Intitulado de modelo “antiproibicionista”, o I Encontro Nacional de Coletivos Ativistas Antiproibicionistas (ENCAA) será realizado no Recife e tem o intuito de formular um projeto de lei com iniciativas populares que servirão de modelo para a sociedade brasileira. O evento é realizado pela Rede Nacional de Coletivos e Ativistas Antiproibicionistas (RENCAA) e ocorrerá do próximo dia 24 a 26 de junho, no Centro de Ciências Sociais Aplicadas, Campus Recife da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Além do uso da maconha, o ENCAA busca debater a liberdade de consumo de quaisquer substâncias. O ativista Fernando Ribamar, do coletivo Coletivo Antiproibicionista de Pernambuco, ressalta a importância do debate.“O ENCAA vai ser muito importante para a sociedade em geral porque a guerra às drogas é um problema que atinge a todos, custa vidas e muito dinheiro. Essa proibição de certas substâncias em detrimento de outras gera uma guerra contra a população negra, periférica e gera lucro para pouquíssimas pessoas. Os efeitos nocivos da guerra sempre recaem sobre essa parcela mais fragilizada da população. Se esse paradigma fosse quebrado e essas substâncias passassem a ser regularizadas, todo esse recurso humano e material poderia ter destinos mais construtivos para todos.”, argumenta Ribamar.
Além da programação composta por mesas de debates e palestras abertas ao público, o evento terá encerramento no domingo (22) com a Marcha da Maconha Unificada, com saída na Praça do Derby, às 16h20, e o Festival de Cultura Canábica, às 22h, na Praça da Várzea. Confira a programação completa abaixo.
Serviço
I Encontro Nacional de Coletivos Ativistas Antiproibicionistas- ENCAA
Local: Centro de Ciências Sociais Aplicadas da UFPE
Gratuito
Sexta (24)
16h20- Abertura do Credenciamento e encontro entre os pares
18h- Apresentação da Comissão Organizadora
18h20- Abertura do Encontro
19h30- Mesa1: Da guerra à domesticação – Quais os caminhos Antiproibicionistas?
Henrique Carneiro (Historiador, Professor da USP), Nadja Carvalho (Advogada, Ativista Marcha da Maconha PI)
Debate – Mediação: Andrew Costa
22h- Jantar (vegetariano)
22h30- Apresentação do Maracatu Tambores de La Revolución
Sábado (25)
9h- Café-da-Manhã
10h- Mesa 2: Antiproibicionismo: quem somos? O que queremos?
Rodrigo Mattei (Marcha RJ), Tamara Silva (Marcha CE), Priscila Gadelha (Marcha PE), Roberta Marcondes (Coletivo DAR, Marcha SP)
11h- Grupos de Discussão:
G1 – Do Judiciário à Segurança Pública, quais os caminhos Antiproibicionistas?
Luciana Zaffalon (advogada, mestre e doutoranda em administração pública, coordena o núcleo de atuação política do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais – IBCCRIM)
Cristhovão Golçalves (advogado, mestre em Direito, Coletivo Antiproibicionista de Pernambuco)
GT2 – Antiproibicionismo e Feminismo, quais os caminhos para reforma da política de drogas que leve em conta Gênero?
Luciana Boiteux (Professora de Direito da UFRJ) e Constança Baharona (Mestra em Filosofia, Ativista Feminista da Marcha RJ), Lucia Stokas (ITTC)
G3 – Reforma de Drogas e racismo, quais os caminhos Antiproibicionistas?
Eduardo Ribeiro (Coordenador da Iniciativa Negra por uma Nova Política de Drogas) e Rafael Moyses (Graduando Ciências Sociais pela UFMG, e Ativista da Marcha MG)
G4 – Antiproibicionismo e Classe, quais impactos e os caminhos?
Michel Zaidan (Cientista Social, e Professor da UFPE) e Eduardo Nunes (Historiador, Pós-Graduado em Educação)
G5 – Saúde, Redução de Danos e Autonomia, quais os caminhos Antiproibicionistas?
Rafael Baquit (Psiquiatra, Redutor de Danos, Coletivo Balanceará e Aborda-CE), Denis Petuco (Sociólogo, redutor de danos, militante antiproibicionista, professor-pesquisador da Fiocruz) e Ana Ferraz (Psicóloga, Servidora Pública Federal, e coordenação geral de prevenção da Senad)
G6 – Antiproibicionismo e Diversidade, quais os caminhos?
Leiliane Assunção (Professora Doutora da UFRN) e Diego Lemos (Mestrando e Graduado em Direito pela UFPE, advogado, membro do Asa Branca Criminologia, Movimento Zoada)
G7 – Antiproibicionismo e Juventude, quais os caminhos?
Pierre Ferraz (Representante da Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV/Aids) e Nara Santos (Representante da UNODC)
G8 – Antiproibicionismo e Economia, quais os caminhos?
Marcilio Brandão (Membro do Coletivo Antiproibicionista de Pernambuco, Cientista Social e Doutorando em sociologia pela EHESS, UFPE) e Taciana Dias (Doutorando pela UNICAMP)
13h-Almoço
14h- ELOs (Espaços de Livre Organização)
TENDA 1 – Oficinas de ZINE, Estêncil e Grafite (Ativistas: Ferramenta Sinistra e OcupeEstelita) e Mídia Alternativa (Guilherme Sorti)
TENDA 2 – Culinária e Uso Medicinal (Natália Mesquita e o pessoal da Paraíba)
TENDA 3 – Apresentação de Trabalhos Acadêmicos
TENDA 4 – Batucada Canábica – Marcha RJ (Rodrigo Mattei)
TENDA 5 – Tenda da Fechação (Travestis, trans e prostitutas – Juma e Zoada)
TENDA 6 – Práticas Integrativas, Redução de Danos e uso de entéogenos – Luana Malheiros (Balance/Balanceará – Angélica e CAPE-Arturo)
TENDA 7 – Partidos políticos e candidaturas
TENDA 8 – Feminismo (Comitê de Mulheres pela Democracia, Pri, Ingrid, Luana)
TENDA 9 – Raça (INNPUD – Dudu Ribeiro e Natália Oliveira)
TENDA 10 – Economia Criativa (CUT, Unisol)
18h- Intervalo/Lanche coletivo
19h -Mesa - Qual modelo de legalização que queremos (Projeto Lei Iniciativa Popular)
Julio Calzada (Ex, Secretario da Junta de Drogas do Uruguai), Ingrid Farias (Membra da LANPUD, Secretaria Executiva da ABORDA, Representante da RENCA), Emilio Nabas (advogado, pós-graduado em Terceiro Setor e Responsabilidade Social pelo Instituto de Economia da UFRJ. Assessor e consultor jurídico com atuação em assuntos relacionados à reforma da política de drogas).
19h40- Debate com mediação de Luana Malheiros (Representante da LANPUD, Articuladora da Aborda, Pesquisadora da ABESUP)
21h30- Jantar
22h- III Festival de Cultura Canábica
Domingo (26)
10h - Café da Manhã
11h - Plenária Final. Apresentação das Propostas dos GTS, encaminhamentos e documento final do Encontro.
Condução da Mesa Thati Nicácio (Marcha AL),
14h- Almoço
16h20- Marcha da Maconha Unificada