Tópicos | jovens

[@#galeria#@]

“Sempre que temos uma conquista, damos três voltas no morro”: esse é o relato de Beatriz Krishna, uma jovem devota de Nossa Senhora da Conceição. Seguindo os passos da família, a universitária de 19 anos declara com orgulho a satisfação que sente em estar próxima da Imaculada. Atualmente residindo no Recife, a jovem tem a tradição de subir o morro desde pequena, quando ainda morava em Gameleira, no interior do estado. 

##RECOMENDA##

A caminho do Santuário para deixar suas preces, ela esteve acompanhada dos pais, e o trio estava vestido à caráter: nas cores azul e branco, com a imagem de Nossa Senhora estampada no peito. 

“Eu creio muito. Sempre que temos uma conquista, damos três voltas no morro. Graças primeiro a Deus, depois à Nossa Senhora. É uma tradição de família. Compramos um carro? Três voltas no morro. Uma casa? Três voltas no morro. Esse ano não tenho nada urgente para levar até ela, mas algumas coisas pessoais. Já conseguimos muitas graças através dela. E sempre fazemos isso juntos, eu e meus pais”, relatou a estudante. 

Segundo ela, é difícil lembrar das primeiras vezes que foi ao morro, pois o seu entendimento do significado da celebração ainda era pouco, mas são memórias que marcaram e compõem a fé que hoje ela tem na santa. “Tenho lembranças através das fotos, porque era muito pequena quando comecei a vir, mas lembro principalmente por causa da minha avó, que é devota. Agora, por estar mais debilitada, ela não consegue subir o morro, então nós viemos por ela também”, acrescentou. 

Essa herança geracional foi um relato comum entre os fiéis que chegavam ao Santuário da Conceição. Mislândia Carmo, de 30 anos, é uma analista contábil que mora em Casa Amarela, também na Zona Norte e próximo ao Morro da Conceição. Ela já nem se lembra de quando começou a subir as escadarias e ladeiras, mas sabe que foi uma promessa da mãe.  

“Todo ano ela vinha e me trazia. Nossa família sempre foi católica, da congregação de Nossa Senhora de Fátima, mas também fazemos parte da comunidade aqui do morro, então todo domingo estamos aqui na missa. É algo que veio de geração em geração e eu herdei da minha mãe, também quero passar para os meus filhos. Independente da festa, estamos aqui. Não é preciso uma promessa, basta o propósito da fé”, declarou a devota. 

Ao lado de Mislândia estavam os seus filhos, Ana, de nove anos, e Bernardo, de cinco. Ana era mais tímida e não quis comentar suas preces pessoais, mas Bernardo abriu o coração de imediato: “rezo pela minha avó, meu avô, minha tia, meu tio, minha mãe e meu pai”. Sob a aprovação da mãe, ele disse que gosta de subir as escadas, apesar da genitora saber que a criança ainda não entende muito bem o período de celebração.  

"A gente amadurece com o passar do tempo e entende todo o sentido da fé, a intercessão que ela faz. Mesmo não tendo uma promessa, tenho a devoção. Eles dois [os filhos] não entendem tão bem, mas é o momento de amadurecer. O sentido da igreja e da fé, mas eles já sabem porque vêm aqui e a importância de agradecer. Eu sei que eles virão na procissão comigo no futuro”, concluiu a mãe. 

O nascimento de Maria 

Em clima de festa, uma nova Maria poderá nascer neste dia 8 de dezembro: o parto da filha dos jovens Gleice e Ícaro está previsto para o Dia de Nossa Senhora. Gleice Soares, de 30 anos, é professora e mãe de primeira viagem ao lado de Ícaro Santos, de 34 anos. 

"A festa é a data provável do nascimento da nossa filha. Moro em Recife, mas subi a escadaria pela primeira vez. Viemos pegar a benção dela. Não sou devota por tradição, mas quando soubemos a data, na primeira ultrassom, pensei 'meu Deus, é o dia de Nossa Senhora'. Fiquei tão feliz. Pode até ser depois [o parto], mas só de saber que a chegada de Maria pode ser no dia, fico muito emocionada. Desde pequena frequento a missa com a minha avó e ela era devota. Jovem, também fiz parte do EJC [Encontro de Jovens com Cristo] e tive esse contato”, disse a jovem, emocionada. 

O futuro pai, que também estava emocionado, acredita que a filha virá com o propósito de reaproximar o casal da igreja, retorno que já era um plano desde o início da pandemia. 

"Durante a pandemia, nos afastamos um pouco da igreja, então também viemos nos renovar, estar mais próximos do templo. Não que nossa fé tenha diminuído, mas a gente precisava disso. O último ano foi muito intenso para a gente e perdemos um pouco o contato. Quando descobrimos essa possibilidade de ser no Dia de Nossa Senhora, decidimos apresentar Maria a ela, pedir que dê tudo certo. É nossa primeira vez na festa e na paternidade, mas estamos achando tudo muito tranquilo e bonito. O morro é lindo”, acrescentou Ícaro. 

LeiaJá também 

- - ‘Veja o que abre no feriado de Nossa Senhora da Conceição’ 

- ‘Fiéis seguem tradição de devoção à Nossa Sra da Conceição’  

- ‘Movimento fraco impacta comércio no Morro da Conceição’ 

Nestlé lançou a Plataforma Nestlé Futuros Baristas. Ao todo, 40 jovens serão selecionadas por meio do projeto G10 Favelas e organizações parceiras Mãos de Maria e Cria Brasil para participar da capacitação.

A formação terá duração de, aproximadamente, 25 dias, com início em novembro, e será realizado em formato presencial, com a parceria do Senac, que sediará as aulas no Senac Aclimação, em São Paulo. A iniciativa capacitará, de forma gratuita, jovens na profissão de barista, promovendo o seu desenvolvimento e auxiliando a cadeia do café e cafeterias na formação de proficionais qualificados.

##RECOMENDA##

“Queremos que esses jovens concluam o curso com uma visão integral da cadeia produtiva do café e da relevância dessa bebida tão apreciada em nosso país, que é o maior produtor de café do mundo, entendendo toda a questão sustentável e todo o cuidado que começa na fazenda e termina na xícara do consumidor”, diz Rodrigo Maingue, diretor de Nestlé Professional no Brasil por meio da assessoria.

Além disso, o projeto oferecerá uma plataforma online em que os participantes terão os seus perfis cadastrados e poderão ser conectados com oportunidades no mercado de trabalho, indicados para trabalhar em estabelecimentos comerciais parceiros da Nestlé. Os currículos dos participantes também ficarão com o RH da empresa para futuras possibilidades. No final, os jovens receberão um certificado de participação no curso válido para atuação como baristas profissionais.

Episódios de ofensas, agressões e racismo envolvendo estudantes surgiram em diversas escolas particulares pelo País na semana passada, logo após o resultado da eleição presidencial. A fratura na sociedade evidenciada nos últimos meses atinge também crianças e adolescentes, de todas as idades. E atinge o espaço que deveria ser o de aprendizagem da vivência em sociedade e de fortalecimento dos valores democráticos. Para especialistas, os educadores não só não podem ficar omissos como são fundamentais para a reconstrução desse Brasil dividido.

"Os conflitos na escola têm de ser pedagógicos, têm de servir para transformar a sociedade em um lugar melhor", disse a professora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Telma Vinha, que pesquisa convivência na escola e formação ética. "A escola tem papel diferente da família, as regras e princípios valem para todos, a criança percebe que há pessoas diferentes. É nela que se aprende a viver em sociedade."

##RECOMENDA##

Para Telma, faltam no Brasil políticas públicas voltadas para formar estudantes para a democracia, com assembleias, escuta, mediação, grupos de ajuda formados pelos próprios alunos, prevenção à violência e trabalho sobre a inserção nas redes sociais. Pesquisas internacionais mostram que países como Bélgica, Finlândia e França, que têm essas discussões nos currículos, formam jovens com valores fortes de equidade, tolerância e autonomia. "A escola particular, com medo de perder alunos, tornou-se apolítica e colocou essas questões para debaixo do tapete. Não dá para se preocupar só com Português e Matemática."

Medo

Em uma escola de Indaiatuba, no interior de São Paulo, crianças de 11 anos gritaram na sala de aula, na segunda-feira após o segundo turno, que pais de colegas que haviam votado em Luiz Inácio Lula da Silva (PT) "morreriam a pauladas". Um garoto já havia levado um soco durante o primeiro turno por discussão partidária. "Tenho muito medo de fazerem algo com meu filho", disse a mãe dele, que pediu para não ser identificada. Ao procurar a escola, ela escutou que o agressor recebeu uma advertência e que "os professores tinham sido orientados a não falar de política".

A advogada Alessandra Lacerda, que mora no Rio Grande do Norte, afirmou que a filha, de 8 anos, teve discussões na escola sobre preferência de candidatos. "Disse para não mais falar disso fora de casa, nem Lula nem Bolsonaro. A gente está vivendo um momento perigoso."

Segundo especialistas, a punição em casos de agressão ou evitar o assunto não ajudam a mudar concepções das crianças nem a melhorar o cenário. "Sou contra a ideia de que política, futebol e religião não se discutem. Política se discute, sim, e desde cedo", disse o diretor de Políticas e Direitos do Instituto Alana, organização que trabalha na defesa da infância, Pedro Hartung. Há abordagens e materiais para cada idade sobre esses assuntos. "Quanto mais diversidade e repertório, melhor será o desenvolvimento da criança."

Alteridade

A psicanalista e doutora em Educação Ilana Katz destacou que as crianças "vivem no mesmo mundo que nós e não podem ser blindadas das nossas experiências". Ela também vê a educação como peça fundamental nesse momento de ruptura. "A escola, como o lugar da experiência com o outro, precisa ser radicalmente contrária a movimentos abusivos, violentos, e fazer tudo para começar a reconstruir a experiência de alteridade."

Na noite do resultado do segundo turno das eleições, alunos do Colégio Porto Seguro, em Valinhos, interior paulista, protagonizaram um episódio de racismo, denunciado pela mãe da vítima nas redes sociais e na polícia. Cerca de 30 adolescentes criaram um grupo chamado "Fundação antipetismo" e alguns passaram a proferir ofensas racistas ao colega negro, que havia declarado sua preferência por Lula.

"Já tinham ocorrido outros episódios de racismo, mas a eleição acabou despertando esse discurso de ódio", disse a advogada Thais Cremasco, mãe de Antônio, de 15 anos, que sofreu as agressões. O Porto Seguro disse que repudia "toda e qualquer forma de discriminação e preconceito" e que "aplicou aos alunos envolvidos as sanções disciplinares", inclusive "desligamento imediato".

Em Curitiba, centenas de estudantes xingaram o presidente eleito em uma manifestação que rejeitava o resultado das urnas, no pátio do Colégio Marista Santa Maria. A escola informou que "repudia quaisquer atitudes ou comportamentos que incitem todos os tipos de violência, seja ela simbólica, verbal, psicológica ou física".

Em uma escola particular da zona oeste São Paulo, por sua vez, pais reclamaram da situação oposta: os filhos foram constrangidos por não declarar apoio a Lula.

Mediação

Para a diretora do Instituto Península, Heloisa Morel, o País precisa se dedicar a formar os professores para serem mediadores desse diálogo. "A eleição acabou, agora a escola tem a oportunidade formativa de sair do campo da batalha, explicar conceitos, acolher as diversidades", afirmou.

"A escola é espaço ideal para fazer isso sem paixões e, sim, com conhecimento", disse Ilana. Para ela, a reconstrução da sociedade vai se dar junto com as crianças. "As crianças estão com a gente nesse fundo do poço. O mais importante é criar um movimento de abertura, que inclua a experiência com o outro, para que, juntos, possamos inventar soluções.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As jovens estudantes iranianas realizam manifestações esporádicas, nas quais retiram o véu, para protestar pela morte de Mahsa Amini, desafiando a forte repressão dos protestos que realizaram por quase três semanas no Irã.

Esta jovem iraniana de origem curda de 22 anos morreu em 16 de setembro, três dias depois de ter sido presa pela polícia da moral por supostamente violar o rígido código de vestimenta feminino, que inclui o uso de um véu sobre a cabeça.

##RECOMENDA##

Uma onda de indignação agitou o país e o movimento de protesto se tornou o mais importante desde as manifestações de 2019 contra o aumento do preço da gasolina.

Ao menos 92 pessoas morreram desde 16 de setembro, segundo a ONG Iran Human Rights (IHR), com sede na Noruega. Por sua vez, as autoridades iranianas informaram 600 mortos, incluindo 12 agentes de segurança.

Mais de mil pessoas foram detidas e 400 já foram libertadas, segundo as autoridades.

No último fim de semana, um grupo de estudantes se reuniu e foi encurralado pela polícia antidistúrbio em um estacionamento subterrâneo da Universidade de Tecnologia de Sharif. Em seguida, foram presos.

Desde então, grupos de estudantes muito mais jovens, muitas vezes meninas do ensino médio, assumiram os protestos que consistem em retirar os véus e gritar palavras de ordem contra o governo.

Um vídeo verificado pela AFP mostra meninas jovens com a cabeça à mostra gritando "morte ao ditador", em alusão ao guia supremo Ali Khamenei, na segunda-feira em uma escola de Karaj, ao oeste da capital Teerã.

Outro grupo gritava "Mulher, vida, liberdade", enquanto se manifestava na rua.

"São cenas verdadeiramente extraordinárias. Se essas manifestações conseguirem algo, será graças a essas estudantes", declarou Esfandyar Batmanghelidj, do portal de informação e análise Bourse&Bazaar.

- Adolescente morta -

Desde o início do movimento de protesto, o governo iraniano intensificou a repressão prendendo os apoiadores das revoltas mais prominentes e impondo duras restrições ao acesso às redes sociais.

Na madrugada de terça-feira para quarta-feira, o cantor de pop Shirvin Hajipour - que foi detido depois de divulgar uma música a favor dos protestos que se tornou um sucesso viral - foi libertado sob fiança.

Ao mesmo tempo, as autoridades judiciais iranianas abriram uma investigação sobre a causa da morte de uma adolescente, supostamente assassinada durante uma manifestação.

A violenta repressão das manifestações no Irã gerou uma onda de condenação em todo o mundo e manifestações em apoio às mulheres iranianas em uma dezena de países.

Depois que Estados Unidos e Canadá anunciaram sanções, a União Europeia anunciou na terça-feira a intenção de impor "medidas restritivas" para protestar "pela forma em que as forças de segurança responderam às manifestações".

O Irã acusou diversas vezes as forças estrangeiras de atiçar os protestos. Em seus primeiros comentários públicos desde a morte de Mahsa Amini, o guia supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, acusou na segunda-feira os principais inimigos do Irã, Estados Unidos e Israel, de terem fomentado os incidentes.

Nesta quarta-feira, o Irã convocou o embaixador britânico Simon Shercliff para expressar seu protesto pela "interferência" do Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido em assuntos internos do país, por suas críticas à forma em que as autoridades reagem aos protestos.

O mercado mundial da arte contemporânea foi este ano liderado por criadores com menos de 40 anos e os principais vendedores foram as mulheres, segundo o relatório anual da consultora francesa Artprice publicado nesta terça-feira (4), que apresenta um volume de negócios ligeiramente em queda (-1,1%) .

Entre 1º de julho de 2021 e 30 de junho de 2022, os leilões de arte contemporânea (artistas nascidos após 1945) chegaram a 2,7 bilhões de dólares, em comparação com os 2,73 bilhões de dólares no ano anterior, especifica o líder mundial em informações sobre o mercado da arte.

##RECOMENDA##

Essa pequena queda é explicada "principalmente pela política chinesa de zero covid, o que representou uma queda de 33% do volume de negócios (China continental, Hong Kong, Macau e Taiwan), ou seja, de 1 bilhão de dólares em 2021 para 740 milhões em 2022", explicou à AFP Thierry Ehrmann, seu presidente.

Por outro lado, os Estados Unidos voltaram a se estabelecer no primeiro lugar no mundo, com 1 bilhão de dólares em vendas, uma progressão de 39%. Nova York responde por 100% dessas vendas e 38% do valor mundial.

Já os NFTs, os "tokens não fungíveis" associados a obras de arte imateriais, tiveram uma queda impressionante.

No primeiro semestre de 2022, foram vendidos 50 NFTs, no valor de 3,2 milhões de dólares, enquanto no primeiro semestre de 2021, foram vendidos 30 lotes, por um faturamento de 107 milhões de dólares.

O chamado mercado de arte "ultracontemporânea", ou seja, aqueles com menos de 40 anos, representou 420 milhões de dólares. Embora o valor seja pequeno em relação ao volume total de negócios, representou um crescimento de 28% em relação ao ano anterior.

Essa "arte ultracontemporânea" já representa 15,5% do total.

Em termos de transações, o mercado de arte contemporânea cresceu 12%. Foram realizadas 119,4 mil vendas, em comparação com 102 mil compras no ano anterior.

Dos 10 melhores artistas com menos de 40 anos, oito são mulheres, destaca o relatório.

Essas "jovens" vêm multiplicando sua presença. Atualmente, cerca de 2.670 artistas dessa faixa etária estão listadas no mercado, cinco vezes mais do que há 20 anos.

O preço médio de seus cinco best-sellers passou de 618.000 dólares para 4,9 milhões de dólares (por obra).

A dominação das casas de vendas anglo-saxônicas é absoluta: Christie's (31% do faturamento mundial), Sotheby's (26%) e Phillips (14%) respondem por mais de 70% do faturamento neste segmento.

Seis em cada dez jovens relatam ter sentido ansiedade nos últimos seis meses, pelo impacto da pandemia de Covid-19 em suas vidas. Um em cada dois (50%) sente cansaço e exaustão frequentes, enquanto 18% relataram depressão e 9%, automutilação ou pensamento suicida. Na educação, 55% sentem que ficaram para trás na aprendizagem e 34% já pensaram em não querer mais estudar - 11% ainda cogitam largar os estudos.

Os dados, considerados preocupantes, são da pesquisa Juventudes e a Pandemia: E agora?, que ouviu mais de 16 mil jovens de 15 a 29 anos em todo o Brasil. A sondagem, coordenada pelo Atlas das Juventudes, abordou temas como saúde, educação, trabalho, democracia e redução de desigualdades.

##RECOMENDA##

O impacto da pandemia na saúde mental dos jovens é o que mais chama a atenção. Para 82% deles a pandemia ainda não acabou e quase 5 em 10 ainda temem perder familiares ou amigos. Quase 4 em 10 jovens se preocupam com a possibilidade de outras pandemias e têm receio de passar por dificuldades financeiras. Mais da metade relatou ter feito uso exagerado de redes sociais e 44% vivem falta de motivação para ações cotidianas.

"Vivenciei tudo isso. Tive ansiedade, fiquei com o psicológico abalado e tive depressão, como muitos outros jovens que conheço. Só consegui superar com o apoio da minha família", contou o estudante de Direito Matheus Henrique Souza de Oliveira, de 21 anos, morador de Sorocaba, no interior de São Paulo. Mais da metade desse público vai manter os bons hábitos adquiridos na pandemia, como usar máscaras quando doentes, usar álcool em gel ou lavar as mãos com mais frequência e manter as vacinas em dia.

Apoio psicológico

O agravamento da saúde mental levou 30% dos jovens (3 em 10) a usarem aplicativos de auxílio psicológico nos últimos três meses. Muitos recorreram à psicoterapia e um quarto a atividades de socialização, como encontrar amigos, enquanto 4 em 10 citaram atividades físicas. Quase metade dos jovens defendeu o acompanhamento psicológico especializado nessa faixa etária, na saúde pública e nas escolas. Para 74% dos entrevistados, um dos aprendizados da pandemia é a importância da saúde mental.

Segundo a professora Maria Rosa Rodrigues, da Universidade de Araraquara (Uniara), os dados da pesquisa são bastante preocupantes, mostrando o quanto os jovens foram afetados pela pandemia. "O que a gente percebe muito claramente no retorno (à normalidade) é o quanto foi difícil para eles o afastamento social, o medo, a perda dos espaços de socialização, resultando no aumento dos casos de ansiedade e depressão que se refletem na busca por atendimento psicológico."

Ensino remoto

Na educação, em função do período de ensino remoto, 52% sentem que desenvolveram ou intensificaram a dificuldade de manter o foco, 43% de se organizar para os estudos e 32% de falar em público. Em relação aos aprendizados, 9 em 10 concordam que as pessoas entenderam que há várias formas de aprender, que a tecnologia está sendo mais bem utilizada no ensino e surgiram novas dinâmicas de aula e de avaliação.

Matheus Oliveira lembra que teve muita dificuldade para se adaptar ao ensino remoto. "Eu era de uma geração presencial e tive de migrar para um meio tecnológico que eu não conhecia. Para piorar, o ensino remoto não oferecia a mesma qualidade, então houve dificuldade para lidar com as aulas e perda na aprendizagem", afirma. Ele ressalta que na época trabalhava como estagiário e a empresa o colocou em home office com os outros funcionários. "Mas a empresa oferecia mais recursos do que a escola, então a gente fazia videoconferências semanais ou quinzenais sem problema."

Embora parte dos jovens tenha interrompido os estudos em algum momento da pandemia - 28% em 2020, 16% em 2021 e 3% este ano -, mais de sete em dez estão otimistas em relação ao desenvolvimento nos estudos. Para seis em dez, o otimismo prevalece em relação à qualidade do ensino e à conexão da educação com o trabalho.

Política

A pesquisa abordou também as expectativas dos jovens em relação aos governantes. Para 63% dos participantes, educação deve ser prioridade dos próximos governos, enquanto 56% preferem a saúde, incluindo o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), como foco de governança. Já 49% apontaram a recuperação da economia, renda e trabalho como prioridades. Para 30% são necessárias ações de combate à fome.

A maioria - 9 em cada 10 - defende a democracia e 80% concordam que a pandemia deixou as pessoas mais atentas à política. Dos jovens ouvidos, 82% pretendem votar no próximo domingo, mas quase 70% estão pessimistas em relação ao compromisso dos políticos com a sociedade.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A maioria dos jovens trocaria de profissão. É o que aponta a pesquisa realizada pelo Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube). O levantamento entrevistou, entre os dias 15 e 26 de agosto de 2022, 27.827 jovens entre 15 e 29 anos de idade e mostra que 39,21%, ou seja, 10.911 dos entrevistados seguiriam novos rumos profisisonais caso recebessem uma proposta.

"Talvez a troca não seja necessariamente por insatisfação, mas sim por vontade e viabilidade de realizar um novo sonho. Nessa situação, é importante analisar os riscos envolvidos e colocar na balança todas as possibilidades para caso algo não saia como planejado”, explica a supervisora do Nube, Kelly Querido.

##RECOMENDA##

Além disso, a pesquisa traz a informação que cerca de 12,73% (3.542) dos respondentes gostam das funções, no entanto, buscariam "novos ares". Já 20,23% (5.629) escolheram a alternativa “não, gosto muito da minha escolha atual'' e 3.761 jovens não cogitam mudar de profissão.

O Movimento Pró-Criança, em parceria com o projeto Coletivo Online, do Instituto Coca-Cola, abriu 4 mil vagas para um curso gratuito de preparação para o mercado de trabalho. O curso é voltado para jovens pernambucanos com idades entre 16 e 25 anos que estejam cursando ou tenho concluído o ensino médio.  

Inscrições podem ser realizadas até o dia 18 de setembro, através do link.

##RECOMENDA##

Ao todo, serão 11 videoaulas, teóricas e exercícios práticos, que podem ser acompanhadas em uma plataforma exclusiva. Os links das atividades são disponibilizados por meio do WhatsApp. Ao final da formação, todos os participantes receberão certificado. 

Além do conteúdo teórico que ensina, por exemplo, como elaborar um currículo, a preparação para uma entrevista de emprego e como construir um plano de vida, há tarefas práticas que são acompanhadas de maneira remota por educadores para o esclarecimento de dúvidas se necessário. 

Sobre o Movimento Pró-Criança 

O Movimento Pró-Criança desde 1993 garante cidadania para crianças, adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade socioeconômica por meio da educação complementar e profissionalizante. 

Nesses 28 anos de história, foram quase 45 mil pessoas diretamente beneficiadas nas unidades da ONG no Recife (Coelhos e Recife Antigo) e na cidade de Jaboatão dos Guararapes (Piedade). 

O Pró-Criança mantém esse trabalho graças à contribuição de pessoas físicas e jurídicas que acreditam no projeto e se comprometeram com a transformação social. É possível doar por meio das contas de energia elétrica (Programa Clarear) ou de água (Conta Comigo), mas também há a possibilidade de ajudar autorizando débito em conta, direcionando parte do imposto de renda ou contribuindo via Lei Rouanet. 

Para ajudar basta acessar movimentoprocrianca.org.br/doacao ou ligar no 0800.031.8989. 

Sobre o Instituto Coca-Cola Brasil 

O Instituto Coca-Cola Brasil (ICCB) é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) que, há mais de 20 anos, tem como missão a transformação social em larga escala por meio da articulação de parceiros e da capilaridade do Sistema Coca-Cola Brasil. 

Reconhecido por sua tecnologia social e capacidade de escala, assumiu o compromisso público de até 2030 elevar o patamar de milhares para milhões de jovens impactados por suas iniciativas, incluindo intencionalmente as perspectivas de equidade de gênero e raça. Para cumprir seu compromisso, redesenhou sua estratégia para focar exclusivamente na inclusão produtiva de jovens e expandiu novas formas de atuação para além de seus programas proprietários. Até hoje, o ICCB já beneficiou 426 mil pessoas.

Com uma população envelhecida, a taxa de natalidade em queda e as mudanças no estilo de vida provocadas pela pandemia da Covid-19, as pessoas estão consumindo cada vez menos álcool no Japão e isso atingiu em cheio a receita tributária do país. Na tentativa de reverter esse quadro, o governo asiático lançou a campanha "Sake Viva!". 

A Agência Nacional de Impostos do Japão é responsável pelo supervisionamento da campanha. Grupos de até três pessoas com idades entre 20 e 39 anos estão sendo buscados para apresentarem propostas que incentivem os jovens a beber. A inscrição é gratuita e serão aceitas até o dia 9 de setembro. 

##RECOMENDA##

Os jovens de qualquer país podem apresentar ideias, no entanto, documentos de inscrição e documentos de referência só podem ser enviados em japonês. Além disso, se você participar da rodada final, deverá fazer uma apresentação em japonês e responder a perguntas e respostas também na língua local.

As melhores serão apresentadas em Tóquio no mês de novembro deste ano, com os finalistas recebendo uma viagem gratuita à capital japonesa.

Segundo o site Fortune, embora o governo esteja querendo estimular o consumo de bebidas alcoólicas, o abuso do álcool ainda é visto no país como um problema pelos profissionais de saúde. Em 2021, o Ministério da Saúde do Japão alertou sobre as doenças que estão relacionadas com o abuso no consumo do álcool. 

O ramo alimentício é visto por muitos como um bom empreendimento, já se alimentar é uma necessidade inerente. Mas é necessário saber que investir nesse setor exige, acima de tudo, maturidade e segurança.

Segundo dados do IBGE, mesmo diante da crise econômica, o setor de alimentação é o segundo maior gasto do brasileiro. Isso porque alimentação é uma das três maiores necessidades da população, ao lado de vestuário de moradia.

##RECOMENDA##

O LeiaJá conta agora a história de empreendedorismo de Monyck Souza, estudante de jornalismo, e Renato Rodrigues, empreendedor, donos da pizzaria Regalo, localizada no bairro do Janga, em Paulista. O casal vem se destacando no mercado alimentício, com pizzas exclusivas e invesimento nas mídias sociais.

Monyck Souza, 24 anos, estudante de jornalismo e empresária (Chico Peixoto / LeiaJáImagens)

A ideia de empreender no setor de alimentação começou no ensino médio, mas foi só após a formação no colegial que o casal tirou o sonho do papel e iniciou todo o processo de abrir uma empresa. Com os conhecimentos de Renato sobre negócios e a visão de Monyck sobre mídias sociais, os dois têm alcançado cada vez mais destaque no mercado.

A pizzaria começou atuando com entrega delivery, mas com o crescimento da empresa e o aumento da demanda, o casal logo percebeu que era necessário investir em um local onde as pessoas poderiam ir, confraternizar e chamar a família. 

“Durante a graduação, aprendi muita coisa e pude agregar isso à empresa. Dessa forma, conseguimos fazer um bom trabalho com as mídias sociais, como textos para o Instagram e um olhar mais fotográfico, essa junção deu super certo”, conta a empreendedora.

Para Monyck, é fundamental que os empresários saibam como destacar seu negócio entre os outros, isso porque é um setor que há muito investimento e, consequentemente, muita concorrência. De acordo com as pesquisas da Associação Pizzarias Unidas do Brasil, existem cerca de 40 mil pizzarias em todo o país, e conseguir revolucionar nesse mercado traz resultados positivos, como aumento de clientela e faturamento.  

Pizzaria Regalo investe em sabores exclusivos (Chico Peixoto / LeiaJáImagens)

“Quando fizemos o estudo de área, percebemos o que não tinha aqui (no bairro do Janga) - uma empresa mais jovem e underground, e a ideia foi trazer isso pra cá. Também buscamos juntar pizzaria com algo mais gastronômico, como sabores exclusivos, petiscos diferentes e sobremesas, que não são apenas pizzas doces. Fomos pioneiros em trazer a borda pãozinho, inspirada nas pizzas americanas”, explica Monyck.

Atualmente, o restaurante emprega cerca de oito funcionários, além de freelancers nos finais de semana para auxiliar nos dias mais cheios. “A gente vende em torno de mil pizzas por mês, mas é algo que varia, depende da demanda, do mês, se é bom para as pessoas. Alguns meses estamos com mais dinheiro, já outros com menos, e tudo isso afeta, mas é uma média boa e conseguimos abranger vários bairros”, conta a empresária.

Salão da pizzaria Regalo, no bairro do Janga (Chico Peixoto / LeiaJáImagens)

Para a empresária, primeiro o cliente vai “comer com os olhos”, então saber investir nessa parte é importante para que as pessoas tenham vontade de consumir o seu produto e conhecer o seu negócio. O poder da apresentação dos pratos, montagem, e até mesmo a combinação de cores, pode influenciar diretamente nas vendas da empresa.

“É sempre bom ter uma comida atrativa, uma comida que as pessoas olhem e tenham vontade de comer. A gente sempre procurou entender sobre o que o público gostava e trazer boas promoções. Tudo isso foi aumentando a clientela ainda mais”, destacou a empreendedora.

[@#video#@]

Pesquisa XP/Ipespe divulgada nesta segunda-feira (25) indica que o voto dos jovens, das mulheres e da população com menor faixa de renda garante a dianteira do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL) na disputa eleitoral. Lula tem 44% das intenções de voto na pesquisa estimulada e Bolsonaro é o segundo, com 35%. A vantagem do petista sobre o chefe do Executivo é maior nesses três recortes demográficos e explica, neste momento, a sua liderança, como aponta o cientista político Antonio Lavareda, diretor do Ipespe.

