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 De acordo com Raul Jugmann, ex-ministro da Defesa no Governo Temer, o presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) ordenou que jatos Gripen sobrevoassem a sede do Supremo Tribunal Federal (STF) acima da velocidade do som para estourar os vídeos do prédio. Segundo Jugmann, os três comandantes das Forças Armadas que desobedeceram à determinação foram demitidos no mês de março. As informações foram reveladas durante uma entrevista do político à revista Veja, que foi publicada nesta sexta (20).

“Ele [Bolsonaro] chamou um comandante militar e perguntou se os jatos Gripen estavam operacionais. Com a resposta positiva, determinou que sobrevoassem o STF acima da velocidade do som para estourar os vidros do prédio. Bolsonaro mandou fazer isso, tenho um depoimento em relação a isso. Ao confrontá-lo com o absurdo de ações desse tipo, eles [comandantes das Forças Armadas] foram demitidos”, afirmou Jungmann.

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De acordo com o ex-ministro, o presidente vem atuando de forma constante para constranger as Forças Armadas na tentativa de forçar a instituição a apoiar seus posicionamentos políticos e atitudes. “Foi por não endossar os achaques ao Supremo Tribunal Federal, ao Congresso Nacional e aos governadores, pelas políticas engendradas na pandemia, que, pela primeira vez, os chefes da Aeronáutica, Marinha e Exército foram demitidos. Eles não se dobraram. Os 3 foram demitidos porque se recusaram a envolver as Forças Armadas nas declarações e nos atos do presidente da República”, declarou Jungmann.

Ex-ministro da Defesa do governo de Michel Temer, Raul Jungmann enfrentou uma crise no Exército quando o general Hamilton Mourão, então secretário de Economia e Finanças do Exército, resolveu criticar o governo. Acabou afastado. Jungmann não vê paralelo entre esse episódio e o que, no domingo, envolveu o general Eduardo Pazuello no Rio. "A responsabilidade maior do que se passou é do presidente da República, que é o comandante supremo das Forças Armadas", afirmou. A seguir, trechos de sua entrevista ao Estadão.

A ida do general Eduardo Pazuello a um evento político-partidário pode ser comparada ao episódio com o general Hamilton Mourão no governo Temer?

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O caso do Mourão se deu numa palestra, sem nenhum caráter político-partidário. Ele era da Secretaria de Economia e Finanças, e o general Villas Bôas o colocou à disposição. Foi um caso diferente.

O sr. acha que o comando deve tomar uma providência agora?

Não existe outro caminho, embora a responsabilidade maior seja do presidente da República, que é o comandante supremo das Forças Armadas. Pazuello feriu o Regulamento Disciplinar do Exército e um dos fundamentos de qualquer força armada, que é a disciplina. Não se pode admitir que as Forças Armadas, em sendo instituição de Estado, como se encontra no artigo 142 da Constituição, tenham atitudes políticas ou de governo. Diante disso é cabível uma sanção.

Qual o caminho? A abertura de apuração disciplinar?

Sim, é isso. Isso compete privativamente ao comandante do Exército, podendo ele ouvir ou não o Alto Comando.

Raul Jungmann, ex-ministro da Defesa e da Segurança Pública (governo Temer), encaminhou carta aberta a todos os onze ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), em que apela por "urgente intervenção desta egrégia Corte, visando conjurar a ameaça que paira sobre a Nação, a Democracia, a paz e a vida". No texto, Jungmann defende que maior acesso à armas pela população aumentará os homicídios e impulsionará atividades criminosas, como as milícias e o tráfico de drogas.

O ex-ministro alerta para "risco de gravíssima lesão ao sistema democrático com a liberação, pela Presidência da República, do acesso massificado dos cidadãos a armas de fogo" e atribui ao governo "erro ameaçador". "Lembremo-nos dos recentes fatos ocorridos nos EUA, quando a sede do Capitólio, o congresso nacional americano, foi violada por vândalos da democracia", rememora Jungmann. "Nossas eleições estão aí, em 2022. E pouco tempo nos resta para conjurar o inominável presságio", completa.

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No último dia 12, o presidente Jair Bolsonaro editou quatro decretos de 2019 que regulam a aquisição de armas no País. Entre as mudanças, está o aumento, de quatro para seis, do número máximo de armas de uso permitido para pessoas com Certificado de Registro de Arma de Fogo. Além disso, também foi flexibilizada a norma que exige autorização do exército para compras de armas por caçadores e atiradores e a dispensa de registro dos comerciantes de armas de pressão junto ao Exército.

Na carta, Jungmann discorda da justificativa do governo Bolsonaro de que o armamento da população se deve à "garantia da liberdade", na verdade, evoca "o terrível flagelo da guerra civil, e do massacre de brasileiros por brasileiros". Ele cita que em 2019 e 2020 as mortes violentas voltaram a crescer no País e que, ao mesmo tempo, os registros de compra de novas armas "explodiram": "90% a mais em 2020, relativamente a 2019, o maior crescimento de toda série histórica, segundo dados da Polícia Federal", escreve.

LEIA O ALERTA DE RAUL JUNGMANN:

Carta aberta ao Supremo Tribunal Federal

Sr. Presidente e Srs. Ministros do Supremo Tribunal Federal,

Srs. Ministros,

Dirijo-me a essa egrégia Corte na dupla condição de ex-ministro da Defesa Nacional e da Segurança Pública, com o objetivo de alertar para a gravidade do nefasto processo de armamento da população, em curso no Brasil.

É iminente o risco de gravíssima lesão ao sistema democrático em nosso país com a liberação, pela Presidência da República, do acesso massificado dos cidadãos a armas de fogo, inclusive as de uso restrito, para fins de "assegurar a defesa da liberdade dos brasileiros" (sic), sobre a qual inexistem quaisquer ameaças, reais ou imaginárias.

O tema do armamento dos cidadãos, até aqui, foi um assunto limitado à esfera da segurança pública em debate que se dava entre os que defendiam seus benefícios para a segurança pessoal e os que, como nós, e com base em ampla literatura técnica, afirmávamos o contrário - seus malefícios e riscos às vidas de todos.

Ao transpor o tema da segurança pública para a política, o Executivo incide em erro ameaçador, com efeitos sobre a paz e a integridade da Nação, pelos motivos a seguir. Em primeiro lugar, viola um dos principais fundamentos do Estado, qualquer Estado, que é o de deter o monopólio da violência legal em todo o território sobre a sua tutela, alicerce da ordem pública e jurídica e da soberania do país.

Em segundo lugar, pelo fato de que as Forças Armadas são a última ratio sobre a qual repousa a integridade do Estado nacional. O armamento da população proposto - e já em andamento -, atenta frontalmente contra o seu papel constitucional, e é incontornável que façamos a defesa das nossas FFAA. Em terceiro, é inafastável a constatação de que o armamento da cidadania para "a defesa da liberdade" evoca o terrível flagelo da guerra civil, e do massacre de brasileiros por brasileiros, pois não se vislumbra outra motivação ou propósito para tão nefasto projeto.

Ao longo da história, o armamento da população serviu a interesses de ditaduras, golpes de estado, massacre e eliminação de raças e etnias, separatismos, genocídios e de ovo da serpente do fascismo italiano e do nazismo alemão.

No plano da segurança pública, mais armas invariavelmente movem para cima as estatísticas de homicídios, feminicídios, sequestros, impulsionam o crime organizado e as milícias, estando sempre associadas ao tráfico de drogas.

Por essas razões, Estados democráticos aprovam regulamentos rígidos para a sua concessão aos cidadãos, seja para a posse e, mais ainda, para o porte. Dramaticamente, Srs. Ministros, estamos indo em sentido contrário à vida, bem maior tutelado pela lei e nossa Constituição, da qual sois os guardiães derradeiros.

Em 2018, pela primeira vez em muitos anos, revertemos a curva das mortes violentas, por meio de um amplo esforço que culminou com a lei do Susp - Sistema Único de Segurança Pública -, que permanece inexplicavelmente inoperante. Hoje, lamentavelmente, as mortes violentas voltaram a subir em no corrente ano e no ano anterior, enquanto explodem os registros de novas armas em mãos do público: 90% a mais em 2020, relativamente a 2019, o maior crescimento de toda série histórica, segundo dados da Polícia Federal.

Com 11 milhões de jovens fora da escola e do trabalho, os "sem-sem", vulneráveis à cooptação pelo crime organizado, a terceira população carcerária do planeta - 862.000 apenados, segundo o CNJ, e um sistema prisional controlado por facções criminosas, polícias carentes de recursos, de meios e de ampla reforma, mais armas em nada resolvem o nosso problema de violência endêmica - antes a agravam e nos tornam a todos reféns.

Está, portanto, em vossas mãos, em grande parte, impedir que o pior nos aconteça. Por isso apelamos para a urgente intervenção desta egrégia Corte, visando conjurar a ameaça que paira sobre a Nação, a Democracia, a paz e a vida.

Lembremo-nos dos recentes fatos ocorridos nos EUA, quando a sede do Capitólio, o congresso nacional americano, foi violada por vândalos da democracia. Nossas eleições estão aí, em 2022. E pouco tempo nos resta para conjurar o inominável presságio.

Respeitosamente,

Raul Jungmann

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) interpelou nesta terça-feira (12) o ex-ministro da Segurança Pública Raul Jungmann a prestar esclarecimentos sobre uma afirmação que, segundo o jornal O Globo, foi feita por ele a um amigo a respeito da investigação sobre a morte da vereadora Marielle Franco, ocorrida em 14 de março de 2018.

Nota publicada por um colunista de O Globo às 14h25 desta terça afirma que "Jungmann, que era ministro da Segurança Pública quando Marielle Franco foi executada, disse a um amigo que, dado o nível de comprometimento da Polícia Civil e do Ministério Público estadual no Rio de Janeiro, não há a menor possibilidade de o caso ser solucionado se a investigação não for federalizada".

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O MP-RJ reagiu e, em nota divulgada à noite, comparou a afirmação a uma "atitude leviana", que "não vem acompanhada de qualquer elemento de convicção". "Considerando a gravidade do comentário, o Ministério Público decidiu indagar formalmente Jungmann em que consiste o 'comprometimento' das instâncias locais que estaria a embaraçar a investigação e que justificaria a propalada federalização. Só assim será possível dissipar qualquer aura de leviandade e permitir que se apure e puna quem esteja atuando à margem da lei", conclui a nota.

O ofício que, segundo o MP-RJ, foi encaminhado a Jungmann é assinado pelo procurador-geral de Justiça do Estado do Rio, Eduardo Gussem. O documento repete termos da nota, afirmando que "com o propósito de dissipar qualquer aura de leviandade e permitir que se apure e puna quem esteja atuando à margem da lei, sirvo-me do presente para indagá-lo formalmente a respeito do alegado 'comprometimento' das instâncias locais que estaria a embaraçar a investigação e que justificaria a propalada federalização da apuração do homicídio de Marielle Franco e Anderson Gomes".

