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A percepção de avanço de candidaturas que representam extremos ideológicos aos olhos do mercado, casos de Ciro Gomes (PDT) e de Jair Bolsonaro (PSL), tem contribuído para o sentimento de desalento de investidores. Eles antecipam risco de desfecho eleitoral desfavorável à agenda de reformas e, consequentemente, ao desempenho da economia, segundo levantamento feito por O Estado de S. Paulo com dez instituições financeiras e sondagem feita pela XP Investimentos com 204 investidores.

Tal avaliação vem sendo embalada pelo mau desempenho nas pesquisas de candidatos vistos como fiscalmente responsáveis, como Geraldo Alckmin (PSDB), que segue patinando, e Henrique Meirelles (MDB), que demonstra raquitismo nas prévias eleitorais.

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Analistas avaliam que Bolsonaro e Ciro se fortaleceram com a crise política provocada pela greve dos caminhoneiros e a fragilidade do governo Temer. A leitura, diante do apoio popular ao movimento grevista, é de que um candidato reformista tem menos chances de ser eleito. "O comprometimento do candidato que o mercado quer, de prosseguir com a agenda de reformas, não é o mesmo do eleitor comum", afirma Sérgio Lazzarini, professor do Insper.

O descompasso entre a aspiração dos investidores e as indicações recentes do eleitorado, que sinaliza aderência a discursos mais populistas, tem forçado o mercado a refazer suas contas, diz Paulo Leme, da Vinland Capital. "Há contraste cruel entre o que o mercado idealizou e a realidade crua da política brasileira."

O revés nas expectativas transpareceu de forma mais clara nos últimos dias em sondagem da XP Investimentos, que, desde 2017, reúne impressões dos investidores sobre os presidenciáveis. Até abril deste ano, o levantamento mostrava que as fichas do mercado estavam na candidatura de Alckmin, a quem se atribuía boas chances de chegar ao Planalto. Agora a pesquisa, que ouviu 204 investidores nos dias 4 e 5 de junho, indicou aposta maior num segundo turno entre Ciro e Bolsonaro, com investidores creditando mais chances de vitória ao deputado.

O problema aos olhos do mercado é que nenhum dos dois desfruta, por ora, da confiança que os investidores depositam em Alckmin, cuja eleição levaria à alta da Bolsa e à queda do dólar e dos juros para a maior parte dos investidores ouvidos pela XP.

Na comparação com Bolsonaro, Ciro assusta mais. Dos entrevistados, 94% apostam que, se ele vencer, a Bolsa recuará. Já 80% projetam desvalorização do câmbio, levando o dólar para mais de R$ 4.

Entre as instituições ouvidas pelo Estado, que falaram sob reserva, foi manifestada preocupação em relação ao discurso de Ciro de ingerência na economia, de uso das estatais e de aumento de impostos em detrimento do corte de gastos.

A avaliação do "risco Bolsonaro" vem melhorando a cada sondagem da XP, mas o mercado ainda se mostra reticente. A maior parte (51%) não acredita na capacidade de a vitória de Bolsonaro impulsionar a Bolsa e 45% dizem que sua vitória levaria à alta do dólar.

Desconfiança

Os investidores que falaram ao Estado demonstraram incerteza em relação ao comprometimento de Bolsonaro com a agenda liberal que vem sendo propagada por Paulo Guedes, que coordena o programa econômico do deputado. A maior parte dos investidores citou posicionamentos estatizantes e intervencionistas de Bolsonaro no passado como razão para a desconfiança. Também é motivo de temor o fato de Bolsonaro pertencer a um partido pequeno, o que levaria à dificuldade de articular a aprovação de medidas no Congresso.

Ainda correndo por fora, à espera de uma decisão do PT, Fernando Haddad desperta desconfiança tanto quanto Ciro Gomes. Se eleito, a Bolsa cairia do patamar atual, segundo 94% dos investidores ouvidos pela XP. Para 51%, cairia abaixo dos 65 mil pontos. O câmbio ficaria acima de R$ 4 para 70% dos consultados.

Para Silvia Matos, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV, o cenário de pânico visto no mercado financeiro nos últimos dias é um sinal de alerta tanto para a sociedade quanto para os pré-candidatos. Fuga de capitais, alta no dólar e desvalorização de ações na Bolsa seriam uma antecipação do que poderia ocorrer num governo populista.

Segundo o cientista político do Insper, Carlos Melo, o maior risco, nesse caso, é de "desinstitucionalização". "Um líder populista renega a lei e esvazia as instituições. Na economia, por exemplo, não haverá regras e normas claras", afirma. "Não há como ter desenvolvimento nem bem-estar econômico." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O desempenho do Dia das Mães deste ano deve ser o melhor desde 2013 especialmente por causa da inflação baixa. Tida como o Natal do primeiro semestre pela forte importância nas vendas do varejo, a data deve movimentar R$ 9,4 bilhões em produtos e serviços este ano, uma cifra 4,3% maior em relação às vendas de 2017, segundo projeções da Confederação nacional do Comércio (CNC).

O principal fator para sustentação desse aumento real de faturamento é a inflação baixa, destaca o economista-chefe da CNC, Fabio Bentes, responsável pelas projeções. Em 12 meses até abril, os preços de uma cesta de 19 itens, entre produtos e serviços mais consumidos na data, acumulou alta de 1,8%, apontam dados da prévia da inflação oficial, apurados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) 15 do IBGE.

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"É a inflação mais baixa para essa cesta de produtos e serviços em 18 anos que deve impulsionar as vendas do dia das Mães", diz o economista. No ano passado, os preços dos produtos e serviços mais consumidos na data tinham subido 4%.

Neste ano, vários itens da cesta acumulam queda de preço em 12 meses. Chocolate e televisores, por exemplo, encabeçam a lista, com quedas expressivas nos preços, de 12% e 4,7%, respectivamente.

Bentes pondera que a projeção para o Dia das Mães já considera a perda de fôlego que houve nas vendas do comércio varejista em janeiro e fevereiro. No primeiro bimestre, o comércio varejista não saiu do lugar em relação ao mês anterior, afetado pelo encarecimento do crédito, diz. Com isso, a CNC reduziu de 5,2% a projeção de vendas do varejo como um todo para este ano. "Se tivéssemos feito essa projeção antes da divulgação dos resultados de janeiro e fevereiro, o Dia das Mães seria um pouco maior, talvez com um avanço de 4,5%."

Roupas

Itens de vestuário devem responder pela maior parte do faturamento do Dia das Mães, isto é, por quase 40% do volume de negócios. A expansão das vendas desse segmento deve ser 4,8% ante 2017.

Em seguida estão móveis e eletrodomésticos, com participação de 17% na receita e artigos de uso pessoal e doméstico, com 14%. A expectativa da CNC é que os artigos de uso pessoal e doméstico registrem expansão de 12,7% nas vendas este ano, a maior taxa de crescimento em relação aos demais segmentos na comparação com 2017.

Bentes destaca que, como ocorre desde o ano passado, há uma melhora gradual nas vendas em datas comemorativas e no Dia das Mães deste ano não deve ser diferente.

Emprego

Essa recuperação gradual das vendas deve ter impactos positivos no emprego do setor. A CNC calcula que 21,1 mil temporários devem ser admitidos para trabalhar no período que antecede o Dia das Mães deste ano. Em 2017 foram abertos 20,4 mil postos formais na data. A média do salário inicial dos temporários deste ano é de R$ 1.120, uma cifra 3% maior do que a oferecida na mesma data de 2017.

Outro dado positivo apontado pela CNC, por conta da recuperação da economia, é que neste ano há mais chances desses trabalhadores temporários continuarem empregados depois do Dia das Mães. A entidade estima em 6,7% o índice de retenção de trabalhadores ante 5% no ano passado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As vendas de imóveis no País devem crescer 15% em 2018, para o patamar de aproximadamente 120 mil unidades, de acordo com projeções da Associação Brasileira de Incorporadoras (Abrainc) feitas em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Se as estimativas forem confirmadas, o mercado imobiliário voltará ao mesmo nível de vendas registrado em 2014, antes do aprofundamento da crise econômica nacional.

Até fevereiro, as vendas acumuladas em 12 meses chegaram a 78,6 mil unidades, enquanto os lançamentos foram a 85,3 mil unidades, segundo dados divulgados há pouco pelas instituições.

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"É possível dizer, categoricamente, que o pior já passou. O que não quer dizer, porém, que o setor já está a salvo", observou o economista da Fipe, Eduardo Zylberstajn, durante apresentação dos números em evento organizado pela Abrainc. Zylberstajn afirmou que, pelo lado positivo, a economia brasileira deixou para trás a recessão e conta com um cenário marcado pela redução dos juros e da inflação.

Por outro lado, o economista ponderou que as vendas de imóveis ainda são limitadas pela falta de uma recuperação vigorosa da geração de empregos e pelo baixo nível de confiança dos consumidores. "Por mais que a confiança tenha melhorado, ainda estamos em patamares historicamente baixos. Ainda há muita incerteza e insegurança no ambiente", afirmou, acrescentando que não há indicação de uma retomada mais forte dos empregos no curto prazo.

Zylberstajn estimou que o avanço do setor deverá ser sustentando pelo crescimento das atividades do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), segmento em que há maior demanda e condições mais favoráveis de financiamento. Por sua vez, os imóveis voltados para o mercado de médio e alto padrão ainda devem evoluir lentamente. Segundo projeções da Fipe e Abrainc, o Minha Casa Minha Vida deve responder por 64% das vendas em 2018, ante 42% em 2014.

Apesar da estimativa de crescimento das vendas, o economista ponderou que não há sinais de um aquecimento nos preços dos imóveis. Durante o "boom" do setor na última década, essa valorização foi sustentada pela redução dos juros e pelo alongamento do prazo de financiamento pelos bancos. "Com o juro que temos hoje, aparentemente, o preço está de acordo com os seus fundamentos. Qualquer valorização mais forte no preço dos imóveis precisaria passar por uma queda relevante nos juros, aumento dos prazos e recuperação do mercado de trabalho, o que não parece ser o caso para o curto prazo."

O Brasil deve receber US$ 41,1 bilhões em capital externo em 2018 para investimento em renda fixa e Bolsa, prevê o Instituto Internacional de Finanças (IIF), formado pelos 500 maiores bancos do mundo, com sede em Washington. O volume representa aumento de 183% em relação ao ano passado, quando os ingressos somaram US$ 14,5 bilhões, um dos números mais fracos dos últimos anos.

O Brasil, mesmo com as eleições, deve ser um dos emergentes que mais vai atrair capital externo este ano, segundo as estimativas do organismo. Outros destaques são a Argentina, com ingressos estimados em US$ 41,9 bilhões em 2018 e a Turquia, com US$ 51,3 bilhões. Outros mercados devem ter fuga de capital, como a Rússia, com saída estimada de US$ 36 bilhões, e a Coreia do Sul, com perda de US$ 77 bilhões.

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O IIF ressalta que o Brasil atraiu volume de recursos "relativamente robusto" em fevereiro, enquanto outros mercados como China, Polônia e Tailândia perderam capital. Os economistas da instituição observam que os investidores estrangeiros devem mostrar crescente diferenciação no momento da decisão de qual emergente aportar recursos.

Positivo

Após um turbulento mês de fevereiro, os fluxos de capital estrangeiro para países emergentes voltaram a ficar positivos em março e somaram US$ 7,6 bilhões, de acordo com estimativas preliminares do IIF. Apesar da recuperação, o volume de recursos este mês foi o mais fraco desde novembro de 2016.

Regionalmente, a América Latina foi a única região a registrar fuga de capital em março, com saída de US$ 2,1 bilhões, considerando os mercados de renda fixa e bolsa. Os emergentes da Ásia atraíram US$ 5,1 bilhões, seguidos pela África/Oriente Médio, com ingresso de US$ 3,2 bilhões, de acordo com os números do IIF. A África do Sul segue como uma dos países que mais estão atraindo recursos , com os investidores animados pela troca de presidente.

Nos emergentes, os investidores aportaram recursos principalmente na renda fixa em março, com fluxo de US$ 6 bilhões. Na bolsa, o volume de capital somou US$ 1,6 bilhão.

Em março, o IIF ressalta que sinais de recuperação mais forte nos emergentes estão entre os fatores que contribuem para manter estes mercados atrativos para os estrangeiros. Indicador calculado pela própria instituição mostra que a região está crescendo no ritmo mais alto desde 2011. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve crescer 3,0% este ano, seguido de outro avanço também de 3,0% em 2019, segundo projeções divulgadas nesta quinta-feira, 22, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) deve ter elevação de 4,5% em 2018. Em 2019, a expectativa é de crescimento de 6,0% em 2019. Ainda pela ótica da demanda, o Consumo das Famílias deve subir 3,4% em 2018 e aumentar 2,8% em 2019.

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Já o Consumo do Governo deve ficar estável (0,0%) este ano, mas avançar 0,5% em 2019. As exportações devem subir 6,2% em 2018 e ter expansão de 5,8% em 2019, enquanto as importações podem subir 7,5% agora e registrar elevação de 5,5% no ano seguinte.

Pelo lado da oferta, a previsão para o PIB da Indústria é de expansão de 3,6% em 2018, seguido por avanço de 3,1% em 2019. No PIB de Serviços, a estimativa é de crescimento de 2,9% este ano e avanço de 3,0% no ano que vem. Já o PIB da Agropecuária deve cair 2,2% em 2018, mas crescer 3,5% no ano que vem.

O Ipea estima que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerre 2018 em 3,60%. A taxa acumulada em 2019 subiria a 4,25%.

A estimativa para a taxa básica de juros - reduzida em 0,25 ponto porcentual na quarta-feira pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central - é de 6,25% ao fim deste ano. A taxa Selic em 2019 aumentaria para 7,0%.

"O Banco Central tem conseguido ancorar as expectativas e isso acaba levando nossas projeções nessa direção. O Banco Central também mostra cautela de não jogar a taxa de juros muito para baixo para não ter que subir muito em seguida. No nosso entender é uma forma melhor de fazer. Fazer variações bruscas não seria bom", avaliou José Ronaldo de Castro Souza Junior, diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea.

A projeção do instituto para a taxa de câmbio ficou em R$ 3,40 ao fim de 2018 e de R$ 3,45 em 2019.

O Itaú Unibanco revisou levemente para baixo a sua previsão para a taxa de inflação medida pelo IPCA para 2017, de 3,3% para 3,2%, mostra relatório distribuído nesta quinta-feira, 23, a jornalistas. Para 2018, a expectativa permanece em 3,8%. Além disso, a instituição financeira reafirmou sua projeção de que a Selic termina 2017 a 7,0% ao ano e chega ao fim de 2018 a um nível de 6,5% ao ano.

O banco também manteve suas estimativas para o PIB, com crescimento de 0,8% em 2017 e de 3,0% para o ano que vem, e para o câmbio, de R$ 3,25 no fim de 2017 e de R$ 3,50 no fim de 2018.

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A expectativa para o déficit primário segue em 2,3% do PIB este ano e em 2,1% para o ano que vem. As previsões para a taxa de desemprego são de 12,5% no fim de 2017 e de 11,8% para o término de 2018.

O Ministério do Planejamento informou nesta segunda-feira, 30, que o governo manteve em 2% a previsão de alta do PIB em 2018, na mensagem modificativa do Orçamento do próximo ano que será enviada ao Congresso Nacional. Para 2017, a projeção de expansão do PIB segue em 0,5%.

A previsão para o IPCA de 2018 também foi mantida em 4,2%, como já constava no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA). Para 2017, a equipe econômica revisou a estimativa de inflação de 3,7% para 3,5%.

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A projeção para o INPC de 2018 passou de 4,2% para 4,3%, enquanto a estimativa para o índice de preços em 2017 caiu de 3,5% para 3,1%. Com as alterações nas projeções de inflação, a previsão do governo para o salário mínimo em 2018 caiu de R$ 969,00 para R$ 965,00, aplicando a fórmula de reajuste determinada em lei.

O governo também alterou a projeção para a Taxa Selic ao fim do próximo ano, de 8% para 7,25%. Para 2017, passou de 8,25% para 7,30%. A taxa de câmbio média esperada para o próximo ano também foi revisada e caiu de R$ 3,38 para R$ 3,29. Para 2017, a taxa média de câmbio passou de R$ 3,25 para R$ 3,18.

O Planejamento também divulgou novas projeções para a alta da massa salarial nominal. Em 2018, a estimativa passou de 5,7% para 6,1%. Para 2017, a projeção subiu de 4,0% para 4,7%.

Dívida

A projeção do governo para a evolução da Dívida Bruta do Governo Geral em 2018 a levará a 78,5% do PIB ao fim do próximo ano. Em 2017, a equipe econômica espera que a dívida bruta encerre o ano em 75,7% do PIB. Para 2019, a estimativa do governo é de que a dívida bruta chegue a 80,3% do PIB, e suba menos, para 80,7% do PIB em 2020.

Já a projeção do Planejamento para a Dívida Líquida do Setor Público indica uma passagem de 52,2% do PIB em 2017 para 55,3% do PIB em 2018. A curva ascendente indicada pelo ministério ainda coloca a dívida líquida em 57,9% do PIB em 2019 e 59,1% do PIB em 2020.

A reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) desta semana provocou uma onda de revisões para baixo nas projeções da Selic, a taxa básica de juros. Ontem, os dois maiores bancos privados do País, Bradesco e Itaú, anunciaram corte nas previsões, para 7%. O francês BNP Paribas e o Banco Safra preveem que os juros podem cair ainda mais, para 6,5%.

O Copom cortou esta semana a Selic de 9,25% para 8,25% e anunciou que deve reduzir de forma "moderada" o ritmo de cortes nas próximas reuniões. Para os economistas do Bank of America Merrill Lynch, ao invés de reduzir o juro em 1 ponto porcentual, como fez nos últimos encontros de política monetária, o BC deve diminuir o ritmo para 0,50 ponto nas próximas duas reuniões.

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O Bradesco cortou a projeção para a Selic no final de 2017 de 7,5% para 7% e descarta, por enquanto, a necessidade de subir a taxa no ano que vem. Por isso, a Selic deve permanecer neste patamar ao menos até o final de 2018. "A recuperação da economia se consolida, sem aceleração da inflação", destaca, em relatório. O banco cortou ainda a estimativa para o IPCA deste ano, de 3,4% para 3% e em 2018 estima que o indicador deve ficar em 3,9%. "Apesar dos sinais de retomada do consumo, as surpresas de baixa com a inflação persistem."

O Itaú Unibanco também anunciou que alterou sua projeção para a Selic, de 7,25% para 7% no fim deste ano. Após a reunião do Copom, o banco espera que o BC diminuirá o ritmo de redução da Selic para 0,75 ponto porcentual, levando a taxa para 7,50% em outubro. Depois disso, o Copom faria outro corte, de 0,50 ponto. "Mudamos nossa estimativa para o fim do ano para 7%, de 7,25% anteriormente", disse, em nota, o economista-chefe do Itaú Unibanco, Mario Mesquita.

No relatório, ele afirma que uma economia em recuperação e a inflação baixa amparam a intenção do Copom de desacelerar a velocidade de queda dos juros e eventualmente finalizar o ciclo de recuo da Selic. O banco ainda cita, dentre outros fatores, o quadro de alívio na inflação mencionado pelo Copom. "O Comitê avalia que a evolução da inflação permanece bastante favorável, mas já não fala de desinflação", ressalta a instituição.

Ciclo. O Safra e o BNP acreditam que a Selic vai chegar ao final do ciclo de corte de juros em nível menor que o previsto anteriormente. O Safra, em relatório divulgado ontem, prevê que o ciclo será um pouco mais longo, terminando na primeira reunião do Copom de 2018, com o juro básico chegando a 6,5%. Antes, a previsão é que não haveria cortes no ano que vem. No caso do BNP, o banco reduziu a estimativa da taxa de 7% para 6,5% no final do ciclo, que deve ocorrer em março de 2018.

Entre outros bancos internacionais, o UBS reduziu a estimativa para a Selic de 7,50% para 7,25%, com esse nível devendo permanecer ao longo de 2018. Esse cenário considera a possibilidade de redução da taxa em 0,75 ponto porcentual no encontro do Copom em outubro e outro corte de 0,25 ponto em dezembro. No relatório, o banco cita que a recuperação gradual está em progresso e a inflação continua favorável.

Já o Mitsubishi UFJ Financial Group (MUFG) foi ainda mais radical no corte da projeção e reduziu a estimativa da Selic no fim deste ano de 8% para 7%. Contudo, para 2018, o banco estima que o BC voltará a elevar os juros, que devem subir para o patamar de 8%.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em seminário realizado na manhã de quarta-feira (25), as projeções e perspectivas para a economia paraense e brasileira em 2017 foram discutidas. A programação foi organizada pela Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), por meio do Grupo Interinstitucional de Estudos e Análise Conjuntural (Geac). O evento reuniu representantes de instituições governamentais.

Durante o seminário, Eduardo Costa, presidente da Fapespa, explicou como o Estado do Pará deverá se manter no cenário da economia brasileira e mundial. De acordo com o presidente, o Pará tem uma perspectiva de crescimento de 1,27% do PIB, mas irá acumular um saldo negativo no mercado de trabalho. "Isso demonstra que o Estado do Pará está sendo fortemente impactado pela crise econômica nacional. De certa forma o comércio e a construção civil serão dois setores que contribuirão para essa desempenho negativo", informou.

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Segundo Raul Tavares, gerente do Centro Internacional de Negócios do Sistema FIEPA (CIN), a indústria extrativa vai responder praticamente por 86% de tudo que é produzido no Estado e comercializado no mercado internacional. De acordo com Raul, as projeções e a entrada em operação de novos projetos minerais farão com que o Pará tenha uma perspectiva de crescimento da indústria extrativa. "A perspectiva da indústria extrativa é de crescimento. Não podemos dizer da indústria de transformação, pois esta vem sofrendo processo de ajustamento em função de problemas externos", disse.

Noêmia Jacob, secretária de Estado e Gestão Estratégica, falou sobre um dos projetos que o governo do Estado está desenvolvendo para enfrentar a crise econômica. Segundo ela, um dos planos é o programa "Pará Sustentável", que busca o desenvolvimento a partir de questões ambientais. "Temos ações desenvolvidas em 14 cadeias produtivas distribuídas em cada região do Estado para que cada população possa ter o seu desenvolvimento econômico e associado a isso um olhar sobre os indicadores sociais", afirmou.

A secretária ainda destacou que a forma de produzir é um grande diferencial. "Sendo Amazônia não podemos produzir de qualquer forma. Temos que poduzir protegendo. Olhar para as questões poluidoras em geral e controlar o desmatamento. Então, penso que o olhar e as ações podem ser desenvolvidas a partir dessas questões", disse.

 

 

 

O crescimento que era ruim ficou muito pior. A inflação deu inesperado repique, mas despencou. O dólar que era para explodir, no fim, cedeu. A Selic, a taxa básica de juros não caiu o esperado. Em outras palavras, nas expectativas de analistas de mercado, apuradas semanalmente pelo Boletim Focus, do Banco Central (BC), indicadores importantes iniciaram o ano de um jeito e terminaram do outro, alguns oscilando no meio do caminho como exame cardíaco de quem corre na esteira.

Nesta segunda-feira (26), o BC divulgou o último Focus do ano, mostrando que a tarefa de prever cenários para indicadores, que nunca é fácil, foi mais complicada do que o usual em 2016. Consultores e economistas dão um desconto para as várias mudanças de rotas que aparecem no Focus ao longo do ano.

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"Quando 2016 começou, a incerteza era brutal e ninguém contemplava a mudança de governo: Joaquim Levy tinha acabado de deixar o Ministério da Fazenda, era impossível saber para onde iria a política econômica e Dilma perdia força política", diz Silvio Campos, analista de macroeconomia e de política da Tendências Consultoria Integrada.

Segundo Campos, isso explica porque, lá no começo de 2016, o previsto era que o dólar terminasse o ano em R$ 4,35 - praticamente R$ 1 ou 30% acima da cotação de R$ 3,37, que consta do último relatório do ano - mesmo com a eleição de Donald Trump, para a presidência dos Estados Unidos, que coloca pressão sobre a moeda americana.

Também não dava para prever, justifica ele, a seca severa, que fez de 2016 o ano da inflação do feijão e do leite. Assim, lhe parece razoável que, por volta de setembro, o mercado tenha previsto que a inflação encerraria o ano em 7,3% - bem longe dos 6,4% que constam no último relatório do ano e coloca a inflação abaixo do teto da meta, 6,5%.

"Temos de considerar que 2016 foi o ano dos choques: choque da política, o choque de preços por causa da seca e choque recessivo", diz Campos.

Excesso

Para alguns, no entanto, houve excessos no meio do caminho, em especial no que se refere as expectativas de recuperação do Produto Interno Bruto (PIB).

O pior, avaliam, é que esse otimismo contribuiu, por tabela, para distorcer projeções de inflação e da Selic. "Após o impeachment, houve excesso de otimismo em relação à capacidade de recuperação da economia e esse otimismo afetou não apenas as expectativas de 2016, mas também as de 2017" diz Evandro Buccini, economista da gestora Rio Bravo Investimentos.

Alguns chegaram a prever alta de 2% no PIB do ano que vem. Agora, já há analistas estimando zero ou mesmo nova retração do PIB em 2017. No último Focus do ano, a estimativa é queda de 3,49% nesta ano e de crescimento de 0,5% em 2017.

O economista Luiz Carlos Mendonça de Barros foi um dos maiores críticos desse "excesso de otimismo". Passou os últimos meses chamando a atenção para o conservadorismo do mercado e do Banco Central em relação à queda da taxa básica de juros, a Selic. No começo do ano, o mercado previa Selic de 15,25%. No meio do ano, chegou a prevê cerca de 12%. Mas o BC decidiu fazer cortes mais graduais e ela termina em 13,75%.

"Todas as projeções do mercado e até as do BC não levaram em conta, adequadamente, a gravidade da recessão e seu impacto sobre a inflação, por isso, de setembro para cá, vemos uma queda acentuada e inexplicável na expectativa de inflação. Erraram feio e a economia não conseguiu o alívio que precisava", diz Mendonça. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), entidade que abriga empresas exportadoras e importadoras, divulgou projeções ao desempenho da balança comercial brasileira que indicam o primeiro aumento da corrente de comércio do País em quatro anos, com a volta do crescimento das exportações - em queda há cinco anos consecutivos - e retomada das importações em 2017.

Os embarques, nas contas da associação, devem crescer 7,2%, chegando a US$ 197,4 bilhões, no embalo da valorização das commodities - sobretudo minério de ferro e petróleo -, aumento nos embarques de soja (produto mais exportado) e um dólar na faixa de R$ 3,20 e R$ 3,50, o que, segundo a AEB, terá efeito limitado ou nulo sobre a competitividade dos produtos manufaturados.

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A expectativa é que o crescimento seja puxado pelos produtos primários, cujas exportações devem avançar 15,8%, enquanto as vendas de manufaturados ao exterior tendem a cair 1,1% sem as exportações de plataformas de petróleo que inflaram o resultado deste ano.

Para as importações, a AEB prevê aumento de 5,2%, tendo como premissa um crescimento ao redor de 0,5% da atividade econômica, em paralelo a uma pequena redução média, em relação a 2016, dos custos cambiais e tributários nessa operação. Num reflexo da recessão econômica, as compras de produtos estrangeiros no Brasil já caíram 43%, em valor, nos últimos três anos seguidos, regredindo a patamares de 2009, quando a economia brasileira sentia o choque da crise financeira internacional.

Os cenários, contudo, podem mudar devido a incertezas das quais a entidade reconhece desconhecer o impacto na economia global e brasileira - entre elas, a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos.

Com o avanço das exportações superior ao das importações, a AEB projeta crescimento de 13,1%, para US$ 51,6 bilhões, no superávit comercial do ano que vem, renovando o recorde da série histórica previsto para 2016. A aposta vai, porém, na direção contrária das expectativas da maior parte do mercado financeiro, que prevê redução de US$ 2 bilhões, a um total de US$ 45 bilhões, do saldo positivo das transações comerciais do Brasil com o exterior, segundo os números compilados pelo Banco Central no Boletim Focus.

Diante da perspectiva da associação empresarial de aumento nos dois fluxos, a corrente comercial (soma das exportações e importações), que cai há três anos, deve voltar a crescer no ano que vem, alcançando US$ 343,1 bilhões, 6,3% a mais do que o montante estimado para 2016 (US$ 322,7 bilhões).

Escolhido para substituir Marcelo Calero no Ministério da Cultura, o deputado federal Roberto Freire (PPS-SP) afirmou, neste sábado (19), em entrevista ao Portal LeiaJá, que pretende gerir a pasta com “diálogo” e “respeito as divergências políticas”. Ele já assume a pasta em meio a polêmica gerada entre Calero e o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima (PMDB-BA). 

O peemedebista baiano foi acusado pelo ex-ministro de usar do próprio cargo para conseguir vantagens pessoais. Em declaração após pedir demissão Calero disse ter sido pressionado por Geddel a liberar um empreendimento imobiliário em Salvador embargado pelo Iphan, onde o articulador político do presidente Michel Temer (PMDB) adquiriu um imóvel.

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Sobre as declarações, Freire amenizou. “A impressão que eu tenho é de que no âmbito do ministério não tem polêmica nenhuma”, ponderou. Já quando a decisão do Iphan, ele pontuou que “já foi decidido”. “Se você tem o organismo técnico e competente não tem por que você como ministro passar por cima de questões. Parece que isto já estava resolvido. O problema que existe lá na Bahia vai ser revolvido judicialmente”, acrescentou. 

Mudanças na Lei Rouanet

Outro assunto que tem gerado discussões dentro do Ministério da Cultura é a Lei Rouanet. De acordo com o substituto de Calero, os “defeitos” da legislação devem ser revistas. “Tem um projeto que tramita no Congresso que modifica a lei [Rouanet]. Ainda tenho que analisá-la detalhadamente para dizer onde, mas mesmo com a critica grande  e o argumento de que ela não deveria existir eu pontuou que ter uma legislação que incentiva a cultura no Brasil é extremamente importante. Se tem defeitos, vamos modificar”, frisou. 

A lei é alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara dos Deputados e em junho a Polícia Federal afirmou que o Ministério da Cultura falhou na fiscalização dela. Freire defende que a própria pasta faça uma auditoria nos mecanismos da Rouanet. 

Falta de Verbas

Antes de deixar o comando do Ministério da Cultura, Calero também chegou a disparar contra a falta de verbas para efetuar os projetos. Indagado sobre como pretende lidar com o orçamento enxuto, Roberto Freire foi irônico: “se alguém tiver a expectativa de muitos recursos é melhor ficar em casa”. 

“Tivemos o impeachment pelo desmantelo que o governo anterior deixou a sociedade brasileira e a economia. Ela saiu por conta da irresponsabilidade e do desmantelo, então não podemos pensar que vai ter facilidades. Temos ajustes em andamento no Congresso”, observou, lembrando da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55/2016 que está sendo discutida no Senado, e limita os gastos públicos por 20 anos. 

“Nenhum ministro ou ministério pode achar que vai ter tempo bom. Vai ter aperto e contenção, tenho clareza disso. Vamos usar a criatividade para levar o ministério à frente e sair da crise”, acrescentou. 

Já quanto à condução da pasta, o deputado federal disse que não pretende interromper uma gestão já iniciada por Calero. “Vou conversar com o ministro que saiu, conversar com o presidente [Michel Temer] e discutir o que estava sendo planejado e feito. Vai ser continuidade o que precisar e de mudança, caso necessite. Mas uma coisa importante, que o país já vinha caminhando, é a necessidade de instalar na cultura brasileira o clima de diálogo e o respeita as divergências políticas. Com isso tudo é possível”. 

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Iniciando pelo Nordeste as articulações para ser candidato a presidente em 2018, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) afirmou, nesta quinta-feira (10), que o Brasil precisa de "disciplina" para se recuperar da atual conjuntura de crise política e econômica. Após ser recebido como ídolo por simpatizantes e militares no início da tarde de hoje, no Aeroporto Internacional dos Guararapes, no Recife, o deputado faz um discurso reafirmando o desejo de ser conduzido ao Palácio do Planalto e destacou que "quer o bem do Brasil".

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"Quem coloca esta turma em Brasília são vocês. Como pode um país tão rico estar nesta situação? Temos como tirar o Brasil deste ‘Estado de Coisa’. Começamos hoje, aqui no Nordeste, não uma campanha, mas uma movimentação de conscientização. O Brasil precisa de qualidade e disciplina", argumentou, sendo ovacionado pelos seus adeptos durante uma tentativa de discurso.

O presidenciável chega ao estado um dia depois da vitória de Donald Trump para presidente dos Estados Unidos, conquista que segundo Bolsonaro ajuda na difusão da tese de política conservadora no Brasil e a eleger “pessoas boas” em 2018. "Somos cristãos, conservadores, defendemos a posse de arma de fogo para o cidadão de bem, defendemos a família e que o futuro presidente deste país seja de todos", salientou.

Apesar da expectativa positiva, o parlamentar reconheceu a falta de apoio político para disputar o cargo de presidente e disse que será "atacado" por setores da sociedade. "Não tenho governadores, prefeitos, deputados, mas tenho vocês e em 2018, eles perderão. Não adianta drama ou me chamar de fascista, racista e xenófobo só não podem me chamar de corrupto", salientou. "Nós sofreremos ataques, a grande mídia estará contra nós, mas não vencerão a verdade", acrescentou.

Jair Bolsonaro chegou ao estado por volta das 13h30 e assim que apareceu no saguão do aeroporto, as grades de proteção colocadas pela polícia para fazer um corredor montado para a sua passagem foi destruída pela força dos presentes. Membros da Direita Pernambuco, de grupos que defendem o retorno do regime militar e estudantes alinhados a postura política do deputado participaram da recepção. Bolsonaro foi tratado como “popstar” e carregado nos braços ao som de “salvador da pátria”. 

O deputado vem a Pernambuco para participar do encontro anual da Academia Militar das Agulhas Negras que acontece no fim de semana em Porto de Galinhas, Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife (RMR). Antes de seguir para o litoral, ele palestra na tarde de hoje para a Associação dos Cabos e Soldados de Pernambuco e se reúne com o deputado estadual Joel da Harpa (PTN).  

A União Europeia (UE) reduziu hoje sua previsão de crescimento da economia da zona do euro para o próximo ano, segundo o primeiro relatório de projeções econômicas divulgado desde que o Reino Unido votou para sair do bloco, no fim de junho.

A UE agora prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro crescerá 1,5% em 2017, ante estimativa anterior de expansão de 1,8%.

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Para este ano, a projeção da UE para a economia da zona do euro foi elevada, de +1,6% para +1,7%. Em 2018, espera-se que o PIB da região, que engloba 19 países, também se expanda 1,7%.

Já a previsão de crescimento para a UE, que é formado por 28 países, foi mantido em 1,8% para este ano, mas diminuiu para 2017, de 1,9% para 1,6%. Para 2018, a projeção é que o PIB do bloco aumente 1,8%.

No relatório, a Comissão Europeia, braço executivo da UE, avalia que os riscos às projeções aumentaram nos últimos meses e "estão claramente pendendo para baixo". O chamado "Brexit", decisão do Reino Unido de deixar a UE, é destacado no documento.

A UE também prevê que o déficit público da zona do euro deverá cair de 1,8% do PIB em 2016 para 1,5% tanto em 2017 quanto em 2018.

Para Pierre Moscovici, comissário da UE para assuntos econômicos e financeiros, o crescimento na Europa vai se firmar no ano que vem, mas "nestes tempos incertos e voláteis, nenhum esforço deve ser poupado para salvaguardar e fortalecer essa recuperação."

As previsões oficiais da UE, que são publicadas três vezes por ano, servem de base para negociações orçamentárias entre autoridades da UE em Bruxelas e os governos do bloco.

Em 2013, a UE adotou regras fiscais mais severas, na tentativa de evitar uma repetição da crise da dívida soberana. Fonte: Dow Jones Newswires.

Ao destacar que seu governo está desmontando um “ciclo perverso”, pelo qual passava o país, o presidente Michel Temer apresentou hoje (8), algumas projeções otimistas que, segundo ele, serão decorrentes das medidas de austeridade que vêm sendo adotadas. Entre as medidas, destacou a possibilidade de, a partir do segundo semestre de 2017, o país retomar a geração de emprego e de registrar um Produto Interno Bruto “não negativo”. Ele também disse que, mantidas tendências já verificadas, espera que o país retome o grau de investimento, pelas agências de avaliação.

O presidente abriu, pela manhã, o seminário Infraestrutura e Desenvolvimento do Brasil, no auditório da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O evento é promovido pelo jornal Valor Econômico, em parceria com a Confederação Nacional da Indústria,

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“Querem que o governo assuma e dois meses depois o céu esteja azul. Não é assim. Isso leva tempo. A retomada do emprego é algo que demora. É paulatina e lenta, mas nossa esperança é que no segundo semestre de 2017 o PIB não seja negativo. Se não for, que nos cobrem”, disse o presidente, durante o seminário.

A projeção de instituições financeiras para a queda da economia (Produto Interno Bruto – PIB – a soma de todas as riquezas produzidas pelo país), este ano, passou de 3,30% para 3,31%. Para 2017, a expectativa de crescimento foi ajustada de 1,21% para 1,20%

“Às vezes sinto no ar certo preconceito. Querem combater desemprego e não querem incentivar a inIciativa privada. Nossa esperança é que em face do ritmo que estamos adotando é que no segundo semestre do ano que vem tenhamos também o emprego sendo retomado”, acrescentou.

Temer destacou que para tornar possível esse cenário, é necessário que o governo ajuste suas contas e atraia o investimento privado em áreas estratégicas como a infraestrutura. Segundo ele, o país acumulava “dívida pública crescente e desemprego em nível alarmante”. “A superação da crise aguda exige um trabalho extraordinário que nos permita seguir adiante. Este é um ciclo perverso que estamos desmontando. Diante desse fato constatamos que o padrão de despesas que se consolidou nos últimos anos se tornou insustentável. Precisamos então começar cortando na carne, portanto limitar os gastos públicos”, disse ele.

Durante sua fala, Temer citou discursos da ex-primeira ministra da Inglaterra, Margareth Tatcher, como forma de justificar as medidas de austeridade do governo brasileiro. “Vi um discurso da Tatcher, em que ela dizia: “olha, saiba você que não existe dinheiro público. Dinheiro sempre vem do setor privado. Quem está pagando é você. Ou você controla, ou a generosidade desaparece'. O Estado é como a sua empresa. Você não pode gastar mais do que arrecada. Essa é a proposta singelíssima da PEC dos gastos públicos”, disse o presidente.

Segundo ele, esses cuidados que têm sido adotados pelo governo brasileiro darão ao país a possibilidade de voltar ao grau de investimento. “Agora [o índice das agências de avaliação] baixou de 531 pontos para 318 pontos. Quando chegar a 240 retomamos o grau de investimento. Conseguimos isso em apenas alguns meses”, destacou Temer. .

Ele acrescentou que “sequencialmente ou paralelamente” à tramitação da PEC dos gastos públicos, mandará, ao Congresso Nacional, a proposta para reforma da Previdência Social. “Aprovado o teto, é fundamental que se faça uma reforma da Previdência nesse país."

Eleito para governar Olinda pelos próximos quatro anos, o Professor Lupércio (SD), afirmou, nesta segunda-feira (30), que espera não encontrar dificuldades no processo de transição dos governos, apesar de ter disputado contra o PCdoB, da atual gestão. Ao avaliar a conquista de 57,04% dos votos válidos na cidade e projetar as primeiras ações de governo, em conversa com o Portal LeiaJá, Lupércio disse que pretende ligar para o prefeito Renildo Calheiros (PCdoB), ainda nesta semana, para agendar uma audiência e ficar a par da atual conjuntura administrativa do município. 

“Concorri contra o PCdoB, mas acredito que vamos ter uma transição tranquila. Já estamos nos preparando para analisar a questão do secretariado, tenho nomes em mente, pensando em pessoas que sejam comprometidas com a população e possam fazer com que os olindenses se sintam representados na prefeitura”, pontuou, sem adiantar nomes. “Ainda vamos fazer os convites”, acrescentou garantindo que até 1º de dezembro terá a equipe montada. 

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Segundo ele, a primeira ação a partir de 1º de janeiro será “um levantamento das obras em andamento e paralisadas na cidade”. “Espero que em pouco tempo possamos reativar os serviços da prefeitura”, projetou. Já sobre a crise econômica que afeta as contas das gestões em todo o país, ele falou que pretende fazer “o dinheiro circular no município”. 

Indagado sobre qual será a prioridade da sua gestão, o prefeito eleito destacou que a principal intenção é retomar a confiança da população com o governo municipal. “Quero imprimir um trabalho transparente, que a população possa se sentir representada e tenha uma qualidade de vida melhor. A prefeitura tem muitas áreas engessadas, vamos mudar esta realidade. Quero o que o povo possa confiar no nosso governo”, ponderou. 

A vitória de Lupércio finda uma hegemonia de 16 anos do PCdoB no comando da prefeitura de Olinda. Ele também derrotou o PSB, ao vencer nas urnas o candidato do partido, Antônio Campos. “Disputamos o primeiro turno com um partido só e agora ganhamos do PSB, que é um partido forte nacionalmente. Não foi fácil”, salientou. 

Questionado se pretende procurar Campos para uma eventual aliança, Professor Lupércio disse que não terá dificuldade com isto. “O que for para somar não vamos nos negar. Não temos dificuldade. Até mesmo as criticas levantadas podem ajudar a gestão. Os ataques estão superados, já desarmamos o palanque”, garantiu, alinhando o mesmo discurso quanto ao governador Paulo Câmara de quem o SD já é aliado no estado.

Candidato a prefeito do Recife para um terceiro mandato, João Paulo (PT) afirmou, em entrevista exclusiva ao Portal LeiaJá, que a capital pernambucana está vivendo uma “cidade de fantasia” e comparou a atuação do adversário Geraldo Julio (PSB) aos shows de ilusionismo feitos pelo mágico famoso David Copperfield. Para o petista, “a realidade do nosso povo é muito dura”.  

Além das críticas e da análise da conjuntura atual, o postulante listou suas principais propostas e fez projeções de vitória no 2º turno. Sob a ótica dele, o PT retomar o comando da PCR o melhor para o PSB no contexto político nacional, pois, segundo João Paulo, o próximo alvo do PSDB e do DEM é a legenda socialista. 

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O candidato ainda previu ainda a retomada da aliança PT e PSB em caso de reconquista da administração do Recife. João Paulo recebeu a equipe do LeiaJá no comitê central da campanha, no bairro do Derby. 

Veja a entrevista na íntegra:

LeiaJá (LJ) – Qual a sua expectativa para este 2º turno?

João Paulo (JP) - Estamos vivendo, em toda a história de Pernambuco, a segunda edição de um 2º turno. Todas duas provocadas por mim, uma em 2000 e agora em 2016, oito anos depois. No 1º turno contamos com uma vitória extraordinária, entendemos que o grande derrotado foi o prefeito porque mais de 50% não deu a ele a vitória, quer discutir e aprofundar as questões. Operamos numa desvantagem grande, eles tinham mais que o dobro do nosso tempo, 20 partidos aliados, além da estrutura da máquina da prefeitura e do estado fazendo pressão em cima dos cargos comissionados, sintetizaria como uma grande vitória nossa. Acredito que temos grandes chances neste 2º turno. 

LJ – Alguma estratégia nova para esta etapa da campanha?

JP - O Recife tem passado nos últimos anos por um processo de pauperização e perda de qualidade dos serviços públicos, talvez, jamais vistos em nossa cidade. Então, vamos continuar mostrando esta contradição e as fragilidades da atual gestão. O grande ilusionista, talvez o maior de todos, que é o atual prefeito. Ele tanta dourar uma pílula, mas dentro tem um péssimo material. 

LJ – Como combater esta estrutura de 20 partidos e a máquina pública, citada pelo senhor?

JP - Geraldo pinça alguns programas dele, como a robótica, que existe em poucas escolas e atende menos de 20 mil alunos numa rede de 90 mil e pega a experiência de duas e três escolas como se fosse referência da educação na cidade, desrespeitando a constituição. O que temos feito é mostrar que ele está se tornando um grande ilusionista. Não posso dizer que a mídia dele não é competente. Ele é o David Copperfield do Recife, vendendo ilusões à cidade. 

LJ – Apesar de estar disputando um 2º turno, a diferença entre o senhor e Geraldo Julio foi de 223,4 mil de votos. Ainda acredita da conquista de votos dos que optaram por Daniel Coelho e Priscila Krause?

JP - O melhor para o PSB seria a minha vitória aqui e não a de Geraldo, porque em caso de uma derrota nossa o próximo alvo das forças conservadoras será o PSB. Paulo Câmara e Geraldo Julio vão ser os próximos alvos. Já se nós ganharmos vamos dividir um ataque maior a nossa gestão.

LJ - Acredita que em uma eventual vitória sua o PSB pode convergir e retomar a aliança com o PT? 

JP - Eles vão ser obrigados a isso. Porque esta aliança deles [com PSDB e DEM] é de jacaré com cobra d’água. Não tem como se sustentar. O PSB vai ficar num isolamento muito grande ao meu ver. 

LJ - Cientistas políticos apontam que a derrocada do PT nas eleições foi por conta do cenário nacional envolvendo o partido. Como o senhor vê isso?

JP - As denúncias de corrupção têm sua força, mas o problema é o enfoque que se dá ao pessoal que se acusa. Você tem Aécio Neves, Serra e o próprio Temer que também são acusados de corrupção, mas o tratamento que se dá a eles é diferenciado. O objetivo estratégico [de diversos setores] é aniquilar o PT que é o principal partido de oposição e resistência da América Latina. Então é uma estratégica maior do que ganhar ou perder a eleição. É uma estratégia de mundo, de soberania nacional.

LJ – Ter o ex-presidente Lula em seu palanque ajuda ou atrapalha? 

JP - Sempre ajudou pelos feitos dele para Pernambuco e em particular para o Recife. A primeira visita dele como presidente da República foi aqui em Brasília Teimosa. A vinda de Lula é sempre positiva. Não sei no meio desta confusão toda que ele e o partido estão envolvidos, se ele vai ter disponibilidade de vir aqui. Ele está dando uma atenção maior a cuidar da defesa dele e da sua família. 

- Mobilidade

“É importante lembrar que Geraldo Julio já está há 4 anos no governo e não fez nada pela Avenida Conde da Boa Vista que possibilitou o primeiro corredor exclusivo para ônibus, o leste-oeste. Ele não fala, mas lá tem duas paradas de BRT complicando ainda mais a vida das pessoas. A Conde da Boa Vista tem muitas aspectos que nós fizemos, como as calcadas com acessibilidade e os sinais sonoros. Nós primeiro queremos discutir a questão do BRT lá. É incompatível ter o BRT e o sistema de ônibus tradicional. O maior problema da Avenida foi porque eles jogaram lá uma quantidade infinita de ônibus. Nós precisamos primeiro fazer um estudo. Ver o que é essa reclamação toda, porque foi feito muito mais um trabalho de mídia do que a avaliação do problema.”

- Comércio informal

“Recife é a cidade dos mascates. Então o que se tem que buscar é o disciplinamento dando oportunidade e criando alternativas. Hoje o trabalhador de camelô esta sendo violentamente expulso, agredido, maltratado, tendo seus produtos apreendidos sem devolução e sem alternativas. Nós sempre que recuperávamos áreas dávamos alternativas.”

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- Recife voltado para o povo

“Vamos resgatar a alegria da cidade, com diversas ações integradas ao governo. Na área da saúde, por exemplo, vamos recuperar os postos, defender o SUS como elemento fundamental, recuperar os equipamentos que estão quebrados e construir o Hospital da Criança. A saúde está funcionando de forma muito precária.” 

- Escola do Futuro e Robótica

“A ideia é manter o que tem, mas primeiro universalizar o acesso a informática em todas as escolas, não se pode estimular um tipo de disputa e constrangimento das nossas crianças. Temos que primeiro buscar a universalização dos serviços. Além disso, na educação também vamos recuperar as creches que estão fechadas, voltar o Aluno nos Trinques e colocar banda larga em todas as escolas.”

O Bank of America Merrill Lynch elevou a previsão de crescimento do Brasil em 2017, de 0,8% para 1,5%. Além disso, reduziu as estimativas para inflação, juros e real neste ano e no próximo. "Novo governo, novas previsões", afirma o banco em um relatório enviado ontem a clientes. O texto fala de expectativas em torno do governo de Michel Temer.

Para 2016, o BoFA manteve a previsão de retração de 3,5% no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. A razão é que a mudança de governo e as novas medidas econômicas podem demorar um tempo, normalmente dois trimestres, para ter impacto nos níveis de confiança dos consumidores e investidores. Ou seja, não haveria muito espaço para mudança da trajetória do PIB em 2016. A elevação da confiança, que está em patamares historicamente baixos, é um fator que deve ajudar na recuperação da atividade.

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No caso da inflação, o BoFA cortou a previsão de alta de 6,9% este ano para 6,7%. Em 2017, o banco espera aumento dos preços de 5,3%, abaixo dos 5,5% previstos antes. Um dos fatores que deve ajudar a conter a pressão para a elevação dos preços é a valorização do real.

Cenário fiscal - A queda da inflação e um melhor cenário fiscal abrem espaço para o Banco Central cortar juros este ano, de acordo com o relatório."Prevemos um novo cenário macroeconômico no governo de Michel Temer, na medida em que se espera que ele tenha mais apoio do Congresso", afirmam os economistas do banco norte-americano, David Beker e Ana Madeira. "A melhor governabilidade deve ajudar o novo governo a aprovar as necessárias medidas fiscais e econômicas, o que deve resultar em melhor perspectiva para as contas fiscais no futuro."

A avaliação do BoFA é de que o tempo é uma questão essencial para a nova administração e que Temer precisa agir rapidamente, aproveitando a lua de mel com o mercado e o Congresso. Além disso, ele montou uma equipe econômica forte e com experiência em lidar com momentos de crise, o que também abre espaço para uma avaliação mais favorável do cenário. A Operação Lava Jato, porém, é um fator de risco e deve seguir provocando tensão política.

Nos últimos dias, alguns bancos estrangeiros têm melhorado as previsões para o Brasil. Na quinta-feira (12), o Morgan Stanley elevou a aposta para o PIB em 2017 e reduziu as estimativas de inflação e juros. O Deutsche Bank fez movimento semelhante. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um dia após Michel Temer assumir interinamente a Presidência da República, aumentou o número de consultorias privadas e de bancos revisando para cima as projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2017. As novas projeções indicam expansão de até 2,1% no ano que vem. No cenário anterior a estimativa mais otimista era de avanço do PIB de 1,3%.

A melhora nas estimativas de desempenho da economia é sustentada pela expectativa de que o novo governo consiga aprovar no Congresso medidas necessárias para o ajuste das contas públicas. Além disso, há indicadores antecedentes que sinalizam que a atividade já teria atingido o fundo do poço.

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O Bradesco, por exemplo, revisou a expectativa de crescimento do PIB de 2017 de 1,3% para 1,5%. Segundo o economista-chefe Octavio de Barros, uma pesquisa mensal do banco com 4 mil empresas mostra "claramente que o pior ficou para trás". "Os pedidos em carteira na média pararam de cair e os estoques já mostram clara tendência de retração", observa.

Barros ressalta ainda que o desempenho das vendas de papelão ondulado, fluxo de veículos pesados nas rodovias, vendas de materiais de construção, por exemplo, sinalizam melhora.

Também o Banco Fibra, baseado no desempenho de alguns indicadores antecedentes, acredita que o fundo do poço já tenha sido atingido. O banco revisou de 1% para 2,1% a projeção de crescimento do PIB para 2017. "Diversos indicadores de confiança relacionados ao lado real da economia - indústria, serviços, comércio e construção civil têm mostrado nos últimos meses alguma estabilidade que parece indicar que os empresários destes setores percebem que o pior já passou", diz o economista-chefe do banco, Cristiano Oliveira em relatório.

Além disso, o economista observa que, uma série de medidas comprometidas com o crescimento, estabilidade macroeconômica e austeridade fiscal que devem ser tomadas pelo novo governo deve melhorar o desempenho da economia.

Imediatismo - Já na quinta-feira, quando Temer assumiu o comando do País, o Credit Suisse divulgou a sua nova previsão de PIB para 2017, de queda de 1% para crescimento de 0,5%. Em relatório enviado a clientes, os analistas apontam que a articulação política será determinante para reversão da recessão.

Os analistas afirmam que a mudança do cenário adverso requer aprovação de medidas no Congresso nas áreas da Previdência, do mercado de trabalho e do sistema tributário, atuações para elevar a produtividade da economia e ações emergenciais para reduzir o déficit primário, englobando corte de gastos, redução das renúncias tributárias e alta de tributos.

Enquanto há bancos e consultorias que já alteraram as projeções outros aguardam as próximas semanas para alterá-las, mas já colocaram o viés de alta. A Rosenberg Consultores ainda mantém dois cenários para o crescimento do PIB em 2017, um negativo com queda de 0,8% e outro positivo com um avanço de 1%.

Mas, segundo a economista-chefe da consultoria, Thaís Zara, essa previsão deve ser alterada para um crescimento de 1% a 1,5% no PIB do ano que vem. A mudança se baseia em indicações de que o novo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, terá base parlamentar necessária para aprovar as mudanças necessárias para fazer o ajuste fiscal e da Previdência.

A consultoria MB Associados é outra que ainda não mudou a previsão do PIB para 2017, mas colocou um viés de alta. Sergio Vale, economista-chefe, diz que, por ora a previsão de expansão é de 0,6%, mas acredita ser provável alcançar alta de 1% a 2%. "Estamos esperando as primeiras medidas, especialmente como elas serão levadas no Congresso e se conseguirão ser aprovadas sem muitos percalços." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A perspectiva de mudança na Presidência da República está levando a uma leve melhora nas projeções para a economia. Parte dos bancos e consultorias já começou a revisar os números de 2017 e apostando num crescimento mais forte do Produto Interno Bruto (PIB). Se as expectativas se confirmarem ao longo dos próximos meses, o Brasil poderá enfim superar dois anos seguidos de recessão.

Na quinta-feira, 5, relatórios divulgados por bancos e consultorias deram o tom dessa possível melhora. O Itaú elevou a previsão do PIB de 2017 de 0,3% para 1,0%. Para compor o quadro mais otimista, o banco apontou um esforço maior para a realização do ajuste fiscal e também a redução dos estoques na indústria. Já o BNP elevou a estimativa para o desempenho da economia de estabilidade para uma alta de 2,0%.

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"A combinação de uma política fiscal e monetária mais saudável pode impulsionar o sentimento do mercado e estimular a confiança local, abrindo o caminho para uma recuperação do crescimento", informou o relatório do BNP assinado pelo economista-chefe do banco, Marcelo Carvalho.

Os números mais positivos para o ano que vem ainda não indicam, porém, que a economia chegou ao fundo do poço. Segundo bancos e consultorias, o PIB dos próximos trimestres ainda deve recuar. Para 2016, a previsão é que a economia brasileira recue perto de 4,0% - será um resultado bastante parecido com o do ano passado, quando a economia brasileira caiu 3,8%.

Governo

A melhora das projeções para 2017 tem como pano de fundo a grande probabilidade de o vice-presidente, Michel Temer (PMDB), assumir a Presidência da República caso o processo de impeachment avance no Senado na semana que vem e a presidente Dilma Rousseff seja afastada do cargo.

Na leitura do mercado, a equipe econômica apontada para um eventual governo Temer teria mais capacidade e apoio político para endereçar alguns pontos considerados importantes para o ajuste fiscal, como a reforma da Previdência, o que poderia ajudar na recuperação da confiança.

A Tendências, por exemplo, trabalha desde março - quando o cenário base da consultoria passou a ser o da saída de Dilma - com um crescimento de 1,2% para o ano que vem. Antes, a projeção era de estabilidade para o PIB. "A mudança de governo pode significar a possibilidade de Temer trazer uma equipe econômica mais forte e com credibilidade, além de conseguir um apoio político maior", diz Alessandra Ribeiro, economista e sócia da Tendências.

Na avaliação de Alessandra, um eventual governo Temer pode destravar o programa de concessões, o que colaboraria para a retomada do investimento, além de ter a ajuda do setor externo diante da melhora da balança comercial. "O investimento vai estar muito ligado à recuperação de confiança."

A MB Associados ainda trabalha com expectativa de um crescimento de 0,6%, mas o viés é de alta. "Se a Dilma continuar no governo haverá uma queda do PIB de 2,5% ano que vem. É um ganho de três pontos porcentuais, pelo menos, que teremos em relação ao que seria com o atual governo", diz Sergio Vale, economista-chefe da MB. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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