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Após dez anos em discussão, o sistema de logística reversa de medicamentos domiciliares foi regulamentado no âmbito federal em junho deste ano, por meio do Decreto nº 10.388/2020. O descarte ambientalmente correto desses produtos está previsto na Política Nacional de Resíduos Sólidos, instituída em 2010, mas ainda dependia de acordo com o setor produtivo.

As medidas entrarão em vigor a partir de dezembro deste ano. A primeira fase é a de estruturação do grupo de acompanhamento do sistema, que contará com entidades representativas de fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de medicamentos domiciliares, em âmbito nacional. Já a implementação do sistema de logística reversa, propriamente dita, deve começar no segundo semestre do ano que vem.

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A partir daí, será dever dos consumidores efetuar o descarte dos medicamentos domiciliares vencidos ou em desuso, incluindo as embalagens, nos pontos de coleta, sejam eles drogarias, farmácias ou outros pontos definidos pelos comerciantes. As drogarias e as farmácias terão de disponibilizar e manter em seus estabelecimentos pelo menos um ponto fixo de recebimento a cada 10 mil habitantes.

Esses recipientes serão padronizados e não poderão permitir a retirada dos produtos pelos consumidores, apenas a colocação. Estão previstas também campanhas educativas para informar o usuário sobre a implementação da política.

Pelo decreto, no prazo de dois anos, todas as capitais do Brasil e os municípios com população superior a 500 mil habitantes deverão contar com os pontos de coleta de medicamentos. Esse prazo será de até cinco anos para os municípios com população superior a 100 mil moradores.

E caberá às indústrias fabricantes e às empresas distribuidoras os processos de recolhimento e descarte final desses produtos. Os custos serão compartilhados por toda a cadeia farmacêutica. O destino deve ser um empreendimento licenciado por órgãos ambientais, seguindo a seguinte ordem de prioridade: incineradores, coprocessadores e, como última opção, aterros sanitários específicos para produtos perigosos.

O não cumprimento das regras de descarte, por qualquer ente da cadeira, pode ser considerado crime ambiental.

Algumas localidades, entretanto, já contam com legislações específicas em vigor, como é o caso do Distrito Federal. As leis distritais nº 5.092/2013 e nº 5.591/2015 tratam sobre a obrigatoriedade de hospitais e estabelecimentos de saúde, como farmácias e drogarias, receberem medicamentos vencidos ou em desuso, como medida de proteção ao meio ambiente e à saúde pública.

Os medicamentos liberam resíduos químicos que contaminam o solo, os rios, córregos e até mesmo a água que bebemos. Cada quilo de medicamento descartado incorretamente pode contaminar até 450 mil litros de água.

Como descartar

A gerente de Medicamentos e Correlatos da Diretoria de Vigilância Sanitária da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, Renata Moreira Ferreira, explicou à Agência Brasil como deve ser feito esse descarte pelos consumidores. As orientações são tanto para medicamentos vencidos quanto para aqueles que não serão mais utilizados pelo paciente, bem como suas embalagens vazias.

O consumidor não deve retirar o produto da embalagem primária, que é aquela que fica em contato direto com o medicamento. No caso de líquidos, a embalagem primária é o frasco de vidro ou plástico; no comprimido, é o blister de alumínio. “O consumidor deve levar os produtos aos estabelecimentos da forma que está, não deve descaracterizar o medicamento”, disse.

De acordo com Renata, o estabelecimento precisa saber qual é o medicamento para direcionar corretamente para o descarte. Algumas substâncias, segundo ela, precisam ser neutralizadas antes de serem incineradas.

As bulas e as embalagens secundárias, que são as caixas de papelão, também podem ser descartadas junto com os medicamentos nos pontos de coleta. Mas, segundo Renata, como não são materiais que tiveram contato direto com o medicamento, podem ainda ser encaminhadas para a reciclagem ou coleta seletiva, como outros produtos de papel.

No caso dos perfurocortantes, como seringas e agulhas, as legislações não preveem o recolhimento por farmácias e drogarias. Caso o paciente faça uso domiciliar desses produtos, eles devem ser entregues em hospitais ou postos de saúde. A sugestão é armazená-los em garrafas pet com tampa, para evitar acidentes.

A gerente ressalta ainda que não se deve descartar medicamentos em lixo comum, nem derramar em pias ou vasos sanitários, pois podem contaminar o solo e os rios ou ainda serem encontrados no lixo e utilizados de forma indevida.

Além disso, ela alerta que também não é recomendado fazer doações ou troca de medicamentos entre pessoas, pois isso é muito perigoso do ponto de vista sanitário. “Se quer fazer doação de medicamentos que ainda estão dentro da validade, a pessoa pode procurar um estabelecimento de saúde. Não recomendamos doar ou reutilizar em outras pessoas porque o que serviu para um não necessariamente vai servir para outros. O medicamento também pode gerar eventos adversos e efeitos colaterais”, explicou.

Números de descarte

O diretor executivo da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), Sergio Mena Barreto, explicou que o setor está adiantado à regulamentação e o grupo que vai acompanhar a implementação da logística reversa já está em funcionamento, reunindo 19 entidades do setor. Além disso, ao longo dos anos, diversos acordos e programas de recolhimento voluntários foram colocados em funcionamento, disse.

“O interessante do decreto é que ele estabelece uma regra nacional. Como temos mais de 5 mil municípios no Brasil, imagine o que seria seguir mais de 5 mil legislações diferentes e cada uma com suas regras. Isso no final fica impossível de ser cumprido”, disse. “Esse decreto foi muito bem pensado, foi discutido com todas partes, foram cobertos todos os pontos possíveis de questionamento. Nosso desafio agora é colocar em pé e que as pessoas respeitem essa legislação”, completou.

Estabelecimentos em diversos estados já participam, por exemplo, do programa Descarte Consciente, e recebem as embalagens de medicamentos vencidos ou em desuso. Agora, essas cadeias devem se adequar ao decreto. No DF, por exemplo, são 63 pontos de coleta em várias localidades. Para saber onde ficam, basta acessar o site do programa.

Em 2019, apenas nas redes da Abrafarma, que representam 43,7% do mercado total de medicamentos, foram recolhidos 130 toneladas de resíduos de medicamentos e embalagens. Desse total, 93% foram incinerados e 7% foram para aterros sanitários. Em 2012, quando a entidade iniciou a contabilização de recolhimentos voluntários, foram 11,3 toneladas recolhidos.

Para dimensionar esses números, Barreto citou dados de Portugal. Em 2000, quando o país implementou sua política de logística reversa, foram recolhidos 98 toneladas; atualmente, esse volume passa de 1,2 mil toneladas. “E estamos falando de um país pequeno, com apenas 10 milhões de habitantes com 2,9 mil farmácias. No Brasil temos 80 mil farmácias e 250 milhões de habitantes”, disse, sobre o volume que ainda pode ser destinado corretamente no Brasil.

Barreto alerta, entretanto, que na maioria dos municípios brasileiros não há incineradores ou aterros sanitários especiais, que são de responsabilidade do poder público. “Por isso o decreto começa abrangendo capitais e cidades acima de 500 mil habitantes. Teoricamente, é onde há estrutura adequada para fazer o descarte. Depois de 2023, vem as cidades menores, mas é uma grande incógnita o que vamos fazer com esses locais que não tem aterro sanitário adequado ou não tem incineração”, disse.

De acordo com o diretor executivo da Abrafarma, no Brasil a legislação não prevê reciclagem do que é recolhido, sendo a incineração a destinação prioritária. Citando novamente Portugal, Sergio disse que no país europeu é feito o reaproveitamento das embalagens secundárias, bulas e alguns tipos de blister, sendo 60% descartado e 40% reciclado.

Do ponto de vista de reutilização de materiais, no Brasil bulas e caixas podem ser destinadas diretamente pelos consumidores para a reciclagem. “E não tem nenhum risco, papel é papel”, disse Barreto, reforçando que blister, tubos e frascos deverão ser destinados no sistema que será montado ou naqueles que já existem.

Além da logística reversa estabelecida por acordos setoriais, entre poder público e setor empresarial, como é o caso de medicamentos, a Política Nacional de Resíduos Sólidos prevê os sistemas de recolhimento de agrotóxicos, pilhas e baterias; pneus; óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens; lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista; e produtos eletroeletrônicos e seus componentes.

A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) revisou, durante reunião realizada nessa terça-feira (1º), a exigência de retenção de receita para os medicamentos Ivermectina e Nitazoxanida.  

“Neste contexto, verificou-se que os medicamentos Ivermectina e Nitazoxanida, no momento, não se encontram sob ameaça de desabastecimento de mercado. A alteração foi adotada visando garantir o acesso da população ao tratamento de verminoses e parasitoses bastante conhecidas e bem significativas", diz a Agência.

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De acordo com a Anvisa, a medida faz parte do monitoramento de substâncias sujeitas a controle em virtude da emergência de saúde pública em função da pandemia relacionada ao novo coronavírus (Covid-19).

“A decisão considera ainda que os dois medicamentos já são de prescrição médica e não vêm sendo utilizados em doenças e pacientes crônicos”. A medida começa a valer a partir da publicação no Diário Oficial da União.

*Com informações da Anvisa

Um grupo de pesquisadores testou 11.987 medicamentos possíveis contra o SARS-CoV-2, encontrando um número restrito de terapias para pessoas sofrendo com os efeitos do vírus.

Uma equipe de cientistas internacional analisou uma lista de medicamentos existentes e identificou 21 potenciais tratamentos para combater a COVID-19, escreve o portal EurekAlert.

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Os cientistas usaram 11.987 compostos da Biblioteca de Reformulação de Medicamentos ReFRAME da Administração de Controle de Alimentos e Drogas dos EUA (US Food and Drug Administration, FDA, na sigla em inglês) para testá-los contra o SARS-CoV-2 em uma linha de células chamada Vero, cultivada a partir do rim de um macaco-verde africano (Chlorocebus sp.). Os resultados do estudo foram publicados na revista Nature.

"Este relatório fornece à comunidade científica um arsenal maior de armas em potencial que podem ajudar a levar a pandemia global em curso ao calcanhar", garante o virologista Sumit Chanda, do Instituto Médico Sanford Burnham Prebys, na Califórnia, EUA.

"No início da pandemia da COVID-19, percebemos que a ReFRAME seria um recurso inestimável para a triagem de drogas para se reestruturar contra o novo coronavírus", contou o químico médico e coautor do estudo Arnab Chatterjee da Calibr, da divisão de descoberta de medicamentos da Scripps Research, que criou a ReFRAME.

Dos 11.987 compostos, 100 inibiram a replicação viral do SARS-CoV-2 em células Vero. Desses, 21 não devem afetar um humano, incluindo o remdesivir. 13 das 21 drogas já passaram por ensaios clínicos prévios.

Os pesquisadores consideram importante que haja um grande leque de escolhas para atacar o vírus que está assolando o mundo, mesmo que, compreensivelmente, nem todas sirvam para os pacientes.

"Embora alguns desses medicamentos estejam atualmente em testes clínicos para a COVID-19, acreditamos que é importante buscar mais candidatos a medicamentos para que tenhamos múltiplas opções terapêuticas", comenta Chanda.

Da Sputnik Brasil

O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender, nesta segunda-feira (20), o uso de medicamentos sem comprovação científica ou necessidade de seguir orientações da bula no tratamento de doenças. Desde o início da pandemia, Bolsonaro faz propaganda da cloroquina para combater o novo coronavírus. No domingo (19), o presidente, que está em isolamento após contrair a Covid-19, ergueu uma caixa do fármaco diante de apoiadores e foi saudado por eles.

"É importante lembrar que o uso off label (fora da bula) de medicamentos é consagrado na medicina, desde que haja clara concordância do paciente. E que, sem a prática do off label, diversas doenças ainda estariam sem tratamento", escreveu Bolsonaro no Twitter, nesta segunda, citando trecho de uma publicação da Associação Médica Brasileira (AMB). O texto completo foi compartilhado pelo presidente por meio de um link.

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No texto, publicado ontem, a AMB trata especificamente sobre a hidroxicloroquina e reforça que "não existem estudos seguros, robustos e definitivos sobre a questão", em referência ao tratamento do novo coronavírus. A entidade também critica o uso político do medicamento, que, na visão da AMB, "deixará um legado sombrio para a medicina brasileira".

"Médicos, entidades, políticos, influenciadores e palpiteiros seguem monitorando estudos sobre o uso de hidroxicloroquina em pacientes acometidos pela covid-19. Uns procurando provas de que se trata da salvação. Outros, de que é puro placebo. Ou pior: veneno (mesmo diante do fato de que os efeitos adversos são limitados e conhecidos há mais de cinco décadas). Muitos sairão da pandemia apequenados, principalmente médicos e entidades médicas que escolherem manipular a ciência para usá-la como arma no campo político-partidário", diz o texto.

"É bastante provável que cheguemos ao final da pandemia sem evidências consistentes sobre tratamentos. E também sobre diversos outros aspectos próprios de uma nova enfermidade. Pois estudos adequados e robustos são caros e demorados. E estamos falando de uma medicação barata, que, portanto, não tem, nem terá financiamento da indústria que suporte os investimentos necessários para minimizar as incertezas", continua me outro trecho.

Ao final, quando faz referência ao uso "off label" de medicamentos, a AMB diz que "não se trata de apologia a este ou àquele fármaco", e sim de "respeito aos padrões éticos e científicos construídos ao longo dos séculos".

"Não podemos permitir que ideologias e vaidades, de forma intempestiva, alimentadas pelos holofotes, nos façam regredir em práticas já tão respeitadas. Não se pode clamar por ciência e adotar posicionamentos embasados em ideologia ou partidarismo, ignorando práticas consolidadas na medicina. Isso é um crime contra a medicina, contra os pacientes e, sobretudo, contra a própria ciência", conclui a publicação.

O presidente Jair Bolsonaro postou, no início da manhã deste domingo (19), vídeo produzido pelo Exército Brasileiro sobre a importação de sedativos, analgésicos e neurobloqueadores do Uruguai para pacientes internados em unidades de terapia intensiva (UTI) em hospitais do Rio Grande do Sul (RS) e de Santa Catarina (SC).

A aquisição foi feita na última sexta-feira (16). Conforme o vídeo “os medicamentos são indispensáveis para pacientes que estão em tratamento em UTI, a maioria em decorrência da covid-19.”

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Segundo escreveu o presidente Bolsonaro no post, “há mais de uma semana muitos hospitais do RS e de SC estavam sem analgésicos e sedativos, extremamente necessários quando se usam os respiradores. O general Pazuello, ministro interino da Saúde, entrou em negociação com o governo do Uruguai e resolveu rapidamente o problema.”

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Nota do Ministério da Saúde informa que foram adquiridas, “em parceria com empresas uruguaias, 54.867 unidades de medicamentos usados no auxílio da intubação de pacientes em UTI, que se encontram em estado grave ou gravíssimo pela covid-19. O reforço foi entregue sexta-feira (17) às secretarias de Saúde do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, que estão com os estoques baixos dos medicamentos. São 48.867 unidades de Propofol, 5 mil de Priaxim e mil unidades de dexmedetomidina. A aquisição custou ao Ministério da Saúde US$ 298,5 mil.”

Três batalhões do Exército atuaram na operação desde o município Jaguarão, na fronteira gaúcha com o Uruguai, para a recepção do medicamento, desembaraço alfandegário e redistribuição até a cidade de Santa Rita, na região metropolitana de Porto Alegre, e Florianópolis. Os medicamentos precisaram ser transportados a temperaturas de 2 a 8 graus Celsius.

Estatísticas do Ministério da Saúde informam que nesse sábado (18), no Rio Grande Sul, foram registrados 137 casos novos de covid-19 e 63 óbitos por causa da doença. No total, o estado acumula 46,8 mil casos de infecção pelo novo coronavírus e 1.229 óbitos. Em Santa Catarina, também ontem foram registrados 982 casos novos de contaminação e 16 mortes. No total, o estado acumula 52,5 mil casos de covid-19 e 662 mortes por causa da doença.

No Uruguai, segundo o Ministério da Saúde Pública, até ontem foram registradas 33 mortes e 1.044 casos de covid-19.

Para garantir o funcionamento dos leitos, o Ministério da Saúde já repassou R$ 1,5 bilhão para estados e municípios arcarem com os custos que envolvem o tratamento nas UTIs.

O ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, será convidado a participar da Comissão Mista do Congresso que fiscaliza as ações do governo ligadas ao combate da crise causada pela pandemia de Covid-19. O requerimento, aprovado nesta terça-feira (14), quer que o ministro explique a logística de distribuição, nos estados, de testes, medicamentos e kits usados para intubação de pacientes de Covid-19. A audiência ainda não tem data marcada.

“Nós já tivemos a presença do ministro e de seus assessores explicando essa questão da logística, mas tivemos ontem a oportunidade de participar de uma reunião da Comissão Parlamentar Externa da Câmara em que ficou demonstrada a situação gravíssima na chegada, aos estados do Sul, neste momento de crise climática, de medicamentos, testes e principalmente, os medicamentos que fazem parte do kit anestésico para intubação dos pacientes mais fragilizados", justificou o autor da proposta, senador Esperidião Amin (PP-SC).

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Fundeb

Com a proposta do Novo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) na pauta da Câmara dos Deputados, outro requerimento aprovado prevê a realização de audiência pública para debater a importância da aprovação da proposta. O fundo é a principal fonte de financiamento da educação básica no Brasil e, pela Constituição, deve ser extinto no próximo dia 31 de dezembro.

Na lista de convidados estão a deputada e relatora da PEC 15/2015, que torna o fundo permanente, professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO), a deputada Tabata Amaral (PDT-SP), o professor e Secretário de Educação de Sobral (CE), Francisco Herbert Lima Vasconcelos, e um representante da Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação (MEC).

GDF

Os parlamentares também aprovaram requerimento do senador Izalci Lucas (PSDB-DF), solicitando que o Tribunal de Contas da União (TCU) realize auditoria para verificar a correta utilização, pelo governo do Distrito Federal (GDF), dos recursos destinados pela União para o enfrentamento da pandemia de Covid-19. Segundo o senador, a auditoria deve apurar inclusive os repasses para compra de equipamentos ou materiais com origem em emendas parlamentares.

Na justificação do requerimento, Izalci enumera investigações e operações do Ministério Público e da Polícia Federal que indicam irregularidades no uso dos recursos públicos.

O Ministério da Saúde anunciou nesta segunda-feira (29) ações para adquirir e fornecer medicamentos que estão em falta para a entubação de pessoas com quadros graves da Covid-19. As iniciativas foram divulgadas após hospitais, Estados e municípios relatarem ausência de sedativos e relaxantes musculares usados para que a ventilação mecânica seja feita de forma adequada. A pasta reconhece que houve problema em relação à demanda, mas diz que vai trabalhar para evitar o desabastecimento.

A decisão foi tomada após uma reunião na Procuradoria-Geral da República (PGR), no dia 17 de junho, entre autoridades de saúde, procuradores, Anvisa e fabricantes de remédios, em que foram definidas três frentes para lidar com o cenário de desabastecimento.

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Uma delas é a cotação com fornecedores internacionais por meio da Organização Pan-americana de Saúde (OPAS), informou Elcio Franco, secretário-executivo da pasta. A ação teve início em 18 de junho, mas não foi indicada uma previsão de quando esse processo de aquisição deve ser concluído.

Outra medida adotada pelo governo é a requisição administrativa, em que o material primeiro é recebido do fornecedor, depois é feito o reconhecimento da dívida e, então, o pagamento é realizado. Sandra de Castro Barros, diretora do Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos, disse que a compra é feita de forma parcelada para sete dias, mas que as aquidições podem não atender esse período nos Estados. Segundo ela, cada unidade federativa tem demandas distintas.

A terceira via de aposta do Ministério da Saúde é a abertura de processo de pregão via Sistema de Registro de Preços. A pasta realizará um pregão eletrônico para aquisição centralizada desses medicamentos, no qual os Estados poderão entrar como coparticipantes. O secretário-executivo argumentou que esse tipo de procedimento ajuda ao permitir uma compra em escala, fazendo com que seja possível uma redução no preço dos medicamentos.

Franco reforçou que as três ações propostas pelo ministério vão resolver a falta de medicamentos nos Estados e municípios. "Esses processos estão ocorrendo da forma mais célere possível", disse. Segundo ele, medicamentos das requisições administrativas já começaram a ser entregues de acordo com o que foi disponibilizado pela indústria farmacêutica, entre eles: dexmedetomidina, dextrocetamina e midazolam.

De acordo com o ministério, o levantamento da necessidade dos medicamentos é feito junto ao Conass (Conselho Nacional dos Secretários de Saúde) e Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde) para ver a demanda e necessidade de cada localidade. Sandra Barros considera que a pandemia do novo coronavírus veio em uma expansão que o 'mercado' não consegue absorver. "Por mais que o setor farmacêutico amplie sua capacidade produtiva, a demanda vem numa velocidade maior da que estamos acostumados. Antes da covid, havia uma demanda significativa, mas com a doença, isso extrapolou nossas expectativas", disse.

A pasta informou, ainda, que até o momento, 6.410 ventiladores pulmonares foram entregues aos Estados. Somente entre 22 e 29 de junho, foram entregues 1.553 desses equipamentos. Pelo menos, 4,3 milhões de unidades de cloroquina também foram distribuídas aos Estados, além de 115.696.180 EPIs, como álcool em gel, máscaras cirúrgicas, óculos de proteção e sapatilhas descartáveis.

Um estudo liderado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) identificou que medicamentos atualmente usados no tratamento da hepatite C inibem a replicação do novo coronavírus (Sars-CoV-2) em experimentos realizados com células.

Os experimentos identificaram especialmente o potencial do antiviral daclastavir, que atuou contra o vírus em três diferentes linhagens celulares investigadas, além de reduzir a produção de substâncias inflamatórias associadas aos casos graves de Covid-19. Considerando a relevância do compartilhamento rápido de evidências científicas no contexto da pandemia, os achados foram publicados no site de pré-print bioRxiv.

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O trabalho foi liderado pelo Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS/Fiocruz) em parceria com o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), com participação dos Laboratórios de Imunofarmacologia e de Pesquisa sobre o Timo do IOC. Também colaboraram Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), Universidade Iguaçu (Unig), Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (Idor), Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Inovação de Doenças de Populações Negligenciadas (INCT-IDPN) e Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Neuroimunomodulação (INCT-NIM) .

O pesquisador do CDTS e líder do estudo, Thiago Moreno, ressalta a importância de identificar compostos com ação sobre o novo coronavírus entre fármacos clinicamente aprovados para outras doenças.

“O reposicionamento de medicamentos é reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a maneira mais rápida de identificar candidatos ao tratamento da Covid-19. Considerando que os antivirais de ação direta contra o vírus da hepatite C estão entre os mais seguros, nossos resultados indicam que estes fármacos, em especial o daclastavir, são candidatos para a terapia, com potencial para ser imediatamente incorporados em ensaios clínicos”, afirma Thiago.

“Enquanto as medidas de quarentena e distanciamento físico buscam reduzir a transmissão da doença, é esperado que a administração precoce de antivirais melhore o quadro clínico dos pacientes infectados, reduzindo a ocorrência de casos graves da Covid-19. Para isso, é fundamental encontrar compostos efetivos e seguros que possam ser avaliados em testes clínicos”, reforça a chefe do Laboratório de Imunofarmacologia do IOC/Fiocruz e autora do artigo, Patrícia Bozza. Recentemente, os cientistas apontaram também o potencial de ação do atazanavir, remédio usado na terapia do HIV, contra o novo coronavírus.

Os autores alertam ainda para os riscos da automedicação, destacando que os testes em pacientes são fundamentais para avaliar a eficácia de terapias e todas as pessoas com casos suspeitos ou confirmados de Covid-19 devem procurar atendimento médico para orientação da terapia adequada.

Resultados dos testes

A pesquisa avaliou os antivirais daclastavir e sofosbuvir. Ambos atuam por diferentes mecanismos para inibir a replicação do vírus da hepatite C. Nos testes com o novo coronavírus, o daclastavir impediu a produção de partículas virais infectivas em três linhagens celulares estudadas, incluindo células pulmonares humanas. As análises apontaram que o fármaco interrompeu a síntese do material genético viral, o que levou ao bloqueio da replicação do vírus. Em células de defesa infectadas, o fármaco também reduziu a produção de substâncias inflamatórias, que estão associadas a quadros de hiperinflamação observados em casos graves de Covid-19.

A ação do daclastavir sobre o novo coronavírus foi mais potente que a do sofosbuvir. Este último inibiu a replicação viral em linhagens de células humanas pulmonares e hepáticas, porém não apresentou efeito durante a infecção em células Vero, derivadas de rim de macaco e largamente utilizadas em estudos de virologia. Os ensaios também compararam a ação com os efeitos de outros medicamentos. O daclastavir foi de 1,1 a 4 vezes mais eficiente do que a cloroquina e a combinação de lopinavir e ritonavir – fármacos que são alvo de ensaios clínicos para tratamento da Covid-19 – assim como a ribavirina, antiviral de amplo espectro usado em casos de hepatite. O medicamento superou ainda o atazanavir, que foi testado anteriormente pelos cientistas.

Os autores do trabalho apontam ainda que os parâmetros farmacológicos do daclastavir contra o novo coronavírus mostraram-se compatíveis com a farmacocinética do medicamento em pacientes, o que reforça seu potencial para ensaios clínicos. “Esses resultados sugerem fortemente que o daclastavir, devido a seus efeitos anti-Sars-CoV-2 e anti-inflamatórios, pode trazer benefícios para pacientes com Covid-19”, pontua Thiago.

Da assessoria da Fiocruz

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu alerta na sexta-feira, 5, sobre o aumento de casos de falsificação de medicamentos no Brasil nos primeiros meses de 2020. Entre as falsificações, estão medicamentos utilizados no tratamento para hepatite C, vacina para a gripe e remédios para distúrbio do crescimento, obesidade e diabete. Segundo o órgão, a fiscalização e o aumento de compras online durante a pandemia do novo coronavírus estão entre os motivos para o crescimento dessas ocorrências.

De acordo com a agência, cinco casos foram registrados neste ano ante três em 2018. No ano passado, foram quatro. "As denúncias foram recebidas no ano de 2020. A partir da ciência desses fatos, a Anvisa começou os procedimentos de investigação com inspeção com a Polícia Civil dos Estados. Apesar de a gente ter identificado que, em alguns casos, a prática ocorria desde 2019, com a situação atual da pandemia, houve o aumento da aquisição pela internet, o que favorece a prática", explica Mariana Collani, especialista em regulação sanitária da Anvisa. Falsificar medicamentos é considerado crime contra a saúde pública, com pena de dez a quinze anos de reclusão e multa, conforme o Código Penal Brasileiro.

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Mariana diz que a maioria das falsificações registradas neste ano foi detectada em medicamentos adquiridos por meio de empresas que prestam assessoria para importação e fazem a entrega principalmente para planos de saúde.

"Muitos casos de falsificação estão envolvendo a importação de medicamentos que tem sido feita pelos planos de saúde para o atendimento de decisão judicial por meio de empresas de assessoria de comércio exterior. Nos casos atuais, são 80% com importação de empresas de assessoramento que têm fontes não idôneas no exterior para ter um preço mais barato do que o detentor do registro teria no Brasil. Se a importação for necessária, é importante que o plano de saúde entre em contato com a empresa detentora no Brasil."

"De acordo com o documento entregue à Gilead, o paciente no Brasil recebeu frascos de Harvoni cujo lote a Gilead não reconhece como sendo legítimo. Os frascos de Harvoni falsificados foram adquiridos por uma importadora no Brasil, específica e pontualmente para esse paciente através de importação direta."

Procurada pela reportagem, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) informou que irá avaliar o caso com a Anvisa.

Ainda de acordo com a especialista da Anvisa, os casos ocorrem com mais frequência em medicamentos de alto custo, que são mais caros, mas avalia que a população e os profissionais de saúde estão mais preparados para identificar os medicamentos falsificados.

"Para consumidores, a compra deve ser feita somente farmácias e isso também se aplica à internet, onde farmácia e drogaria têm de ter um site com o domínio '.com.br'. Nunca comprar de pessoas físicas, em ruas, feiras ou redes sociais", recomenda.

Vacina para gripe teve três casos de falsificação

 

Segundo a Anvisa, a vacina para gripe Fluarix Tetra, da empresa GlaxoSmithKline Brasil (GSK), teve três casos de falsificação neste ano. A GSK informou que recebeu informações em seu canal de atendimento ao consumidor sobre doses falsificadas em Coxilha (RS) e, após apurar a situação, fez uma denúncia na secretaria de Saúde do município.

"A cadeia logística da vacina comercializada pela GSK segue as condições especificadas no registro do produto junto à Anvisa, conforme as boas práticas de distribuição e normas de segurança e qualidade exigidas", informou, em nota, a empresa.

Em fevereiro e março, a Novo Nordisk foi alertada por um profissional de saúde sobre a possível falsificação dos medicamentos para distúrbios do crescimento Norditropin FlexPro e Norditropin Simplexx, este último não está registrado na Anvisa e não pode ser comercializado no Brasil.

Os medicamentos Victoza e Saxenda, indicados para diabete e obesidade, respectivamente, também foram falsificados. Na versão falsa, os medicamentos tinham a apresentação em gotas e em cápsulas, quando as versões originais são subcutâneas.

"Quaisquer outras apresentações dos referidos medicamentos, incluindo as formas cápsulas e em gotas, não são fabricadas e/ou distribuídas pela Novo Nordisk. Sem o registro da Anvisa, caracterizam-se, portanto, como casos confirmados de falsificação."

A agência registrou ainda dois casos de falsificação do medicamento Defitelio (defibrotida), registrado no Brasil pela empresa Zodiac Produtos Farmacêuticos. O remédio é usado por pacientes que tiveram complicações após a realização de transplante de células-tronco.

Como identificar medicamentos falsificados

 

Segundo Mariana, além da compra em local autorizado, o consumidor deve observar a integridade do lacre de segurança, holograma, número de lote, data de validade e fabricação. Caso faça tratamento com o medicamento, a pessoa pode comparar as embalagens.

"Na embalagem externa, observar se tem erros de português, sinais de que informações foram apagadas, alguma etiqueta colada ou impressão falhada e a rotulagem deve ser em português."

Além da dificuldade de ampliar o número de leitos de UTI e respiradores, Estados brasileiros enfrentam agora a falta de sedativos e relaxantes musculares usados na entubação de pacientes graves com Covid-19, destaca o Estadão. Sem esses remédios, a ventilação mecânica não pode ser feita de forma adequada e o paciente corre maior risco de morrer.

Segundo o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), todas as secretarias estaduais relataram à entidade ter um ou mais medicamentos dessa classe em falta ou com estoque crítico. Já há investigações abertas em ao menos dois Estados (Rio e Amapá) para apurar óbitos de pacientes que não tiveram acesso a essas medicações.

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Segundo médicos e gestores ouvidos pelo Estadão, a situação deve-se principalmente à crescente procura por esses medicamentos por causa do alto número de doentes que precisam ser entubados e do período prolongado de internação desses pacientes em UTIs. "É um uso prolongado e geralmente é usada uma combinação de drogas de acordo com a gravidade e o objetivo. Todos ficaram falando do risco de colapso por falta de leito, mas agora temos o risco da falta desses medicamentos essenciais para a sobrevivência do paciente", destaca Ederlon Rezende, membro do conselho consultivo da Associação de Medicina Intensiva Brasileira.

Com a alta inesperada na demanda, dificuldade de importação de matérias-primas e alta do dólar, o mercado nacional não estaria conseguindo suprir a procura, dizem gestores. Secretarias da Saúde consultadas pelo Estadão informaram alta de mais de 700% na utilização desses medicamentos desde o início da pandemia. Em Alagoas, o número de doses utilizadas do relaxante muscular rocurônio subiu 787%. No Rio Grande do Norte, o aumento na utilização de anestésicos e betabloqueadores foi de 200%. No Pará, a alta foi de 100%.

O rocurônio é o que reúne o maior número de queixas de problemas no abastecimento. Levantamento feito pelo Conass com todas as secretarias da Saúde revelou que, das 25 pastas que responderam ao questionário, 24 têm problemas no abastecimento do item. Os números foram apresentados ontem em reunião de comissão da Câmara dos Deputados.

Presente no encontro, um representante no Conass relatou que o órgão mandou ofício para o Ministério da Saúde no dia 14 de maio solicitando auxílio do governo federal aos Estados na relação com fornecedores. O problema foi tema de novo ofício, enviado no dia 29. Hoje, a maioria desses medicamentos é comprada diretamente pelos Estados e municípios ou pelos hospitais, mas as secretarias avaliam que uma intervenção do ministério junto à Anvisa e aos fabricantes pode facilitar a compra. Questionado, o ministério não respondeu. Ao Conass, prometeu auxiliar na negociação com fornecedores.

Também presente na reunião, o presidente do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêutico (Sindusfarma), Nelson Mussolini, disse que laboratórios estão trabalhando em máxima capacidade para dar conta da demanda e agora a produção está normalizada. "Tivemos problema quando houve "lockdown" na Índia e estamos tendo dificuldades com frete internacional. O número de voos foi reduzido e o preço subiu. Antes pagávamos US$ 2 por quilo transportado e agora, US$ 15."

Investigação

Ao menos dois hospitais de referência para tratamento de covid-19 no País são investigados por suspeita de que a morte de alguns pacientes tenha sido causada pela falta de medicamentos utilizados na entubação.

No Rio, a Defensoria Pública abriu ação para apurar os óbitos de sete pacientes em maio no Hospital Municipal Ronaldo Gazolla por suposta falta de sedativos e anestésicos.

"A prefeitura admite dificuldades no abastecimento, mas nega que tenha havido falta a ponto de pacientes ficarem sem. De qualquer forma, continuamos a investigação e solicitamos fiscalizações aos conselhos de medicina e de farmácia", diz a defensora Alessandra Nascimento, subcoordenadora da coordenação de saúde e tutela coletiva da Defensoria.

Também em maio, o enfermeiro Evandro Costa, de 42 anos, morreu por covid-19 após a Unidade Centro Covid 1, em Macapá, afirmar que não conseguiria fazer sua entubação por falta das medicações necessárias. Segundo Amerson da Costa Maramalde, advogado que representa a família do enfermeiro, profissionais de saúde que eram amigos do paciente chegaram a fazer uma mobilização para encontrar os medicamentos que permitiriam a entubação de Evandro, mas, quando conseguiram, o enfermeiro já estava morto.

A Secretaria Municipal da Saúde do Rio informou que abriu sindicância para apurar os fatos no Hospital Ronaldo Gazolla e que o procedimento corre em sigilo até a sua conclusão. A pasta confirmou a dificuldade na aquisição dos medicamentos e diz estar fazendo "constantes remanejamentos dos estoques, conforme necessidade para atender as unidades com maior demanda". A fentanila, por exemplo, está sendo substituída por outros medicamentos com as mesmas funções, "uma vez que não há atualmente no mercado fornecedores com disponibilidade para venda e entrega do produto".

A Secretaria Estadual da Saúde do Amapá não respondeu aos questionamentos da reportagem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Depois de suspender por dois meses, o governo federal autorizou nesta segunda-feira (1º) reajuste de até 5,21% nos preços de medicamentos para 2020. O aval para o aumento foi publicado na noite de segunda em edição extraordinária do Diário Oficial da União (DOU), em decisão da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) e as empresas já podem aplicá-lo. "As empresas produtoras de medicamentos poderão ajustar os preços de seus medicamentos em 31 de maio de 2020, nos termos desta resolução", diz o ato.

O reajuste dos preços dos remédios é definido pela CMED em março de cada ano, passando a valer a partir de 1º de abril. Neste ano, no entanto, governo e indústria farmacêutica fizeram um acordo para adiar a correção por 60 dias, dentro do conjunto de ações para atenuar os efeitos econômicos do novo coronavírus no País.

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A suspensão do reajuste foi formalizada pela Medida Provisória 933/2020, editada no fim de março e que aguarda votação no Congresso. A Câmara deve votar a MP ainda esta semana.

Pela resolução da CMED publicada no Diário Oficial, o reajuste máximo permitido para este ano será aplicado em três faixas, de 5,21%, 4,22% e 3,23%, a depender do tipo de medicamento. O teto do aumento autorizado para 2020 é superior ao do ano passado, que foi de 4,33%, e ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 11 de março de 2020, que acumulou 4,01% no período entre março de 2019 e fevereiro de 2020.

Um estudo realizado pela Academia Chinesa das Ciências descobriu dois medicamentos específicos para serem usados contra o novo coronavírus e que impedem que o Sars-CoV-2 se multiplique dentro do corpo humano.

A pesquisa, publicada na revista especializada "Science", foi coordenada por Wenhao Dai e conseguiu projetar as moléculas para bloquear a enzima protease, o "motor" que permite que o vírus consiga se multiplicar.

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Com isso, os dois medicamentos chineses juntam-se a um outro descoberto na Holanda, que atua contra a mesma enzima, e um na Alemanha, que age contra a proteína spike - o arpão com o qual o vírus agride a célula para invadi-la. Assim, as quatro moléculas tornam-se candidatas a se tornarem os primeiros remédios a serem usados contra a Covid-19, uma doença da qual se sabe ainda muito pouco.

De acordo com a publicação, o estudo foi realizado através da análise estrutural do vírus, em particular nesse caso, com a enzima protease. As moléculas chamadas de inibidores de protease 11a e 11b enfrentaram os primeiros testes com resultados encorajantes. Testadas em um cultura celular, ambas "inibiram fortemente a protease da SarsCoV-2".

Com os experimentos feitos em ratos, os inibidores da protease 11a mostraram, em particular, baixa toxicidade. Para essa molécula, os testes agora seguem para a fase pré-clínica para obter novos resultados sobre os efeitos tóxicos. Se forem considerados seguros, poderão ser testados em seres humanos em breve.

No entanto, assim como ocorre com os possíveis medicamentos descobertos por holandeses e alemães, ainda não há data para que eles possam ser disponibilizados aos humanos.

Desde 2018, para acelerar o processo de localização de remédios que podem ser usados contra doenças novas, foi criada a coalizão Reframe, a mais vasta busca por fármacos já em uso promovida pelo Instituto Scripps, na Califórnia (EUA), e com apoio financeiro da Fundação Bill & Melinda Gates.

Por conta disso, o combate à Covid-19, por exemplo, está usando drogas já conhecidas para outras doenças para acelerar o processo.

Entre os medicamentos testados em hospitais e pesquisas contra o novo coronavírus estão o remdesivir, nascido para combater o ebola, a cloroquina e a hidroxicloroquina, usados para combater a malária, artrite reumatoide e lúpus, e alguns antirretrovirais, como o lopinavir e o ritonavir usado no combate ao HIV, o camostat usado contra doenças de fígado e pâncreas, e o tocilizumabe, utilizado para combater as inflamações causadas pela crise imunitária provocada pelo HIV. 

Da Ansa

O Ministério de Saúde acredita que a maioria dos brasileiros será exposta ao novo coronavírus nos próximos três meses. Conforme o boletim emitido nessa segunda-feira (6), os grandes centros urbanos sofrerão mais com a infecção, que já matou mais de 550 pessoas no país e contaminou 12.056.

"Nos próximos três meses, a maioria da população do Brasil, principalmente de grandes centros urbanos, será exposta a esse vírus", informa o documento.

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O boletim epidemiológico também destaca que haverá padrões para a proliferação. Na região Sul, por exemplo, o pico está previsto para ocorrer no inverno, entre junho e julho. Enquanto na região Norte, o período foi estipulado entre março e abril. Já nas demais regiões, a detecção de casos se estende ao longo do ano.

Foi apresentada uma proposta de flexibilização do "distanciamento social", que poderá iniciar a partir da próxima segunda-feira (13). As regiões contempladas serão as que casos da doença não tenham comprometido mais da metade da capacidade dos sistemas de saúde. Contudo, o ministério pede que os Estados mantenham o isolamento até que o suprimento de leitos, equipamentos para profissionais da saúde, respiradores e testes laboratoriais estejam disponíveis.

A produção de testes da Covid-19 também sofrerá com a falta de insumos nas próximas duas semanas, em decorrência da falta de insumos. "Não há escala de produção nos principais fornecedores para suprimento de kits laboratoriais para pronta entrega nos próximos 15 dias", destacou.

Uso da cloroquina

A pasta também calcula que os resultados do uso de cloroquina associada à azitromicina só serão obtidos entre duas a três semanas. O documento reforça o "importante potencial" da medicação, mas a garantia da eficácia das substâncias para o uso ampliado aguarda os resultados preliminares, disponibilizados entre 15 e 21 dias.

A suspensão do reajuste de preço de todos os medicamentos, por 60 dias, foi assegurada pelo presidente Jair Bolsonaro, através de uma publicação em sua conta no Twitter, no final da tarde desta terça-feira (31). O anúncio ocorre em meio a outras medidas adotadas pelo governo federal durante a pandemia do coronavírus.

No tuíte, o presidente explicou que a medida foi tomada ‘em comum acordo com a indústria farmacêutica”.

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Situação da pandemia no Brasil

No balanço divulgado pelo Ministério da Saúde, o País já registra 201 mortos pelo coronavírus. O aumento é de 42 óbitos em relação à última contagem. O número de casos confirmados chega a 5.727. De acordo com a pasta, a taxa de mortalidade da doença permanece em 3,5%.

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A Rússia desenvolveu três medicamentos que podem ser potencialmente utilizados para tratar a COVID-19, causada pelo novo coronavírus.

Previamente, a Agência Federal para Assuntos Médico-Biológicos (FMBA) apresentou mais uma versão com base na mefloquina antimalárica.

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A informação foi divulgada pelo chefe da unidade de ciências biomédicas da Academia Russa de Ciências, Vladimir Chekhonin, que recordou que a triazavirina antiviral foi criada há vários anos em um instituto da academia russa.

Agora os especialistas chineses estão interessados no seu uso para possível tratamento da infecção pelo coronavírus.

"Mas hoje está pronto um inalante especial deste medicamento, que pode ser usado exclusivamente para tratar infecções respiratórias virais. Estou certo de que será mais adequado para tratar a infecção por COVID-19. E, claro, essa opção é extremamente importante na situação atual", disse Chekhonin, acrescentando que este medicamento já está pronto para ser transferido para ser testado em instituições especializadas.

Além disso, cientistas russos desenvolveram outro medicamento "suficientemente eficaz" contra o coronavírus (adaptado para atender aos padrões russos) baseado no tratamento antiviral japonês favipiravir.

Outro medicamento antiviral, o fortepren, também passou em testes clínicos e deve ser avaliado quanto à sua capacidade de tratar a COVID-19, afirmou o acadêmico.

"Ele passou por todas as fases de testes clínicos, ou seja, foi testado mesmo em humanos. Fortepren está na fase de registro, após o que pode ser submetido a testes para verificar sua possível atividade em relação à COVID-19", comentou o especialista.
Segundo o acadêmico, testar a capacidade desses três medicamentos para tratar a doença do coronavírus é uma prioridade máxima tanto da Academia Russa de Ciências quanto do Ministério da Educação e Ciência da Rússia.

Chekhonin observou que, por enquanto, três possíveis vacinas contra o coronavírus estão sendo desenvolvidas na Rússia com a participação de especialistas da Academia Russa de Ciências.

Minilaboratório portátil para diagnóstico

O diretor executivo da corporação estatal russa Rostec, Oleg Yevtushenko, informou que a empresa irá produzir um minilaboratório portátil para diagnóstico do coronavírus, além de ter dito que a Rostec tem a competência necessária para desenvolver vacinas relevantes.

"A produção de um minilaboratório portátil para diagnóstico rápido da COVID-19 está sendo desenvolvida. Em um futuro próximo, este produto deverá entrar no mercado", disse ele.

De acordo com Yevtushenko, a Rostec fornecerá equipamentos, tais como câmeras de imagem térmica, para detectar pessoas com temperaturas corporais elevadas, termômetros infravermelhos, unidades de desinfecção do ar e dispositivos de ventilação artificial.

Segundo os últimos dados, mais de 732 mil casos de infecção já foram registrados no mundo, com mais de 34 mil mortes. O número total de casos da COVID-19 na Rússia atingiu 1.836, tendo sido registradas nove mortes.

Da Sputnik Brasil

Mesmo sem a eficácia comprovada para tratamento do novo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro levou uma caixa de hidroxicloroquina para a reunião do G-20 que ocorreu nesta quinta-feira, 26, por videoconferência, para falar sobre a pandemia. Em imagens divulgadas pelo Palácio do Planalto, Bolsonaro aparece segurando uma caixa de Reuquinol. Ele estava ao lado do chanceler Ernesto Araújo.

Na quarta-feira, por meio das redes sociais, Bolsonaro voltou a dizer que o tratamento com fármacos como a hidroxicloroquina tem mostrado eficácia e pode trazer tranquilidade à população. O primeiro estudo clínico do País a testar o uso do medicamento para tratamento de infecção pelo coronavírus, no entanto, só terá seus resultados divulgados em dois ou três meses. O estudo envolverá 1,3 mil pacientes e 70 hospitais.

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Nas redes sociais, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, destacou o anúncio de que a pasta vai distribuir 3,4 milhões de unidades dos medicamentos cloroquina e hidroxicloroquina para uso em pacientes internados de forma grave. Mandetta ponderou que a automedicação não deve ocorrer "em hipótese alguma". Em alguns países, como Estados Unidos e Nigéria, foram registrados casos de pessoas que se intoxicaram após se automedicarem com o fármaco.

Em nota, no início da semana, a Anvisa informou que toda prescrição de medicamento à base de cloroquina ou hidroxicloroquina precisa ser feita em receita especial de duas vias. A nova regra incluiu esses medicamentos na lista de substâncias controladas. A entrega ou venda do medicamento nas farmácias e drogarias só poderá ser feita para pessoas com a receita especial, para que uma via fique retida na farmácia e outra com o paciente.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda não usar ibuprofeno, e os remédios que contêm essa substância, para tratamento contra o novo coronavírus, mas indica paracetamol como automedicação.

A informação foi passada pelo porta-voz da organização, Christian Lindmeier, nesta terça-feira (17) durante reunião.

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"Não foram publicadas novas evidências de que o ibuprofeno aumente o risco de mortalidade [com COVID-19]. Não há estudos suficientes, e os especialistas ainda estão estudando os dados. Por enquanto, recomendamos escolher o paracetamol e não usar o ibuprofeno para automedicação", disse Lindmeier.

O porta-voz da OMS informa que se o ibuprofeno for prescrito por um médico e necessário por razões médicas, então ele pode ser tomado.

No dia 11 de março, a OMS declarou o surto do novo coronavírus uma pandemia. Mais de 160.000 pessoas estão infectadas em 150 países, sendo que a maioria já se recuperou, e mais de 6.000 mortes foram registradas.

Da Sputnik Brasil

Policiais federais cumprem nesta quarta-feira (22) seis mandados de busca e apreensão em operação contra fraudes na compra de medicamentos pelo município de Nova Friburgo, na região serrana fluminense. Os mandados estão sendo cumpridos no próprio município, além das cidades do Rio de Janeiro, São Gonçalo e Niterói.

Segundo investigações do Ministério Público Federal, foram desviados mais de R$ 600 mil dos cofres públicos durante as operações de compra de medicamentos pelo município.

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A Operação Carona de Duque visa a desarticular o grupo criminoso responsável pelas compras fraudulentas e conta com o apoio da Controladoria-Geral da União (CGU).

O médico receitou um medicamento que não vende no Brasil, precisando ser importado, e agora? Como importar medicamentos especiais? Calma, que vamos te explicar qual é o processo para a importação de baraclude, avycaz e outros tantos remédios!

O procedimento para pedir um remédio do exterior é diferente para pessoas físicas e jurídicas.

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Para pessoas físicas

Se você está realizando um tratamento de enxaqueca e o seu médico pede para você tomar o remédio aimovig, você precisará ter o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, apresentar alguns documentos e a receita médica para importar.

Com isso em mãos, entre em contato com uma farmácia conhecida que faça a importação de medicamentos. Para não ter problemas e ter o seu remédio em casa o mais rápido possível, é de grande importância pesquisar uma importadora de confiança.

Depois de fazer a compra, todo o processo de logística é de responsabilidade da farmácia. Portanto, basta esperar o seu produto chegar em casa.

Lembre também que o limite para a importação é de US$ 10 mil.

Para pessoas jurídicas

A importação solicitada por empresas, como um hospital, é diferente. A empresa precisa estar registrada na Anvisa. Além disso, precisa ter autorização de transporte, distribuição, entre outros procedimentos.

Como exemplo, vamos citar alguns dos remédios importados e a sua utilização. É importante ressaltar que você deve consultar o médico e ele irá indicar o melhor tratamento para você:

Baraclude

Baraclude é indicado para hepatite B crônica. Só pode ser usado por pessoas acima de 16 anos. De uso oral, serve para combater as alterações e anomalias de enzimas no fígado. Isso diminui a multiplicação do vírus;

Kineret

Kineret é utilizado no tratamento de artrite reumatóide e aplicada por injeção. É contra indicado para pessoas que possuem neutropenia ou que sejam alérgica a algum composto.

Ventavis

Ventavis é indicado no tratamento de hipertensão pulmonar. Com o princípio ativo iloprost, ele atua evitando a resistência indesejada ou o estreitamento dos vasos sanguíneos.

E se o remédio não tiver registro?

Em 2018, a Anvisa liberou uma regulamentação para importar remédios que não tem registro. Portanto, o medicamento pode ser importado:

Quando o medicamento não é vendido no país e não há outro que possa substituí-lo;

Emergência de saúde pública;

Vacinas

O governo Trump revelou, nesta quarta-feira (18), um plano para permitir a importação de medicamentos do Canadá e outros países a preços mais baixos, um objetivo defendido tanto pelo presidente dos EUA quanto por seus rivais democratas na campanha eleitoral de 2020.

"Nenhum presidente teve a vontade da FDA (Administração de Medicamentos e Alimentos dos Estados Unidos) de abrir as portas para importações seguras de medicamentos do Canadá", afirmou o secretário de Saúde, Alex Azar, em coletiva de imprensa telefônica.

O Departamento de Saúde publicou nesta quarta-feira o guia e as regras propostas, que descrevem duas maneiras de formalizar o plano do presidente, apresentado pela primeira vez no final de julho.

Sob o primeiro caminho, os estados americanos podem propor programas de importação de medicamentos já autorizados no Canadá. A FDA deve aprovar os programas que permitirão a importação para esses estados específicos. Vermont e New Hampshire, que fazem fronteira com o vizinho do norte, já são candidatos.

No entanto, esses programas não podem incluir medicamentos biológicos – os elaborados com base em moléculas ou organismos vivos –, o que significa que medicamentos como insulina, cujo preço é muito alto nos Estados Unidos, estão excluídos.

Uma segunda via permitiria às empresas farmacêuticas nos Estados Unidos importar medicamentos vendidos no exterior.

Essa medida ilustra um absurdo do sistema de saúde americano, onde, devido aos intermediários (farmácias, ou empresas de seguro médico), os fabricantes não podem reduzir o preço que os pacientes pagam no balcão.

Portanto, as empresas podem importar suas versões estrangeiras, mas idênticas, de seus próprios medicamentos autorizados nos Estados Unidos, incluindo medicamentos biológicos. Estes seriam vendidos sob um código separado e a um preço reduzido.

A medida permitiria que as empresas farmacêuticas "levassem esse mesmo produto aos Estados Unidos para competir basicamente contra seu próprio produto, mas a um preço de tabela mais baixo", destaca Azar.

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