Tópicos | projeções

O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu as projeções de crescimento do Brasil, em especial a de 2022. De acordo com o relatório Perspectiva Econômica Mundial, a estimativa de variação do Produto Interno Bruto (PIB) do País no próximo ano recuou de 1,9% para 1,5%. Para 2021, variou de 5,3%, divulgada em julho, para 5,2% agora.

A economista-chefe do FMI, Gita Gopinath, afirmou que o "pequeno corte" na projeção para o crescimento do Brasil neste ano é resultado do aperto na política monetária e do quadro econômico nos Estados Unidos. Ela citou o País brevemente, durante entrevista coletiva no lançamento da publicação.

##RECOMENDA##

A revisão é fruto dos "efeitos que esperamos com a alta dos juros na política monetária, diante da inflação alta no Brasil e também por causa da previsão de menos crescimento nos Estados Unidos, que é um importante parceiro comercial", disse Gopinath. O FMI também notou que o avanço dos preços das commodities (matérias-primas cotadas em dólar) e o retorno dos setores industrial e de serviços após o auge do choque da pandemia da covid-19 "têm sido importantes para a recuperação" brasileira.

O FMI estima que o IPCA chegará a 7,9% no final deste ano, acima dos 4,6% informados anteriormente, e que em 2022 este índice de preços ao consumidor avançará 5,3%, superior aos 4% estimados há seis meses.

Segundo o FMI, a projeção para o déficit de transações correntes como proporção do PIB caiu um pouco para 2021, de 0,6% para 0,5%, e aumentou para o próximo ano, de 0,8% para 1,7%. No caso da taxa de desemprego, o FMI reduziu as estimativas de 14,5% para 13,8% em 2021 e de 13,2% para 13,1% no próximo ano.

Entre os poucos comentários sobre a evolução da economia do Brasil, o documento destaca que as projeções para as contas públicas refletem anúncios de políticas de estímulo pelo governo e consideram "conformidade total com o teto constitucional de gastos".

O FMI apontou que premissas para a política monetária no País "são consistentes com a convergência da inflação em direção ao centro da meta no final de 2022". O fundo citou que as ações do Banco Central "mudaram para uma postura menos acomodatícia desde o final de 2020", o que também ocorreu no Chile, no México e na Rússia.

Apreensão global

Apesar do avanço da vacinação contra a covid-19 em diversos países, os riscos para a economia global persistem, sobretudo com a variante Delta, o que levou o FMI a reduzir um pouco a previsão de alta do crescimento global de 6,0% para 5,9% neste ano, mantendo a estimativa de expansão de 4,9% em 2022.

Segundo Gita Gopinath, a produção dos países avançados deve atingir os níveis pré-pandemia em 2022 e exceder tal patamar em 0,9 ponto porcentual em 2024. Ela pondera que o nível de atividade em mercados emergentes e nações em desenvolvimento, à exceção da China, deve ficar 5,5 ponto porcentual abaixo do nível anterior à covid-19 em 2024, o que resultará em "grandes retrocessos para a melhora das condições de vida" de seus cidadãos.

As ações dos países ricos para assegurar a imunização em nações em desenvolvimento são, conforme a instituição, fundamentais para o crescimento global e para o controle da pandemia. "Enquanto perto de 60% da população em economias avançadas está totalmente vacinada e alguns estão recebendo os reforços, cerca de 96% da população em países de baixa renda continua sem vacinas", destacou Gopinath. Na sua avaliação, os mercados emergentes estão removendo com maior rapidez estímulos a empresas e famílias devido ao risco de perder a ancoragem de expectativas de inflação e diante de condições financeiras mais apertadas.

Conforme o relatório, a prolongada pandemia provocou interrupções da fabricação de mercadorias, o que, aliado à alta de commodities, levou a um aumento expressivo da inflação de forma global, prejudicando países avançados, como os EUA e a Alemanha, e também nações em desenvolvimento.

A publicação também citou as mudanças climáticas e a necessidade de medidas para coibir a emissão de carbono, como um imposto sobre CO2.

O FMI reduziu a previsão de crescimento dos EUA de 7% para 6% neste ano e elevou de 4,9% para 5,2% em 2022. No caso da China, baixou de 8,1% para 8,0 em 2021 e de 5,7% para 5,6% em 2022. Em relação à zona do euro, aumentou a previsão de 4,6% para 5,0% neste ano e manteve os 4,3% de avanço em 2022. Para o Japão, reduziu a estimativa de 2,8% para 2,4% em 2021 e subiu de 3,0% para 3,2% no próximo ano.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A previsão de crescimento do Produto Interno Bruto do setor agropecuário foi revisada de 1,7% para 1,2% em 2021, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). As reduções nas estimativas de produtividade e produção no milho e um cenário menos favorável para a produção de leite foram os motivos considerados para os ajustes feitos pelos pesquisadores do Grupo de Conjuntura do Ipea.

Conforme o relatório, o valor adicionado da produção vegetal em 2021 foi revisto para baixo: de 1,7% para 1,2%, em virtude da revisão para a estimativa de produção do milho, que deve apresentar queda de 15,5% - de acordo com levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

##RECOMENDA##

Apesar disso, o resultado para o componente deve ser positivo, sustentado pelas significativas altas nas produções de soja (+10,1%), arroz (+4,3%) e trigo (+32,9%). Entre as culturas com maior participação no componente, a soja é a única que apresenta perspectiva de crescimento no ano. As demais culturas de maior importância devem influenciar negativamente para o resultado deste componente por questões climáticas: milho (-15,5%), cana-de-açúcar (-3,7%) e café (-21,2%).

A produção animal foi revista com alta de 1,8% para 1,2% este ano. Apesar do crescimento na produção de aves (+6,8%), suínos (+8,7%) e ovos (+1,4%), a projeção é de queda nos dois produtos com maior participação no valor adicionado: bovinos (-0,9%) e leite (-0,4%). Entre esses, a revisão da projeção para o leite foi a principal responsável pela estimativa de crescimento mais baixo para a produção animal.

O pesquisador associado do Ipea, Pedro Garcia, um dos autores da nota, disse que "o aumento do custo de produção é um fator que tem desincentivado a produção de leite". Apesar da leve recuperação no consumo de carne bovina, a alta no preço da proteína e o impacto negativo da pandemia sobre o mercado de trabalho resultaram em um cenário mais desfavorável.

2022

Para 2022, a estimativa foi revisada marginalmente com alta de 3,3% para 3,4% no PIB do setor agropecuário, com crescimento de 2,2% na produção animal (ante alta de 1,8% na publicação mais recente) e 3,9% na produção vegetal (mantida desde a previsão anterior).

"Há perspectiva positiva por conta de expectativas de crescimento nas culturas de soja e milho; de recuperação do crescimento da produção de bovinos (após dois anos consecutivos de queda) e de nova alta estimada para a produção de suínos", informa o Ipea.

Os pesquisadores sinalizam que o cenário de riscos da produção agropecuária continua em linha com o que foi divulgado anteriormente, no mês passado. Para 2021, há possibilidade de efeitos residuais do fenômeno climático La Niña sobre culturas ainda em colheita, como a cana-de-açúcar.

A produção animal poderá continuar a sofrer os efeitos da mudança nos preços relativos e elevação nos custos de produção. "Para 2022, ainda há dúvidas sobre o ciclo climático que prevalecerá na safra, sua intensidade e os efeitos sobre a produção vegetal; mas na produção animal, o cenário é de normalização da oferta de bovinos", destacam os pesquisadores.

O saldo total da carteira de crédito deve crescer 1,6% em agosto, registrando o sétimo avanço mensal seguido, aponta Pesquisa Especial de Crédito da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban). O crescimento deve seguir disseminado e forte entre os recursos e segmentos, impulsionado, em especial, pela reabertura das atividades.

Segundo a entidade, apesar do bom resultado esperado para o mês, a elevada base de comparação deve fazer com que o ritmo de expansão anual da carteira mostre ligeira desaceleração, de 16,2% para 15,9%, embora ainda em um patamar bastante elevado.

##RECOMENDA##

A Febraban desta que no mês, o destaque deve vir novamente do crédito à pessoa física (+1,8%), que tem apresentado uma dinâmica bastante positiva, refletindo o maior consumo das famílias devido à reabertura das atividades econômicas. Com o novo avanço esperado, o ritmo de expansão anual da carteira pessoa física deve acelerar de 18,2% para 18,5% - caso se concretize, será a maior taxa desde julho de 2012.

"O crédito destinado às famílias tem apresentado uma expansão surpreendente. Após o choque no período inicial da pandemia, a carteira pessoa física tem acelerado seu ritmo de expansão de maneira ininterrupta, já bem acima do patamar pré-pandemia (+12,0%)", afirma em nota o presidente da Febraban, Isaac Sidney.

Para ele, esse bom desempenho reflete um conjunto de fatores, como o avanço da vacinação, a flexibilização das medidas restritivas, a extensão do auxílio emergencial, além da recuperação do mercado formal de trabalho. Segundo Isaac, a perspectiva é que esses fatores sigam contribuindo de maneira positiva para o desempenho dos próximos meses, embora diante do elevado ritmo de crescimento, seja natural alguma acomodação das taxas.

Segundo a Pesquisa, o desempenho neste segmento deve ser homogêneo entre os recursos, com a carteira livre (+1,8%) beneficiada pela retomada das atividades, que estimula as linhas de consumo e de crédito pessoal, enquanto a carteira direcionada (+1,8%) deve seguir liderada pelos créditos imobiliário e rural.

A carteira pessoa jurídica, por sua vez, deve avançar 1,5% em agosto, mas o ritmo de expansão em 12 meses deve seguir mostrando uma desaceleração, de 13,6% para 12,6%. A acomodação, aponta a entidade, reflete a elevada base de comparação de agosto de 2020 (+2,4%), quando houve uma forte tomada de crédito com os programas emergenciais. No mês, a carteira livre deve crescer 1,6%, favorecida pela reabertura e retomada da economia. Já a carteira direcionada deve mostrar expansão de 1,2%, ainda impulsionada pela nova rodada do Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte).

Concessões

A Pesquisa Especial de Crédito mostra que as concessões devem crescer 0,4% em agosto, acumulando expansão de 12,4% em 12 meses. O resultado deve ser liderado pelas operações com recursos livres, impulsionadas pela maior flexibilização das medidas restritivas, enquanto as operações direcionadas devem acomodar após o forte volume de crédito concedido através do Pronampe em julho.

De acordo com o levantamento, as concessões destinadas às famílias devem crescer 2,9%, mantendo-se em um elevado patamar histórico. Se a estimativa se confirmar, a variação acumulada em 12 meses seguirá ganhando ímpeto, avançando de 14,5% para 16,8%, reforçando o importante papel do segmento pessoa física no processo de expansão do crédito em 2021. A alta estimada para as operações com recursos livres é de 1,3% e o número é ainda mais expressivo no caso das operações direcionadas (+12,3%).

As concessões destinadas às empresas, por sua vez, devem retrair 2,7%, decorrente do forte recuo das operações direcionadas (-33,6%). O resultado reflete o menor volume de crédito concedido pelo programa do Pronampe, já que a maior parcela dos recursos destinados ao programa no ano já foi tomada no mês inicial (julho), restando apenas uma quantia residual em agosto. Já as operações com recursos livres devem avançar 2,6%, beneficiadas pela retomada da atividade econômica.

As estimativas da pesquisa, divulgadas mensalmente como uma prévia da Nota de Política Monetária e Operações de Crédito do Banco Central, são feitas com base em dados consolidados dos principais bancos do País, que representam de 38% a 89% do saldo total do Sistema Financeiro Nacional, dependendo da linha, além de outras variáveis macroeconômicas que impactam o mercado de crédito.

O secretário de Orçamento Federal, Ariosto Culau, disse que o Projeto de Lei Orçamentária (PLOA) de 2022 reserva R$ 3,9 bilhões para a vacinação contra a covid-19.

No início do mês, o secretário do Orçamento Federal, Ariosto Culau, chegou a dizer que, se não fosse aprovada a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que parcela o pagamento de dividas judiciais (precatório), poderia faltar dinheiro para a compra de vacina em 2022.

##RECOMENDA##

Em coletiva para apresentar o PLOA de 2022, Culau disse que o crescimento significativo de precatórios sinaliza para o que pode ocorrer nos próximos anos. "Temos margem reduzida para investimentos, mas buscamos preservar os em andamento", afirmou.

Em 2020 e 2021, os gastos para o combate à pandemia foram autorizados por meio de crédito extraordinário, que fica de fora do cálculo do teto de gastos, a regra que impede que as despesas cresçam em ritmo superior à inflação.

O governo prevê o salário mínimo em R$ 1.169 no próximo ano, de acordo com o Projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLOA) de 2022, divulgado nesta terça-feira, 31. Na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) enviada ao Congresso em abril, a estimativa para o mínimo do próximo ano era de R$ 1.147.

A correção do salário mínimo prevista no PLOA 2022 considera apenas a inflação projetada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) em 2021.

##RECOMENDA##

Ou seja, mais uma vez os trabalhadores, aposentados e pensionistas que recebem o mínimo não terão ganho real nos salários.

A estimativa da equipe econômica para alta da massa salarial nominal é de 8,94% em 2022.

O governo da Argentina anunciou nesta quinta-feira que elevou sua expectativa para avanço do Produto Interno Bruto (PIB) do país neste ano, de 7% a 8%.

O ministro da Economia, Martín Guzmán, disse que há um crescimento dos investimentos no país e também apontou para aumento nas reservas, de US$ 7,5 bilhões até agora em 2021, informou a agência oficial Télam.

##RECOMENDA##

Guzmán demonstrou ainda otimismo com o mercado de trabalho. Ele citou que o emprego com registro cresceu 19.800 postos em maio, com avanço de 1,6% na comparação anual.

A população brasileira com idade entre 15 e 29 anos será inferior a 50 milhões de pessoas até o final deste ano - o que ocorrerá pela primeira vez desde 2002. E a estimativa é que o indicador se reduza ainda mais nas próximas décadas, chegando a encolher em mais de um quarto em até 40 anos. Além disso, nos últimos anos os indicadores que tratam de índices como satisfação com a vida, preocupações e qualidade do ensino apresentaram piora entre os jovens brasileiros. Os dados integram a pesquisa "Jovens: Projeções Populacionais, Percepções e Políticas Públicas", do Centro de Políticas Públicas da FGV Social. O estudo é parte o projeto Atlas das Juventudes, coordenado pelo Em Movimento e pelo Pacto da Juventude pelas ODS da Sociedade Civil.

O País havia ultrapassado a marca de 50 milhões de jovens (15 a 29 anos) em 2002, atingindo o pico em 2009, quando somou 52,3 milhões de pessoas nessa faixa etária. Nos anos seguintes, o número oscilou na casa dos 52 milhões e desde 2014 não parou de cair. Estima-se que fique abaixo dos 50 milhões até o fim do ano e caia mais rapidamente a partir de 2030.

##RECOMENDA##

Essa diminuição da população mais jovem é considerada o "começo do fim" do bônus demográfico. Os dados preocupam, porque a redução significa que a população que (atualmente) se considera em idade ativa vai cair e ao mesmo tempo aumentarão os gastos com saúde e aposentadorias. Essa queda, na verdade, acompanha uma tendência mundial.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), Pedro Coutinho, afirmou que a transferência de dinheiro por meio do WhatsApp é mais um meio de captura e vai competir com o cartão de débito e o PIX, sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central. Em um cenário de crescimento da economia, ponderou, essas modalidades terão perspectiva de expansão.

"Com a economia crescendo, o setor de cartões, o Pix e o WhatsApp vão crescer. Já as transferências eletrônicas como TED e DOC e os boletos vão se reduzir", afirmou ele, em teleconferência com a imprensa, mais cedo.

##RECOMENDA##

De acordo com Coutinho, por ora, o Pix não tem impactado o setor de débito. "A gente já está quase no sexto mês do Pix e a gente viu nossa indústria no cartão de debito crescendo neste trimestre, mesmo com pandemia, quase 20%. Se eu olho friamente esse número, parece que não", analisou.

Por sua vez, o cartão de débito, conforme ele, deve consolidar sua presença no universo digital. "Veio para ficar nas compras online", afirmou.

Recebíveis

O presidente da Abecs afirmou ainda que as novas normas de recebíveis, que entram em vigor no mês que vem, vão trazer uma maior competitividade. "A nova central vai fortalecer nosso setor", disse.

O diretor do Instituto de Alergias e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, Anthony Fauci, que será conselheiro médico chefe no governo de Joe Biden, disse nesta terça-feira (29) que a pandemia de Covid-19 pode piorar em janeiro no país devido às festas de fim de ano. "É com isso que estamos preocupados, que além do aumento repentino, podemos ter um aumento sobreposto a esse aumento, o que pode tornar janeiro ainda pior do que dezembro", afirmou durante uma entrevista à CNN.

O infectologista, que esteve à frente do combate ao coronavírus nos EUA desde o começo da pandemia, também disse que o país está atrasado na vacinação.

##RECOMENDA##

Segundo ele, 2,1 milhões de doses foram administradas até agora, abaixo da estimativa do governo, que era de 20 milhões de doses até o final de dezembro. "Certamente ainda não estamos no número que gostaríamos de estar", declarou.

No entanto, Fauci ponderou que pode haver um impulso na vacinação no próximo mês que permita alcançar mais rapidamente o ritmo projetado. "Quando vacinarmos todas as pessoas que querem ser vacinadas, será quando viraremos a página da pandemia", ressaltou.

O governo da Coreia do Sul espera que a economia do país tenha forte recuperação em 2021, graças a exportações robustas e medidas de estímulos, depois de apresentar seu pior desempenho em mais de duas décadas em meio à pandemia do novo coronavírus.

Estima-se que o Produto Interno Bruto (PIB) da quarta maior economia asiática crescerá 3,2% no próximo ano, após se contrair 1,1% em 2020, segundo relatório semestral divulgado pelo Ministério de Economia sul-coreano nesta quinta-feira (17). A queda do PIB prevista para este ano seria o pior resultado desde a crise financeira da Ásia de 1997 e 1998.

##RECOMENDA##

Para a inflação, a projeção é que a taxa acelere de 0,5% este ano para 1,1% em 2021, ficando abaixo da meta do banco central do país, de 2%. O governo sul-coreano também prevê aumento nas exportações de 8,6% em 2021, após uma redução estimada em 6,2% em 2020. Fonte: Dow Jones Newswires.

A agência de classificação de risco Fitch estima que a taxa Selic vai terminar o próximo ano em 3% e alcançará 4,5% em 2021. As projeções constam do Global Economic Outlook de dezembro, divulgado nesta segunda-feira (7).

Para ambos os anos, as estimativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) são de 3,5%. Para o encerramento de 2020, é esperado 4,2%, com Selic a 2%.

##RECOMENDA##

Sobre o dólar, a Fitch prevê que a moeda encerre este ano em R$ 5,40, 2021 em R$ 5,20 e 2022 em R$ 4,90.

"Apesar do ajuste nas contas externas, o real se enfraqueceu significativamente em 2020 e permaneceu volátil, impulsionado pela redução das taxas de juros internas; riscos políticos e fiscais e de reformas; e incertezas externas. O Banco Central interveio nos mercados à vista e de derivativos para reduzir a volatilidade e fornecer cobertura para o setor privado", lembra a agência.

Comprar um carro elétrico pode ficar mais barato no futuro. Um estudo divulgado pelo banco de investimentos UBS sugeriu que os modelos sustentáveis terão seu preço de fabricação reduzido em 2024, chegando a valores próximos aos carros convencionais, com motores de combustão interna. 

De acordo com o site  The Guardian,  o custo extra de fabricação de veículos movidos a bateria, em comparação com seus primos que usam gasolina, diminuirá US $ 1.900 ( cerca de R$ 10.850, de acordo com a cotação atual) por carro, em 2022. Este valor deverá desaparecerá completamente em 2024, o que deve extinguir a diferença entre o custo das fabricações dos modelos.

##RECOMENDA##

Baterias mais baratas 

A previsão da UBS é que os custos com baterias sejam reduzidos em, pelo menos US $ 100 por quilowatt-hora (kWh). Dessa forma, a relutância das grandes montadoras em mudar a produção de carros com motor a gasolina por veículos elétricos caíria, já que - atualmente  - as baterias representam entre um quarto e dois quintos do custo de todo o veículo.

Outro ponto a ser considerado, segundo o banco, é que,  se as montadoras persistirem em se agarrar às vendas aos moldes tradicionais correm o risco de serem deixadas para trás por rivais como Tesla e Volkswagen. A maior montadora do mundo em volume, se comprometeu a investir 33 bilhões de euros na venda de carros elétricos. Uma das intenções das empresas é a diminuição do carbono lançado na atmosfera. 

As vendas de veículos elétricos já estão em alta na União Europeia e na China, mesmo com as dificuldades encontradas pelo setor por conta da pandemia do novo coronavírus. Ainda segundo as previsões d o UBS a participação de mercado dos carros elétricos deve alcançar 17% em 2025. E em 2030, os carros elétricos podem chegar a representar 40% das vendas globais.

O partido do presidente francês, Emmanuel Macron, sofreu neste domingo (28) uma dura derrota nas eleições municipais, marcadas pelo avanço dos ecologistas, segundo as primeiras estimativas.

Os Verdes, que avançam com força no tabuleiro político francês há algumas eleições, venceriam em várias cidades francesas, como Lyon (centro-este) e Bordeaux (centro-oeste), impulsionados pela crescente conscientização sobre os problemas ambientais.

##RECOMENDA##

O República em Marcha (LREM), partido do governo, perdeu em todas as grandes cidades francesas. Em Paris, sua candidata, Agnès Buzyn, ex-ministra da Saúde, ficou em terceiro, com 14% a 16% dos votos, atrás da socialista Anne Hidalgo (50,2%) e da conservadora Rachida Dati (32%), segundo as primeiras estimativas.

Se as estimativas se confirmarem, a socialista Hidalgo, de 61 anos, aliada dos ecologistas, terá durante mais seis anos a chave da prefeitura de Paris, com mais de 2 milhões de habitantes, epicentro do poder na França e uma das cidades mais visitadas do mundo.

Seu programa, centrado na ecologia, busca seguir reduzindo o lugar dos carros na cidade, onde os engarrafamentos são a regra, e potencializar os deslocamentos em bicicleta ou a pé.

O primeiro-ministro, Edouard Philippe, cuja popularidade disparou pela gestão da pandemia do novo coronavírus, salvou, em parte, a honra do governo, ao conseguir a prefeitura da cidade portuária de Le Havre (oeste), seu reduto eleitoral.

Uma estratégia de isolamento social de manter só idosos em casa, como sugere o presidente Jair Bolsonaro, ainda poderia levar à morte mais de 529 mil pessoas no Brasil por covid-19. O número é metade do que se projeta para um cenário em que nada fosse feito no País para conter a dispersão do coronavírus (1,15 milhão de óbitos). Mas é bem mais alto do que a estimativa para um isolamento social rápido e amplo. Mesmo com essa restrição mais drástica, haveria ao menos 44 mil mortes pela doença.

Os números fazem parte da nova pesquisa do Grupo de Resposta à Covid-19 do Imperial College de Londres. Os cientistas vêm fazendo quase em tempo real projeções matemáticas do avanço da pandemia e avaliam as ações em andamento.

##RECOMENDA##

Foi um trabalho dessa equipe com projeções para Estados Unidos e Reino Unido que fez o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, recuar sobre a ideia de adotar isolamento vertical (quarentena só de alguns grupos, como idosos e doentes crônicos). Johnson foi diagnosticado com covid-19 na sexta-feira, 27.

Segundo o jornal The New York Times, estimativas feitas por esses cientistas também influenciaram a Casa Branca a enrijecer medidas de isolamento.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) também recomenda o isolamento social. Já Bolsonaro tem criticado governadores que determinaram fechar o comércio e diz ter receio de uma crise econômica.

O trabalho mais recente do Imperial College, divulgado na quinta-feira, 26, expandiu a modelagem para 202 países. Liderados por Neil Ferguson, eles comparam possíveis impactos sobre a mortalidade em vários cenários: ausência de intervenções, com distanciamento social mais brando, que chamam de mitigação, ou mais restrito, a supressão.

As estimativas foram feitas com base em dados da China, onde a doença foi registrada pela primeira vez em dezembro, e de países de alta renda. Significa que para nações de baixa renda a realidade pode ser ainda mais grave do que a apontada. A estimativa de cerca de 44 mil mortes para o Brasil considera o cenário mais amplo de isolamento, e feito de modo rápido.

A eficácia do isolamento mais amplo se aplicaria em todo o mundo, segundo os pesquisadores. Eles estimam que, na ausência de intervenções, a covid-19 resultaria em 7 bilhões de infecções (quase toda a população global) e 40 milhões de mortes em todo o mundo este ano.

"Estratégias de mitigação focadas na blindagem de idosos (reduzir em 60% os contatos sociais) e desaceleração, mas não interrupção da transmissão (redução de 40% nos contatos sociais para uma população mais ampla) poderiam reduzir esse ônus pela metade, salvando 20 milhões de vidas, mas prevemos que, mesmo nesse cenário, sistemas de saúde em todos os países serão rapidamente sobrecarregados", dizem os cientistas.

O Brasil já prevê demanda crescente no SUS. No País, até a sexta-feira, já havia 92 mortes confirmadas.

"É provável que esse efeito seja mais grave em contextos de baixa renda, onde a capacidade é mais baixa. Como resultado, prevemos que o verdadeiro ônus em ambientes de baixa renda que buscam estratégias de mitigação podem ser substancialmente mais altos do que o refletido nessas estimativas", continuam os pesquisadores.

Apontam ainda que a demanda por ajuda médica só ficará em níveis manejáveis com adoção rápida de medidas de saúde pública para suprimir a transmissão, similares às de China e Coreia do Sul. Eles listam os testes em massa, o isolamento de casos e medidas mais amplas de distanciamento social.

"Se uma estratégia de supressão for implementada precocemente (com 0,2 morte por 100 mil habitantes por semana) e sustentada, então 38,7 milhões de vidas podem ser salvas. Se for iniciada quando o número de óbitos for maior (1,6 óbito por 100 mil habitantes por semana), só 30,7 milhões de vidas poderiam ser salvas", escrevem eles, sobre as projeções globais. "Atrasos na implementação de ações para suprimir a transmissão levarão a piores resultados e menos vidas salvas."

Consequências

Eles ponderam não considerar impactos sociais e econômicos mais amplos da supressão. Reconhecem que esses efeitos serão altos e podem ser desproporcionais em áreas de baixa renda.

Os pesquisadores reforçam, como já tinham dito em estudos anteriores, que as estratégias de supressão teriam de ser mantidas, com breves interrupções, até que vacinas ou tratamentos eficazes se tornem disponíveis.

Pesquisas sobre imunizantes já começaram, mas demandam uma série de testes e dificilmente a vacina chegará ao mercado ainda este ano. "Nossa análise destaca as decisões desafiadoras enfrentadas por todos os governos nas próximas semanas e meses, mas demonstra como uma ação rápida, decisiva e coletiva agora poderia salvar milhões." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O diretor do Departamento para o Hemisfério Ocidental do Fundo Monetário Internacional, Alejandro Werner, afirmou que "precisamos monitorar riscos de coronavírus para economia internacional." No entanto, ele ressaltou que "é prematuro" avaliar efeitos da doença para países da América Latina.

"Em casos passados de doenças semelhantes na China, ocorreu um impacto no nível de atividade, mas foi registrada recuperação em alguns trimestres", destacou Werner.

##RECOMENDA##

Ele fez os comentários em entrevista coletiva sobre a atualização de projeções de crescimento para a América Latina do Fundo.

Mesmo com a expectativa de aceleração da atividade econômica no País, a inflação deve permanecer abaixo do centro da meta pelo quarto ano consecutivo em 2020. Economistas consultados pelo jornal O Estado de S. Paulo e pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) avaliam que, apesar da força dos choques de preços observada em 2019, o nível de ociosidade da economia deve manter um cenário inflacionário comportado no ano que vem. A meta central para 2020 é de 4%, podendo oscilar entre o teto de 5,5% e o piso de 2,5%.

A surpresa com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de dezembro, que mostrou alta de 1,05% - acima da mediana das expectativas, de 0,96% -, não moveu as expectativas do mercado. A última pesquisa Focus, publicada na segunda-feira passada, mostrou que os economistas do mercado financeiro reiteraram a previsão de 3,6% para o IPCA de 2020, estável pela quinta semana consecutiva.

##RECOMENDA##

Em seu Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de dezembro, o Banco Central (BC) também surpreendeu ao apresentar expectativa de inflação para 2020 em 3,5% no cenário básico, com taxa de juros entre 4,25% e 4,5% e dólar entre R$ 4,15 e R$ 4,10 - menor do que as projeções da Pesquisa Focus, de 3,6%. Mesmo no cenário híbrido, com câmbio mais depreciado a R$ 4,20, a projeção do BC ficou em 3,7%, abaixo do centro da meta de 4%.

"As margens estão represadas, mas é preciso ver se os consumidores vão chancelar um aumento. Os comerciantes podem conseguir elevar preços mais do que em 2019, mas não deve ser tanto mais. Apesar de a economia crescer e do câmbio estar mais desvalorizado, o espaço para repasse ainda vai ser reduzido, porque é determinado pela ociosidade e não muda da noite para o dia", afirma o economista Fabio Romão, da LCA Consultores. Ele estima 3,4% para o IPCA de 2020.

Como base de comparação, o economista diz esperar que a média dos núcleos - que tendem a apontar a tendência da inflação ao expurgar itens mais voláteis - acelere de 2,93%, em 2019, para 3,21% em 2020. Os preços de serviços devem subir de 3,4% para 3,7%, muito abaixo da média da década, de 8,40%.

Já os itens industriais, que costumam sentir os efeitos da depreciação cambial, devem ficar pelo terceiro ano com taxa de aumento inferior a 2%. As estimativas são de altas de 1,5% para 2019 e de 1,8% para 2020.

Romão ainda destaca que, até 2017, cerca de 70% do avanço dos produtos industriais do atacado chegavam ao varejo, mas desde o ano passado o repasse tem sido bem marginal. A perspectiva para 2019 na LCA é de elevação de 6,5% do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) industrial, por exemplo.

Na Necton Investimentos, a analista Sabrina Cassiano afirma que, apesar dos choques observados no mês de dezembro, o quadro inflacionário prossegue tranquilo. "O resultado em 12 meses e das medidas de núcleos reforça esse quadro benigno."

Em seu relatório, o BC reconheceu que a ociosidade da atividade ajuda a segurar a inflação, mas apresentou preocupação com os canais de transmissão da política monetária. "O atual grau de estímulo monetário, que atua com defasagens sobre a economia, em um contexto de transformações na intermediação financeira, aumenta a incerteza sobre os canais de transmissão e pode elevar a trajetória da inflação no horizonte relevante para a política monetária", diz o texto.

A autoridade monetária revisou as expectativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2020, de 1,80% para 2,2%, ainda levemente abaixo da mediana do mercado apurada pelo levantamento Projeções Broadcast, de 2,30%.

Acomodação

O economista-chefe do Banco ABC Brasil, Luis Otávio de Souza Leal, também argumenta que há espaço para acomodar choques, como o de carnes, e o efeito da depreciação cambial na inflação de 2020. "A economia vai crescer mais no ano que vem, mas ainda não é 4%, vai demorar mais de um ano para fechar o hiato do produto. Eu diria que o impacto da alta do dólar, por exemplo, não vai ser tão baixo quanto foi nos últimos meses, mas eu também não me preocuparia", diz ele, que estima 3,7% para o IPCA do ano que vem.

Já o economista-chefe da Garde Asset, Daniel Weeks, afirmou que o cenário de inflação no ano que vem deve continuar bastante tranquilo, conforme a sua projeção de 3,5%.

Weeks acrescenta que há até mesmo um certo viés de baixa. Além de acreditar que a maior parte do choque de carnes foi antecipado para este ano, ele afirma que há ainda chance de os preços administrados ficarem mais baixos do que sua projeção atual, de alta de 4%.

Isso porque há perspectiva de continuidade de reajustes negativos em distribuidoras de energia elétrica, se o cenário hídrico permitir, graças à quitação antecipada de um empréstimo bilionário feito no fim de 2014, no auge da crise hídrica, que levou a um acionamento de térmicas para evitar um reajuste muito elevado de tarifas naquele momento.

No RTI, o próprio Banco Central reduziu suas expectativas para a inflação dos preços administrados em 2020, de 4,5% para 3,6% no cenário de mercado, com taxa de juros e câmbio extraídos da Pesquisa Focus. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Banco Mundial (Bird) reduziu as previsões de crescimento do Brasil de 2018 e para este ano. Em junho, a instituição multilateral estimava que o País avançaria 2,4% no ano passado, mas agora prevê alta de 1,2%, numa das maiores reduções de projeção para países.

Para 2019, o Bird reduziu a previsão do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil de 2,5% para 2,2% e manteve a avaliação de que a economia nacional deve registrar uma expansão de 2,4% em 2020. Estas considerações foram divulgadas no relatório Perspectivas Econômicas Globais, cujo subtítulo é "Céus Escurecendo".

##RECOMENDA##

De acordo com o Banco Mundial, o crescimento do País ficou sem brilho em 2018, em boa medida refletindo efeitos da greve dos caminhoneiros sobre o nível de atividade e "incertezas políticas".

"Uma expansão de 2,2% (em 2019) está prevista para o Brasil, pressuponde-se que reformas fiscais sejam rapidamente implementadas e que a recuperação do consumo e investimento supere os cortes nas despesas públicas", destacou o documento, sem fazer uma menção direta à mudança estrutural na Previdência.

O Bird também reduziu ligeiramente a projeção de crescimento global em 0,1 ponto porcentual a cada ano entre 2018 e 2020. Em junho, o banco previa uma expansão de 3,1% em 2018, mas baixou para 3,0% e reduziu a estimativa de 3,0% para 2,9% em 2019.

Para 2020, a projeção recuou de 2,9% para 2,8%. A revisão está relacionada ao aperto das condições financeiras globais, que deriva, em boa medida, da elevação dos juros nos EUA, das incertezas no comércio internacional, sobretudo com as disputas entre Washington e Pequim, e da perda do vigor do setor manufatureiro.

A desaceleração da expansão internacional deve ser maior no grupo de países classificados pelo Banco Mundial como Mercados Emergentes e Economias em Desenvolvimento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) afirmou que a economia global continuará a mostrar força nos próximos anos, mas revisou para baixo projeções para o ano atual e o próximo e alertou que as tensões comerciais podem prejudicar o investimento e desacelerar o ritmo do mundo. A entidade sediada em Paris cortou suas projeções para o avanço do Produto Interno Bruto (PIB) global para 3,7% tanto em 2018 quanto em 2019. Em maio, ela havia previsto crescimento de 3,8% neste ano e de 3,9% no seguinte.

"Não é o fim da recuperação, mas os riscos têm crescido", afirmou Laurence Boone, economista-chefe da OCDE. "As empresas têm retardado seus planos de investimento. As encomendas de exportação têm desacelerado."

##RECOMENDA##

Nesta segunda-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou tarifas sobre US$ 200 bilhões em produtos da China, que respondeu na terça-feira com tarifas sobre US$ 60 bilhões em exportações americanas. Trump então reiterou a ameaça de impor mais tarifas. A escalada nos últimos meses levou a algumas tarifas americanas também sobre importações da União Europeia, que respondeu com novas tarifas sobre exportações dos EUA. Os dois lados começaram a dialogar para resolver as diferenças. Trump, por sua vez, argumenta que tarifas mais altas ajudarão a criar empregos nos EUA.

Em seu relatório trimestral sobre a perspectiva global, a OCDE afirmou que a crescente incerteza sobre as regras que governam o comércio global já enfraquece o crescimento das exportações e importações, além de ameaçar investimentos, com companhias à espera de mais clareza sobre o quadro.

A OCDE manteve sua projeção para o crescimento dos EUA em 2018 em 2,9%, mas cortou a para 2019 de alta de 2,8% para 2,7%. Ela também reduziu projeções de crescimento da zona do euro e do Reino Unido neste ano e no próximo, citando em parte a falta de clareza sobre as condições para a saída do país da União Europeia, o chamado Brexit. "É vital chegar a um acordo que mantenha a relação mais próxima possível."

Além disso, a OCDE realizou cortes nas projeções para Argentina e Turquia, que têm enfrentado desvalorizações cambiais acentuadas. A entidade espera que a economia argentina tenha contração de 1,9% neste ano, quando antes projetava expansão de 2%. Para a Turquia, projeta crescimento de 3,2%, abaixo do avanço de 5,1% esperado em maio.

Em outras partes do mundo o impacto sobre o crescimento deve ser menor, conforme as elevações de juros nos EUA levam capital ao país, retirando-o de economias em desenvolvimento. "Nós não estamos esperando uma crise", afirmou Boone.

A OCDE advertiu, contudo, que o impacto negativo sobre as economias em desenvolvimento pode ser maior se o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) elevar os juros de modo mais acentuado que o esperado, ou se Argentina e Turquia fracassarem na tentativa de estabilizar o câmbio. "Notícias mais negativas na Argentina ou na Turquia poderiam levar a uma avaliação mais dura no sentimento do investidor sobre as economias de mercados emergentes", afirma a OCDE.

A entidade também disse que os governos de países em desenvolvimento não deveriam cortar impostos ou elevar gastos para impulsionar o crescimento no curto prazo, mas poderiam elevar investimentos em infraestrutura e educação para apoiar o crescimento no longo prazo. Boone ainda mostrou cautela com a política atual de estímulo dos EUA. "Uma política fiscal pró-cíclica quando se está no pico de uma recuperação não é algo que um país deva normalmente fazer", comentou. Fonte: Dow Jones Newswires.

A equipe econômica revisou a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2018 de 2,50% para 1,60%, de acordo com a nova grade de parâmetros macroeconômicos divulgada nesta sexta-feira, 20, pelo Ministério do Planejamento. O dado já havia sido antecipado ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, pelo ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, na semana passada. No último Relatório de Mercado Focus, elaborado pelo Banco Central, a projeção dos economistas do mercado financeiro apontava para uma alta de 1,50% neste ano.

Já a projeção do governo para a inflação medida pelo IPCA em 2018 passou de 3,4% para 4,2%. No Focus, as estimativas dos analistas eram de um IPCA de 4,15% neste ano.

##RECOMENDA##

O Ministério do Planejamento também revisou a projeção para o IGP-DI de 2018, de 5,1% para 7,9%. A estimativa da pasta para a Selic (a taxa básica de juros) média em 2018 passou de 6,3% para 6,5% ao ano.

A projeção do governo para o câmbio médio em 2018 passou de R$ 3,4 para R$ 3,6. Por fim, a estimativa de alta da massa salarial nominal passou de 5,1% para 4,2% este ano.

Receitas

O Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas do 3º bimestre divulgado pelo Ministério do Planejamento trouxe uma alta de R$ 11,624 bilhões nas receitas totais projetadas para 2018, em relação ao documento do 2º bimestre. Pelo lado das despesas, a projeção de gastos em 2018 aumentou R$ 7,546 bilhões.

Com as mudanças, a projeção de receita primária total de 2018 passou de R$ 1,470 trilhão para R$ 1,482 trilhão, e a receita líquida - livre de transferências - passou de R$ 1,222 trilhão para R$ 1,226 trilhão. Já a estimativa para as despesas primárias neste ano passou de R$ 1,375 trilhão para R$ 1,383 trilhão.

Espaço fiscal

O Planejamento informou que o espaço para aumento de despesas dentro do Teto de Gastos é de apenas R$ 666,6 milhões. O documento também confirma a existência de um espaço fiscal de R$ 1,845 bilhão no Orçamento de 2018, em relação à meta fiscal deste ano. O objetivo do governo é encerrar 2018 com um déficit primário de até R$ 159 bilhões.

Planejamento estratégico de longo prazo do governo revela que o crescimento da economia brasileira ficará abaixo de seu potencial e vai patinar em 1,3% ao ano, a partir de 2021 até 2031, se a trajetória atual das contas do governo permanecer inalterada e nenhuma nova reforma fiscal for aprovada.

O ritmo de alta da atividade econômica desacelera nos próximos três anos - 3% em 2019 para 1,3% depois de 2021 - devido à falta de solução para o rombo das contas públicas, o que pode levar ao aumento da rigidez orçamentária da União. Nesse cenário, o déficit fiscal só começaria a ser revertido em sete anos, em 2025, após 11 anos no vermelho.

##RECOMENDA##

As previsões, às quais a reportagem teve acesso, serviram de base para a elaboração da Estratégia Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (2020-2031), que entra em audiência pública nesta segunda-feira (11).

A elaboração do plano é uma orientação do Tribunal de Contas da União (TCU) e marca uma mudança na forma do governo definir suas prioridades de atuação, trocando o curto prazo por metas de médio e longo prazos. Projeto em tramitação no Congresso exige a elaboração do plano de longo prazo.

O documento foi elaborado com base na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2019, que prevê alta do PIB de 3% (2019), 2,4% (2020) e 2,3% (2021 a 2031). Esse último, o crescimento potencial do País estimado pelo governo.

Mas a alta média do PIB pode ser maior e chegar a 3,9% se, além das reformas fiscais, outras medidas microeconômicas forem aprovadas, dando gás à atividade econômica. A melhoria das contas públicas seria também mais rápida com as contas indo para o azul já em 2021 e a dívida recuando para 34% do PIB.

Consenso

"Queremos criar um consenso em torno das prioridades", diz o ministro do Planejamento, Esteves Colnago. Segundo ele, as previsões mostram que serão necessárias medidas para reduzir o peso das despesas obrigatórias no total de gastos do governo. Pelos cálculos do Planejamento, com o quadro atual a participação das despesas obrigatórias no Orçamento sobe de 91% em 2017 para 98% em 2021. O cenário considerou a manutenção do teto de gasto e nenhuma nova receita extraordinária.

"O governo que vier vai ter que aprovar a Reforma da Previdência, intensificar a verificação dos planos sociais, saber se todo mundo que recebe deveria estar recebendo, e alguma reforma administrativa". Esses três pontos, afirma o ministro, garantem um bom ambiente econômico com contas solventes. "Teremos cada vez menos espaço para fazer investimento", alerta.

A estratégia de 12 anos será o planejamento de mais longo prazo do governo e visa a convergir as prioridades dos mais de 70 planos setoriais que os diversos órgãos da administração direta são obrigados a fazer.

"Temos planos setoriais de cinco anos, sete anos...Precisamos pensar no conjunto onde o Brasil quer chegar", diz o ministro. "É um plano de Estado, da sociedade, e não de governo", ressalta Colnago. Segundo ele, a Constituição prevê a elaboração do Plano, mas a medida até agora não foi regulamentada.

O Plano Plurianual da União (PPA), que tem vigência de quatro e quatro anos, terá que se ajustar também à Estratégia Nacional. O ministro ressalta que cada vez mais a iniciativa privada será o motor da expansão.

O novo plano tem como meta a elevação do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,754 (nível alto) para 0,800 (nível muito alto) no período entre 2020 e 2031. O PIB per capita pode crescer 1,8% por ano (cenário básico) e 3,3% (cenário transformador).

Neste ano

Não é só no longo prazo que a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro vai continuar patinando. No curtíssimo prazo, o País deve assistir a uma deterioração das expectativas. O cenário se distanciou bastante do otimismo no início do ano, quando os analistas previam crescimento de pelo menos 3% do PIB em 2018. Uma ameaça de guerra comercial, uma alta maior da taxa de juros nos Estados Unidos, uma greve de caminhoneiros e um quadro eleitoral para lá de conturbado fizeram com que economistas refizessem suas contas e jogassem para baixo a previsão de alta do PIB para este ano. Na sexta-feira, mais bancos revisaram para baixo suas projeções econômicas para 2018 - o Bradesco cortou de 2,5% para 1,5%, o Itaú de 2% para 1,7% e o Bank of America Merrill Lynch de 2,1% para 1,5%. Há, inclusive, economistas que já projetam uma repetição do resultado de 2017, quando o crescimento avançou 1%, depois de acumular queda de quase 7% nos dois anos anteriores. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando