas as grandes crises envolvendo mandato de Bolsonaro têm os filhos envolvidos."

Joice foi destituída liderança do governo no Congresso na quinta-feira passado em meio à implosão do partido, que vive uma crise interna. A situação da deputada ficou insustentável após a ela assinar uma lista de apoio à permanência de Delegado Waldir na liderança do partido na Câmara.

A crise interna do PSL indica estar mesmo longe de ter fim e pode ganhar ainda mais fôlego após a entrevista que a ex-líder do partido no Congresso Nacional, deputada federal Joice Hasselmann (SP). A parlamentar estará no centro do debate do programa Roda Viva da TV Cultura nesta segunda-feira (21).

Em meio aos ataques que não param de ser desferidos entre o grupo aliado ao presidente da República Jair Bolsonaro e do presidente nacional do PSL Luciano Bivar (PE), a deputada federal será sabatinada por um grupo de jornalistas, a partir das 22h. O programa vai ao ar simultaneamente na tv aberta e nas redes sociais, meios que os líderes do partido e simpatizantes utilizam diariamente para comentar e fomentar a crise interna.

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A deputada deve comentar as polêmicas sobre as listas feitas na Câmara dos Deputados para tirar o deputado federal Delegado Waldir da liderança do PSL na Casa, bem como os ataques que vem sofrendo por parte do deputado Eduardo Bolsonaro, filho do presidente Bolsonaro. Na sexta-feira (18), o parlamentar fez uma postagem nas suas redes sociais com uma “nota de 3 reais” que continha a imagem de Joice e afirmou que ela se “acha dona de tudo”. Em resposta, a parlamentar comentou pelo Twitter o que chamou de “presentinho da milícia digital”, dizendo não temer ameaças e saber “o que vocês fizeram no verão passado”.

Final de semana quente

Neste final de semana, Eduardo Bolsonaro ainda fez transmissões ao vivo em sua conta do Facebook, afirmando que seu nome é o que mais “angariava” apoio para ser líder do PSL na Câmara dos Deputados. Na transmissão ele pede apoio para a retirada de Waldir no posto. Ele ainda pediu mais lealdade por parte de seus correligionários em relação a ele, ao pai e aos seus irmãos (senador Flávio Bolsonaro e Carlos Bolsonaro). 

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