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Os atrasos nos pagamentos por parte do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) em 475 contratos de obras em rodovias federais têm colocado em risco a segurança dos motoristas, alerta a Associação Nacional de Empresas de Obras Rodoviárias (Aneor).

De acordo com entidade, as empreiteiras responsáveis por todos os contratos em vigor no País têm recebido com atrasos de até 120 dias e a dívida do governo com o setor se mantém em cerca de R$ 1,8 bilhão.

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Além das obras de construção e expansão paralisadas, 60% dos contratos com pagamentos em atrasos se referem a manutenção e conservação das rodovias. De acordo com a entidade, as 252 empresas afetadas já reduziram em 40% o ritmo de trabalho nos canteiros desde março e parte delas já admitem não ter condições financeiras para honrar cerca de 200 contratos. Um dos empreendimento afetados é a duplicação da BR-381, em Minas Gerais, conhecida como a "Rodovia da Morte".

"Até setembro do ano passado, o setor tinha seus pagamentos rigorosamente em dia, como nos últimos cinco anos. Havia recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e as empresas conseguiam até antecipar seus cronogramas físicos", afirma o presidente da Aneor, José Alberto Ribeiro. "Mas agora estamos recebendo com atrasos de 90 a 120 dias", reclama.

O executivo acrescenta que o corte no Orçamento do Ministério dos Transportes em 2015 reduziu pela metade os recursos disponíveis para os pagamentos dessas obras. De acordo com Ribeiro, os serviços de manutenção estão entre os mais afetados pelo corte.

"Em 2014, havia R$ 1,2 bilhão por mês em média no orçamento para todas as obras do setor e agora esse montante caiu para R$ 600 a R$ 700 milhões. Mas agora o governo está arrecadando R$ 1,2 bilhão por mês com a Cide e queremos esses recursos. Não podemos continuar trabalhando com migalhas por mês", completa o presidente da Aneor.

Além da demora nos pagamentos, as empreiteiras alegam a necessidade de aditivos nos contratos que compensem a alta de 35% do custo do asfalto - imposta pela Petrobras - desde novembro do ano passado.

O asfalto é principal insumo do setor, respondendo por 45% do custo das obras. "Esse é mais um fator de insegurança que pode afastar investidores da nova Fase do Programa de Investimentos em Logística (PIL)", afirma o executivo.

A maioria dos contratos atuais acabam até novembro de 2016. E, para garantir a segurança das estradas, a Aneor propõe que o DNIT divida futuramente a malha atual em 120 lotes para manutenção, com o investimento federal de R$ 3,7 bilhões por ano, totalizando R$ 18 bilhões em cinco anos. "Se não houver esses recursos, que se faça em seis anos", defende Ribeiro.

Os recursos destinados ao pagamento do Programa Bolsa Família têm sido liberados tempestivamente e, de acordo com a solicitação do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), não estáhavendo pendência de liberação de recursos, defendeu nesta quarta-feira (24) nota de esclarecimento divulgada pela assessoria de Comunicação Social do Ministério da Fazenda. Segundo a nota, o mesmo procedimento tem sido adotado com os recursos destinados ao pagamento do seguro-desemprego e do abono salarial disponibilizados pelo Tesouro, "os quais também têm sido liberados, tempestivamente, e de acordo com a solicitação do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), não havendo pendência de liberação de recursos".

O governo, na nota, descarta ainda a existência de pendências em relação às transferências de royalties e compensações financeiras ou salário educação. "Os pagamentos ao INSS também têm sido feitos de maneira absolutamente tempestiva e não há pendências a esse respeito, conforme demonstrado para este e os outros recursos nas tabelas anexas", cita a nota.

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A Fazenda esclarece também que o pagamento da equalização de encargos financeiros sobre os saldos médios diários de financiamentos concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) continua a ser executado conforme regras estabelecidas, segundo a Fazenda, pela portaria que define os procedimentos operacionais para esses pagamentos, até conclusão de avaliações que estão sendo realizadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

Conforme a nota, essa decisão foi tomada "não obstante a recomendação do TCU de que a STN apresentasse um cronograma para o pagamento dos eventuais saldos referentes às operações de financiamentos contratados a partir de abril de 2012, porque tal recomendação está entre aquelas que foram objeto de pedido de reexame pela Advocacia-Geral da União (AGU), pedido este acolhido pelo Tribunal". O Tesouro Nacional aguarda a resolução da questão para formular proposta ao TCU e posição semelhante se dá em relação a valores eventualmente devidos ao Banco do Brasil (BB).

O projeto de Lei complementar, elaborado pela Secretaria da Fazenda em conjunto com a Procuradoria Geral do Estado, que constitui o Programa de Recuperação de Créditos Tributários, foi enviado pelo Governo de Pernambuco para a Aseembleia Legislativa, na última sexta-feira (12). A iniciativa, caso seja aprovada, possibilitará que os contribuintes que não conseguiram pagar seu débito, possa negociá-lo.

Com isso, haverá uma redução sob a quantidade de processos, incluindo a recuperação dos prejuízos, causados pela inadimplência, ao Tesouro Estadual. A cobrança desses impostos é relativa à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transportes Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS), Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), Circulação de Mercadorias (ICM) e Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos (ICD).      

