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Os ministros de Minas e Energia, Eduardo Braga, e da Secretaria de Portos, Helder Barbalho, filiados do PMDB, pediram demissão à presidenta Dilma Rousseff. A decisão deles foi tomada três dias depois de a Câmara dos Deputados aprovar a abertura do processo de impeachment contra Dilma com amplo apoio da legenda.

A informação de interlocutores do Palácio do Planalto é que ambos os ministros teriam ficado desconfortáveis com a situação do partido após o resultado da votação.

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No momento, dos sete integrantes da legenda nomeados ministros, apenas dois permanecem nos cargos: Marcelo Castro, na Saúde, e Kátia Abreu, na Agricultura.

Além de Braga e Barbalho, o deputado Celso Pansera, que também é do PMDB e deixou o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação para votar contra o impeachment, não retornou ao cargo. O deputado Mauro Lopes, ex-ministro da Aviação Civil, votou favoravelmente ao impeachment e por isso também não reassumirá a pasta.

Um dos principais aliados do vice-presidente Michel Temer, o ex-ministro do Turismo Henrique Eduardo Alves deixou o cargo um dia antes de o PMDB decidir deixar a base de apoio ao governo, no final de março. Na ocasião, o partido determinou que os ministros filiados ao partido deixassem o cargo.

A privatização da distribuidora de energia de Goiás (Celg-D), em 30 de março, iniciará a ação do governo para solucionar o imbróglio das companhias de eletricidade federalizadas, que se arrasta há cerca de duas décadas, segundo o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga. Assim que o processo de venda da Celg entrar "no piloto automático", disse, começará a ser definida a venda do controle de distribuidoras da Eletrobrás no Piauí, Alagoas, Acre e Rondônia, o que daria condições para a recuperação da estatal. Para Braga, o setor energético tem agora duas prioridades: a solução dos problemas de transmissão de eletricidade e medidas para destravar investimentos no setor de petróleo. A seguir, os principais trechos da entrevista:

Como está o processo de privatização da Celg-D?

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No dia 30 de março queremos fazer a privatização da Celg-D. O BNDES já está na última fase do processo todo. Temos seis consórcios interessados, três já compraram o direito de acesso ao banco de dados da empresa. Não posso dar os nomes por razões de confidencialidade. Os chineses nunca aparecem com antecedência, mas conversam com todo mundo, principalmente com o setor público, e quando estamos a 72 horas dos leilões, eles entram atropelando. Há grupos estrangeiros já fazendo due diligence dentro da empresa, grupos europeus e fundos de investimentos americanos.

Qual o próximo passo?

Vamos iniciar o processo de privatização das distribuidoras Ceal (Alagoas), Cepisa (Piauí), Ceron (Rondônia) e Eletroacre (Acre). Vamos vender a Ceal e Cepisa juntas, num bloco, ou separadas. Temos de fazer um estudo para saber qual modelo resulta em maior valor agregado e melhor sinergia. Se tudo der certo, vamos fazer a venda do controle das distribuidoras neste ano ou até o início do ano que vem.

É possível recuperar a Eletrobrás?

Estamos na fase final de negociação com o Ministério da Fazenda com relação à indenização das linhas de transmissão anteriores ao ano 2000 (RBSE), e o maior beneficiado será a Eletrobrás. Já está aprovada a indenização da Eletrosul, de Furnas e está faltando apenas a da Chesf. Ao todo, isso deve chegar em algo como R$ 15 bilhões. Também queremos injetar um capital de R$ 6 bilhões, que é a segunda parcela do bônus de outorga do leilão das hidrelétricas amortizadas, para recuperar as distribuidoras antes que elas sejam vendidas. Se você vir o desenho que está se formando em torno da Eletrobrás, é um desenho em que a gente enxerga a luz no fim do túnel.

Como projetar novos leilões de transmissão diante dos últimos, com diversos lotes sem oferta?

Vamos ter realismo do ponto de vista remuneratório, portanto, vamos ter atratividade para o bom capital. Nesta semana, o TCU determinou o aumento do WACC (taxa interna de retorno) e da RAP (receita anual permitida) para as linhas de transmissão. Estamos discutindo muito com o TCU, com a Aneel, com o mercado, com o sistema financeiro. Temos de ter uma nova arquitetura financeira para financiamento, já que não será mais o BNDES, como foi no passado.

Como resolver os atrasos nas obras de linhas de transmissão?

Estamos em um esforço para resolver a questão dos atrasos nas obras de transmissão sob o ponto de vista de licenças ambientais. Estamos gastando uma certa energia, mas, se isso funcionar, vamos destravar as linhas Manaus-Boa Vista, Cruzeiro do Sul e várias situações regulatórias. Também não vamos mais ter descasamento entre as obras de geração e transmissão na energia eólica. Até 30 de julho, todo esse passivo estará resolvido, exceto por uma linha na Bahia que será entregue até dezembro. Além disso, queremos resolver a questão de terras para investidores estrangeiros no setor elétrico.

Qual a posição do governo sobre a participação da Petrobrás nos blocos do pré-sal?

A questão do pré-sal está no Congresso, principalmente a questão dos 30% de obrigatoriedade de participação da Petrobrás. Temos basicamente três blocos hoje no Congresso: um defende a manutenção como está, outro quer acabar com a obrigatoriedade e pronto, e tem outro que defende dar preferência e subordinar ao CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) e a uma política estratégica de País. Eu acho o terceiro melhor, em vez de simplesmente deixar isso solto na mão de lobby e de corporativismo. Quando a Petrobrás não quiser exercer, ela terá de subordinar ao CNPE o pedido de liberação, aí o conjunto de ministros, numa política de Estado, avalia e isso é submetido ao Presidente da República.

A Petrobrás deixaria de ser a operadora obrigatória dos blocos de pré-sal?

Nesse caso, a Petrobrás poderia participar da exploração dos blocos com menos de 30%, mas não como operadora obrigatória. Ninguém entra num bloco de pré-sal pelo tamanho e volume de investimento sozinho, sempre entram juntos. A regra mundial é que aquele que opera é o que bota mais dinheiro e o que tem o maior risco, porque o erro na operação gera prejuízo para todos. Isso é regra de mercado. O que fizeram no Brasil foi pegar uma regra de mercado e tornar obrigatório para a Petrobrás. Isso na realidade é um ativo, não é ruim. As empresas podem fazer uma parceria tecnológica com a Petrobrás, mas neste momento, com o petróleo a US$ 27 ou US$ 30, não dá.

Qual a ideia do governo para os campos de unitização?

O que estamos estudando é um plano para destravar US$ 120 bilhões em investimento, combinando campos de unitização (áreas contíguas a outras já licitadas), Repetro (regime tributário especial de exportação e importação de bens para o setor de petróleo) e outras medidas. Nos campos de unitização, em que o risco é zero, eu já sei que o petróleo está lá e que tipo de óleo tem lá, o País pode fazer leilões com um bônus maior. Nos campos de unitização, não está prevista a obrigatoriedade dos 30% da Petrobrás, e precisamos definir se haverá ou não, pois já temos um operador.

O Repetro será prorrogado?

A ideia é que o Repetro seja prorrogado. A indústria do petróleo é uma indústria de longo prazo, então você não pode falar em prazos curtos. Obviamente, tem de ter uma curva que atenda o plano de negócio de investimento da indústria do petróleo, e o Repetro acaba em 2020. Na minha opinião, eu acho que deveria ser prorrogado por 20 anos, mas quem define isso é o Ministério da Fazenda.

O Ministério de Minas e Energia publicou nesta segunda-feira, 30, no Diário Oficial da União sete despachos do ministro autorizando a prorrogação do prazo de concessão de serviço público de distribuição de energia elétrica de companhias estaduais. As beneficiadas são: a Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA), a Companhia Energética de Alagoas (CEAL), a Centrais Elétricas de Rondônia S.A. (Ceron), a Companhia Energética do Piauí (Cepisa), a Celg Distribuição S.A. (Celg-D), a Amazonas Distribuidora de Energia S.A., e a Companhia de Eletricidade do Acre (Eletroacre).

As distribuidoras terão o prazo de 30 dias para assinar o contrato de prorrogação da concessão. Com relação à CEAL, o despacho do ministro esclarece que a assinatura do termo aditivo está condicionada à regularização da situação da companhia energética junto à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

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O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), precisou fazer um apelo aos parlamentares da Comissão de Minas e Energia da Câmara para evitar a convocação do ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante. Na iminência da convocação, Guimarães foi à comissão costurar um acordo com a oposição, oficializado pelo líder do PT na Câmara, Sibá Machado, e se comprometeu com a ida de Mercadante à comissão no dia 5 de agosto.

A convocação se tornou um convite após o acordo. O autor do requerimento de convocação, deputado Nelson Marchezan Júnior (PSDB-RS), afirmou que os parlamentares se comprometeram a aprovar a convocação no próprio dia 5, caso o ministro não compareça. "O ministro tem se escondido e o governo tem medo de aparecer. É lamentável que uma convocação assuste tanto", criticou.

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O tucano quer que Mercadante fale sobre os planos do governo para a indústria naval após a deflagração da Lava Jato. De acordo com o deputado, a consequência da operação para a indústria naval tem sido "gigantesca" em municípios do Sul do País.

Educação

Outro ministro de Estado recebeu convite para falar com os parlamentares. Amanhã, dia 16, o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, deve prestar esclarecimentos sobre reajuste de mensalidade escolar no caso de instituições que recebem recursos do Fies e criação de cursos de medicina pelo programa Mais Médicos. O convite foi aprovado nesta quarta-feira, 15, pela Comissão de Educação.

O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, disse nesta quinta-feira (15), que o preço da gasolina não deve cair no curto prazo, acompanhando a queda internacional do petróleo. Em entrevista à Globo News, ele foi questionado se o preço da gasolina vai cair no mercado interno. Braga afirmou que o Brasil viveu um período com defasagem entre o preço nacional e o preço internacional da gasolina e que "agora estamos vivendo um momento reverso". Ele argumentou ainda que a queda do preço do barril de petróleo é fruto de uma situação conjuntural.

"A qualquer momento pode haver mudança na estratégia da Opep em relação a isso", declarou. Segundo o ministro, o Brasil continua determinado a ser um grande produtor de petróleo. Para ele, o petróleo continuará, nos próximos anos, a ser importante matriz energética, no Brasil e no mundo. Além disso, ele afirmou que o "Brasil precisa estabelecer políticas garantidoras dos investimentos da Petrobras".

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O novo ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, assumiu o discurso em defesa da Petrobras adotado pela presidente Dilma Rousseff. Durante cerimônia de transmissão do cargo, Braga disse que as denúncias de corrupção na empresa são fatores que perturbam o mercado, mas afirmou que não se deve "demonizar" a companhia e pediu o apoio da população à estatal.

"As denúncias envolvendo a Petrobras são, constituem fatores de perturbação do mercado", afirmou. "A Petrobras precisa do nosso apoio, do apoio de todos os brasileiros, para que possa prosseguir na sua tarefa de transformar o Brasil, em um futuro próximo, em um grande produtor mundial de petróleo."

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Braga disse que as denúncias que forem comprovadas pelos órgãos de controle serão consideradas para a "necessária punição dos culpados". Na avaliação dele, a companhia está dando respostas adequadas aos questionamentos. "Não devemos e nem podemos demonizar a empresa", afirmou o ministro."Não podemos confundir isso com a Petrobras. Acho que a Petrobras é maior que tudo isso", acrescentou.

O ministro disse ainda que é preciso aprimorar os procedimentos de governança da Petrobras e melhorar sua gestão. "A Petrobras tem um desafio grandioso para que o Brasil possa se tornar um dos maiores exportadores de petróleo e um papel grandioso para ajudar no desenvolvimento econômico e social do País." Questionado, o ministro não respondeu perguntas sobre quem seriam os "predadores internos e inimigos externos" da Petrobras. A expressão foi usada ontem pela presidente Dilma Rousseff durante seu discurso de posse do segundo mandato.

"Não poderia eu nominar os inimigos internos ou externos. O que nós podemos dizer é que há uma conjuntura internacional em que há uma estrategia para desvalorização barril do petróleo. Sabemos que isso não é uma política que poderá ser sustentada indefinidamente", disse.

A despeito da queda na cotação do barril do petróleo, atualmente abaixo do patamar de US$ 60, Braga defendeu a manutenção dos investimentos no pré-sal. "Isso tem impactos futuros para o Brasil, na educação, saúde, economia e competitividade dos nossos produtos." O ministro disse que ainda não está definida a nova composição dos membros do Conselho de Administração da Petrobras. O assunto deve ser tratado nas próximas semanas com a presidente Dilma Rousseff.

De saída do cargo, o ex-ministro Edison Lobão também defendeu a companhia em sua despedida e demonstrou apoio à presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster. "Devo citar a importância da Petrobras para o Brasil, sem a qual o país seria menor do que hoje é. Dirigindo-me a todos menciono o nome da Dra. Graça Foster, que prezo e admiro."

O líder do governo no Senado e futuro ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga (PMDB), afirmou nessa terça-feira (30), que não vê necessidade de uma nova CPI mista da Petrobrás no Congresso em 2015. Em entrevista ao Estado, o peemedebista disse que os órgãos de controle, como a Polícia Federal, o Ministério Público Federal, o Tribunal de Contas da União e a Controladoria-Geral da União, já estão apurando as denúncias de corrupção que envolvem a estatal petrolífera.

Braga disse que as comissões de inquérito abertas para apurar denúncias contra a estatal em 2014 no Legislativo não trouxeram avanços concretos em relação às investigações dos demais órgãos de fiscalização. Por isso, disse não ver necessidade de uma nova CPI no Congresso.

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"Me diz uma coisa que a CPI tenha apurado que os órgão de controle já não tivessem investigando. Não vejo necessidade de outra CPI, porque esses órgãos continuam atuando", afirmou. "Toda e qualquer investigação por essas instituições deve ser feita com transparência e quem for culpado deve ser punido."

Em sintonia com a posição da presidente Dilma Rousseff, o futuro ministro saiu em defesa da presidente da Petrobrás, Graça Foster, desgastada com a crise que envolve a estatal. Braga disse que a executiva tem condições de permanecer à frente da companhia. "Não vejo nada que desabone a Graça no comando da Petrobrás", afirmou.

Contaminação - O futuro ministro disse que não vê risco de contaminação das investigações da Operação Lava Jato no setor elétrico ou mesmo no setor de petróleo. O ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa chegou a dizer que os dois setores teriam irregularidades.

"Nós chegamos no momento de colher os resultados de todo o trabalho de reestruturação que foi feito na área de prospecção e exploração de petróleo", disse. "Ainda há muita coisa a ser feita, é claro que não estamos vivendo num mar de rosas. Mas nós estamos tendo indicadores claros de que estamos tendo um aumento na produção que é sustentável e crescente."

'Medo' - Questionado se os desdobramentos da Operação Lava Jato em relação a empreiteiras que tocam obras no setor podem causar ainda mais atrasos, Braga defendeu que as investigações não paralisem os trabalhos das empresas. "Não podemos construir o medo. Queremos uma apuração transparente das denúncias, mas isso não pode paralisar o setor ou o País."

O futuro ministro disse que tanto o preço baixo do barril de petróleo como as denúncias de corrupção que envolvem a Petrobrás não podem prejudicar o plano de investimentos da estatal. "Não podemos punir a Petrobrás porque as ações não são da empresa, mas sim de pessoas", afirmou ele, ao defender a continuidade dos investimentos no pré-sal e em outras matrizes. "A empresa não pode parar."

Eduardo Braga afirmou que, a princípio, o secretário executivo do ministério, Márcio Zimmermann, filiado ao PT, vai continuar no Conselho de Administração da Petrobrás. Embora não tenha conversado com ele, que está em viagem ao exterior, Braga sinalizou que ele poderia ser mantido como seu número 2. "Não tenho nada contra (mantê-lo), ao contrário", afirmou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Indicado para ser o ministro de Minas e Energia no segundo governo da presidente Dilma Rousseff, o senador Eduardo Braga (PMDB-AM) deixará a vaga no Senado para a mulher, Sandra Backsmann Braga. A empresária de 55 anos não tem experiência política como parlamentar, mas foi a primeira suplente do marido nas eleições de 2010. Braga defendeu, na época, a decisão como parte da sua estratégia para evitar tensões com aliados políticos do Amazonas, que temiam a indicação de Sandra ao governo do Estado, então chefiado pelo marido.

A saída do Braga para o ministério animou Sandra, segundo relato de fontes ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. A futura senadora tem dito a interlocutores que pretende elaborar um plano de ação para seu mandato. Ela relatou a amigos que a meta é se desvincular da imagem de "suplente-esposa" e mostrar que é capacitada para ser senadora.

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Sandra será a segunda parente de senador nomeado para Minas e Energia a assumir a vaga do titular. O filho do atual ministro Edison Lobão (PMDB-MA), que está deixando Minas e Energia após sete anos, assumiu a vaga do pai quando ele chegou à Pasta em 2008. Lobão Filho continuou no Senado em 2011, depois que o pai ganhou as eleições de 2010 para senador mas continuou no comando do MME. Neste ano, Lobão Filho perdeu a disputa pelo governo do Maranhão e ficará sem cargo público a partir de 2015.

PT e PMDB abriram a disputa pelo controle do setor energético no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff. Peemedebistas do do Senado querem manter o Ministério de Minas e Energia, que comandam desde 2005. O atual ministro, Edison Lobão, avisou a parentes e aliados que deixará o cargo para retomar, a partir de janeiro de 2015, seu mandato de senador pelo Maranhão.

O PT defende a saída de Lobão, especialmente após o nome do ministro aparecer na delação premiada à Justiça Federal feita pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. Além disso, querem que o ministério, ao qual estão subordinadas estatais como Petrobrs e Eletrobras, componha um "núcleo duro" da Esplanada com diálogo direto com os responsáveis pela formulação da política econômica.

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O argumento dos petistas é que o Ministério de Minas e Energia ganhou peso estratégico devido à situação de crise hídrica que tem afetado o nível dos reservatórios e a geração de energia e aos problemas de caixa das distribuidoras. Também as denúncias de corrupção na Petrobras assumiram um alto grau de importância. O partido acredita que retirar o PMDB do comando do ajudaria a transmitir a imagem de que o governo está interessado em apurar as denúncias de corrupção na Petrobras. Dessa forma, a pasta precisaria estar mais próxima do Palácio do Planalto, atuando em sintonia com os futuros titulares da Fazenda e da Casa Civil, por exemplo. O senador Walter Pinheiro (PT-BA) afirmou que, no próximo governo, a pasta não pode ser vista como um "ministério qualquer". "Precisa fazer parte do núcleo mais importante do governo", argumentou.

Não por acaso, um dos nomes cotados pelo partido para assumir o posto hoje ocupado pelo peemedebista Edison Lobão, afilhado político de José Sarney (PMDB-AP), é o do governador da Bahia, Jaques Wagner. Próximo à Dilma e fortalecido no PT por ter eleito seu candidato ao governo estadual ainda no primeiro turno, Wagner deverá ter papel de destaque no próximo mandato. O chefe de gabinete de Dilma, Giles Azevedo, que foi secretário de Minas e Metalurgia quando a petista comandou o ministério, é outro cotado.

Não se sabe o grau do envolvimento do ministro Lobão com o esquema de corrupção na estatal, mas operadores do governo tratam sua queda como inevitável. Primeiro por atender à estratégia do Planalto de extinguir, no segundo mandato de Dilma, os feudos partidários. E segundo, por aproveitar o enfraquecimento político do padrinho de Lobão, o ex-presidente e senador José Sarney (PMDB-AP), que desistiu de concorrer este ano a um cargo eletivo após 60 anos e cujo grupo político perdeu força em seu Estado após a eleição de Flávio Dino (PCdoB) para o governo do Maranhão.

Mas o PMDB está decidido a lutar pela Pasta. O principal argumento a ser colocado na mesa de negociação para garantir o ministério é o de que Dilma precisará do partido, caso queira garantir o mesmo apoio político que teve no Senado em seu primeiro mandato. A situação, avaliam, é delicada para o governo por uma confluência de fatores políticos e econômicos. Com uma oposição mais qualificada a partir do próximo ano, com a presença, por exemplo, dos tucanos Aécio Neves (MG), José Serra (SP) e Tasso Jereissati (CE) e do democrata Ronaldo Caiado (GO), o governo precisa garantir apoio na Casa. E, como as condições da economia brasileira em 2015 não são das melhores, o respaldo no Senado para aprovação de medidas planejadas pelo Executivo, mesmo que impopulares, também é fundamental.

Entre os principais nomes do PMDB, são cogitados o líder do partido no Senado, Eunício Oliveira (CE), ou o líder do governo na Casa, Eduardo Braga (AM), que é engenheiro elétrico. A bancada dos senadores quer manter os três ministérios da sua "cota" - além de Minas e Energia, a Previdência e o Turismo, esse último cota do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Os deputados do partido, por sua vez, controlam a Agricultura. O ministro da Secretaria de Aviação Civil, Moreira Franco, é uma indicação pessoal do vice de Dilma, Michel Temer.

Desde o início do governo Dilma, em 2011, os peemedebistas se ressentem da perda de espaço na área. A petista foi a primeira ministra de Minas e Energia de Lula e responsável pelo modelo de gestão do setor. Promoveu uma "limpeza" nas indicações do PMDB na área. No final do governo Lula, o partido chegou a ter praticamente uma "porteira fechada" no setor. Contudo, tão logo assumiu, Dilma acabou com o monopólio e indicou pessoas de sua confiança para uma gestão compartilhada de petistas e peemedebistas. O PMDB do Senado até toparia perder Minas e Energia, desde que a compensação viesse em uma pasta de igual "envergadura", como Cidades, Transportes ou Integração Nacional. O senador Edison Lobão Filho (PMDB-AP) afirmou que seu pai deve deixar o ministério, mas que é inocente. "Meu pai não tem absolutamente nada a esconder", disse.

As especulações em torno do nome do senador Armando Monteiro (PTB) para assumir um dos Ministérios no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff (PT) foram descartadas pelo petebista. Armando teve o nome cogitado pela bancada federal de Pernambuco, como possível sucessor de Edison Lobão, que comanda o Ministério de Minas e Energia. "É evidente que todos se sentem honrados com um convite desses e eu me sentiria assim, mas não posso trabalhar em cima de uma coisa que não existe. Eu trabalho com a realidade e ela não aponta nessa direção. Nunca recebi nenhuma sondagem e meu foco está voltado para o trabalho no senado", declarou o senador.

Sobre como surgiu os rumores, o petebista arriscou um palpite: “Isso é uma especulação que talvez tenha sido levantada pela vontade de alguns companheiros da bancada federal, mas não existe nada nesse caminho", cogitou Armando Monteiro.

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O atual ministro de Minas e Energia está sendo investigado pela Polícia Federal, como um possível beneficiário do esquema de desvio de recursos e lavagem de dinheiro do caso da Petrobras. O delator, o ex-diretor da estatal, Paulo Roberto Costa mencionou em depoimento, o nome de Edison Lobão, que passou a ser investigado pela operação Lava Jato e pode perder o ministério para evitar maiores escândalos envolvendo governo federal.

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse nesta terça-feira (27) que o País não terá que passar por um racionamento de energia, apesar de diversos especialistas no setor elétrico dizerem o contrário. Durante reunião com a diretoria da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Lobão afirmou aos presentes que eles recebem uma grande carga de "desinformação". "Especialistas que respeito, e alguns até admiro por sua competência, contam informações diferentes das que estou oferecendo", afirmou o ministro.

"Mas contamos, no setor elétrico do governo, com especialistas igualmente responsáveis, competentes e que dizem exatamente o contrário deles, e eles nos asseguram que não teremos nenhum percalço, a despeito das dificuldades climáticas pelas quais estamos passando neste momento", acrescentou. "Não tenham a menor dúvida daquilo que estamos dizendo."

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O ministro disse que o sistema elétrico brasileiro passou por um "prova de fogo", com a pior seca dos últimos 80 anos, o que reduziu o nível dos reservatórios das hidrelétricas. Lobão disse que esse quadro foi suficiente para que alguns especialistas anunciassem o "caos", repetindo o ano de 2001, quando o País passou por um racionamento de energia. "Se apressaram em anunciar que, assim como em 2001, haveria racionamento de energia em todo o País, mas isso felizmente não aconteceu e não ocorrerá. E com a graça de Deus, mesmo em um futuro distante, não ocorrerá", reiterou Lobão.

O ministro disse que os gargalos que o Sistema Interligado Nacional (SIN) tinha em 2001 foram totalmente eliminados. Segundo ele, embora houvesse sobra de energia em algumas regiões naquela época, o sistema não tinha capacidade para transmiti-la para outras regiões. "Mas hoje temos geração suficiente e transmissão adequada para atender os interesses do País."

Segundo ele, a capacidade de transmissão de energia entre as regiões brasileiras triplicou e, em alguns casos, até quadruplicou. O ministro disse ainda que o setor elétrico deve receber R$ 260 bilhões em investimentos até 2022, dos quais 77% em geração e 23% em transmissão.

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, instituiu comissão para propor ações que aumentem a participação de empresas de pequeno e médio porte no mercado de exploração e produção de petróleo e gás natural.

Além do próprio MME, o grupo terá representantes dos ministérios da Casa Civil, Fazenda, Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, e da Micro e Pequena Empresa. Ainda irão compor a comissão representantes da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e do Fórum Nacional de Secretários de Estado para Assuntos de Energia.

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A coordenação dos trabalhos da comissão será feita pelo MME, por meio da Secretaria de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis. O relatório final, com as propostas de ações, deverá ser entregue ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), informa a portaria que instituiu a comissão.

A necessidade de se estabelecer um regime diferenciado de licenciamento socioambiental para empreendimentos no setor elétrico foi discutida Câmara Federal em Brasília. O assunto foi tema de uma audiência pública nessa quarta-feira (14), promovida pela Comissão de Minas e Energia da Câmara Federal e presidida pelo deputado Eduardo da Fonte (PP-PE).

O debate apontou a falta de coordenação entre os órgãos responsáveis pela emissão das licenças como principal dificuldade para a conclusão de grandes obras na área do setor elétrico. Membros do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a Fundação Nacional do índio (Funai), presentes na reunião também apontaram deficiências de pessoal. Segundo o diretor de fiscalização do Iphan, Andrey Rosenthal, a instituição só possui 38 funcionários responsáveis por analisar projetos de todo o País. Já a Funai possui 17.

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Para o progressista, a falta de coordenação entre os órgãos cria uma barreira para o desenvolvimento do Brasil. “Como é que o Ministério de Minas e Energia e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) não tomam uma proativa no sentido de coordenar e resolver os entraves burocráticos que impedem a implementação de projetos de grande relevância para o Brasil. A falta de coordenação entre os órgãos cria um entrave para o desenvolvimento do País”, questionou.

Além do Iphan e da Funai participaram da audiência representantes do Ibama,  da Aneel e do Ministério de Minas e Energia. A comissão realizadora da discussão voltará a debater o tema em outubro, para analisar soluções propostas pelos órgãos. 

 

A Comissão de Fiscalização e Controle Financeiro de Minas e Energia aprovou, nesta quarta-feira, o requerimento dos deputados Mendonça Filho (DEM/PE) e Vanderlei Macris (PSDB/SP) e decidiu desdobrar a convocação em duas audiências públicas para discutir os apagões ocorridos frequentemente. Na primeira audiência, marcada para o próximo dia 21, na Câmara dos Deputados em Brasília, o ministro interino de Minas e Energia, Márcio Zimmermann foi chamado a explicar as falas recorrentes no sistema de distribuição de energia elétrica.

A segunda audiência ocorrerá com representantes da Operadora Nacional do Sistema Elétrico (ONS), da ANEEL, Grande Furnas, Eletrobrás e Chesf, com data a ser marcada posteriormente. “O Brasil precisa parar para discutir a questão energética, que vive hoje uma situação crítica”, frisou o deputado Mendonça Filho.

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Na audiência com o ministro interino de Minas e Energia serão discutidos alguns problemas como os investimentos previstos para o setor elétrico até 2021, a instabilidade, o esvaziamento das empresas, problemas de manutenção, deficiência na regulação e enfraquecimento do sistema como um todo. Já no debate com representantes do setor elétrico deverá ser focada a discussão na relação entre os blecautes e a perda de autonomia de empresas do setor elétrico como a Chesf, e as interferências nas decisões estratégicas, como a construção de novas linhas de transmissão e sistemas de segurança operacional dessas linhas.

De acordo com Mendonça, para o setor elétrico funcionar em condições ideais é fundamental ter transparência na condução das políticas públicas, principalmente na gestão/controle de empresas da importância e da dimensão (CHESF). “O enfraquecimento do sistema elétrico resulta em situações como a da Chesf, que vem perdendo patrimônio e seus servidores com achatamento salarial”, afirma Mendonça, ressaltando que quem sofre com isso é a população e o setor produtivo com os apagões constantes.

O ministro interino de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, disse nesta sexta-feira (26) que uma equipe de técnicos foi enviada para as subestações de Colinas (TO) e Imperatriz (MA), pois suspeita-se que a origem de falta de energia no Nordeste e em parte do Norte, na madrugada, foi provocada por falhas nos dois locais. Ele avaliou que as ocorrências em série de desabastecimento de energia “não são normais”.

“São eventos que ocorreram em sequência”, disse o ministro. “Não são normais. A coincidência, então, não é normal”, acrescentou Zimmermann, que comanda hoje a reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico, em Brasília. O ministro interino destacou que o sistema elétrico brasileiro é um dos maiores do mundo, mas tem registrado “diminuição de confiabilidade”.

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De acordo com Zimmermann, houve falhas no banco de capacitores das duas subestações. Segundo ele, desde a madrugada técnicos do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico e do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) acompanham o assunto.

A linha de transmissão que apresentou problemas é operada pela empresa Taesa. Os nove estados do Nordeste e parte do Norte ficaram sem energia elétrica na madrugada de hoje. Pelos dados preliminares do ONS, os relatos iniciais indicam que a falta de energia começou pouco depois da meia-noite e se estendeu por cerca de duas horas. Em seguida, a energia elétrica retornou na maioria das áreas.

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) investiga a extensão da falta de energia para o Distrito Federal e o Tocantins, pois há relatos de que a maior parte da capital do estado, Palmas, e cidades nos arredores ficaram sem luz durante a madrugada.

Várias distribuidoras levaram mais tempo para restaurar a energia nas linhas secundárias. Há reuniões em Brasília e no Rio para discutir o assunto.

Morreu na manhã desta terça-feira (26) o ex-secretário executivo de Minas e Energia em Pernambuco, Luiz Gonzaga Perazzo. O engenheiro caiu do 16º andar do prédio onde morava, no Edifício Maria Dulce, localizado na avenida Domingos Ferreira, bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife.

O acidente ocorreu por volta das 8h da manhã e de acordo com o delegado Erivaldo Guerra, da Delegacia de Boa Viagem, que deve ficar responsável pelo caso, ainda não se sabe se a morte foi acidental ou um suicídio.

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Segundo o Instituto de Criminalística (IC), o corpo do Perazzo estava muito rente ao prédio, o que significa que não houve impulso, diminuindo assim a probabilidade de um possível suicídio,  mas sem descartar essa possibilidade.

Perazzo também ocupou o cargo de presidente da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) e da Companhia Energética de Pernambuco (Celpe). Através da sua conta no microblog Twitter, a Compesa lamentou a morte do engenheiro. “Lamentamos a morte do ex-presidente da Compesa, Luiz Gonzaga Perazzo, ocorrida esta manha. Atuou na empresa de 2003 a 2007”, pontuou.

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