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Cientistas dos Estados Unidos desenvolveram um novo tipo de medicamento que promove a regeneração de células e reverteu a paralisia em ratos com lesões na coluna vertebral, permitindo aos animais caminhar novamente após quatro semanas de tratamento.

A pesquisa foi publicada na revista Science nesta quinta-feira (11) e a equipe responsável, da Universidade de Northwestern, afirmou que espera apresentar seu tratamento no próximo ano à agência reguladora de medicamentos dos EUA, a FDA, para poder iniciar os testes em humanos.

"O objetivo de nossa pesquisa foi desenvolver uma terapia transferível que pudesse ser usada nos hospitais para evitar a paralisia em pessoas por decorrência de traumatismos e enfermidades", disse à AFP Samuel Stupp, líder do estudo.

Curar a paralisia é uma meta antiga da medicina e outras pesquisas inovadoras no campo incluem tratamentos experimentais com células-tronco para produzir novos neurônios, terapia genética que ordena o corpo a produzir certas proteínas para ajudar na recuperação do sistema nervoso e a injeção direta de proteínas.

A equipe de Stupp, por sua vez, utilizou nanofibras para imitar a arquitetura da "matriz extracelular", uma rede de moléculas que se desenvolve naturalmente em torno do tecido celular.

Cada nanofibra é 10.000 vezes mais fina que um fio de cabelo humano e elas são feitas de centenas de milhares de moléculas chamadas peptídeos, que transmitem sinais para promover a regeneração dos nervos.

A terapia em forma de gel foi injetada no tecido que envolve a medula espinhal de ratos de laboratório 24 horas depois de realizar uma incisão em suas colunas.

A equipe decidiu esperar um dia porque os humanos que sofrem lesões graves na medula por acidentes automobilísticos, disparos e outros motivos, também demoram para receber tratamento.

Quatro semanas depois, os ratos que receberam o tratamento recuperaram sua habilidade de caminhar quase tão bem como antes da lesão na medula, enquanto os que não o receberam não voltaram a andar.

O impacto do tratamento a nível celular foi depois avaliado pela equipe, que se deparou com uma melhora impressionante na medula espinhal.

Extensões de neurônios chamadas axônios se regeneraram e o tecido cicatricial, que pode funcionar como uma barreira física que impede a regeneração, mostrou-se significativamente reduzido.

Além disso, uma capa protetora de axônios, que são importantes para a transmissão dos impulsos elétricos, se regenerou, vasos sanguíneos se formaram para levar nutrientes às células feridas e mais neurônios motores sobreviveram.

- Moléculas dançantes -

Uma descoberta-chave da equipe foi que criar uma certa mutação nas moléculas intensificava seus movimentos coletivos e melhorava sua eficácia.

Isso se deve ao fato de os receptores nos neurônios estarem naturalmente em constante movimento, segundo explicou Stupp. Assim, aumentar a movimentação das moléculas terapêuticas com as nanofibras ajuda a conectá-las de forma mais efetiva com seus alvos em movimento.

Os pesquisadores, inclusive, testaram duas versões do tratamento - um com mutação e outra sem - e descobriram que os ratos que receberam a versão modificada recuperaram mais mobilidade.

O gel desenvolvido pelos cientistas é o primeiro de seu tipo, e pode ser o primeiro de uma nova geração de medicamentos conhecida como "drogas supramoleculares", porque a terapia consiste na união de várias moléculas ao invés de uma única, indicou Stupp.

Segundo a equipe de cientistas, o tratamento é seguro porque os materiais se degradam em questão de semanas e se transformam em nutrientes para as células.

Stupp disse que espera que os estudos possam passar rapidamente para os humanos, sem a necessidade de realizar mais testes em animais, como os macacos, pelo fato de o sistema nervoso ser muito parecido entre as espécies de mamíferos, e "não existe nada para ajudar os pacientes com lesões na medula espinhal, o que é um grande problema".

Segundo estatísticas oficiais, cerca de 300 mil pessoas vivem com lesões na medula espinhal apenas nos Estados Unidos. Sua esperança de vida é menor que a de pessoas sem esse tipo de lesão e não melhorou desde os anos 1980.

"O desafio será como a FDA revisará essas terapias, porque são completamente novas", comentou Stupp.

O laboratório americano Merck Sharp & Dohme (MSD) anunciou, nesta sexta-feira (1), que pedirá a autorização da agência reguladora de medicamentos dos Estados Unidos, a FDA, para a comercialização de um medicamento via oral contra a covid-19.

Com base em um ensaio clínico, a pílula reduz pela metade o risco de hospitalização e morte de pacientes com covid-19.

Se for autorizado, este fármaco oral seria o primeiro do tipo no mercado para tratar a covid-19, o que, depois das vacinas, representaria um grande avanço na luta contra a pandemia.

O MSD informou que buscará "o mais rápido possível" a autorização da FDA para o medicamento, chamado de molnupiravir e desenvolvido em pareceria com o laboratório Ridgeback Biotherapeutics.

Os resultados do ensaio clínico são positivos, assegura a multinacional sediada em Nova Jersey, que era uma filial do laboratório alemão Merck, mas se tornou uma empresa independente.

O estudo foi realizado com 775 pessoas com covid-19 de leve a moderada, e que apresentavam pelo menos um dos fatores de risco para o agravamento do quadro. Os pacientes receberam o tratamento até cinco dias depois do surgimento dos primeiros sintomas.

A taxa de internação ou morte nos pacientes que receberam o fármaco foi de 7,3%, enquanto entre os que receberam um placebo o índice foi de 14,1%. Além disso, não foram constatadas mortes entre os que receberam molnupiravir, em comparação com oito óbitos no segundo grupo.

A eficácia deste antiviral é "uma notícia muito boa. [...] Os dados são impressionantes", disse aos jornalistas Anthony Fauci, o principal assessor médico do presidente Joe Biden, ao destacar a ausência de mortes entre os que tomaram o fármaco.

Muitos especialistas, no entanto, advertiram que gostariam de ver os dados clínicos completos da pesquisa, e enfatizaram que, caso seja aprovado, o medicamento não deve substituir as vacinas anticovid.

- Fácil de administrar -

Até agora, as terapias anticovid, como os anticorpos monoclonais e o remdesivir, do laboratório americano Gilead, são administradas por via intravenosa, o que dificulta o uso generalizado.

Para Peter Horby, professor especializado em doenças infecciosas emergentes da Universidade de Oxford, "um antiviral oral seguro, acessível e eficaz seria um grande avanço".

"O molnupiravir parecia promissor no laboratório, mas o verdadeiro teste era ver se trazia algum benefício para os pacientes. Muitos medicamentos falham neste ponto, por isso estes resultados provisórios são muito encorajadores", disse o especialista, em um relatório citado pela organização britânica Science Media Center.

Os antivirais atuam evitando que o vírus se replique e podem ser usados em duas situações: para permitir que as pessoas que já sofrem da doença não evoluam para o quadro grave, e para evitar que os que tiveram contato próximo com o vírus não desenvolvam a doença.

O tratamento com comprimidos por via oral, de fácil administração, é aguardado com grande expectativa e visto como uma forma eficaz de combater a pandemia. Contudo, os antivirais, de forma geral, não têm apresentado resultados convincentes contra a covid-19.

Dado que o mercado para esses fármacos é potencialmente enorme, vários laboratórios estão investindo em sua pesquisa, como o Atea Pharmaceuticals, também nos EUA, e o suíço Roche, que estão avaliando a eficácia de um tratamento similar, chamado de AT-527.

Já a Pfizer, que desenvolveu uma das vacinas mais utilizadas contra a covid, anunciou na segunda-feira (27) que estava iniciando os testes clínicos em grande escala de seu próprio antiviral.

- "Não é uma cura milagrosa" -

Como o vírus continua circulando e a maioria das soluções disponíveis requerem uma visita a um centro de saúde, "tratamentos antivirais que possam ser administrados em casa para manter as pessoas infectadas com covid-19 fora dos hospitais são absolutamente necessários", explicou Wendy Holman, executiva do laboratório Ridgeback Biotherapeutics.

O problema de antivirais como o molnupiravir é que eles devem ser administrados antes que os pacientes sejam considerados "doentes o suficiente para necessitarem de algo mais que o tratamento dos sintomas", comentou Peter English, ex-presidente do Comitê de Medicina de Saúde Pública da Associação Médica Britânica.

Os antivirais contra a gripe e o herpes labial, por exemplo, apenas são efetivos se forem administrados precocemente, lembrou a Science Media Center.

"Eles não substituem a vacina. Não é uma cura milagrosa, mas uma ferramenta complementar", tuitou Peter Hotez, professor da faculdade Baylor College, em Houston (EUA), que também manifestou preocupação para o possível surgimento de algum tipo de resistência, se o medicamento for usado de forma ampla e generalizada.

De qualquer maneira, o MSD já iniciou a produção em larga escala do molnupiravir e planeja entregar as doses necessárias para 10 milhões de tratamentos antes do fim deste ano.

Os Estados Unidos, por sua vez, já adquiriram 1,7 milhões de tratamentos de molnupiravir, sob a condição de que o mesmo seja aprovado e com a opção de comprar ainda mais, informou Jeff Zients, coordenador da luta contra a pandemia na Casa Branca.

Segundo o mais recente levantamento da Associação Brasileira de Medicina do Sono (ABMS)  feito no final de 2020, 34% dos brasileiros não dormem bem. A rotina de distanciamento social e a constante preocupação com a contaminção pelo vírus, além da crise econômica gerada pela pandemia foram fatores preponderantes para que os índices de pessoas com dificuldade de dormir aumentassem, já que no início do ano, segundo a ABMS, esse percentual era de 15%.

Vale lembrar que existe uma diferenciação entre dificuldade em dormir e de fato, a insônia. O biomédico Gabriel Pires explica que é necessário um diagnóstico realizado por médico, segundo critérios rígidos de sintomas, que devem ocorrer pelo menos três vezes por semana ao longo de três meses. “Ainda assim, muitas outras doenças que nos tiram o sono à noite ou que nos deixam cansados ao longo do dia podem se parecer com a insônia”. Pires ressalta dizendo que mesmo que o diagnóstico varie, o tratamento de terapia cognitivo-comportamental para insônia (TCCi) é útil em todos os casos.

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Quando o diagnóstico revela que o paciente sofre de insônia, é possível citar alguns sintomas que passam a ser mais frequentes. Segundo o biomédico, “as reações mais comuns acontecem no dia seguinte, como fadiga, indisposição, sonolência diurna, falta de atenção e problemas de memórias são os mais comuns”. Pires também explica que com o passar do tempo, e conforme a insônia se torna crônica, efeitos mais prejudiciais podem ocorrer, incluindo aumento do risco de doenças como hipertensão e obesidade, e problemas mentais como depressão e ansiedade.

Assim, existem medidas e cuidados que podem ser tomados para aqueles que notam que os sintomas estão presentes. Segundo Ksdy Sousa, psicóloga do sono e responsável técnica da SleepUp, aplicativo que oferece terapia digital e monitoramento contínuo, o TCCi tem os níveis de eficiência e não necessita de uso de medicamentos. “Atualmente esse tipo de terapia é feita por profissionais habilitados em psicologia do sono. Porém, há uma escassez de profissionais qualificados, o que acaba por tornar o tratamento mais caro”.  Por conta disso, a psicóloga explica que existem aplicativos de TCCi que tornam a terapia mais barata, e se adapta em forma de aplicativo, assim como a SleepUp.

Ainda que existam as formas primárias de tratamento, alguns casos vão necessitar o uso de medicamentos, que continua sendo importante, principalmente em casos mais graves. “É importante saber que todo tratamento para insônia com medicamentos só pode ser feito sob recomendação médica. Esses remédios apresentam efeitos colaterais que devem ser monitorados com cuidado”. Ksdy finaliza orientando que, caso haja falta de prescrição médica, pode-se recorrer aos tratamentos baseados em psicoterapia ou até mesmo a terapia mindfulness.

Os preços dos medicamentos para hospitais caíram, em média, 2,29% em agosto, encerrando a terceira queda seguida, de acordo com o Índice de Preços de Medicamentos para Hospitais (IPM-H). Calculado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e pela Bionexo, plataforma por onde são transacionados mais de R$ 12 bilhões de negócios no mercado da saúde por ano, o IPM-H havia recuado 0,81% em junho e 1,90% em julho.

O comportamento do índice no período foi influenciado pela variação negativa dos preços de quase todo os grupos de medicamentos incluídos na sua cesta, com destaque para os recuos registrados nos seguintes: aparelho cardiovascular, 9,91%; sistema nervoso, 8,34%; sistema musculoesquelético, 5,97%; preparos hormonais, 4,84%; anti-infecciosos gerais para uso sistêmico, 3,57%; aparelho digestivo/metabolismo, 2,29%; entre outros.

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Em contraste, os únicos grupos que apresentaram elevação mensal nos preços em agosto foram imunoterápicos, vacinas e antialérgicos, com alta de 2,86%, e agentes antineoplásicos, de 0,08%. Comparativamente, a variação mensal do IPM-H foi superada pelo comportamento do IGP-M, que teve alta de 0,66% em agosto, pela variação do IPCA, de 0,87%, e da taxa média de câmbio no último mês, em 1,84%.

"O avanço da vacinação e a redução da demanda sobre o sistema de saúde nacional, aliados à progressiva normalização da oferta de medicamentos, estão contribuindo para a acomodação dos preços nos últimos meses", avalia Rafael Barbosa, CEO da Bionexo.

De acordo com ele, houve quatro momentos na pandemia que impactaram no preço dos medicamentos: o choque inicial de demanda, com aumento dos preços, no começo de 2020; o arrefecimento e queda na demanda, no fim do ano passado; a segunda onda, com novo aumento no início deste ano; e, finalmente, este momento de queda na demanda e novo recuo nos preços.

No acumulado do ano, de janeiro a agosto, os preços dos medicamentos foram aumentados em 9,93%. Essa alta do IPM-H foi influenciada pelos aumentos observados em quase todos os grupos de medicamentos incluídos na cesta do índice: sangue e órgãos hematopoiéticos, 19,70%; preparados hormonais, 16,72%; aparelho digestivo e metabolismo, 13,61%; sistema nervoso, 13,12%; imunoterápicos, vacinas e antialérgicos, 13,00%; órgãos sensitivos, 10,47%; sistema musculoesquelético, 8,88%; aparelho respiratório, 6,13%; agentes antineoplásicos, 6,07%; anti-infecciosos gerais para uso sistêmico, 5,66%; e aparelho geniturinário, 4,06%.

Já em relação aos últimos 12 meses encerrados em agosto, a elevação apurada no IPM-H foi de 7,85%. Neste período as maiores variações foram nos medicamentos para o aparelho digestivo e metabolismo, 28,27%; sangue e órgãos hematopoiéticos, 23,80%; sistema musculoesquelético, 13,58%; imunoterápicos, vacinas e antialérgicos, 13,42%; órgãos sensitivos, 9,62%; aparelho respiratório,7,10%; sistema nervoso, 6,51%; aparelho geniturinário, 5,84%; preparados hormonais, 5,25%; e agentes antineoplásicos, 4,21%.

Circula na Câmara dos Deputados um requerimento que cobra do Governo Federal esclarecimentos sobre o estoque de vacinas, medicamentos, testes de diagnósticos e outros itens que perderam a validade sem terem sido distribuídos, avaliados em R$ 243 milhões. O documento é de autoria da deputada federal Marília Arraes (PT-PE) e será protocolado na próxima quarta-feira (8), quando o setor retomará suas atividades. Composta por nove questionamentos, a solicitação da petista indaga sobre o sigilo da lista de insumos, a não distribuição e o prejuízo aos cofres públicos.

Segundo a denúncia, publicada pela Folha de São Paulo, foram mais de 3,7 milhões de itens que começaram a perder a validade nos últimos três anos e que estavam abandonados no centro de distribuição de logística do Ministério da Saúde, que fica na cidade de Guarulhos, na Grande São Paulo.

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"A lista de produtos é gigantesca. São 820 mil canetas de insulina vencidas que dariam para auxiliar 235 mil pacientes com diabetes em um mês. É um desperdício de R$ 10 milhões, por exemplo. Há ainda remédios e outros produtos usados em tratamentos de doenças raras e câncer. Estamos falando de itens que podem significar viver ou morrer para muitas pessoas", afirmou a parlamentar.

O requerimento também questiona o sigilo imposto aos dados e também pede a divulgação oficial das tabelas com a lista de todos os produtos para que a população possa ter mais transparência e acompanhe a distribuição desses insumos.

"Nosso requerimento questiona o Ministério da Saúde sobre o motivo desses insumos não terem sido utilizados. É justo que frascos para aplicação de 12 milhões de vacinas para gripe, BCG, hepatite B e varicela tenham que ser jogadas no lixo por incompetência desse governo. Esse material é avaliado em cerca de R$ 50 milhões. Queremos garantir não só respostas para esse absurdo, mas, principalmente, medidas necessárias para que isso jamais volte a acontecer, além da responsabilização e punição dos responsáveis", ressalta Marília.

Na lista de produtos que perderam a validade e não poderão ser utilizados pela população estão ainda medicamentos destinados aos pacientes com hepatite C, câncer, tuberculose e Alzheimer; R$ 345 mil em produtos do programa de DST/Aids; R$ 260 mil de itens para prevenção da malária; um frasco-ampola do medicamento Nusinersena que custa R$ 160 mil e 908 frascos de Eculizumab, no valor de R$ 11 milhões. Estes últimos produtos integram dois dos protocolos de tratamentos de maior custo existentes no mundo.

O Projeto de Lei 939/2021, do senador Lasier Martins (Podemos-RS) deve chegar à Câmara dos Deputados nos próximos dias. Aprovado durante sessão plenária do Senado no último dia 13, por 58 votos a favor e seis contrários, o projeto suspende o reajuste anual de até 10,08% na tabela de preços de medicamentos em 2021, em função da pandemia da Covid-19. A bancada pernambucana na Câmara avalia a matéria e se organiza para votar. Em contato com o LeiaJá, alguns congressistas já revelam o voto no projeto.

Dos 25 parlamentares em exercício, apenas cinco já têm voto definido contra o reajuste e a favor do PL do congelamento. Os opositores à nova taxação possuem o mesmo argumento: maiores preços nos medicamentos durante a pandemia não condizem com a situação de vulnerabilidade trazida pela crise sanitária. Dos contrários, apenas Fernando Rodolfo (PL) deu somente o voto, sem justificativa.

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O ex-procurador da Fazenda e deputado federal Tadeu Alencar (PSB) se diz de pleno acordo com o projeto. “Com a continuidade da crise sanitária gravíssima que assola o Brasil é um equívoco fazer incidir sobre a população, toda ela consumidora, mais um gravame, agudizando a crise social. Por outro lado o setor de medicamento e farmácias tem escala como poucos. É medida de equilíbrio, de ponderação. No momento é o certo a fazer”, escreveu o parlamentar à reportagem.

Em ligação telefônica, Silvio Costa Filho (Republicanos) deu continuidade à linha de raciocínio do peessebista, mas também diz que é preciso “melhor discuti-la (a matéria)”. “Nesse momento, sou contra o reajuste, (aprovar o PL) é a medida mais serena que podemos tomar. É um momento em que o brasileiro precisa de remédios, não o momento de aumentar o preço dos insumos”, continuou Filho.

Túlio Gadelha (PDT) lembrou que o projeto foi aprovado por ampla maioria no Senado e que os trabalhos na Câmara dever ser voltados a conseguir o mesmo êxito. : “Somos favoráveis aos projetos que minimizem ou neutralizem as consequências graves impostas pela crise sanitária e econômica que estamos passando”, concluiu.

Publicamente, Milton Coelho já havia se manifestado, diversas vezes, contra o reajuste no preço dos remédios, desde o fim de março de 2021. Após a aprovação do PL no Senado na última semana, o deputado voltou a fazer declarações sobre o assunto.

“É um completo absurdo, em meio a uma crise sanitária e econômica, o presidente Bolsonaro aumentar em até 10% os remédios que ajudam a cuidar da saúde do nosso povo. Contem com meu voto para proibir esse reajuste sem sentido, que só beneficia a indústria farmacêutica e prejudica os brasileiros”, disse Coelho.

A deputada Marília Arraes (PT) e o deputado Fernando Monteiro (PP) disseram ainda não possuir posição definida e precisar avaliar o texto do PL. Os deputados André de Paula (PSD), Augusto Coutinho (SD), Eduardo da Fonte (PP), Luciano Bivar (PSL) e Raul Henry (MDB) não deram retorno até a publicação desta matéria. Quanto aos demais 11 parlamentares, o LeiaJá não conseguiu entrar em contato.

PL 939/2021

O PL 939/2021 congela o ajuste anual de preços de medicamentos para 2021, durante a pandemia do coronavírus. O texto altera a Lei 10.742, de 2003, que prevê alterações anuais nos preços dos remédios a serem definidos pela Cmed (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos), órgão interministerial ligado à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O reajuste anual de 2021 foi concedido pela CMED no fim de março, mas o projeto contém dispositivo para tornar inválidos os aumentos deste ano que ocorreram antes de sua promulgação. No entanto, essa medida não dá direito a ressarcimento de valores já pagos. O senador Eduardo Braga (MDB-AM) foi o relator da matéria.

Uma medida provisória (MP 933/2020) editada em março de 2020 suspendeu o reajuste dos medicamentos por 60 dias. O texto, no entanto, não chegou a ser votado pelo Congresso e perdeu a validade em julho.

Lasier, autor do projeto, pediu apoio para o projeto argumentando que a indústria farmacêutica brasileira é uma das que mais lucram no mundo, com uma margem de mais de 22%, segundo pesquisa da revista Forbes. O valor equivale a sete vezes a inflação projetada para o ano.

“As farmácias têm uma função social. Tem havido colaboração de meio mundo para socorrer as vítimas desta pandemia. São 14 milhões de brasileiros desempregados sem ter recursos para comprar remédio. Além do mais, a demanda aumentou consideravelmente e compensa o aumento dos custos dos insumos pelo dólar elevado”, pontuou o senador.

Em uma reunião da Câmara dos Deputados na manhã desta terça-feira (18) para debater sobre comercialização de medicamentos com Cannabis, o vice-líder da Oposição e presidente da comissão, Paulo Teixeira (PT-SP), foi agredido pelo deputado Diego Garcia (Podemos-PR). Ao não concordar com uma decisão de Teixeira, Garcia partiu em direção ao presidente, puxou o computador do deputado e o empurrou.

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A discussão teve início quando Garcia fez um requerimento para adiar a discussão, mas foi negado. Teixeira fez uma votação geral para que, quem concordasse, se manifestasse. Como não houve manifestações, ele negou o requerimento. Alguns deputados pediram então um votação nominal. No entanto, Teixeira negou a votação.

A discussão se iniciou e Garcia levantou de seu lugar no plenário, foi até a mesa de Teixeira, empurrou seu computador, deu um tapa em seu peito e o empurrou. Logo após, o parlamentar precisou ser acalmado pelos deputados para que a reunião pudesse ser retomada. Os deputados continuaram a discutir por algum tempo, mas sem novas agressões físicas.

"Esse deputado chegou aqui na frente e me deu um murro no peito", disse Teixeira. Diego Garcia então gritou que não deu um murro. Teixeira afirmou então que ia pedir o filme. "Você me empurrou", exclamou o presidente da comissão. Garcia rebateu e disse que "não teve violência".

A sessão foi retomada e ainda estava em andamento na Câmara por volta das 13h20. A matéria em discussão é o PL 399/2015, que tornaria possível a comercialização de medicamentos que tenham a Cannabis em sua composição.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou na tarde desta quinta-feira, 13, o uso de dois medicamentos, os anticorpos monoclonais banlanivimabe e etesevimabe, para o tratamento de pacientes do coronavírus no País. A decisão foi anunciada durante reunião extraordinária e tem caráter emergencial, com autorização temporária para atender às demandas da pandemia.

Produzidos pela empresa Eli Lilly do Brasil Ltda., os anticorpos associados são indicados para adultos e pacientes pediátricos, acima dos 12 anos e com mais de 40 quilos, com infecção comprovada em laboratório e que estejam no grupo de alto risco para a doença (comorbidades, idade avançada, obesidade etc.). A Anvisa frisou, entretanto, que o tratamento não deve ser administrado em pacientes que já estejam com quadro grave da doença, o que pode "piorar o desfecho clínico".

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Os medicamentos são indicados logo após a identificação do coronavírus no corpo e até dez dias após o início de sintomas. A Anvisa também reforçou que o uso é restrito a hospitais, sob prescrição médica, e não pode ser comercializado em farmácias. De acordo com o estudo clínico apresentado à agência, o tratamento reduz em até 70% o risco relativo da covid-19.

A posologia indicada é de 700 mg do banlanivimabe e 1400 mg do etesevimabe, administrados em infusão intravenosa (solução aplicada na veia). Ainda não há, entretanto, dados que garantam a eficácia e segurança do tratamento em pacientes menores de 18 anos ou gestantes. O uso em crianças deve ser feito com base em avaliações de farmacocinética.

Também não há comprovação de segurança ou eficácia do tratamento contra a variante P1, identificada inicialmente em Manaus. Ainda assim, a agência indicou que as informações presentes até o momento são "satisfatórias" para o uso nesse caso.

O tratamento foi autorizado ainda em fevereiro pela Food and Drug Administration (FDA), agência regulatória dos Estados Unidos. Em março, ele também recebeu parecer positivo pela Comitê de Medicamentos para Uso Humano (CHMP, na sigla original), da Agência Europeia de Medicamentos.

O Senado deve votar na sessão remota desta quinta-feira (13) o projeto de lei que suspende o ajuste anual de preços de medicamentos para 2021. Do senador Lasier Martins (Podemos-RS), o PL 939/2021 tem como relator o senador Eduardo Braga (MDB-AM), que apresentou parecer favorável, com emendas. O texto já constou na ordem do dia de outras sessões, mas sua votação foi adiada por falta de acordo entre os senadores.

Caso a proposta seja transformada em lei, os reajustes já concedidos no ano de 2021 serão considerados ineficazes, não gerando, contudo, direito a ressarcimento. Ou seja, os preços reajustados este ano deverão retornar ao valor anterior, mas a diferença cobrada por remédios já vendidos não terá que ser reembolsada ao comprador.

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O projeto altera a Lei 10.742, de 2003, que autoriza o ajuste anual dos preços de medicamentos, a serem definidos em ato da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed), órgão no âmbito do Poder Executivo composto pela Anvisa e pelos ministérios da Saúde, da Casa Civil, da Economia e da Justiça. Em 2020, esse ajuste anual foi suspenso por 60 dias, pela Medida Provisória (MP) 933/2020. Como não foi votado pelo Congresso, o texto perdeu eficácia em 28 de julho do ano passado, quando os preços puderam ser reajustados.

Na avaliação de Lasier Martins, o aumento deve ser suspenso, tendo em vista a continuidade das crises sanitária e econômica decorrentes da pandemia de covid-19. Na opinião de Eduardo Braga (MDB-AM), o setor farmacêutico pode suportar a falta de reajuste porque não foi prejudicado pela pandemia.

Quitação de dívidas

O Plenário também deve analisar a Medida Provisória (MP) 1.017/2020, que possibilita a renegociação e quitação de dívidas com o Fundo de Financiamento do Nordeste (Finor) e o Fundo de Investimento da Amazônia (Finam). Aprovada na Câmara em 27 de abril, na forma de projeto de lei de conversão apresentado pelo deputado Danilo Forte (PSDB-CE), a matéria será agora analisada pelo Senado.

Os fundos são administrados pelo Banco do Nordeste (BNB, no caso do Finor) e pelo Banco da Amazônia (Basa, no caso do Finam). A partir de 1991, os financiamentos passaram a ser tomados com a emissão de títulos (debêntures) a favor dos fundos. Mas as crises dos anos 90, segundo o atual governo, fizeram a inadimplência disparar e chegar hoje a 99%, em um total de R$ 43 bilhões de dívidas com esses fundos, a maior parte composta de juros.

A MP estimula o pagamento das dívidas em debêntures, se houver vantagem econômica para o fundo com recuperação administrativa (sem ir à Justiça), e se elas tiverem sido lançadas há pelo menos um ano como prejuízo.

Tarifa de energia

Consta ainda na pauta de votações o PL 1.143/2021, do senador Mecias de Jesus (Republicanos-RR), que altera a Lei 10.848, de 2004, para criar mecanismo de redução de tarifas de energia elétrica para o consumidor. O relator é o senador Zequinha Marinho (PSC-PA).

O projeto — que reduz as tarifas de energia elétrica pelos próximos cinco anos por meio do reembolso de tributos recolhidos indevidamente pelas distribuidoras — prevê a criação da Conta de Redução Social Temporária de Tarifa. A redução deverá ser aplicada, antes de descontados os impostos, sobre o valor da energia consumida e sobre a tarifa pelo uso do sistema de distribuição de energia. Os subsídios, descontos e outros benefícios vigentes também serão calculados só depois da redução da tarifa. O relator acatou emenda que prevê a correção dos valores a serem reembolsados aos consumidores pela variação do IPCA acumulado no período.

Para Mecias de Jesus, a crise provocada pela Covid-19 e seus efeitos futuros exigem medidas de apoio às famílias, principalmente em serviços essenciais como o de acesso à energia elétrica. O programa de redução de tarifas que ele propõe deve ser feito às custas do dinheiro que será reembolsado aos consumidores.

*Da Agência Senado

Centenas de caixas com medicamentos vencidos foram encontradas no Centro de Distribuição de Medicamentos e Insumos de Cuiabá (Cdmci) nessa sexta-feira (23). Os remédios seriam utilizados para o tratamento da Covid-19 e deviam ter sido encaminhados aos hospitais e unidades de saúde da capital mato-grossense. A denúncia foi feita pelos vereadores Maysa Leão (PP) e Diego Guimarães (Cidadania), que acionaram a Delegacia de Combate à Corrupção para apuração imediata. Toda a ação foi filmada e publicada nas redes sociais dos políticos. 

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Segundo as imagens de Maysa Leão, foram encontrados medicamentos como Amoxicilina, Ibuprofeno, Ritalina, anestésicos, Dipirona, Paracetamol. O local visto nas imagens é usado pela Secretaria de Saúde para armazenar esses materiais e organizar a distribuição para a região.

O grupo de vereadores foi até o local após Guimarães receber uma denúncia de que havia centenas de medicamentos vencidos no local, onde seguiu na companhia de Leão e também do vereador Marcos Paccola (PV).

“Não dá para aceitar que medicamentos como amoxicilina (antibiótico que tem sido usado para enfrentar as infecções por bactéria, em muitos pacientes com Covid), Ibuprofeno (medicamento que trata dor, febre e inflamação, muito usado nos pacientes com Covid), Ritalina, anestésicos, dipirona, paracetamol, mais uma infinidade e até leite em pó... Centenas de medicamentos, em processo de descarte. Dinheiro público jogado fora! Vidas sendo negligenciadas! Um tapa na cara do cidadão que está enfrentando essa pandemia passando sufoco”, disse Maysa Leão junto à publicação do vídeo-denúncia.

De acordo com o grupo de vereadores, o Ministério Público foi acionado e eles já organizam um relatório detalhado da fiscalização. A Secretária de Saúde alega que os vereadores invadiram o centro e cometeram crime de desacato aos servidores públicos.

"A SMS destaca que nunca negou o direito de nenhum cidadão, ainda mais com atribuição legal de fiscalizar, de visitar os espaços de atendimento à população, não sendo necessária a atitude tomada pelos parlamentares. A pasta informa que adotará as providências legais com relação à invasão e desacato aos servidores públicos, que merecem respeito no exercício de suas funções", diz, em nota.

A Medida Provisória 1043/21 abre crédito extraordinário de R$ 2,693 bilhões para Saúde. Trata-se da terceira medida provisória editada pelo Poder Executivo neste ano para destinar recursos ao combate à pandemia de coronavírus.

"A demanda apresentada por estados e municípios para custeio de leitos de terapia intensiva ultrapassou as estimativas anteriores", justificou o ministro Paulo Guedes na exposição de motivos da MP. "Ao mesmo tempo, acentuou-se o risco de desabastecimento de medicamentos utilizados na intubação orotraqueal de pacientes acometidos pela Covid-19 e em estado grave."

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Entre as despesas, a serem realizadas por meio do Fundo Nacional de Saúde (FNS), estão:

Custeio de mais 7.960 leitos de terapia intensiva no período de abril a junho, mediante transferências aos fundos de saúde dos demais entes federativos, alcançando a previsão de leitos de UTI custeados no período para 21.300;

Aquisição de medicamentos utilizados na intubação orotraqueal, incluindo insumos hospitalares normalmente adquiridos pelos estados e municípios. Entre os medicamentos descritos na exposição de motivos estão opioides, bloqueadores neuromusculares, sedativos e analgésicos;

Logística de pacientes, medicamentos e insumos estratégicos.

Outras medidas

Neste ano, o Poder Executivo também editou outras duas medidas provisórias que destinam recursos ao Ministério da Saúde para o combate à pandemia de coronavírus: a MP 1032/21, com crédito extraordinário de R$ 2,86 bilhões, e a a MP 1041/2021, com R$ 5,324 bilhões.

Os recursos dessas duas medidas se destinam a ações para funcionamento e expansão de leitos de hospital, atenção especializada, aquisição de ventiladores pulmonares e outros insumos e apoio a pesquisas clínicas, como a distribuição de testes laboratoriais de detecção da Covid-19.

Ao longo de 2020 foram editadas medidas provisórias de crédito extraordinário que destinaram R$ 64,2 bilhões ao Ministério da Saúde para o enfrentamento da pandemia.

Tramitação

O texto será colocado em votação nos plenário da Câmara e do Senado. A MP passa a trancar a pauta em 31 de maio.

*Da Agência Câmara de Notícias

 

O Ministério da Saúde está com dificuldades para refazer a reserva técnica de remédios do kit intubação, que está praticamente zerada. Esses medicamentos são usados no tratamento de pacientes de covid em estado grave. Nota técnica da pasta do dia 12, obtida com exclusividade pelo Estadão, mostra que o governo tentou comprar doses para seis meses, mas só conseguiu 17% do planejado.

Ontem, o ministro Marcelo Queiroga disse que deve receber mais lotes em até dez dias. Os remédios garantem que o paciente seja intubado sem sentir dor e sem tentar arrancar o tubo em reação involuntária.

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O estoque federal de um dos dez remédios do kit acabou, e os de outros nove estão quase no fim. A responsabilidade de comprá-los costuma ser de Estados, municípios e hospitais. No entanto, o próprio documento determina que, com o risco de desabastecimento nacional, o ministério tem o papel de facilitar as compras. A pasta vem recebendo alertas a respeito há mais de um mês.

Analgésicos, sedativos e remédios que controlam o coração e a circulação pulmonar estão entre os itens que acabaram. O maior estoque é do sedativo Cetamina, com previsão de durar 19 dias. O ansiolítico diazepam dá para mais quatro dias: o hemitartarato de norepinefrina, para mais 24 horas.

Segundo a nota, o ministério vinha mantendo a reserva por meio de pregões de compra de 2020. Agora, destaca a "considerável baixa no estoque" e alerta para a dificuldade de compra no País e no exterior. Procurada, a Saúde não informou o volume ideal da reserva, mas o documento fala em montar estoque para seis meses.

Em reunião com a Casa Civil no fim de março, ficou acertado que a Saúde compraria 186 milhões de doses dos medicamentos, o suficiente para 180 dias. Só foram obtidas, porém, 32,48 milhões de unidades (17%).

Sem estoque

As compras seriam feitas por meio da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). Braço das Nações Unidas para o continente, a Opas só conseguirá entregar 14% das 100 milhões de doses demandadas. Queiroga citou ontem a entidade como uma das saídas para normalizar o estoque. No último dia 29, o ministro já havia dito que a entrega, via Opas, levaria 15 dias e normalizaria o abastecimento.

Por meio da ata de registro de preços, o País conseguiu 14,9 milhões de doses, 82% do previsto. Já a tentativa de compra pelo pregão ainda não deu resultado. O governo também recebeu, da Vale, doação de 2,8 milhões de doses de cinco medicamentos.

Para fazer a conta de quantas doses são necessárias por dia, o governo leva em consideração o consumo médio mensal verificado na última semana de março, que foi de 34,3 milhões. Mas os dados de abril, ainda não consolidados, já mostram um aumento no consumo desses medicamentos - sinal de que a quantidade necessária pode ser ainda maior.

Claudio Maierovitch, ex-presidente da Anvisa e médico sanitarista da Fundação Oswaldo Cruz, disse que a dificuldade enfrentada nessas compras pelo Ministério da Saúde acende um "alerta vermelho" para o risco de desabastecimento no País. "A situação está grave porque o ministério não se preparou para a piora da pandemia. A chance de faltar remédios para intubação é grande."

Uma saída possível, diz ele, é comprar remédios de forma direta, sem necessidade de licitação. O rito habitual exige a licitação, mas Maierovitch explica que, em situações emergenciais, pode ser dispensada.

Em nota, o ministério diz já ter distribuído mais de 8 milhões de medicamentos para intubação aos Estados e municípios. Questionada pelo Estadão sobre o tamanho habitual da reserva técnica e se o País corre risco de desabastecimento, a pasta não respondeu.

Chegada de medicamentos

Em nota, o Ministério da Saúde informou que aguarda para esta quinta-feira a chegada de 2,3 milhões de medicamentos para intubação. Os insumos foram doados por um grupo de empresas formado pela Petrobrás, Vale, Engie, Itaú, Unibanco, Klabin e Raízen. Os medicamentos saíram da China nesta quarta e, assim que chegarem ao Brasil, serão distribuídos imediatamente aos Estados com estoques críticos dos insumos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Anvisa divulgou nessa segunda-feira (5) o Comunicado 3/2021, que trata dos riscos à saúde da população causados pelo uso indiscriminado de medicamentos, sem orientação profissional, e também do processo de notificação de eventos adversos.

A automedicação, principalmente neste momento de pandemia, tem preocupado ainda mais as autoridades sanitárias em todo o mundo. É preciso que as pessoas se conscientizem dos riscos reais dessa prática, que pode causar reações graves, inclusive óbitos.

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Todo medicamento apresenta riscos relacionados ao seu consumo, que deve ser baseado na relação benefício-risco. Ou seja, os benefícios para o paciente devem superar os riscos associados ao uso do produto. Essa avaliação é realizada a partir de critérios técnico-científicos, de acordo com o paciente e o conhecimento da doença.

Para se ter uma ideia da dimensão e da gravidade do problema, a Organização Mundial da Saúde, a OMS, calcula que mais de 50% de todos os medicamentos são prescritos, dispensados ou vendidos de forma inadequada. Além disso, metade de todos os pacientes não faz uso dos medicamentos corretamente.

Notificação

É imprescindível que profissionais de saúde e cidadãos notifiquem as suspeitas de eventos adversos, mesmo sem ter certeza da associação entre o evento adverso e o medicamento. A notificação torna possível identificar novos riscos e atualizar o perfil de segurança dos medicamentos.

Os eventos adversos a medicamentos devem ser notificados pelo VigiMed. A qualidade dos dados inseridos no sistema é fundamental para subsidiar a análise pelas equipes especializadas. Importante identificar o produto e informar o fabricante e o número do lote.

Acesse a íntegra do Comunicado 3/2021.

Os medicamentos para intubação de pacientes com a covid-19 podem faltar em 1.316 municípios do Brasil nos próximos dias. O levantamento foi realizado pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), após contato com 2,6 mil prefeituras entre os dias 23 e 25 de março. Metade dos municípios que responderam à pesquisa indicou que há risco iminente de o hospital local ficar sem medicamentos do kit intubação nesta semana.

Segundo a CNM, os dados demonstram que "há grande preocupação dos gestores para atender aos pacientes internados com covid-19 nos hospitais". Medicamentos como analgésicos e bloqueadores neuromusculares estão em falta em todo o País, o que compromete o atendimento de pacientes já internados com a covid-19.

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O Fórum Nacional de Governadores já havia alertado para o risco de "um colapso dentro do colapso" pela falta desses medicamentos. De acordo com documento do fórum, 18 Estados relatam a escassez, por exemplo, de bloqueadores neuromusculares, usados para a intubação de pacientes nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).

A falta de medicamentos já afeta o atendimento de pacientes. A Santa Casa de São Carlos, por exemplo, chegou a parar de receber pacientes para UTI nesta quinta-feira, 25, por estar com estoque de medicamentos perto do fim. O hospital está com os seus 30 leitos da UTI para pacientes com covid-19 ocupados e não recebeu as três reposições de medicamentos previstas para esta semana.

Na sexta-feira passada, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou medidas para evitar o desabastecimento de medicamentos. Uma delas simplifica os processos de importação de dispositivos médicos e de medicamentos prioritários para o uso em serviços de saúde, mesmo que não regularizados no País, em caráter excepcional e temporário por órgãos e entidades públicas e privadas.

O problema da falta de medicamentos também afeta hospitais particulares. No Estado de São Paulo, unidades privadas já se mobilizam para fazer a compra coletiva de medicamentos que compõem o kit intubação. Os medicamentos devem ser importados por meio de um consórcio formado pelos hospitais particulares do Estado.

Nesta quinta-feira, a Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) alertou para o risco de que a falta de remédios impeça o atendimento de pacientes. Segundo a Anahp, os medicamentos para intubação podem faltar em um prazo de três a quatro dias. Os medicamentos também estão escassos na rede pública.

Oxigênio e lockdown

A pesquisa da CNM investigou ainda a falta de oxigênio nos municípios, outro problema diante do aumento da demanda, relatado principalmente por unidades de saúde de menor porte. A maioria dos municípios (69,1%) afirmou não haver risco de faltar de oxigênio no hospital ou centro voltado para a covid nesta semana. Já 709 cidades informaram que esse risco existe. Oito em cada dez municípios ouvidos pelo levantamento afirmaram que não receberam oxigênio enviado pelo Estado.

Apesar das dificuldades de atendimento dos pacientes, a minoria dos municípios (37,6%) pesquisados estão realizando lockdown (caracterizado como fechamento total das atividades não essenciais), enquanto 61,1% afirmaram que ainda não tomaram esta atitude. Sem fechar o comércio, as prefeituras estão restringindo a circulação de pessoas à noite. Oito em cada dez prefeituras estão com essa medida em vigor nesta semana e maioria (84%) paralisou as aulas presenciais.

Para garantir o abastecimento de medicamentos para intubação orotraqueal, o Ministério da Saúde vem de um esforço contínuo desde 2020. Nesta semana, uma comitiva técnica da pasta conseguiu negociar mais de 2,8 milhões de unidades dos medicamentos que compõe o kit para intubação utilizado no tratamento de pessoas com Covid-19. A medida tem como objetivo conciliar a equalização dos estoques nacionais, respeitando a realidade de cada fabricante, contratos prévios e a necessidade da população brasileira neste momento de pandemia.

Nesta terça-feira (23), mais de 2,8 milhões de unidades de medicamentos de intubação orotraqueal (IOT) começou a distribuído pelo Ministério da Saúde para todo o Brasil, em parceria com três empresas fabricantes. As entregas foram firmadas após reuniões entre a pasta e representantes dos laboratórios fornecedores dos medicamentos nesta segunda (22) e terça-feira.

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A empresa Cristália se comprometeu a fornecer 1,26 milhão de unidades dos medicamentos - as entregas já começaram nesta terça e devem continuar ao longo dos próximos sete dias. A empresa Eurofarma entregará, a partir de hoje, 212 mil ampolas em todo território nacional. A empresa União Química também enviará, até 30 de março, 1,4 milhão de unidades de medicamentos. A logística híbrida com a integração pública e privada permitirá que os medicamentos estejam nos estabelecimentos de saúde em menos de 72 horas.

O cronograma de entregas é feito pelo Ministério da Saúde com base no monitoramento realizado nos estados e municípios, em parceria com Conass, Conasems e Anvisa.

MONITORAMENTO

O Ministério da Saúde acompanha, semanalmente, a disponibilidade dos medicamentos de intubação orotraqueal (IOT) em todo o Brasil e envia informações da indústria e distribuidores para que estados possam realizar as aquisições. Além disso, toda semana a pasta recebe do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems) informações do Consumo Médio Mensal (CMM) dos medicamentos por estados e municípios. O ministério também recebe dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre a produção e venda dos fabricantes no país.

Os dados recebidos de consumo médio mensal do Conass e Conasems são enviados para as indústrias com intuito de equalizar os estoques. As informações de produção e localização dos distribuidores são enviadas semanalmente às secretarias estaduais de saúde para facilitar a aquisição dos medicamentos.

Essa ação de monitoramento proativa evita que haja desabastecimento de medicamentos de IOT no Brasil. A partir dos dados enviados pelos órgãos, o Ministério da Saúde realiza a distribuição para os estados com base em critérios como curva epidemiológica, cobertura menor que 15 dias, ausência de similaridade nos estoques, quantitativo de leitos, entre outros.

Da assessoria

O fármaco Flutamida, frequentemente utilizado no tratamento do câncer avançado de próstata, é a nova aposta das 'fake news' que circulam nas redes sociais, propagando uma suposta ‘cura’ para a Covid-19. Em nota publicada na última sexta (19), o Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) esclareceu que a notícia é falsa e alerta para o perigo de usar medicamentos não autorizados como alternativa para o tratamento de casos leves e graves.

As denúncias chegaram ao órgão através das redes sociais, por meio de formulário único que viabiliza a checagem de informações e alerta de 'fake news'. O caso do Flutamida tornou-se popular após um médico que atua no município de São Gabriel, no interior do Rio Grande do Sul, publicar um vídeo afirmando que o medicamento seria a cura para a Covid, doença que já causou a morte de 290 mil brasileiros. Na legenda das imagens, o profissional escreveu que “a Covid-19, como conhecemos, acabou! Flutamida a partir do 7⁰-8⁰ dia, com acompanhamento médico, nos casos que não evoluem para a remissão após a primeira fase!”.

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No esclarecimento, o Cremers informou que não há evidências científicas que comprovem que o uso do medicamento seja eficiente no tratamento contra a Covid-19. Mesmo nos casos de pesquisa científica e clínica, há um rigoroso procedimento a ser seguido e que depende de autorização de diversas entidades, dentre as quais o Conselho Federal de Medicina (Resolução CFM n.º 1982/2012). O exemplo vale para outros fármacos sem comprovada eficácia.

Medicamentos usados para indicações não previstas em bula podem trazer riscos à saúde da população. Em 2004, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu alerta sobre o uso da Flutamida de forma inadequada com destinação ao público do sexo feminino, para uso contra alopecia, hirsutismo e acne, causando o óbito de pacientes.

Medicações para uso off label

O Cremers divulgou, em julho de 2020, nota técnica que orienta sobre a viabilidade, durante a pandemia, de os médicos receitarem medicamentos para uso off label — o uso de drogas farmacêuticas que não seguem as indicações homologadas para aquele fármaco. Os princípios do Código de Ética Médica, de respeito à autonomia, de beneficência e de não-maleficência devem nortear as decisões clínicas. No entanto, o medicamento em questão já apresentou sintomas adversos que causaram o óbito de pacientes quando não usado para sua indicação medicamentosa.

“A prescrição de medicamentos é de inteira escolha e responsabilidade do profissional médico, desde que respeitados os preceitos da autonomia, da beneficência e da não-maleficência”, reitera o presidente do Cremers, Carlos Isaia Filho.

Tratamento experimental

O profissional aponta um estudo da sua própria autoria, sem publicação e revisão científica, como resultado do experimento. Segundo o vídeo, 300 pacientes receberam a medicação e outros 300 um placebo, sendo que 150 dos que receberam o placebo morreram e apenas 12 entre os pacientes tratados com flutamida vieram a óbito.

“A disseminação desse tipo de conteúdo têm preocupado a classe médica. Esse foi um tratamento experimental, não científico, que precisa ser averiguado pelos especialistas antes de informado á população sobre seu real benefício”, esclarece o vice-presidente do Cremers, Eduardo Neubarth Trindade.

O Cremers protocolou as denúncias recebidas e dará as devidas providências sobre o caso junto ao Ministério Público Estadual.

 

Em Resolução da Diretoria Colegiada ontem à noite, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou quatro medidas para evitar o desabastecimento de medicamentos, oxigênio e dispositivos médicos necessários para o combate da pandemia de covid-19 no País.

Uma delas simplifica os processos de importação de dispositivos médicos e de medicamentos prioritários para o uso em serviços de saúde, mesmo que não regularizados no País, em caráter excepcional e temporário por órgãos e entidades públicas e privadas.

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Outra medida também facilita o processo de distribuição de medicamentos estéreis (injetáveis). A medida permite que a carga do medicamento possa ser transportada às distribuidoras e instituições de saúde enquanto as empresas realizam os testes de controle de qualidade. O medicamento, porém, só pode ser utilizado após o fabricante comunicar sobre a aprovação do produto nos testes de esterilidade, no tempo de 7 dias de incubação.

E no caso do oxigênio, a Anvisa aplicou excepcionalidades temporárias a requisitos para a utilização de cilindros de oxigênio na área da saúde pública. Uma das medidas é a permissão para utilização de cilindros de gases industriais para o enchimento de gás medicinal. Em outras palavras, poderá ser utilizado cilindro cinza, ao invés do verde, pra envasar oxigênio medicinal.

No que diz respeito ao registro de medicamentos utilizados para intubação, a Anvisa estabeleceu que esses medicamentos poderão ser comercializados excepcionalmente com notificação à Anvisa, que é um registro simplificado. Segundo o informe, anestésicos, sedativos, bloqueadores neuromusculares e outros medicamentos hospitalares usados para manutenção da vida de pacientes estão nessa lista.

O governo federal autorizou nesta segunda-feira (15_ reajuste de até 4,88% nos preços de medicamentos para 2021. O aval para o aumento está publicado no Diário Oficial da União (DOU) de hoje, quinze dias antes da data regular, que habitualmente se dá em 31 de março de cada ano.

A decisão foi deliberada na última sexta-feira (12) pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) e formalizada nesta segunda-feira. As empresas já podem aplicar os novos preços. A resolução da CMED não explica o porquê da antecipação do reajuste.

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No ano passado, o governo autorizou, em junho, o reajuste de até 5,21%, depois de dois meses de suspensão dentro do conjunto de ações para atenuar os efeitos econômicos do novo coronavírus no País.

A juíza Simone Gomes Rodrigues Casorett, da 9ª Vara da Fazenda da capital paulista, ordenou a suspensão do aumento de impostos para produtos, medicamentos e equipamentos médico-hospitalares determinado, por decreto, pelo governador João Doria (PSDB) em dezembro passado. A decisão atendeu a um mandado de segurança proposto pelo Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (SindHosp) e beneficia seus filiados.

Os protestos contra o pacote de ajuste fiscal do governo Doria já haviam feito o governador recuar, na semana passada, da iniciativa de subir os impostos de alimentos e medicamentos genéricos, mas Doria havia mantido o aumento para os demais remédios e produtos médicos. A decisão, divulgada por meio de uma publicação no Twitter, ainda não foi oficializada com outro decreto. Setores ligados ao agronegócio, que também tiveram promessa de recuo no aumento de impostos, farão um protesto nesta quinta na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo (Ceagesp).

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No caso dos demais medicamentos, a preocupação de empresários do setor de hospitais e de produtos farmacêuticos estava voltada principalmente para os medicamentos contra aids e câncer. O decreto do governador revogou benefícios ligados à isenção de Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

"Estima-se que a revogação da isenção representará impacto de cerca de R$ 1,5 bilhão anuais nos custos dos prestadores de serviços de saúde, entre medicamentos, dispositivos médicos, equipamentos de proteção individual, máquinas e equipamentos", escreveu o SindHosp, no mandado de segurança.

Ao conceder a liminar, a juíza acatou argumentos de que a revogação dos benefícios não poderia ser estabelecida por decreto, uma vez que ela foi estabelecida por convênios próprios e de acordo com a Constituição. "Não há dúvidas que a revogação da isenção, por decreto, não está condizente com o dispositivo constitucional mencionado e legislação", escreveu Simone na decisão. A isenção de ICMS continuava valendo para hospitais públicos e filantrópicos e o sindicato dos hospitais apontou um tratamento discriminatório, que também foi criticado na petição do mandado de segurança.

O setor farmacêutico, entretanto, ainda terá de pagar ICMS maior caso venda os produtos para outras entidades, como farmácias, uma vez que o mandado de segurança abrange apenas o setor dos hospitais.

Nesta quarta, o Ministério Público de São Paulo propôs outra ação contra o pacote fiscal, que revogou a isenção de Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) para a maior parte das pessoas com deficiência. O MP aguarda o recebimento da ação pela Justiça.

O Palácio dos Bandeirantes foi procurado para comentar a decisão da 9.ª Vara da Fazenda, mas não havia se manifestado até a publicação desta matéria.

Nesta terça-feira (5), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a defender o uso precoce da ivermectina para tratar a Covid-19. Mesmo sem comprovação científica, ele indica que a distribuição em massa do medicamento em países africanos "pode ser" responsável pelos baixos registros de óbitos.

Em seu perfil no Twitter, Bolsonaro apresenta uma lista da Organização Mundial da Saúde (OMS) com nove países que integram o Programa Africano para Controle de Oncocercose, enfermidade conhecida como "cegueira do rio". Na mesma publicação, ele ainda reafirmou que o antiviral nitazoxanida, conhecido como Anitta, é "capaz de reduzir a carga viral de pacientes infectados pelo coronavírus".

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Apesar de negar pesquisas científicas, Bolsonaro diz que um estudo sobre o remédio foi publicado em uma "conceituada revista científica internacional" e publicou o áudio de uma reportagem do programa A Voz do Brasil, o qual informa sobre o artigo publicado na European Respiratory Journal, pago com recursos do Governo Federal.

O estudo foi concluído em outubro e publicado em 24 de dezembro. Mesmo antes de ser aceito pela revista, o Governo Federal promoveu um evento para divulgar os resultados da pesquisa, mas não apresentou dados e usou um gráfico genérico, encontrado em banco de imagens, para realizar a apresentação.

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