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Com a Lei, é esperado que haja uma redução parcial de multas e juros entre 50%  90%, com pagamentos à vista ou parcelado que, no caso do ICM e ICMS, esta última opção de liquidação pode ser feita em até 12 parcelas mensais com valor mínimo de R$ 100 por prestação. No caso dos débitos do IPVA e do ICD, esse parcelamento sobe para até 18 parcelas mensais, com valor mínimo de R$ 100 por parcela. 

O projeto de Lei também prevê a renegociação, ou seja, o parcelamento do valor remanescente já negociado anteriormente. 

Muitas pessoas podem desconhecer, mas o pagamento de contas pode ser feito em qualquer agência bancária. Se o cliente tiver uma conta do Banco do Brasil e quiser pagar em uma agência do Bradesco, é possível. Mesmo com o cartão do Bradesco, o consumidor pode usar os caixas eletrônicos do Itaú. Porém, mesmo com a medida autorizada pelo Banco Central (Resolução nº 3.694/09), muitas agências se recusam a aceitar clientes de outros bancos.

“É um direito constitucional, o cliente pode ser atendido. O que muitas agências fazem é um barramento na entrada, questionando de que banco é aquela conta. Muitos só autorizam o pagamento nos caixas eletrônicos, o que é errado, pois cabe ao consumidor escolher se quer pagar no caixinha ou dentro da agência”, garante um dos diretores do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Geraldo Times. Segundo ele, uma campanha está sendo planejada para trazer a discussão à tona. 

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O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) diz que a escolha quanto ao canal de atendimento deve ser do consumidor e considera uma prática abusiva a recusa de contas de consumo. De acordo com o consultor da área de defesa do consumidor e ex-coordenador geral do Procon-PE, José Rangel, o tema chegou a ser levado ao Ministério Público de Pernambuco na tentativa de modificar o panorama atual.

“O problema não foi solucionado ainda, precisa ser melhorado e ter uma fiscalização permanente. O maior fiscal é o próprio consumidor. Se ele tentar pagar a conta e for impedido, deve denunciar ao Procon. A verdade é que os bancos deveriam dar condições para não ter filas, ter mais profissionais na orientação dos clientes e manter o nível de qualidade no atendimento”. Segundo Rangel, os bancos têm obrigação porque são permissionários do Governo Federal. “Se a conta é muito barata, por exemplo, muitos recusam. Isso é completamente indevido”. 

 

Dinheiro ou cartão? Telefone. Depois da regulação do sistema de pagamento móvel pelo governo brasileiro, os bancos começam a investir para que os clientes possam responder à pergunta sobre a forma de pagamento com essa opção.

Nos últimos cinco anos, a utilização de telefones celulares e outros dispositivos móveis em transações bancárias saltou 2.275%, segundo dados consolidados pelo Banco Central (BC). O crescimento supera o atendimento pela internet, que aumentou 135% no período e responde atualmente por 40% das operações realizadas. O Banco do Brasil (BB) anunciou que seus clientes podem substituir o cartão físico tradicional pelo celular em algumas situações quando for mais prático do que o plástico.

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Funciona assim: o lojista informa a opção de pagamento e o valor da compra na máquina. Em seguida, em vez de entregar o cartão ao lojista, o cliente seleciona no smartphone qual cartão deseja utilizar e a forma de pagamento (débito ou crédito). Para finalizar a compra, basta aproximar o celular de uma maquina que tenha leitor sem contato, digitar a senha do cartão para, em seguida, o comprovante ser emitido. Toda a transação acontece em um único aplicativo do banco. Para compras abaixo de R$ 50, às vezes nem é exigida a senha para autorizar o pagamento.

O vice-presidente de Negócios de Varejo do BB, Raul Moreira, estima que um milhão de clientes ao longo deste ano passarão a utilizar o celular para fazer pagamentos em lojas dos 10 milhões usam o cartão de crédito todo mês.

O Facebook revelou, nesta terça-feira (17), detalhes de como funcionará o sistema de transações monetárias em sua plataforma. A novidade funciona gratuitamente através do aplicativo Messenger para Android, iOS e desktop e estará disponível nos próximos meses, inicialmente nos Estados Unidos.

Um ícone de dólar será adicionado às janelas de bate-papo privadas. Para enviar dinheiro, basta que o usuário clique no botão e escolha uma quantia.

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Para receber ou enviar dinheiro através do Facebook, os internautas precisarão cadastrar um cartão de débito das bandeiras Visa ou MasterCard no aplicativo. De acordo com a rede social, a transação pode demorar de 1 a 3 dias úteis para ser compensada no banco.

A rede social afirma que incorporou as melhores práticas de segurança em seu novo negócio de pagamentos. “Usamos sistemas seguros que criptografam a conexão entre você e Facebook. O sistema possui camadas de software e hardware de proteção que atendem aos mais altos padrões da indústria”, afirma o Facebook em seu blog oficial.

Desde 2007, o Facebook utiliza um processador de pagamentos próprio para jogadores e anunciantes. De acordo com a rede social, mais de um milhão de transações são realizadas diariamente na plataforma. 

Confira o funcionamento da novidade:

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A queda na arrecadação e as despesas em alta levaram o governo a encerrar 2014 com dívidas para todos os lados. Os débitos atingiram até as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que deveria ter sido uma vitrine da administração da presidente Dilma Rousseff.