O embate entre o MP-RJ e Jungmann e outros defensores da federalização da investigação desse crime é antiga. A nota do MP-RJ relembra que "já no dia seguinte à prática do duplo homicídio a então Procuradora-Geral da República instaurou procedimento preparatório com esse objetivo" (de federalizar a investigação), embora essa mudança "tenha por pressuposto a inércia das instituições locais". "Não poderia estar configurada qualquer inércia" apenas um dia após o crime, afirma o MP-RJ. "O resultado dessa pouco inspirada iniciativa foi a sua suspensão pelo Conselho Nacional do Ministério Público".

Jungmann foi ministro da Segurança Pública de fevereiro de 2018 a 1º de janeiro de 2019, durante a gestão do então presidente Michel Temer (MDB). Segundo a nota do MP-RJ, em diversas entrevistas sobre o fato, Jungmann repetiu que a federalização era necessária para que a Polícia Federal pudesse colaborar com as investigações. "Foram inúmeras as tentativas de explicar ao ex-ministro que a Polícia Federal não depende de qualquer formalidade ou autorização para investigar infrações penais 'relativas à violação a direitos humanos, que o Brasil se comprometeu a reprimir em decorrência de tratados internacionais', conforme a lei 10.446/2002. Enfatizou-se, na ocasião, que essa atuação seria muito bem-vinda pelo MP-RJ, esclarecendo-se, na oportunidade, que tal investigação em nada se confundia com o deslocamento de competência para a Justiça Federal", segue o MP-RJ.

A instituição afirma ainda que, no momento em que o então ministro defendia a federalização, a segurança pública no Estado do Rio de Janeiro estava sob intervenção federal, e o gabinete de intervenção poderia requisitar o apoio de quaisquer órgãos da administração pública federal para a elucidação do crime.

Resposta

A reportagem não conseguiu localizar o ex-ministro Raul Jungmann na noite desta terça-feira, para que se pronunciasse sobre a medida adotada pelo MP-RJ.

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, divulgou nota, por meio da assessoria de comunicação da pasta, em que rebate entidades de Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro que criticaram sua fala durante coletiva de imprensa nesta quinta-feira, 1, em Brasília. Segundo a nota, "em nenhum momento" o ministro "identificou os agentes públicos que poderiam estar envolvidos com uma possível rede de proteção a criminosos".

Jungmann anunciou nesta quinta que a Polícia Federal vai investigar a existência de um grupo criminoso articulado para atrapalhar e impedir as investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista, Anderson Gomes, em março. O ministro solicitou ainda a instauração de inquérito policial para apurar o envolvimento de agentes públicos, milicianos e contraventores que estariam atuando em conjunto.

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Nesta sexta-feira, o Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (Sindelpol-RJ) e a Associação dos Delegados de Polícia do Estado do Rio de Janeiro (Adepol-RJ), em nota conjunta, lamentaram "as declarações e nova tentativa" do ministro "de capitalizar dividendos políticos em cima da investigação dos homicídios da vereadora Marielle Franco e de Anderson Pedro Gomes".

Na avaliação das entidades, Jungmann "se apressa em expor e por em cheque a credibilidade das investigações", atitude que, de acordo com elas, "tenta induzir um descrédito da sociedade na polícia investigativa, o que somente interessa aos marginais e representa uma total inversão de valores, dissociada do anseio da população, em nada auxiliando na promoção do almejado interesse público".

De acordo com a nota da assessoria de comunicação do ministério, Jungmann "limitou-se a informar os termos da determinação expressa recebida da Procuradoria-Geral da República para que a Polícia Federal, a ele subordinada, investigasse essa possibilidade a partir de denúncias graves obtidas pelo Ministério Público Federal".

A nota reforça ainda que "a medida não configura a federalização das investigações dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e de Anderson Gomes, que continuam a cargo das autoridades policiais estaduais".

Leia a nota das entidades:

"O Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (Sindelpol RJ) e a Associação dos Delegados de Polícia do Estado do Rio de Janeiro (Adepol-RJ) vêm a público lamentar com veemência as declarações e nova tentativa do ministro da Segurança Pública Raul Jungmann de capitalizar dividendos políticos em cima da investigação dos homicídios da vereadora Marielle Franco e de Anderson Pedro Gomes. Não é a primeira vez que isso acontece, em abril deste ano, de forma açodada, atécnica e descompromissada, o ministro revelou algumas linhas de investigação, o que contraria os manuais mais básicos de policia judiciária.

Desta vez, com base em uma denúncia formulada por um miliciano homicida desacompanhada de qualquer outro elemento de prova que pudesse ratificar suas declarações e que ataca a própria Delegacia de Homicídios responsável por sua prisão, o ministro Raul Jungmann, dando maior credibilidade à palavra do referido criminoso em detrimento de agentes do Poder Público de notória história de combate à criminalidade, se apressa em expor e por em cheque a credibilidade das investigações, de uma instituição bicentenária como a PCERJ, da Divisão do Homicídios e de grandes profissionais que têm suas biografias dedicadas à sociedade e a proteção de direitos.

Essa atitude tenta induzir um descrédito da sociedade na Polícia investigativa, o que somente interessa aos marginais e representa uma total inversão de valores, dissociada do anseio da população, em nada auxiliando na promoção do almejado interesse público, ao contrário, apenas acaricia a vaidade do ministro, Raul Jungmann encarna um dos maiores males, em se tratando de gestão de segurança pública. Político profissional e sem qualquer habilitação na área, comanda um Ministério responsável por uma matéria estritamente técnica, entretanto, não hesita em optar sempre por espaço na mídia e ganhos políticos mesmo que em malefício da investigação e do trabalho dos profissionais de segurança.

Cabe consignar, ainda, a máxima confiança que depositamos na Divisão de Homicídios, que já provou em diversas oportunidades comprometimento e competência, considerando a alta taxa de elucidação de crimes contra a vida, muitos deles extremamente complexos, cometidos em área de risco e contando com reduzidos recursos materiais e humanos. Acreditamos, ainda, em dias melhores nos quais os ministros serão escolhidos por critérios técnicos, ao invés de políticos, daqueles que pretendem fazer politicagem com a segurança pública."

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, afirmou nesta quinta-feira, 1º, considerar "um ganho" ter o juiz Sérgio Moro no Executivo. O juiz aceitou nesta manhã o convite feito pelo presidente eleito Jair Bolsonaro para comandar um superministério da Justiça, abarcando também a área da Segurança Pública.

"Liguei para o Sérgio Moro, com quem converso com alguma regularidade por causa das nossas funções, para dar parabéns pela indicação. Acho que é alguém que tem toda a autoridade e legitimidade para ser ministro da Justiça", afirmou Jungmann.

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Ele afirmou que Moro deverá vir a Brasília na próxima semana para se reunir com integrantes da pasta e iniciar uma transição. "Disse a ele que estamos dispostos a dar o máximo de informação sobre tudo o que ele necessitar e para que ele tenha um ótimo desempenho, que é o que desejamos. (...) Eu vou ajudar no que puder", disse.

Ao aceitar o convite, Moro afirmou que terá uma "forte agenda anticorrupção e anticrime". "Quanto a uma cruzada contra a corrupção e o crime, só tenho a aplaudir. É tudo o que eu quero", disse Jungmann.

Questionado sobre se concorda com a junção dos ministérios da Justiça e da Segurança Pública, Jungmann afirmou que gostaria que a sua pasta fosse mantida, mas ponderou que o novo governo tem legitimidade democrática para definir a estrutura do sua administração.

"Espero e faço votos para que tenha sucesso. Se vai ser um retrocesso ou não, depende sobretudo do que se fizer e do que se tem", disse.

O ministro elencou os avanços que considerou em relação ao ministério, que foi criado pelo presidente Michel Temer há cerca de 8 meses. "Agora a segurança pública tem rumo no Brasil", completou.

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, enviou nesta quinta-feira, 25, memorando ao diretor-geral da Polícia Federal, Rogério Galloro, em que solicita a abertura de uma investigação para apurar a autoria de ameaças sofridas por uma jornalista da Folha de S.Paulo e contra diretor do Instituto Datafolha.

Na terça-feira, dia 23, o jornal apresentou representação ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pedindo a apuração das ameaças sofridas pela repórter Patrícia Campos Mello, após a publicação de reportagem sobre suposto esquema para o disparo em massa de mensagens contra o candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad, por meio do aplicativo WhatsApp. Essas mensagens, ainda segundo a reportagem, seriam bancadas por empresas privadas que apoiam Jair Bolsonaro (PSL).

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O jornal levantou a possibilidade de a ação ter sido orquestrada para constranger a atuação da empresa. O pedido também cita supostas ameaças a Mauro Paulino, diretor-geral do Datafolha.

'Ilícitos'

No memorando enviado a Galloro, Jungmann determina que "sejam adotadas as providências necessárias à apuração dos fatos e à identificação de autoria, circunstâncias e motivações com eles envolvidas".

Para o ministro, se confirmada as informações sobre as ameaças, "pode-se estar diante da configuração de ilícitos penais, e de direta ofensa a inviolabilidade de correspondência, ao sigilo das comunicações, à prestação de informações e à liberdade de imprensa". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, informou há pouco que foi decretado o sigilo no inquérito instaurado pela Polícia Federal para investigar o disparo de mensagens pelo WhatsApp referentes aos presidenciáveis Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT). O inquérito foi instaurado ontem, atendendo ao pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, para apurar eventual utilização de um esquema profissional por parte das campanhas, para propagar notícias falsas.

Jungmann também deu um alerta a quem propaga as chamadas fake news. "Não há anonimato na internet. A Polícia Federal tem tecnologia, recursos humanos e capacidade para chegar até eles (a quem propaga notícia falsa) no Brasil ou no mundo", disse o ministro que participa neste domingo de entrevista coletiva na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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Sobre os crimes eleitorais cometidos no pleito deste ano, Jungmann fez um balanço e informou que, até o momento, foram registrados 2.265 crimes eleitorais, sendo o principal o de boca de urna. Ele enfatizou ainda que, em se tratando de crime eleitoral, só quem determina abertura de investigação é a Justiça Eleitoral. "Cabe à Polícia Federal a apuração de crimes eleitorais, sempre dependendo de requisição da justiça eleitoral", disse.

O ministro informou ainda que nesta segunda-feira, 22, serão reabertos os trabalhos do Centro Integrado de Comando e Controle voltado para a ordem e segurança pública das eleições. Além disso, na terça-feira, a Polícia Federal irá abrir os trabalhos de um centro integrado voltado para investigações durante as eleições.

