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Em meio a pandemia do coronavírus, plataformas de estudo on-line disponibilizaram cursos gratuitos durante o período de quarentena. São oportunidades de qualificação para as áreas de tecnologia, saúde, finanças, sexualidade, gestão de tempo, dentre outras. Para ajudar quem busca se especializar, o LeiaJá fez mais uma lista com capacitações oferecidas por três empresas.

Os interessados podem conferir os cursos pelas plataformas Veduca, Alison e Brasil Bolsa Balcão. Confira, abaixo, como acessar os cursos:

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Veduca

São oferecidos cursos sobre sexualidade, gestão de tempo, medicinas alternativas e coronavírus, com carga horário que varia de 3 a 35 horas. Além das aulas, interessados no curso terão atividades sobre a qualificação, com a finalidade de testar os conhecimentos. Apenas algumas especializações possuem certificados gratuitos. Não há prazo para as candidaturas no curso e as inscrições podem ser feitas através da internet.

Alison

Nesta plataforma, são disponibilizados cursos de tecnologia da informação, negócios, idioma, saúde, marketing, ciências humanas, ciência, estilo e matemática, com carga horária que varia de 10 a 20 horas, com certificação também gratuita. Interessados podem realizar as inscrições através do site da empresa e não há prazo para encerramento das candidaturas. 

Brasil Bolsa Balcão

A empresa oferece cursos sobre educação financeira e investimentos, destinado aqueles que desejam conhecer sobre mercado de finanças e atualizações da área. Interessados podem realizar as aulas acessando a plataforma [B]³ Educação, com inscrições através do mesmo endereço eletrônico. As especializações não dispõem de certificados, ofercendo apenas e-book para os aprendizados. Não há prazo para candidaturas. 

LeiaJá também

--> Concurso em PE segue com inscrições abertas

A população LGBT que vive em vulnerabilidade no Recife está recebendo cestas básicas desde abril. Até junho, a Prefeitura do Recife espera entregar 450 cestas. 

 Os alimentos estão sendo oferecidos a pessoas atendidas pelo Centro de Referência em Cidadania LGBT do Recife que, diante da pandemia da Covid-19, estão vivendo em situação de vulnerabilidade. O objetivo da iniciativa é garantir assistência social básica para a população LGBT que, em sua maioria, não preenche requisitos para fazer parte do Bolsa Família ou de outros programas sociais.

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O Centro LGBT oferece orientações sobre direitos humanos e presta atendimento especializado a vítimas de discriminação e violência homofóbica. Atualmente, o local funciona das 9h às 15h às segundas, quartas e sextas-feiras. 

A unidade tem cerca de dois mil usuários cadastrados e já realizou mais de oito mil atendimentos. O centro está localizado na Rua dos Médicis, nº 86, no bairro da Boa Vista, Recife. O telefone de contato é o 3231-1553.

A influenciadora digital Nathy Colcci usou sua conta no Instagram para fazer uma denúncia contra uma loja de roupas, por racismo e homofobia. Na publicação, Nathy conta que procurou a loja para uma parceria, mas a recebeu a explicação de que por ser “negra e lésbica” não poderia representar a marca.

 “Quem me conhece sabe que jamais ia deixar barato as coisas que ela falou, só que pegou no oculto e no profundo. Não tive nem palavras, nem pra xingar. Nunca imaginei que isso fosse acontecer comigo, real mesmo. A verdade é que não estamos imunes a nada disso”, desabafou.

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A jovem compartilhou os prints da conversa com a “Perla Modas Infantil”. Em uma das imagens o perfil da loja fala: “Não achei seu perfil agradável. E também você é negra e lésbica. Não passa uma boa imagem para os meus seguidores”.

Na rede social, muitas pessoas se manifestaram em repúdio a situação. Muitos escreveram mensagens de apoio. A loja não se pronunciou e desativou o perfil da rede social após a repercussão.

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O Supremo Tribunal Federal derrubou a restrição de doação de sangues de homosexuais e considerando a ação discriminatória. A decisão desta sexta-feira (8) teve sete votos a favor e quatro contrários. 

A ação foi movida pelo PSB em 2016 e inicialmente julgada em 2017. Durante esse período houve ações e pedidos da Advocacia Geral da União para que o tema não fosse debatido. Mas o fator preponderante para acelerarem a decisão foi a falta de estoque dos hemocentros no país por conta do isolamento social ocasionado pela pandemia do Covid-19. 

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Quem celebrou a decisão nas redes sociais foi o deputado federal pelo PSOL David Miranda que é um defensor das causas LGBT: "VITÓRIA! Por 7 votos a 4 o STF acaba de determinar o fim do impedimento a homens com relações homoafetivas de doarem sangue no Brasil. Nosso mandato solicitou urgência pra essa votação! O ato de salvar vidas não pode se restringir pelo preconceito e ignorância", celebrou.

O deputado ainda citou que a decisão também alcança mulheres trans e travestis que segundo ele "sofria com essa restrição discriminatória". 

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O ministro da Saúde de Israel, Yaakov Litzman, foi diagnosticado com a Covid-19 após declarar que a pandemia era um "castigo" para os homossexuais. O líder também é acusado de violar as recomendações de distanciamento social da sua própria pasta para participar de cultos. Sua esposa também foi testada positivo.

Litzman também é o principal representante do partido ultra-ortodoxo do Judaísmo da Torá Unida. Três dias após a proibição dos serviços internos, testemunhas relataram que o viram realizando orações na casa de outro membro, de acordo com o The Times of Israel.

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No entanto, assessoria nega que ele tenha quebrado as próprias determinações de distanciamento social. Após confirmada a infecção, o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, e parte do governo israelense precisaram entrar em quarentena por 15 dias.

Durante um discurso em março, o ministro declarou que o novo coronavírus "é um castigo divino contra a homossexualidade". Em 2016, ele já havia reforçado seu conservadorismo ao votar contra demandas de inclusão à população LGBT, entre elas: o casamento e uniões civis, adoção de crianças ou recebimento de benefícios após a morte do companheiro.

Com olhar atento e empoderamento de seus direitos, Luana Maria da Luz Barbosa, 19, que é mulher trans, transcende o ‘cistema’ rumo a uma trajetória que usa a educação para alçar voos altos e ocupar espaços estratégicos na sociedade. Neste domingo (8), comemoramos o Dia Internacional da Mulher. A data tem a ver com a conquista de direitos das mulheres, sejam cis [pessoas que se identificam com o sexo biológico] ou trans [pessoas que têm identidade de gênero oposta a biológica]. 

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Driblando as estatísticas

Em 2019, no Brasil, foi registrado um aumento da violência direta no cotidiano das pessoas transsexuais e travestis, chegando a 11 vítimas agredidas por dia no país. As informações são de acordo com o Dossiê Assassinatos e Violência contra Travestis e Transexuais Brasileiras, realizado pela Associação Nacional de Travesti e Transexuais.  

Esse dado reflete nas oportunidades e caminhos percorridos por pessoas transsexuais e travestis, sobretudo para mulheres pertencentes a esse grupo. A trajetória de Luana, que começa em sua casa, bem antes do ingresso no Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), Campus Recife, localizado no bairro da Cidade Universitária, traz como contraponto as dificuldades superadas através da educação, tendo como motores o amor da família e a persistência nos objetivos traçados.

Diferente de algumas histórias, Luana tem o apoio da família desde do início do processo de afirmação da identidade como mulher trans. A mãe da estudante, Maria José Vieira, nos conta que a compreensão e apoio da família são as principais fórmulas para lidar com a situação e fala com orgulho sobre as conquistas da filha.

“Aos 17 anos eu decidi ser mãe, era meu sonho, deixei de estudar e ir à faculdade para cuidar dos meus filhos. Não foi fácil entender que meu filho se via como uma mulher. Mas respeito a identificação e do mesmo jeito que lutei por ela antes eu continuo a lutar. Incentivando para que ela estude e isso me enche de felicidade por ela batalhar por uma vida melhor”, comemorou. Em casa, esse sentimento é coletivo, pois o pai de Luana compartilha do mesmo pensamento e se orgulha da filha que tem. 

Desafios no espaço acadêmico

Para as mulheres trans, a valorização da sua identidade de gênero é uma das garantias de direitos dentro da sociedade. Desde 2016, o executivo federal vem editando normas nesse sentido, a partir do decreto Nº 8.727. Em 2019, ficou assegurado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) o regulamento sobre o uso do nome social de pessoas trans e travestis e o reconhecimento da identidade de gênero nos serviços e órgãos do judiciário brasileiro. A medida é válida para todo território do país, nas instâncias municipal, estadual ou nacional. 

Nos último três anos, durante o processo de retificação dos documentos, Luana enfrentou algumas dificuldades que marcam a jornada de superações e empoderamento dos direitos previsto por lei. Uma desses desafios se deu no ambiente acadêmico, local onde ela presenciou momentos de transfobia. A jovem relata que foram situações em que se sentiu desrespeitada, mas se manteu empoderada no ambiente acadêmico.

Após aprovação na instituição de ensino, a estudante teve contratempos em sua matrícula, devido às documentações que já tinham sido retificadas. O obstáculo foi superado através de medidas administrativas que ajudaram a estudante a acessar o espaço de ensino, com as devidas retificações do nome social em sua matrícula, em uma semana. “A não captação [do nome retificado em documento] me fez passar por transfobia no ato da matrícula, funcionários alegando que eu era uma pessoa falsa, pois o nome que passei foi o nome antigo. E eu levei os meus documentos todos atualizados”, desabafou. 

Em atitude aos acontecimentos, o IFPE, que desde 2015 promove ações dentro da unidade para conscientizar todo o campus sobre o respeito à diversidade, passou a reforçar as campanhas realizadas. Como exemplo, há o artigo 9 da resolução nº 39/2015, que tem como ação afirmativa o uso do banheiro de acordo com a identidade de gênero. Os conflitos são tratados através do Conselho Nacional de Combate à Discriminação e Promoção dos Direitos de Lésbicas, Gays, Travestis e Transexuais.

Agora, no segundo período do curso técnico em saneamento ambiental, a estudante demonstra empolgação com os desafios e sente o respeito de todos na instituição, desde os alunos aos professores. “Sou a única na sala e umas das poucas no Campus. A relação com todos meus colegas é única e recebo total carinho e respeito de todos”, comemorou. 

A contribuição para o grupo LGBTQ+

Luana, que nasceu e foi criada no Ibura, bairro da Zona Sul do Recife, participa ativamente de debates e ações afirmativas que assegurem os direitos da população lésbica, gay, bissexual, transsexuais, travesti, queer e soro positivo (LGBTQ+), sobretudo para as mulheres trans que vivem em situação de marginalização por parte da sociedade civil. “Eu participo do coletivo Favela LGBTQ+, que é um coletivo da favela do Ibura, favela de onde eu vim e tenho orgulho”, enfantizou.

"A gente [coletivo] foca, principalmente, em trazer as temáticas da população trans e travestis. Que é a temática que está bem abaixo do ‘tapete’. A gente [coletivo] procura sempre trabalhar com arte, porque arte é onde a gente [pessoas trans e travestis] mais se encontra. Porque nosso corpo é uma arte viva”, destacou Luana.

Para além das contribuições ao grupo LGBTQ+ em movimento sociais, a estudante reserva tempo para outras atividades como integrante do Núcleo de Gênero e Sexualidade, no IFPE. Sem contar que, para ajudar outras pessoas a entenderem a importância de corpos trans ocuparem os espaços acadêmicos, a discente ainda criou um canal do YouTube, para falar sobre a formação técnica que está cursando e como essa formação pode influenciar o mundo atual. 

Pelo direito de um futuro melhor

O afastamento das mulheres trans e travestis de espaços acadêmicos e de oportunidades de emprego é motivado pelo preconceito direcionado ao grupo. A situação fica ainda mais complicada quando elas não têm apoio da família. E por muitas vezes o caminho “predestinado” é a prostituição.  

Como forma de incentivar outras mulheres, a estudante de saneamento ambiental decidiu reunir os conhecimentos adquiridos em sala de aula e compartilhar através da internet. Em seu canal de YouTube, Luana explica a importância do curso técnico e as áreas de atuação, usando esse meio de comunicação como uma ferramenta de aproximação com outras mulheres trans. Ela se intitula como uma porta dentro do campus, para que sua amigas possam acreditar em um futuro diferente, saindo da posição de marginalização, trilhando uma história de ascensão social e respeito à existência.

 "A maior conquista é eu estar aqui dentro [na instituição de ensino], porque a gente sabe que e a maioria das mulheres trans e travestis está na prostituição”, comenta.  

Não há dados oficiais para mensurar a quantidade de mulheres trans que estão, ou não, em espaços acadêmicos, mas o esvaziamento é um ponto abordado com frequência quando tratamos do assunto. Mesmo com essas dificuldade, Luana não desiste e sonha com sua graduação no curso de farmácia. “Eu pretendo fazer o curso superior, farmácia, e pretendo trabalhar nessa área de meio ambiente mesmo", reforçou.

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Pela primeira vez, o Presídio de Igarassu (PIG), que dispõe de um pavilhão exclusivo para LGBTs, promoverá o Concurso Miss Trans. A ação também será pioneira no Nordeste e acontece nesta terça-feira (18), no Espaço Ecumênico da unidade. Segundo a Secretaria de Ressocialização (SERES), o objetivo do concurso é valorizar a autoestima das reeducandas e promover uma maior interação entre transexuais e travestis que cumprem pena na unidade prisional.

Serão 13 detentas participando do concurso que contará com dois momentos, com traje esporte fino e de gala. As candidatas também farão apresentações de sua preferência podendo optar por música, dança, poesia e arte. O primeiro e segundo lugar receberão prêmios como kits de beleza e secadores. O júri terá a presença da Miss Musa Pernambuco, Bruna Mikaelly Barbosa. A ação conta com o apoio da artista plástica Mônica Maria de França.   

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“Este evento não é apenas uma disputa, mas uma forma de levar à sociedade a valorização dessas reeducandas quebrando preconceitos e promovendo a visibilidade”, ressalta a coordenadora de Ação Social do PIG, Maria das Graças.

*Com informações da assessoria

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, pronunciou-se sobre o relatório inédito do Governo Federal que aponta vulnerabilidade de grupos LGBT no sistema prisional brasileiro. O ministro defendeu em seu Twitter a urgente reforma do sistema prisional, pois "é dramática a situação dos grupos LGBT nas penitenciárias brasileiras".

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De acordo com a pesquisa chamada "LGBT nas prisões do Brasil: Diagnóstico dos procedimentos institucionais e experiências de encarceramento", publicada nesta quinta-feira (6) pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, travestis, transexuais sofrem diversos tipos de violência devido às suas condições de gênero.

O documento ainda revelou que é uma prática comum nos presídios masculinos que as travestis e mulheres trans são obrigadas pelos outros presos a se vestirem e se comportar que nem homens. Inclusive, elas não têm o nome social respeitado dentro das penitenciárias.

Um colégio particular na cidade de João Pessoa foi acusado de homofobia ao retirar a bolsa de estudos de dois alunos da instituição. Os estudantes eram atletas e representavam o Colégio e Curso Interactivo em campeonatos nacionais e internacionais, além de tirarem boas notas, segundo eles.

A denúncia partiu de uma sequência de tweets na rede social Twitter, postado na última segunda-feira (27), explicando como se deu o caso. Os adolescentes afirmaram que foram humilhados pela coordenação do colégio por está usando maquiagem. Ainda em rede social, o estudante divulgou que o irmão também teve a bolsa cancelada por namora uma pessoa do mesmo sexo.

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Nas redes sociai os estudantes cobram uma postura de reintegração dos alunos, uma vez que a acusação se estende a outras posturas de retaliação a comportamentos consoderados "inadequados". De acordo com publicado duas alunas teriam sido advertidas por estarem com muita “proximidade” e um casal homossexual por estarem de mãos dadas dentro da escola.

Os comentários na rede social Instagram foram suspensos. Tentamos entrar em contato com a escola e até o fechamento dessa matéria a mesma não realizou declarações.

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O Pará é um diversificado culturalmente. Além de Belém ser considerada a cidade internacional da gastronomia, a música paraense também faz sucesso no mundo inteiro, principalmente Dona Onete e Pinduca. Porém, os artistas LGBT locais continuam sendo deixados de lado. 

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Antônio de Oliveira, 26 anos, se assumiu gay aos 21 e foi entendendo a opressão que sofria da família e da sociedade. Começou a carreira como músico há cinco anos, quando viu que, em Belém, não tinha nenhum artista da idade dele que fosse assumidamente gay. Atualmente, ele está num grupo com vários cantores e artistas LGBT da cidade. Para o cantor, a realidade está mudando. Pouco, mas está. 

"Nesse tempo de armário, que foi muito difícil, a minha felicidade e salvação era a música. A música estava sempre comigo e na minha família. No videoclipe da minha primeira canção, eu já apareço beijando um cara. Não quis esconder nada", afirmou. O lema do cantor é: eu vou ser o que sou, não importa o que aconteça. 

O artista, quando entrou no mundo da música, queria representatividade. Sentia que nunca tinha escutado uma música que falasse que ser gay era ok. Lutar pela militância gay foi o primeiro objetivo dele como cantor, mas agora Antônio quer muito mais. "Com essa luta, eu ganhei consciência e força. Hoje, meu objetivo principal é ver mais artistas se unindo. Eu quero união, eu quero que a gente possa fazer uma revolução de verdade na vida das pessoas. Que além de fazer música, a gente possa ensinar e auxiliar a sociedade. Quero ver mais artistas tendo essa consciência, esses atos políticos. Vamos defender nossas bandeiras, falar, argumentar, nos shows, nas músicas, sobre as injustiças da sociedade. A gente não pode mais só dar close", incentivou. 

"É importante a gente conversar, usar a música como instrumento de resistência, poder falar sobre lutas, sobre opressão, dar oportunidade para os outros. Eu me sinto muito feliz por poder levantar essa bandeira e outras. Além de ser cantor, sou um ativista político. A gente já deu pequenos passos, mas ainda tem muita coisa a ser feita. Temos que lidar com o preconceito com educação, falando, conversando, tentando entender o outro e fazendo o outro entender a nossa luta para que a pessoa ganhe um pouco de consciência. O preconceito deve ser lidado com afeto, mas, lógico, mantendo a nossa sanidade mental, porque não somos de ferro", explicou Antônio. 

De acordo com Antônio, a sociedade precisa combater o machismo e falar mais sobre isso, entrar nas escolas, entrar nos movimentos sociais e entender que a justiça é para todos. "Temos que trabalhar a militância e lutar por uma democracia realmente justa. A gente vê crianças sem o mínimo de estrutura educacional, estrutura física, saúde, alimentação. Como é que a gente vai querer que essa criança se eduque, sendo que ela não tem um pão, um café da manhã, um almoço? A gente tem que tirar umas mazelas sociais primeiro, eliminar a pobreza extrema, para poder conversar sobre os preconceitos. Precisamos fazer muita coisa ainda, por isso que a gente tem que usar a música como instrumento de resistência. Não dá para estar só nos palcos, a gente tem que estar nas ruas, nas escolas, nas universidades", concluiu o músico.

Sem rótulos

O cantor Flor de Mururé, 19 anos, homem trans não-binário, se assumiu como homem trans após se identificar com alguém falando sobre identidade de gênero. Mas, dentro da escola e observando os colegas, ele não conseguia se ver nem como homem nem como mulher. Isso foi um confronto muito chocante para ele, por não saber o que era aquilo. Até que Flor não se preocupou mais e passou a usar a roupa e o cabelo que quisesse, sem se importar com gêneros, com o que as pessoas iriam falar e se o chamariam no feminino ou no masculino. Ele deixou os rótulos de lado e começou a se identificar como Flor de Mururé, seu nome artístico. 

Com violão e outros instrumentos acessíveis, Flor de Mururé tenta fazer com que pessoas trans se empoderem e se confortem ouvindo as letras escritas por ele. As músicas mostram também um pouco da realidade, da dor e do sofrimento da comunidade trans. "Pessoas trans muitas vezes não têm psicológico para estar em ambientes que são dominados por pessoas cis (cisgênero, o contrário de trans). Eu mesmo não tive. Faço o que amo e não quero deixar isso de lado. Quero dar outras chances e outras referências a pessoas trans, para mostrar que elas têm outras possibilidades para crescer", disse. 

Flor acredita que, na luta contra a intolerância, seja de suma importância uma união entre a comunidade LGBT, porque dentro da própria comunidade também existe preconceito. "Eu vejo muito gay transfóbico, gay machista, trans machista, lésbica transfóbica... É complicado. Isso só vai melhorar quando a gente se unir. As pessoas têm que estudar sobre o que é ser LGBT e estar ciente da luta delas e do meio marginalizado no qual estamos inseridos. Tem que haver essa consciência", esclareceu o cantor. 

Por Ana Luiza Imbelloni.

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"Eu sou pai. Isso diz muito mais sobre mim do que qualquer outra coisa. Se me perguntarem para que eu vim ao mundo, com certeza eu vim ao mundo para ser pai, e isso é o que mais importa", disse, emocionado, Saulo Amorim, 37 anos, presidente da Associação Brasileira de Famílias Homotransafetivas (ABRAFH). Ele está junto com o marido, Renan Sanandres, há 15 anos e casado formalmente há cinco. O casal tem um filho de três anos por adoção, chamado Teodoro, e está na fila aguardando a chegada da segunda filha, que se chamará Leonor. 

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"Eu me lembro desde muito pequeno de desejar ser pai, casar, ter minha casa, criar e cuidar dos meus filhos. Meu marido, quando me conheceu, abraçou essa ideia junto comigo. Não foi fácil, óbvio. Quando nós nos conhecemos, há 15 anos, a perspectiva do casamento e da adoção era bastante remota para os casais LGBTs, mas a gente estava disposto a enfrentar as dificuldades que fossem para conseguir concretizar esses sonhos. Com o passar dos anos, os avanços se deram e nós primeiro fizemos a união estável, quando foi possível. Depois casamos e adotamos logo em seguida", relatou Saulo. 

A Associação Brasileira de Famílias Homotransafetivas (ABRAFH), criada em 2013, conceitua família LGBT como toda aquela que possua ao menos um componente identificado como lésbica, gay, bissexual, travesti, transexual, intersexual, entre outros. Os principais objetivos da associação são proteger e zelar pelos interesses, direitos e bem-estar das famílias LGBT do Brasil, se preocupando com o fortalecimento e empoderamento dos núcleos familiares, por meio da educação, da cultura, do acesso à informação e da inserção social.

Por lei, atualmente, as famílias LGBTs no Brasil podem constituir uma união estável, casar, adotar, registrar filhos no nome de dois pais ou duas mães, recorrer à inseminação artificial, à barriga solidária e podem constituir um lar como toda e qualquer família, porém com as limitações que o preconceito impõe em alguns lugares, observa Saulo. Segundo ele, poucas são as normas e leis protetivas dos interesses das famílias LGBTs. “Não que não haja projetos de lei a favor ou contra, eles existem, mas os contrários avançam e os favoráveis aos interesses das famílias são engavetados, esquecidos e tratados como não interessantes a serem pautados”, afirma. 

"As nossas famílias estão aí, viveram muito tempo nos armários escondidas e relegadas à invisibilidade, porque assim era conveniente àqueles que dispunham do poder. Mas agora as nossas famílias estão nas ruas, nas escolas, nos ambientes de trabalho. Elas podem ser vistas e são vistas. Nossas famílias são comuns, como todas as outras, com os mesmos dilemas, angústias, problemas, medos e frustrações. Quando essas famílias são vistas, elas são colocadas num lugar de proximidade para o resto da sociedade, o que é muito importante. Os LGBTs são pessoas que têm direitos, deveres, que pagam seus impostos, trabalham, que querem casar e ser pais ou mães. São pessoas que tiveram suas dores e buscam suas alegrias. São pessoas reais, como todas as outras", afirmou Saulo.

Para Saulo, família é o principal espaço de crescimento e de garantia de felicidade. “Família não é somente aquela composição dada pelos laços biológicos, é lugar de pertencimento e de identificação. É construção de projetos em comum. Família é o grupo de pessoas que decide criar um projeto de vida e desenvolver entre si laços de afeto, de pertencimento”, entende. Não importa, segundo Saulo, se essas pessoas têm entre si códigos genéticos similares, se tem relações biológicas. “O que importa é que elas se entendam como pertencentes umas às outras”, diz.  

Informação e empatia, de acordo com Saulo, são o segredo para combater a LGBTfobia. "A gente só consegue amar aquilo que a gente conhece, a gente só consegue respeitar aquilo que a gente enxerga, então é preciso que a gente fale sim cada vez mais sobre sexualidade, sobre gênero, sobre orientações sexuais, sobre expressão sexual, sobre binariedade, sobre o impacto do patriarcado, para estimular as pessoas a refletirem sobre a cultura em que estamos imersos, sobre as suas práticas, sobre os seus comportamentos, sobre os seus discursos e pensarem mil vezes antes de agirem de forma desrespeitosa", explicou. 

Casamento comunitário

A história de Quimera Peixoto começou aos 17 anos, quando ela se assumiu lésbica para os pais. Desse dia, lembra de uma frase marcante do pai: “Faz teu mingau, mas bebe”. Na época, não entendeu o que ele quis dizer. Com o decorrer do tempo, a duras penas, Quimera começou a compreender o que significava aquela frase: ela teria que lidar com as adversidades que a comunidade LGBT enfrenta. Quais são? O preconceito e as agressões físicas e psicológicas dentro da sociedade, que ainda é muito conservadora. 

“Minha família é composta por mim e pela minha companheira. Iniciamos nosso namoro em 2016 e nosso casamento foi em dezembro de 2018. Nos casamos num evento muito bonito, o casamento comunitário LGBT organizado por nós, que envolveu cerca de 50 casais”, recordou. A ideia de realizar o casamento coletivo surgiu quando elas viram que um cartório oferecia desconto para uma grande quantidade de casais. Após repassar as informações para um grupo da comunidade, apareceram vários casais interessados em participar. O evento se tornou algo imenso. Quimera e Laura Abreu já viviam juntas e formalizaram a união em 2018.

“Ter organizado e participado do casamento comunitário foi incrível. Foi uma ideia que tomou proporções que nós não esperávamos. A mobilização da sociedade foi o que mais me surpreendeu. No dia do evento, pessoas da nossa cidade chegavam para ajudar, senhorinhas apareciam com pacote de água, refrigerante. Ver essa sensibilidade dos outros fez com que nós parássemos para pensar ‘poxa, está começando a mudar’. Ainda não é o suficiente, mas estamos, pouco a pouco, alcançando o nosso objetivo, que não é ser melhor nem ter mais direitos, é apenas de igualdade, para que as pessoas comecem a ver que nossas famílias existem e merecem respeito”, relatou Quimera. 

A família LGBT, segundo ela, ainda é invisibilizada no sentido de não ser reconhecida, pois o conceito de família ainda é muito heteronormativo. “O significado de família é, sobretudo, afeto e depois todas as consequências que deveriam vir dele: o respeito, a solidariedade e a compreensão – principalmente nas adversidades”, diz Quimera. “A família é a base de toda pessoa. Se o LGBT pertence a uma família que não o trata com amor, ele não tem família. Família respeita, ama e valoriza.”

 Segundo Quimera, o LGBT é uma pessoa como qualquer outra, que precisa de carinho e de amparo. “O Estado ainda desampara e quem sobra é a família. Se a família não aceita, é o LGBT por ele mesmo.”

Para Quimera, opinião é educação. “Eu só vou ter uma opinião que respeite a comunidade se eu for educado para isso. Do ensino básico ao superior o debate sobre o respeito à diversidade deve ser feito. Incluindo a temática no currículo, poderemos caminhar para uma discussão que vise de fato o respeito, e não o ódio. O mundo não vai retroceder. As ideias daqui para frente são de respeito e quem não acompanhar está cada vez mais fora, cada vez mais regredindo a sua própria condição de existência no mundo. É possível acabar com o preconceito, mas só com educação”, concluiu Quimera.

Por Ana Luiza Imbelloni.

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O ano era 1969; 28 de junho. Os LGBTs de Nova Iorque, cansados de serem maltratados frequentemente pela polícia local, se uniram para resistir aos ataques. O conflito resultou na famosa Rebelião de Stonewall, principal símbolo de luta da comunidade, por ter sido a primeira vez que uma grande parte dos LGBTs enfrentou os opressores. O ato deu origem aos movimentos de celebração do orgulho LGBT e da batalha pelo respeito e dignidade.

A Parada LGBTI de Belém, que há 18 anos celebra o orgulho da comunidade e fortalece a luta na busca por direitos, teve como tema, em 2019, empregabilidade. O evento é organizado anualmente pelo Grupo Homossexual do Pará (GHP) e faz parte da cultura da comunidade.

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Segundo pesquisa recente feita pelo grupo Santo Caos, 41% dos LGBTs brasileiros afirmam que já sofreram discriminação por sua orientação sexual ou identidade de gênero no ambiente de trabalho; 33% das empresas brasileiras não contratariam pessoas LGBTs para cargos de chefia; 61% dos funcionários LGBTs no Brasil escondem a sexualidade para os colegas de trabalho; e 90% de trans (transexuais ou transgêneros) e travestis se prostituem por não conseguirem emprego.

“O tema da parada de 2019 é pertinente porque a nossa população é precária de serviço formal. Muitos de nós estamos no mercado informal, como na prostituição ou no empreendedorismo individual. Nós queremos a garantia dos nossos direitos e a inserção da comunidade no mercado de trabalho para termos acesso ao benefício em toda a sua legalidade”, informou Danilo Barbosa, um dos organizadores.

Eduardo Benigno, também da organização, explicou que a parada impulsiona as principais políticas públicas de proteção e promoção da comunidade, pois foi dessa forma que os LGBTs conquistaram seus direitos nas esferas estadual e nacional. “Esta é a primeira parada com o reconhecimento da LGBTfobia pelo Supremo Tribunal Federal (STF), então para nós tem um significado muito maior estar aqui hoje”, comemorou.

Para Isabella Santorinne, militante trans, a discriminação nas empresas em relação à empregabilidade é muito grande, principalmente para as pessoas trans. “Eu consegui adentrar o mercado formal, mas depois de dez anos tentando. É importante mostrar para as empresas que nós também somos qualificados para exercer qualquer função que seja atribuída a nós”, afirmou.

“A parada é uma manifestação política que representa a nossa resistência diária. É o momento em que a gente consegue reunir várias pessoas LGBTs que geralmente não estão em outros espaços. Se fazer presente aqui hoje é dizer que a gente não vai ter medo de ser quem a gente é, que a gente não vai ter medo de amar quem a gente ama e que nós vamos continuar sendo resistência como sempre fomos”, assegurou Rafael Carmo, trans.

Apesar do clima de comemoração, a escolha do padrinho da parada, vereador Mauro Freitas, do Partido Social Democrata Cristão (PSDC), deixou muitos membros da comunidade LGBT indignados. Um deles foi o estudante de jornalismo Marcos Melo, que gravou o vídeo “Cinco motivos para Mauro Freitas não ser padrinho da Parada LGBTI de Belém”, explicando que as atitudes do político são conservadoras, preconceituosas e não condizem com o que se espera de alguém que apoia a luta dos LGBTIs. “Se a gente traz esse discurso para dentro do nosso movimento, a gente acaba colocando uma bomba-relógio dentro de nós mesmos, e isso a gente não pode aceitar”, orientou o ativista.

Por Ana Luiza Imbelloni.

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“Se as pessoas soubessem o que a gente passa todo dia, quando saímos de casa sem saber se vamos voltar, pois a qualquer momento corremos risco de encontrar um LGBTfóbico que tire nossa vida por conta do que somos, talvez elas se tornem mais empáticas.” O depoimento de Gleyson Oliveira, presidente da ONG Olivia (Organização da Livre Identidade e Orientação Sexual do Pará), traduz uma realidade: o Brasil é o país que mais mata LGBTs.

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Segundo dados do Grupo Gay da Bahia (GGB), a cada 20 horas uma pessoa morre vítima da LGBTfobia. Em 2018, foram registradas 420 mortes, sendo 320 homicídios e 100 suicídios. São números um pouco menores se comparados aos de 2017, quando 445 mortes foram catalogadas, número recorde nos 39 anos de trabalho do GGB. 

“A LGBTfobia será combatida quando a sociedade perceber que nós somos apenas humanos que querem amar. É bem melhor amar do que matar e odiar, que é exatamente o que fazem com a gente. O nosso recado é: parem de nos matar. A gente precisa viver, a gente quer viver e por isso nós estamos aí para lutar”, afirma Gleyson. 

Letiery Cheval, do Comitê Estadual de Segurança Pública e Combate a LGBTfobia, informou que este ano, no Pará, o número de mortes LGBTs está em 28 pessoas. Porém, existe a possibilidade de o número ser maior, pois o acesso aos outros municípios é ruim e fica difícil conseguir informações. “A maioria dos assassinatos dos homossexuais é dentro de casa, e dos trans e travestis é nas ruas”, informa Cheval. 

“A comunidade LGBT, atualmente, vem se organizando e se fortalecendo. Aqui no Pará existem diversas instituições já constituídas que lutam pelos direitos da população LGBT em todo o território do Estado. São espaços que foram criados para discutir a questão de políticas públicas. A gente vê um grande avanço da própria população se inserindo e procurando discutir as problemáticas existentes sobre esse tema. No entanto, a desunião da comunidade continua sendo uma grande dificuldade”, comenta Eduarda Lacerda, representante do Grupo de Homossexuais do Pará (GHP). 

De acordo com Eduarda, a comunidade avançou bastante em relação aos direitos, como a adoção de crianças por casais LGBTs, o casamento de pessoas do mesmo sexo e agora a criminalização da LGBTfobia dentro da lei do racismo, mas não é apenas isso que os LGBTs precisam. “A garantia da inclusão dessas pessoas nas escolas e nas universidades, o acesso integral dos LGBTs no Sistema Único de Saúde (SUS) e, principalmente, a valorização da vida enquanto pessoa LGBT também são direitos essenciais”, defende. 

A ONG Olivia foi criada em 2014 com a intenção de acolher e cuidar dos LGBTs psicologicamente afetados e em processo de aceitação da sua orientação sexual e identidade de gênero. “Nós atendemos pessoas que procuram atendimento psicológico porque sabemos que a comunidade é agredida verbalmente e fisicamente o tempo inteiro, além do alto índice de suicídio entre os LGBTs. Eles precisam de uma fortaleza e de um cuidado maior. A gente sabe também que o atendimento psicológico não é acessível para todos”, explicou Gleyson Oliveira. A ONG tem cinco psicólogos e todos são LGBTs que fazem o trabalho de forma voluntária. Para agendar a sua consulta, basta ligar para a sede: 3201-7285.

Conquistas e preconceito

“É muito complexo falar sobre a situação atual da comunidade LGBT no Brasil, porque a gente já tem muitas vitórias, mas o preconceito ainda é grande, causado também por essas nossas vitórias. Em 2019 a gente conseguiu criminalizar a LGBTfobia e mostrar que esse crime não deve ser aceito, mas a gente ainda enfrenta muitos discursos de ódio e ainda encontra casos de LGBTfobia em lugares onde isso não deveria acontecer, como por exemplo nas escolas”, alegou Marcos Melo, integrante da ONG Olivia.

Segundo Marcos, a comunidade já obteve muitas conquistas por meio de ações e luta. Uma parte da sociedade conservadora, no entanto, afirma, resiste. “Isso acaba se tornando uma eterna guerra, principalmente com o cenário atual de um governo que nos ataca diretamente, corta os nossos direitos e põe as nossas vidas em risco. O governo atual legitima a violência contra a população LGBT, normalizando e banalizando os ataques. De um lado a gente enxerga os nossos avanços e conquistas, mas do outro a gente fica muito preocupado com um governo que traz de volta diversos retrocessos”, destaca.

Marcos afirma que a próxima e maior conquista da população LGBT é a educação inclusiva e respeitosa que discute identidade de gênero e orientação sexual com jovens e adolescentes, pois isso vai evitar que as pessoas cresçam frustradas e violentas. Em vez de prender quem cometeu um crime, observa, é importante educar aquela pessoa para que ela não cometa esse crime.

“Sempre que eu vejo um ato de LGBTfobia, tento entender o que leva uma pessoa a fazer isso e eu vejo uma vida cheia de traumas, uma vida sem muita informação, uma criação que talvez não tenha feito com que aquela pessoa refletisse. Eu espero que essas pessoas parem de enxergar o mundo a partir do olhar delas apenas. Elas precisam enxergar o mundo com um olhar diverso. Nós não pensamos igual, nós não agimos igual e nós nem queremos agir assim”, disse Marcos.

Algumas ideias de ações para o governo, propostas por Luiz Mott, fundador do GGB, para diminuir as estatísticas de violência e discriminação contra LGBTs, são: educação sexual e de gênero para ensinar a população sobre direitos humanos e cidadania dos LGBTs; aprovação de leis afirmativas que garantem a cidadania plena da população LGBT; políticas públicas na área de saúde, direitos humanos e educação que proporcionem igualdade cidadã à comunidade; e exigir que a polícia e a justiça investiguem e punam com toda severidade os crimes LGBTfóbicos. Dois mecanismos de denúncia contra a LGBTfobia são o 181, estadual, e o 100, nacional.

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Nesta terça (21), sem maiores detalhes, Carlos Bolsonaro postou nos stories do seu Instagram, uma foto de Thammy Miranda antes da mudança de gênero. O post causou a reação de Gretchen, mãe do empresário, que ironizou o vereador: "Tá doido pra (sic) entrar na nossa família".

A cantora soltou o verbo no twitter. "É incrível Carlos Bolsonaro como vc (sic) é apaixonado pelo meu filho. Tá doido pra entrar na família. Mas meus filhos homens estão todos casados. Só lamento", disparou.

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Logo depois, Gretchen desafiou o filho do presidente. "E agora Carlos Bolsonaro vamos de tete a tete? To no Brasil baby. Agora é comigo mesmo", provocou.

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Entidades do movimento LGBT entraram, na última quinta-feira (21), com uma Ação Civil Pública na Justiça contra o prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB). A ação tem como objetivo reparar danos morais coletivos ocorridos após o prefeito ter ordenado o recolhimento de uma HQ com a imagem de dois homens se beijando na 19ª Bienal do Livro, na capital fluminense. 

A ação pede uma indenização de R$ 1 milhão em razão do "notório alcance nacional de sua censura administrativa". O prefeito Crivella deverá desembolsar o valor caso a Justiça conceda o pedido de forma integral. Assinam a ação as entidades Antra (das travestis e transexuais), ABGLT (de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e intersexos) e GADVS (Grupo de Advogados pela Diversidade Sexual e de Gênero). 

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As entidades pedem que Crivella invista o valor pedido na criação de um fundo para implementar políticas públicas de combate à LGBTfobia, além disso, os solicitantes exigem uma retratação pública do prefeito à comunidade num grande veículo de comunicação. 

Começa nesta quarta-feira (20), a sétima edição do Recifest - Festival de Cinema de Diversidade Sexual. Até a próxima sexta (22), 22 curtas brasileiros serão exibidos, em mostra competitiva do evento, no Cinema São Luiz. A entrada é gratuita.

Em um momento de muita dificuldade para realizadores e produtores do audiovisual no Brasil, o Recifest promove sua sétima edição com poucos recursos. Sem o edital do Funcultura, ainda não lançado este ano, o festival contou apenas com um aporte da Prefeitura do Recife, oferecido a poucos dias de sua estreia. O valor de R$ 25 mil garantiu a gratuidade da entrada nos três dias de evento, como vinha sendo feito desde sua primeira edição, em 2013. 

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A programação do Recifest começa nesta quarta, às 19h, com o início da mostra competitiva. Este ano, foram inscritas 159 obras de 16 Estados brasileiros, das quais 22 foram selecionadas para participar da competição do festival. Os vencedores serão anunciados na sexta, dia do encerramento, quando também será exibido o longa-metragem Seu amor de volta (mesmo que ele não queira), do diretor Bertrand Lira. 

Programação

20/11 - Quarta-feira

19h - Mostras competitivas de curtas-metragens

Sessão: Inundar o mundo

Mar Fechado - Dir. Aurora Jamelo (PE) - 4'

Pattaki - Dir. Everlane Moraes (SE) - 20'

Preciso dizer que te amo - Dir. Ariel Nobre (SP) - 13'

Colômbia - Dir. Manuela Andrade (PE) - 16'

A felicidade delas - Dir. Carol Rodrigues (SP) - 14'

Sessão: Pense, dance

Banzo - Dir. Rafael Nascimento (PE) - 6'

Juca - Dir. Maurício Chades (DF) - 28'

Ilhas de Calor - Dir. Ulisses Arthur (AL) - 20'

                                 NEGRUM3 - Dir. Diego Paulino (SP) - 20'                                       

21/11 - Quinta-feira

19h - Mostra Competitiva de Curtas-metragens

Sessão: Minha cidade é outra

                    Santos Imigrantes - Dir. Thiago Costa (SP) - 7´                 

Vinde como estás - Dir. Rafael Ribeiro e Galba Gogóia (RJ) - 15'

Piu piu - Dir. Alexandre Figueiroa (PE) - 16'

Minha história é outra - Dir. Mariana Campos (RJ) - 20'

Balizando 2 de julho - Dir. Fabíola Aquino e Márcio Lima (BA) - 25'

Sessão: Gosto de Sangue

             O Verbo Se Fez Carne - Dir. Ziel Karapotó (PE) - 7'            

O Mistério da Carne- Dir. Rafaela Camelo (DF) - 18'

Cinema Contemporâneo - Dir. Felipe André Silva (PE) - 5'

A Carne é Beijo e o Avesso Água - Dir. Clarissa Ribeiro (RJ) - 5'   

Gordox - Dir. Ivson Santo (PE) – 20'

Colidiremos - Dir. George Pedrosa (MA) - 12'

Barriga de imagens - Dir. Maria Bogado (RJ) - 15'

22/11 - Sexta-feira

19h - Curta-Metragem convidado

              Marie - Dir. Leo Tabosa (PE) - 20'             

19h20 - Longa-metragem nacional convidado - Estréia Avant-Premier

Seu amor de volta (mesmo que ele não queira) – Dir. Bertrand Lira  (PB) - 81’

          Debate com representantes do filme - Mediação: André Antônio - 20'             

21h – Premiações

Serviço

7º Recifest

Quarta (20) a Sexta (22) - 19h

Cinema São Luiz (Rua da Aurora, 175 - Boa Vista)

Gratuito

 

Pabllo Vittar tem feito uma carreira de grande sucesso no Brasil e, agora, começa a dar seus primeiros passos - bem sucedidos - fora do país, também. No entanto, a cantora drag queen continua com dificuldades para executar suas músicas nas rádios brasileiras. Segundo um de seus produtores musicais, Rodrigo Gorky, o motivo seria o preconceito.

Em uma conversa no Twitter, Rodrigo revelou que não consegue emplacar os sucessos de Pabllo nas rádios comerciais do Brasil, ainda que seja oferecido o famosos 'jabá', um pagamento para que a música toque. "Como eu gostaria que Pabllo não sofresse preconceito pelas rádios e como eu gostaria que os fãs entendessem isso de uma vez por todas, que não adianta nem com jabá", escreveu o produtor. 

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Os seguidores reagiram à declaração e muitos concordaram com o produtor. "As rádios brasileiras são bizarras"; "Essas rádios são idiotas, ela movimenta dinheiro pra ca***. Seja conservador, mas não seja um empresário burro"; "Só botam essas músicas de héteros, de cantores sertanejo ignorantes essas coisas"; "Por isso estão em decadência, bando de velhos brancos recalcados obsoletos".

Quando vão aos estádios, torcedores LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e transgêneros) evitam andar de mãos dadas com seu parceiro. Usar camisetas ou cartazes que identifiquem algum movimento organizado? Nem pensar. Eles temem agressões físicas e verbais. Sem a segurança para ir ao estádio, esses torcedores criaram uma arquibancada própria: as redes sociais.

Torcedores LGBT não se manifestam nos estádios para evitar o que aconteceu com os namorados Yuri Senna e Warley Silva. Ao trocarem carícias no Mineirão, no jogo entre Vasco e Cruzeiro, no dia 1º de setembro, os dois foram filmados. As imagens foram publicadas nas redes sociais ao lado de comentários homofóbicos. "Foi uma ação de intimidação", conta Yuri, que tem 24 anos e atua como empreendedor social.

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Outro caso emblemático aconteceu em São Paulo com o palmeirense William De Lucca no ano passado. Na partida entre Palmeiras e São Paulo, esse jornalista de 34 anos se sentiu ofendido por um cântico homofóbico de sua própria torcida e registrou sua indignação no Twitter. A repercussão foi imediata: mais de 25 mil reações. Nos meses seguintes, ele contou 37 ameaças de morte na internet. Por recomendação da PM, ficou três partidas sem ir ao estádio, mas confessa que as ameaças continuam. "Existem muitas pessoas LGBT nos estádios, mas elas têm de ser invisíveis", diz William, que se assume homossexual.

O Estado percebeu como os torcedores LGBT buscam o anonimato no futebol durante a produção desta reportagem. Dos oito torcedores que haviam confirmado presença em uma sessão de fotos no Allianz Parque, só um foi.

A homofobia não está presente apenas nos atos explícitos de violência. Na tese de mestrado "Pelo direito de torcer", o historiador Maurício Rodrigues Pinto e a pesquisadora Aira Bonfim destacam o discurso preconceituoso. "Ofensas como ‘bambi’, ‘maria’ e ‘galinha’ ou os gritos de ‘bicha’ são interpretadas como piadas ou brincadeiras, mas ninguém aceita para si", diz o especialista da USP.

Os episódios individuais de homofobia começaram a se condensar em ações coletivas a partir de 2013 nas torcidas livres. A Galo Queer foi a primeira. A expressão "Queer", que significa "estranho e excêntrico", era um xingamento que foi apropriada pelos ativistas. Em São Paulo, o coletivo mais relevante é a Palmeiras Livre, do qual William De Lucca foi um dos fundadores. A página se apresenta como "movimento antihomo e transfobia, contra racismo e todo tipo de sexismo destinado à torcida que mais canta e vibra". Hoje, são 10.612 seguidores no Facebook. "Essas torcidas não têm propósito de ir ao estádio coletivamente, mas sim trazer o debate", diz a professora Luiza Aguiar dos Anjos, colaboradora da Galo Queer.

Ao Estado, a PM afirma que "está à disposição dos representantes das torcidas organizadas de todo e qualquer grupo social para promover a participação segura e de acordo com a lei".

SAÍDAS - O livro "Bicha - homofobia estrutural no futebol", do jornalista João Abel, do Estado, mostra iniciativas que vão além do futebol profissional. Uma delas é a criação de um time de futebol amador formado por homens transexuais.

A maneira como cada torcedor se comportou após os episódios de homofobia indica as estratégias das torcidas livres. William criou a plataforma "Eu sou, eu torço" para dar visibilidade e voz a torcedores LGBTs. Passou a ter atuação política e defende a adoção de políticas públicas para a diversidade e a criminalização da homofobia.

O cruzeirense Yuri transformou o vídeo homofóbico em forma de declaração de amor ao namorado. O casal também abriu uma ação judicial por homofobia na Delegacia de Crimes Cibernéticos de Belo Horizonte contra os agressores mais raivosos. Após o episódio, Yuri foi convidado para prestar consultoria ao Mineirão em ações de combate à homofobia. O estádio realizou três cerimônias de casamento de casais homoafetivos e costuma ser iluminado com as cores da bandeira LGBT. Yuri também criou a torcida Marias de Minas, com 100 cruzeirenses. Maria é a maneira como os atleticanos se referem aos cruzeirenses quando querem xingá-los e ofendê-los.

A cidade de Nápoles, no sul da Itália irá receber uma versão homossexual da famosa tragédia "Romeu e Julieta", de William Shakespeare.

O espetáculo "Jules e Romeu" será encenado nos dias 5 e 6 de novembro, no teatro Piccolo Bellini. Composta por três atos, a montagem mistura teatro e dança.

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Criada na França, a versão homossexual de "Romeu e Julieta" é uma colaboração entre dois bailarinos da Ópera de Paris, Jean-Sébastien Colau e Grégory Gaillard, o compositor Stéphane Jounot e a jovem diretora Bérengére Prévost. A ideia da obra é demonstrar que qualquer amor pode ser eterno.

De acordo com Jean-Sébastien Colau, o espetáculo tenta traduzir a dimensão social da tragédia de Shakespeare através da linguagem coreográfica associada ao teatro, à música e à dança. Depois do sucesso na França, Colau, que frequentemente é convidado como Maitre do Ballet do Corpo de Dança do San Carlo de Nápoles, ficou impressionado com a personalidade dos bailarinos napolitanos e decidiu levar "Jules e Romeu" para a capital da Campânia. A montagem na Itália tem um cast formado exclusivamente por bailarinos locais.

Da Ansa

O Recifest - Festival de Cinema da Diversidade Sexual e de Gênero, um dos mais importantes do segmento, divulgou, nesta semana, os filmes selecionados para sua mostra competitiva. A sétima edição do festival acontece no Cinema São Luiz, entre os dias 20 e 22 de novembro.

Para esta edição, o Recifest recebeu 159 inscritos. Desses, foram selecionados 22 curtas, sendo seis deles pernambucanos, entre eles, Mar Fechado (Aurora Jamelo); Colômbia (Manuela Andrade) e Banzo (Rafael Nascimento). As mostras competitivas do festival têm curadoria de André Antônio e Anti Ribeiro. 

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Além da competição, o festival conta, também, com a mostra não competitiva de longas e curtas metragens, além de performances, moda e atividades formativas. Acontecendo, este ano, sem qualquer patrocínio, o Recifest terá ingressos simbólicos ao valor de R$ 3,00 para a viabilização das necessidades básicas da produção do evento. 

Confira os filmes selecionados 

20/11 - Quarta-feira

19h - Mostras Competitivas de Curtas-metragens

Sessão: Inundar o mundo

Mar Fechado - Dir. Aurora Jamelo (PE) - 4'

Pattaki - Dir. Everlane Moraes (SE) - 20'

Preciso dizer que te amo - Dir. Ariel Nobre (SP) - 13'

Colômbia - Dir. Manuela Andrade (PE) - 16'

A felicidade delas - Dir. Carol Rodrigues (SP) - 14'

Sessão: Pense, dance

Banzo - Dir. Rafael Nascimento (PE) - 6'

Juca - Dir. Maurício Chades (DF) - 28'

Ilhas de Calor - Dir. Ulisses Arthur (AL) - 20'

NEGRUM3 - Dir. Diego Paulino (SP) - 2              

21/11 - Quinta-feira

19h - Mostra Competitiva de Curtas-metragens

Sessão: Minha cidade é outra

                     Santos Imigrantes - Dir. Thiago Costa (SP) - 7´                  

Vinde como estás - Dir. Rafael Ribeiro e Galba Gogóia (RJ) - 15'

Piu piu - Dir. Alexandre Figueiroa (PE) - 16'

Minha história é outra - Dir. Mariana Campos (RJ) - 20'

Balizando 2 de julho - Dir. Fabíola Aquino e Márcio Lima (BA) - 25'

Sessão: Gosto de Sangue

O Verbo Se Fez Carne - Dir. Ziel Karapotó (PE) - 7'             

O Mistério da Carne- Dir. Rafaela Camelo (DF) - 18'

Cinema Contemporâneo - Dir. Felipe André Silva (PE) - 5'

A Carne é Beijo e o Avesso Água - Dir. Clarissa Ribeiro (RJ) - 5'    

Gordox - Dir. Ivson Santo (PE) – 20' 

Colidiremos - Dir. George Pedrosa (MA) - 12'

Barriga de imagens - Dir. Maria Bogado (RJ) - 15'

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