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Movimentos sociais assinam um abaixo-assinado pedindo a liberdade da ativista Sara Rodrigues, de 24 anos, presa no bairro de Água Fria, Zona Norte do Recife, na terça-feira (16), por tráfico de drogas. As advogadas de Sara Rodrigues, que está grávida de quatro meses e tem uma criança de cinco anos, alegam que a Polícia Militar (PM) agiu com violência, invadiu a residência sem mandado e forjou a presença de drogas e instrumentos na casa da ativista. 

 "Os agentes de segurança pública invadiram (sem nenhum mandado) a casa de Sara, localizada em uma das periferias do Recife, onde a lei não tem o mesmo valor para as pessoas que lá vivem", diz texto do abaixo-assinado. Sara Rodrigues participa de vários projetos sociais e integra a Rede Nacional de Feministas Antiproibicionistas e Coletivo de Mães Feministas Ranúsia Alves. Na noite anterior, ela organizava a entrega de kits de alimentação e limpeza para a comunidade com uma mulher que foi presa na mesma ocorrência.

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 Segundo a defesa dela, os policiais violentaram psicologicamente a mulher diversas vezes, reviraram a casa em que vive com o companheiro sem mandado ou permissão e forjaram a presença de drogas, acusando os moradores de estarem realizando atividades ilícitas. "A prática de forjar situações para incriminar pessoas pobres e negras é muito recorrente na atuação da polícia, infelizmente essa realidade se repete colocando em risco a vida e liberdade de pessoas inocentes", segue o abaixo-assinado.

 Em audiência de custódia, ocorrida na quarta-feira (17) de forma remota, sem a presença dos acusados e defensores - como tem se dado no período de pandemia -, Sara teve a prisão preventiva decretada pela juíza Blanche Maymone Pontes Matos. Ela foi encaminhada à Colônia Penal Feminina do Recife. As advogadas de Sara consideram a prisão injusta por ausência de motivos concretos. A defesa elenca que Sara é: "mãe de uma criança, gestante, trabalhadora formal, com vínculo empregatício comprovado, com residência fixa e sem antecedentes criminais, não apresentando risco algum para a sociedade ou para o processo."

A Agenda Nacional pelo Desencarceramento já emitiu um posicionamento contrário ao projeto do CNJ de audiência de custódia por chamada de vídeo. O movimento destaca que o objetivo da audiência é garantir que a pessoa seja conduzida ao juiz para avaliação de possíveis irregularidades e ilegalidade na prisão, violações de direitos e sinais de violência e tortura.

 As advogadas de Sara argumentam que a prisão preventiva é arbitrária por desrespeito à legislação. "A Lei da Primeira Infância determina que devem ser colocadas em liberdade provisória ou em prisão domiciliar a gestante, a lactante ou a mãe de criança com deficiência ou até 12 anos que não responda por crime violento ou praticado sob forte ameaça. Em 2018, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu conceder prisão domiciliar a todas as detentas grávidas ou mães de crianças de até 12 anos. Além disso, conforme o Art. 318-A do Código de Processo Penal, a prisão preventiva imposta à mulher gestante ou que for mãe ou responsável por crianças ou pessoas com deficiência será substituída por prisão domiciliar, desde que não tenha cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa; e não tenha cometido o crime contra seu filho ou dependente", acrescenta.

 Em nota, a Polícia Militar (PM) relatou que uma equipe do 13º Batalhão, durante patrulhamento, visualizou uma mulher em frente a uma residência entrando em um veículo de Uber em atitude suspeita. "De imediato, o efetivo realizou a abordagem, momento em que foi encontrado em sua mochila cocaína e maconha", afirma o texto.

 Segundo a PM, a mulher confessou ter obtido a droga na residência que havia acabado de sair. A polícia diz ter feito diligências na propriedade, onde mora Sara, e apreendido crack e cocaína. A polícia alega ter encontrado 345g de crack, 22g de cocaína, 22g de maconha, 11 'petecas' de cocaína, R$ 211 em espécie, três balanças de precisão e três celulares. 

Sobre as acusações de violência, a PM diz que o comando do 13º Batalhão foi informado das denúncias e se comprometeu a apurar os fatos. "No entanto, destaca que o Batalhão é pautado pela legalidade e legitimidade em suas ações."

 A Polícia Civil de Pernambuco informou ter prendido em flagrante duas mulheres de 24 e 26 anos e um homem de 23 por tráfico de entorpecentes e associação para o tráfico. Na lista da Polícia Civil de apreensões no local estão cocaína, maconha e crack, R$ 111 em espécie e três balanças de precisão.

 A defesa de Sara impetrou um habeas corpus na quinta-feira (18), que ainda não foi analisado.

O cacique kayapó Paulinho Paiakan, 67 anos, uma das lideranças indígenas mais importantes da Amazônia, morreu nesta quarta-feira (17), em Redenção, vítima da covid-19, a doença do novo coronavírus. Paiakan teve atuação destacada na luta em defesa dos povos indígenas e da floresta amazônica.

O cacique atuou durante anos contra grileiros, garimpeiros e denunciou os impactos do projeto hidrelétrico de Belo Monte, no rio Xingu, no Pará. A partir de 1992, perdeu espaço depois de ser condenado pelo estupro da estudante Silvia Letícia da Luz Ferreira.

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Paiakan ficou preso preventivamente, num pocesso que teve repercussão internacional. Em 1998 foi condenado por unanimidade pela 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Pará, informa o site Terras indígenas.

A esposa do cacique, Irekrã, foi acusada de ter agredido a vítima e facilitado a ação do marido. Foi condenada a quatro anos de detenção em regime semiaberto.

Na semana passada, Paiakan deu entrada no hospital de Redenção, no sul do Estado, com sintomas da covid-19. Com o agravamento do quadro clínico, foi transferido para o Hospital Regional Público do Araguia, onde morreu.

Paiakan foi um dos primeiros kayapós a aprender português. Atuou junto à Fundação Nacional do Índio (Funai) e defendeu o território indígena ao lado de importantes figuras do indigenismo, como o cacique Raoni. Em 2008, conseguiu a homologação de terra indígena onde hoje vivem cerca de 12 mil pessoas.

Em nota publicada no seu site oficial, a Fundação Nacional do Índio (Funai) lamentou a morte de Paiakan. "Paulinho era morador da aldeia Aukre, a cerca de 300 quilômetros do município de Redenção, no Sul do estado do Pará. A Funai lamenta profundamente a perda da liderança e ressalta que Paulinho Paiakan deixa um legado de intensa dedicação à defesa dos direitos indígenas", diz o texto.

O Pará tem 76.623 casos confirmados de covid-19, com 4.395 mortes. Veja aqui o boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).

Foram nove anos reconstruindo a execução extrajudicial de seu filho. Na busca por justiça, Carmenza Gómez descobriu uma "banda podre" do exército colombiano e exige a verdade sobre o crime.

Víctor Gómez trabalhava como segurança em Bogotá. Em 23 de agosto de 2008, ele desapareceu junto com Diego Tamayo e Jader Palacio. No mês seguinte, seus corpos foram encontrados muito longe de Soacha, a cidade onde moravam ao sul de Bogotá.

Com a falsa promessa de um emprego melhor, desconhecidos - identificados mais tarde - os levaram ao departamento (estado) de Norte de Santander, na fronteira com a Venezuela.

"Eles os embriagaram e os levaram para um falso posto de controle do exército ... No dia seguinte, amanheceram mortos", disse a mulher de 62 anos à AFP. "Victor levou um tiro na testa, um tiro de graça."

Autoridades identificaram o jovem de 23 anos como membro de uma organização paramilitar que morreu em combate. Ele era o sexto de oito filhos que Carmenza criou sozinha.

A mulher conta que descobriu o que aconteceu com Victor porque um estagiário do instituto médico legal, primo de um de seus amigos desaparecidos, encontrou a foto de seu parente. O corpo estava em um necrotério a 740 quilômetros de Soacha.

No mesmo álbum, também estava Victor. "Você quer que a terra se abra e leve você. Eu desmaiei", lembra ela. "Um pai ou mãe nunca está preparado para ver um filho morto"

- "Banda podre" -

Ela juntou o dinheiro que pôde e viajou em busca do corpo do filho, que junto com outros cadáveres estava sendo transferido do necrotério para uma vala comum. Com o tempo, os 19 jovens de Soacha foram localizados em várias covas.

"Fui eu quem descobriu essa 'banda podre' do exército", diz a mulher, que recebeu proteção do Estado para garantir sua segurança.

Sem imaginar, Carmenza começou a desvendar o maior escândalo da história das Forças Armadas colombianas: os "falsos positivos", execuções de civis por militares que as apresentavam como baixas em combate para aumentar os resultados de um conflito que ensanguentou o país por quase sessenta anos.

A promotoria registrou 2.248 "falsos positivos" - em grande parte, jovens pobres - entre 1988 e 2014. Cinquenta e nove por cento dos casos ocorreram durante o governo do agora senador Álvaro Uribe (2002-2010), que lutou incansavelmente contra os grupos rebeldes.

Como recompensa, os militares recebiam dias de folga, medalhas e promessas de ascensão. Quando o paradeiro dos jovens desaparecidos de Soacha foi confirmado, o governo destituiu 27 soldados e Uribe negou qualquer responsabilidade.

Começou então a maratona judicial de Carmenza e outras 13 mulheres que formam o Coletivo Mães dos Falsos Positivos.

Enquanto buscavam justiça, em 4 de fevereiro de 2009, indivíduos não identificados mataram a tiros outro de seus filhos, John.

Carmenza acredita que ele tenha sido morto porque estava investigando a morte do irmão. A mulher lembra com remorso sua admiração pelo exército colombiano, ao qual três de seus cinco filhos prestaram serviço obrigatório.

- Perdão? -

Apesar da nova perda e do medo, Carmenza não desistiu e acompanhou praticamente todas as audiências relacionadas à morte de Victor. Em 2017, nove anos após o crime, a justiça civil condenou 17 soldados e comandantes.

Todo esse tempo "eu olhava para eles, cara a cara, no mesmo recinto, quando as audiências eram públicas, e eles apenas zombavam ou se escondiam", lamenta ela.

Vários dos condenados uniformizados recuperaram temporariamente sua liberdade após serem submetidos a uma justiça especial decorrente do acordo de paz de 2016, que encerrou meio século de luta armada com a guerrilha das FARC.

Foi "um golpe muito duro", desabafa Carmenza. No entanto, apesar de cética, ela espera que essa concessão revele a verdade e que haja reparação para as vítimas, de acordo com o pacto firmado pela Colômbia para esclarecer os piores crimes do conflito.

"A única coisa que espero é que se retirem os benefícios (criminais) se não contarem toda a verdade ", acrescenta.

A patente mais alta vinculada aos "falsos positivos" é o general Mario Montoya, comandante do exército entre 2006 e 2008, que alegou em audiência que seus subordinados interpretaram mal suas exigências por resultados.

Carmenza considera que o Estado é o maior responsável pelos crimes por estabelecer uma política de "pagar recompensas para dizer que eles estavam vencendo a guerra, matando civis". Ela garante que quando a verdade for revelada, poderá considerar um perdão.

Em tempos de pandemia, as mães de Soacha vendem máscaras como uma pergunta que resume sua luta: "Quem deu a ordem?"

A luta contra a tuberculose pode se tornar uma vítima colateral da pandemia de Covid-19, causando até 1,4 milhão de mortes adicionais nos próximos cinco anos, segundo um estudo publicado nesta quarta-feira (06).

"Se a tuberculose for ignorada novamente, tudo o que foi alcançado contra a infecção mais mortal do mundo dará em nada, com o risco de infectar milhões de pessoas", afirma a doutora Lucica Ditiu, diretora da organização internacional Stop TB (Pare a tuberculose).

A tuberculose é uma doença bacteriana que ataca principalmente os pulmões. É curável desde que seja tratada a tempo e corretamente e, acima de tudo, pode ser evitada graças às vacinas.

Mas a epidemia de Covid-19 com seu confinamento, política de distanciamento social e deslocamento mais difícil aos centros de saúde atrasará ou até mesmo bloqueará as campanhas de detecção, assim como o acesso aos tratamentos para os doentes, alerta a Stop TB.

"A Covid-19 nos afetou muito. Quanto mais pessoas não forem diagnosticadas nem tratadas agora, mais problemas teremos no futuro", comenta Ditiu.

A ativista climática sueca Greta Thunberg doou um prêmio de 100.000 dólares que ganhou do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) para a luta contra o coronavírus, anunciou nesta quinta-feira (30) o organismo mundial.

"Assim como a crise climática, a pandemia de coronavírus é uma crise dos direitos das crianças", afirmou Thunberg, de 17 anos, em um comunicado divulgado pelo Unicef.

"Afetará todas as crianças, agora e a longo prazo, mas os grupos vulneráveis serão os mais afetados", completou.

"Peço a todos que deem um passo à frente e se unam a mim no apoio ao trabalho vital do Unicef para salvar as vidas das crianças, proteger sua saúde e continuar com sua educação".

A ONG dinamarquesa de combate à pobreza Human Act vai igualar a doação de 100.000 dólares, completa o comunicado.

Camas de hospital, ambulâncias adaptadas e centros de diagnóstico improvisados. O exército participa ativamente na luta contra a pandemia de COVID-19 em Israel, que registrou mais de 6.800 casos e 31 mortes até o momento.

Em uma base perto de Tel Aviv (oeste) onde normalmente são construídos tanques do exército, dezenas de pessoas passaram a trabalham na produção de óculos de proteção contra o novo coronavírus.

Graças à mão de obra a sua disposição, o exército "adaptou rapidamente sua produção" em um período de crise de saúde, explicou à AFP o tenente-coronel Hagai Zamir, responsável pela fábrica onde as máscaras de plástico e borracha são cortadas, costuradas e montadas.

Atualmente, o centro, onde são construídos os famosos tanques Merkava, fabrica milhares de peças de proteção por dia.

"Mas não é suficiente", afirma Emanuel Guedj, tenente-coronel responsável pela Engenharia Militar, ao explicar que os visores serão distribuídos entre soldados e os civis.

Soldados, oficiais, engenheiros e civis também trabalham na adaptação de ambulâncias, instalando paredes de plástico para separar o paciente do motorista ou transformando grandes contêineres em salas de detecção do vírus.

Em tempo recorde, o exército também desenvolveu um robô com capacidade de desinfetar grandes superfícies, disse Guedj à AFP.

"A vantagem do exército é que sabe como reagir a uma emergência", destacou. "Apresenta soluções em guerras nas quais vemos o inimigo, mas também em guerras onde o inimigo é invisível", completou.

"É necessário encarar isto como uma guerra. E o papel do exército é ganhar esta guerra", disse.

O comandante do Estado-Maior, Aviv Kochavi, foi colocado em quarentena preventiva, assim como o chefe do Mossad, o serviço de inteligência israelense, Yossi Cohen, e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Nenhum deles apresentou resultado positivo para COVID-19.hg/bl

Duramente criticados pelos Estados Unidos e pelo Brasil, os serviços médicos cubanos reaparecem, entre aplausos, para combater a pandemia de COVID-19, inclusive na Europa, dando impulso a um programa vital para o desenvolvimento da ilha.

"A possibilidade de uma pandemia é discutida desde o início deste século, e Cuba preparou seu exército de jaleco branco", afirma Arturo López-Levy, professor da Universidade Holy Names, na Califórnia.

A revolução cubana mostra a saúde e a educação gratuitas como suas grandes realizações.

"No final da Guerra Fria, Cuba desenvolveu essa capacidade, e é lógico que seja uma ferramenta muito importante de sua política externa", acrescenta.

Com mais de 11.000 mortos pelo novo coronavírus, a Itália é uma das 14 nações que solicitaram recentemente a intervenção do contingente Henry Reeve, brigada médica especializada em desastres naturais e epidemias.

Desde sua criação em 2005, esse grupo já serviu em 22 países, com missões como a luta contra o ebola na África, em 2014, a pedido da Organização Mundial da Saúde (OMS). Estão agora na Lombardia, onde foram recebidos com aplausos.

Andorra também os chamou, enquanto outros países europeus os observam de perto. No principado, um dos 39 membros da brigada testou positivo para COVID-19.

A França aprovou a entrada de médicos cubanos em seus territórios ultramarinos. O plano remonta ao ano passado e, agora, chega em um momento oportuno.

Valência e outras províncias espanholas demonstraram interesse em seus serviços. O enviado da ONU à Síria também pediu o apoio de Cuba e China diante da pandemia.

"O coronavírus deu a Cuba uma nova oportunidade de exportar serviços médicos", diz o diretor do Instituto de Pesquisa Cubana da Universidade Internacional da Flórida, Jorge Duany.

"Na Europa, havia médicos cubanos apenas em Portugal. Agora, por causa da crise, abriu-se uma oportunidade que pode deixar um legado", aponta López-Levy.

Cuba oferece seus serviços médicos humanitários desde o início dos anos 1960.

Atingida pela crise econômica após o desaparecimento do bloco soviético, no início deste século, a ilha também começou a prestar serviços remunerados a países com recursos para estimular sua economia.

- Na mira de Washington -

O governo americano de Donald Trump reforçou o embargo em vigor sobre Cuba desde 1962, punindo o apoio a seu aliado venezuelano Nicolás Maduro.

Os Estados Unidos e o Brasil acusam Cuba de reter a maior parte da renda que esses países pagam aos médicos e de sujeitar os profissionais a um regime de trabalho semelhante à "escravidão moderna".

Para o Departamento de Estado americano, "os países anfitriões que procuram ajuda de Cuba para a COVID-19 devem examinar acordos e acabar com os abusos trabalhistas". Havana explica que a receita permite financiar seu sistema de saúde gratuito.

Cuba obteve US$ 6,3 bilhões por seus serviços médicos em 2018. Uma mudança no mapa político da América Latina a fez perder, porém, seus contratos no Brasil, Bolívia, Equador e El Salvador.

Em março deste ano, a ilha tinha 28.729 colaboradores em 59 países.

Sem trégua durante a pandemia, Washington assegura que Cuba busca, com suas missões pela COVID-19, recuperar o dinheiro perdido com os contratos encerrados.

Com o maior número de casos de coronavírus hoje, os Estados Unidos questionaram inicialmente a ajuda internacional de China e Cuba. Dias depois, Washington o apoio de Moscou para combater a pandemia em seu território.

Pode-se, então, falar de um eixo Pequim, Moscou, Havana nesta crise?

"Cuba não é uma grande potência, joga com suas alianças internacionais para contrabalançar as pressões dos Estados Unidos", explicou López-Levy.

Enquanto isso, "se Trump enlouquecer e pedir a colaboração médica cubana, posso garantir que sim, nós ajudaríamos", afirma o diretor da Unidade Central de Cooperação Médica de Cuba, Jorge Delgado.

Teerã anunciou nesta segunda-feira (30) que o novo coronavírus já contaminou mais de 40.000 pessoas e matou 2.757 no Irã, onde as autoridades dizem se preparar para combater a epidemia pelo menos até o início do verão no hemisfério norte.

A República Islâmica é um dos países mais afetados pela pandemia. Em 19 de fevereiro, o governo anunciou os primeiros casos de contaminação no território. Recentemente, porém, uma autoridade reconheceu que o vírus talvez já estivesse presente no Irã em janeiro.

De acordo com dados diários divulgados pelas autoridades, a doença COVID-19 matou mais 117 pessoas nas últimas 24 horas. O Irã confirmou oficialmente um total de 41.495 casos de contaminação.

Hoje, o país possui 3.511 pacientes em estado "crítico" e, até o momento, 13.911 pacientes se recuperaram após hospitalização, acrescentou o Ministério da Saúde.

Enquanto no exterior alguns questionam os números publicados pelas autoridades iranianas, que suspeitam estarem subestimados, uma autoridade publicou um estudo do governo segundo o qual a doença poderá matar 11.000 pessoas no Irã no estado atual das medidas adotadas.

O estudo mostra que o país continuará lutando contra o vírus "no início do verão", escreveu em sua conta no Instagram Parviz Karami, porta-voz do vice-presidente responsável pela Ciência, Sorena Sattari.

- "Opinião dos especialistas" -

Depois de fazer tudo para evitar a imposição de medidas de contenção, ou quarentena, o governo decidiu em 25 de março proibir todos os deslocamentos entre cidades. A medida entrou em vigor dois dias depois. Deve ser aplicada até 8 de abril e poderá ser prorrogada.

Sem estarem oficialmente confinados, os moradores são convocados há várias semanas a ficarem em casa "o máximo possível".

Segundo a agência oficial de notícias Isna, o chefe da autoridade judicial Ebrahim Raïssi estimou que o novo coronavírus "poderia ter sido dominado mais rapidamente, se a opinião dos especialistas do Ministério da Saúde sobre a implementação das medidas de distanciamento social e as restrições sociais tivessem sido levadas em consideração mais cedo".

Ultraconservador, Raïssi foi derrotado pelo presidente Hassan Rohani na última eleição presidencial em 2017.

Raïssi acusa o governo de ter demorado a mostrar sua determinação em lutar contra a propagação do vírus, o que resultou em uma "cooperação" mais lenta da população.

Outro ultraconservador, Mohammad Bagher Ghalibaf, ex-prefeito de Teerã eleito membro do Parlamento em fevereiro, também acusou o governo, pelo Twitter, de ser "ineficaz", "indevidamente otimista" e de "agravar as crises".

Há várias semanas, a diplomacia iraniana tem pedido ao mundo que pare de aceitar as sanções unilaterais de Washington, que estão sufocando a economia iraniana e tornando praticamente impossível a importação de medicamentos, ou de suprimentos médicos.

O governo anunciou que planeja gastar 1 trilhão de riais (5,5 bilhões de euros à taxa de câmbio de hoje) contra o coronavírus, ou cerca de 20% do orçamento do Estado previsto para o atual ano iraniano (iniciado em 20 de março).

Esse valor inclui o custo da crise para o setor da saúde, mas também medidas de apoio a empresas, como empréstimos a taxas preferenciais, e às classes menos favorecidas da população, na forma de subsídios.

Segundo a Isna, alguns hospitais de ponta estão experimentando terapia com células-tronco para a doença.

A televisão estatal também anunciou que o país iniciou a produção em massa de kits de triagem com resultados "extremamente precisos" em três horas.

Neste domingo (8) é comemorado o Dia Internacional das Mulheres e nesta data é celebrada a luta pela igualdade de direitos e em favor do voto feminino. Além disso, é uma data marcada pelo empoderamento feminino, expressada no fortalecimento das mulheres na luta e desenvolvimento da equidade de gênero.

Como homenagem, o LeiaJá resolveu listar alguns filmes que abordam a temática do empoderamento feminino. Confira:

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As Sufragista (2015)

O filme aborda a realidade da época em que as mulheres não tinha voz em questões políticas ou de sua própria educação. Situado na Londres do século XX, retrata o início do movimento feminista e a luta pelo voto feminino. Vale ressaltar, que no Brasil o direito ao voto foi conquistado apenas em 1932.

Estrelas além do tempo (2017)

O filme é baseado em fatos reais e conta a história de três mulheres negras que trabalhavam na Nasa, em 1961, durante a Guerra Fria. Além de focar no preconceito racial vivenciado, o filme retrata a invisibilidade das mulheres em um ambiente de trabalho exclusivamente masculino.

Joy: Um nome de Sucesso (2016)

Baseado em fatos reais, a história de Joy Mangano retrata a luta diária de mães solos que precisam passar por diversos obstáculos para criar e sustentar os filhos. A história se passa na década de 90 e conta como Joy ficou milionária ao vender suas criações de equipamentos de limpeza inventados por ela, após um acidente doméstico.

Frida (2003)

O filme retrata as adversidades e lutas enfrentadas pela Pintora mexicana Frida Kahlo. O destaque do filme é a força e obstinação de Frida que mesmo passando por diversas turbulências em seu casamento e os problemas de saúde, além do acidente que a deixou gravemente debilitada, manteve sua produção de arte e viveu intensamente como queriam fora dos padrões de sua época e se transformando num ícone do empoderamento feminino.

Histórias Cruzadas (2012)

Retratado no Mississipi dos anos 60, o filme conta a história de uma aspirante a escritora que começa a entrevistar mulheres negras que deixavam suas famílias e filhos para trabalhar como empregadas cuidando dos filhos da elite branca, o que acaba desagradando toda a alta sociedade.

Malala (2015)

O filme aborda o ataque e a perseguição do Talibã, sofrida pela jovem paquistanesa Malala Yousafzai por expor a suas ideias sobre educação feminina e após seu discurso na ONU. Malala se tornou ativista e foi a pessoa mais nova a ser laureada com um Prêmio Nobel.

O Sorriso de Mona Lisa (2004)

O filme se passa em uma escola tradicional feminina nos Estados Unidos, durante os anos 50, onde ensinavam as mulheres a serem boas esposas e mães. E incomodada com o conservadorismo do ensino e da sociedade local, uma das professoras tenta passar uma nova visão as suas alunas sobre o direito que elas possuem de trabalhar.

Coco Antes de Chanel (2009)

Na França do século XX uma mulher pobre luta para vencer os obstáculos de sua vida iniciando uma carreira no mundo da moda. Quebrando paradigmas da época, Coco Chanel se torna uma revolucionária por suas ideias e criações, que a levaram a construir um império e ser considerada uma das pessoas mais importantes da história daquele século.

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A entrada das mulheres na política é um processo muito recente, de meados do século XX, segundo a professora Brenda de Castro, mestra em Ciência Política. “A gente demorou muito tempo para adquirir direitos básicos, de liberdade individual no contexto civil e o próprio direito de participação e envolvimento político. A nossa geração ainda vive um processo recente da garantia e da certeza desses direitos. É um processo que tem crescido no mundo, mas de forma desigual, pois alguns países têm mais participação, envolvimento político e direitos civis do que outros”, explicou.

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No Brasil, de acordo com a professora, existe um aumento gradativo da participação da mulher na política, seja em cargos representativos diretos, seja no processo de envolvimento por movimentos sociais e outras esferas. Porém, na visão dela, ainda está muito longe do desejado ou até mesmo do recomendado por instituições internacionais e pela nossa legislação. “Atualmente, na Câmara dos Deputados, apenas 15% são mulheres, enquanto a legislação incentiva a cota de 35% nos partidos. Isso mostra que muito precisa ser feito e que a representatividade é mais do que apenas mulheres estarem fisicamente presentes em espaços políticos que sempre foram vistos como espaços que elas não deveriam ocupar”, informou a professora.

Para Luciana Leal, 39, pré-candidata a vereadora, a participaçaõ feminina na política tem que avançar. “A política é vista hoje como algo sujo. Precisamos ir contra esse pensamento, no qual os homens têm que tomar decisões e fazem leis para mulheres. Está na hora de nós fazermos nossas próprias leis”, disse a pré-candidata.

Ainda de acordo com Luciana, infelizmente a classe feminina é muito desunida. As mulheres, observa, são criadas em um sistema que as ensina a competir entre si.

 “A política sempre foi muito atrelada, na tradição ocidental europeia, a um espaço masculino. É interessante perceber que existe uma questão cultural que desincentiva a participação das mulheres, com ideias de que, por exemplo, as mulheres são mais emotivas, são irracionais e não conseguem lidar com questões do poder, e que homens seriam mais aptos, biologicamente, para desempenhar essa função”, afirmou Brenda. Segundo ela, é possível perceber também o quanto as mulheres são atacadas pela aparência nesse meio, além de serem colocadas como desestabilizadas.

Segundo a professora Brenda, algumas movimentações nos últimos anos têm feito a mulher perceber a necessidade de ocupar espaços políticos, entendendo seu papel como cidadã e entendendo que tem que haver envolvimento. Brenda acredita que daqui a algumas gerações, apesar de todos os empecilhos, a sociedade continuará nesse ritmo, no sentido de defender e alcançar direitos, e também de participar de discussões, pautar demandas e identificar novas soluções.

Sexismo e preconceito

As maiores dificuldades que as mulheres enfrentam na política são o sexismo e o preconceito moral. Segundo Pamela Massoud, 33 anos, 1ª suplente de vereadora em Belém, as mulheres acabam entrando na política vistas como laranjas, apenas para ocupar cargos. “Temos outro problema também. Quando a mulher ocupa um espaço de liderança na política, no Legislativo ou Executivo, as pessoas não acatam de primeira as decisões que elas tomam”, explicou a suplente.

Estrella Cristina, 29, líder nacional da Juventude do Partido Cidadania, começou a fazer política para se posicionar como voz de mulheres que ainda não conseguiram falar do que querem, do que passam e do que sentem. “Acredito que a mulher tem o poder de transformar as coisas e a vida das pessoas. As mulheres têm muito a contribuir com a sociedade. Estou na politica para incentivar outras mulheres a serem pessoas políticas, para que essa transformação aconteça”, declarou. A líder encoraja dando seu próprio exemplo de superação, para que as mulheres saibam que elas também podem estar no mesmo lugar que Estrella, sendo vistas, ouvidas e lutando por direitos.

A cientista política Brenda de Castro conclui que, nos últimos anos, é perceptível um engajamento cada vez maior de mulheres jovens na política. “É interessante porque traz renovação. Temos uma classe política muito masculina, muito branca e muito mais velha. Trazer novos pontos de vistas, novas soluções e novos desafios é fundamental para que os representantes políticos simbolizem a diversidade da sociedade”, declarou.          

Por Ana Luiza Imbelloni e Quezia Dias.

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A Data Magna, instituída em 2017 pela Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), celebra, nesta sexta-feira (6), a Revolução Pernambucana que concedeu ao Estado o título de República por mais de 70 dias. O estopim revolucionário em 1817 deixou um legado e um sentimento de pertencimento na alma dos pernambucanos até os dias atuais.

Contextualização histórica

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O ano era 1817. A família real portuguesa, que tinha o intuito de explorar os recursos naturais no Brasil colonial, estava instalada no Rio de Janeiro fugindo do bloqueio continental de Napoleão Bonaparte. A côrte, acostumada com o luxo e o requinte derivado da exploração, estava causando uma série de insatisfações na população brasileira devido aos altos impostos e favorecimento aos portugueses vindo com eles. 

A capitania pernambucana, território delimitado como um estado no período colonial, que já tinha um impasse com a côrte, se revolta em 6 de março e declara sua independência do Brasil. Os então líderes dessa revolução, Domingos José Martins e José de Barros Lima, ocuparam Recife, uma importante cidade para as importações marítimas vindas de Portugal, e declara, a pleno fervor, a nova República de Pernambuco.

“A Data Magna de Pernambuco comemora o nascimento da independência, fruto da revolução 1817. O movimento separatista que tentou unir o nordeste buscava garantir a independência e a criação de uma república, uma república constitucional baseada no exemplo dos Estados Unidos da América (EUA)”, explica o professor de história Pedro Botelho. 

A cidade do Recife estava repleta de revolucionários e cercadas de medidas liberais. Os padres João Ribeiro e Cruz Cabugá, que inclusive foram enviado para os Estados Unidos para obter armas e o apoio do governo americano, foram grandes nomes dessa revolução, também conhecida como 'A revolta dos padres'. 

“Cruz cabugá foi enviado como um representante dessa revolução para os EUA com o intuito de se encontrar com o governo americano e garantir apoio necessário para o movimento. Entretanto, essa revolução foi debelada por Dom João VI, que na época era o então rei que governava o Brasil lá no Rio de Janeiro”, conta Botelho.

O então rei Dom João VI enviou suas tropas para derrotar os revolucionários, por meio de uma intervenção muito intensa que causou a morte de muitas pessoas. Os representantes da revolução foram seriamente punidos. A República de Pernambuco durou cerca de 70 dias, porém marcou a história do país e, principalmente, dos pernambucanos.

“Esse feriado do dia 6 de março está relacionado a essa independência, a esse processo de emancipação que foi o único movimento revolucionário que deu certo” lembra o professor de história Pedro Botelho.

A importância para o povo pernambucano

A atual bandeira pernambucana, que é levantada com orgulho por muitos pernambucanos, foi a mesma utilizada pelos revolucionários na época. Ela foi adotada pelo então governador, Manoel Borba, no ano de 1917, confirma o professor de história, Everaldo Chaves.

“A república pernambucana deixa um legado para os dias atuais, até porque parte do que era defendido naquele ano, ainda ecoa até os dias atuais. Por exemplo, em 1817 os pernambucanos lutaram contra o excesso de impostos, que ainda é uma bandeira nossa. Tudo isso tem que ser valorizado. Se nós, pernambucanos, não reconhecermos isso, como iremos perpetuar uma memória tão rica?”, pontua o professor Everaldo Chaves.

O professor Pedro Botelho pontua a ideia de que, culturalmente, o povo de sua terra possui um sentimento separatista devido aos acontecimentos ocorridos na época. “Culturalmente falando, ainda temos um sentimento separatista. E como o movimento republicano conseguiu essa independência durante alguns dias, isso acabou movendo o imaginário do pernambucano até hoje”, diz o professor.

Ele ainda acrescenta que, não somente muitos intelectuais que participaram da revolução e até mesmo da Confederação do Equador em 1824, como Frei Caneca, foram motivos para que esse esse sentimento separatista ainda perpetue na sociedade pernambucana, mas também “essa questão da pernambucanidade ainda foi resgatada nos anos 90 junto com o movimento Manguebeat, que traz parte dessa história que exalta essa efervescência cultural, ou seja, aquilo que no século 19 chamávamos de os vapores pernambucano”. 

Confira mais informações sobre a Data Magna de Pernmabuco e sua história no vídeo do professor João Pedro Holanda, para o projeto Vai Cair No Enem:

Em um pequeno povoado rural de Minnesota vive a jovem Haylee Ann Rucker, de 19 anos, que não tem carteira de motorista, passaporte, nem seguro social, motivo pelo qual ela não existe legalmente - embora pareça que esta situação vai mudar.

Sua vida é uma história absurda de rocambolescas idas e vindas administrativas envolvendo dois estados, o Governo federal e um hospital que não emitiu a certidão de seu nascimento. Sem este documento, ela não pode ter um número de seguridade social.

"Me afetou realmente quando completei 16 anos e não consegui tirar a carteira de motorista, como todo mundo", contou.

Quando a AFP se reuniu com Haylee em meados de janeiro, em Eveleth, uma localidade de 3.700 habitantes, ela trabalhava como assistente da esposa do prefeito, então prostrada em uma cama. Evidentemente, trabalhava em condição irregular. O prefeito Robert Vlaisavljevich classifica a situação de "a mais louca" que ele já viu.

Haylee Rucker foi uma estudante de Ensino Médio com bom desempenho e quer ser enfermeira, mas, sem documento de identidade, não pode se inscrever na universidade. "Ou seja, não posso fazer nada. Estou paralisada", afirmou, com uma imensa frustração.

- "É minha filha" -

O calvário começou na noite de uma quinta-feira de dezembro de de 2000, em um hospital da periferia de Los Angeles. April Booth, de 56 anos, mãe de Haylee, foi ao hospital dar à luz, mas as enfermeiras lhe disseram para voltar quando suas contrações fossem mais frequentes.

Ela não conseguiu retornar a tempo, porém, e sua filha nasceu em casa, com a ajuda do pai. Depois, chegou uma ambulância e levou as duas para o hospital.

O pai da recém-nascida não quis, porém, assinar papel algum - talvez para evitar ter de pagar taxas. E, sem sua assinatura, não houve testemunhas do nascimento, motivo pelo qual o hospital não deu continuidade ao procedimento habitual para emitir uma certidão de nascimento.

Naquele momento, April não se preocupou com as formalidades burocráticas, e o pai se foi. Anos mais tarde, quando ia enviar sua declaração de impostos, April Booth se deu conta de que não podia colocar a filha como dependente, porque a pequena não tinha número de Seguro Social. À época, moravam em Minnesota.

Em 2009, solicitou um número de Seguro Social para Haylee, o que foi recusado, por não ter certidão de nascimento. Os assistentes sociais ajudaram Booth a obter um teste de paternidade, comprovando a identidade do pai de Rucker.

O hospital certificou que Booth deu entrada neste estabelecimento em dezembro de 2000 e que havia uma fatura da ambulância e registros médicos.

Booth estende todos os papéis sobre uma mesa em sua casa, incluindo a cópia de uma ultrassonografia. "No início, achei que talvez pudessem pensar que eu a tinha roubado", explica. "Mas tenho documentação suficiente para provar que é minha", completou.

E não deixa de ver com ironia seu trabalho em um call center que tem o Partido Democrata como cliente, onde faz, com frequência, pesquisas sobre a regularização daqueles que se encontram em situação ilegal nos Estados Unidos.

"Não cruzei uma fronteira escondida num caminhão. Não a escondi como um passageiro clandestino", insiste. "Eu a tive nos Estados Unidos e nunca saí do país. Sou uma cidadã americana. E não consigo legalizar a situação dela", lamentou.

- Começar a viver -

Em 2018, graças a um amigo, conseguiu um advogado que não cobrou para tratar do seu caso. Durante meses, não houve avanços. Como Haylee Rucker não nasceu em Minnesota, onde vive hoje, e não vive na Califórnia, onde nasceu, ambos os estados se acusam mutuamente, explicou seu advogado, Bryan Lyndsay. "Está presa entre duas jurisdições e, devido a seu status em ambas, nenhuma está de todo preparada para ajudá-la", acrescentou. 

O caso de Haylee Rucker não é o primeiro. Em 2014, Alecia Pennington fez um apelo no YouTube para conseguir documentação. O plano funcionou. Meses depois, o estado do Texas interveio, e Alecia obteve uma certidão de nascimento e, com isso, sua carteira de identidade.

A situação de Rucker mudou, graças a "pessoas importantes" que intercederam em seu nome. No final de dezembro, Vlaisavljevich ligou para o gabinete de Amy Klobuchar, uma das duas senadoras de Minnesota e pré-candidata à Presidência pelo Partido Democrata.

Procurada pela AFP há três semanas, seu gabinete reconheceu ter intercedido em nome de Rucker na administração da Seguridade Social federal, e uma nova reunião foi agendada.

Na semana passada, funcionários do estado da Califórnia ligaram para o advogado de Rucker por uma "emergência". Pediram a ele que voltasse a apresentar a solicitação de registro de nascimento - algo que já havia feito em 2018.

Na quarta-feira (12), Rucker recebeu um envelope importante. "Acabo de voltar do escritório do meu advogado e tenho, nas mãos, o registro de nascimento com retraso", contou, feliz, à AFP.

Na sexta, ela irá à agência da Seguridade Social para solicitar seu número. Depois disso, vai-se inscrever para uma vaga em uma escola de enfermagem. "Finalmente posso começar a viver minha vida", celebrou.

A Huawei, que está na lista negra dos Estados Unidos, gerará um faturamento menor do que o esperado em 2019 e em 2020 dará prioridade a sua "sobrevivência", afirmou nesta terça-feira a gigante chinesa de telecomunicações.

O grupo, que Washington acusa de possível espionagem em benefício de Pequim, espera para 2019 um faturamento de 850 bilhões de iuanes (109 bilhões de euros, 121 bilhões de dólares), ou seja, um aumento de aproximadamente 18% em relação ao ano anterior, conforme afirma em sua mensagem de Ano Novo Eric Xu, que ocupa a presidência rotativa da Huawei.

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"Esses números são inferiores às nossas previsões iniciais", reconheceu, denunciando os esforços dos Estados Unidos para esmagar a empresa. "No entanto, o negócio continua forte e resistimos às adversidades", acrescentou Xu.

O ano de 2019 foi difícil para o celular número dois do mundo porque o governo Trump proibiu que as empresas americanas vendessem equipamentos para a Huawei.

A gigante chinesa está, portanto, fora do acesso ao sistema operacional Android do Google, o que a expõe a não poder oferecer aplicativos muito populares aos seus clientes. Nesse contexto, "a sobrevivência será nossa principal prioridade", disse Eric Xu.

- Um ano difícil -

"Em 2020, continuaremos na lista negra dos Estados Unidos. ... Será um ano difícil para nós", alertou. "O governo dos Estados Unidos continuará a combater o desenvolvimento de tecnologia de ponta".

Diante do desafio americano, "devemos aumentar a diversidade de nossa cadeia de suprimentos, essencial para nossa segurança", explicou. "Qualquer risco ao bom funcionamento do negócio deve ser considerado uma questão de vida ou morte", alertou ainda.

É improvável que em 2020 a pressão dos Estados Unidos sobre a Huawei relaxe devido ao contexto de rivalidade com a China "pelo controle tecnológico global", disse à AFP Kenny Liew, analista da Fitch Solutions.

Como consequência, a Huawei deve confiar mais no mercado chinês para estimular o crescimento, acredita Liew. A mensagem da direção da empresa é acompanhada de um aviso aos funcionários.

"Vamos afastar rapidamente os chefes medíocres", um destino que afeta 10% dos gerentes com desempenho inferior a cada ano, disse ele. As equipes que não contribuírem o suficiente para a competitividade serão "mescladas ou reduzidas".

A Huawei é considerada líder mundial em dispositivos 5G, a quinta geração de internet móvel. Washington teme que o regime comunista chinês controle futuras redes globais através da Huawei.

O governo Trump pressiona seus aliados para convencê-los a parar de cooperar com a Huawei.

O grupo chinês foi fundado por um ex-engenheiro do exército chinês, cuja filha, Meng Wanzhou, diretor financeiro da Huawei, está em prisão domiciliar no Canadá e espera ser extraditada para os Estados Unidos, que suspeita que ela violou um embargo contra o Irã.

O lutador nigeriano Kamaru Usman derrotou o americano Colby Covington, nesse sábado (14), em Las Vegas, na disputa principal do UFC 245. O atleta dos Estados Unidos é conhecido por apoiar o presidente Donald Trump e foi marcado por um episódio lamentável, em outubro deste ano quando proferiu palavras depreciativas contra o Brasil, ao chamar brasileiros de “animais imundos”.

Os lamentáveis termos foram proferidos pelo americano após sua vitória contra o lutador de São Paulo Demian Maia. Nesse sábado, porém, Kamaru nocauteou Colby e, ao comemorar a sua atuação, homenageou os brasileiros. “Aí Brasil, isso foi para vocês também, foi para todo mundo”, declarou.

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Antes do confronto, o nigeriano afirmou que venceria o americano em nome de todos os imigrantes dos Estados Unidos. Colby apoia Trump, que em seu governo tem praticado diferentes ações contra pessoas de outros países que tentam viver em solo americano.

O nocaute aconteceu nos instantes finais da luta. Colby Covington deixou o octógono com a mandíbula quebrada.

Quase 30 países diminuíram suas emissões de gases de efeito estufa em 2018, mas grandes emissores como Estados Unidos estão nas últimas posições, segundo um relatório publicado nesta terça-feira à margem da COP25 de Madri.

Segundo o índice "Climate change performance" de Germanwatch e da Climate Action Network, 31 dos 57 países responsáveis por 90% dessas emissões mundo as reduziram.

Entretanto, Estados Unidos, Austrália e Arábia Saudita são fonte de "grande preocupação", por seus níveis de emissões, assim como suas políticas climáticas, segundo um comunicado.

Os três primeiros postos da classificação dessas organizações que medem o desempenho dos países no que se refere à proteção do clima permanecem vazios, considerando-se que nenhum país aplica uma política compatível com o Acordo de Paris, que prevê limitar o aquecimento abaixo de + 2°C.

A Suécia ocupa o quarto lugar, à frente da Dinamarca.

Pela primeira vez, os Estados Unidos substituem a Arábia Saudita na última posição.

A China, principal emissor do mundo, aparece em 30º. A UE em 22º. À frente aparece o Brasil, na 21ª posição.

O índice "mostra sinais de uma mudança mundial em termos de emissões, com uma redução do consumo de carvão", indicou Ursula Hagen, da Germanwatch.

"Mas vários grandes países continuam à margem dessa tendência, em primeiro lugar os Estados Unidos".

Por outro lado, o Climate Action Tracker (CAT), que avalia os compromissos de 36 países que representam 80% das emissões, advertiu que as promessas atuais dos governos continuam sendo insuficientes em relação ao Acordo de Paris, porque levariam a um aumento de + 2,8 ºC em 2100.

O carvão continua desempenhando um papel importante na política energética de alguns países, disse o CAT em um relatório, apontando para China, Japão e Coreia do Sul.

O documento também ressalta que a capacidade instalada de energias renováveis duplicou em 10 anos e previu que aumente 50% no próximo período.

Na próxima quarta-feira (20), Dia da Consciência Negra, acontecerá a marcha da consciência negra contra o racismo, o genocídio e pelo direito de viver do povo preto. O evento será feito no Parque 13 de Maio, no Centro do Recife, a partir das 14h e é uma iniciativa da Articulação Negra de Pernambuco (ANEPE), em parceria com mais de 50 movimentos negros que buscam articular estratégias de incidência política em Pernambuco. 

A data, estabelecida como Dia da Consciência Negra, tem como mote de reflexão a morte do líder negro Zumbi dos Palmares, que aconteceu em 20 de novembro de 1695. De acordo com a ANEPE, no evento acontecerão algumas intervenções culturais e em seguida o grupo deve seguir em marcha, juntamente com um cortejo de afoxés para a Rua da Guia, no bairro de São José.

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No local, a partir das 18h, algumas atrações como o grupo Femigang, Isaar, afoxé Omô Nilê Ogunjá e as DJs Themonia e Nenacalligera comandarão a noite e finalizarão o evento. 

O grupo Zecas Coletivo de Teatro iniciou suas atividades em 2015, com a organização de integrantes do projeto de extensão da Universidade Federal do Pará “Grupo de Teatro Universitário da UFPA (GTU - 2014)”, tendo como primeiro trabalho o espetáculo “Zeca de uma cesta só”. No mesmo ano, ganhou o “Prêmio Proex-UFPA de arte e cultura”, em Belém.

No ano seguinte, 2015, o coletivo expandiu suas atividades para além da cidade e passou a ser reconhecido em outros Estados. Ganhou mais prêmios, como a ”Menção honrosa pela capacidade de mobilização” no Festival Estudantil de Teatro, em Belo Horizonte – MG, em 2015; “Melhor direção” e Prêmio especial do Júri “pela capacidade de criação de uma arte política” No Festival Internacional de Teatro Universitário de Blumenau - SC, em 2016.

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Desde então, o coletivo propõe a produção de obras cênicas voltadas para a problematização social, tendo como segundo trabalho o espetáculo “1800 – O grito da família morta” e, atualmente, desenvolve, as experimentações cênicas do projeto “1900 – O ranger da liberdade”, em diversas partes da cidade de Belém.

O espetáculo conta a história de Zeca, moradora da periferia de Belém, mãe solteira de três filhos e empregada doméstica, que luta todos os dias pelo sustento da família, em meio à falta de perspectiva para si e os seus. A luta cotidiana da protagonista levanta debates importantes para as cenas social e artística contemporâneas. 

Serviço

Espetáculo "Zeca de uma cesta só".

Dia 21/9: às 18h e 20h, Dia 22/9: às 19h.

Ingressos: R$ 30,00 (inteira) R$ 15,00 (meia e antecipados).

No Teatro Universitário Claudio Barradas (Jeronimo Pimentel, 546).

 Ficha técnica

Elenco: Assucena Pereira, Brenda Lima, Carolina Monteiro, Isabella Valentina, Letícia Moreira, Lenise Oliveira, Lucas Del Corrêa, Miller Alcântara, Penélope Lima, Renan Coelho, Robson Clausberg, Ruber Sarmento, Victória Souza, Wagner Ratis e Victor Sezenem.

Direção: Paulo César Jr.

Assistente de direção: Assucena Pereira.

Encenação: Leandro Ferreira.

Dramaturgia: Amanda Carneiro, Leandro Ferreira, Pablo Pina e Rodrigo Pimentel.

Iluminação: Bolyvar Melo.

Cenografia: Assucena Pereira, Bolyvar Melo e Ruber Sarmento.

Assessoria de imprensa: Lucas Del Corrêa.

Artes gráficas: Wan Aleixo.

Fotografia: Letícia Moreira.

Prpdução: Ruber Sarmento.

Realização: Zecas Coletivo de Teatro.

Apoio: Teatro Universitário Claudio Barradas e São Folhas.

Da assessoria do evento.

 

Em parceria com o Consórcio Novo Recife, a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH) realizará a partir desta terça-feira (10), a campanha: "Deixe o seu preconceito de lado, respeite as diferenças". A ação, alusiva ao mês da diversidade, tem o objetivo de enfrentar e sensibilizar sobre a LGBTfobia.

Serão 2.870 cartazes distribuídos nas linhas de ônibus das empresas Borborema, Caxangá, Conorte, Metropolitana, Pedroza, Mobibrasil, São Judas Tadeu, Transcol e outras que rodam pela Região Metropolitana do Recife. De acordo com o secretário-executivo de Direitos Humanos, Diego Barbosa, esta campanha faz parte de um conjunto de ações que o Centro Estadual de Combate à Homofobia (CECH) está desenvolvendo.

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"O objetivo é difundir as políticas públicas desenvolvidas pelo Governo de Pernambuco, promover e fortalecer os Direitos e Garantias desta população, para que a sociedade deixe os seus preconceitos de lado e respeite as diferenças”, reforça Diego.

Um homem foi preso por ameaça e violência doméstica contra a companheira, na Fazenda Monte Além, localizada na Zona Rural de Parnamirim, no Sertão pernambucano. Na tarde deste domingo (1º), ele utilizou um facão e um machado para ameaçar a vítima.

A mulher relatou às autoridades que o companheiro chegou embriagado e iniciou as ameaças com um facão. Eles entraram em luta corporal, e ela conseguiu tomar a arma branca.

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O agressor pegou um machado e continuou as ameaças. Ela correu para a casa de um vizinho, que fica a aproximadamente um quilômetro de distância, para pedir ajuda e acionar os policiais.

Após realizar rondas na região, o suspeito foi localizado e preso. Junto com a vítima, ambos foram encaminhados à Delegacia de Salgueiro, também no Sertão, onde ele foi autuado em flagrante.

 

Vicente Navarrete, camponês de 64 anos de idade e morador em uma zona próxima do povoado de Valcheta, na província argentina de Rio Negro, sobreviveu na luta com uma enorme onça-parda para salvar seu cachorro.

Segundo o jornal Clarín, Navarrete já caçou pelo menos 20 onças-pardas, mas com armas de fogo e acompanhado por cães de caça. Desta vez foi diferente, já que só tinha um punhal para se defender.

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De acordo com a vítima do ataque, ele se deparou com o animal quando percorria o campo a cavalo acompanhado por seu cachorro à procura de vacas perdidas.

Navarrete ouviu os latidos e um gemido furioso, e quando se aproximou do local viu seu cachorro lutando contra um animal de grandes dimensões.

"Pesava mais de 80 quilos, nunca tinha visto nada assim, e gritava. Eu sabia que ele ia matar o meu cão. Eu lhe dei algumas facadas primeiro, tentando tirá-lo [do meu cachorro], e aí se foi e nós o seguimos", contou.

Para salvar seu cachorro, o homem saltou do cavalo e começou a lutar armado com seu punhal.

Vicente Navarrete foi encontrado 12 horas depois do incidente por policiais e bombeiros voluntários, com feridas profundas e fraturas, no entrando ao seu lado estava o corpo da onça sem vida.

Os latidos do cachorro ajudaram a equipe de salvamento a encontrar seu dono ferido.

Da Sputnik Brasil

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