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, afirmou nesta terça-feira, 16, que "obviamente representa um crime" a mensagem enviada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), direcionada à presidente da Corte, ministra Rosa Weber, em tom de ameaça. Recebida através de uma rede social do TSE, o texto fala que o presidenciável do PSL, Jair Bolsonaro, está "matematicamente eleito", e que "se as urnas forem fraudadas", a população irá para as ruas até que tenha nova eleição com voto impresso. "Experimente deixar que isso aconteça", diz parte da mensagem, que será investigada pela Polícia Federal (PF) a pedido da Corte Eleitoral.

"O que eu sei é que ontem, na reunião que tivemos com diretor-geral da PF (Rogério Galloro) e também do secretário nacional da Segurança Pública, Brigadeiro Fiorentini, é que ela (Rosa) fez essa queixa informalmente, e que iria formalizar, e que a Polícia Federal imediatamente ia apurar para chegar aos responsáveis por essa ameaça, que obviamente representa um delito, representa um crime, e tem de ser identificado quem o fez para ser legalmente punido", afirmou Jungmann na tarde desta terça-feira, após assinar um termo do Ministério da Segurança Pública junto ao TSE relativo a atuação dos mesários no segundo turno das eleições.

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"A resposta vai ser dada, a Polícia Federal vai investigar, e nós vamos trazer para vocês um resultado", completou o ministro.

Questionamentos sobre a lisura do processo eleitoral têm sido um tópico frequente nessas eleições, com dúvidas lançadas por um de seus próprios concorrentes. Na disputa pela Presidência da República, Bolsonaro já chegou a dizer que não aceitava resultado das eleições diferente de sua vitória. Mais recentemente, no último dia 12, o candidato voltou a falar do assunto e disse que a suspeição vale somente para a votação para presidente. Ele disputa o segundo turno das eleições presidenciais com Fernando Haddad, do PT.

Segundo apurou a reportagem, o TSE têm recebido diariamente através das redes sociais mensagens com tom de intimidação, relativas as eleições deste ano. Várias questionam a segurança das urnas e do processo eleitoral brasileiro. Os encaminhamentos teriam se intensificado após o primeiro turno do pleito. A mensagem recebida ontem, no entanto, chamou atenção por ter sido direcionada a Rosa. "Espero que a senhora fique de olho", diz um trecho do texto.

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, classificou como inaceitável a disseminação de notícias falsas sobre as urnas eletrônicas.

O ministro falou a jornalistas quando as primeiras urnas foram fechadas, às 17h deste domingo, 7, no Centro Integrado de Comando e Controle Nacional (CICCN) da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp).

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Segundo Jungmann, a Polícia Federal e as polícias estaduais estão investigando os responsáveis por disseminar notícias falsas sobre as urnas eletrônicas.

Desde o início da votação do primeiro turno das Eleições 2018, vídeos e notícias sobre falhas nas urnas foram transmitidas em redes sociais e aplicativos de mensagens.

Para o ministro, é inaceitável tentar fazer crer que as urnas são frágeis e passíveis de fraude. "Quero avisar que estamos chegando aos responsáveis e eles serão denunciados pelo MP e serão enquadrados em falsidade ideológica ou crime contra honra", disse Jungmann sobre os casos de fake news.

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, não descartou a possibilidade da abertura de um segundo inquérito para apurar o atentado contra o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), caso haja indícios de que houve coautoria, ou seja, a participação de outras pessoas no crime.

"Nossa posição é de esclarecer tudo. É algo que suscita muitas dúvidas e queremos esclarecer tudo. Se necessário, abriremos uma segunda investigação para apurar todo e qualquer indício. Se existir qualquer possibilidade de coautoria, evidentemente vamos trazer à conhecimento da imprensa e da sociedade", disse Jungmann.

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O ministro se reuniu no final da manhã desta terça-feira, 18, com a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Rosa Weber, para falar da segurança nas eleições e também tratou do caso de Bolsonaro.

"O primeiro inquérito, que visa definir autoria, materialidade e etc, está sendo cumprido no prazo. Se necessária a prorrogação, será muito pequena, e a coautoria seria investigada em outro inquérito", explicou o ministro.

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, mandou a Polícia Federal investigar as mensagens que circulam pelo WhatsApp com informação falsa sobre uma nova paralisação de caminhoneiros. "Desmentida pela Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), entre outras representantes da categoria, as mensagens se enquadram na categoria de fake news e seus autores e veiculadores podem responder por crime contra a economia popular e por publicidade enganosa", diz a nota divulgada nesta segunda-feira, 3, pelo Ministério da Segurança Pública.

Durante o fim de semana, uma nota distribuída em nome da União dos Caminhoneiros do Brasil (UDC), por rede social e aplicativos de celular, convocava uma nova greve para o dia 9 de setembro, o que causou apreensão e até mesmo filas em postos de gasolina em algumas regiões. A convocação, no entanto, não foi reconhecida por entidades representativas de caminhoneiros, como a Abcam, e sindicatos de diversas regiões do País.

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O ministério afirma que a própria Abcam informou que os áudios e imagens veiculadas nas redes são materiais antigos, dos protestos de maio, que voltaram a circular nesse final de semana como se fosse atuais. "Essas ações causam transtorno à população, prejuízo ao mercado produtor e de serviços, constituem grave fator de desestabilização e têm grande potencial para provocar desordem pública. Seus autores e veiculadores, portanto, estão sujeitos às consequências das legislações que classificam os crimes contra a economia popular e contra o consumidor", diz a nota.

O Ministério da Segurança Pública destaca as leis que tratam desse tipo de crime e suas penalidades. De acordo com a Lei 1521/51, que trata dos crimes contra a economia popular, são crimes dessa natureza: "obter ou tentar obter ganhos ilícitos em detrimento do povo ou de número indeterminado de pessoas mediante especulações ou processos fraudulentos)". A pena prevista para esse tipo de crime é de detenção de 6 meses a 2 anos, mais pagamento de multa. A mesma lei considera ainda crime "provocar alta ou baixa de preços de mercadorias, títulos públicos, valores ou salários, por meio de notícias falsas, operações fictícias ou qualquer outro artifício". Quem comete esse crime está sujeito a detenção de 2 a 10 anos e multa.

Já o Código de Defesa do Consumidor, no seu artigo 67, considera crime "fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser enganosa ou abusiva", com pena de detenção de 3 meses a 1 ano e multa. A Lei 8.137/90, que trata de crimes contra a ordem tributária, econômica e relação de consumo, considera crime, em seu artigo 7º, "induzir o consumidor ou usuário a erro, por via de indicação ou afirmação falsa ou enganosa sobre a natureza, qualidade do bem ou serviço, utilizando-se de qualquer meio, inclusive a veiculação ou divulgação publicitária". Nesses casos, a pena prevista é de detenção de 2 a 5 anos e pagamento de multa.

A nota destaca ainda que "a pena total para quem cometer crime contra a economia popular e ferir o Código de Defesa do Consumidor, conforme legislação citada, é de detenção de 4 anos e 9 meses até 18 anos mais pagamento de multa".

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, embarcou para a Colômbia, onde se encontra entre os dias 20 e 23, com autoridades do recém-empossado governo colombiano, para discutir estratégias de ampliação da segurança nas fronteiras. Durante sua estadia, Jungmann também conhecerá projetos de contenção e redução da violência e tráfico de drogas nas áreas urbanas de Medellín e Bogotá.

A viagem ocorre após o ministro ter participado de reunião no Palácio da Alvorada com o presidente Michel Temer e outros cinco ministros para tratar dos problemas enfrentados no Estado de Roraima -por conta da entrada em massa de venezuelanos no Brasil.

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A experiência colombiana no enfrentamento à violência com projetos sociais, de reordenamento urbano e de aproximação entre agentes de segurança e comunidade será apresentada a Jungmann por autoridades locais e representantes de organizações sociais.

O ministro quer ver de perto como a implantação do conceito de "segurança cidadã" levou as cidades de Medellín e Bogotá a conseguirem expressivos resultados de redução dos seus índices de criminalidade.

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, rebateu às críticas sobre a atuação do governo no combate ao crime organizado. Ao Broadcast Político, Jungmann afirmou que "os especialistas deveriam saber que não tínhamos nem sequer uma política nacional de segurança pública" no ano passado. Ele disse ainda que o Sistema Único da Segurança Pública (Susp) será implantado ainda este mês para solucionar a questão.

Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgados nesta quinta-feira, 9, revelam que o Brasil bateu no ano passado o recorde de mortes violentas intencionais, como homicídios e latrocínios, da sua história. Foram 63.880 vítimas, o equivalente a sete por hora.

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Mais cedo, Jungmann citou, em resposta ao resultado do relatório e como medida de combate à violência, a liberação de R$ 1 bilhão para estados e municípios comprarem novas viaturas policiais. "Foi o maior pacote de compras da segurança pública da história", destacou. Jungmann declarou ainda que amanhã haverá outra licitação voltada para a compra de mais coletes à prova de bala.

Além disso, ele disse que outra medida tomada para tentar reduzir os índices de criminalidade é a criação de uma coordenação nacional para combater as facções criminosas, que classificou como o "motor da violência". "Ainda este mês estaremos implantando o Susp, que vai, pela primeira vez, reunir União, Estados, Municípios, polícias, Ministério Público, Judiciário, todos unidos para enfrentar o crime organizado. Essa é a nossa resposta e tenho certeza que vamos avançar na segurança dos brasileiros e na redução da violência", reforçou.

Ao jornal O Estado de S. Paulo, o sociólogo Rodrigo Ghiringhelli de Azevedo, professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), afirmou que os números divulgados hoje demonstram a falência da política nacional de Segurança Pública. "O Brasil hoje vive uma situação gravíssima nessa área, uma situação que se deteriora a cada ano, e essa deterioração em 2017 é bastante acentuada. Isso é fundamental porque fragiliza a nossa democracia."

O professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Rafael Alcadipani cobrou uma "Lava Jato contra o crime organizado". "Por que não há uma força-tarefa contra o PCC? O crime organizado está cada vez mais atuando de forma refinada e o aparato estatal não muda. As brigas entre as facções têm relação direta com o aumento dos homicídios", diz.

Para o diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima, os Estados têm de agir de forma diferente, intensificando a capacidade investigativa das polícias civis para agir com inteligência contra as finanças do crime organizado, por exemplo. "Diante dessa nova dinâmica, o Estado, em diversas esferas, se viu perdido e resolveu responder da forma que se sempre fez, com mais policiamento ostensivo militarizado. Isso está gerando resultados extremamente ruins em termos de cidadania, em gasto público, e não há o efeito esperado na redução da violência."

O ministro da Segurança Pública brasileiro, Raul Jungmann, afirmou nesta terça-feira (7) que as dificuldades para o esclarecimento das mortes da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes ocorrem por conta do envolvimento de agentes do estado e políticos no crime. A declaração foi dada à emissora de TV "Globo News".

"Eu não posso trazer todas [as informações que tem] aqui porque senão eu criaria problemas para a própria investigação", declarou. "Esse assassinato da Marielle envolve agentes do estado. Envolve, inclusive, setores ligados seja a órgãos de setores do estado, seja a órgãos de repressão política" acrescentou. Jungmann disse acreditar que as investigações sejam concluídas até o final do ano. "A complexidade deriva do profissionalismo com que [os assassinatos] foram feitos e com o fato de que eles têm uma rede de intersecção, que eu poderia chamar daqueles que têm interesse de que eles [os crimes] acontecessem e que, aparentemente, você tem que chegar e comprovar isso", disse o ministro.

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Marielle e Anderson foram assassinados no dia 12 de março no bairro do Estácio, na região central do Rio de Janeiro. Em julho, um suspeito pelo crime, Orlando Oliveira de Araújo, conhecido com Orlando Curicica, foi preso por outro homicídio e cumpre pena em Mossoró, no Rio Grande do Norte. Ele ainda não foi formalmente indiciado pela morte de Marielle e Anderson.

Da Ansa

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, criticou nesta quarta-feira, 25, o debate sobre o rearmamento no Brasil e as propostas que atualmente estão em andamento no Congresso Nacional sobre o tema. Segundo Jungmann, que se disse um defensor do estatuto do desarmamento desde que foi aprovado, esse debate tem sido influenciado por lobbies como o dos vendedores de armas.

"Não acredito que a autotutela seja solução dos problemas da segurança pública. Sim, é possível fazer ajustes no estatuto, inclusive na questão rural. Agora, o que tramita no Congresso é como rasgar o estatuto", criticou o ministro, que participa do Fórum Estadão sobre governança e segurança pública, na capital paulista.

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"O que precisamos é de esforço para melhorar nossa segurança pública", lembrou Jungmann, que foi contestado por parte da plateia presente no evento.

Para o diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima, a questão do rearmamento como vem sendo colocada no debate público é "uma falácia". "A posse de arma já é direito do cidadão, a legislação exige, mas coloca um controle. Aqui no Brasil se fez debate do bem contra o mal, a arma assumiu uma centralidade como se cidadão precisasse se proteger, o que tira responsabilidade das instituições", criticou. "A questão é como fazer o sistema mais eficiente."

Ex-secretário nacional de Segurança Pública, José Vicente da Silva Filho concordou com os demais convidados e citou uma estatística mostrando que, entre os casos de latrocínio, é maior a proporção de mortes entre os que portavam uma arma e tentaram reagir. "O ladrão pensa que é policial e atira", disse.

Intervenção

Questionado sobre o andamento da intervenção do Rio de Janeiro, Jungmann disse que vê a situação como um "copo meio cheio, meio vazio". O lado vazio, explicou, são situações ainda cotidianas, como o controle de determinadas áreas por facções e milícias ou as mortes por bala perdida.

A parte cheia seriam indicadores que mostram que a organização das forças de segurança e o controle dos presídios melhorou. "Exemplos de sucesso como o de Medelín, na Colômbia, levaram nove anos para surtir efeito. Então não vai mudar do dia para a noite, mas ficará um legado e vamos entregar, no final deste ano, um Rio melhor em termos de segurança pública, avaliou o ministro."

O PT pretende iniciar uma ofensiva jurídica contra o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, por supostamente ter interferido na Polícia Federal para evitar o cumprimento do habeas corpus concedido ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo desembargador plantonista do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4) Rogério Favreto - decisão posteriormente revogada pelo presidente da Corte, Carlos Eduardo Thompson Flores.

O partido vai usar o episódio como símbolo do que os petistas classificam de "perseguição do Judiciário e do juiz federal Sérgio Moro" contra o petista. A área jurídica, no entanto, ainda estuda qual o melhor caminho para acionar Jungmann.

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A Coluna do Estadão revelou na segunda-feira, 9, que o ministro, ao qual a PF é subordinada, disse à deputada Maria do Rosário (PT-RS) que o presidente do TRF-4 pediu à corporação que aguardasse o despacho final do próprio Thompson Flores. Por esse motivo os agentes da PF que estavam de plantão não soltaram Lula quando Favreto deu a decisão, pela manhã.

"Se o Jungmann participou diretamente desse esquema, será responsabilizado", afirmou o líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS), um dos autores do habeas corpus.

Jungmann negou que isso tenha acontecido. Questionado na segunda se poderia haver algum tipo de responsabilização da PF por causa da demora em soltar o ex-presidente, disse que a PF "cumpriu estritamente a lei, num momento muito difícil, de conflito de competências, no Judiciário." Procurado nesta terça-feira, 10, ele não se manifestou.

Deputados e senadores petistas se alternaram nesta terça falando sobre o assunto nas tribunas do Congresso e cogitam se mobilizar para convocar ou convidar Jungmann para dar explicações na Câmara ou Senado. O partido também organiza atos de rua - o primeiro está marcado para o dia 18, em Curitiba. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Titular do Ministério da Segurança Pública, ao qual a Polícia Federal está vinculada, o ministro Raul Jungmann afirmou nesta segunda-feira, 11, que vazamentos de dados sobre o inquérito que investiga o presidente Michel Temer representam um assassinato moral e político do emedebista. Mais cedo, em discurso durante cerimônia no Palácio do Planalto, ele afirmou que Temer era vítima de injustiças.

"O presidente tem tido um comportamento impecável e respeitoso a todas as regras a que se vê submetido nos processos que enfrenta. A injustiça vem dos vazamentos diários, e não tem contraparte em termo de detalhes. Vazamentos representam um assassinato civil e político do presidente. Representa uma injustiça e um assassinato moral, civil do presidente e de que qualquer um de nós", disse o ministro.

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Jungmann ponderou que não se refere à PF, mas a todas as instituições que devem manter os dados sobre sigilo. Ele disse que não só Temer, mas também outros políticos são alvos de "campanha diária" por meio do vazamento de dados sigilosos de investigações. "Não estou fazendo qualquer reparo ao devido processo legal", afirmou. "É algo que agride a consciência de Justiça. Se, ao final, alguém é absolvido, quem vai ressarcir por tudo o que foi passado? Se for culpado, o processo já é a pena."

O ministro disse não acompanhar passo a passo apurações que ele mesmo determinou à PF por causa de dados do inquérito dos portos, que tem Temer como um dos alvos, os quais vieram a conhecimento público por meio de reportagens.

Sobre a impopularidade de Temer, que chegou a 82% conforme a última pesquisa Datafolha, Jungmann afirmou que a popularidade "vem e vai" e que o governo do emedebista "enfrentou muita dificuldade" e "tomou medidas que contrariaram o interesse de corporações".

O Ministro da Segurança Pública do Brasil, Raul Jungmann, afirmou, em entrevista coletiva realizada na noite deste sábado (26), que a Polícia Federal já abriu 37 inquéritos para investigar a participação de empresários do setor de transportes na greve dos caminhoneiros. De acordo com Jungmann, existe um “movimento criminoso por parte dos donos que grandes empresas”, que estariam obrigando seus motoristas a permanecer de braços cruzados nas rodovias do país. 

“Prisões terão que ocorrer”, enfatizou Jungmann, segundo o qual a PF emitiu 400 autos de infração, com multas que somam R$ 2,03 milhões. O Ministro comunicou ainda que, em seis ocasiões, já foi necessário utilizar o choque da Polícia Rodoviária Federal para desobstruir as vias ocupadas, mas que as ações não fizeram vítimas.

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Também presente na coletiva, o Ministro-chefe do gabinete de Segurança Institucional da Presidência, Sérgio Etchegoyen, declarou que ainda não há perspectiva de regularização da situação das estradas. “É muito difícil prever a data, esperamos que a gente consiga normalizar as estradas e que os caminhoneiros possam voltar a trabalhar o mais breve possível. Temos visto que a normalização do trânsito nas estradas começa a caminhar”, concluiu. 

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, tem se mostrado bastante preocupado com o atual sistema penitenciário brasileiro chegando a afirmar que o tema tem lhe tirado o sono. Jungmann falou que a quantidade de prisões vem crescendo uma média de 7% ao ano e divulgou um dado alarmante: no final de 2019, o Brasil pode chegar a ter um milhão de presidiários. Hoje, o país possui mais de 700 mil detentos. 

“O sistema penitenciário brasileiro vem crescendo uma média de 7% ao ano, temos a terceira maior população carcerária do mundo só perdendo para os Estados Unidos e para a China. No final de 2019 teremos, possivelmente, um milhão de apenados”, divulgou durante coletiva de imprensa no Recife, que aconteceu na última sexta-feira (18). 

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O pernambucano também não se mostrou nada otimista quanto à situação dos jovens que se encontram dentro da prisão. “Não se esqueça: aquele jovem que é colocado dentro do sistema penitenciário, ele tem duas alternativas para sobreviver, tem que fazer o juramento, depois que ele faz o juramento, ele tem duas alternativas muito duras: ou ele corre o risco de morrer lá dentro ou corre o risco de morrer lá fora”, expôs.

Apesar dos dados nada animadores, Raul Jungmann disse que a aprovação do Sistema Único de segurança Pública (Susp) dará “um novo rumo” ao país no quesito da segurança. “Vamos passar a ter exatamente um sistema unificado como você tem na saúde integrando União, Estado e Município, então a segurança pública ela agora começa a ter rumo. Nós começamos a construir exatamente um sistema de segurança pública, uma política nacional”. 

“Não confundam com plano nacional de segurança pública porque o plano é um objeto que diz respeito a um ministério, não é uma política nacional que envolva todos os estados, que envolva os municípios. É isso que começa a fazer a diferença, isso é importantíssimo”, explanou. 

Durante a passagem na capital pernambucana, ele ainda salientou que as organizações criminosas surgem na prisão. “Todas as grandes organizações criminosas no Brasil surgiram dentro do sistema penitenciário brasileiro. O PCC surgiu lá dentro, o Comando Vermelho, o Terceiro Comando da Capital, todos, e eles continuam lá de dentro dando as ordens para quem está do lado de fora”, ressaltou.

Raul também deu o que falar ao defender o presidente Michel Temer (MDB). Na sua avaliação, o governo Temer foi bom e será reconhecido como um governo que tirou o país da crise. “É um governo que aprovou leis muito importantes como a Lei do Teto e como a do Ensino Médio, que aliás foi tocada por um ilustre pernambucano, o ex-ministro Mendonça Filho”, chegou a opinar. 

 

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