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Brasileiros que vivem no exterior saíram neste sábado (20) às ruas para protestar a favor da democracia, contra o fascismo e contra a possibilidade de haver ditadura no Brasil. Com a bandeira do Brasil, cartazes, faixas e até projeção de frases de efeito, manifestantes se reuniram na Argentina, França, Holanda, Suíça, Noruega, no Reino Unido e nos Estados Unidos.

Em Amsterdã, na Holanda, uma jovem levou um cartaz escrito a mão no qual se lia: “Minha avó sobreviveu ao holocausto, por ela luto contra o fascismo Brasil”. Em Londres, no Reino Unidos, os manifestantes homenagearam a vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) cujo assassinato, em março deste ano, ainda está sem solução.

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O movimento Mulheres Unidas contra Bolsonaro reuniu manifestantes, em Paris, na França, com cartazes, faixas e imagens em tamanho ampliado de Manuela d’Ávila, a candidata a vice-presidente na chapa do candidato do PT Fernando Haddad.

A Bandeira do Brasil teve lugar de destaque, em Lausanne, na Suíça, onde os manifestantes defenderam a democracia e as liberdades. A comunidade brasileira na cidade portuguesa de Porto também saiu às ruas para protestar. Em tom crítico e seco, um cartaz dizia: “Fascismo nunca mais”

Em Oslo, na Noruega, os manifestantes fizeram uma homenagem ao capoeirista baiano Romualdo Rosário da Costa, o Moa do Katendê, morto a facadas por intolerância política. Moa também foi homenageado recentemente em Salvador pelo músico Roger Waters, da banda de rock Pink Floyd.

Uma projeção externa foi feita em um prédio em Nova York, nos Estados Unidos, com uma frase escrita em inglês: “O maior dos erros: a ditadura militar”. Em Buenos Aires, o frio de 18°C e a chuva fina não incomodaram os manifestantes que saíram às ruas.

Um grupo de arqueólogos anunciou nesta segunda-feira (15) a descoberta de vestígios de uma embarcação viking enterrada no sudeste da Noruega, uma descoberta rara que poderia ajudar a entender melhor as expedições deste povo durante a Idade Média.

A forma típica do barco foi detectada com a ajuda de um radar de penetração no solo a cerca de 50 centímetros de profundidade, em um túmulo viking localizado em Halden, cidade a sudeste de Oslo.

"No meio da sepultura descobrimos o que chamamos de anomalia, algo que se distingue do resto e que claramente tem a forma de um barco viking", disse à AFP o arqueólogo Knut Paasche, do Instituto Norueguês para Pesquisa sobre o Patrimônio Cultural (Niku).

"O que não podemos dizer com certeza é o estado de conservação. Sim, há um navio neste lugar, mas é difícil dizer quanta madeira ainda resta", explicou.

Os vikings eram guerreiros e mercadores que viajavam pelo mar entre os séculos VIII e XI. Eles tinham o hábito de enterrar seus reis e seus chefes de Estado em um navio levado para terra e depois enterrado sob um monte.

Até à data, apenas três barcos vikings em boas condições foram descobertos na Noruega. O último, o chamado navio Oseberg, foi encontrado em 1903. Todos os três estão expostos em um museu perto de Oslo.

"Precisamos de outras descobertas para poder dizer como esses navios eram e para determinar como os vikings navegavam", disse Paasche.

A silhueta descoberta em Halden, em um lugar onde a terra estava sendo drenada para tarefas agrícolas, mede 20 metros de comprimento, o que indica que é o maior navio descoberto até agora no país, segundo o Instituto Niku.

No momento, os arqueólogos excluem uma escavação, pelo menos durante este período do ano.

Multicampeão olímpico e mundial e detentor dos recordes das provas dos 100m e 200m, Usain Bolt segue firme com a sua ambição de virar jogador profissional de futebol. O ex-velocista jamaicano, aposentado do atletismo desde o ano passado, se apresentou ao Stromsgodset, time que faz parte da elite do futebol da Noruega e no qual ele realizou um primeiro treinamento nesta quarta-feira, um dia depois de desembarcar no país nórdico.

Um dos maiores nomes da história do esporte, o ex-corredor de 31 anos é um amante da modalidade mais popular do planeta e conheceu as dependências do clube de Drammen, que fica a cerca de 40km a sudoeste de Oslo, a capital norueguesa. No local, conversou com jogadores, membros da comissão técnica e dirigentes da equipe.

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Essa não foi, porém, a primeira vez que Bolt participou de um treinamento de um time profissional. Em março passado, ele participou de atividades no campo com o Borussia Dortmund. O clube alemão, assim como o Stromsgodset, tem como seu fornecedor de camisas a Puma. A empresa patrocina o astro desde 2003, quando ele tinha apenas 16 anos, e até hoje mantém acordo com a estrela jamaicana como principal nome atrelado à marca em todo o mundo.

"O homem mais rápido do mundo chegou a Drammen! Sim, você leu corretamente. Usain Bolt está pronto para treinar com o Stromsgodset", escreveu o clube em seu site oficial, no qual publicou uma foto do ex-velocista usando um uniforme de treino no time enquanto matava uma bola no peito.

O Stromsgodset assegurou que a presença de Bolt integrado a uma atividade da equipe profissional não é apenas uma jogada de marketing, mas é inegável a força promocional que a simples presença do jamaicano atrairá ao modesto clube, que terminou a última edição do Campeonato Norueguês na 12ª posição, dois postos à frente da zona de rebaixamento.

Neste treinamento de quarta-feira, o ex-corredor exibiu na camisa e no calção que vestiu a numeração 9.58, em alusão à marca que estabeleceu em 2009 e até hoje é o recorde mundial da prova dos 100 metros.

Por meio de nota em seu site oficial, o Stromsgodset informou que Bolt chegou à Noruega na noite de terça-feira ao lado do seu empresário Ricky Simms e do CEO da Puma, o norueguês Bjorn Gulden, que foi jogador deste mesmo time norueguês.

Nesta quarta, o jamaicano surpreendeu os jogadores da equipe com a sua visita, que havia sido mantida em sigilo, e o clube norueguês fez questão de destacar que o astro "repetidamente expressou o desejo de seguir uma carreira no futebol depois do atletismo". A equipe também lembrou que o ex-velocista participará de uma partida beneficente promovida pela Unicef, no dia 10 de junho, no Old Trafford, casa do Manchester United, do qual Bolt já se declarou um torcedor.

De acordo com o Stromsgodset, Bolt vai participar também dos treinos que serão realizados pelo time na próxima semana e tem a sua presença esperada em um jogo-treino que o time sub-19 do clube fará no dia 5 de junho.

O diretor esportivo do clube norueguês, Jostein Flo, afirmou nesta quarta-feira que Bolt é "um dos maiores atletas de todos os tempos" e que a "sua presença será, sem dúvida, uma grande inspiração para os jogadores, treinadores e todo o clube".

O dirigente ainda foi além ao falar sobre a condição técnica de Bolt como aspirante a profissional. "Queremos que ele tenha a oportunidade de atuar neste jogo-treino. Ele é um bom jogador de futebol, caso contrário ele não teria treinado conosco", completou.

O próprio Bolt deixou claro que espera poder ter uma chance de atuar profissionalmente, independentemente de qual time venha a defender. "Eu quero tentar melhorar, trabalhar o mais duro que eu puder, jogar tanto quanto eu puder. Talvez um clube veja algo em mim e decida me dar uma chance", afirmou o astro, em declarações reproduzidas nesta quarta-feira pelo jornal norueguês Verdens Gang.

Três anos depois de abrir investigações, a Procuradoria-Geral da Noruega fecha o cerco contra uma empresa e um executivo do país em razão de um suposto esquema de corrupção envolvendo a Petrobras. Os implicados são a Sevan Drilling e seu executivo Jan Erik Tveteraas, num processo que caminha para sua conclusão.

Documentos do Tribunal Federal da Suíça obtidos pelo jornal O Estado de S. Paulo mostram que a suspeita é de que empresas norueguesas teriam pago, de 2007 a 2011, US$ 14 milhões em "honorários" a operadores que transferiram o dinheiro para contas na Suíça.

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A Suíça, pela decisão dos juízes federais, aceitou repassar os extratos bancários aos investigadores noruegueses. A esperança da procuradoria é de que, com as informações da Suíça, o caso possa ser concluído e que ele vá para a Corte antes de meados do ano.

As investigações na Noruega foram iniciadas em 2015. Naquele momento, as empresas Sevan Marine e o executivo Arne Smedal também estavam sob suspeita. Desde o ano passado, porém, esses casos foram encerrados e a acusação, agora, se refere diretamente ao executivo Jan Erik Tveteraas e a companhia Sevan Drilling.

As duas empresas, Sevan Marine e Sevan Drilling, eram especializadas em exploração de petróleo em alto-mar, com representação no Rio. Quando a Operação Lava Jato começou, a sede da empresa em Oslo solicitou que o escritório Selmer realizasse uma auditoria interna.

O resultado apontou que era "mais provável que pagamentos ilegais tenham sido feitos para garantir contratos com a Petrobras" para a compra de instalações para estocagem e navios, além de material para perfuração das subsidiárias Sevan Drilling e Sevan Brasil. "Tais atos podem potencialmente representar um crime financeiro", indicou a auditoria.

O jornal teve acesso a trechos confidenciais da investigação interna da empresa que apontou que, no total, 300 milhões de coroas norueguesas (R$ 141 milhões) podem ter sido enviados para contas na Suíça, nas Ilhas Virgens Britânicas, no Panamá e em Mônaco. A suspeita é de que parte importante desse dinheiro tenha sido usada para corromper a ex-direção da Petrobras. Agora, a acusação que pesa sobre Tveteraas e a Sevan Drilling é de que teriam de fato usado de propinas para garantir contratos no Brasil.

Suspeito

A procuradoria norueguesa ainda passou a pedir a colaboração da Suíça e, em documentos enviados ao país, constatou que "um indivíduo é suspeito de ter agido como intermediário nos pagamentos de propinas a pelo menos três diretores da Petrobras".

Quatro contas foram bloqueadas na Suíça, enquanto documentos das autoridades do país indicam que "uma sociedade norueguesa e suas filiais teriam feito parte de um vasto esquema de corrupção de funcionários no Brasil".

O suspeito é Raul Schmidt, que vive hoje em Portugal e é alvo de uma batalha jurídica por conta de uma tentativa do Brasil para que seja extraditado. Segundo a apuração, a empresa Sevan Drilling teria usado justamente Raul Schmidt para fazer os pagamentos. Não existe contra ele, porém, um processo aberto na Noruega.

Contrato

Em 2005, a Sevan comemorou o seu maior contrato, que faria com que as ações da pequena empresa ganhassem valor inédito na Bolsa de Oslo. Com a Petrobras, construiu a plataforma de Piranema, num acordo de onze anos e que valeria à empresa norueguesa US$ 100 mil por dia. Mas parte das comissões, segundo as investigações, teria ido para uma empresa nas Ilhas Virgens Britânicas, a Etesco. A taxa cobrada pelo intermediário brasileiro parecia fora do padrão internacional, mas a companhia, para conseguir seu primeiro contrato, acabou aceitando, afirmam os investigadores.

Em 2007, Schmidt deixou a Sevan e abriu sua própria empresa. Mas, um ano depois, os noruegueses assinaram mais um contrato e colocaram a nova empresa de Schmidt, a Global Offshore, como agenciadora para contratos da Petrobras em águas brasileiras. O valor da comissão seria de 3% de contratos avaliados em US$ 975 milhões.

Procurada, a defesa de Schmidt não respondeu aos contatos da reportagem. Em Oslo, o executivo Tveteraas tem optado por não se pronunciar sobre as acusações, mas sua defesa diz que elas não têm fundamento. A empresa não respondeu. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Também chamada como Terra do Sol da meia-noite, a Noruega sagrou-se campeã da Olimpíada de Inverno de 2018. Entretanto, a pequena nação nórdica é muito mais que uma potência nos esportes de inverno e tem, cada vez mais, se destacado em várias áreas e está entre os melhores países para se viver do mundo.

A Noruega é um dos dez países mais ricos do mundo, sendo um dos maiores fornecedores mundiais de petróleo com aproximadamente 50% das exportações. Porém, com uma economia bem diversificada que também inclui grandes reservas de gás natural e minerais. Suas indústrias fabricam navios, produtos alimentícios, máquinas, metais, papel e outros produtos variados. A pesca, com destaque para o bacalhau, anchova e atum, além da extração de madeira também são atividades importantes para a economia.

Os noruegueses desfrutam de uma excelente qualidade de vida. O país detém o maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do mundo: 0,938.  A eficiência com que funciona o país permite ver como são revertidos os impostos arrecadados justamente para a realização de serviços públicos de qualidade. O índice de desemprego é baixíssimo. Os serviços de saneamento ambiental atendem a todas as residências; a taxa de mortalidade infantil é uma das menores do mundo: 3 óbitos a cada mil nascidos vivos.

Na área do empreendedorismo, o destaque é que, na Noruega, se valoriza muito a reinvenção de um negócio. A oportunidade de se atrever a inovar e a se transformar deriva de um elemento-chave da sociedade norueguesa: a educação. Todos os habitantes acima de 15 anos são alfabetizados e o país está entre os 20 nos quais os estudantes melhor resolvem problemas em grupo, segundo o Programa Internacional de Avaliação de Alunos, o Pisa.

Lá está, também, a prisão mais humana do mundo. Halden é considerado um modelo no sistema carcerário para o mundo todo. A aposta é na recuperação e não na punição. Nessa prisão estão os criminosos mais perigosos da Noruega e mesmo assim há a preocupação de oferecer condições dignas para todos, não há superlotação e os presos são acomodados com o suficiente conforto que dignifica qualquer ser humano.

Outro ponto que mostra, na prática, como funciona uma sociedade evoluída em questões de gênero é o fato de, ao menos 40% das vagas em empresas serem, obrigatoriamente, para mulheres. Como qualquer nação, a Noruega tem muitos problemas e defeitos, mas ela é conhecida em rodas de conversa como o socialismo real que deu certo em um país capitalista.

São esses e tantos outros fatos que explicam por que os noruegueses são "as pessoas mais felizes do mundo", segundo o Relatório Mundial de Felicidade de 2017 da ONU, que analisou esse critério em 155 países. Um exemplo a ser conhecido, acompanhado e replicado. Será que o Brasil um dia chegará lá? Quem sabe um dia...

O Banco mundial de sementes de Svalbard, preciosa "Arca de Noé vegetal" que protege a diversidade genética dos conflitos e catástrofes naturais, ultrapassou nesta segunda-feira um milhão de amostras de grãos depositados, com motivo de seu 10º aniversário.

Em temperaturas quase polares, mais de 70.000 novas amostras de grãos de arroz, trigo, milho, ervilhas e sorgo, entre outras, chegaram ao lugar fortificado, situado neste arquipélago do Ártico, entre a Noruega continental e o Polo Norte.

Com a nova chegada de sementes, a "abóbada do juízo final", enterrada a uma profundidade de mais de 120 metros no interior de uma montanha, recebeu em dez anos de existência 1.059.646 variedades, conservadas em caixas alinhadas em estantes.

"Estou muito contente de anunciar que mais de um milhão de grãos passaram nesta porta para serem colocados definitivamente em segurança", comemorou o ministro da Agricultura noruego, Jon Georg Dale, durante a cerimônia do depósito.

Esta coleção de grãos, a mais variada do mundo, é uma rede de segurança para os cerca de 1.700 bancos de genes que existem no planeta diante dos riscos relacionados com catástrofes naturais, guerras, mudanças climáticas, doenças ou imperícia do ser humano.

O depósito é propriedade da Noruega e os grãos pertencem a Estados e instituições depositárias, que podem recuperá-los de acordo com sua conveniência.

O Banco mundial de sementes foi até a data requerido por uma só instituição, o banco de genes da cidade de Aleppo, o Centro internacional de pesquisa agrícola nas zonas áridas (Icarda), danificado pelo conflito sírio, que pediu para recuperar sementes.

Devido a esta recuperação de sementes, a arca contém atualmente 967.216 variedades de grãos, mas pode receber cerca de 4,5 milhões.

Concebido para resistir aos desastres, o local foi vítima do aquecimento global: o aumento das temperaturas no Ártico levou a um degelo do permafrost (superfície que debe estar congelada de modo permanente) e provocou um vazamento de água na entrada do túnel em 2016, sem que nenhum grão tenha sido danificado.

O governo norueguês anunciou nesta sexta-feira o desbloqueio de 100 milhões de coroas (cerca de 10 milhões de euros) em 2018 para realizar trabalhos, especialmente a construção de um novo túnel de acesso e de uma estrutura que serve para afastar as fontes de calor.

Quase sete anos após a tragédia, o filme "U-July 22", apresentado nesta segunda-feira no Festival de Cinema de Berlim, reconstitui o ataque na capital norueguesa e o massacre de Utoya realizado pelo neonazista Breivik, revivendo em tempo real o drama dos jovens noruegueses a partir de seu ponto de vista.

Muito aguardado, o filme em competição pelo Urso de Ouro, foi exibido alguns dias depois de um dos piores tiroteios da história americana moderna, com 17 mortos em uma escola na Flórida.

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Consciente de reabrir feridas em seu país, o diretor Erik Poppe justificou sua abordagem à imprensa. "Se esperarmos até que não doa mais, será muito tarde. É difícil, mas deve ser parte do processo de cura", explicou.

Em 22 de julho de 2011, disfarçado de policial, o extremista de direita Anders Behring Breivik caça por mais de uma hora em um acampamento de verão da Juventude do Partido Trabalhista e mata 69 pessoas, principalmente adolescentes.

Sem jamais ter expressado remorso, ele justificou seus crimes, os mais graves na história pós-guerra na Noruega, pelo fato de que suas vítimas abraçavam o multiculturalismo.

Para Erik Poppe, ex-fotógrafo de guerra, a ideia do filme nasceu porque "a memória do que aconteceu nessa ilha desapareceu", ofuscada pelas muitas provocações de Breivik e pelo debate sobre um memorial dedicado às vítimas.

O norueguês rapidamente descartou a ideia de um documentário. "Com uma ficção, podemos ser capazes de contar algo mais próximo da realidade" do que concentrando-nos em alguns depoimentos.

Foi ao consultar sobreviventes e parentes das vítimas que começou a construir uma história "inteiramente do lado dos jovens", com longas tomadas, incluindo uma sequência de 72 minutos, do ponto de vista de uma personagem. O tempo exato do massacre na pequena ilha, localizada ao noroeste de Oslo. Um elemento que convenceu a atriz de 19 anos Andrea Berntzen a se envolver no projeto.

Por uma hora e meia, o filme segue a personagem que ela interpreta, Kaja, uma garota séria que cuida de sua irmã Emilie, e que não para de procurá-la assim que ouve os primeiros tiros.

- Silhueta do assassino -

Do massacre, o filme não mostra quase nada, com exceção de jovens feridos ou morrendo. Ele se concentra nos sons assustadores e nos sentimentos dos jovens que lutam pela sobrevivência na ilha.

Do atirador, apenas vemos uma silhueta à distância.

Para evitar acordar memórias dolorosas, o filme foi filmado em uma ilha perto de Utøya, mas não no local, com atores principalmente amadores.

Outros projetos estão em andamento sobre este drama, incluindo uma série de seis episódios na Noruega sobre o destino daqueles que foram indiretamente afetados. A estreia está programada para 2019.

Segundo a imprensa especializada, Netflix recrutou Paul Greengrass, diretor de "Domingo Sangrento" e "Voo United 93" sobre o 11 de setembro, para fazer um filme desta vez com Breivik.

"A maioria dos filmes sobre o terrorismo olha através dos olhos das vítimas", diz Tony Shaw, professor da Universidade de Hertfordshire e especialista no tratamento desta questão nas telas.

Poucos são aqueles que "tentam entender as motivações dos terroristas, ou questionam a própria definição de terrorismo", ressalta o especialista, citando como referência o clássico "A Batalha de Argel", por muito tempo banido na França.

Após muita bebida durante o réveillon, a ressaca geralmente é o resultado da intensidade da festa. Alguns gastos a mais e até passeios são computados, mas um norueguês acabou perdendo a noção durante a virada do ano. Após ficar bêbado, ele gastou 18 mil coras norueguesas, o que equivale a cerca de R$ 7 mil, em corrida de táxi.

De acordo com a BBC, ele circulou por três países e, na segunda-feira (1º) se deparou com todo o gasto. Ele passou por Copenhague, na Dinamarca, Suécia e Oslo. Ao final do passeio custoso, ele foi embora do táxi sem pagar. O motorista ficou em frente à casa do homem; como a bateria do celular descarregou, ele resolveu chamar a polícia.  

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Os policiais então acordaram o homem que foi informado sobre a conta que devia. Ele concordou em fazer o pagamento. O taxista recebeu o equivalente ao trajeto percorrido e foi dispensado. Ainda conforme as autoridades, o homem não possui registro criminal. 

A Noruega completou sua transição para o rádio digital, tornando-se o primeiro país no mundo a desligar transmissões nacionais de sua rede FM. O desligamento começou na manhã do dia 11 de janeiro e deverá gerar uma economia anual de cerca de US$ 25 milhões (aproximadamente R$ 80 milhões).

Segundo as autoridades norueguesas, os ouvintes terão acesso a um conteúdo de rádio mais diverso e plural e desfrutarão de uma maior qualidade de áudio, além de novas funcionalidades. A digitalização também melhorará o sistema de resposta diante de emergências, já que a rádio digital é menos vulnerável a condições de climas extremas.

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Apesar de trazer benefícios, alguns consumidores reclamam do custo de ter que comprar novos receptores ou adaptadores para desfrutar da tecnologia. Segundo o jornal britânico The Guardian, apenas 49% dos motoristas noruegueses podem desfrutar do sinal digital em seus carros atualmente.

A transição envolve apenas canais de rádio nacionais. A maioria das estações locais continua a transmitir em FM. Outros países, incluindo Suíça, Grã-Bretanha e Dinamarca devem seguir os mesmos passos da Noruega nos próximos anos.

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A mulher mais rica da Noruega foi condenada a 18 dias de prisão em sursis, além de ser obrigada a pagar uma multa de quase 30 mil dólares, após ter sido flagrada pela polícia dirigindo alcoolizada.

Herdeira de uma família de investidores e industriais, Katharina Andresen tinha uma taxa de alcoolemia de 0,64 grama por litro de sangue durante um controle de rotina noturno realizado em abril, afirma a sentença à qual a AFP teve acesso nesta sexta-feira.

Na Noruega, a taxa autorizada de álcool no sangue é de 0,21 grama por litro.

Esse tipo de infração é punido com uma multa equivalente a 1,5 mês de salário bruto.

Como a jovem, de 22 anos, ainda é estudante e não tem salário, o tribunal de Oslo decidiu calcular a multa a partir de sua fortuna, que chega a 940 milhões de dólares.

"Lamento ter dirigido com uma taxa de alcoolemia positiva", reagiu Andresen em uma mensagem enviada ao jornal Finansavisen, que revelou o caso.

"Achava que tinha caído a zero depois de tanto tempo, mas deveria ter testado. Sinto muito, realmente", acrescentou.

A rica herdeira foi também condenada a 13 meses de suspensão da habilitação, que deve obter de volta ao fim deste período.

O conceito de que alguém nasceu de novo após passar por uma situação de grande perigo pode ser aplicado a um caso que aconteceu em Oslo, na Noruega. Um vídeo registrou uma cena chocante que, felizmente, não acabou em tragédia, mesmo parecendo inevitável que o pior acontecesse. Um jovem atravessou a estrada e, por questão de segundos e habilidade do motorista, não foi atingido por uma carreta. 

O momento de aflição foi registrado por um veículo que também estava na rodovia e mostra que o jovem, por pouco, não é atingido. Um ônibus que parece escolar para na estrada e um grupo de jovens desce. Sem esperar muito para atravessar a estrada, duas pessoas seguem correndo para o lado oposto. Uma delas, que estava mais atrás, conseguiu parar no meio da rodovia e ficou distante da carreta, no entanto o jovem que estava mais à frente quase sofre uma colisão com o grande veículo.

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À imprensa local, a empresa responsável pelo transporte escolar dos jovens disse que vai avaliar se deixou os passageiros fora do ponto correto. Além disso, as imagens foram utilizadas para debates sobre segurança dos ônibus escolares e ainda a imprudência dos alunos ao descerem, subirem e realizarem travessias. 

Veja o vídeo:

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Quase 400 objetos vikings foram roubados de um museu na Noruega durante o fim de semana de 11 a 13 de agosto, informou neste domingo o diretor do centro, descrevendo a perda como "incomensurável".

"Se não recuperarem os objetos roubados, isto será - sem dúvidas - a situação mais terrível ocorrida nos 200 anos de história dos museus noruegueses", disse à AFP Henrik von Achen, diretor do Museu Universitário de Bergen.

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As peças, em sua maioria joias e outros pequenos objetos de metal, "não têm valor monetário" e o valor do metal em si "também é pequeno", explicou. "No entanto, representa uma perda incomensurável devido ao seu valor cultural e histórico", afirmou.

Os ladrões entraram no sétimo andar do museu usando um andaime colocado na fachada do edifício. Os objetos vikings estavam guardados ali à espera de serem levados, em 14 de agosto, a um local com maior segurança.

"As medidas [de segurança] eram insuficientes", reconheceu o diretor.

Enquanto as autoridades norueguesas investigam o roubo em colaboração com seus sócios internacionais, o museu divulgou fotografias de todos os objetos nas redes sociais para "que sejam bem conhecidos e, portanto, mais difíceis de serem vendidos e mais fáceis de localizar", explicou von Achen.

Uma foto foi o estopim para uma enxurrada de comentários preconceituosos em um grupo no Facebook. Após a postagem de Johan Slåttavik na página norueguêsa Fredelandet Viktigstt  - “a pátria primeiro” – de um ônibus vazio, os seguidores do grupo fizeram uma grande confusão. Eles confundiram cadeiras vazias com mulheres de burca e as reações foram bastante preconceituosas.

Com a legenda “O que vocês acham disso?” a foto foi postada e seguida de comentários como “Assustador. Não é possível saber se são homens ou mulheres (...) ou se portam armas e bombas”. A página conta com mais de 13 mil membros e é contra a imigração. Diante disso, outro internauta chegou a dizer que “achava que isso seria assim no ano 2050, mas está ocorrendo agora”.  

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De acordo com o homem que fez a publicação, a ideia era gerar uma brincadeira, pois “estava pensando na diferença entre a crítica legítima à imigração na Europa e o racismo cego e a xenofobia. Queria mostrar essas diferenças, algo que acho que consegui ao fazer essa piada e observar as reações”, disse a um veículo de imprensa da Noruega. 

A publicação de Slåttavik e prints dos comentários racistas foram também publicados pelo publicitário norueguês, Sindre Beyer. Ele comenta: “O que acontece quando se publica uma foto de um ônibus vazio em um grupo asqueroso do Facebook e quase todos acreditam ver um monte de burcas?”. A partir daí, a repercussão tomada foi ainda maior, conforme o The Washington Post.

Como o grupo é fechado, não se sabe exatamente a dimensão tomada pela foto, mas, em meio aos tantos comentários preconceituosos, há pessoas que reconheceram se tratar de poltronas vazias.

Veja a publicação de Sindre Beyer com as imagens dos comentários:

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Natureza, esportes, cultura e paisagens inesquecíveis: a Noruega oferece as férias perfeitas para todos os gostos, principalmente para quem prefere ficar longe do calor e da multidão.

Saiba quais são os cinco motivos para escolher o país nórdico da Europa como o próximo destino:

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Vilarejo Viking

A história do país está ligada aos vikings, que tiveram papel importante na cultura norueguesa e na mitologia nórdica. Entre as principais atrações da região está um verdadeiro museu do Navio Viking, o Vikingskipshuset, em Oslo. O lugar é repleto de atividades culturais, jogos e shows que remetem aos antigos guerreiros.

Na aldeia de Njardarheim, que significa "casa de Deus Njord", os visitantes fazem uma viagem no tempo explorando a cultura e até mesmo a gastronomia local, que é marcada pelo uso de canela e ervas como tomilho e manjericão.

Oslo

Em todo o verão, a capital norueguesa hospeda diversos eventos culturais, sobretudo concertos e exposições, que atraem visitantes de todo o mundo. Entre 12 e 19 de agosto ocorre o Festival de Jazz de Oslo.

A cidade ainda tem o maior nível de desenvolvimento humano, segundo as Nações Unidas, e precisa ser "descoberta" a pé ou de bicicleta. A região possui diversas ciclovias que ligam os principais lagos, cachoeiras e pontos turísticos.

Além disso, Oslo abriga áreas criativas e artísticas com cafés, restaurantes, clubes e galerias. Diversas lojas vintages e mercados de ruas também podem ser explorados. Para quem visita a região não pode esquecer de experimentar os principais pratos típicos como o famoso bacalhau da Noruega.

Surfe no Mar do Norte

Para os amantes de surf, a Noruega é o destino ideal para quem deseja desfrutar de um passeio nas ondas longas e impressionantes. Uma das principais praias do país é Jæren, na cidade de Stavanger, que se estende por 11 quilômetros.

Com o total de 32 praias com opção de surf, o país é repleto de regiões com fundos de pedra, areia e recifes. Mjolhussanden também é considerada uma das prais mais bonitas da Noruega. Para os surfistas mais ousados é possível desafiar as ondas e o frio de Hoddevik, onde a temperatura da água é de 5 graus.

Sol até meia-noite

O país também é famoso por suas noites intermináveis, onde o sol ilumina o país até a meia-noite. No entanto, em Nupen, no norte da Noruega, esta experiência é ainda mais romântica. A pequena aldeia é considerada o melhor lugar para observar o sol à noite.

Na região é possível apreciar a paisagem de uma barraca acampada, durante um jogo de golf, ou até mesmo enquanto se anda de bicicleta ou faz um passeio de canoa. O céu tem brilho rosa e laranja. Por sua vez, nas ilhas de Svalbard, durante abril e agosto, o sol nunca se põe.

Rodovia do Oceano Atlântico (Atlantic Ocean Road)

Esta é uma das avenidas mais belas do mundo e em poucos anos se tornou a principal atração turística do país. O local ainda lidera as classificações internacionais das rotas mais pitorescas do planeta.

A estrada avança sobre as pequenas ilhas e recifes, e inclui oito pontes ao longo de cerca de oito quilômetros. A ponte mais longa, com 260 metros de comprimento, é chamada Storseisundet, e é conhecida por fazer uma curva bem acentuada. Ela ganhou o título de "Construção Norueguesa do Século" e é a segunda estrada panorâmica mais visitada do país.

Em conversa com a primeira-ministra da Noruega, Erna Solberg, o presidente Michel Temer disse que as contribuições daquele país para o Fundo Amazônia possibilitam um “policiamento administrativo mais efetivo” no sentido de evitar o desmatamento no Brasil. A declaração foi feita após notícias de que a Noruega iria cortar metade dos US$ 400 milhões anuais destinados ao fundo.

A uma pergunta sobre a possibilidade de ocorrerem esses cortes, Temer respondeu que [nas conversas] "tanto com a primeira-ministra, quanto com o presidente do Parlamento, Olemic Thommessen, ficou clara a revisão desses aspectos".

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A Noruega é o principal país financiador do Fundo Amazônia, com repasses que chegam a R$ 2,8 bilhões. Atualmente, há 89 projetos no âmbito do fundo, em áreas como combate ao desmatamento, regularização fundiária e gestão territorial e ambiental de terras indígenas.

Após a reunião com a primeira-ministra, Temer afirmou, em declaração à imprensa, que a questão ambiental foi uma das vertentes das conversas mantidas com as autoridades norueguesas. “Quero ressaltar, mais uma vez, a importância das contribuições da Noruega para o Fundo Amazônia. Elas têm permitido um policiamento administrativo mais efetivo, no sentido de evitar o desmatamento em nosso país, já que o Brasil é uma das grandes, se não a maior reserva ambiental do mundo”, disse Temer aos jornalistas.

Em discurso, o presidente destacou as ações de seu governo em favor do meio ambiente e disse que as instituições brasileiras prezam pela democracia. “As instituições no Brasil, só para tranquilizar a todos, funcionam com uma regularidade extraordinária. Executivo, Legislativo e Judiciário têm, volto a dizer, liberdade extraordinária. A democracia no Brasil é algo plantado formalmente pela Constituição de 1988 e praticado na realidade. Ou seja, há uma coincidência absoluta entre a Constituição formal, aquilo que está escrito, e a Constituição real, que é aquilo que se passa no país”, afirmou.

Ele informou que manteve com a primeira-ministra norueguesa um “intercâmbio muito franco e aberto” sobre temas da agenda mundial, e lembrou que até que na reunião do G-20, grupo formado pelas 20 maiores economias do planeta, um dos pontos fundamentais é a questão do meio ambiente.

“Nós, da Noruega e do Brasil, compartilhamos valores como a democracia e os direitos humanos. Os dois países dão seu aporte a missões da ONU [Organização das Nações Unidas] e defendem uma órbita nacional baseada no direito. Ou seja, Brasil e Noruega, quando fazem uma intermediação entre setores ou países em conflito, sempre buscam o diálogo para obter a tranquilidade, a harmonia e a paz”, acrescentou o presidente brasileiro.

Segundo ele, o Brasil tem feito muito para evitar o desmatamento, apesar de, há 40 ou 50 anos, o incentivo governamental ter sido no sentido de ocupar a Amazônia. Ele lembrou que recentemente, no Dia do Meio Ambiente, seu governo ampliou a área de alguns parques nacionais e que, mais recentemente, vetou “medidas que ampliavam enormemente áreas propícias ao desmatamento”.

Temer falou também sobre a importância das cooperações econômicas firmadas pelos dois países, e disse que ficou “impressionado” com o interesse manifestado por empresários noruegueses em investir no Brasil, durante a reunião que teve ontem com eles.

“Todos sabemos quão importante é para o Brasil essa cooperação econômica no tocante ao desenvolvimento do país, numa conjugação muito intensa entre a iniciativa privada e o Poder Público, numa convicção de que não é apenas do governo, mas que é um programa de Estado, já que está previsto na nossa Constituição o prestígio da iniciativa privada, sem nenhum preconceito quanto à origem do capital, nacional ou estrangeiro”, afirmou o presidente. Ele lembrou que a Noruega foi, no ano passado, o oitavo maior investidor estrangeiro no Brasil. “Vejam, portanto, a importância da presença norueguesa em nosso país. É útil para a Noruega e é útil para o Brasil”, completou.

O retorno de Temer ao Brasil está previsto para esta sexta-feira às 17h, horário local (meio-dia, no horário de Brasília).

Um dia depois de o governo da Noruega anunciar que vai cortar o envio de dinheiro para o combate ao desmatamento no Brasil, o presidente Michel Temer (PMDB) foi recebido sob protestos de ambientalistas ao se reunir com a primeira-ministra do país escandinavo, Erna Solberg. Grupos indígenas e organizações não governamentais (ONGs) europeias alertam que, diante do corte de recursos, a proteção ambiental e dos direitos indígenas deve sofrer.

Na manhã desta sexta-feira (23), cerca de 40 pessoas se posicionaram às portas da sede do governo, com cartazes e um coro de "Fora Temer". Ao sair do carro, o presidente chegou a olhar para o grupo e, rapidamente, entrou no edifício.

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De acordo com os líderes ambientalistas, a administração de Temer tem dado apoio à banca ruralista no Congresso. "Vemos um constante e sistemático ataque ao meio ambiente nesse governo", disse Sonia Guajajara, que comanda a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil. "O Brasil era um exemplo ao mundo e hoje é um problema."

A líder indígena disse entender o corte de verbas pela Noruega. Mas admite que a redução de dinheiro terá "um impacto negativo". "Muitos grupos indígenas são beneficiados pelos recursos. O corte, portanto, significa o enfraquecimento de iniciativas aos indígenas e problemas para a implementação de gestão territorial", admitiu.

A redução do dinheiro foi anunciada por Oslo nesta quinta-feira, 22, depois que o governo informou ao Brasil de que a taxa de desmatamento tem aumentado. Pelo acordo de 2008, o dinheiro liberado de mais de US$ 1,1 bilhão é reduzido sempre que isso ocorrer. Em dois anos, o Brasil já terá perdido R$ 196 milhões.

O ministro do Meio Ambiente, José Sarney Filho, culpou o governo passado e disse que só Deus poderia garantir que, no futuro, não haverá desmatamento. "Pior que culpa passada é culpa de Deus", afirmou Sonia. "Querem arrumar um culpado. Não podem ficar empurrando com a barriga para outros."

"Para o Brasil, esse corte é uma vergonha. Há um enfraquecimento de políticas ambientas e 20 medidas para flexibilizar leis de proteção", disse.

Sarney Filho se reuniu ainda com três ONGs norueguesas e garantiu que não iria apoiar qualquer redução de áreas de proteção. Anna Lovold, da entidade Rainforest Foundation, foi uma das que esteve com o ministro. "Ele disse que não aprovaria nenhuma lei que vá afetar a floresta e que não vai reconhecer nada que afete os indígenas. Não temos confiança, e a prova é a existência desse protesto. Temos dúvidas. Mas vamos esperar e ver", disse, com seu filho de 2 anos no colo diante da sede do governo.

Para ela, o recado da sociedade civil ao governo norueguês é de que, se o Brasil não mostrar resultados, o Fundo da Amazônia precisa fechar. "Não vamos poder apoiar o fundo", disse.

O presidente da Rainforest Foundation, Lars Bjordnal, admitiu que o corte de dinheiro "é um risco". "Mas isso aqui é uma cooperação. O que adianta se governo brasileiro quer minar os resultados. Tem de ter coerente", disse.

O ativista admitiu que os problemas começaram já nos últimos anos do governo de Dilma Rousseff (PT). "Isso é verdade. Mas já são três anos de desmatamento. É preciso uma política forte", completou.

No primeiro dia da visita do presidente Michel Temer à Noruega, o governo do país nórdico anunciou nesta quinta-feira (22) um corte de 50% no dinheiro enviado ao Brasil para enfrentar o desmatamento na Floresta Amazônica.

A Noruega é a maior doadora do Fundo Amazônia, instituído em 2008 para captar recursos para ações de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento e para promover o uso sustentável da floresta.

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Desde então, Oslo já doou R$ 2,8 bilhões, valor mais de 45 vezes maior que o da segunda colocada na lista, a Alemanha, com R$ 60,7 milhões, de acordo com dados disponíveis no site do Fundo da Amazônia. O último aporte norueguês, realizado em dezembro de 2016, foi de R$ 330 milhões.

O contrato entre a nação nórdica e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes), responsável pelo fundo, não prevê limite máximo de recursos, mas diz que o dinheiro será usado em projetos até 2020.

Recentemente, a Noruega já havia mostrado preocupação com o aumento do ritmo do desmatamento na Amazônia e com a aprovação pelo Congresso de duas medidas provisórias que reduziam a área de proteção ambiental na floresta, ambas vetadas por Temer.

O presidente desembarcou em Oslo nesta quinta-feira, após uma passagem pela Rússia, e teve um encontro na capital com investidores noruegueses, com quem também tenta obter recursos para o setor energético.

Ele é acompanhado pelo ministro do Meio Ambiente do Brasil, Sarney Filho, que disse que o aumento do desmatamento se deve a "cortes no orçamento" promovidos pelo governo de Dilma Rousseff.

Destino do presidente Michel Temer em busca de investimentos no setor de energia, a Noruega investiga se empresas do país escandinavo pagaram propina para garantir contratos com a Petrobrás e alimentar uma rede política no Brasil. A apuração envolve o ex-diretor da estatal brasileira Jorge Zelada, ligado ao PMDB, partido de Temer.

No centro da investigação estão duas empresas, a Sevan Marine a Sevan Drilling. A Sevan Drilling é especializada em exploração de petróleo em alto-mar e tem representação no Rio. Ao Estado, investigadores confirmaram que estão reconstruindo a "rota do dinheiro" entre essas empresas e Zelada.

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As investigações examinam a suspeita de que mais de R$ 117 milhões (300 milhões de coroas norueguesas) teriam sido pagos em propinas para permitir que as empresas do país escandinavo fechassem contratos com a estatal brasileira.

O Estado apurou que um dos operadores da empresa norueguesa estabeleceu uma "parceria" com Zelada, ex-diretor da Área Internacional da Petrobrás. Ele seria da cota do PMDB dentro da estatal e homem de confiança do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Zelada e o operador da empresa norueguesa mantinham a empresa TVP Solar, com sede em Genebra. A companhia tinha a função de camuflar recursos desviados da estatal. Parte do dinheiro teria tido como destino uma conta no banco suíço Julius Baer, em nome de Zelada. Outra parte pode ter sido enviada para Mônaco. Quatro contas foram bloqueadas na Suíça.

Documentos das autoridades de Berna indicam que "uma sociedade norueguesa e suas filiais teriam feito parte de um vasto esquema de corrupção de funcionários no Brasil". Além de Zelada, outros dois funcionários da Petrobrás também teriam sido beneficiados.

Zelada está preso em Curitiba desde julho de 2015 e foi condenado pelo juiz Sérgio Moro a 16 anos e 8 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em duas ações penais. A defesa do ex-diretor da Petrobrás afirmou que os argumentos de existência de contas no exterior são "ilações".

Temer terá um encontro hoje com empresas do país escandinavo para incentivá-las a investir no Brasil. Mas, conforme diplomatas, a viagem foi um suspense por meses. Segundo o governo, Oslo já é o oitavo maior investidor no País, principalmente na área de petróleo.

Caçadores

Enquanto o presidente brasileiro tenta dar um ar de normalidade ao seu governo ao se reunir com autoridades norueguesas em Oslo e até mesmo com a família real, a pequena cidade norueguesa de Alesund fará um evento que vem sendo chamado de "Rede de Caçadores de Corruptos."

Organizado pelo Ministério Público da Noruega, o evento começa hoje e reúne procuradores, chefes de polícia, juízes e especialistas para debater formas de cooperação em casos de dimensões internacionais.

Do Brasil, a Procuradoria-Geral da República enviou um representante. Ele apresentará os avanços do combate à corrupção no País. Integrantes da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba e promotores paulistas também estarão no encontro.

A Operação Lava Jato estará no centro do debate, com diversos países interessados em saber o que o Brasil tem feito nas investigações. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Pesquisadores e estudantes de pós-graduação têm até 11 de setembro para disputar uma bolsa de pesquisa no programa Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes)/SIU, que reúne também o Norwegian Center for International Cooperation in Education. A intenção é apoiar projetos conjuntos de pesquisa e fomentar a mobilidade de docentes e de estudantes de pós-graduação do Brasil e da Noruega em todas as áreas do conhecimento. As propostas de projetos conjuntos deverão ser apresentadas simultaneamente nos dois países.

Após encerradas as inscrições, cinco projetos conjuntos de pesquisa serão selecionados, com o objetivo de fortalecer a cooperação entre instituições de ensino superior e de pesquisa do Brasil e da Noruega. O início das atividades está previsto para abril de 2018. São itens financiáveis, no âmbito do Programa, recursos de manutenção do projeto, missões de trabalho e missões de estudos. Mais informações no site do programa.

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O governo da Noruega, maior financiador externo para o combate ao desmatamento no Brasil, condiciona a liberação de recursos e se diz preocupado com a interrupção nos avanços concretos da parte de Brasília na proteção ambiental. Na ONU e de forma bilateral, Oslo já tem cobrado uma resposta por parte do governo brasileiro. Agora, segundo diplomatas, o clima de preocupação vai ser transmitido ao presidente Michel Temer.

Nesta segunda-feira (19), Temer vetou uma medida provisória que reduzia a área de proteção ambiental no Estado do Pará, num sinal que o presidente quer levar aos financiadores em Oslo. A MP 756 foi aprovada na Câmara dos Deputados e alterava os limites da Floresta Nacional do Jamanxim, no Pará. Um dos argumentos era de que a redução da zona de proteção permitiria a construção de uma ferrovia. Para Oslo, sua aprovação pelo Planalto praticamente impediria a continuação da cooperação.

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Ainda assim, o tema fará parte das conversas em Oslo entre os dois governos. A reportagem apurou que, na preparação para a viagem do presidente, a diplomacia brasileira já ouviu de forma bastante clara da parte dos escandinavos que, se o atual ritmo de desmatamento continuar, o dinheiro pode ser reduzido.

O ministro do Meio Ambiente da Noruega, Vidal Helgeser, já enviou uma carta ao ministro do Meio Ambiente no Brasil, José Sarney Filho, para deixar claro suas críticas. "Em 2015 e 2016, o desmatamento na floresta Amazônica viu uma tendência de alta preocupante", disse a carta.

"Essa questão vai determinar o futuro de nossa parceria baseada em resultados", disse. "Diante das tendências atuais, as contribuições que podem ser recebidas no fundo da Amazônia estão sendo significativamente reduzidas", alertou.

O ministro escandinavo indicou que esperava que houvesse um avanço na questão ambiental depois de sua visita em março, em Brasília. Mas ele indica que continua preocupado, com o avanço de medidas provisórias no Congresso e cortes de orçamento nos serviços de proteção ambiental.

O temor de Oslo é de que o resultado disso seja uma "expansão do desmatamento". Os noruegueses deixam claro que cabe ao Brasil decidir o que quer fazer. Mas alerta que a questão entre o avanço da produção e a proteção ambiental é uma "falsa dicotomia".

Reconhecendo a "atual tormenta" política no Brasil, a Noruega ainda assim apela para que esforços sejam adotados para proteção das florestas.

Em 2008, os dois países assinaram um acordo pelo qual a Noruega prometia contribuir com até US$ 1 bilhão para o Fundo da Amazônia, financiando projetos de preservação até e 2015. O dinheiro, porém, seria liberado à medida que o desmatamento fosse reduzido. Nos primeiros anos do projeto, os recursos foram liberados com certa demora, diante da falta de projetos consistentes. Mas logo os dois países entraram em entendimento e, com uma redução do corte da floresta em 60% entre 2008 e 2014, Oslo cumpriu o que prometeu e liberou recursos para mais de 80 projetos.

No final de 2015, os dois governos voltaram a fechar um novo acordo, estabelecendo uma prorrogação para os projetos até 2020. Não haveria um limite para os recursos. Mas Oslo apenas autorizaria os repasses se as metas de redução de desmatamento fossem atingidas.

Diplomatas indicaram à reportagem que, de forma independente, a Noruega tem sido capaz de medir o desempenho brasileiro e constataram que, em 2015 e 2016, a tendência foi "preocupante".

No mês passado, na ONU, o governo da Noruega também cobrou respostas do governo brasileiro sobre temas de terras. Oslo alertou que é de responsabilidade do governo liderar a demarcação de terras indígenas. Mas apontou que a FUNAI tem "enfrentado cortes orçamentários consecutivos". "Como é que o Brasil planeja acelerar o progresso em regulação de terras indígenas?", cobrou Oslo.

Uma das esperanças é de que Temer indique claramente não apenas que vai vetar medidas provisórias que reduzem áreas de proteção ambiental, mas que no seu lugar não irá adotar outros instrumentos legais que, na prática, signifiquem uma menor proteção. Oslo também quer ouvir do presidente um compromisso de que órgãos de proteção ambiental não terão seus orçamentos esvaziados.

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