Em média, os repasses são feitos com atraso de 75 dias, segundo o presidente da Comissão de Obras Públicas da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Carlos Eduardo Lima Jorge. Com isso, as obras sofreram forte desaceleração e estão a um ritmo perto de 20% do usual. Nesse cenário, as construtoras, sobretudo aquelas de médio porte, vivem uma crise sem precedentes. "Se os dados do desemprego de janeiro assustaram, os de fevereiro virão piores", alerta. Ele estima que de 60% a 65% das empresas demitiram no mês passado.

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"O setor vive uma crise de pagamento e rentabilidade", confirma o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Pesada de Minas Gerais (Sicepot-MG), Alberto Salum. Sua construtora, a Vilasa, participa em consórcios contratados para tocar diversas obras do PAC, como a BR-101, em Sergipe, e a BR-222 no Maranhão. Ele diz que, no fim do ano passado, acumulou perto de R$ 25 milhões a receber do Dnit. Atualmente, estima ele, a dívida estaria próxima a R$ 15 milhões.

O setor espera um cenário mais claro sobre o que será quitado em atrasados este ano e o que será possível realizar em obras do PAC a partir de agora. "Pior do que receber atrasado é não ter a previsão sobre se vai ou não receber", diz o executivo. "Que tudo seja feito às claras."

O resultado das contas públicas no mês de janeiro lançou mais um alerta para o setor. "A receita do ajuste é preocupante, porque o superávit foi conseguido à custa de uma redução de 35,44% nos investimentos e um aumento de 14,34% no custeio", afirma Jorge.

O empresariado considera o "freio de arrumação" nas contas públicas necessário, mas quer que ele seja feito com corte nas despesas, e não no investimento. Outro fato que preocupou as empresas do setor foi o aumento da tributação sobre o faturamento das empresas que estão no sistema de desoneração da folha. A medida deverá desequilibrar contratos que estão em andamento.

As empresas reconhecem que a atual gestão tem se esforçado para pôr as contas em dia. O período mais agudo de atrasos, segundo reconhecem técnicos do governo, ocorreu entre outubro e novembro do ano passado. Na época, o governo dependia da aprovação, pelo Congresso, de uma autorização para, na prática, não cumprir a meta fiscal do ano - o que terminou ocorrendo. Com isso, o dinheiro voltou a fluir em dezembro.

Ainda assim, o governo federal virou o ano com um recorde de contas atrasadas a pagar, e os recursos em caixa não têm dado conta de tantas dívidas. No dia 27 de fevereiro, as empreiteiras que trabalham em rodovias do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) receberam R$ 800 milhões em atrasados, segundo informou o Ministério dos Transportes. Mas, mesmo após esse pagamento, restará um débito superior de R$ 1 bilhão, segundo estimativa das empresas.

E o governo vai demorar a pôr os pagamentos em dia, segundo ouviu o prefeito de São Gonçalo do Amarante (RN), Jaime Calado Pereira dos Santos (PR), que esteve esta semana no Ministério do Planejamento para pedir a regularização dos repasses para construção de uma adutora no município.

O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou, em sua delação premiada, que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), recebeu propina em contratos da Diretoria de Abastecimento e que, na prática, os pagamentos ao peemedebista "furaram" o teto de 3% estabelecido como limite dos repasses a políticos no esquema de cartel e corrupção desbaratado pela Operação Lava Jato.

O esquema desbaratado a partir de março de 2014 envolvia o loteamento de diretorias da Petrobras pelo PT, PMDB e PP. Por meio delas, eram arrecadados entre 1% e 3% de propina em grandes contratos. Segundo Costa, a propina excedeu os 3% para que "fosse incluído um valor para Renan".

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O ex-diretor de Abastecimento foi o primeiro delator da Lava Jato. Paulo Roberto Costa afirmou em sua delação que o presidente do Senado usava como "interlocutor" dos contatos com a Diretoria de Abastecimento - reduto do PP no esquema - o deputado federal Aníbal Ferreira Gomes (PMDB-CE), que foi prefeito de Aracaú (CE) no período de 1989 a 1993.

Ferrenho defensor da família Calheiros no Congresso, Aníbal Gomes empregou em seu gabinete, como assessor, o filho mais novo do presidente Senado, Rodrigo Rodrigues Calheiros. Segundo o delator, o aliado de Renan apresentava-se como "representante" do presidente do Senado.

Serveng

Para a força-tarefa do Ministério Público Federal, o delator afirmou que entre 2007 e 2008, o emissário peemedebista procurou por ele e disse que Renan "mandou pedir" que a Petrobras "passasse a contratar uma empresa, a Serveng-Civilsan". Na época, Costa ocupava a Diretoria de Abastecimento da estatal.

Aníbal Gomes teria dito que Renan queria que o grupo paulista Serveng-Civilsan pudesse participar das licitações da estatal. A Operação Lava Jato descobriu que um seleto grupo de empreiteiras detinha exclusividade em praticamente todas as áreas estratégicas da Petrobras. Segundo os investigadores, apenas em casos extraordinários essa blindagem era rompida.

O Grupo Serveng atua em áreas diversas, inclusive energia, mineração, engenharia e construção. Costa não citou contratos da estatal com a empresa que teria sido indicada por Renan. A Serveng-Civilsan foi contratada para as obras da Refinaria Premium I, orçada em R$ 20 bilhões, em Bacabeira, a 60 quilômetros da capital São Luís. A unidade foi projetada para operar como a maior refinaria da Petrobras, mas está com as obras inacabadas e com problemas de execução.

No mês passado, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), reivindicou à presidente Dilma Rousseff (PT) que autorize a retomada das obras. A Serveng-Civilsan integra o consórcio formado com a Galvão Engenharia e a Fidens - outras duas empresas alvos da Lava Jato.

Tanto o engenheiro Shinko Nakandakari - operador de propina em nome da Galvão Engenharia - como o doleiro Alberto Youssef afirmaram em suas delações que houve pagamento de propina nas contratações dessa obra, no Maranhão. Segundo Youssef, a licitação da terraplanagem ocorreu entre 2010 e 2011 "sendo acertado que as vencedoras seriam a Galvão Engenharia, Serveng e Fidens". Ele afirmou que "ficava sabendo antecipadamente" o nome das empresas que ganhariam as licitações.

Em reuniões que teriam acontecido em São Paulo, ficou acertado, segundo o delator, o pagamento de comissão de 1% sobre o valor do contrato. Os repasses teriam sido iniciados seis meses depois do início da obra.

Nesse encontro, disse Youssef, "ficou acertado" que a comissão seria liberada mediante a emissão de notas das empresas MO Consultoria e Empreiteira Rigidez - companhias de fachada controladas pelo doleiro para fluir o trânsito de propinas. O doleiro contou que um diretor da Serveng, conhecido por Paulo, "procedeu a negociação da comissão a ser paga pela empresa", no montante de R$ 700 mil, parcelados em sete vezes de R$ 100 mil cada.

"O próprio Paulo esteve no escritório da Avenida São Gabriel entregando tais quantias em espécie", declarou o doleiro.

Segundo Youssef, "de regra" o líder do consórcio negociava o pagamento das comissões. A obra de terraplanagem da refinaria foi uma exceção. "O caso presente foi excepcional pois cada empresa acabou pagando o valor proporcional à sua parte do contrato", disse o doleiro.

No caso da Fidens, Youssef afirmou que o deputado Luiz Fernando Faria (PP/MG) foi quem indicou a contratação de uma empresa. O doleiro disse em sua delação que ao procurar a Fidens para realizar a cobrança da propina soube que essa empresa ingressou no certame e foi contratada "devido a uma ingerência pessoal do deputado Luiz Fernando do Partido Progressista junto a Paulo Roberto Costa".

Segundo o doleiro, a comissão seria paga diretamente pela Fidens. "Isso me foi informado inclusive pelo próprio Paulo Roberto Costa."

Transpetro

Um dos medalhões da lista de políticos alvo de pedido de inquérito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF), Renan já tinha seu nome apontado na Lava Jato. Ele havia sido associado ao suposto oferecimento de propinas na Transpetro - subsidiária da estatal que foi comandada por dez anos por um indicado pessoal do presidente do Senado, Sérgio Machado - e os investimentos de fundos de pensão federal, entre eles o dos Correios (Postalis) e o da Caixa Econômica Federal (Funcef) nos esquemas do doleiro Alberto Youssef.

No caso da Transpetro, o ex-diretor de Abastecimento citou o nome do presidente do Senado na intermediação de um contrato para patrocínio de um curso. Diz que foi procurado pelo emissário do pemedebista para que ele ajudasse o Sindicato Nacional dos Mestres de Cabotagem e Contramestres em Transportes Marítimos.

O deputado Aníbal Gomes, segundo Costa, disse estar "representando" Renan. Na ocasião, foi oferecido uma "remuneração" de R$ 700 mil ao ex-diretor para que ele desse solução para o impasse da Petrobrás com o sindicato. Na agenda de Paulo Roberto há registros da anotação de celulares de Machado e de uma menção a "curso c/ Sérgio Machado, 5%", ao lado do valor R$ 5 mil e da inscrição "dois meses".

O delator disse que acabou não recebendo nada. No ano passado, a Petrobras informou que o sindicato solicitava que a Transpetro patrocinasse um curso para que contramestres pudessem se formar mestres de cabotagem. O curso não foi realizado.

Na ocasião em que esse episódio foi divulgado,em 2014,a Transpetro divulgou nota em que afirma que as reuniões entre Machado e Paulo Roberto foram para "tratar de um pleito do Sindicato Nacional dos Mestres de Cabotagem e Contramestres em Transportes Marítimos." Ainda segundo aquela nota, "o sindicato solicitava que a Transpetro patrocinasse um curso para que contramestres pudessem se formar mestres de cabotagem". Por fim, a empresa alega que, após realizar estudos, decidiu por não realizar o curso.

A reportagem fez contatos com a assessoria do senador Renan Calheiros e do Grupo Serveng, mas eles não se manifestaram.

Por meio de sua assessoria de imprensa, o deputado Luiz Fernando (PP/MG) rechaçou a informação de que teria participado da indicação da Fidens. Negou também ter recebido valores ilícitos e destacou sua "longa e imaculada vida pública".

"O deputado Luiz Fernando Faria repudia veementemente a pretensa insinuação de que tenha participado de eventual esquema para contratação de empresa prestadora de serviços na Petrobras, esclarecendo não serem verdadeiras as supostas afirmações contidas em depoimento do senhor Alberto Youssef quanto à sua pessoa. Esclarece, por fim, nunca ter recebido valores ilícitos e que sempre pautou sua longa e imaculada vida pública por princípios e limites éticos."

Já a Serveng afirmou que "desconhece o assunto, e declara que sua atuação é pautada no cumprimento à lei."

A Galvão Engenharia declara que os contratos da empresa foram firmados de maneira lícita.

Google anunciou nesta segunda-feira (2), durante o Mobile World Congress (MWC), que está trabalhando em um novo serviço de pagamentos móveis para o seu sistema operacional chamado Android Pay. A novidade trata-se de uma interface de programação que poderá ser utilizada por outras empresas que estejam interessadas em criar seus próprios aplicativos. 

Tais aplicativos vão determinar onde os usuários poderão utilizar suas informações para pagar compras com o smartphone. Embora não tenha detalhado como o serviço vai funcionar, o vice-presidente do Google, Sundar Pichai, explicou que a novidade deverá ser compatível inicialmente com NFC e, depois, agregar sensores biométricos.

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“Estamos fazendo de uma forma que qualquer pessoa possa construir um serviço de pagamentos sobre o Android. Portanto, em países como China e África, esperamos que as pessoas usem o Android Pay para construir serviços inovadores”, explicou o executivo do Google. 

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Pichai também confirmou que o Google Wallet, lançado em 2011, vai continuar como um serviço separado do Android Pay.

O Android Pay deverá competir com o Apple Pay e com o recém-anunciado Samsung Pay. Outras novidades sobre a tecnologia deverão ser anunciadas durante a Google I/O, conferência de desenvolvedores da empresa que acontece em maio. 

A Samsung anuncia, nesta quinta-feira (19), a compra da LoopPay - empresa de pagamentos móveis que compete com serviços como o Apple Pay e Google Wallet. O preço da compra não foi divulgado.

“Estamos ansiosos para trabalhar com a Samsung para oferecer a plataforma móvel mais segura e atraente do mundo”, ressaltou o presidente da LoopPay, JK Shin, em comunicado.

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A LoopPay afirma ser a plataforma de pagamentos móvel mais aceita nos Estados Unidos, funcionando em 90% dos estabelecimentos do país. No Apple Play, essa proporção é de aproximadamente 5%, diferença que pode ajudar a Samsung a abocanhar uma grande fatia do segmento móvel.

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Para pagar com LoopPay, o usuário só precisa adquirir uma espécie de capa para smartphones que contém uma tarja magnética compatível com as máquinas de crédito.

O Apple Pay, por sua vez, só funciona em dispositivos da Apple que possuem tecnologia NFC, entre eles o iPhone 6 e o Apple Watch.

Rumores apontam que a tecnologia de pagamentos móveis da Samsung deverá ser incorporada ao Galaxy S6. O novo top de linha da sul-coreana será apresentado na próxima edição da Mobile World Congress (MWC), que acontece a partir de 1º de março.

Os bancos Bradesco e Itaú negociam a chegada da plataforma de pagamentos Apple Pay no País. As instituições, inclusive, já se reuniram com a empresa do iPhone para discutir as diretrizes sobre como a tecnologia funcionará em território tupiniquim. As informações são da Época Negócios.

Na prática, quase toda a infraestrutura necessária para que a tecnologia funcione no Brasil já está alinhada. Cerca de 80% das máquinas de cartões de crédito utilizadas no País suportam tecnologia NFC, assim como os iPhones 6 e 6 Plus – que também já são comercializados por aqui.

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A única peça que falta para nacionalizar totalmente o processo é a emissão de cartões nacionais compatíveis com o serviço da Apple.

As negociações só não devem caminhar rapidamente porque a alta demanda dos varejistas dos Estados Unidos fez com que a própria Apple desse prioridade a expansão do serviço em sua terra natal.

Em setembro de 2014, junto com o lançamento dos novos iPhones, a Apple lançou também o Apple Pay, seu próprio sistema de pagamentos móveis.

O Apple Pay permite fazer pagamentos em lojas do varejo apenas com um iPhone ou com um Apple Watch. O usuário cadastra seus cartões de crédito e depois pode comprar itens ou pagar por serviços apenas utilizando o sensor biométrico Touch ID, sem a necessidade de digitar senha.

Início do ano e, com ele, as despesas usuais do período. A partir desta segunda-feira (5), os carnês do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) 2015 começam a ser distribuídos para a população recifense. Até o final de janeiro, os 322.276 documentos serão entregues aos contribuintes, o que representa um lançamento de mais de R$ 521 milhões nos cofres do Estado.

Também disponíveis no Portal de Finanças da Prefeitura do Recife, os boletos podem ser baixados e impressos por cada cidadão. Há a opção de fazer o pagamento de uma só vez, com desconto de 10%, ou parcelar em até dez vezes. O pagamento deve ser feito até 10 de fevereiro. Do total de carnês a serem distribuídos, 309.166 são de imóveis residenciais ou comerciais e 13.110 correspondem a terrenos. Atualmente, a capital pernambucana tem 64.084 imóveis residenciais isentos do pagamento do IPTU.

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Em relação ao ano anterior, o valor do IPTU aumentou 6,59% com base na inflação registrada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Na rede bancária credenciada para a efetuação dos pagamentos estão o Banco do Brasil, Itaú, Santander, Bradesco, Caixa Econômica Federal, HSBC. 

Nesta terça-feira (30), após publicação no Diário Oficial do Estado, a Secretaria da Fazenda de Pernambuco (Sefaz) divulgou em seu site o calendário de pagamento do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) 2015. Os contribuintes podem pagar a taxa de uma só vez (com 5% de desconto) ou em três parcelas. 

De acordo com a Sefaz, o Documento de Arrecadação Estadual (DAE), com as três parcelas, será encaminhado às residências dos pernambucanos, com o intuito de evitar pagamento em duplicidade. Quem optar pela cota única, deve emitir a guia diretamente no site do Departamento de Trânsito de Pernambuco (Detran-PE). Confira abaixo o calendário pelo número final das placas:

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O valor mínimo de IPVA é de R$ 38,37, para motos, e R$ 63,95 para os demais transportes. Atualmente, são cadastrados no Detran cerca de 2,5 milhões de veículos. De acordo com a Gerência de IPVA da Sefaz, a queda média do valor imposto do veículo usado é de -4,30%, se comparado ao valor do ano anterior para o mesmo automóvel.

O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, deixará nas mãos da nova equipe econômica um rombo de, pelo menos, R$ 8,5 bilhões em pagamentos que deveriam ter sido feitos pela União a empresas do setor de energia. Fontes consultadas pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, relataram que os futuros ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa, não imaginavam que o problema tivesse atingido tamanha dimensão. Trata-se de um dos maiores "esqueletos" deixados para 2015.

Desse total, ao menos R$ 3,5 bilhões em dívidas ficarão sem solução e, provavelmente, serão custeados pelo consumidor por meio do aumento nas contas de luz. O déficit foi acumulado na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), fundo setorial que assumiu diversas responsabilidades desde que o governo da presidente Dilma Rousseff decidiu reduzir tarifas de energia elétrica em 20%, em 2012.

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Segundo fontes do governo, o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, reuniu-se na sexta-feira passada com representantes do setor para discutir soluções para o problema no curto prazo. A promessa agora é autorizar um pagamento de R$ 1,5 bilhão no próximo dia 30, mas as empresas só receberiam o dinheiro no dia 2 de janeiro, o que deve causar impacto nas contas do governo apenas no ano que vem.

Desse pagamento, R$ 1 bilhão deve ir para as distribuidoras e R$ 500 milhões para empresas que geram energia a carvão, que têm direito a subsídio e também estão com pagamentos atrasados.

O problema é que a dívida do governo com essas empresas é bem maior. Somente às distribuidoras, o governo ficará devendo R$ 1,1 bilhão pelo ressarcimento de subsídios que deixaram de ser pagos pelo consumidor e foram assumidos pelo Tesouro.

Outros R$ 3,5 bilhões integram uma dívida do Tesouro com a Petrobras pelo combustível utilizado para abastecer as usinas térmicas de regiões isoladas do País. Depois de ameaças da estatal de deixar a Região Norte às escuras, a atual equipe econômica costurou um acordo.

A Petrobras vai emitir títulos, com garantia do Tesouro, lastreados na dívida da Eletrobras - gestora da CDE, responsável por receber o dinheiro da União e transferi-lo à Petrobras. Mas há dúvidas sobre o apetite do mercado por esses papéis. Se os títulos não forem emitidos até o dia 31 de dezembro, essa será uma das "heranças malditas" a serem recebidas pela nova equipe.

Caso esses dois problemas sejam de fato resolvidos, restará uma dívida de R$ 3,5 bilhões a ser paga pelo Tesouro às empresas do setor elétrico. Estão incluídos neste valor, além da dívida com as distribuidoras e geradoras a carvão, as indenizações às empresas que aceitaram renovar suas concessões antecipadamente e programas sociais pagos às empresas sem reembolso.

Essa despesa entrará o ano de 2015 como "restos a pagar" e será transferida para a tarifa. Ou seja, vai contribuir com um aumento na conta de luz dos consumidores de 3,5%.

Reajustes

As distribuidoras já planejam pedir um reajuste extraordinário em janeiro à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) devido ao aumento na tarifa de Itaipu, de 46,14%. Isso deve resultar em um aumento de 4% nas tarifas dos consumidores do Sul, Sudeste e Centro Oeste.

Além disso, os recursos do empréstimo bancário para custear a compra de energia no mercado à vista já acabaram. A empresas terão de pagar R$ 1,6 bilhão até 13 de janeiro, mas não têm caixa e esperam que a data da liquidação seja adiada. Em fevereiro, outra dívida de R$ 1,4 bilhão terá de ser paga. Não há nenhuma indicação de que os bancos vão aprovar uma terceira tranche do empréstimo.

Mesmo com toda a ajuda dada ao setor elétrico neste ano, as tarifas aumentaram, em média, 17,38% neste ano. Tudo indica que 2015 será um ano de reajustes ainda mais altos. As contas de luz devem subir, pelo menos, 18%.

O Tomorrowland, um dos maiores festivais do mundo, liberou o cadastro do público porque alguns ingressos que não tiveram o pagamento concluído. Em setembro, os ingressos se esgotaram em menos de três horas, mas devido a inadiplências alguns voltaram para o sistema.

Os interessados devem se registrar no site oficial do evento para ter a chance de conseguir um dos últimos ingressos disponíveis. A inscrição no Cadastro para 'Ingressos Retornados' não garante necessariamente a compra do ingresso. 

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Em três dias, a organização espera receber 180 mil pessoas em Itu, no maior festival de música eletrônica do mundo. O Tomorrowland Brasil será realizado entre os dias 1 e 3 de maio de 2015, na cidade de Itu, em São Paulo, com o tema The Book of Wisdom. Mais de 150 artistas, divididos em 6 palcos numa área de 1,2 milhão de metros quadrados, devem passar por Itu.

O vice-presidente executivo da Alibaba, Joseph Tsai, disse nesta terça-feira (11) que uma aliança entre o sistema de pagamentos entre Apple e a filial de serviços financeiros do gigante chinês de e-commerce está sendo discutida e deve se focar no mercado chinês.

Agora, o que se pode dizer é que isso é focado no mercado "da China para a Apple", disse Joseph Tsai em uma entrevista. "Estamos otimistas em relação à cooperação em potencial, mas depende dos detalhes que estão sendo trabalhados".

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Um cenário possível é que a unidade financeira da Alibaba, que é dono do negócio de pagamento eletrônico Alipay na China, preste serviços para o sistema de pagamento da Apple, conhecido como Apple Pay, permitindo que os usuários do iPhone paguem com a Apple Pay ao recorrer ao dinheiro de suas contas Alipay, disse Tsai. Fonte: Dow Jones Newswires.

Um novo cartão de crédito feito em conjunto pela Zwipe, empresa que se especializa na área de biometria, e MasterCard promete facilitar muito a vida de quem esquece senhas. O produto identifica o usuário e autoriza pagamentos através de um sensor para leitura de impressão digital, semelhante ao Touch ID presente no iPhone, e também conta com tecnologia NFC. 

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O funcionamento do cartão, atualmente conhecido como "Zwipe MasterCard", é simples e lembra o Apple Pay. Basta colocar o dedo no leitor de impressão de digital, apontar para o terminal NFC, e o cartão irá autorizar o pagamento uma vez que identificar o usuário. Para garantir a segurança de quem o usa, o cartão irá armazenar os dados em si mesmo, e não em um servidor externo. A Zwipe afirma já estar trabalhando em um cartão padrozinado que funcionaria em todos os terminais NFC. 

Não é necessário carregar o cartão, pois ele puxa energia dos próprios terminais, e o lançamento deve ocorrer, pelo menos nos EUA, em 2015. 

Foi anunciado nesta terça-feira (23) que o PayPal, serviço de pagamentos via internet, vai aceitar transações com Bitcoin numa escala limitada. Será possível pagar com a moeda virtual se a compra envolver bens intangíveis, como músicas, ringtones ou jogos. Tudo será realizado através do PayPal Payments Hub, a ferramenta da empresa para venda de itens digitais.

Foram firmadas parcerias com três empresas relacionadas à Bitcoin, a Coinbase, BitPay e GoCoin. "Acreditamos que vendedores de bens digitais ficarão animados para trabalhar com empresas líder da indústria para vender ringtones, jogos e música e serem pagos com Bitcoin", diz Scott Ellison, diretor sênior de estratégia corporativa do PayPal. Entretanto, a adoção da moeda foi feita de forma limitada.

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"Para ficar claro, a notícia de hoje não significa que o PayPal adicionou Bitcoin como uma moeda na nossa carteira digital, ou que pagamentos em Bitcoin serão processados na nossa segura plataforma de pagamentos. PayPal sempre abraçou a inovação, mas sempre em maneiras que tornem os pagamentos mais seguros e confiáveis para nossos clientes," afirma Ellison. "Nossa iniciativa com Bitcoin não é diferente. É por isso que estamos procedendo de forma gradual, apoiando Bitcoin de algumas maneiras hoje, e segurando outras até vermos como as coisas se desenvolvem".  

Diante das turbulências eleitorais nos dois países, os governos de Brasil e Argentina vêm postergando uma solução para o não pagamento de exportações brasileiras pelo principal parceiro comercial do Mercosul. O quadro é agravado pela escassez de dólares no país vizinho, que também impede a remessa de lucros e dividendos de filiais para suas matrizes brasileiras.

Em lugar de empenho, há apatia em ambos os lados para discutir os problemas, segundo fontes ouvidas pelo Estado. "Não temos, infelizmente, nenhum tipo de perspectiva além de esperar 100 dias para mudar o governo aqui e 500 dias para mudar o governo lá", resumiu Alberto Alzueta, presidente da Câmara de Comércio Brasil-Argentina. Ele reclama da falta de solução em encontros com viés "ideológico e idealista".

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Depois de uma viagem recente a Buenos Aires, o consultor Welber Barral, ex-secretário de Comércio Exterior do governo Lula, também não vê soluções no curto prazo. "Minha impressão é de que não vai ter grandes mudanças no cenário até o fim do ano que vem."

Os empresários brasileiros se queixam em Brasília por causa de dois temas principais, segundo apurou a reportagem. Sobre as negativas do governo argentino em autorizar importações que não sejam de petróleo, gás e medicamentos e também a respeito da dificuldade em repatriar dividendos das filiais que as empresas brasileiras mantêm em solo vizinho. No cenário atual, muitas empresas brasileiras têm optado por investir em estoques ou adquirir imóveis na tentativa de manter o poder de compra do lucro .

Não há posicionamento ou esforço do governo em solucionar os dois pontos. Em nota, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior informou que, "nos últimos dias, tem recebido informações sobre o tema e, com o setor privado, está monitorando as operações. Além disso, já se comunicou com o governo argentino com o objetivo de solucionar os eventuais problemas".

Insolúvel

A falta de acesso do país vizinho à moeda forte é vista pelo governo brasileiro como "insolúvel" no momento. É isso que está na raiz dos problemas comerciais entre os dois países. O governo brasileiro avalia que a crise ainda deve piorar, mas a ordem é não chamar a atenção para um problema que o Brasil não tem como solucionar agora.

Fontes do governo explicam que, neste momento, ideias como criar uma fonte de financiamento para os exportadores ou adotar o comércio em moeda local não têm como prosperar. Em plena campanha eleitoral, dificilmente o governo brasileiro adotará medidas contraditórias. Mais do que isso, admitem, há uma paralisia no governo que impede até a negociação de propostas mais polêmicas. Os próximos 100 dias, até a posse do novo presidente e da nova equipe econômica por aqui - mesmo que Dilma Rousseff seja reeleita - serão de espera.

Segundo uma fonte do governo, a presidente Cristina Kirchner está tentando marcar uma reunião com Dilma em Nova York, durante a reunião da 69.ª Assembleia-Geral da ONU. Mas a presidente brasileira quer evitar o encontro a todo custo. Os chamados encontros de alto nível entre os dois países, que deveriam ser trimestrais, estão esquecidos. A última reunião entre Dilma e Cristina foi em janeiro, na Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos, em Havana.

A presidente Dilma Rousseff disse na segunda-feira, 23, em Nova York, não ter conhecimento sobre a decisão da Argentina de suspender novamente o fluxo de pagamento aos exportadores brasileiros. "Meu querido, eu não vou me manifestar aqui sobre governo de ninguém. Se for isso, nós vamos tomar providências, eu não sei do que se trata. Você está falando de uma coisa que eu não sei, não vou responder", afirmou, após participar da Cúpula do Clima. Colaborou Rafael Moraes Moura, de Nova York. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Atingida por uma grave crise cambial, a Argentina suspendeu novamente o fluxo de pagamento aos exportadores brasileiros e abriu um novo foco de tensão com seu principal parceiro comercial. Há seis meses, Brasil e Argentina enfrentaram a mesma situação.

Os atrasos levaram os empresários dos setores mais prejudicados a pressionar o governo brasileiro para encontrar uma solução urgente. A indústria automobilística é a mais afetada justamente num momento em que enfrenta problemas com o baixo crescimento doméstico.

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Nas últimas duas semanas, o problema se agravou. Autoridades econômicas e diplomáticas tentam um acordo para retomar o fluxo de remessas dos pagamentos. A indústria cobra uma posição mais dura de Brasília junto ao governo argentino. Embora o maior problema esteja concentrado no setor automotivo, outras indústrias são afetadas. O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein, aponta, além dos atrasos nos pagamentos, travas na liberação das licenças de importação pelos argentinos.

Os empresários brasileiros pressionam pela criação de uma linha de financiamento ao importador argentino como garantia ao pagamento das empresas no Brasil. Essa opção, discutida no primeiro semestre, foi abandonada por restrições colocadas por Buenos Aires. O problema ressurgiu depois de um período de estabilidade. Em Brasília, sabe-se que a Argentina sofre com a falta de dólares, sobretudo neste período de fim da safra agrícola em que o país vizinho registra uma queda significativa nas exportações.

Negociadores brasileiros abriram conversas para tentar regularizar o fluxo de pagamentos aos exportadores nacionais, mas fontes informaram ao jornal O Estado de S. Paulo que há pouco otimismo. A falta de divisas na Argentina impede até mesmo uma pressão muito forte do lado de cá da fronteira. A situação pode reduzir ainda mais o fluxo comercial entre os dois países.

Operação

Os importadores argentinos de produtos brasileiros precisam depositar no Banco Central do país os pesos para pagamento das suas compras. Os pesos são, então, convertidos em dólares para pagamento das empresas brasileiras, o que vem sendo atrasado porque o governo de Cristina Kirchner limita a saída de moeda do país para tentar conter a queda das suas reservas.

Hoje, a Argentina tem US$ 28,2 bilhões de reservas em moeda estrangeira, US$ 2 bilhões a menos do que no final de 2013 e quase US$ 9 bilhões a menos do que há 12 meses.

Alberto Alzueta, presidente da Câmara de Comércio Brasil-Argentina, diz que os argentinos só têm tido autorização para comprar petróleo e gás (que consome US$ 15 bilhões por ano) e medicamentos. Todos os demais produtos ficam em segundo plano. "O quadro é bastante cinza, vai ficar negro."

Uma fonte graduada do governo informou que a presidente Cristina Kirchner tem tentado marcar uma reunião bilateral com Dilma em Nova Iorque, em paralelo à reunião da 69ª Assembleia Geral da ONU. Mas Dilma resiste ao encontro a todo custo. As reuniões de alto nível entre os dois países, que deveriam ser trimestrais, estão esquecidas. A última ocorreu em janeiro. Durante a crise do default argentino, Dilma defendeu os vizinhos, mas o Brasil tem, na verdade, evitado se envolver diretamente. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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