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Luiz Antonio da Silva Braga, conhecido como Zinho, que era considerado o líder miliciano "mais procurado do Estado do Rio", se entregou à Polícia Federal (PF) no domingo, 24, véspera de Natal. O criminoso estava foragido desde 2018.

Zinho tinha ao menos 12 mandados de prisão, segundo a PF, e só foi capturado após "tratativas entre os patronos do miliciano foragido com a Polícia Federal e a Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro". Ele se apresentou na Superintendência Regional da PF no Rio.

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"Após as formalidades decorrentes da prisão, o preso foi conduzido ao Instituto Médico-Legal (IML) e posteriormente encaminhado ao sistema prisional do Estado, onde permanecerá à disposição da Justiça", disse a PF, em nota.

Zinho é conhecido por dominar a zona oeste da capital fluminense, conforme autoridades, lucrando em cima de prestação de serviços clandestinos e ilegais, como a venda irregular de sinais de TV a cabo, licenças para serviços de transporte, venda de gás e cobrança de taxas de segurança dos pequenos comerciantes.

Ascensão

O criminoso ascendeu à liderança do grupo miliciano da região há dois anos, depois da morte de seu irmão, Wellington da Silva Braga, o Ecko. Mesmo sem ter sido militar, foi admitido na milícia por sua habilidade com as contas, apontam as investigações. Era o responsável, segundo o governo fluminense, por contabilizar e lavar o dinheiro oriundo das atividades ilícitas.

Em outubro, o sobrinho e braço direito de Zinho, Matheus da Silva Rezende, também conhecido como Faustão ou Teteu, foi morto durante confronto com policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), o grupo de elite da Polícia Civil fluminense, e do Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE), na favela Três Pontes, em Santa Cruz. Nessa mesma operação, uma criança de dez anos foi atingida de raspão na perna por uma bala perdida.

Logo depois da morte do criminoso, o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), parabenizou os policiais que participaram da operação. "Não vamos parar! Nossas ações para asfixiar o crime organizado têm trazido resultados diários", disse Castro, na ocasião. "Hoje demos um duro golpe na maior milícia da zona oeste. Além do parentesco com o criminoso (Zinho), ele atuava como 'homem de guerra' do grupo paramilitar, sendo o principal responsável pelas guerras por territórios que aterrorizam moradores no Rio."

Ataques em série

Faustão era o segundo na hierarquia do grupo e, em retaliação à sua morte, os milicianos realizaram ataques em série contra veículos nas ruas da zona oeste do Rio no dia 23 de outubro. Na ocasião, ao menos 35 coletivos foram incendiados. Segundo o sindicato das empresas de ônibus do Rio de Janeiro, foi o maior ataque a ônibus da história do município.

Em seguida aos ataques, Cláudio Castro anunciou que 12 homens foram presos ateando fogo aos coletivos. "Eles estão presos por ações terroristas e, por isso, estarão sendo enviados para presídios federais", disse o governador na época. Na mesma ocasião, Castro declarou também que a polícia não iria "sossegar" enquanto não prendesse os três maiores milicianos do Rio. Além de Zinho, ele citou Danilo Dias Lima, o Tandera; e Wilton Carlos Rabello Quintanilha, o Abelha. "A grande prova de que estamos no cerco é essa reação descomum que eles estão fazendo", afirmou sobre os ataques a ônibus.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também se manifestou após a ação da milícia. "O Brasil tem um problema crônico no combate ao crime organizado. As condições de vida do nosso povo precisam melhorar. Precisamos juntar os governadores, prefeitos e o governo federal para pensar soluções conjuntas", disse o presidente, que também chegou a comparar a situação vivida no Rio com as cenas do conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza, "de tanto fogo e fumaça".

Alguns dias após os ataques, o presidente anunciou uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) nos portos de Santos, Rio de Janeiro e Itaguaí; e aeroportos do Galeão, no Rio, e de Guarulhos, em São Paulo, até maio de 2024. Pelo menos 3.700 homens das Forças Armadas foram designados para a operação, que teve início no dia 6 de novembro.

R$ 125 mil em espécie

Um pouco antes da morte de Faustão e dos ataques a ônibus, uma operação em uma casa de Zinho avaliada em R$ 1,5 milhão, no bairro do Recreio, apreendeu grande quantidade de joias e relógios, além de R$ 125 mil em espécie, segundo a polícia.

Zinho e Matheus haviam sido denunciados pelo Ministério Público do Rio, em setembro, pelo homicídio do ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho, e de um amigo do político, em agosto de 2022. Jerominho cumpriu mandatos na Câmara do Rio entre 2000 e 2008 e teria fundado a milícia Liga da Justiça.

O Estadão não localizou a defesa de Zinho até a publicação deste texto. O espaço segue aberto a manifestações.

Mesmo com prisão preventiva, comparsa foi solto

Apontado como um dos milicianos mais próximos de Luiz Antonio da Silva Braga, o Zinho, Peterson Luiz de Almeida, conhecido como Pet ou Flamengo, saiu pela porta da frente do Presídio José Frederico Marques, em Benfica, na zona norte do Rio, em 29 de outubro. A soltura aconteceu mesmo após ele ter mandado de prisão decretado pela Justiça. Em nota, a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) do Rio afirmou à época não ter sido notificada pelo Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ).

Preso em 30 de agosto acusado pelos crimes de milícia privada e comércio ilegal de arma de fogo, Pet estava detido temporariamente em Benfica, que é a porta de entrada do sistema prisional carioca. Em 26 de outubro, a Justiça acatou pedido o Ministério Público do Estado (MPRJ) e transformou a prisão temporária em preventiva. A Seap, contudo, alega que não foi informada sobre a decisão.

A secretaria não foi notificada por meios oficiais a respeito da conversão da prisão do citado de temporária para preventiva, estando de posse de documentos que comprovam essa afirmação, incluindo um nada consta emitido pela Polícia Civil no último dia 29 de outubro", disse em nota a Seap. Pet continua foragido.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Polícia Federal instaurou nesta sexta-feira, 22, um inquérito para investigar suposta difamação eleitoral produzida por meio de inteligência artificial.

A investigação se debruça sobre uma denúncia feita pelo prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), de que estaria circulando nas redes sociais um áudio atribuído a ele, com insultos aos professores da capital amazonense.

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Segundo a PF, a análise da gravação mostrou que a voz foi manipulada com a utilização de inteligência artificial.

A corporação identificou dois suspeitos de participação no crime. Eles serão ouvidos pelos investigadores.

