Tópicos | José Serra

O ex-presidente da Odebrecht e delator na Operação Lava Jato, Pedro Novis, afirmou em depoimento à Polícia Federal que o senador José Serra (PSDB-SP) recebeu para si ou solicitou para o partido R$ 52,4 milhões entre 2002 e 2012. O executivo detalhou os valores para os investigadores.

As declarações foram prestadas em 13 de junho de 2017 e reveladas nesta terça-feira, 9, pelo Valor Econômico. O Estado confirmou o depoimento.

##RECOMENDA##

Por meio de sua assessoria, o tucano afirma que "jamais recebeu qualquer tipo de vantagem indevida".

Em depoimento, Pedro Novis relatou que teve contato com Serra ainda na década de 80, mas, somente em 2002, o tucano "solicitou recursos".

"Este pedido ocorreu pessoalmente no escritório ou na casa de José Serra" e que sempre se encontrava sozinho com o tucano "em encontros agendados através da secretária pessoal dele", contou o executivo.

Naquele ano, disse o executivo, "foi repassado à campanha de José Serra o montante aproximado de R$ 15 milhões". Pedro Novis afirmou não ter conseguido "recuperar os registros dos repasses eleitorais realizados pela Odebrecht na campanha política de 2002".

"Os recursos repassados a José Serra em 2002 provavelmente foram originados das operações da CNO no Brasil". Novis ainda disse não saber "quem foi o responsável por operacionalizar os recebimentos dos recursos na campanha de José Serra no ano de 2002".

Dois anos depois, em 2004, Serra disputou a Prefeitura de São Paulo. Segundo o ex-presidente da Odebrecht, o tucano recebeu "cerca de R$ 2 milhões em doações da construtora realizadas sem registro na Justiça Eleitoral". Novis também relatou que o valor teve como origem as operações da Construtora Norberto Odebrecht.

"Os R$ 2 milhões destinados a José Serra em 2004 foram pagos em espécie e no Brasil", afirmou.

Pedro Novis contou ter repassado a José Serra R$ 4,5 milhões entre 2006 e 2007 por meio de "uma conta bancária no exterior fornecida por José Amaro Ramos".

"Os R$ 4,5 milhões equivaleriam na época a quantia de 1,6 milhão de euros", disse. "Foi José Serra quem disse ao declarante que José Amaro Ramos era a pessoa credenciada para receber o repasse de R$ 4,5 milhões relacionado à campanha de 2006; que conversou pessoalmente com José Amaro Ramos, tendo recebido de suas mãos o número da conta para a qual seriam transferidos os recursos destinados a José Serra."

O executivo ligado à Odebrecht narrou à PF que José Amaro Ramos "não demonstrou estar incomodado em fornecer uma conta bancária no exterior para receber os recursos destinados à campanha eleitoral de Serra em 2006". Pedro Novis afirmou não saber se os recursos depositados fora do País retornaram para a campanha do tucano.

De acordo com o relato, "o repasse de R$ 4,5 milhões a José Serra não pode ser relacionado a qualquer contrato específico que a CNO possuía no Estado de São Paulo e quando José Serra assumiu o governo em 2007, a CNO possuía contratos com o Estado de São Paulo, dentre os quais um dos lotes das obras do Rodoanel Sul".

"Não foi tratado com José Serra nenhum tipo de contrapartida ao repasse dos R$ 4,5 milhões a sua campanha eleitoral em 2006 e os R$ 4,5 milhões repassados à campanha de José Serra também englobam valores pagos no ano de 2007 a título de quitação de dívidas de campanha."

Em 2008, relatou Pedro Novis, o tucano solicitou "R$ 3 milhões em doações eleitorais para as campanhas municipais do PSDB no Estado de São Paulo". O executivo disse que o valor foi pago em espécie no Brasil "a um emissário indicado por José Serra".

No entanto, Novis afirmou que "não possui o nome ou qualquer outra informação relacionada ao emissário de José Serra que recebeu os R$ 3 milhões repassados em 2008".

O delator narrou que no ano seguinte José Serra o procurou para informar que Sérgio Guerra - morto em 2014 - o procuraria "para discutir o projeto das campanhas do PSDB em 2010". Pedro Novis relatou ter se encontrado com Sérgio Guerra "em duas oportunidades".

"Sérgio Guerra solicitou ao declarante que fosse repassado ao PSDB R$ 30 milhões; que de fato condicionou o repasse de recursos para o PSDB à solução dos antigos créditos que a CNO possuía junto à DERSA", disse Novis em depoimento.

"Sérgio Guerra concordou em levar o pleito ao governador José Serra, quando então foi estipulado que 15% dos valores a serem pagos seriam destinados às campanhas do PSDB."

No depoimento, Pedro Novis disse que José Serra lhe confirmou "que o acordo estava assegurado, ou seja, que 15% dos valores a serem pagos pelo governo de São Paulo à CNO seriam repassados à campanha eleitoral do PSDB".

"O valor líquido do pagamento acordado alcançou o montante de aproximadamente R$ 160 milhões, motivo pelo qual calculou em R$ 23,3 milhões o valor a ser repassado para o PSDB", declarou.

Segundo o Valor Econômico, houve ainda um suposto pagamento a Serra para a campanha de 2012. O repasse de R$ 4,6 milhões teria sido entregue a um assessor de Rubens Jordão - morto em 2013.

Defesas

"O senador José Serra esclarece que jamais recebeu qualquer tipo de vantagens indevidas de qualquer empresa ou indivíduo, especialmente da Odebrecht. Mais que isso, nunca tomou medidas que tenham favorecido a Odebrecht em nenhum dos diversos cargos que ocupou em sua longa carreira pública, como afirmou o seu ex-presidente da empresa Pedro Novis em depoimento."

A reportagem está tentando contato com José Amaro Ramos. O espaço está aberto para manifestação.

O deputado Betinho Gomes (PSDB), em entrevista ao LeiaJa.com, nesta quinta-feira (23), falou sobre a demissão do Ministério de Relações Exteriores, José Serra (PSDB), e a articulação do partido para a escolha de um novo nome para ocupar a vaga. “Não há nenhum movimento ainda estabelecido porque foi algo, de fato, supreendente. Eu, pessoalmente, acho que José Aníbal e Aloysio Nunes são dois nomes que estão em condições plenas de poder assumir essa responsabilidade. Serão duas grandes contribuições. Obviamente, isso vai depender da conversa que o partido tiver com o presidente Michel Temer”. 

“Ninguém tinha a informação precisa de que ele [Serra] faria esse movimento. Acho que seria natural [o PSDB] apresentar uma opção de nome para ocupar o Ministério das Relações Exteriores”, disse.

##RECOMENDA##

Para pedir exoneração do cargo, publicado no Diário Oficial da União (DOU), desta quinta-feira (23), o então ministro alegou problemas de saúde. 

“Em razão de problemas de saúde que são do conhecimento de Vossa Excelência, os quais me impedem de manter o ritmo de viagens internacionais inerentes à função de Chanceler”, diz parte da carta divulgada pelo governo, que teria sido entregue pessoalmente por Serra a Temer, no Palácio do Planalto. 

O ex-ministro das Relações Exteriores José Serra reassumiu o mandato de senador pelo PSDB de São Paulo. A investidura do tucano é automática, uma vez que ele é senador titular. Serra era chanceler desde maio do ano passado, mas pediu demissão do cargo nesta quarta-feira, 22, sob a alegação de problemas de saúde.

O senador, que reassumiu o cargo do suplente José Aníbal (PSDB-SP), não compareceu ainda ao Senado. No gabinete de Serra, ainda consta a placa de Aníbal e a informação é que ele estaria em Brasília, não deverá vir ao Senado e pode seguir para São Paulo ainda nesta quinta-feira, 23. Por ora, também não foi apresentado pelo senador qualquer pedido de afastamento de Serra por motivos de saúde do Senado.

##RECOMENDA##

O ministro das Relações Exteriores, José Serra, está internado no Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista, desde segunda (19), na Unidade de Terapia Semi-Intensiva. Ele apresenta boa recuperação após ter sido submetido a uma cirurgia de descompressão e artrodese da coluna cervical.

O procedimento foi feito por meio de técnica minimamente invasiva na manhã de ontem, após a detecção de instabilidade segmentar vertebral e estenose foraminal. A cirurgia transcorreu sem intercorrências. As equipes médicas que o acompanham são coordenadas pelos doutores Roberto Kalil Filho e Francisco Sampaio Junior.

##RECOMENDA##

O ministro de Relações Exteriores, José Serra, afirmou nesta sexta-feira, 9, que dará para votar a PEC do Teto de Gastos na próxima terça-feira, 13, em segundo turno no Senado. Mais cedo, Serra tinha comentado que "talvez a aprovação da PEC fique para o começo do próximo ano". O comentário foi feito durante evento promovido pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) em São Paulo. Após participar do evento, o ministro reavaliou. "Pelo que avalio após a palestra, dará para votar na terça-feira, o que é muito bom", disse Serra.

Mais cedo, no palco do evento, Serra disse que a PEC do Teto já está praticamente aprovada na Câmara Alta, mas lembrou que o prazo é curto. "Não sei se há condições políticas para adiar o começo do recesso. Talvez a aprovação da PEC fique para o começo do próximo ano", comentou. Questionado posteriormente sobre esse risco, ele disse "espero que não aconteça, mas quantas sessões faltam?"

##RECOMENDA##

Alguns políticos estão usando as redes sociais para criticar o registro feito durante a premiação Brasileiros do Ano, promovido pela Editora Três na noite da terça-feira (6). As imagens que repercutem são do juiz Sérgio Moro sorrindo ao lado do senador Aécio Neves (PSDB) e do ministro José Serra (PSDB). 

No Twitter, Moro e Aécio apareceu nos trending topics. As imagens renderam uma série de memes e piadas. Abaixo, uma lista de alguns políticos que se manifestaram sobre o tema.

##RECOMENDA##

Senador Roberto Requião (PMDB-PR)

Senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR)

Deputada Federal Jandira Feghali (PC do B-RJ)

Deputada federal Luiza Erundina (PSOL-SP)

Deputado federal Leo de Brito (PT-AC)

Deputada federal Erika Kokay (PT-DF)

Deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ)

 

O ministro de Relações Exteriores, José Serra, disse que Fidel Castro "marcou profundamente a política cubana e o cenário internacional". Em uma nota enviada à imprensa, o chanceler brasileiro diz que a trajetória do líder cubano "resume os dolorosos conflitos e contradições" do período e que nem sempre o "desenvolvimento e justiça social se conciliaram com o respeito aos direitos humanos e à democracia".

"Como dirigente máximo de seu país por cinco décadas, marcou profundamente a política cubana e o cenário internacional", cita a nota assinada por Serra. "Entra para a história como uma das lideranças políticas mais emblemáticas do século XX. Não é possível entender a história de nosso continente sem referência a Fidel, suas ideias e ações à frente da revolução cubana e do governo de seu país".

##RECOMENDA##

Apesar de destacar a importância histórica de Fidel, o comunicado nota que a trajetória do líder cubano nem sempre respeitou alguns valores. "Sua trajetória resume os dolorosos conflitos e contradições de um período histórico conturbado, no qual ideais de desenvolvimento e justiça social nem sempre se conciliaram, em nossa região, com o respeito aos direitos humanos e à democracia", diz Serra.

O ministro das Relações Exteriores, José Serra, disse nesta quarta-feira, 9, que a montagem da equipe do governo do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, será acompanhada de perto pelo Brasil, bem como as primeiras declarações a respeito da política externa, econômica e comercial.

Na avaliação do ministro, em seu primeiro discurso após a vitória, Trump mostrou uma face de interlocução. "A ideia é governar para todos", disse Serra. Ele lembrou ainda que, nos Estados Unidos, as indicações para cargos em escalões mais altos precisam ser aprovadas pelo Senado.

##RECOMENDA##

Sobre as implicações da eleição de Trump para o País, o ministro disse que o Brasil não estava no centro das discussões da eleição norte-americana, nem era alvo de controvérsia. Isso, na avaliação dele, é positivo para o País no cenário pós-eleição. Serra disse que caberá ao embaixador do Brasil nos Estados Unidos, Sérgio Amaral, abrir canais de interlocução entre o governo brasileiro e a equipe de transição de Trump.

O ministro avalia que a eleição de Donald Trump ainda deve ser alvo de muitas análises, uma vez que demonstra a inclinação da sociedade norte-americana. "Temos de refletir sobre o resultado dessa eleição, sobre os efeitos da globalização, a crise da sociedade contemporânea", afirmou.

Serra citou como outro exemplo desse cenário o resultado do plebiscito a respeito da saída do Reino Unido da União Europeia, que ele classificou como surpreendente. "De qualquer forma, decisões da democracia, do eleitorado, se respeitam e se cumprem."

O ministro disse esperar que tanto o Brasil quanto os Estados Unidos sigam determinados a reforçar as relações bilaterais. "Agora, com o resultado da eleição, vamos olhar os interesses do nosso País", afirmou.

Adversários dentro do PSDB pela indicação para disputar a Presidência da República de 2018, o ministro das Relações Exteriores, José Serra (SP), e o presidente nacional da legenda, senador Aécio Neves (MG), sentaram-se na quinta-feira, 3, à mesa para um jantar em São Paulo. Os dois nomes lideram correntes divergentes dentro do partido.

O encontro, tratado como "normal" por integrantes da cúpula do partido, ocorreu em meio às especulações de uma parceria entre os dois para tentar barrar as movimentações do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, também cotado para disputar a Presidência da República pelo PSDB em 2018.

##RECOMENDA##

O governador se saiu fortalecido nas eleições municipais, encerradas no domingo passado, após ter conseguido varrer o principal adversário dos tucanos, o PT, de São Paulo, e ter eleito o prefeito da capital, João Doria, em primeiro turno. Para conseguir "emplacar" Doria no comando do município de São Paulo, Alckmin teve de, inicialmente, peitar os principais "caciques" da legenda, entre eles Serra.

O encontro teve ainda como contexto o atual momento em que a bancada de parlamentares do PSDB se articula na disputa pela liderança do partido na Câmara e na escolha de um possível candidato para a presidência da Casa.

Entre as reivindicações de parte dos deputados do PSDB de São Paulo está a ampliação de espaços considerados estratégicos no Congresso Nacional. Entre os aliados de Serra que poderão ser contemplados está o deputado Jutahy Junior (PSDB-BA). Ele chegou a postular a vaga de líder no início deste ano, mas foi vencido por Antônio Imbassahy (BA), que contou com o apoio de Aécio. O senador mineiro detém maioria dentro da bancada da Câmara.

As relações internacionais na América do Sul, o desenvolvimento sustentável, meio ambiente e a importância da Amazônia são temas de discussão durante a V Conferência sobre Relações Exteriores (Core), na Universidade da Amazônia (Unama), entre 9 e 11 deste mês. O evento marca os 10 anos do curso de Relações Internacionais e os 45 anos da Fundação Alexandre de Gusmão, uma das mais importantes organizações governamentais do Brasil no campo das relações internacionais.

A abertura com cerimônia de boas-vindas contará com a presença do reitor da Unama, Dr. Janguiê Diniz. O ministro de Estado das Relações Exteriores, José Serra também estará presente ministrando palestra magna sobre “A Política Externa do Brasil”. A programação da Core será realizada no campus Ananindeua da Unama.

##RECOMENDA##

As inscrições para a V Conferência de Relações Exteriores são gratuitas e estão disponíveis no site http://funag.gov.br/index.php/pt-br/inscricoes. É necessário preencher um formulário com informações como RG e CPF para participar da programação. Os interessados em todos os dias de programação deverão realizar inscrições para cada dia do evento, ou seja, devem preencher três formulários.

O coordenador do curso de Relações Internacionais da Unama, professor William Rocha, destaca que os temas discutidos na Core são muito importantes para a comunidade acadêmica e para o público externo. “São temáticas que envolvem o nosso cotidiano e que precisam da nossa reflexão, principalmente de nós, que vivemos na Amazônia, um dos temas da programação. É preciso ter um senso crítico do mundo em que vivemos”, afirmou.

Importância - O diretor do Centro de Ciências Humanas e Sociais (CCHS) da Unama, Mário Tito Almeida, conta que apresentou a candidatura da Universidade para sediar o evento, conquistando a aprovação do presidente da Fundação, Embaixador Sérgio Eduardo Moreira Lima. “Esse evento ocorrerá pela primeira vez na Amazônia, saindo dos eixos Sul e Sudeste, e ser sediado pela Unama é muito importante para o desenvolvimento acadêmico e regional. Receberemos uma série de diplomatas do Brasil e do exterior, além de pesquisadores da área”, disse.

A Core oferece espaço para reflexão e interação entre o Itamaraty e a academia sobre o pensamento diplomático e a política externa brasileira. Em 2016, seu foco recairá na compreensão das tendências da evolução do poder no cenário internacional, além dos desafios e oportunidades globais e regionais, em especial, na Amazônia.

 Confira a programação da Core:

 DIA 1 - 9/11 - QUARTA-FEIRA

16h - Abertura

17h - Painel 1 - Paz e segurança: resolução de conflitos

19h30 - Painel 2 - As relações internacionais na América do Sul

DIA 2 - 10/11 - QUINTA-FEIRA

16h - Painel 3 - Comércio e investimento: desafios e oportunidades

18h30 - Painel 4 - Desenvolvimento sustentável e meio ambiente (a importância da Amazônia)

DIA 3 - 11/11 - SEXTA-FEIRA

16h - Painel 5 - FUNAG 45 Anos: a democratização do conhecimento de Relações Internacionais

18h30 - Sessão de Encerramento

O ministro das Relações Exteriores, José Serra, afirmou que o Brasil pode ter uma relação comercial tão forte com a Índia quanto o País tem hoje com a China num horizonte de tempo não tão longo. Esta foi a conclusão ao fim da visita oficial do presidente Michel Temer e comitiva à Índia. Eles seguiram depois para o Japão.

"A complementaridade entre a economia brasileira e indiana é até maior do que a complementaridade entre a economia chinesa e indiana, que é boa também", disse Serra. "Temos uma proposta para trocar com a Índia 500 preferências de produtos no âmbito do Mercosul, que aceita perfeitamente. Isso pode ser materializado em fevereiro, com uma apresentação em novembro."

##RECOMENDA##

O ministro destacou que uma questão relevante é enfrentar as barreiras sanitárias e fitossanitárias. "Em geral, o que acontece é que entra na burocracia e depois a questão fica parada. O primeiro-ministro indiano disse que vai se empenhar sinceramente nisso". Serra ressaltou que o acordo de cooperação e facilitação de investimentos firmado deve ajudar a aumentar o potencial de negócios. O ministro apontou que há uma grande frente para o aumento de exportações do Brasil para a Índia em vários setores, como alimentos, etanol, remédios e aviação.

Parceiro

O presidente Michel Temer e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, realizaram na segunda-feira (17) um encontro bilateral, depois do evento que reuniu os dirigentes dos Brics no final de semana. Modi disse que poderá ser um parceiro do Brasil na retomada econômica. "A prioridade do presidente Temer é a retomada da economia doméstica. A Índia pode ser um valioso parceiro nesse processo."

Ele destacou que a visita também pode fortalecer os interesses de empresas brasileiras em investir no seu país e disse que tais companhias serão bem vindas. "O presidente Temer e eu concordamos em fortalecer a coordenação em fóruns internacionais, como ONU, G-20 e OMC", disse Modi. Temer afirmou que, nos diálogos que manteve com o primeiro-ministro, conversaram também sobre iniciativas na área ambiental, sobretudo referente a energias renováveis. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Michel Temer desistiu de participar da cerimônia de assinatura do acordo de paz entre o governo colombiano e o grupo guerrilheiro Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), previsto para a próxima segunda-feira (26), em Cartagena das Índias. As informações são da Agência Ansa.

Temer tinha prometido ao presidente colombiano, Juan Manuel Santos, que assistiria ao ato histórico durante um encontro que tiveram em Nova York no início da semana, mas preferiu ficar no Brasil para tratar de assuntos internos. O Brasil será representado no evento pelo ministro das Relações Exteriores, José Serra.

##RECOMENDA##

O acordo de paz entre as Farc e a Colômbia coloca fim a um conflito de 52 anos, que é considerado um dos mais antigos e sangrentos da América do Sul. Além da solenidade da assinatura do acordo, Temer desistiu de participar da 25ª Cúpula Ibero-Americana, que ocorrerá na mesma cidade, nos dias 28 e 29 deste mês.

Conferência das Farc

Os líderes e membros das Farc encerram hoje sua 10ª conferência nacional, na qual devem aprovar o texto do acordo de paz, negociado desde 2012 em Cuba.

O anúncio da ratificação deve ser feito hoje (23), em mais um dia histórico para a Colômbia. O grupo está reunido há uma semana em uma região ao sul da Colômbia.

Além disso, as Farc elaboram as diretrizes para fazer com que o grupo se torne um partido político, com objetivos, estratégias e estrutura física. Cogita-se a possibilidade de que as Farc passem a se chamar Movimento Bolivariano por uma Nova Colômbia.

Da Agência Ansa

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), apresentou três requerimento de convocação do ministro das Relações Exteriores, José Serra, nas comissões de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), de Meio Ambiente e na de Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA). O comparecimento seria para explicar a falta de negociação com os servidores do Itamaraty, que estão em greve desde 22 de agosto.

“O ministro José Serra tem de vir ao Senado explicar por que está se negando a receber os servidores e a negociar a pauta apresentada, parte dela não-remuneratória, e por que determinou o corte de ponto antes mesmo de abrir qualquer possibilidade de diálogo. Não pode agir com esse autoritarismo”, justificou.

##RECOMENDA##

O petista disse que Serra age como “elefante em loja de cristal”. “Todos temos conhecido a inabilidade de Serra desde que ele assumiu o cargo o Itamaraty. Seja pra fora, criando embaraços diplomáticos ao Brasil, seja pra dentro, desprezando as questões administrativas e evitando o contato com os próprios servidores do Ministério”, frisou.

“Serra se nega a negociar ao mesmo tempo em que pune um movimento legítimo. Esse é o modelo do PSDB de tratar o funcionalismo público: no desprezo, no arrocho e na chibata”, disparou.

O ministro das Relações Exteriores, José Serra, elogiou o discurso que o presidente Michel Temer fez na manhã desta terça-feira, 20, na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU). Serra avaliou que a rápida menção do dirigente ao processo de impeachment "foi um dever de cortesia" para os países que participam do evento em Nova York.

"Foi um referência breve, para situar", disse Serra a jornalistas, ressaltando que não entende que a menção foi uma resposta do presidente brasileiro para a comunidade internacional. "Não diria que é uma resposta. É um dever de cortesia para com os países e com a Assembleia da ONU. É estabelecer que se trata de um novo presidente nas condições em que ele explicou", disse o ministro a jornalistas. Em seu discurso, Temer afirmou que o impedimento seguiu os trâmites da Constituição e foi processo "longo e complexo", conduzido pelo Congresso Nacional e pela Suprema Corte.

##RECOMENDA##

Para Serra, um dos pontos de destaque do discurso de Temer hoje foi a afirmação de que a ONU não pode ser só um fórum de debates. "Tem de tomar iniciativas no sentido de resolver as questões mundiais, sobretudo pelo diálogo, pelas discussões, pelas pressões", afirmou o ministro.

Ainda nesta terça-feira, Serra tem reuniões com Emirados Árabes, Guiana, Líbano e Reino Unido. No encontro com o chanceler inglês, o ministro brasileiro disse que vai falar do interesse do Mercosul em fazer um acordo de comércio com a região.

O ministro tem ainda uma reunião com os parceiros do G4, grupo formado pela Alemanha, Japão, Índia, além do Brasil, para discutir mudanças no Conselho de Segurança da ONU. Os países vão pedir alteração da metodologia do Conselho que, segundo o ministro, ainda está ligada à Segunda Guerra Mundial.

Ao ser perguntado sobre o motivo da falta de uma reunião bilateral entre o Brasil e os Estados Unidos durante a Assembleia Geral, Serra disse que foi uma questão de agenda carregada dos dois países. Todos os encontros que o Brasil vem tendo durante os eventos em Nova York foram solicitados pelos países interessados. "Não chegamos a solicitar nenhum encontro porque a agenda estava congestionada."

Protesto

O ministro também afirmou que não viu a saída dos presidentes que protestaram contra Temer do plenário da ONU. "Estava na primeira fila, mas não me dei conta", afirmou. O protesto foi feito pelos presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro, do Equador, Rafael Correa, da Nicarágua, Daniel Ortega, e da Costa Rica, Luis Guillermo Solís. Eles levantaram-se de seus lugares no plenário e saíram de forma ostensiva, segundo relato de pessoas presentes. Raúl Castro, de Cuba, e Evo Morales, da Bolívia, também negaram-se a assistir ao discurso do brasileiro. Mas Castro e Morales sequer entraram no local.

Serra avaliou o gesto como pouco importante e disse que seu impacto internacional é "próximo de zero". Serra ressaltou que a ONU tem quase 200 países membros e que os que protestaram não somam um número significativo.

A reação dos bolivarianos era previsível, disse o ministro, que manifestou surpresa em relação à posição da Costa Rica. "Não sabia que a Costa Rica tinha essa posição. Vou olhar a nota (divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores daquele país) e depois posso até comentar", afirmou em entrevista coletiva.

A estreia do presidente Michel Temer no cenário internacional foi positiva, avaliou o ministro das Relações Exteriores, José Serra, que o acompanhou na visita recente à China para a reunião do G-20. A despeito de Venezuela, Bolívia e Equador haverem retirado seus embaixadores do País em protesto contra o processo de impeachment de Dilma Rousseff, na avaliação do ministro houve manifestações favoráveis de parceiros importantes, como os Estados Unidos e a Rússia, além das Nações Unidas e da Organização dos Estados Americanos (OEA). Porém, os desafios à frente não são fáceis. "Como para todo governo, o mais difícil é governar", afirmou. Segundo ele, Temer tem em sua agenda alterações importantes na Constituição, a serem discutidas num Congresso onde a base governista ainda é heterogênea e a oposição, atuante. Veja abaixo os principais trechos da entrevista.

Como o senhor avalia a estreia do governo Temer no cenário mundial?

##RECOMENDA##

A presença do Brasil no G-20 foi boa, como também foi boa a participação na reunião dos Brics (grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e na reunião de chanceleres que lá estavam.

Boa em que sentido?

Foi um primeiro contato com o resto do mundo. E o presidente passou a impressão de seriedade, tranquilidade e determinação. Estou falando isso sem nenhum governismo. Do ponto de vista dos Estados Unidos, o Joe Biden (vice-presidente americano) deu uma excelente declaração. A Argentina deu uma nota formal a partir da assunção do Temer, também positiva. O Chile, que é um governo do partido socialista, disse que quer fortalecer a relação bilateral. A Colômbia foi na mesma direção e chamou o governo de constitucional. O Peru foi na mesma direção. A Rússia elogiou a relação com o governo Dilma mas, lembrou, também do vice-presidente Temer. O chanceler russo pediu até uma reunião em Nova York comigo.

Mas, aqui na região, o sucesso não foi tanto.

A Unasul inicialmente tinha tido um projeto de nota. Mas além, naturalmente, do Brasil, Argentina, Colômbia, Chile, Paraguai e Peru disseram que não apoiariam o comunicado. Na reunião da OEA, Argentina, Paraguai, México, Colômbia, Chile, Granada e Jamaica tomaram uma posição mais a favor do governo Temer. Isso é mais significativo, porque não é uma nota, é uma orientação de governo. E o secretário da ONU disse confiar que, sob a liderança de Temer, o Brasil e as Nações Unidas continuarão sua parceria tradicional. Então, eu diria que nesse front as coisas foram bem, para poucos dias de governo.

E agora?

Como para todo governo, o mais difícil é governar. Tem um quadro econômico difícil, uma herança econômica difícil, um processo legislativo complexo que envolve muitas mexidas na Constituição. Tem uma base ainda heterogênea, mas ao longo do tempo a esperança é que ela se torne mais homogênea, mais integrada. E tem uma oposição atuante. Que já se move por meio dos seus quadros, principalmente centrados no PT. Não vai ser fácil. Vai exigir bastante. Mas não justifica uma visão pessimista sobre o futuro - pelo contrário.

O senhor diria que a projeção externa do governo Temer já é uma questão superada?

Eu não diria que é superada. Mas para nós é uma questão para lá de neutra. Talvez, positiva.

Mas e a Venezuela congelando a relação com o Brasil, a Bolívia e o Equador chamando os embaixadores?

A Venezuela é um país fora de controle. Não é o caso da Bolívia. Nosso embaixador lá já estava no Brasil por causa da morte de um familiar. Então, não é que ele foi chamado; ele apenas não voltou.

Até quando ficaremos assim?

Gradualmente, as coisas vão sendo organizadas. Não vamos esquecer que o Equador está em pleno processo eleitoral.

Essa tensão regional não atrapalha?

Não ajuda, mas não é algo que possa atrapalhar.

E o Mercosul?

Mercosul é um outro processo. Não tem nada a ver com isso que estamos falando. O importante no Mercosul é que temos reformas a fazer. E, quanto a isso, há total concordância da Argentina, do Paraguai e do Uruguai.

Quais serão os próximos passos em relação à China?

Vamos criar um grupo China dentro da Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos). Porque a China é muito grande e é o primeiro parceiro do Brasil nas exportações. O que queremos em relação à China? Por um lado, queremos exportação de capital chinês para infraestrutura no Brasil. É o caso típico da compra da CPFL. Dou especial valor a isso, porque o fato é que a distribuição de energia se deteriorou no Brasil na última década, nos governos do PT. E a qualidade da distribuição é um fator muito importante para o desenvolvimento. Com a CPFL e mais uma distribuidora no Rio Grande do Sul, os chineses têm 15% da distribuição no Brasil. Temos interesse em atrair os chineses e seu capital de longo prazo para outras áreas.

E no comércio?

Na parte comercial, temos de caminhar para um acordo comercial que permita ao Brasil aumentar as exportações com valor adicionado. Por exemplo, a soja. A China faz uma escalada tarifária. Zero para a soja em grão, 5% para o farelo e 9% para o óleo. Ou seja, forçam o Brasil a vender matéria-prima. Essa é uma situação que temos de negociar. Coisa parecida é feita em relação ao café. Em grão, é zero. O solúvel é praticamente impossível de ser exportado. E tem o milho. A China se candidata a ser exportadora de frango, usando milho brasileiro. Compram milho no Brasil, alimentam seus frangos, exportam e deslocam nossas exportações de frango.

Mas tem abertura para um diálogo como esse?

Obrigatoriamente.

Qual será a postura em relação aos Estados Unidos?

A questão são as barreiras não tarifárias, cada vez mais importantes. Uma coisa que queremos, até, é que essas barreiras possam ser crescentemente normatizadas pela Organização Mundial do Comércio, no sentido de ter padrões comuns. Para as barreiras sanitárias, por exemplo, terem uma base científica. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A necessidade de se fazer uma revisão na Constituição de 1988 como uma das formas de resolver a crise brasileira encontra eco em representantes de setores da sociedade. A série de reportagens que o jornal O Estado de S. Paulo começou a publicar no domingo (11) sobre os desafios de reconstrução do País mostra como o texto constitucional está na raiz de boa parte dos problemas, sobretudo na questão fiscal. Contudo, as eventuais mudanças podem enfrentar entraves se apresentadas ao Congresso.

Deputado constituinte e atualmente ministro das Relações Exteriores, José Serra (PSDB) acredita que as normas precisam se ajustar à realidade do País. Ele lembra que a forte descentralização de receitas não correspondeu a uma descentralização de encargos. "É evidente que boa parte do problema fiscal brasileiro surgiu da Constituição de 1988."

##RECOMENDA##

Outros problemas, segundo Serra, foram o aumento dos encargos trabalhistas e a concessão de estabilidade no emprego para funcionários públicos que não haviam passado por concurso. Para ele, a Carta padece de um "defeito básico", por ter sido confundida com um programa de governo.

Na avaliação do presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, o debate é importante para jogar luz sobre essa reflexão. Ele destaca que o governo não tem condições de arcar com a carga de responsabilidades colocadas sobre ele. "O Estado tem seus limites. É preciso contar com o apoio do setor privado neste momento." Andrade avalia, entretanto, que o Congresso não está preparado para conduzir essas mudanças.

O recente processo de afastamento da presidente Dilma Rousseff atrapalha essa retomada e a realização de reformas, na opinião da economista e colunista do jornal O Estado de S. Paulo, Monica de Bolle. Para ela, ainda há uma "ferida aberta após o impeachment" e um "grau de polarização muito grande". "O Congresso ainda está confuso", afirmou.

Na mesma linha, o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, que foi deputado constituinte, disse que promover ajustes na Constituição é uma tarefa muito difícil de ser cumprida com o presidencialismo de coalizão. "Não acredito que o presidente tenha condições políticas, com esse Congresso de 'toma lá, dá cá', de fazer as reformas que se quer no País."

Ele defende a reforma política como a mais importante neste início de governo. Ao mudar a forma como se elege o Congresso, o governo estaria em linha com o sentimento presente nas manifestações de rua e criaria um ambiente melhor para alterar pontos da Carta, segundo Afif. "Se ele não fizer essa conexão com as ruas, a crise vai consumir o governo", alertou.

Na opinião do senador Agripino Maia (DEM-RN), presidente nacional do partido e também senador constituinte, a Constituição não é 'o' problema, mas há problemas que têm de ser pontualmente removidos. "É preferível trabalhar com a eliminação de pontos de sangria", o que, para ele, está em linha com o que vem sendo feito pelo governo de Michel Temer. A segurança institucional proporcionada por esses ajustes, diz o senador, seriam "instrumento de venda" do País para investidores estrangeiros.

As mudanças que venham a ser feitas na Constituição teriam de passar primeiramente por amplo debate da sociedade, a fim de identificar os pontos que devem ser alterados, diz o coordenador do Laboratório de Política e Governo da Unesp, Milton Lahuerta. Para ele, as alterações têm de reforçar o que ele chama de "espírito" da Constituição, ou seja, a ideia de cidadania e a ampliação de direitos de uma boa parte da população que antes se encontrava marginalizada pelo Estado. "A Constituição pode ter excessos, principalmente no que se refere ao papel do Estado, mas ela privilegia a cidadania e aumenta direitos, e exatamente por isso o ideal é seu aperfeiçoamento, mas não sua mutilação."

O ministro das Relações Exteriores, José Serra, disse não ter percebido "nenhum sinal, nem remoto" de questionamento do processo de impeachment durante a visita de quatro dias do presidente Michel Temer à China, onde participou de reunião anual do G-20. O peemedebista viajou ao país asiático poucas horas depois de ter assumido o comando do Brasil de maneira definitiva.

"Ninguém fez perguntas sobre o assunto nas reuniões bilaterais nem no almoço de chanceleres de que participei", disse Serra ao Estado. Mas o tucano observou que tomou a iniciativa de descrever a mudança política no Brasil aos demais ministros das Relações Exteriores das 20 maiores economias do mundo. Serra afirmou que não está "preocupado" com a legitimidade internacional do novo governo. Em sua avaliação, ela é uma consequência "natural" da posse do presidente depois do impeachment.

##RECOMENDA##

A viagem de Quatro dias à China deu a Temer a oportunidade de aparecer ao lado dos principais líderes mundiais logo depois de sua confirmação no cargo de presidente. Além do encontro do G-20, o brasileiro teve reuniões bilaterais com cinco dirigentes estrangeiros e recebeu três convites de visitas ao exterior. O primeiro encontro foi com o anfitrião, Xi Jinping, que convidou Temer para uma visita de Estado, considerada a mais elevada do protocolo internacional, com revista às tropas e banquete de gala.

Na segunda-feira (5) o brasileiro se reuniu com o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, a quem manifestou o interesse do Brasil de atrair investimentos na área de infraestrutura e de ampliar a exportação de produtos agropecuários. Temer também esteve com os primeiros-ministros da Espanha, Mariano Rajoy, e da Itália, Matteo Renzi. Rajoy convidou Temer a visitar a Espanha e recebeu o convite de visitar o Brasil. Renzi propôs o envio de uma missão de 300 empresários ao Brasil, em data a ser definida. Também houve reunião com o vice-primeiro-ministro da Arábia Saudita, príncipe Mohammad bin Salman.viu como ‘vitrine’ para presidente. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro das Relações Exteriores, José Serra, chamou de "besta" e "malfeito" o documento com pedido de explicações sobre o processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff enviado pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos, que faz parte da Organização dos Estados Americanos (OEA).

"A OEA mandou um documento besta, malfeito, e quem tem que responder a respeito de impeachment, evidentemente, é o Congresso. O impeachment não tem nada a ver com o Executivo, tem a ver com o Congresso", afirmou Serra, durante evento da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), no Rio de Janeiro.

##RECOMENDA##

Os questionamentos foram feitos pelo secretário executivo da OEA, Mario López Garelli, ao Itamaraty após uma petição elaborada por parlamentares petistas na entidade, alegando que o processo de impeachment se trata de um golpe de Estado.

No recurso, parlamentares do PT pedem a suspensão do processo contra a presidente afastada até que sejam analisadas possíveis infrações. Ao anunciar a ação no órgão internacional, no dia 10 de agosto, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) disse que a petição foi feita porque diversas instâncias do País já haviam sido provocadas, sem sucesso. "Uma das exigências da OEA é que tenha se esgotado todas as possibilidades no País", afirmou. No documento enviado ao Itamaraty, a OEA questiona a jurisprudência aplicada no processo, a possibilidade de recurso às decisões tomadas e a garantia de direito de defesa à presidente afastada.

Ao criticar o pedido ontem, Serra acrescentou que o documento foi encaminhado ao Congresso. "Foi uma iniciativa do Congresso, uma decisão do Congresso brasileiro. Portanto, a OEA deveria ter se dirigido a eles e nós encaminhamos para eles", disse o chanceler.

O tucano qualificou de "bobagem" a afirmação de que o impeachment é um golpe de Estado, que circula no exterior. "Na verdade é um processo constitucional, levado pelo Congresso, supervisionado pelo Judiciário, e quem chegou perto pode ver isso. O Brasil é absolutamente democrático."

Congresso

Câmara e Senado enviaram nesta segunda-feira respostas aos questionamentos da OEA defendendo a legalidade do processo. O Itamaraty tem até a terça-feira para reunir as explicações e responder à entidade.

"Em síntese, não houve nenhuma violação ao texto constitucional e à Lei que rege a matéria e, em consequência, assegurou-se a mais ampla defesa", afirmou a Câmara em texto de 81 páginas assinado pelo presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Na resposta, a Câmara ainda faz ataque a senadores de oposição a Temer. "Improcedente, descabida e sem nenhum fundamento constitucional, legal e jurisprudencial, a reclamação levada à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA", diz o texto.

O documento do Senado segue a mesma linha de defesa, mas tem caráter menos político do que o da Câmara e se restringe a responder às perguntas feitas pela entidade. "Foram observados os preceitos constitucionais, legais e regimentais que norteiam o processo de impedimento, não havendo que se falar em qualquer ilegalidade ou inconstitucionalidade dos atos praticados pelo Senado." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Itamaraty deve divulgar nota, nesta terça (16), às 17h, desmentindo as acusações do ministro do Exterior do Uruguai, Rodolfo Nin Novoa, que afirmou que o Brasil teria tentado comprar o voto do Uruguai com a finalidade de suspender a transferência da presidência temporária do Mercosul para a Venezuela em troca de novos acordos comerciais.  A conversa entre o chanceler do Uruguai e o ministro José Serra teria acontecia no dia 5 de julho deste ano. 

Na reunião, Rodolfo Nin Novoa teria declarado que “nós não gostamos muito que o chanceler Serra tenha vindo ao Uruguai para nos dizer — e isso é publico, por isso eu digo — que viriam com a alegação de que a transferência deve ser suspensa e, se suspensa, iriam continuar as negociações com outros países, como se quisessem comprar o voto do Uruguai”.

##RECOMENDA##

Serra foi ao país juntamente com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para se encontrar com o presidente Tabaré Vázquez e o chanceler Rodolfo Novoa. 

As informações foram publicadas no jornal “El País” do Uruguai. O jornal obteve notas taquigráficas de deputados que apontam a acusação de tentativa do suposto suborno. 

 

 

 

A campanha do atual ministro das Relações Exteriores, José Serra, à Presidência da República em 2010 recebeu R$ 23 milhões de caixa 2 da Odebrecht, conforme disseram executivos a investigadores da Operação Lava Jato. A informação é do jornal Folha de S.Paulo.

Segundo a edição de domingo (8), a revelação foi feita na semana passada a procuradores da força-tarefa e da Procuradoria-Geral da República (PGR) por funcionários da Odebrecht que tentam acordo de delação premiada. É a primeira vez que Serra é citado em supostos esquemas de corrupção por possíveis colaboradores da operação que investiga desvios na Petrobas.

##RECOMENDA##

Os executivos afirmaram que parte do dinheiro foi paga no Brasil e parte foi entregue por meio de depósitos em contas no exterior, segundo o jornal. Apesar das informações concedidas aos procuradores, o acordo de delação premiada ainda não foi assinado. Para comprovar que houve pagamento por meio de caixa 2, a Odebrecht disse que apresentará extratos bancários de depósitos realizados no exterior que tinham como destinatária a campanha presidencial de Serra.

Informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que a empreiteira doou naquele ano R$ 2,4 milhões ao Comitê Financeiro Nacional para Presidente da República de Serra. Assim, a campanha do tucano teria recebido da empreiteira R$ 25,4 milhões - sendo R$ 23 milhões por meio de caixa 2 ou R$ 34,5 milhões em valores atualizados pela inflação.

Os envolvidos nas negociações de delação consideram o tema um dos principais anexos da pré-delação da empreiteira. Em conversas futuras, de acordo com o jornal, os executivos devem revelar que o atual chanceler era tratado pelos apelidos de "Careca" e "Vizinho", em documentos da empresa.

Segundo o jornal, funcionários da Odebrecht ainda vão relatar propinas pagas a intermediários de Serra no período em que foi governador de São Paulo (2007-2010), vinculadas à construção do Trecho Sul do Rodoanel. A construção desse ramal foi iniciada no primeiro ano da gestão do tucano e foi orçada em R$ 3,6 bilhões.

'Dentro da lei'

Por meio de nota de sua assessoria de imprensa, Serra afirmou que conduziu sua campanha à Presidência, em 2010, dentro da legislação em vigor. "A campanha foi conduzida na forma da lei e, no que diz respeito às finanças, era de responsabilidade do partido."

Quanto à afirmação de que funcionários da Odebrecht relatarão pagamento de propina na construção do Rodoanel, o atual ministro afirmou que considera a acusação "absurda". "Considero absurda a acusação sobre o Trecho Sul do Rodoanel, até porque a empresa em questão já participava da obra quando assumi o governo." O PSDB não comentou o caso.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando