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O número de pacientes autorizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a importar canabidiol (CBD), composto feito a partir da planta da maconha, cresceu nove vezes em quatro anos, segundo dados do órgão. A partir de 2020, esse e outros compostos poderão ser produzidos e comercializados em território nacional, como prevê regulamentação da agência, aprovada nesta semana. Enquanto isso, as pessoas que dependem desse remédio precisam de autorização da Anvisa para trazer o produto de fora.

Segundo dados da agência, o total de pacientes com cadastro aprovado para importar o canabidiol passou de 826 em 2015 para os atuais 7.786, alta de 842%. O ano de 2019 bateu o recorde de novos pacientes cadastrados: 2.726 até o terceiro trimestre. O número já é maior do que o registrado em todo o ano passado: 2.371. "Acredito que (o aumento) esteja relacionado ao acesso à informação e ao reconhecimento das doenças para as quais o tratamento está sendo indicado", destaca a médica Paula Dall'Stella, especialista em cannabis medicinal.

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Neurocirurgião funcional e um dos primeiros médicos a prescrever o canabidiol no País, Pedro Pierro confirma que, com novos estudos, mais doenças passaram a ser tratadas com CBD. "Comecei a prescrever essas medicações em 2014. Nos primeiros anos, só prescrevia para epilepsia. Hoje, prescrevo para muito mais doenças porque novos estudos foram sendo lançados e isso nos deu mais segurança", detalha o médico.

Atualmente, ele receita o remédio para condições como dor crônica, Parkinson, Síndrome de Tourret, autismo, distúrbios de sono, ansiedade, esclerose múltipla, entre outras. Para o médico, a maior divulgação dessa opção terapêutica na mídia também colaborou para o aumento no número de pacientes interessados.

Foi por meio de um programa de TV que a fisioterapeuta Camila Aparecida Shimabukuro Lima, de 40 anos, conheceu o CBD, há três anos. O filho dela, Rafael, de 8 anos, tem a síndrome de Sturge-Weber, que provoca crises convulsivas e retardo mental. Os medicamentos usados até então não davam bons resultados e nenhum médico havia mencionado a existência do CBD.

Após descobrir o tratamento na mídia, ela entrou com o pedido de autorização e recebeu o aval em 2017. "No caso do meu filho, o remédio não atua tanto nas convulsivas, mas percebi uma melhora no comportamento e na parte cognitiva", diz.

Cautela

Psiquiatra e membro da diretoria da Associação Médica Brasileira (AMB), Carmita Abdo diz que é preciso avaliar os resultados de estudos antes de incluir o canabidiol na rotina de prescrição. "Há muitas pesquisas e algumas não são conclusivas. Mas há indícios de que pode ser útil não só para epilepsia, mas para Parkinson, dores crônicas e esclerose múltipla."

Epilepsia

O Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou, em 2014, resolução sobre o uso de canabidiol com foco na epilepsia infantil e em adolescentes. Em novembro, o órgão informou que realiza uma "ampla revisão bibliográfica, que vai balizar futuras decisões sobre a prescrição, ou não, dos derivados do canabidiol para outras doenças." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A decisão da Anvisa de liberar a produção e a comercialização de remédios à base de maconha foi elogiada por neurologistas, médicos da principal especialidade em que o produto é utilizado. Para os especialistas, a medida facilita o acesso e pode reduzir os custos para os pacientes. "Hoje, o processo de importação é demorado. A Anvisa demora de 45 a 60 dias para liberar a autorização. Com a nova regulamentação, o processo será muito mais ágil", diz Saulo Nardy Nader, neurologista do Hospital Albert Einstein, de São Paulo.

Ele elogiou ainda o fato de a Anvisa ter determinado critérios rígidos quanto à qualidade dos laboratórios produtores e determinar que as receitas médicas fiquem retidas no processo de venda.

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Para Sonia Brucki, integrante da Academia Brasileira de Neurologia, a permissão para que parte da produção ocorra em território nacional deverá baratear o produto. "Ainda é um medicamento muito caro para o paciente. A tendência é que fique mais acessível", destaca.

Os especialistas afirmam ainda que a nova regulamentação pode fomentar mais pesquisas científicas sobre os efeitos do composto no tratamento de doenças. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Guilherme tinha 2 meses de vida quando foi diagnosticado com epilepsia de difícil controle. O menino passou a infância e a adolescência sofrendo uma média de 60 crises convulsivas por dia. "Teve um dia que ele chegou a ter 300. As crises por si só já são horríveis, mas elas também deixam sequelas, impediram o desenvolvimento neurológico do Guilherme", conta a mãe, a dona de casa Daniela de Oliveira Costa, de 39 anos.

Nenhum medicamento era capaz de controlar as crises. Em 2014, quando o menino estava com 15 anos, a família decidiu testar o canabidiol (CBD). "Logo de cara, foram quatro meses sem nenhuma crise", conta a mãe. Hoje com 20 anos, Guilherme tem sequelas, mas as crises convulsivas são raras.

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Daniela conseguiu uma decisão judicial que obriga o Sistema Único de Saúde (SUS) a fornecer o produto. Mesmo assim, o processo é demorado e há períodos em que as remessas não chegam a tempo.

General

Assessor especial do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o ex-comandante do Exército general Eduardo Villas Bôas disse que "é favorável" ao aval dado ao canabidiol, mas contrário à liberação do plantio. "A fiscalização seria difícil." Diagnosticado com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) em 2016, ele já teve recomendação de uso do canabidiol - mas não usa o produto.

Nesta quarta-feira, 4, o ex-comandante do Exército inaugura, em Brasília, o Instituto General Villas Bôas, que terá entre seus objetivos ajudar as pessoas com algum tipo de limitação a conviver com as doenças. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A autorização para a indústria produzir medicamentos à base da planta da maconha é apoiada por 75% da população brasileira, segundo pesquisa do DataSenado, obtida com exclusividade pelo jornal O Estado de S. Paulo. Outros 20% dos entrevistados disseram ser contra e 5% não souberam ou preferiram não responder. O DataSenado faz pesquisas de opinião pública sobre temas em discussão na Casa.

A gestão Jair Bolsonaro é contra a manipulação da planta no País, mesmo para fins de pesquisa ou produção de fármacos, e defende uma saída mais conservadora: facilitar a importação dos medicamentos, além de permitir uma indústria local que use produtos sintéticos.

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O Estado mostrou que o produto sintético, apoiado por integrantes do governo Bolsonaro, não tem autorização para pesquisa e comercialização no País. Para isso, depende de aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A pesquisa do Senado mostra que 79% dos entrevistados defendem que medicamentos à base da planta sejam fornecidos gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS), contra 16% desfavoráveis e 5% que não souberam ou não quiseram responder. O levantamento foi realizado por telefone com 2.400 pessoas de todas as Unidades da Federação, de 14 a 27 de julho, a pedido do gabinete da senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP).

Ainda segundo o DataSenado, 87% dos brasileiros sabem que substâncias retiradas da maconha podem ser usadas para tratar doenças, mas apenas 9% conhecem alguém que já usou produtos deste tipo por recomendação médica.

A pesquisa revela que 64% dos entrevistados não defendem que uma pessoa, mesmo com prescrição médica, plante a maconha em casa, contra 31% que apoiam a medida. Nos casos que acham possível o plantio em casa, para tratamentos médicos, 90% dizem que autoridades devem fazer a fiscalização.

Os cientistas estão um passo mais perto de uma cura para o ebola após terem descoberto que dois de quatro medicamentos utilizados em um ensaio clínico aumentaram significativamente as taxas de sobrevivência, disse na segunda-feira, 12, a autoridade de saúde dos Estados Unidos, responsável pelo financiamento da pesquisa.

O estudo começou em novembro passado, na República Democrática do Congo (RDC), mas agora sua fase atual será interrompida e todos os futuros pacientes receberão os dois tratamentos que mostraram resultados positivos, disseram os Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH, sigla em inglês), em um comunicado.

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"Os resultados preliminares em 499 participantes no estudo indicaram que as pessoas que receberam REGN-EB3 ou mAb114 (dois dos quatro remédios) apresentaram maior probabilidade de sobrevivência em comparação aos participantes que receberam os outros dois", indicou.

Os pacientes que estavam recebendo os dois medicamentos que estão sendo descontinuados, ZMapp e remdesivir, agora terão a opção de receber os tratamentos que demonstraram funcionamento efetivo.

Os NIH acrescentaram que a análise final dos dados será feita no fim de setembro ou início de outubro. Em seguida, os resultados completos serão enviados para publicação em literatura médica revisada por pares.

Tanto os pesquisadores americanos como as autoridades sanitárias do Congo e a Organização Mundial da Saúde (OMS) elogiaram a "equipe extraordinária de pessoas que trabalharam em condições extremamente difíceis para realizar o estudo", assim como os pacientes e suas famílias.

"É através deste tipo de pesquisa rigorosa e de rápida implementação que podemos identificar rápida e definitivamente os melhores tratamentos e incorporá-los à resposta ao surto de ebola", disseram.

Mãe e filho sobrevivem ao Ebola

Entre os pacientes que conseguiram se curar através do uso dos medicamentos está Esperance Nabintu e seu filho, Ebenezer Fataki, de 1 ano.

"Agradeço ao Senhor. Meu filho e eu estávamos com ebola, mas nós dois nos curamos", disse a paciente congolesa. "Meus irmãos, não devemos duvidar: o ebola existe."

O marido de Esperance foi a segunda vítima do ebola que morreu na cidade de Goma. Desde então, não houve nenhum outro óbito na região em função do vírus.

Segundo o diretor do Instituto Nacional de Investigações Biomédicas do Congo, doutor Jean-Jacques Muyembe, o ebola é perigoso, mas é curável com o tratamento devido.

"O ebola mata rapidamente, mas o ebola se cura rapidamente", disse Muyembe, em Goma. "Estes casos foram detectados muito rapidamente. O marido estava infectado, esteve em casa durante 10 dias, sua mulher e seu filhos foram contagiados pelo vírus."

Muyembe explicou que as equipes médicas levaram Esperance e Ebenezer ao centro de tratamento assim que os casos de ebola foram identificados.

"Aplicamos um tratamento que é eficaz e, em pouco tempo, os dois estavam curados", afirmou o médico.

Mais de 1.800 pessoas morreram no leste da RDC desde o início da epidemia de ebola, em agosto do ano passado. (Com agências internacionais)

A Secretaria Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia reduziu as tarifas de importação de 17 produtos como medicamentos para tratamento de câncer e HIV/Aids, materiais de consumo, fraldas e absorventes, que estavam na Lista de Exceções à Tarifa Externa Comum (Letec) do Mercosul. As alíquotas caíram de até 18% para zero ou 2%. A medida começou a valer nesta quarta-feira (7).

Segundo o Ministério da Economia, o objetivo é reduzir o custo de produção das empresas instaladas no Brasil e o preço dos produtos para os consumidores. A redução de gastos é estimada em R$ 150 milhões por ano para empresas privadas e para o governo federal.

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A Letec permite que os países do bloco apliquem alíquotas de imposto de importação diferentes das previstas pela Tarifa Externa Comum (TEC). O Brasil está autorizado a manter, até 31 de dezembro de 2021, uma lista de 100 produtos como exceções.

Um projeto de lei protocolado na Câmara e apoiado por deputados de dez partidos prevê um esvaziamento nas funções da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A ideia é permitir a entrada de remédios no País sem precisar passar pelo crivo do órgão de controle, hoje uma de suas principais atribuições.

A proposta restringe a autorização automática a medicamentos já aprovados nos Estados Unidos, no Japão, no Canadá e na União Europeia. Segundo General Peternelli (PSL-SP), autor do projeto, o motivo é que essa autorização demora muito e prejudica pacientes, principalmente portadores de doenças raras.

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"A Anvisa dá prioridade para o caso das doenças raras, mas muitas vezes o tempo que leva é muito prolongado", disse Peternelli. Ele alega que, em alguns casos, a agência leva tanto tempo que, quando dá o aval para o medicamento ser comercializado, ele já está defasado.

A Anvisa, porém, afirma que é necessário uma série de procedimentos para que medicamentos vindos de fora possam circular no País, o que impede uma aprovação automática. "O reconhecimento automático, sem análise, pode ocasionar a aprovação de um produto com especificações diferentes daquelas aprovadas por determinada agência reguladora", diz o órgão em nota.

Ex-presidente da agência, o médico Gonzalo Vecina Neto disse que, apesar de entender uma "boa intenção" no projeto, é preciso ter cautela ao adotar uma medida como esta. "Não existe uma equivalência. É uma questão de política externa. Os outros países terão vantagem sobre os produtos brasileiros", afirmou, em referência à falta de aprovação automática de medicamentos produzidos no Brasil nos outros países.

Critérios para autorizar um remédio no Brasil

Um dos aspectos avaliados pela Anvisa para autorizar um medicamento, por exemplo, é o estudo de estabilidade para garantir que o medicamento mantenha sua qualidade durante todo o prazo de validade. Como o Brasil é mais quente e úmido que os países europeus, que os Estados Unidos e que o Japão, existem requisitos de estabilidade específicos para o território nacional. Outra questão apontada pela Anvisa é que nem sempre os estudos conduzidos em medicamentos internacionais consideram as especificidades da população brasileira quanto aos aspectos epidemiológicos.

A agência aponta ainda que o reconhecimento de registro de medicamentos internacionais representaria uma falta de isonomia para a indústria nacional, que ainda precisaria atender às normas e prazos vigentes para registro de medicamentos no Brasil.

Críticas

Para o deputado Alexandre Padilha (PT-SP), médico e ex-ministro da Saúde de Dilma Rousseff (PT), o projeto representa o "cúmulo do vira-latismo".

"Estabelece apenas países como Estados Unidos, Japão e europeus, desconhecendo, por exemplo, toda a parceria bilateral que existe entre as agencias sanitárias no âmbito do Mercosul (Mercado Comum do Sul)", disse Padilha. "A Anvisa é reconhecida como uma agência de padrão internacional pela União Europeia."

A líder da Minoria na Câmara, Jandira Feghali (PCdoB-RJ), que também é médica, faz coro às críticas. "Há a regra de mercado sobre a vida das pessoas. Não pode ser assim, nós temos de avaliar. Toda substância química tem de ser avaliada antes de entrar no mercado", afirmou.

O projeto de Peternelli está na fila da Comissão de Seguridade Social e Família, ainda sem previsão de entrar na pauta. A proposta tem caráter terminativo, o que, no jargão do Legislativo, significa que, se for aprovada em comissões da Câmara, pode seguir direto para o Senado, sem passar pelo plenário.

A Polícia Federal (PF) de Santa Catarina prendeu oito pessoas, incluindo três funcionários da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, em uma operação que investigou tráfico de medicamentos controlados. A entidade informou que abriu uma sindicância para apurar o caso.

Cerca de 40 policiais participam das ações, cumprindo nove mandados de busca e apreensão e oito de prisão - três temporárias e cinco preventivas - em São Paulo e Itanhaém (SP), além de São José, Tijucas e Florianópolis (SC). A Justiça ainda determinou o sequestro de veículos e de um imóvel comercial avaliado em R$ 1,2 milhão, usado por um dos suspeitos de participar do esquema.

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Segundo o delegado da PF Nelson Napp, de Florianópolis, a ação partiu de um ofício recebido pelos federais da agência antidrogas dos Estados Unidos, a Drug Enforcement Administration (DEA). O comunicado dava conta do envio ilegal de medicamentos anestésicos, em três pacotes endereçados a Miami, na Flórida. A investigação levou a um homem, morador do bairro Campeche, em Florianópolis. Tal descoberta levou à apreensão, no início deste ano, de 2.622 ampolas de fentanil em Balneário Camboriú (SC).

O fentanil é a droga que mais mata nos Estados Unidos, tendo feito mais de 18 mil vítimas em 2016. Segundo relatório do Centro Nacional de Estatísticas de Saúde dos EUA, 29% das mortes por overdose de drogas em 2016 no país foram relacionadas ao opioide.

Santa Casa

O monitoramento das ações em Santa Catarina fez os policiais chegarem ao grupo de São Paulo - que fornecia os medicamentos. A PF identificou quatro pessoas que faziam o serviço: três eram funcionários da Santa Casa e um trabalhava em uma transportadora. "Eles desviavam remédios da Santa Casa para vários lugares, como a favela de Heliópolis (zona sul), e no (site de vendas) Mercado Livre", disse Napp.

Os funcionários não tiveram os nomes divulgados. Um era um auxiliar de enfermagem e os outros dois eram técnicos de almoxarifado.

A lista de medicamentos incluía fentanil, adrenalina, morfina, tramal, tetracaina, lidocaína e outros. "Não sei como era o controle (da Santa Casa). Eles faziam transações toda semana", disse o delegado, ao comentar os remédios desviados. Além da farmácia do hospital, o monitoramento da PF revelou que o grupo também importava os medicamentos clandestinamente da China, ainda de acordo com o delegado.

Dos oito mandados de prisão expedidos, seis foram cumpridos. Um suspeito de Santa Catarina e um de São Paulo não foram localizados e continuam foragidos. A Santa Casa informou, por nota, que "foi surpreendida pela notícia". "Já abrimos uma sindicância interna para apurar os fatos e também buscaremos mais detalhes da Polícia Federal", disse o texto, em que a entidade se coloca à disposição das autoridades. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Muitas vezes não utilizamos todos os remédios prescritos pelo médico quando estamos doentes e guardamos as sobras das cartelas para alguma outra ocasião. No entanto, os medicamentos ficam guardados por tanto tempo que acabam perdendo a validade. O que fazer com eles?

Jogar remédios vencidos ou sobras no lixo comum traz inúmeros prejuízos ao meio ambiente e à saúde pública. As substâncias químicas contaminam o solo e a água, podendo afetar peixes e outros organismos vivos que servem como base de alimentação para as pessoas.

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O Brasil é o 6º maior mercado de medicamentos do mundo, segundo dados de 2017 da IQVIA, multinacional que atende às indústrias combinadas de tecnologia de informação em saúde. Por ano, estima-se que sejam produzidas mais de 10 mil toneladas desse tipo de resíduo, conforme dados da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).

Pensando nisso, a Roche, em parceria com o portal eCycle, desenvolveu uma plataforma que ajuda o consumidor a descobrir o lugar mais próximo de coleta de medicamentos vencidos.

Para localizar o endereço, basta incluir o CEP de onde você está no site e o sistema faz um mapeamento dos pontos de descarte mais próximos ao usuário. De acordo com dados da Roche, em 2018, a procura por esse tipo de serviço cresceu 190% em relação ao ano anterior.

Para descobrir o ponto de coleta para descarte de remédios vencidos mais próximo, consulte o endereço eletrônico.

Um suspeito, de 36 anos, foi preso em flagrante enquanto saía de casa, no bairro de Cidade Líder, na Zona Leste de São Paulo. Durante as investigações, a Polícia Civil identificou que a residência servia de depósito para milhares de anabolizantes e insumos para a produção.

Após a apreensão, ele confessou o crime e vai responder por falsificação de produtos terapêuticos/medicinais e por contrabando. Na residência foram apreendidos:

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- 5.040 unidades de Cloridrato de Femproporex;

- 10.000 unidades de comprimidos diversos;

- 45 frascos de vidros de anabolizantes;

- 7.500 unidades de tampas de alumínio;

- 1.300 unidades de tampa de borracha;

- 600 tampas plásticas;

- 500 comprimidos de metandrostenolona;

- 300 comprimidos de stanozolol;

- 300 comprimidos de oxandrolona;

- 706g de insumo diversos;

- 28 embalagens de stanozolol;

- 1.300 etiquetas de anabolizantes;

- 116g de oxandrolona;

- 732 potes vazios;

- 01 balança de precisão;

- 01 máquina de encapsulamento.

Com informações da assessoria

O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria na manhã desta quarta-feira, 22, para impor restrições ao fornecimento de medicamentos de alto custo que não tenham registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O julgamento foi retomado nesta manhã, mas os ministros ainda precisam chegar a um consenso sobre as condições para autorizar a distribuição desse tipo de remédio, já que há divergências entre os integrantes sobre os pré-requisitos necessários para obter a medicação.

A avaliação predominante dos ministros é o de que a ausência de registro da Anvisa proíbe - como regra geral - o fornecimento de medicamento de alto custo. No entanto, os ministros entenderam que é possível - em caráter excepcional - justificar a concessão do remédio, desde que preenchidos certos pré-requisitos.

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Ou seja: para os ministros do STF, o fornecimento de medicamento de alto custo sem registro da Anvisa não é uma regra ou uma obrigação do poder público, e sim uma exceção que pode ser feita em certas circunstâncias. Os ministros ainda vão definir na sessão as condições para que se obtenha autorização judicial nesse sentido.

O caso tem repercussão geral, ou seja, o entendimento firmado pelo Supremo deve basear decisões tomadas por diversas instâncias judiciais em todo o País.

"A regra é que é indispensável o registro da Anvisa. Mas em hipóteses excepcionais se permite que caso a caso, eventualmente se chegue à conclusão diversa", frisou a ministra Rosa Weber.

Requisitos

A tese defendida pelo ministro Luís Roberto Barroso é a de que o Estado não pode ser obrigado a fornecer medicamentos experimentais, sem eficácia e segurança comprovadas, em nenhuma hipótese.

Em relação a medicamentos não registrados na Anvisa, mas com comprovação de eficácia e segurança, o Estado somente pode ser obrigado a fornecê-los na hipótese de longa demora da Anvisa em apreciar o pedido de registro (prazo superior a 365 dias), quando preenchidos três requisitos: 1) a existência de pedido de registro do medicamento no Brasil; 2) a existência de registro do medicamento em renomadas agências de regulação no exterior; e 3) a inexistência de substituto terapêutico com registro no Brasil.

Para Barroso, as ações que demandem fornecimento de medicamentos sem registro na Anvisa deverão necessariamente ser propostas em face da União.

Custos

De acordo com o Ministério da Saúde, os 10 medicamentos mais caros para tratamento de doenças raras representaram 87% do total de R$ 1,4 bilhão gasto com a "judicialização da Saúde" em 2018. Para atender a 1.596 pacientes, o governo desembolsou R$ 1,2 bilhão (um custo médio de R$ 759 mil por paciente) no ano passado, segundo a pasta.

"Embora o Judiciário tenha autoridade para conhecer dessas demandas, deve garantir que não haja prejuízo de toda uma coletividade em virtude de casos específicos que não acabam tendo a análise da eficácia, a análise da própria eficiência daquele tratamento na doença", disse o ministro Alexandre de Moraes.

"Esse aumento da judicialização vem prejudicando a própria gestão das políticas públicas de saúde no Brasil. A Advocacia-Geral da União salienta que, somente no âmbito federal, segundo dados atualizados, os valores que não chegavam a R$ 200 milhões em 2011 alcançaram no ano passado em 2018 R$ 1,316 bilhão, crescimento exponencial desses valores que são destinados a poucas pessoas e acabam fazendo falta a milhares de pessoas", completou Moraes.

Para Moraes, para que o fornecimento do medicamento seja autorizado pela Justiça, é preciso o preenchimento de requisitos, como o paciente comprovar que não tem condições de pagá-lo - e a apresentação de um laudo médico.

O ministro Ricardo Lewandowski, por sua vez, defende a posição de que o medicamento deve ser fornecido quando é a família, e não apenas o paciente, que não pode custear o tratamento. Para Lewandowski, a Justiça também só pode autorizar o tratamento com a "comprovação robusta da necessidade" do medicamento, a indicação de inexistência de tratamento oferecido no âmbito do SUS e a apresentação de um atestado de eficácia do remédio.

O Poupatempo de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, passa a fornecer gratuitamente medicamentos de alto custo e controlados. A distribuição está vinculada aos critérios dos protocolos clínicos de cada doença, definidos pelo Ministério da Saúde.

Para ter acesso é necessário apresentar documentos pessoais, receita médica e exames específicos para cada situação. A cada 90 dias, o usuário deve renovar a solicitação dos medicamentos.

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O projeto "Farmácia de Medicamentos Especializados" no Poupatempo São Bernardo faz parte do plano para descentralizar a distribuição desse tipo de remédio na região do ABC, atualmente realizada no Hospital Mario Covas, em Santo André. O projeto quer atender 35% do público da região que, atualmente, recorre ao serviço da farmácia do hospital.

Serviço

Poupatempo São Bernardo do Campo

Endereço: Rua Nicolau Filizola, 100, Centro

De segunda a sexta-feira, das 7h às 19h, e aos sábados das 7h às 13h

A automedicação é um hábito comum a 77% dos brasileiros, segundo uma pesquisa realizada pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF). Quase metade da população, ou seja, 47%, faz uso de medicamentos sem prescrição médica ao menos uma vez por mês e 25% o faz todos os dias ou pelo menos uma vez por semana.

O estudo aponta que as mulheres são a parcela da população que mais usa medicamento por conta própria, com registro de 53%. Familiares e amigos são os principais influenciadores na escolha dos medicamentos usados sem prescrição e representam cerca de 25%.

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O uso de medicamentos sem a avaliação de um profissional de saúde pode trazer consequências, como sensibilização do organismo, surgimento de alergias e irritações, desordens fisiológicas metabólicas e hormonais e redução do efeito de fármacos importantes como antibióticos, criando a resistência bacteriana.

De acordo com o farmacêutico Rafael Ferreira, a automedicação pode ainda retardar ou mascarar a detecção de patologias mais severas. "Ao aliviar sintomas como a dor, o usuário pode camuflar uma doença mais séria. As dores no corpo ou na cabeça, irritações na pele, acidez estomacal, constipação ou até mesmo intestino solto podem ser alguns dos sintomas iniciais de muitas doenças graves. Ao camuflar os primeiros sinais, a pessoa faz com que a patologia seja diagnosticada tardiamente e em estados mais severos", alerta.

O hábito de usar diversos medicamentos ao mesmo tempo e sem prescrição também pode fazer com que o tratamento não tenha o resultado esperado. "Misturar medicamentos faz com que eles interajam entre si, podendo causar alteração no seu efeito protetor, ou seja, um antibiótico pode ser neutralizado e não conseguir combater as bactérias e com isso levar a um agravo da doença", explica o farmacêutico. "O uso de fármacos de forma inapropriada também pode comprometer algumas intervenções clínica, por exemplo, o uso errôneo de ácido acetilsalicílico, um analgésico muito comum, pode favorecer processos de sangramentos e atrapalhar intervenções invasivas", acrescenta.

Segundo Ferreira, o hábito que os brasileiros têm de se automedicar é antigo e também pode ser explicado pelas propagandas, que elevam o consumo. "Antigamente, existia uma problemática com o atendimento médico, que era muito demorado e a medicação era escassa, então esse costume vem de outras gerações, que procuravam por soluções imediatas para os problemas", afirma. "A evolução populacional e do conhecimento medicamentoso fez desnecessário esse tipo de hábito, que deve cair no abandono para o bem da população. Por isso é importante conscientizar as pessoas que medicamentos são somente indicados para tratamento de doenças e não para banalidades, pois o tratamento errado de hoje e sem orientação pode se transformar na doença de amanhã", pondera.

A deputada Clarissa Tércio (PSC) anunciou que realizará uma audiência pública sobre o desabastecimento nas Farmácias do Estado no próximo dia 15 de maio. Fruto de requerimento do deputado William Brigido (PRB), o debate foi aprovado na Comissão de Cidadania da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).

A parlamentar lembrou que um pedido para discutir o tema já havia sido apresentado pela colega Priscila Krause (DEM) e rejeitado em Plenário. “Vamos configurá-la como co-autora dessa solicitação”, informou. “Lemos notícias repercutindo as queixas frequentes das pessoas que necessitam de medicamentos. Também tenho recebido uma grande demanda de solicitações”, complementou.

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De acordo com ela, constatou-se a falta de 139 dos 231 medicamentos que deveriam ser ofertados pelas Farmácias do Estado. “A Secretaria de Saúde emitiu nota informando que está em processo de aquisição dos remédios ou que o fornecedor atrasou a entrega. Mas, na ‘blitz da Oposição’, comprovamos que a saúde no nosso Estado está um caos”, observou.

A deputada finalizou dizendo que o debate será realizado por uma questão de respeito. “Vamos fazer o debate em respeito ao povo Pernambucano, aos pacientes que necessitam dessas medicações”, concluiu Tércio.

A Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco (Alepe) decidiu impedir a realização de uma audiência pública, agendada para o próximo dia 20 de maio, intitulada “Situação da Assistência Farmacêutica no Estado de Pernambuco”, proposta pela deputada estadual Priscila Krause (DEM).

A votação, que registrou 24 votos contra a realização da audiência e 12 a favor, contou com a orientação do líder da bancada de governo, Isaltino Nascimento (PSB), pelo impedimento do ato. Após a votação, Priscila Krause subiu à tribuna – em tempo de liderança – e registrou o total “constrangimento” da Casa em meio à necessidade de milhares de pernambucanos terem restabelecida a normalidade da entrega dos medicamentos, sobretudo para doenças crônicas e graves como diabetes, câncer, além de fármacos necessários aos pacientes transplantados.

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“Qual o papel da Assembleia Legislativa? Uma audiência pública é um instrumento dos mais democráticos para buscarmos soluções, mas se o governo consegue artifícios para barrar essa discussão aqui, nós vamos fazer na praça pública. Sempre tratei as audiências públicas com a responsabilidade devida, ouvindo os dois lados e buscando construir caminhos, que é o propósito da atividade parlamentar”, registrou.

O requerimento, que trata do pedido para realização da audiência pública, foi protocolado pela parlamentar o último dia 13 de março, mas não foi à pauta. Ela acompanha o assunto, inclusive apresentando emendas ao Orçamento nesse sentido, desde 2015. Na reunião ordinária dessa terça-feira (23), Priscila solicitou que a matéria fosse à votação.

Nos bastidores da Casa, a audiência já estava sendo tratada junto à Comissão de Saúde e aos convidados. Componentes da Secretaria de Saúde, inclusive, sugeriram o dia 20 para a realização. Além dos representantes da Secretaria estadual de Saúde, seriam formalizados os convites ao Ministério da Saúde, Tribunal de Contas do Estado (TCE), Tribunal de Contas da União (TCU), Ministério Público do Estado de Pernambuco (MPPE), Defensoria Pública da União, Defensoria Pública do Estado de Pernambuco, além de representantes da sociedade civil.

De acordo com Priscila, o Tribunal de Contas do Estado realizou uma auditoria especial sobre o programa de assistência farmacêutica, concluído em julho de 2018, apontando deficiências e recomendações. Há um plano de ação em execução. “Quem está sem remédio, quem está nas filas das farmácias do Estado, sofrendo com um problema de desabastecimento crônico, que tem a ver com dívidas milionárias com fornecedores, com subfinanciamento do SUS, com a redução do orçamento estadual para o programa, são os mais pobres. É um assunto que está chamando atenção da imprensa sistematicamente. Se a própria Assembleia não pode se colocar para buscar soluções, por orientação do governo Paulo Câmara, ficamos realmente sem ver a luz no fim do túnel”, acrescentou.

A deputada afirmou que o MPPE tem programada uma audiência pública sobre o assunto nos próximos dias.

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Aposentados e pensionistas que ganham até o teto estabelecido pelo Regime Geral da Previdência Social (RGPS) poderão ter desconto de 50% na compra de medicamentos. O benefício, a ser subsidiado pelo governo federal, está previsto no Projeto de Lei do Senado (PLS) 235/2018, aprovado pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS), nesta quarta-feira (10). A proposta segue para a Câmara dos Deputados.

PLS 235/2018 altera a Lei Orgânica da Saúde (Lei 8.080, de 1990) e foi apresentado pelo senador Paulo Paim (PT-RS). A proposta mantém duas ações já adotadas pelo Programa Farmácia Popular, mantido pelo Sistema Único de Saúde (SUS): fornecimento gratuito e subsidiado na compra de medicamentos com base em critérios epidemiológicos.

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“É necessário ampliar a abrangência do Programa Farmácia Popular para beneficiar esse segmento da nossa população [aposentados e pensionistas], independentemente das moléstias de que padecem. Por isso, propomos criar uma terceira modalidade para fornecer a esse segmento o acesso a medicamentos a baixo preço, mediante subsídios que lhes possibilitem adquirir quaisquer remédios que lhes sejam prescritos com desconto de 50% no preço de referência”, destacou Paim.

Diabetes e IR - Portadores de diabetes mellitus poderão conquistar o direito à isenção de Imposto de Renda (IR) sobre os proventos de aposentadoria ou reforma. O benefício está previsto no Projeto de Lei (PL) 585/2019, do senador Alvaro Dias (Pode-PR), também aprovado pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS), nesta quarta-feira (10).

A proposta muda a Lei 7.713, de 1988, que dispõe sobre a legislação do Imposto de Renda, com efeitos no primeiro dia do ano seguinte à sua conversão em lei. O relator, senador Romário (Pode-RJ), considerou a medida importante para a promoção da saúde e aumento da qualidade de vida dos diabéticos no Brasil.

O projeto seguiu para análise final da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).

Da Agência Senado

O preço dos remédios vendidos no país pode aumentar até 4,33% a partir desta segunda-feira (1º). O valor, definido pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos, ficou acima da inflação de 2018, que fechou o ano em 3,75%.

De acordo com o Ministério da Saúde, o percentual é o teto permitido de reajuste. Cada empresa pode decidir se vai aplicar o índice total ou menor. Os valores valem para os medicamentos vendidos com receita.

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Ainda segundo a pasta, o cálculo é feito com base em fatores como a inflação dos últimos 12 meses – o IPCA, a produtividade das indústrias de remédios, o câmbio e a tarifa de energia elétrica e a concorrência de mercado.

A Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos publica, todo mês, no site da Anvisa, a lista com os preços de medicamentos já com os valores do ICMS – o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços, que é definido pelos estados.

As empresas que descumprirem os preços máximos permitidos ou aplicarem um reajuste maior do que o estabelecido podem pagar multa que varia de R$ 649 a R$ 9,7 milhões.

A Polícia Militar prendeu a vendedora Débora Aretusa Fulep da Luz, 37 anos, que estava foragida desde 2014 por participar de uma quadrilha que desviou medicamentos avaliados em mais de R$ 11 milhões para tratamento de câncer, em Santo André, no ABC pauilista. 

De acordo com a PM, Débora estava sendo procurada desde a condenação, quando recebeu pena de 14 anos de reclusão em regime fechado por associação criminosa e falsificação, corrupção e adulteração de produtos destinados a fins medicinais.

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Os desvios ocorriam em três hospitais de São Paulo: Samaritano, Brigadeiro (conhecido como Hospital do Transplante) e Professor Dr. João Sampaio Góes Júnior. Os medicamentos eram adquiridos pelo governo de São Paulo e distribuídos gratuitamente aos pacientes.

Segundo o delegado responsável pela operação em 2012, Fernando Schimdt de Paula, a quadrilha era especialista em desviar medicamentos de alto custo, que são usados em ambientes hospitalares e não poderiam ser usados em casa, como os que foram apreendidos naquele ano.

O Sistema Único de Saúde (SUS) passa a ofertar, em até 180 dias, os medicamentos alfaelosulfase e galsulfase para o tratamento de pacientes com mucopolissacaridose tipos IV e VI, respectivamente. A portaria que incorpora os insumos na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename) foi publicada ontem (20) no Diário Oficial da União.

Por meio de nota, o Ministério da Saúde informou que a mucopolissacaridose consiste em um distúrbio genético que afeta a produção de enzimas, substâncias fundamentais para diversos processos químicos em nosso organismo. A doença não tem cura, mas um tratamento adequado, segundo a pasta, é capaz de reduzir complicações e sintomas, além de impedir o agravamento do quadro.

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A expectativa do governo é que o medicamento alfaelosulfase possa atender a 153 pacientes de todo o país diagnosticados com o tipo IV de mucopolissacaridose. Já o galsulfase deve ser utilizado por 183 pacientes com o tipo VI da doença, que apresenta ainda outros quatro estágios. Em junho, o ministério incorporou os medicamentos laronidase e idursulfase alfa para o tratamento de mucopolissacaridose tipos I e II.

Doenças raras

De acordo com a pasta, as doenças raras são caracterizadas por uma ampla diversidade de sinais e sintomas que variam não só de doença para doença, mas também de pessoa para pessoa. Manifestações relativamente frequentes podem simular doenças comuns, dificultando o diagnóstico, causando elevado sofrimento clínico e psicossocial aos afetados e suas famílias.

Considera-se doença rara aquela que afeta até 65 pessoas em cada 100 mil indivíduos, ou seja, 1,3 pessoa para cada 2 mil indivíduos. O número exato de doenças raras não é conhecido. Estima-se que existam entre 6 mil a 8 mil tipos de doenças raras em todo o mundo. 80% delas decorrem de fatores genéticos e as demais advêm de causas ambientais, infecciosas e imunológicas, entre outras.

“Muito embora sejam individualmente raras, como um grupo elas acometem um percentual significativo da população, o que resulta em um problema de saúde relevante”, destacou o ministério.

O Uruguai aprovou em 2013 uma lei inédita que regulamenta o acesso à maconha para uso recreativo como forma de combater o narcotráfico e começa a discutir o uso medicinal da planta em meio a críticas de seus promotores pela lentidão do processo.

"Temos uma lei que foi feita para tirar o recreativo do mercado negro e agora temos um mercado não regulamentado de cannabis medicinal", expressou a médica especialista no uso médico da maconha Julia Galzerano, durante seminário no Congresso, nesta quarta-feira (24).

Em julho de 2017, o Uruguai terminou de implantar sua lei de regulamentação da cannabis, que permite três formas de se obter a droga para uso recreativo: o auto-cultivo ou cultivo doméstico com até seis plantas por pessoa; o cultivo cooperativo em clubes e a compra de maconha produzida por empresas privadas controladas pelo Estado e distribuída em farmácias.

No entanto, o consumo de derivados da cannabis com fins medicinais se concentra em um mercado não regulado.

Embora haja um decreto que habilita o uso da maconha medicinal, o acesso está limitado em número de medicamentos disponíveis (dois importados e dois de origem nacional), e também pelo preço elevado dos tratamentos, assim como a complexidade dos trâmites de importação no caso dos produtos que vêm do exterior, explicou a especialista.

Os promotores do uso medicinal da cannabis querem que "esteja acessível para quem a necessita", independentemente de sua capacidade econômica, defendeu Galzerano.

No Uruguai se conseguem facilmente produtos para uso medicinal ou estético, elaborados sem fiscalização sanitária.

O sociólogo Sebastián Aguiar, do grupo de estudo Monitor Cannabis, destacou que 90% da população uruguaia é favorável à regulamentação da maconha para fins medicinais. O dado é de 2017 e se baseia em uma pesquisa com 2.181 entrevistados em todo o país, que tem 3,5 milhões de habitantes.

Enquanto isso, o criminalista Diego Silva, avaliou que "não há uma política de Estado com relação à cannabis" e "os temas vinculados à cannabis navegam nas águas escuras da burocracia" estatal, o que, segundo este especialista que dissertou sobre "Cannabis e liberdades cidadãs", explica a falta de avanços na regulamentação do uso medicinal da planta e substâncias derivadas.

Em meados de outubro, após quase um século de proibição, o Canadá se tornou o segundo país do mundo, depois do Uruguai, a legalizar a maconha para fins recreativos.

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