Como mostrou o Estadão, a Justiça Eleitoral trabalha para regulamentar a aplicação no pleito municipal do ano que vem. O ministro Floriano Azevedo Marques Neto chegou a advertir que uma das principais preocupações da Corte em relação ao uso de inteligência artificial é justamente a criação de imagens e áudios falsos, prática conhecida como deepfake.

A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira, 22, um homem apontado como segurança particular de Rubem Dario da Silva Villar, o Colômbia, indiciado como suposto mandante dos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips.

O homem foi preso por porte ilegal de arma de fogo quando a Polícia Federal vasculhava sua casa no bojo das investigações sobre os homicídios ocorridos em 5 de junho de 2022, na Terra Indígena do Vale do Javari.

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A PF encontrou na casa do segurança de Colômbia uma pistola PT 58 HC Taurus com a numeração raspada e seis munições calibre 380. A arma e as munições foram apreendidas e o preso foi encaminhado à Delegacia da Polícia Federal em Tabatinga.

A PF chegou ao investigado preso nesta sexta após colher informações, inclusive em documentos, de que Colômbia possuía um segurança armado. Segundo os investigadores, era por meio de informações fornecidas pelo segurança preso que Colômbia chefiava uma suposta organização criminosa transnacional armada especializada em pesca ilegal e contrabando.

A Braskem, que é alvo da Operação Lágrimas de Sal, deflagrada na manhã desta quinta-feira (21) pela Polícia Federal, para investigar o afundamento de bairros na cidade de Maceió, afirmou, em nota, que "está acompanhando a operação da PF e está à disposição das autoridades, como sempre atuou". De acordo com a empresa, todas as informações serão prestadas no transcorrer do processo.

Quando o caso veio à tona, a Braskem afirmou que a extração de sal-gema em Maceió "sempre foi acompanhada utilizando a melhor técnica disponível, fiscalizada pelos órgãos públicos competentes e com todas as licenças necessárias para sua operação".

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A empresa também declarou que não havia indícios de problemas relacionados à mineração até cinco anos atrás.

"Antes de 2018, não existiam indicativos de trincas ou rachaduras sobre as quais houvesse suspeita de relação com a atividade de extração de sal. De acordo com os estudos técnicos realizados nos últimos quatro anos, conduzidos por diversos especialistas nacionais e internacionais das diferentes áreas das Geociências, foi evidenciado que a subsidência é complexa", disse a Braskem, em nota. "Ao tomar ciência em 2019 de que a subsidência estava acontecendo na região, a companhia interrompeu definitivamente a extração de sal-gema nessa região e iniciou as ações para mitigação de riscos e reparações."

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta a Operação batizada Lágrimas de Sal para abastecer o inquérito sobre a exploração de sal-gema em Maceió, que causou a instabilidade do solo e o afundamento de bairros da capital alagoana. Agentes cumprem 14 ordens de busca e apreensão em Maceió (11), no Rio de Janeiro (2), Aracaju (1). A sede da Braskem em Alagoas é um dos alvos das diligências.

O nome da ofensiva, Lágrimas de Sal, faz referência ao "sofrimento causado à população", diz a PF, em razão de a exploração de sal-gema ter obrigado as pessoas a deixarem suas casas por causa do risco de desabamento nos bairros afetados.

De acordo com a PF, foram apurados indícios de que as atividades de mineração desenvolvidas no local pela Braskem "não seguiram os parâmetros de segurança previstos na literatura científica e nos respectivos planos de lavra, que visavam garantir a estabilidade das minas e a segurança da população que residia na superfície".

A corporação ainda encontrou indícios de que foram apresentados dados falsos e omitidas informações relevantes aos órgãos públicos responsáveis pela fiscalização da atividade da empresa, "permitindo assim a continuidade dos trabalhos, mesmo quando já presentes problemas de estabilidade das cavidades de sal e sinais de subsidência do solo acima das minas".

A ofensiva mira supostos crimes de poluição qualificada, usurpação de recursos da União e apresentação de estudos ambientais falsos ou enganosos, inclusive por omissão.

A Polícia Federal (PF) prendeu cinco pessoas nesta terça-feira, 19, na segunda fase da Operação Dinastia, que mira a maior milícia do Rio de Janeiro. Outros sete suspeitos estão foragidos.

Foi a partir dessa investigação que a PF deflagrou na segunda, 18, a Operação Batismo e chegou à deputada estadual Lúcia Helena Pinto de Barros, a Lucinha (PSD), afastada do cargo por suspeita de patrocinar interesses dos milicianos na Assembleia Legislativa do Rio.

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Os alvos nesta nova etapa da investigação compõem a base bélica e financeira da milícia. Um deles é Luis Antônio da Silva Braga, o 'Zinho', liderança do grupo.

Os milicianos cobravam "taxas de segurança" mensais de grandes empresas de construção civil. O dinheiro seria lavado por meio de uma rede de contas bancárias. Planilhas obtidas na primeira fase da operação mostram que o dinheiro arrecadado em fevereiro com as taxas chegou a R$ 308 mil.

Na ação desta terça os policiais apreenderam um fuzil, três pistolas, um simulacro de arma, R$ 3 mil em dinheiro, celulares, computadores e documentos.

As buscas foram feitas em 17 endereços nos bairros de Campo Grande, Paciência, Cosmos, Sepetiba, Santa Cruz e Recreio dos Bandeirantes, todos na zona oeste do Rio, onde a milícia atua.

O inquérito, aberto em agosto de 2022, corre na 1.ª Vara Criminal Especializada no Combate ao Crime Organizado da Capital.

A investigação mobiliza diferentes setores de combate ao crime organizado, repressão a drogas e investigações sensíveis da Polícia Federal e do Ministério Público do Rio.

Os suspeitos podem responder pelos crimes de milícia privada, extorsão, homicídios, lavagem de dinheiro e porte, posse e comercialização ilegal de armas de fogo.

COM A PALAVRA, LUCINHA

Até a publicação deste texto, a reportagem do Estadão buscou contato com a defesa da deputada Lucinha, mas sem sucesso. O espaço está aberto para manifestação.

A Polícia Federal (PF) realizou, na manhã desta quinta-feira (14), a Operação Irrestrita contra uma célula do PCC que planejava sequestros e atentados contra autoridades. Entre as autoridades que a quadrilha espreitava estão os presidentes do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira.

Com o apoio da Polícia Militar e do Ministério Público do Estado de São Paulo, a PF foi às ruas para cumprir 16 mandados de busca e apreensão e três ordens de prisão preventiva em São Paulo. A PF quer coletar provas para verificar qual era o status dos planos dos investigados.

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A ação é um desdobramento da Operação Sequaz que, em março, mirou uma quadrilha ligada a facção paulista que pretendia sequestrar o senador Sergio Moro.

Ao longo das investigações, a Polícia Federal identificou monitoramentos feitos pelo grupo sob suspeita, observando imagens feitas pela internet, com comentários, sobre a residência oficial dos presidentes do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira.

O inquérito da Operação Irrestrita foi abastecido com um relatório de inteligência do Ministério Público de São Paulo que aponta que os integrantes da célula 'Restrita' da facção tinham em seus celulares as fotos das casas de Pacheco e Lira. Também constava dos aparelhos uma pesquisa sobre imóveis na Península dos Ministros, no Lago Sul, em Brasília.

A avaliação da Promotoria é a de que tais informações demonstram que houve determinação da cúpula do PCC para que esse setor realizasse levantamentos das referidas autoridades da República. As apreensões da Sequaz foram citadas no relatório do MP paulista logo após o órgão relatar indícios de que, menos de dois meses depois da prisão de Nefo - um dos líderes da quadrilha desbaratada na Sequaz - o PCC movimentou outros integrantes para atuarem na 'Restrita'.

Segundo o documento, prestações de contas dos meses de maio, junho e julho de 2023 demonstraram que a célula do PCC "estaria com uma missão no Distrito Federal, onde alguns de seus integrantes alugaram um imóvel pelo valor de R$2.500,00 mensal, para servir como base de apoio".

"Num período aproximado de pouco mais de dois meses a célula gastou em torno de 44 mil reais para a compra de aparelhos celulares, aluguel de imóvel, transporte, seguro, IPTU, alimentação, hospedagem, mobília do imóvel, compra de eletroeletrônicos, etc", narrou a Promotoria.

Os achados da Sequaz

O relatório da Polícia Federal em Cascavel (PR) sobre os achados da Sequaz apontou como as provas corroboravam a hipótese de um núcleo do PCC "montado para a prática de crimes violentos contra servidores públicos, notadamente em Estados do Brasil que possuem Penitenciárias Federais".

Os investigadores citaram planilhas de gastos em Rondônia, Mato Grosso do Sul, Paraná e no Distrito Federal, além de anotações obtidas no monitoramento telemático, com planos de ataques claros para as Cidades de Cascavel, Curitiba, Campo Grande e Porto Velho. Além disso, citaram as imagens feitas pela internet, com comentários acerta das imagens sobre a residência oficial dos presidentes do Senado Federal e da Câmara dos Deputados.

A Polícia Federal cumpriu na terça-feira (12), em Minas Gerais, quatro mandados de busca e apreensão no âmbito do inquérito policial que apura o ataque hacker ao perfil da primeira-dama, Janja Silva, na rede social X. Segundo a PF, os mandados foram expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e as investigações seguem em andamento.

O perfil de Janja na plataforma X (antigo Twitter) foi hackeado na noite desta segunda-feira (11) e, no ataque, os invasores publicaram mensagens ofensivas e com xingamentos. 

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Além da investigação da PF, a Advocacia-Geral de União (AGU) enviou notificação extrajudicial à rede social X, solicitando providências à empresa. 

Janja considera que as publicações mostram a realidade da misoginia e do machismo presentes no país. “O ódio, a intolerância e a misoginia precisam ser combatidos, e os responsáveis, punidos”, escreveu a primeira-dama em sua conta no Instagram.

O senador Flávio Bolsonaro (PL- RJ) fez colocações apelativas, acusações sem comprovações de que Flávio Dino (PSB-MA) usa a Polícia Federal para perseguir adversários e até aliados do governo do presidente Lula durante suas perguntas ao ministro Flávio Dino (PSB-MA) na sabatina de Dino ao cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) na tarde desta quarta-feira (13). 

O senador também chegou a fazer defesa de tratamentos da Covid não aprovados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e balanço positivo do governo do pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). 

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Na ocasião, o senador afirmou não fazer "ilações infundadas", mas acusou o ministro, sem apresentar provas, que Dino se apresenta como dono da Polícia Federal (PF), "perseguindo" adversários políticos. "O senhor é acusado de causar transtornos até para aliados do governo Lula". "Faz investigação fora da curva da linha da Constituição", disse Flávio Bolsonaro. 

Segundo o filho do ex-presidente, o ministro está sendo julgado pelos senadores pela trajetória política e não pela experiência no Judiciário. "O senhor enquanto ministro do governo Lula, trata parlamentares com desdém", acusou. 

Dino fez questão de dizer a Flávio Bolsonaro que o respondia com alegria e disse que todos os inquéritos que enviou à PF foram embasados em fatos e que seria prevaricação o fizesse. "Esse mesmo Dino, respondendo com tranquilidade aos senhores está aqui, estará no Supremo, caso seja aprovado", disse. Ele reafirmou ao senador que não atuará com postura política no STF. 

 

Considerado um dos mais importantes influenciadores fitness do Brasil, Renato Cariani, de 37 anos, é bastante conhecido no meio das celebridades, sendo que muitas o procuram para realizar treinamentos, assim como para perder peso. Alguns até lançam desafios para emagrecer dezenas de quilos. Nesta terça-feira, 12, a Polícia Federal divulgou que ele é um dos principais alvos de uma operação deflagrada em conjunto com o Ministério Público de São Paulo e a Receita Federal que tem na mira uma suposta organização criminosa que desviou 12 toneladas de produtos químicos para produção de cocaína e crack.

Batizada Hinsberg, a ofensiva cumpre 18 ordens de busca e apreensão em endereços situados em São Paulo, Paraná e Minas Gerais. O inquérito apura supostos crimes de tráfico equiparado, associação para fins de tráfico, e lavagem de dinheiro. Nesta manhã, a PF vasculhou a casa do influenciador, assim como a empresa da qual ele é sócio. A defesa de Cariani não foi localizada pela reportagem.

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No Instagram, onde tem mais de 7,3 milhões de seguidores, Cariani se apresenta como professor de Química e Educação Física. Também como atleta profissional, empresário, youtuber e fisiculturista.

Ele faz publicações ao lado de personalidades, como apresentadores de TV, cantores e influenciadores, que treinam com ele e também o procuram para perder peso.

Recentemente, divulgou nas redes sociais o lançamento de uma loja com produtos que levam seu nome em um shopping localizado na zona sul da cidade de São Paulo. Muitos internautas o parabenizaram e citaram ainda o interesse em conhecer e tirar foto com ele no espaço.

Ele também publica mensagens sobre cosméticos e produtos para barbear que costuma receber em casa. Nas publicações, fala sobre os resultados e benefícios dos produtos. Também divulga informações sobre suplementos alimentares à base de proteína.

Em seu canal no Youtube, onde reúne mais de 6,3 milhões de inscritos, o influenciador fitness costuma abordar temas ligados à saúde, alimentação saudável e boa forma do corpo. "Seja disciplinado com o seu corpo, assim como é disciplinado com seu trabalho e compromissos, isso fará de você uma pessoa ainda mais poderosa, produtiva e vencedora."

Com relação aos treinamentos e cursos divulgados no seu site, onde se denomina como "Nação Renato Cariani", ele cita ainda, que além dos treinamentos, há opções de pacotes mensais ou anuais sobre módulos complementos com especialistas que abordam a questão física, mental e profissional.

No Tik Tok, Cariani conta com a participação de mais de 1 milhão de pessoas.

Sobre a operação realizada pela Polícia Federal, os investigadores apontam que o esquema de desvio de produtos químicos envolvia a emissão fraudulenta de notas fiscais por empresas licenciadas a vender produtos químicos em São Paulo. De acordo com a corporação, tal montante dos produtos químicos desviados corresponde a mais de 19 toneladas de cocaína e crack prontas para consumo.

Procurada, a defesa de Cariani não foi localizada. Ele ainda não havia se manifestado nas redes sobre o tema até a publicação desta matéria. O espaço permanece aberto para manifestação.

A Polícia Federal (PF), o Ministério Público de São Paulo e a Receita Federal deflagraram nesta terça-feira (12) uma operação na mira de uma organização criminosa que desviou 12 toneladas de produtos químicos para produção de drogas - cocaína e crack.

Entre os alvos da ofensiva está o influenciador fitness Renato Cariani. Agentes vasculharam a casa dele, assim como a empresa da qual ele é sócio.

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Batizada Hinsberg, a ofensiva cumpre 18 ordens de busca e apreensão em endereços situados em São Paulo, Paraná e Minas Gerais. O inquérito apura supostos crimes de tráfico equiparado, associação para fins de tráfico, e lavagem de dinheiro.

De acordo com a PF, o nome da operação faz alusão a Oscar Hinsberg, químico que percebeu a possibilidade de converter compostos químicos em fenacetina - principal insumo químico desviado no esquema.

Os investigadores apontam que o esquema de desvio de produtos químicos envolvia a emissão fraudulenta de notas fiscais por empresas licenciadas a vender produtos químicos em São Paulo.

O grupo sob suspeita fazia vendas fictícias para multinacionais - as quais eram vítimas da fraude, figurando como compradoras dos produtos - e usava "laranjas" para depósitos em espécie, como se fossem funcionários das grandes empresas.

A Polícia Federal identificou 60 operações dissimuladas, totalizando o desvio de cerca de 12 toneladas de produtos químicos: fenacetina, acetona, éter etílico, ácido clorídrico, manitol e acetato de etila.

De acordo com a corporação, tal montante dos produtos químicos desviados corresponde a mais de 19 toneladas de cocaína e crack prontas para consumo.

Ainda segundo o inquérito, os envolvidos no esquema usavam diferentes métodos para dissimular a origem ilícita dos valores recebidos, como "laranjas" e empresas de fachada.

Defesa

A reportagem busca contato com o influenciador Renato Cariani. O espaço está aberto para manifestações.

A Polícia Federal (PF) indiciou o ex-ministro da Justiça Anderson Torres por posse de animais silvestres, maus-tratos, falsificação de selos e falsidade ideológica. Após ser preso por suposta omissão nos ataques de 8 de janeiro, o Ibama multou o ex-ministro do governo de Jair Bolsonaro (PL) por manter pássaros em cativeiro dentro da casa dele em Brasília. A mãe de Torres também foi indiciada.

Procurada, a defesa de Anderson Torres disse entender que a PF é incompetente para atuar no caso, e citou um parecer do Ministério Público Federal (MPF) que contestou a competência da Justiça Federal para julgar o tema. Informou ainda que o ex-ministro de Bolsonaro deseja ser investigado na esfera competente e, por fim, ressaltou que a PF indiciou Torres e a mãe sem ouvi-los.

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Em agosto, o MPF se manifestou, no bojo de um habeas corpus apresentado pela defesa de Torres, pela competência da Justiça Estadual para conduzir as investigações. O juiz federal Frederico Botelho de Barros Viana negou o trancamento da ação, mas viu a necessidade do encerramento da instrução criminal para se decidir sobre a competência do caso. "Da mesma forma, quanto à competência Federal ou Estadual, tenho que os elementos constantes nos autos não estão tão claros quanto a transnacionalidade e/ou controle do Ibama (órgão federal), a depender do desenrolar das investigações."

Em um documento obtido pelo Estadão assinado no último dia 3, Torres é indiciado pela PF por quatro crimes. Um deles é o de falsidade ideológica por ter transferido, nos sistemas do Ibama, dois reservatórios de pássaros que estavam em órgãos ambientais para o nome da mãe dele, Amélia Gomes da Silva Torres. A pena é de um a cinco anos de reclusão e multa.

O ex-ministro também foi indiciado por posse irregular de animais silvestres após o Ibama verificar que três criadouros de aves na casa dele estavam irregulares. Segundo o documento, os pássaros encontrados eram todos silvestres e, em sua maioria, da espécie bicudo, que está criticamente ameaçada de extinção. O Código Penal estabelece uma pena de seis meses a um ano de detenção, além do pagamento de multa.

Outro delito é o de falsificação de selo ou sinal público, pois oito pássaros estavam identificados com anilhas falsas, o que foi confirmado em perícias criminais feita pela PF. A pena é de seis meses a dois anos de reclusão. O ministro da Justiça também vai responder por maus-tratos aos animais após o Ibama constatar que 32 aves estavam sendo mantidas de forma irregular. A pena é de três meses a um ano de detenção e pagamento de multa.

O ministro da Controladoria Geral da União (CGU), Vinícius Marques de Carvalho, e o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Augusto Passos Rodrigues, assinaram nesta quinta-feira, 7, uma portaria conjunta que cria o Grupo Integrado de Enfrentamento aos Crimes de Corrupção e Desvio de Recursos Públicos.

Firmada em evento em comemoração ao Dia Internacional Contra a Corrupção, a parceria tem por objetivo reunir as experiências das duas instituições, e de seus agentes, no combate ao desvio de recursos públicos.

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"A Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União possuem longo histórico de trabalhos em conjunto, com excelentes resultados que serão ampliados com grupos nas unidades centrais e regionais, de modo a viabilizar a constante discussão, aumentando a qualidade e a quantidade de operações em conjunto, a proatividade, a contemporaneidade e a eficiência, no contexto de uma atuação forte no combate à corrupção", disse o diretor-geral da PF.

De acordo com o ministro da CGU, serão ampliados os resultados que foram alcançados pelas duas instituições. O objetivo, segundo ele, é viabilizar a discussão e a qualidade e quantidade de operações em conjunto, bem como a proatividade, a contemporaneidade e a eficiência no contexto de uma atuação forte no combate à corrupção.

Segundo o ministro, a partir do aprimoramento dos processos de investigação e sanção, e da articulação e coordenação da atuação dos órgãos e entidades governamentais, será possível tornar o combate à corrupção mais efetivo. "Com ações coordenadas, capazes de abordar as complexas faces do fenômeno da corrupção (...) aumentamos a capacidade de detecção. E quanto maior for nossa capacidade de descobrir ilícitos, menores serão os incentivos para que agentes públicos ou privados atuem de forma ilegal", explica o ministro.

O deputado estadual Kleber Cristian, conhecido como Binho Galinha (Patriota-BA), é apontado pela Polícia Federal (PF) como o chefe de uma milícia armada que atua em diversos municípios da Bahia. O parlamentar e a organização criminosa são alvo de uma operação policial realizada nesta quinta-feira (7) em Feira de Santana, no interior, e em cidades vizinhas. Entre os crimes cometidos pelo grupo, estão a prática de extorsão, agiotagem, receptação de cargas roubadas, jogo do bicho e mais. 

A ação, batizada como "El Patrón", é feita em conjunto com a Receita Federal, o Ministério Público Estadual e a Força Correcional Integrada. Além do parlamentar e civis, há também três policiais militares envolvidos no esquema. Eles seriam responsáveis pela atuação armada do grupo e também são investigados. Ao todo, são 10 mandados de prisão preventiva e 33 mandados de busca e apreensão. Inicialmente, havia pedido de mandado de prisão contra o deputado, mas a Justiça negou a solicitação da PF e autorizou apenas as buscas. 

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"[Houve] a participação de três policiais militares do estado da Bahia, os quais integrariam o braço armado do grupo miliciano, cujas atribuições seriam de efetuar cobranças, mediante violência e grave ameaça, de valores indevidos oriundos de jogos ilícitos e empréstimos a juros excessivos", informam as autoridades.

Deputado estadual Binho Galinha, do Patriota. Foto: Reprodução/Internet

A Justiça ainda determinou o bloqueio de mais de R$ 700 milhões das contas bancárias dos investigados e o sequestro de 26 propriedades urbanas e rurais, além da suspensão de atividades econômicas de seis empresas. 

"Consta na denúncia que, desde o ano de 2013, os denunciados integrariam organização criminosa armada liderada por Kléber Cristian Escolano de Almeida, alcunha 'Binho Galinha', e agiriam em comunhão de ações e desígnios, de forma consciente e voluntária, de forma permanente e estável, mediante divisão de tarefas, para o fim de ocultar e/ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação e/ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de variadas infrações penais, em especial receptação de cargas roubadas/furtadas, extorsão, jogo do bicho e agiotagem, entre outras" diz a Polícia Federal. 

A Receita também encontrou inconsistências fiscais nas contas dos investigados, movimentação financeira incompatível com os recebimentos líquidos por função, além de imóveis e bens de alto valor não declarados. 

 

A Justiça Federal mandou soltar dois homens que estavam presos preventivamente na investigação da Polícia Federal (PF) sobre uma rede de brasileiros que teriam sido cooptados pelo Hezbollah, grupo paramilitar xiita do Líbano.

Um mês após as prisões, a própria PF pediu que eles fossem colocados em liberdade. O Ministério Público Federal (MPF) concordou. Os alvarás foram expedidos pela juíza Raquel Vasconcelos Alves de Lima, da 2.ª Vara Federal Criminal de Belo Horizonte, nesta terça.

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A investigação foi aberta em outubro, depois que a Polícia Federal recebeu um memorando da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, por meio do Escritório do Adido Legal do FBI, alertando para as suspeitas de ligação entre brasileiros e terroristas.

"O FBI identificou viagem suspeita ao Líbano de um pequeno grupo de indivíduos possivelmente envolvidos em atividades criminosas no Brasil, tais como atividades criminosas, tráfico de drogas, e potencialmente atividades terroristas", dizia o documento.

- Haissam Housin Diab, libanês naturalizado brasileiro;

- Mohamad Khir Abdulmajid, sírio naturalizado brasileiro, dono de tabacarias em Belo Horizonte;

- Jean Carlos de Souza, Michael Messias e Lucas Passos Lima, brasileiros que viajaram para o Líbano.

"O FBI acredita que uma investigação dos indivíduos mencionados iria revelar uma rede de atividades criminosas ao redor do mundo", sugere o ofício.

O inquérito, conduzido pelo delegado Leopoldo Soares Lacerda, investiga se os brasileiros têm conexão com organizações terroristas e se estavam envolvidos em planos de atentados.

"Conforme a comunicação de fato, tais indivíduos teriam se deslocado recentemente para o Líbano, onde permaneceram poucos dias e retornaram ao Brasil, o que, considerando a rotina, situação financeira e falta de conexão com o país estrangeiro, levantam suspeitas sobre a licitude das viagens", diz um trecho da portaria que instaurou o inquérito.

Mohammad Khir Adbulmajid, apontado como elo entre o Hezbollah e os brasileiros investigados, está na lista de difusão vermelha - mais procurados - da Interpol. Segundo investigadores, ele estaria no Líbano.

 

Depoimentos

Os brasileiros foram presos na Operação Trapiche. O autônomo Lucas Passos Lima, 35, foi detido no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, quando voltava do Líbano, o técnico em plásticos Jean Carlos de Souza, 38, foi preso próximo a um hotel onde estava hospedado no centro da capital paulista, e o músico Michael Messias foi detido no Rio de Janeiro. Todos negaram envolvimento no planejamento de atos terroristas.

Lucas narrou que viajou ao Líbano porque recebeu uma proposta de "crescimento de negócio". Ele trabalha com regularização de imóveis, corretagem e venda de grãos, segundo relatou na audiência de custódia. A defesa dele entrou com uma reclamação no Supremo Tribunal Federal (STF) para ter acesso ao inquérito.

Michael disse aos investigadores que viajou com despesas pagas por libaneses que conheceu em um casamento no Alto da Boa Vista, na zona oeste do Rio de Janeiro, e que se "interessaram por sua música". Ele afirmou que a viagem foi um "intercâmbio musical".

Jean Carlos afirmou que vive uma rotina de viagens de trabalho, sem qualquer ligação com grupos extremistas.

A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira, 5, as operações Dangerous e Paschoal, para desarticular organização criminosa responsável por esquema bilionário de contrabando de grãos, especialmente soja e milho, e agrotóxicos trazidos da Argentina para o Brasil por meio de portos clandestinos localizados às margens do Rio Uruguai. Em nota, o Ministério da Agricultura disse que a ação mobiliza 200 policiais federais para o cumprimento de 59 mandados de busca e apreensão e 16 mandados de prisão nas cidades de Palmeira das Missões , Rodeio Bonito, Cerro Grande, Três Passos, Tiradentes do Sul, Horizontina, Crissiumal, Santo Ângelo, Condor, Tuparendi, Santana do Livramento, todas no Rio Grande do Su, além de Itapema (SC), Itaí (SP), Palmas (TO) e São Luís (MA).

"O volume de mercadorias internalizadas, aliada aos valores empregados para evasão de divisas e lavagem de capitais permitiram à organização criminosa movimentar cifra superior a R$ 3,5 bilhões nos últimos cinco anos", disse a pasta.

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Durante o período de investigação, foram apreendidas 171 toneladas de soja, farelo de soja e milho, presas 11 pessoas em flagrante e apreendidos caminhões, automóveis, vinhos e agrotóxicos.

Sobre a operação deflagrada, a Agricultura disse que também são executadas medidas de bloqueio de contas bancárias vinculadas a pessoas físicas e jurídicas, num total de aproximadamente R$ 58 milhões e sequestro e arresto de automóveis e imóveis de luxo e de uma aeronave com valor estimado em R$ 3,6 milhões.

Ainda segundo a pasta, as investigações começaram em 2022 e apuraram que a organização criminosa é formada por três núcleos que atuam de forma coordenada entre os detentores dos portos clandestinos, os beneficiários e revendedores das mercadorias contrabandeadas e os operadores financeiros. "Através de doleiros, o grupo realizava diversas operações cambiais à margem do sistema legal para promoção de evasão de divisas com a finalidade de pagar fornecedores da mercadoria no exterior, sendo que duas das empresas utilizadas com esse propósito adquiriram criptoativos na ordem de R$ 1,2 bilhão."

O cantor Alexandre Pires e seu empresário, Matheus Possebon, são investigados pela Polícia Federal (PF) por suspeita de envolvimento com o garimpo ilegal em terras indígenas. Endereços ligados ao artista e ao agente foram alvo de buscas nesta segunda-feira, 4, na Operação Disco de Ouro.

O cantor teria recebido, segundo a investigação, pelo menos R$ 1 milhão de uma mineradora investigada. Já o empresário é suspeito de financiar o garimpo na Terra Indígena Yanomami. Possebon seria um dos "responsáveis pelo núcleo financeiro dos crimes", aponta a PF.

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Alexandre Pires fez sucesso no início dos anos 1990 com o grupo de pagode Só Pra Contrariar. Dez anos depois, decidiu fazer carreira solo. O cantor tem mais de 18 milhões de discos vendidos.

A investigação foi aberta depois que a Polícia Federal apreendeu, em janeiro de 2022, quase 30 toneladas de cassiterita extraída ilegalmente na sede de uma das empresas suspeitas. O carregamento seria enviado ao exterior.

A cassiterita é encontrada na forma de rocha bruta. Ela costuma ser vendida na forma de um pó concentrado, obtido após o processo de mineração. Também é útil para a extração de estanho.

A PF afirma que os investigados teriam montado um esquema para dar aparência de legalidade ao garimpo. A cassiterita seria extraída no território yanomami, em Roraima, mas declarada no papel como originária do Rio Tapajós.

Ao longo do inquérito, a Polícia Federal identificou uma rede de pessoas e empresas envolvidas na operacionalização das fraudes.

"Foram identificadas transações financeiras que relacionariam toda a cadeia produtiva do esquema, com a presença de pilotos de aeronaves, postos de combustíveis, lojas de máquinas e equipamentos para mineração e laranjas para encobrir movimentações fraudulentas", diz o comunicado divulgado pela PF.

Os policiais cumpriram nesta segunda dois mandados de prisão e seis de busca e apreensão em Boa Vista (RR), Mucajaí (RR), São Paulo (SP), Santos (SP), Santarém (PA), Uberlândia (MG) e Itapema (SC). A Justiça Federal também autorizou o bloqueio de até R$ 130 milhões em bens dos investigados.

A próxima etapa da investigação será analisar o material apreendido na operação.

COM A PALAVRA, ALEXANDRE PIRES E MATHEUS POSSEBON

A reportagem entrou em contato com a assessoria do cantor, que informou que enviaria uma nota, mas o posicionamento não foi encaminhado até a publicação deste texto. O espaço está aberto para manifestação.

A Polícia Federal vasculhou na manhã desta sexta-feira, 1º, cinco endereços em São Paulo e em Santa Catarina no encalço de uma quadrilha que teria comercializado toneladas de ouro ilegal, remetendo o minério para outros Países, e lavando o dinheiro fruto do crime.

Batizada Eldorado, a ofensiva cumpriu mandados de busca e apreensão nas cidades de São Paulo (2), Santo André (2) e Balneário Camboriú (1), onde os investigados residem e mantém empresas ligadas ao esquema. A investigação é conduzida pela Superintendência da PF no Amapá.

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Durante as diligências, a PF apreendeu um total de R$ 2.123.800,00. Foram confiscadas quantidades de ouro (R$ 32.270) e prata (R$ 1.250), além de três veículos: um Porsche Cayenne (R$ 587.500,00), um Porsche 911 Carrera (R$ 1.356.320,00) e um Volkswagen T-Cross TSI (R$ 146.460,00).

A Operação é desdobramento da Operação Au92, deflagrada em março de 2022 para investigar o comércio ilegal de ouro e urânio. Na ocasião, os investigadores cumpriram onze mandados de busca e apreensão e oito mandados de prisão preventiva nos Estados do Amapá, Pará, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Norte e Tocantins.

A partir do material apreendido na ação, a PF identificou viu indícios de uma organização criminosa composta por empresas que, possivelmente, compram o outro ilegal por meio de intermediários e, em seguida, o enviam para o exterior.

Os investigados ainda são suspeitos de comprarem ouro ilegal de países da África, especialmente Serra Leoa, e nacionalizá-lo, dando 'falsa roupagem de legalidade à produtos de origem não declarada'.

Segundo as investigações, o grupo teria movimentado toneladas de ouro e vinha armazenando o minério em casas de custódia.

A ofensiva apura supostos crimes de usurpação de bens da união, organização criminosa, receptação dolosa e lavagem de capitais.

O advogado Frederick Wassef disse em depoimento à Polícia Federal (PF) que o ex-secretário de Comunicação Fábio Wajngarten foi o responsável por pedir para que ele recomprasse o relógio Rolex, dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em uma viagem oficial, e que havia sido vendido à loja Precision Watches, em Willow Grove, na Pensilvânia (EUA), pelo tenente-coronel Mauro Cid, então ajudante de ordens da Presidência.

A PF já tem em mãos o histórico de ligações entre Wassef e Wajngarten às vésperas da operação nos Estados Unidos. O ex-secretário de Bolsonaro pressionou e insistiu para que o advogado cumprisse a determinação de repatriar o item de luxo.

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De acordo com informações publicadas pela revista Veja e confirmadas pelo Estadão, Wassef atendeu ao pedido de Wajngarten em março deste ano, após o Tribunal de Contas da União (TCU) ordenar a devolução dos presentes que Bolsonaro ganhou do governo da Arábia Saudita. Estima-se que o valor arrecadado com a venda seria de US$ 68.000,00 (correspondente a R$ 346.983,60), segundo um comprovante de depósito identificado nos dados da nuvem de Cid pela PF no mesmo dia que o tenente-coronel esteve na Precision Watches.

De acordo com o depoimento de Wassef à PF, Wajngarten teria se comprometido a ressarcir o valor pago na recompra do relógio, o que não aconteceu.

A informação de que Wajngarten influenciou e foi o mandante da recompra do relógio chegou à PF após uma operação de busca e apreensão contra Wassef em agosto deste ano. Os agentes encontraram o histórico de mensagens e ligações entre os dois aliados de Bolsonaro e passaram a investigar a participação do ex-secretário de comunicação no caso.

A partir da apreensão, Wajngarten passou à condição de investigado pela PF e chegou a ser intimado em 31 de agosto a prestar esclarecimentos.

Segundo Wassef, em nota, "Fabio Wajngarten passou a ser um investigado criminal e foi intimado a depor na Polícia Federal em 31 de agosto, exatamente após a apreensão de meus celulares pela Polícia Federal, em 17 de agosto. Ele se manteve em silêncio na polícia".

"Sabedor dos fatos que constavam em meu celular, Fabio Wajngarten vem manipulando inúmeros jornalistas com matérias encomendadas e fatos inventados por ele, tudo para criar uma narrativa para favorecê-lo", diz Wassef.

Em nota publicada nas redes sociais, Wajngarten nega as acusações e diz que "quem mente será processado". Segundo o ex-secretário, "a PF está de posse dos ZAPs de todos os envolvidos e sabe exatamente quem fez o que e principalmente quem não fez o que".

"Agradeço a competente apuração da Polícia Federal que por razões mais do que óbvias já constata quando uma mentira tem perna curta. A PF está de posse dos ZAPs de todos os envolvidos e sabe exatamente quem fez o que e principalmente quem não fez o que. Quem mente será processado. Em respeito aos demais investigados, não mais tocarei no assunto", diz Wajngarten.

No depoimento prestado à PF, Wassef teria dito que tinha uma viagem programada para os EUA e que teria recebido, com insistência, o pedido de Wajngarten para que ele recomprasse o Rolex. Ele usou, segundo o depoimento, dinheiro em espécie para a operação.

A PF acionou o FBI para avançar as investigações sobre o esquema em agosto deste ano. Em outubro, o governo dos EUA permitiu que o órgão atuasse para investigar as transações feitas por aliados de Bolsonaro no país.

A Procuradoria-Geral da República denunciou o governador do Acre, Gladson de Lima Cameli (PP), e outros doze investigados por organização criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato, lavagem de dinheiro e fraude a licitação. Segundo a PGR, os crimes tiveram início em 2019 e teriam causado prejuízos de quase R$ 11,7 milhões aos cofres públicos.

Alvo principal da Operação Ptolomeu, da Polícia Federal, Gladson Cameli nega enfaticamente ligação com esquema de corrupção e fraudes.

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Além da condenação de forma proporcional à 'participação individual no esquema criminoso', o subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos pediu ao Superior Tribunal de Justiça o afastamento do governador até o fim da instrução criminal. Somadas, as penas pelos crimes podem ultrapassar 40 anos de reclusão.

A Procuradoria pede ao STJ que o governador seja processado por dispensa indevida de licitação, peculato praticado 31 vezes, corrupção passiva, lavagem de dinheiro em 46 vezes e organização criminosa.

A Procuradoria requereu ainda a perda da função pública de todos os que se enquadram na situação, incluindo o governador, além do pagamento de indenização mínima e R$ 11.785.020,31, conforme previsão do Código de Processo Penal.

A PGR pediu afastamento cautelar de Cameli e de outros agentes públicos, diante da gravidade dos fatos e da necessidade de resguardar a instrução processual e as demais frentes investigativas',

A Procuradoria pede também que Cameli fique proibido de 'se aproximar da sede do governo estadual' e que seja decretado bloqueio cautelar de bens de todos denunciados de forma solidária até o valor de R$ 12 milhões, 'para assegurar a reparação ao erário em caso de futuras condenações'. Os pedidos serão analisados pela relatora do caso no STJ, ministra Nancy Andrighi.

A denúncia foi apresentada ao Superior Tribunal de Justiça, que é o foro para processamento de autoridades como governadores, e está restrita a um dos fatos apurados na Operação Ptolomeu - irregularidades envolvendo a contratação fraudulenta da empresa Murano Construções LTDA, que teria recebido R$ 18 milhões dos cofres públicos para obras de engenharia viária e de edificação.

Além do governador, a Procuradoria acusa a mulher de Cameli, dois irmãos dele, servidores públicos, empresários e pessoas que teriam atuado como 'laranjas' no suposto esquema.

De acordo com as investigações, a empresa Murano Construções e empresas subcontratadas - uma das quais tem como sócio Gledson Cameli, irmão do governador - teriam pagado propina ao governador em valores que superam os R$ 6,1 milhões, por meio do repasse de parcelas de um apartamento em bairro nobre de São Paulo e de um carro de luxo.

Segundo a PGR, embora a denúncia mire apenas crimes que teriam sido praticados no âmbito do contrato firmado pelo governo estadual do Acre com a Murano, 'há provas de que o esquema se manteve mesmo após o encerramento da contratação'.

"Foram identificados oito contratos com ilegalidades, e a estimativa é que os prejuízos aos cofres públicos alcancem quase R$ 150 milhões", afirma a PGR.

A denúncia que imputa crimes ao governador do Acre preenche quase duzentas páginas. A Procuradoria revela 'amplo material probatório dos crimes praticados e que tiveram como ponto de partida a fraude licitatória'.

A fraude, segundo a PGR, consistiu na adesão da Secretaria de Infraestrutura e Desenvolvimento Urbano do Estado do Acre a uma ata de registro de preços vencida pela Murano. Sediada em Brasília, a empresa nunca havia prestado serviços no Acre.

O objeto da licitação feita pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano (campus Ceres /GO) era a prestação de 'serviços comuns de engenharia referentes à manutenção predial'. Já no Acre, a empresa foi responsável pela execução de grandes obras rodoviárias, tarefas executadas, conforme a denúncia, por companhias subcontratadas, uma delas a Rio Negro Construções, que tem como sócio Gledson Cameli.

A denúncia destaca que a adesão à ata de registro de preços foi feita em maio de 2019 pelo secretário de Infraestrutura e Desenvolvimento Urbano, Thiago Rodrigues Gonçalves Caetano, um dos acusados.

Uma semana depois, o governo estadual, por meio da secretaria, assinou contrato com a vencedora do certame licitatório efetivado por meio de pregão eletrônico. Os investigadores descobriram que, no dia seguinte à contratação, a Murano firmou com a Rio Negro uma Sociedade em Conta de Participação.

Para o subprocurador Carlos Federico Santos, 'o modelo de sociedade foi escolhido por permitir que o sócio, no caso, o irmão do governador, que por lei não pode contratar com o poder público, permanecesse oculto'.

As informações reunidas ao longo da investigação comprovaram que 64,4% do total pago pelo estado à Murano decorreu da suposta execução de obras viárias, sobretudo manutenção e construção de rodovias e estradas vicinais, serviços diversos do previsto no contrato.

"Aproximadamente dois terços do valor pago correspondem a objeto totalmente estranho ao contratado, em claro desvirtuamento do princípio da isonomia", relata a denúncia.

Para os investigadores, 'a burla à licitação está amplamente configurada, uma vez que o objeto real das obras, a construção de rodovias, deveria ter sido tratado em processo licitatório específico'.

Ainda de acordo com a PGR, também chamou a atenção o fato de a empresa Murano não ter nenhuma estrutura empresarial no Acre.

A Controladoria-Geral da União indicou ter havido 'subcontratação integral do objeto do contrato, o que configura fuga ao procedimento licitatório e fere o princípio da igualdade, bem como afronta o artigo 37, XXI, da Constituição Federal'.

A descoberta de que essa subcontratação se deu em favor de uma empresa do irmão do governador revela, na avaliação dos investigadores, 'a utilização de expediente ilegal para encobrir o real destinatário dos recursos, o chefe do Executivo, apontado como o líder da organização criminosa'.

Sobrepreço

A denúncia reproduz análises técnicas segundo as quais teria havido um sobrepreço de R$ 8,8 milhões, além de um superfaturamento de R$ 2,9 milhões nos serviços contratados pelo Estado do Acre com a Murano.

Nos dois casos, a CGU confirmou irregularidades como o pagamento por insumos e serviços que não foram efetivamente fornecidos. Isso foi possível, segundo a denúncia, a partir de fraudes nas medições e termos de ateste assinados por servidores que integravam o esquema.

A denúncia detalha como essas irregularidades foram efetivadas e aponta os responsáveis pelos atos. Um exemplo é o registro do aluguel de 900 andaimes e de 6.840 montagens e desmontagens das estruturas a custo de R$ 116 mil para pintura do estádio Arena Acre.

"Contrastando com os registros documentais atestados e que serviram de base para os pagamentos, os registros fotográficos identificaram não mais do que 20 andaimes pelo local, além de constatar que o serviço foi feito por meio da técnica do uso de cordas para manter os trabalhadores suspensos", diz a denúncia.

As provas reunidas na investigação levaram à conclusão de que, do total de recursos retirados dos cofres públicos, apenas 35% foram destinados ao pagamento por serviços prestados pelas empresas subcontratadas.

Segundo a denúncia, a maior parte (65%) seria relativa ao superfaturamento e sobrepreço, tendo como destino o repasse ao governador, ao irmão e a outros envolvidos.

Para Carlos Frederico, o peculato 'está devidamente comprovado, bem como o dolo e a má fé dos acusados'.

COM A PALAVRA, A DEFESA DE GLADSON CAMELI

Esse pedido de afastamento é arbitrário e absurdo. Não há nenhum fato novo que justifique esse pedido de afastamento. Ele decorre de um outro pedido que já tinha sido indeferido pelo Superior Tribunal de Justiça. É além de tudo, ele foi feito na vagância do cargo de procurador-geral da República.

Essa investigação é toda ilegal. Ela decorre de uma devassa realizada pela Polícia Federal de Cruzeiro do Sul, sem que tivesse competência para investigar o governador Gladson Cameli. Para se ter uma ideia, quebraram o sigilo de uma criança de apenas sete anos de idade, o filho do governador.

É não há nenhuma ilegalidade atribuível ao governador Gladson Cameli. As obras foram todas executadas e entregues ao povo do Acre, que reelegeu Gladson Cameli no primeiro turno. Esse pedido de afastamento é uma afronta ao mandato conferido pelo povo do Acre.

O governador Gladson Cameli confia no Poder Judiciário, Superior Tribunal de Justiça e fará sua defesa e tem a convicção que esse pedido ao final será indeferido.

Pedro Ivo, advogado do governador Gladson Cameli

A Polícia Federal, no Aeroporto Internacional de São Paulo, prendeu na manhã desta terça-feira (28) um passageiro que pretendia embarcar para o Amazonas. A prisão ocorreu em razão de ofensa proferida contra uma passageira de origem estrangeira.

Policiais federais foram acionados pela companhia aérea que embarcava passageiros em voo de Guarulhos/SP para Manaus/AM, em razão da denúncia de que um homem havia empurrado e agredido verbalmente uma mulher, no momento em que ela se acomodava em seu assento.

A situação foi presenciada por diversos passageiros, dois dos quais se propuseram a depor como testemunhas. O voo foi cancelado, e os envolvidos e testemunhas conduzidos à delegacia da PF para prestarem depoimento.

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Após todos serem ouvidos, foi instaurado inquérito policial contra o acusado, com base na Lei do Racismo, em razão da ofensa proferida contra a mulher, nacional da China, na qual teria proferido as palavras: “chinesa dos infernos”, após tê-la empurrado.

Da assessoria

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