Lula tem 50% da preferência entre os eleitores de 16 a 34 anos, ante 27% de Bolsonaro. Entre as mulheres, o candidato do PT tem 48%, e o presidente, 30%. Bolsonaro marca 28% entre quem ganha até dois salários mínimos, e Lula, 51%.

##RECOMENDA##

A pesquisa mostra ainda que o chefe do Executivo está em ascensão desde janeiro e conseguiu diminuir sua distância para Lula a 9 pontos, a menor desde junho de 2021.

"Para inverter o jogo, o presidente precisará de muito mais", afirma. "Se o ritmo de recuperação que apresentou nesses quase dois meses fosse o mesmo até 2 de outubro, ele só conseguiria subtrair três pontos da atual diferença, chegando às urnas ainda seis atrás de Lula, cerca de 9 milhões de votos", aponta Lavareda.

A campanha do presidente à reeleição está ciente da dificuldade com esses três grupos e tem feito acenos estratégicos a eles. No domingo, 24, na convenção do PL que formalizou a chapa de Bolsonaro para o Planalto, a primeira-dama Michelle Bolsonaro fez um discurso voltado, em grande parte, ao público feminino. "Dizem que ele não gosta das mulheres", alegou, destacando o fato de o marido ter sancionado leis para esse grupo.

Minutos antes, ela foi apresentada como "mulher virtuosa" pelo presidente. A campanha tem explorado a imagem da primeira-dama na tentativa de atrair o voto das mulheres, público apontado pelas pesquisas como um dos que mais têm resistência a Bolsonaro.

Em seguida, no discurso do presidente, um aceno a outro público estratégico: Bolsonaro falou da importância de resgatar os "jovens de esquerda" e disse que, se esse grupo gosta de celulares, não deveria votar em Lula, dado que o candidato do PT já falou em regulamentar as mídias sociais.

Quanto à população de baixa renda, o governo aprovou recentemente uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) "Kamikaze" para turbinar benefícios sociais e demonstrar assistência aos mais necessitados. O presidente tem reforçado o Auxílio Brasil em seus discursos e tentado imprimir melhor sua marca no programa, ainda muito associado ao antigo Bolsa Família.

O Instituto Aliança está com as inscrições abertas para o programa Habilidades para o Futuro, que oferece um curso gratuito direcionados a jovens que residem em São Paulo, Salvador e Recife.

A iniciativa tem como objetivo preparar para o mercado de trabalho, através de competências socioemocionais, digitais e técnicas, com foco na área de Seguros e Previdência. No final, os participantes recebem um certificado emitido pela Universidade Estadual do Ceará, como curso de extensão.

##RECOMENDA##

O projeto é realizado no formato híbrido, com aulas presenciais de segunda à sexta, nos turnos da manhã e tarde, além de outras atividades desenvolvidas em uma plataforma virtual. A instituição fornece tablet durante o período de formação, acesso à Internet, uniforme, alimentação e transporte.

Para participar, é necessário ter entre 17 e 24 anos, ter concluído o Ensino Médio ou estar cursando o 3º ano em escola pública, possuir renda de até 3 salários-mínimos, ter reservista (no caso dos homens) e morar nas cidades de São Paulo, Salvador ou Recife e suas respectivas regiões metropolitanas.

As inscrições podem ser feitas até o dia 25 de julho, através do link. As aulas estão previstas para iniciar em agosto.

Mesmo antes da pandemia, os jovens brasileiros já estavam mais vulneráveis, se cuidando menos e se expondo mais a riscos, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (Pense), divulgada na manhã desta quarta-feira, 13, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nos últimos dez anos, houve um aumento no consumo de álcool e drogas e uma redução significativa no uso de preservativos nessa faixa etária.

O trabalho comparou os dados das quatro edições da pesquisa, 2009, 2012, 2015 e 2019. Foi feito com alunos do 9º ano do ensino fundamental (entre os 13 e os 17 anos) das redes pública e privada em todas as capitais brasileiras. Envolveu 159 mil pessoas. Embora tenha sido feito antes da crise da covid-19, o trabalho já indica uma crescente vulnerabilidade entre os adolescentes, que pode ter aumentado depois da crise sanitária.

##RECOMENDA##

A experimentação de bebida alcoólica cresceu de 52,9% em 2012, para 63,2% em 2019. O aumento foi mais intenso entre as meninas (de 55% para 67,4% no mesmo período) do que entre os meninos (de 50,4% para 58,8%). O consumo excessivo de álcool (quatro doses para as meninas, e cinco para os meninos, em um mesmo dia) também aumentou. Foi de 19% em 2009 para 26,2% em 2019 entre eles e de 20,6% para 25,5% entre elas. A experimentação ou exposição ao uso de drogas cresceu em uma década. Foi de 8,2% em 2009 para 12,1% em 2019.

Alerta sobre saúde mental entre os jovens

A saúde mental dos jovens em 2019 - portanto antes da pandemia e do isolamento social - já era considerada preocupante, sobretudo entre as meninas. Pelo menos 45,5% delas (contra 22,1% deles) relataram a sensação de ninguém se preocupar consigo. Mais grave ainda, 33,7% delas (contra 14,1% deles) disseram sentir que a "vida não vale a pena".

"Calcula-se que 50% dos transtornos mentais dos adultos começam antes dos 14 anos, na adolescência, uma época de intensidade emocional, maturação do cérebro e descontrole emocional, que pode trazer à tona problemas", afirmou o gerente da pesquisa, Marco Antonio de Andreazzi. "E a pandemia afetou isso de maneira muito séria, o impacto ainda será verificado nos próximos anos."

Como mostrou o Estadão, escolas públicas e particulares têm visto episódios de crises de ansiedade e dificuldades dos alunos com a retomada de aulas presenciais, após longo período de pouco convívio social imposto pela quarentena anticovid.

Insatisfação com o corpo

De 2009 a 2019, cresceu o número de estudantes insatisfeitos com o corpo. Entre os que reclamavam de serem gordos e muitos gordos, passou de 17,5% para 23,2% em 2019. Já entre os que se consideravam magros ou muito magros, a taxa era de 21,9% e chegou a 28,6%.

"As estimativas da série histórica revelaram algumas tendências, no que se refere a comportamentos de risco entre adolescentes, tais como insatisfação com a imagem corporal, uso de preservativos, consumo de alimentos não saudáveis, cigarro, álcool, outras drogas, saúde mental", sustenta o trabalho.

"Ou seja, ainda que os resultados se refiram a uma realidade pregressa (à epidemia), esta já evidenciava comportamentos de vulnerabilidade dos escolares brasileiros, profundamente intensificados pela pandemia. Esse cenário demanda intervenções urgentes."

O porcentual de escolares que sofreram agressão física por um adulto da família teve aumento progressivo no período, passando de 9,4%, em 2009, para 11,6% em 2012 e 16% em 2015. Em 2019, houve uma mudança no quesito e 27,5% dos escolares relataram ter sofrido alguma agressão física cujo agressor tenha sido o pai, mãe ou responsável. Já 16,3% dos escolares sofreram agressão por outras pessoas.

Entre 2009 e 20019, caiu de 72,5% para 59%, o porcentual de estudantes que tinham usado camisinha na última relação sexual. Mais uma vez, a situação foi mais preocupante entre as meninas. Caiu de 69,1% para 53,5%. Entre os meninos, a queda foi de 74,1% para 62,8%.

A boa notícia ficou por conta do alcance da internet. O porcentual de alunos que relataram dispor de acesso à rede em casa chegou a 93,6% em 2019. Foi um aumento de 76,8% desde 2009.

Nesse quesito, a diferença entre estudantes de escola pública e privada, que era grande, despencou 36,2 pontos porcentuais no período. Em 2009, os alunos de escolas públicas que tinham internet em casa eram 43,9%. Dez anos depois, esse índice chegou a 91,6%.

Veja alguns pontos de atenção sobre a saúde dos jovens:

 

Riscos do álcool. O álcool repercute na neuroquímica de áreas cerebrais ainda em desenvolvimento, associadas a habilidades cognitivo-comportamentais, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Isso resulta em desajuste social e atraso na aquisição de habilidades próprias da adolescência.

Como abordar. Para a SBP, é preciso que os pais tenham diálogo aberto com os filhos e estabeleçam normas claras. Por exemplo, proibir a oferta e o consumo de bebidas alcoólicas em festas de aniversário que tenham a participação de crianças e adolescentes e evitar a glamourização das "bebedeiras" nas festas de família.

Presença é prevenção. Estar presente na vida dos filhos é um dos fatores de prevenção contra o uso de drogas. Para a SBP, é preciso que os pais tenham conhecimento do que as crianças e adolescentes fazem no tempo livre. Além disso, momentos juntos, como os das refeições, são importantes para o compartilhamento de pensamentos e atitudes.

Saúde mental. Para identificar sinais de transtornos mentais, é preciso estar atento a alterações de comportamento, como crises de choro e acessos de raiva. Sinais como cansaço, queda da concentração e exageros nos padrões alimentares (comer muito ou comer muito pouco) também devem ligar o alerta. Em caso de dúvida, busque um profissional (psicólogo ou psiquiatra).

Sexo protegido. Sobre as relações sexuais na adolescência, é preciso que os pais conversem com seus filhos sobre o assunto. Casos de repercussão na TV ou nas mídias sociais podem ser ganchos para trazer o assunto à tona e ouvi-los. Se os pais não se sentem confortáveis, podem pedir ajuda a um especialista. O pediatra, por exemplo, deve apresentar os métodos contraceptivos e enfatizar a necessidade do uso de preservativo.

O Geledés - Instituto da Mulher Negra, em parceria com a Zoom Cares, abriu inscrições para o curso de multimídia gratuito, que irá capacitar 100 jovens negros da cidade de São Paulo.

A capacitação tem como objetivo preparar os participantes para o mercado de trabalho e estimular a produção em diferentes áreas da comunicação com enfoque nas temáticas de raça e gênero.

##RECOMENDA##

Para a primeira turma, 30 vagas serão disponibilizadas no segundo no segundo semestre de 2022, enquanto outros 30 estudantes integrarão a turma no primeiro semestre de 2023 e os restantes no segundo semestre do próximo ano.

A formação acontecerá de maneira híbrida em quatro módulos, com 30 horas destinadas para as aulas teóricas, 60 horas voltadas ao ensino prático e 20 horas para que os participantes efetuem a entrega final do projeto, que pode ser uma reportagem multimídia, podcast ou um vídeo documentário.

O curso está dividido em módulos para uma formação teórica dentro do campo dos direitos humanos, da comunicação e produção artístico-cultural; além de oferecer oficinas formativas sobre produção de roteiro, luz e imagem (direção de fotografia para o vídeo), direção de arte, áudio e edição, produção de texto e release para imprensa.

Os requisitos são residir em São Paulo, ter entre 18 e 29 anos, ter concluído o ensino médio ou estar cursando o terceiro ano, e ter disponibilidade para participar das atividades online e presenciais.

As inscrições devem ser feitas através do formulário do programa até o dia 10 de julho. Os selecionados receberão auxílio alimentação e transporte para comparecer aos encontros.

O Instituto Mais de Gestão e Desenvolvimento Social (IMais) está com as inscrições abertas para o Projeto Jovem Empreendedor, que oferece 12 cursos on-line gratuitos nas áreas de inovação e empreendedorismo. As capacirações são voltadas para jovens entre 18 e 29 anos que residem na região da Grande São Paulo.

O projeto oferece seis cursos com foco em gestão e desenvolvimento pessoal. São eles: "desenvolvendo o plano de negócios", "marketing/vendas", "gestão básica, gestão de redes sociais", "como abrir uma empresa/regimes tributários" e "marketing pessoal", além de seis cursos profissionalizantes de programação web, youtuber, música, Photoshop, Corel Draw e Pacote Office (Word, Excel e Power Point).

##RECOMENDA##

Os cursos serão ministrados em plataforma própria, onde ficarão gravados e, após a liberação do acesso, os alunos poderão utilizar por até 12 meses.

 As qualificações visam aliar o autoconhecimento, o desenvolvimento da autoestima e de habilidades pessoais, com técnicas de gestão e negócios por meio de encontros virtuais e presenciais, pois também será oferecido um trabalho de coaching para 120 integrantes do programa.

As inscrições são feitas gratuitamente através do site da instituição, onde o participante deve selecionar o curso desejado e efetuar a matrícula.

Promovida pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo às terças e quintas nas mídias sociais, a campanha “Tamo Junto” destaca a importância dos jovens de 16 e 17 anos escolherem seus representantes políticos em outubro. 

Com o objetivo de esclarecer dúvidas sobre o processo eleitoral, os temas abordados serão: os cinco cargos em disputa e suas atribuições; a ordem de votação; como funciona a eleição para deputado estadual e federal; fake news; urna eletrônica; e entre outros. O conteúdo será publicado no Instagram, Tik Tok e Facebook do tribunal paulista, além do E-book Jovem Eleitor.

##RECOMENDA##

“Você sabe o que é ou só repete o que ouve por aí?” é o slogan da ação nas redes sociais. Segundo o presidente do TRE-SP, o desembargador Paulo Galizia, a campanha foi desenvolvida para as redes sociais considerando que os jovens nunca estiveram tão conectados “Temos hoje um eleitorado de mais de 470 mil jovens no estado e queremos que esse público compareça às urnas e exerça a cidadania nestas eleições de forma consciente e responsável”, afirma.

O voto no Brasil é opcional para maiores de 16 anos e menores de 18 anos e obrigatório para eleitores alfabetizados entre 18 e 70 anos de idade.

O Movimento Pró-Criança, por meio do Projeto Coletivo Online, abre seis mil vagas em cursos de capacitação gratuitos a distância destinados a jovens de 16 a 25 anos. Os interessados podem se inscrever a partir da próxima segunda-feira (4) por meio do site da iniciativa.

De acordo com a entidade, podem se inscrever jovens de todo o Estado, que estão no ensino médio ou que já tenham concluído essa etapa educativa. Ao todo, serão 11 videoaulas que devem ser acompanhadas por meio de uma plataforma exclusiva.

##RECOMENDA##

Já os links das atividades serão disponibilizados através do WhatsApp.Entre os conteúdos que serão abordados nas capacitações estão: elaboração de currículo, preparação para entrevista e noções para elaboração de plano de vida.

[@#galeria#@]

A procura por livros não acabou, apesar de muitas livrarias terem fechado durante a pandemia da covid-19 no Brasil. Isolados por pouco mais de um ano, os brasileiros tiveram que reestruturar seus hábitos e a leitura tornou-se parte da rotina de muitos deles. As tags booktok e bookgram ganharam força nas redes sociais, principalmente entre os mais jovens, que tiveram um incentivo para começar a ler.

##RECOMENDA##

Há quem acredite que as redes sociais afastam as pessoas de atividades saudáveis, como ler e passear ao ar livre. Mas com o uso apropriado, as ferramentas digitais revolucionam e contribuem para o estímulo à leitura e à criatividade de jovens e adultos.

Durante a pandemia, o TikTok teve seu momento de ascensão no Brasil e no mundo. A rede social que é famosa por seus "challenges" vai muito além das dancinhas do momento; o Tiktok é composto por nichos dos mais variados gostos. Booktok é uma comunidade do aplicativo voltada para os leitores, onde os usuários podem compartilhar suas experiências literárias e provocar o interesse de outras pessoas.

Atualmente a tag #booktok conta com cerca de 51,1 bilhões de visualizações em todo o mundo; no Brasil os números ultrapassam os 3 bilhões. Os vídeos da rede social fizeram sucesso por usarem a linguagem do público jovem sobre um assunto que é visto como obrigação acadêmica. Além dos usuários fazerem lives para os seguidores lerem ao mesmo tempo, durante um período de isolamento social.

A estudante Maria Clara Pitangui, 18 anos, conta que voltou a ler durante a pandemia após ver vídeos no TikTok em que os usuários contavam histórias como se tivessem acontecido com eles e no final revelavam que era de determinado livro. “Eles te instigam a ler o livro”, falou.

É o caso também de Bianca Santos, estudante do ensino médio. Aos 18 anos, Bianca acompanha as principais tags literárias do Instagram e do TikTok. "Eu sempre via trechos de alguns livros lá e acabei me interessando por um em específico e depois comecei a ler vários", conta. Desde o início da pandemia, a estudante estima que leu mais de 60 livros e afirma que o hábito a ajudou a escrever melhor.

Foi por meio dessas tags que influenciadores e livrarias encontraram uma forma de criar e divulgar conteúdo literário e continuar trabalhando, apesar da pandemia. A jornalista paraense Thamyris Jucá, 34 anos, revela que produzir conteúdo literário lhe traz grande satisfação. "O meu projeto surgiu durante a pandemia e digo com segurança: foi a salvação da minha saúde mental", conta a jornalista. Suas páginas no TikTok e no Instagram (@thammyreads) têm mais de mil seguidores. Thamyris divulga suas resenhas literárias, unboxings e tour por livrarias.

Fora do Tiktok, a comunidade de leitores também está em alta no bookgram, na rede vizinha. Kamila Monteiro, 28 anos, é criadora de conteúdo há cinco anos. Em 2017 a estudante de Pedagogia decidiu criar um perfil no Instagram (@kamonmila) para ter contato e troca com outros leitores, e desde então segue produzindo conteúdos literários para 10 mil seguidores. Kamila está tentando profissionalizar o perfil. Ela posta dicas, curiosidades e resenhas literárias em parceria com editoras e autores.

A influencer relata que se sente pressionada pela exigência de constância da plataforma. O algoritmo não perdoa. Alguns dias sem conteúdo já significa baixo engajamento e os criadores de conteúdo precisam de bons números. Kamila conta que já consegue lidar bem com isso e hoje respeita o tempo que precisa ficar sem criar novos posts, apesar do reflexo nos números. “A saúde mental precisa vir primeiro, principalmente porque ainda não tiro remuneração do meu perfil”, disse.

A estudante conta que a leitura sempre esteve presente na sua vida e em muitos momentos os livros foram seus melhores amigos. “É algo fundamental pra mim, me ajuda a ter novas percepções, entender outros pontos de vista, ser mais tolerante, enxergar o outro com um olhar diferente”, diz.

Kamila defende a importância das redes sociais no incentivo à leitura. Para ela, durante a pandemia, muitas pessoas se sentiram acolhidas e resgataram o hábito pela facilidade da abordagem utilizada pelos internautas. “A escola empreende a literatura enquanto instrumento de prova, e não por prazer ou hábito. Sempre terá aqueles que não gostem, isso é normal. Mas impor uma leitura de avaliação afasta ainda mais os jovens, e nas redes o processo é o inverso”, afirma.

Wattpad e os estigmas da leitura

Afinal, só é leitor de verdade quem lê os clássicos da literatura? Thamyris Jucá diz que não. Ela acredita que esse pensamento afasta os leitores e cria uma barreira. "Todo mundo tem capacidade de ser leitor e pode ler o que quiser, sem julgamentos, sem pressões. O importante é adquirir o hábito e investir nele um pouco a cada dia", disse a jornalista.

Mas ainda há uma dose de preconceito em relação às fanfics, histórias criadas de fãs para fãs de algum universo, literário ou não. A linguagem mais atual e mais simples dos contos acaba gerando interesse nos jovens pela leitura. Foi o caso de Kamila Santos, estudante de 18 anos. Ela diz que muitos livros publicados como fanfics acabam sendo vendidos por editoras depois, como "Crepúsculo", da autora Stephenie Meyer. "Eu acho que quando a gente tem uma média de leitura de apenas 2 livros por ano, acaba que qualquer incentivo é válido", disse a estudante, quando perguntada sobre a visão de que fanfic não é leitura de verdade.

A fanfic é considerada gênero textual digital e é tema de debate em muitos trabalhos acadêmicos e entre professores de língua portuguesa. Em sua defesa de mestrado no Instituto de Letras da Universidade Federal Fluminense (UFF), Adriana Campos diz que é fundamental que o aluno entenda as variações dos textos falado e escrito. Em seu trabalho publicado na internet, Adriana diz que a fanfic "trata-se de um fenômeno contemporâneo, com adesão do público jovem nos meios digitais, permitindo interatividade e incentivando a criatividade do autor", e que por isso serviria de relevante ferramenta de ensino.

E para ajudar nesse incentivo, o Wattpad conta com milhares de livros publicados por autores independentes. Foi nessa comunidade que Maria Cristina Freire, recepcionista de um hospital em São Paulo, conheceu Jahmilly, estudante de Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal do Pará (UFPA). Tudo começou em 2017, quando uma autora que Cristina acompanhava migrou para o site e um grupo de leitura foi criado para discutir a obra. Cristina conta que havia perdido a vontade de ler, mas que a comunidade do Wattpad reacendeu esse hábito, além de ter feito novas amizades. Apesar de não lerem mais fanfics como antes, as amigas concordam que foi o que expandiu o gosto literário delas.

Falta de representatividade nacional

Apesar das redes sociais terem alavancado o mercado dos livros, ainda há poucas obras brasileiras na roda. A maior parte dos livros indicados são estrangeiros, como os da autora queridinha do TikTok, Colleen Hoover. A empreendedora Caroline dos Santos Lima, 23 anos, é uma leitora voraz e diz que os livros indicados nas tags são muito repetitivos. "Tem tantos livros nacionais incríveis que não tem tanta visibilidade. Claro que é legal ler os livros do hype, mas também é bom sair um pouco deles e explorar, tem tanta opção", conta.

Na lista dos 25 best-sellers mais vendidos no Brasil em 2021, divulgada pela Amazon, apenas quatro livros são nacionais, apesar de ocuparem posições elevadas. Em primeiro lugar, "Torto Arado", do escritor e geógrafo Itamar Vieira Junior, também é divulgado nas redes sociais, e retrata a vida no sertão baiano, a partir da história de duas irmãs. Em 2020, a posição foi ocupada pelo "Pequeno Manual Antirracista", da filósofa Djamila Ribeiro.

Jahmilly discorda da afirmação de que livros estrangeiros são mais interessantes e diz "tem muito livro bom nacional que acaba não tendo reconhecimento e os da gringa tomam esse título". A estudante Kamila Macedo, 18 anos, afirma que não vê muitas editoras investindo em livros nacionais. “Normalmente a gente encontra mais autores independentes, então, para um público maior, fora das redes sociais, acaba sendo bem mais complicado saber mais sobre esses livros". E acrescenta: "Eu acho que crescemos com a ideia de sempre esperar o melhor de outros países, e isso não se trata apenas de livros, mas de diversas coisas se tratando de arte".

Mas, afinal, por que o brasileiro lê pouco?

Segundo dados da pesquisa “Retratos da leitura no Brasil”, divulgada em 2020, o Brasil perdeu cerca de 4,6 milhões de leitores entre 2015 e 2019. A pesquisa, realizada pelo Instituto Pró-Livro em parceria com o Itaú Cultural, revela que a média de livros lidos inteiros por ano é de 2,5 livros por pessoa. A pesquisa também aponta que o número de não leitores diminui de acordo com a renda familiar e com a classe social.

Para a pedagoga Ingrid Louzeiro, os brasileiros não leem porque não têm incentivo desde criança. Ocorreu com Jahmilly. A estudante conta que não teve incentivo em casa e foi na internet que descobriu a paixão pela literatura. Jahmilly lembra de quando começou a ler. Apesar de gostar de livros físicos, não tinha como comprar muitas unidade. Na internet ela conheceu comunidades de leitores que compartilham livros digitais e pôde expandir seus gostos. “Comecei a ler pela internet, em blogs e wattpad, depois entrei em grupos e segui perfis nas redes sociais sobre o assunto”, contou.

Segundo Kamila Monteiro, a falta de incentivo e de metodologia eficaz e apropriada dentro das escolas é determinante para o baixo índice de leitura do país. “Dois tempos de literatura no ensino médio não incentivam de fato a leitura, e também o preço dos livros não colabora. Livros são artigos de luxo, há uma ideia de que leitura, cultura e educação são privilégios e não direitos”, afirma.

Para a Ingrid, é preciso ter projetos educacionais dentro e fora das escolas que incentivem e estimulem a leitura desde cedo nos brasileiros. Kamila defende a necessidade de políticas públicas por parte do governo e uma revisão de como a literatura e a leitura são inseridas nas escolas. “Não dá pra achar que apenas os bookstans (fãs que acompanham determinada saga ou autor de livros) conseguem de fato converter leitores”, finalizou.

Por Álvaro Frota e Jéssica Quaresma (sob a supervisão do editor prof. Antonio Carlos Pimentel).

 

O Google anunciou que, até 2026, vai distribuir 500 mil bolsas de estudo para a formação de jovens em “áreas de atuação altamente demandadas pelo mercado de trabalho”. Segundo a empresa, as bolsas serão para a formação de profissionais em suporte de Tecnologia da Informação (TI), análise de dados, gerenciamento de projetos e design UX (User Experience ou experiência do usuário).

A empresa pretende destinar duas mil dessas bolsas a pessoas que se autodeclaram transexuais. A expectativa é de que a medida favoreça a inclusão social deste grupo no mercado de trabalho.

##RECOMENDA##

Em nota, a Google informou que os jovens que não estão estudando no momento também poderão disputar as vagas. “O processo de inscrição e seleção ocorrerá através do aplicativo do CIEE ONE (plataforma 100% gratuita), e os escolhidos serão acompanhados por uma monitoria exclusiva, que os auxiliará a concluir as certificações”, explicou a empresa.

Todos os cursos foram criados pelo Google e estão hospedados na plataforma de educação da Coursera. “São cerca de 800 horas de aulas, considerando as quatro titulações juntas, com certificação, visando o preparo dos estudantes para ingresso em postos de trabalho no campo em constante crescimento profissional da tecnologia”, acentuou.

Empregabilidade trans

Na avaliação do Google, o Brasil tem “aprendido muito com a inserção de pessoas trans nos espaços de mídia e cultura popular”. A empresa utiliza, como exemplo dos avanços observados no país, o respeito aos pronomes e o direito de retificação de nome.

“Temos muito a melhorar, mas, ao menos, alguma evolução já é percebida”, ponderou a empresa ao afirmar que, no que se refere a mercado de trabalho, não se observa progressão na mesma velocidade.

“Estima-se que 90% da população trans no Brasil têm o mercado informal como fonte de renda e única possibilidade de subsistência. São milhões de pessoas que vivem uma condição de vulnerabilidade extrema devido à falta de uma oportunidade de emprego”, finalizou.

Jovens brasileiros do sexo masculino, no ano em que completam 18 anos, são obrigados por lei a fazer o alistamento para prestar o serviço militar na Marinha, no Exército ou na Aeronáutica. O alistamento é destinado à formação de reservista de primeira ou segunda categoria. 

O alistamento pode ser feito no site alistamento.eb.mil.br ou em uma Junta de Serviço Militar com o número do CPF e o preenchimento do formulário de alistamento militar. Quem não tem CPF não consegue fazer o alistamento pela internet. Nesse caso, a pessoa deve ir a uma junta com certidão de nascimento ou a prova de naturalização; comprovante de residência ou declaração assinada; e documento oficial com fotografia.

##RECOMENDA##

O alistamento gratuito deve ser feito nos primeiros seis meses (janeiro a junho) do ano em que completar 18 anos de idade. Após esse prazo, o jovem continua com o dever de se alistar, mas deverá pagar multa pelo alistamento fora do prazo. Quem não se alistou tem até 31 de dezembro do ano em que completar 45 anos de idade para fazê-lo, mas durante esse período permanecerá em débito com o serviço militar.

A pessoa que não se alistar não poderá: obter passaporte ou prorrogar a validade do documento; ingressar como funcionário, empregado ou associado em empresa ou associação oficial; assinar contrato com o governo federal, estadual, dos territórios ou municípios; prestar exame ou matricular-se em qualquer estabelecimento de ensino; obter carteira profissional, registro de diploma de profissões liberais, matrícula ou inscrição para o exercício de qualquer função e licença de indústria e profissão; inscrever-se em concurso para provimento de cargo público; exercer qualquer função pública ou cargo público, eletivos ou de nomeação; e receber qualquer prêmio ou favor do governo federal, estadual, dos territórios ou municípios.Incorporação

Depois de alistado, em alguns casos o cidadão poderá solicitar o adiamento de incorporação, que é o ato de transferência de uma classe para outra depois da sua, a fim de concorrer à seleção para servir ao quartel da Marinha, Exército ou Aeronáutica. Esse pedido deve ser feito à Junta de Serviço Militar mais próxima da residência, durante o período de alistamento, ou à Comissão de Seleção durante o processo seletivo.

Estudantes de medicina, farmácia, odontologia ou veterinária podem adiar a incorporação até o término do curso. Nesse caso, eles participarão de seleção para servir como oficial temporário médico, farmacêutico, dentista ou veterinário.

Pessoas com deficiência também devem se alistar. No caso de necessidade especial visível, após alistada a pessoa pode apresentar parecer médico e solicitar o Certificado de Isenção (CI) do Serviço Militar. 

As pessoas absolutamente incapazes, ou seja, que não têm discernimento para praticar atos da vida civil, podem fazer o alistamento por meio do tutor ou curador legal.

Para saber se foi dispensado, o interessado deve acessar o site  alistamento.eb.mil.br Quem mudar de endereço deve ir à Junta de Serviço Militar mais próxima com um comprovante de sua atual residência e documento de identidade 

Dispensa

A pessoa que é o único sustento da família pode ser dispensada do serviço militar. Para isso, deve apresentar à Junta de Serviço Militar documentos que comprovem essa situação, como: certidão de nascimento dos filhos, certidão de casamento, comprovante de renda e outros documentos. 

Em muitos casos, a pessoa é dispensada antes mesmo de comparecer à seleção. Isso ocorre  porque na sua região a quantidade de alistados é bem maior que as vagas existentes nos quartéis, ou por residir em município que não colabora para o Serviço Militar Inicial Obrigatório (município não tributário).

Quem foi dispensado está quite com o Serviço Militar Inicial Obrigatório.  Caso queira seguir carreira, pode se tornar militar de carreira, mediante a aprovação em concurso público; ou militar temporário voluntário, por um período de tempo determinado.

Serviço militar alternativo

Existe também a opção para o serviço militar alternativo, que ocorre quando o selecionado vai exercer de atividades de caráter administrativo, assistencial, filantrópico ou mesmo produtivo, em substituição às atividades de caráter essencialmente militar.

Esses casos são permitidos para o cidadão que, após alistado, alegar imperativo de consciência, decorrente de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política para se eximir de atividades de caráter essencialmente militar.

Para fazer esse tipo de serviço militar, o cidadão deve apresentar declaração de imperativo de consciência, redigida de próprio punho, contendo as razões de sua objeção em prestar o Serviço Militar Obrigatório em virtude de crença religiosa, linha filosófica ou partido político, bem como sua opção pelo Serviço Alternativo ao Serviço Militar Obrigatório.

Segundo o Exército, as informações prestadas implicam imediata inclusão do jovem no processo seletivo ao Serviço Militar Alternativo ao Serviço Militar Obrigatório (Sasmo), mas caso seja identificado que as informações prestadas são falsas, haverá a abertura de processo para averiguação das declarações e, em caso de condenação com base  no Artigo 299 do Código Penal, a pessoa está sujeita a pena de reclusão de um a cinco anos, e multa.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando