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O governo da França terá que tomar novas medidas de austeridade em direção às eleições presidenciais de 2017 para cumprir sua promessa de reduzir o déficit orçamental dentro das regras europeias, segundo as previsões divulgadas pela União Europeia (UE) nesta terça-feira.

A Comissão Europeia disse que espera que o déficit orçamentário da França caia para apenas 3,2% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2017, de 3,4% este ano, se o governo não tomar medidas adicionais para reduzir os gastos ou aumentar a receita.

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As previsões tendem a aumentar a pressão sobre o presidente socialista François Hollande um ano antes das eleições presidenciais. Uma elevada taxa de desemprego, o crescimento econômico lento e um agravamento dos gastos do governo têm contribuído para tornar Hollande um dos mais impopulares presidentes franceses já registrado.

Recentemente, ele afirmou que a situação está ficando melhor na França, mas disse que o governo ainda tem que cumprir mais promessas para obter o déficit abaixo do limite máximo de 3%, conforme prescrito pela União Europeia.

As autoridades francesas dizem que as previsões da Comissão Europeia deixam de levar em conta as medidas que serão tomadas no orçamento de 2017 para reduzir os gastos. As previsões também não levam em consideração um crescimento econômico melhor esperado no primeiro trimestre, o que colocou as finanças economia e do governo em uma base mais firme, apontam as autoridades de Paris. O governo francês prevê um crescimento econômico de 1,5% este ano, enquanto a Comissão Europeia prevê apenas 1,3%.

As autoridades francesas dizem que as discrepâncias no cálculo das metas significa que o governo está furando suas metas para reduzir o déficit orçamentário para 3,3% do PIB este ano e 2,7% em 2017. Fonte: Dow Jones Newswires.

A economia brasileira deverá ter em 2016, segundo analistas, uma recessão até mais forte do que a registrada no ano passado, quando o Produto Interno Bruto (PIB) caiu 3,8%. Nas projeções de bancos e consultorias, a queda da atividade pode até passar de 4% neste ano. Além disso, sem uma mudança de cenário, a avaliação é que pode haver mais um recuo também em 2017.

A safra de números negativos da economia no início deste ano provocou as revisões, para baixo, nas projeções para o PIB. Entre as razões apontadas para a mudança está a piora da indústria, do varejo e do crédito.

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Na sexta-feira, o Credit Suisse reduziu a projeção para o PIB de 2016, de uma contração de 3,5% para 4,2%. Em 2017, a economia brasileira deve sofrer uma queda de 1%. "Os principais indicadores de atividade continuam a sugerir deterioração adicional da economia no primeiro trimestre", informou o banco em relatório.

A Rosenberg Associados também piorou a perspectiva para 2016. Nos últimos dias, a consultoria revisou a projeção para o PIB de 2016 de -3,5% para -4%.

"Em janeiro e fevereiro, a produção industrial foi muito ruim", diz Thaís Zara, economista-chefe da Rosenberg. Só a produção de veículos no primeiro bimestre recuou 31,6% na comparação com o mesmo período do ano passado. "O comércio varejista também começou o ano mal", afirma.

Em janeiro, ela projeta uma redução de 7,9% no volume do varejo restrito (não inclui automóveis nem material de construção) em relação ao mesmo período de 2015.

A indústria e o varejo vão continuar emagrecendo neste ano por causa do tombo que houve no crédito, um dos motores do crescimento da economia nos últimos anos. Nas contas do diretor de pesquisa da GO Associados, Fabio Silveira, houve uma retração de 7,7% no crédito ao consumidor em janeiro deste ano comparado ao mesmo mês de 2015. "O crédito irriga 60% do PIB. Com essa retração, tiraram a escada", diz Silveira. Ele revisou a projeção do PIB deste ano de -3,5% para -4,2%.

Política

A projeção para o desempenho da economia pode piorar ainda mais, dependendo do desenrolar da política. Para os analistas, se houver uma atenuação da crise política, reformas importantes podem começar a sair do papel e, consequentemente, causar uma melhora das expectativas para a atividade.

"Só um ambiente político mais harmonioso, que permita o avanço de algumas relevantes reformas, poderia encurtar esse longo ciclo de crescimento baixo", diz Octavio de Barros, economista-chefe do Bradesco. O banco estima uma retração de 3,5% neste ano, mas projeta um crescimento de 1,5% no ano que vem, em um cenário com uma atenuação da crise política.

Sustentabilidade

A MB Associados projeta queda de 3,8% no PIB deste ano e um crescimento de 0,6% em 2017, se a presidente Dilma Rousseff deixar o cargo. No caso dela continuar, a retração pode chegar a 4,9% este ano e a 1% em 2017. "A presidente não consegue mais liderar qualquer tipo de mudança na economia, muito menos reformas", diz Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados.

Mesmo os economistas que estimam um desempenho da economia um pouco melhor em 2017, avaliam que não se trata de algo sustentável. "É preciso uma retomada da confiança que traga os investimento de volta", diz Maurício Molan, economista-chefe do Santander. O banco espera avanço de 1,2% em 2017. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Tulio Maciel, projetou, para janeiro, um déficit de US$ 6,7 bilhões em conta corrente. Essa estimativa, segundo ele, mostra continuidade do ajuste nas contas externas.

Durante divulgação dos dados de setor externo, o técnico ainda celebrou o resultado dos Investimentos Diretos no País (recursos estrangeiros destinados ao setor produtivo). Em 2015, essa conta registrou ingresso de US$ 75,075 bilhões.

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Para janeiro, a expectativa do BC é de que o ingresso desses investimentos fique em US$ 4,6 bilhões e, até dia 22, a parcial mostrava entrada de US$ 3,6 bilhões.

Apenas em dezembro, o IDP apresentou ingressos de US$ 15,211 bilhões, resultado classificado como expressivo e que foi influenciado por investimentos no setor elétrico (US$ 2 bilhões), de petróleo (US$ 1,4 bilhão) e automotivo (US$ 2,6 bilhões).

Remessa de lucros de dividendos

Maciel informou que em janeiro, até a sexta-feira, 22, a remessa de lucros e dividendos somava US$ 124 milhões . No mesmo período, o gasto com juros foi de US$ 3,276 bilhões e as despesas líquida com viagens, de US$ 180 milhões. Nesta última conta, entram despesas no valor de US$ 664 milhões e receitas no total de US$ 484 milhões.

O técnico informou também que nos primeiros 22 dias deste mês a saída de aplicações em ações foi de US$ 269 milhões, enquanto as saídas em Renda Fixa somaram US$ 1,094 bilhão.

No caso desses investimentos, Maciel disse que o Brasil registrou ingressos "significativos" de títulos no ano passado, embora tenha diminuído em relação a 2014. Sobre ações, a despeito de saídas usais no fim do ano, o técnico salientou que o resultado anual ainda ficou no azul. "O mercado é muito volátil", disse.

Maciel disse ainda que nesses primeiros dias do mês, a taxa de rolagem ficou em 21%, composta com 43% de títulos e 20% de empréstimos. "Em 2015, tivemos amortizações do mesmo tamanho dos desembolsos (101%)", comparou. Agora, os dados mostram uma taxa de rolagem está muito baixa, mas isso é explicado pelo chefe de departamento pelo fato de o BC considerar em seus cálculos papéis com vencimentos superiores a 365 dias e as captações mais recentes terem sido feitas com prazo abaixo de um ano.

Fluxo cambial

O chefe do Departamento Econômico do BC afirmou que o ingresso de dólares no Brasil foi superior às saídas no acumulado de janeiro. Até o dia 22, o fluxo cambial total estava positivo em US$ 1,809 bilhão. Esse resultado foi formado por saldo no fluxo comercial positivo em US$ 3,219 bilhões e por um resultado negativo no financeiro em US$ 1,441 bilhão.

O saldo comercial do fluxo foi composto por exportações de US$ 9,872 bilhões, resultado formado por US$ 1,698 bilhão de Adiamento de Contrato de Câmbio (ACC), US$ 2,842 bilhões em Pagamento Antecipado de exportação (PA) e US$ 5,332 bilhões na linha demais. As importações somaram US$ 6,653 bilhões.

No caso da linha financeira, o resultado foi formado por compras de US$ 20,751 bilhões e US$ vendas de US$ 22,161 bilhões. Maciel também apresentou a posição vendida dos bancos até 22 de janeiro. Eles estavam vendidos em US$ 18,592 bilhões.

O mercado de seguros projeta um 2016 mais desafiador do lado operacional, com aumento da sinistralidade como reflexo da crise no País, mas ainda assim espera sustentar expansão de prêmios de dois dígitos no próximo ano. Haverá, de qualquer forma, uma desaceleração desses prêmios e o resultado financeiro crescerá de modo mais contido, obrigando as companhias do setor a serem mais competitivas em preço, mesmo que essa postura signifique sacrificar um pouco as margens do segmento.

Depois de sentir a crise de modo mais forte no terceiro trimestre, o mercado de seguros revisou suas expectativas para 2015 e também prevê menor avanço neste 2016. Espera alta de 11% nos prêmios emitidos em 2015, contra cerca de 12% estimados no final de 2014 pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg). No próximo exercício, o crescimento deve ficar em 10,3%, segundo a entidade.

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"Teremos um crescimento um pouco mais modesto, mas o Brasil ainda tem espaço para crescer em seguros", avalia o superintendente da Superintendência de Seguros Privados (Susep), Roberto Westenberger, em entrevista ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado.

Um dos responsáveis pela desaceleração mais rápida do setor, conforme demonstram as projeções da CNseg, é o ramo de saúde complementar. O setor deve crescer 11,4% em 2016, contra projeção de avanço de 13,2% para este ano. Marcio Coriolano, presidente da Bradesco Saúde e da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), explica que a crise econômica e também a Lava Jato, que resultou em várias demissões nas empresas envolvidas, afetam diretamente o setor, que ainda assim mostra "resiliência" pelo fato de o plano de saúde ser um dos últimos itens a entrar na lista de ajuste das famílias.

O segmento também será afetado, conforme Coriolano, em termos de sinistralidade, uma vez que as pessoas que engordam a lista do desemprego tendem a utilizar mais o plano. Gabriel Portella, presidente da SulAmérica, observa, porém, que o mercado está mais bem preparado sob o ponto de vista de gestão de sinistros. "Em 2009, não estávamos preparados e o mercado também não. Agora, as empresas estão mais conscientes, o desenho dos planos mudou, os funcionários participam mais com co-participação", admite o executivo.

Já na área de seguro de automóvel, o mercado prevê leve aceleração. A CNseg espera expansão de 3,9% no próximo ano, contra expectativa de alta de 3,5% em 2015. Como estímulo para o segmento, a despeito da queda nas vendas de automóveis, o presidente do conselho de administração da Porto Seguro e também interino da CNseg, Jayme Garfinkel, cita o seguro popular, que permite a utilização de peças usadas no conserto de carros segurados, atualmente em consulta pública.

"51,9 milhões de veículos com mais de cinco anos de uso não têm seguro. É um mercado que pode passar a ser explorado a partir do seguro popular, que deve ser realidade no ano que vem", avalia ele.

Garfinkel admite, entretanto, que a sinistralidade tende a piorar no segmento, assim como as fraudes, por conta do ambiente atual, mas não projeta um "aumento dramático". Uma alternativa, segundo ele, são produtos securitários mais simples. Ao longo de 2015, a demanda por soluções mais econômicas já aumentou. A Ituran, que vende rastreadores acompanhados de coberturas securitárias mais simples, espera crescimento de cerca de 30% neste ano, enquanto o mercado tradicional de seguro de automóvel cresce menos de 5%.

Aquisições

O próximo ano também deve ser movimentado para o mercado de seguros sob o ponto de vista de aquisições e vendas de carteiras. Há muitas conversas em andamento que podem, já no primeiro trimestre, render negócios. Um deles é a busca da Bradesco Seguros por um parceiro internacional para formar uma joint venture na área de grandes riscos. A alemã HDI, que vai perder o balcão do HSBC para a seguradora por conta da venda do banco inglês ao Bradesco, e a suíça Swiss Re, conforme fontes, estão entre as apostas do mercado.

Também ficou para 2016 a venda da carteira de seguro de vida em grupo do Itaú Unibanco e o que sobrou da Garantec, empresa com foco em garantia estendida. Na área de resseguros, a gestora Vinci Partners colocou à venda o Grupo Austral, que contempla uma seguradora e uma resseguradora. Dentre os players que negociam o ativo, conforme fontes, está a XL Group. A lista de interessados, segundo as mesmas fontes, pode incluir ainda a Swiss Re, a Ace e a Axa. Entre as corretoras, novos negócios também podem ocorrer. Recentemente, a americana Lockton, maior corretora de capital fechado do mundo, adquiriu a brasileira VIS.

Além de aquisições, são esperados desfechos quanto ao futuro do IRB Brasil Re e da Caixa Seguridade. Ambos planejaram abrir capital na bolsa brasileira, mas tiveram seus planos interrompidos diante da deterioração da economia e consequente perda de grau de investimento por parte das agências de rating. No caso da Caixa Seguridade, ainda é preciso negociar com os controladores franceses, a CNP Assurances. Já o IRB tem até 2018 para listar ações no âmbito do processo de desestatização que o transformou em uma empresa privada, mas antecipou os planos em meio à necessidade do governo de ajustar suas contas.

Resultado financeiro

O reforço que as seguradoras tiveram ao longo de 2015 do ponto de vista financeiro, de acordo com executivos, será mais brando no próximo ano. Isso porque, embora as expectativas indiquem novos aumentos de juros, a intensidade menor deve limitar os ganhos. De janeiro a outubro, o resultado financeiro das seguradoras cresceu 39,5%, para cerca de R$ 56 bilhões, segundo dados da Susep. As seguradoras são consideradas grandes investidoras por aplicarem boa parte das chamadas reservas técnicas, recursos acumulados para fazer frente às indenizações futuras, em títulos públicos.

O Banco Central da Alemanha (Bundesbank) cortou fortemente suas projeções para a inflação para o próximo ano, diante da fraqueza dos preços do petróleo, de acordo com seu relatório semestral de previsões.

Os dados sugerem que, mesmo em uma das economias mais fortes da zona do euro, a inflação permanecerá fraca durante algum tempo, em uma mostra do desafio diante do Banco Central Europeu (BCE) no momento em que ele tenta impulsionar a inflação no bloco de 19 países.

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O Bundesbank disse que prevê inflação de 0,2% neste ano na Alemanha, de 1,1% no próximo e de 2,0% em 2017. Em seu relatório de junho, o BC alemão previa inflação de 0,5% neste ano, 1,8% no próximo e de 2,2% em 2017.

"O ajuste para a trajetória esperada dos preços reflete em grande parte a renovada queda nos preços do petróleo, que não era esperada em junho", disse o Bundesbank.

O BC alemão estava em geral otimista sobre o crescimento da maior economia da Europa. Quando ajustado para os dias trabalhados, o banco central disse que o Produto Interno Bruto (PIB) cresceria 1,5% neste ano, 1,7% no próximo e 1,9% no seguinte. Isso em grande medida coincide com a previsão de junho, com a única alteração na expectativa para 2017, elevada em 0,2 ponto porcentual.

O presidente do Bundesbank, Jens Weidmann, disse que os principais motores da economia alemã são "a situação favorável no mercado de trabalho e a alta substancial na renda disponível das famílias". Por outro lado, Weidmann apontou que o comércio com o exterior tem sido atingido pela demanda fraca das economias emergentes. Ainda assim, as exportações para fora da zona do euro devem reagir, com o crescimento econômico dentro da zona do euro ganhando certo impulso. A economia alemã, de qualquer modo, deve continuar a se destacar nos próximos dois anos, avaliou o ministro. O Bundesbank também disse que o "grande influxo de refugiados" mudou a taxa de crescimento potencial do país, de 1,3% para 1,2%. Fonte: Dow Jones Newswires.

A queda nos preços do petróleo e o relaxamento monetário vão ajudar a zona do euro a crescer mais do que o esperado este ano, mas a desaceleração em países emergentes e o aumento das incertezas globais poderão prejudicar o desempenho econômico da região, segundo avaliação da União Europeia.

Em relatório de projeções divulgado hoje, a Comissão Europeia (CE), braço executivo da UE, afirma que, embora o petróleo mais barato e a política monetária acomodatícia do Banco Central Europeu (BCE) tenham impulsionado o consumo e as exportações, o ritmo de crescimento no bloco se mantém relativamente limitado.

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A comissão alertou que as consequências da crise financeira da Europa - como o aumento das dívidas dos governos e empresas e o enfraquecimento da economia global - vão continuar pesando no crescimento nos próximos anos.

"Dado o ímpeto menor de ventos favoráveis, a continuidade do efeito negativo de legados da crise, como as pressões de desalavancagem e fraqueza nos setores bancários de alguns países-membros, e a fraca expansão econômica global, o crescimento em 2016 e 2017 deverá ser modesto", comentou o economista-chefe da CE, Marco Buti.

A CE agora estima que o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro, formado por 19 países, deverá crescer 1,6% este ano, um pouco mais do que a alta de 1,5% projetada em maio. Para 2016, no entanto, a projeção de expansão do bloco foi reduzida, de 1,9% para 1,8%. Para a UE, que engloba o bloco e outros nove países, a projeção de crescimento para 2015 subiu de 1,8% para 1,9%, mas a do próximo ano caiu de 2,1% para 2,0%.

Apesar da visão cautelosa para os próximos dois anos, a comissão avaliou que as restrições de crédito estão "claramente diminuindo" e que o financiamento de mercado continuará a ter um papel cada vez maior na sustentação dos investimentos, que deverão se tornar um catalisador mais forte do crescimento.

Para a CE, o progresso feito na superação dos legados da crise, como os altos níveis de empréstimos inadimplentes e o desemprego elevado, devem contribuir para a expansão da economia, mas as reformas estruturais que foram realizadas na zona do euro até o momento não foram suficientes para elevar o potencial de crescimento significativamente.

A entidade também ponderou que a crise de refugiados na UE deverá resultar em gastos maiores dos governos de vários países da região, impulsionando a demanda.

"A análise mostra que, se administrada de forma adequada, a entrada de refugiados (na UE) terá um pequeno efeito favorável para o crescimento no curto e médio prazos", disse Buti. "Isso vai depender principalmente de políticas para integrar os refugiados aceitos no mercado de trabalho", completou.

Quanto à inflação, a CE continua prevendo que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro terá leve alta de 0,1% este ano, como já havia estimado em maio. Para 2016, o órgão reduziu sua projeção de inflação, de 1,5% para 1,0%. A expectativa para 2017 é que os preços ganhem força e a inflação atinja 1,6%.

Os números previstos para os próximos anos, no entanto, continuam abaixo da meta anual de inflação do BCE, que é de taxa ligeiramente inferior a 2,0%.

As projeções da CE, que são divulgadas três vezes por ano, servem de base para negociações orçamentárias entre autoridades da UE em Bruxelas e dos governos europeus. Em 2013, a UE adotou regras fiscais mais severas para evitar uma repetição da crise soberana. Essas normas permitem a Bruxelas revisar orçamentos antes que os projetos sejam submetidos à aprovação parlamentar e solicite mudanças em planos de gastos. Fonte: Dow Jones Newswires.

O Governo do Estado institucionalizou o planejamento estratégico de longo prazo, nesta quinta-feira (29), ao enviar para a Assembleia Legislativa uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC), que transforma o Pernambuco 2035 em um documento de execução obrigatória assim como as Leis Orçamentárias Anuais, as Leis de Diretrizes Orçamentárias e os Planos Plurianuais (PPA). O evento, realizado no Palácio do Campo das Princesas, foi conduzido pelo secretário de Planejamento e Gestão, Danilo Cabral, e contou com a presença do governador Paulo Câmara, do prefeito do Recife, Geraldo Julio, o presidente do conselho superior do Movimento Brasil Competitivo (MBC), Jorge Gerdau, entre outras autoridades.   

A PEC torna permanente o processo de planejamento estratégico de longo prazo para o Estado e institui, no arcabouço dos instrumentos formais de planejamento estatal, o Plano Estratégico de Longo Prazo de Pernambuco, atribuindo ao Chefe do Executivo o dever de encaminhar à Assembleia e à sociedade, sempre no primeiro ano de seu mandato, uma revisão desse Plano.

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O Pernambuco 2035, operacionalizado pelo Consórcio Pernambuco do Amanhã, formado pelas empresas Ceplan, TGI e Macroplan, contratadas pelo MBC, é uma iniciativa conjunta do Governo do Estado e do MBC e visa à formulação de um Plano Estratégico de Desenvolvimento de Longo Prazo que prepare o Estado para os desafios do futuro, envolvendo a sociedade no projeto de construção de um Estado próspero, inclusivo e sustentável. A coordenação do trabalho é feita pela Secretaria de Planejamento e Gestão.

Ao discursar, Jorge Gerdau destacou que, para um homem público, mais importante que fazer algo, é deixar boas ações e iniciativas institucionalizadas. “Fico muito feliz em viver este momento aqui em Pernambuco. Este Estado foi o que melhor deu respostas no uso de tecnologias de gestão. O ex-governador Eduardo Campos soube aliar a boa gestão à governança e teve capacidade de definir rumos para o Estado. É gratificante ver que este trabalho está sendo mantido e ampliado pela atual gestão”, disse o empresário.

Paulo Câmara e Danilo Cabral também destacaram a importância do legado que a PEC trará para o Estado. “O caminho de apostar na gestão pública se mostrou correto. Por isso, estamos ampliando esta aposta, pensando para além desta geração”, afirmou o governador. “Estamos levando o planejamento estratégico para o nível constitucional. Pernambuco é o primeiro Estado a tornar obrigatório o planejamento a longo prazo. E a mudança é na constituição, para que ninguém tenha dúvida de que esta é uma política de Estado, e não de Governo”, garantiu o secretário.  

Durante a cerimônia, Danilo Cabral realizou uma apresentação onde destrinchou todas as etapas já realizadas pelo PE 2035 e as novas fases do projeto. A solenidade também marcou o encerramento de mais uma etapa do Pernambuco 2035, ao entregar à sociedade pernambucana uma carteira de 34 projetos de interesse da iniciativa privada, que criam um ambiente favorável aos investimentos produtivos. Esses projetos, complementares àqueles cuja responsabilidade de implantação é do Poder Público, contribuirão decisivamente para alcançar a visão de futuro proposta pelo projeto. 

Danilo ressaltou que a carteira de 47 projetos voltados para o poder público, já foram inseridas no PPA 2016-2019. “Estes projetos do PE 2035, se transformaram em 425 subações no atual PPA. Destas, 56% já estão sendo tocadas em 2016, enquanto o resto será realizado até 2019”.

Na ocasião, também foi assinado um novo Protocolo de intenções entre Governo do Estado e MBC, que marcou o início de uma nova fase do Pernambuco 2035, cuja conclusão está prevista para junho de 2017. Essa nova fase será dividida em quatro ações distintas: revisão dos documentos do PE2035 à luz do novo cenário econômico e político, identificação de fontes de financiamento para a realização das ações governamentais e privadas, criação de um Modelo de Governança para o projeto e de um comitê de acompanhamento das ações, e integração dos municípios à estratégia de desenvolvimento de longo prazo. 

Por fim, na cerimônia, também foi assinado um convênio entre o Poder Legislativo e o Pode Executivo visando à construção do Plano Estratégico da Assembleia Legislativa de Pernambuco para o período 2016/2019. Através essa parceria, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Planejamento e Gestão, aportará no Poder Legislativo a metodologia utilizada pelo Modelo de Gestão Todos por Pernambuco para o processo de planejamento estratégico organizacional, possibilitando o alinhamento estratégico entre os Poderes. Segundo o primeiro-secretário da Assembleia, deputado Diogo Moraes, o planejamento deve ser concluído em fevereiro do próximo ano.

*Com informações da Assessoria de Imprensa

O Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta que o Brasil não vai conseguir alcançar as metas fiscais para este ano e o próximo. No relatório Monitor Fiscal divulgado na quarta-feira (7), a previsão do FMI é que o País tenha déficit primário de 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015 e de 0,9% em 2016.

A estimativa do FMI é que o Brasil só terá superávit primário em 2017, alcançando 0,8%, para chegar a partir de 2019 com saldo positivo de 2,5% do PIB.

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O FMI ressalva que fez suas previsões com base no pacote anunciado pelo governo em agosto, quando o Planalto propôs orçamento com déficit para 2016. A intenção do governo é alcançar um superávit primário de 0,15% este ano e 0,7% em 2016.

O Fundo piorou ainda outros indicadores fiscais do Brasil. Para o déficit nominal, que inclui os gastos do governo com juros, a previsão do FMI é que fique em 7,7% do PIB este ano e 7,2% em 2016.

A dívida bruta, um dos indicadores avaliados mais de perto pelas agências de classificação de risco, deve subir de 65,2% no ano passado para 69,9% em 2015 e chegar a 74,5% em 2016.

O FMI usa uma metodologia diferente da usada pelo governo brasileiro para esse número e inclui os títulos do Tesouro detidos pelo Banco Central no cálculo. A estimativa dos economistas do Fundo é que o indicador brasileiro fique na casa dos 76% até 2020.

Em entrevista à imprensa, Alejandro Werner, diretor do Departamento de Hemisfério Ocidental do FMI, disse que a economia brasileira pode começar a se recuperar na segunda metade de 2016, caso haja um acordo político em Brasília que dê prosseguimento ao ajuste fiscal.

Por enquanto, a credibilidade da política fiscal no Brasil está sendo posta em dúvida pelos mercados nacional e global. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) anunciou nesta terça-feira (6), uma nova revisão para baixo de suas projeções para produção e vendas de veículos novos 2015 ante 2014. Foi a terceira revisão feita pela entidade somente este ano.

A associação espera agora que a venda total de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus novos totalize 2,540 milhões de unidades em 2015, volume 27,4% menor do que as 3,498 milhões vendidas em 2014. Até então, a entidade previa queda de 20,6% nos emplacamentos em 2015 ante 2014.

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Essa queda será puxada principalmente pela retração de 45,4% projetada pela Anfavea para a venda de veículos pesados (caminhões e ônibus). A nova previsão é pior do que o recuo de 41% previsto até então pela associação. Para automóveis e comerciais leves, a entidade prevê agora recuo de 26,5%, estimativa mais pessimista do que o recuo de 19,5% projetado antes.

De acordo com o presidente da Anfavea, Luiz Moan, as projeções foram baseadas nas médias diárias de vendas de veículos novos realizadas entre julho e setembro deste ano. "Ou seja, para que as previsões se concretizem, as vendas devem ficar estáveis entre outubro e dezembro", destacou.

Produção

Com a retração prevista para os emplacamentos, a Anfavea passou a projetar que a produção total de veículos vai totalizar 2,418 milhões de unidades neste ano, o equivalente a tombo de 23,2% na comparação com as 3,146 milhões produzidas em 2014. Até então, a associação previa recuo de 17,8% na fabricação de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus no período.

Essa queda na produção será pressionada, sobretudo, pela retração de 41,4% prevista pela Anfavea para fabricação de veículos pesados neste ano, projeção pior do que o recuo de 32% estimado até então. Para o segmento de leves, a entidade prevê agora recuo de 22,1% na produção, retração maior do que a queda de 17% projetada até então.

Exportação

A entidade também revisou suas projeções para exportações de veículos. Espera agora que sejam vendidos para fora do Brasil 375 mil veículos, alta de 12,2% ante as 334 mil exportadas em 2014. Até então, a Anfavea esperava crescimento de apenas 1,1% nas exportações em 2015 ante o ano passado.

Máquinas agrícolas

A associação anunciou ainda revisão para baixo das estimativas para o segmento de máquinas agrícolas e rodoviárias. Prevê agora que serão produzidas 57,8 mil máquinas, o equivalente a queda de 29,8% em relação as 82,3 mil fabricadas no ano passado. A projeção é mais pessimista do que a queda de 16% prevista até o mês passado.

Para as vendas internas de máquinas agrícolas, a Anfavea revisou sua projeção de queda de 19,4% para tombo de 32% em 2015. Segundo previsão da entidade, deverão ser vendidas 46,6 mil unidades, ante 68,6 mil vendidas no ano passado. A associação também revisou a projeção para exportações de máquinas para queda de 26,2%, ante previsão de alta de 1%.

Empregos

Nesta terça-feira, a Anfavea informou pela manhã que a indústria automobilística eliminou 742 vagas em setembro. Após as recentes demissões, o setor encerrou o nono mês do ano com 133.609 empregados, queda de 0,6% na comparação com agosto e recuo de 9,6% ante o mesmo mês do ano passado. Com o resultado, a indústria automotiva já demitiu 10,9 mil empregados em 2015.

Apenas o segmento de autoveículos registrou retração de 0,6% no número de empregados em setembro na comparação mensal, ao totalizar 117.669 funcionários. Em relação a setembro do ano passado, a queda foi de 8,3%. Já o segmento de máquinas agrícolas teve recuo de 0,5% no número de empregados ante agosto e de 18,2% na variação anual, para 15.940 funcionários.

Veículos flex

A associação também informou que a fatia de automóveis e veículos comerciais leves biocombustíveis (flex) ficou em 88,1% em setembro, patamar abaixo do verificado em agosto (88,9%) e igual ao verificado em setembro do ano passado (88,1%). Ao todo, os veículos flex somaram 169.869 unidades no nono mês do ano.

Estoques

O estoque total de veículos nos pátios das concessionárias e das montadoras caiu de 357,8 mil unidades em agosto para 346,9 mil unidades em setembro, conforme a Anfavea. No nono mês de 2015, o estoque total era suficiente para 52 dias de vendas, ante 53 dias em agosto (considerando o ritmo de vendas de setembro). O setor considera ideal um estoque equivalente a 30 dias de vendas.

A maior parte do estoque de veículos até setembro deste ano continuava concentrada nas concessionárias, onde havia 214,2 mil veículos encalhados (equivalente a 32 dias de vendas), número maior do que as 207,9 mil unidades estocadas até agosto nas lojas (31 dias). Já nas fábricas, o estoque de veículos até o mês passado era de 132,7 mil veículos (20 dias), menor do que as 149,9 mil unidades estocadas até agosto, equivalente a 22 dias de vendas.

O PCdoB de Pernambuco define, neste sábado (29), a comissão eleitoral da legenda para organizar os pleitos municipais de 2016. No Estado, os carros chefes do partido estão nas gestões de Olinda, com Renildo Calheiros, e do Recife, ocupando o cargo de vice, com Luciano Siqueira. Na capital pernambucana, segundo Siqueira, a expectativa é manter a aliança com o PSB. 

“É natural, no Brasil inteiro sempre foi assim, que partidos estejam juntos no projeto nacional e necessariamente não estejam juntos no processo municipal. No Recife nós não temos nenhuma razão para não continuar apoiando o prefeito Geraldo Julio. É uma gestão da qual participamos e a provada pela população”, observou o vice-prefeito em recente conversa com o Portal LeiaJá. 

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Assim como no Recife, o PCdoB também está aliado ao PSB em Olinda. Lá, no entanto, a situação é mais delicada já que a legenda lançou a pré-candidatura do advogado Antônio Campos para disputar o Executivo Municipal. 

Dono de uma postura crítica, o deputado Edilson Silva cumpre o primeiro mandato parlamentar do PSOL em Pernambuco. Conhecido pelos corredores da Assembleia Legislativa (Alepe) como um dos mais assíduos na Casa, ele recebeu recentemente a equipe do Portal LeiaJá no seu gabinete para uma conversa. Durante o encontro, o parlamentar avaliou os primeiros meses de atuação legislativa, disparou contra a gestão do governador Paulo Câmara (PSB), pontuou erros da administração do ex-governador Eduardo Campos e deu sugestões para que Câmara reorganize a situação política e econômica do governo. 

Ao LeiaJá, o deputado se colocou contra a PPP da Arena Pernambuco e citou que tanto Paulo Câmara quanto o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), são responsáveis pelos “indícios de crimes” nos contratos do empreendimento.  

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Além disso, durante a entrevista exclusiva, o presidente do PSOL em Pernambuco relatou a postura técnica adotada pelo seu mandato e os imbróglios gerados no partido. Fazendo projeções para 2016, Silva também revelou que vai se candidatar a prefeito do Recife e deu detalhes sobre a possível filiação da vereadora Marília Arraes (PSB) ao PSOL. 

Veja a entrevista completa:

LeiaJá (LJ) – Qual a avaliação que o senhor faz dos seus primeiros oito meses de mandato parlamentar?

Edilson Silva (ES) – É positiva. Levo tudo muito a sério. Esses meses foram de muito aprendizado, nunca tinha feito isso. Tivemos alguns erros, claro, são normais.  Por isso, estou buscando aprender. Sou assíduo, participo de tudo e trabalho praticamente sete dias pela semana. Muitas vezes, a maioria delas, sou o primeiro a chegar e o último a sair daqui. 

LJ – Seu mandato é o primeiro do PSOL e visivelmente algumas lideranças da legenda não estão se mostrando satisfeitos com suas decisões, entre eles o ex-candidato da legenda a governador Zé Gomes. Como está sendo seu relacionamento com o partido?

ES - Existem expectativas saudáveis e não saudáveis [diante do meu mandato]. Acho que nós atendemos as saudáveis, as não saudáveis o nosso desejo era frustrá-las e frustramos. A crítica feita dentro do partido é porque o nosso mandato é excessivamente técnico. Nós aceitamos e assimilamos no sentido de que é isso mesmo. Sou membro da Comissão de Meio Ambiente e eu preciso de gente que seja especialista neste assunto para me assessorar. Não quero um grupo de militantes especialistas em balançar bandeira para o meu mandato. Não foi para isso que a gente foi eleito, nem foi para isso que se criou o parlamento. 

LJ – A frustração e as críticas estariam ligadas ao desejo de assumir cargos no seu gabinete?

ES - Em alguns casos sim. Em outros não. Aqui é o PSOL, não tem como a gente separar. O partido cresceu e talvez algumas pessoas não tenham crescido junto. Temos uma noção do que nós queremos e não podemos de forma nenhuma permitir o aparelhamento do mandato pela militância. Temos aqui uma função institucional que queremos cumprir bem. Estou aqui como um militante do partido e como alguém que recebeu uma missão da sociedade. Esse perfil que a gente quis dar para o mandato não agradou algumas pessoas. Não vamos ficar gritando palavras de ordem no plenário. 

LJ – Por falar em não gritar palavras de ordem, seu mandato tem sido crítico ao Governo Estadual. Qual a sua avaliação da gestão?

ES - Não entenda como retórica de oposição, mas eu acho frustrante. Estamos vivendo nesses primeiros sete meses do governo de Paulo Câmara um choque de realidade, a ressaca de uma embriaguez de oito anos, onde fomos convidados a sonhar uma perspectiva de futuro que não foi construída de forma bem estruturada. Os anos que a gente viveu do governo de Eduardo Campos foram de desconstrução da República em Pernambuco. Nós vivemos uma falsa realidade de que a Refinaria ia mudar a vida de todo mundo, o Estaleiro era a melhor coisa do mundo, o Polo Farmacoquímico iria mudar a história de Pernambuco. O discurso era de que vivíamos o “melhor momento da história” do estado. Pernambuco era a locomotiva do Brasil. Nós sempre dizíamos que não. Fui candidato a governador as duas vezes contra Eduardo Campos e disse a ele: esse seu modelo não presta. Era a lógica do crescimento econômico, mas qual era a contrapartida objetiva que se tinha para aquela região? Não se projetou nada. Era simplesmente gerar emprego e o trabalhador que se vire. Resultado, aquela região é uma das mais mazeladas de Pernambuco. 

LJ - E como o senhor encara o desempenho do governador Paulo Câmara?

ES - Ele foi vendido para os pernambucanos como um excelente gestor e nós estamos vendo agora a qualidade do excelente gestor que ele é. Passou um corte linear no estado. Como é que você olha saúde, educação e segurança pública da mesma forma? Nos primeiros 30 dias de governo ele pagou R$ 40 milhões para a Odebrecht [da Arena Pernambuco], ao mesmo tempo em que mandou cortar boa parte das vans que fazer o transporte do Programa PE Conduz. Poderia ficar fazendo tabelinhas sobre o que ele gastou de supérfluo ou deixou de pagar. Muitas coisas são simbólicas, mas quando se quer fazer uma gestão política da crise você tem que saber o valor das ações simbólicas. É uma decepção. Aqui não estou nem falando das promessas de campanha, mas da expectativa que se projetou. 

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LJ – Toda esta frustração seria culpa da crise econômica nacional?

ES - Não. É de um governo irresponsável nos últimos 8 anos. Primeiro, quando nós estávamos com capacidade de investimento e endividamento, não investiram onde deveriam e deixou uma conta para ser paga. Segundo, a falta de gestão da crise. Você não gerencia uma crise comprando R$ 200 mil em frios e uísques. Você gerencia com transparência, isso é questão de economia doméstica. O Governo do Estado não abre para a sociedade, quando falo sociedade é a Assembleia. Eu, que sou deputado, não tenho a senha do E-Fisco para saber os detalhes dos gastos do governo. Eles deveriam nos chamar para mostrar para gente quanto tem e o que precisa pagar. 

LJ - Então o senhor sugeria uma ação mútua para reorganizar a gestão?

ES - Claro. Eu quero ajudar o governo. Se ele tivesse sido mais prudente os R$ 40 milhões não teriam sido pagos para a Odebrecht. Entre pagar o dinheiro da construtora e pagar R$ 38 milhões para pagar os restos da saúde, não teria a menor dúvida que iríamos pegar esse dinheiro e resolver o problema da saúde. Não existe crise para o governo. Tem crise para o povo, os professores, os policiais, mas para quem usa a copa do Palácio não. O momento de crise é onde se tem que convencer as pessoas que se deve apertar o cinto, mas como se você não aperta o seu? Tem que partir do governante esse desprendimento. O que a gente não vê, pois essa turma que está ai governando não tem capacidade política. Não são políticos, não são pessoas forjadas no meio do povo, não são pessoas que conhecem os anseios populares. Acham que pessoas são números. Não é assim. Um gesto simbólico do governo, no sentido de abrir as contas, chamar a oposição para dialogar também é uma saída. Pode não resolver os problemas mais graves no sentido econômico, mas reduzir os políticos.   

LJ – O senhor pontua bastante os R$ 40 milhões pagos pelo Governo a Odebrecht. O valor é resultado de um contrato firmado em Parceria Público-Privada (PPP) da gestão estadual para construir a Arena Pernambuco. Como avalia os acordos do PPPs fechados entre o governo e  empresas?

ES - Não dá para tratar as PPPs num pacote só. Temos várias no estado e cada uma delas merece uma análise especifica. Não sou ideologicamente contra, numa determinada situação é preciso estudar. 

LJ - E no caso da Arena Pernambuco?

ES - Existem indícios muito fortes, já comprovados, de que a construção de uma Arena deste porte em São Lourenço da Mata é algo faraônico. Um governo que faz isso é porque está sobrando dinheiro. Está tudo muito bem. Tem um estudo de viabilidade que foi desrespeitado. Você tem oito cenários e somente em um era possível acontecer, sem falar que este cenário era irreal. Aqui não é um problema de PPP, mas do dolo que foi utilizado na assinatura do contrato e do aditivo, que motivou a denúncia que fiz no Ministério Público e no TCE; a ação judicial que entrei no dia 15 de junho e a notícia crime que entrei na Polícia Federal. No caso da Arena vejo fortes indícios de crime. 

LJ - Geraldo Julio e Paulo Câmara têm participação nesses indícios de crime?

ES - Claro. As pessoas que faziam parte do Comitê Gestor, que era quem dava o aval para essas questões, precisam ser bem observadas. Agora a assinatura do contrato e dos aditivos é do governador Eduardo Campos e da Procuradoria Geral do Estado. 

LJ – Avaliando um âmbito mais partidário, de que forma o PSOL deve disputar as eleições em 2016? Edilson Silva será candidato à Prefeitura do Recife contra Geraldo Julio? 

ES - Planejo sair candidato à Prefeitura do Recife sim. Estamos debatendo no partido um projeto global para o Estado. Estou presidente estadual do partido e temos um planejamento que envolve o lançamento de candidaturas para as cidades com mais de 100 mil habitantes e também nas cidades polos para que a gente possa animar no estado um conjunto com hegemonia. 

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LJ – A disputa no Recife será com chapa pura ou alianças? 

ES - Nós vamos primeiro fazer a nossa parte. O PSOL de Pernambuco já mostrou que não tem medo de alianças, nem vetos, desde que elas sejam programáticas. Temos vetos nacionais aos partidos que são claramente de direita, como o DEM, PSDB e PMDB. Com esses a gente não faz alianças em hipótese nenhuma. Espero que consigamos no Recife ampliar a candidatura e termos mais de um partido nos apoiando.

LJ – A vereadora Marília Arraes deve compor a chapa majoritária?

ES - Não apostaria nisso não. Marília tem um papel importante na Câmara de Vereadores. Se eu pudesse dar um conselho a ela diria que renovasse o seu mandato.

LJ – E como estão as articulações do PSOL para a filiação dela?

ES - Está caminhando bem. Temos conversado bastante. Ainda não está ponta virada, mas é um quadro que tem se mostrado bastante próximo com o que defendemos. Para se ter uma ideia, a postura dela na questão da Operação Flair Play foi muito no espírito daquilo que a gente tava trabalhando, colocando a crítica a Geraldo Julio e Paulo Câmara. Foi uma postura muito do PSOL e olhe que nem chegamos a conversar. Particularmente tenho me agradado muito com os posicionamentos políticos dela nos últimos períodos. 


A preparação da conjuntura para as eleições municipais em 2016 deve movimentar o meio político a partir deste ano. Com pouco mais de um ano e três meses para a disputa, os partidos começam a se definir, inclusive, com as prioridades entre as cidades que devem pleitear o comando. Na Região Metropolitana do Recife, além de Olinda, Jaboatão dos Guararapes e a própria capital, a Prefeitura de Paulista está entre as mais cobiçadas. Sob a batuta do PSB desde 2009, com o ex-prefeito Yves Ribeiro, a maior incógnita entre é se o atual gestor, Júnior Matuto (PSB), terá fôlego para conquistar a reeleição local.

Sem a presença do padrinho político, o ex-governador Eduardo Campos (PSB), o desafio de Matuto será reunir forças palpáveis para o pleito. Indagado recentemente pelo Portal LeiaJá sobre o assunto, o socialista disse não estar pautado no momento pelas eleições, mas revelou que pretende, posteriormente, criar uma “aliança em prol de Paulista” para a majoritária liderada por ele. 

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“Campanha só vamos fazer no ano de eleição e no período de eleição. Agora, política fazemos todos os dias e estamos num diálogo permanente com todos os partidos porque a nossa regra, a nossa meta é juntar”, adiantou. “Vamos juntar todos em prol de Paulista. Quem quiser o bem de Paulista que venha para o nosso lado e já tem muita gente apostando no nosso projeto”, revelou o prefeito.

Ao mesmo tempo em que Matuto organiza uma aliança da situação, os pré-candidatos oposicionistas se unem para “tirá-lo do poder”. O petebista Ricardo Cabral, mais conhecido como Nena Cabral, é um dos que lideram a articulação. “Estamos com Aldemir Cunha, Sérgio Leite e o empresário Edson Melo formando uma aliança forte contra Júnior Matuto. Em março de 2016 deveremos fazer uma pesquisa para ver qual dos nomes tem uma aceitação maior e vamos montar a chapa a partir daí”, adiantou. 

Ainda segundo ele, Paulista também “vem sofrendo com algumas faltas de acertos das gestões passadas”. “A atual administração está entre as três mais mal avaliadas de Pernambuco, perdendo apenas para Olinda e Moreno. Ele está com uma rejeição forte aqui, pois não foi bem ele que disputou, mas a influência de Eduardo Campos”, analisou Cabral.  

Apesar de comandar a articulação entre os pré-candidatos de oposição a Matuto, Cabral deverá, antes disso, passar pelo crivo do PTB em Paulista. Ele não é o único, entre os petebistas, a desejar o cargo. “O PTB tem dois vereadores valorosos, tem o Ramos (ex-deputado estadual) e vamos analisar no seu devido tempo. Temos esses nomes e condições de fazer alianças”, disse o presidente estadual da legenda, José Chaves. “O PTB está firme para as disputas do próximo ano e Paulista está no nosso radar”, acrescentou. 

Para confirmar a intenção de compor uma aliança maior entre a oposição, o Portal LeiaJá entrou em contato com o ex-deputado estadual Sérgio Leite (PT), Aldemir Cunha (PSL), o empresário Edson Melo e o ex-deputado estadual Severino Ramos (PTB), no entanto eles não atenderam as ligações. 

Com o início das articulações entre os partidos para a disputa dos pleitos municipais em 2016, o PP elencou como prioridade da legenda em Pernambuco postulação majoritária em Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife (RMR). De acordo com o presidente da sigla no estado, o deputado federal Eduardo da Fonte, a conjuntura nos outros municípios ainda será analisada. 

>> Acirramento deve marcar disputa por Jaboatão em 2016

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“Estamos nos organizando. Temos como prioridade Jaboatão, com o deputado e pastor Cleiton Collins e estamos analisando a conjuntura dos outros municípios”, frisou nesta segunda-feira (15). “A nossa obrigação da gente é trabalhar por Jaboatão. Fomos (ele e Cleiton Collins) os mais votados nas eleições lá. Não poderíamos ser omissos, independente da questão política”, acrescentou, mencionando a visita que o ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi (PP), faria na cidade durante a tarde desta segunda para vistoriar obras de saneamento. 

Questionado se a disputa municipal renderia algum choque com o PSB, já que a legenda tem dois pré-candidatos na cidade – o vice-prefeito Heraldo Selva e o deputado federal João Fernando Coutinho –, Da Fonte ironizou. “O PSB não é o dono de Pernambuco não (risos). O PSB já tem o Governo do Estado, a Prefeitura do Recife, de Paulista e outras cidades. Jaboatão querem inventar um candidato, não tem um candidato natural do PSB”, cravou. O PP é aliado do PSB no âmbito estadual. 

A Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) comemorará na próxima quarta-feira (8), 180 anos de existência. A celebração será marcada com uma reunião solene conduzida pelo presidente da Casa, deputado Guilherme Uchoa (PDT), no Plenário do Museu Joaquim Nabuco, a partir das 18h. No ato, também será lançado à marca de 180 anos da Casa legislativa.

Após a reunião solene haverá o corte do bolo na Rua da Aurora e a queima de fogos de artifício. Também será exibida uma projeção multimídia em alta definição na fachada do prédio. A animação com duração de 30 segundos formará a imagem da bandeira de Pernambuco e projetará palavras que remetem ao Legislativo. Mesmo após a solenidade, a projeção permanecerá nos dias 9 e 10 de abril, das 18h às 22h. 

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“Uma data tão importante como os 180 anos do Poder Legislativo Estadual inspira uma reflexão sobre o nosso papel institucional. Olhamos para trás e o que vemos nos enche de orgulho. São 180 anos de representação democrática dos pernambucanos, cuja talvez não foi contida nem durante os terríveis períodos de exceção no país”, ressaltou Uchoa.

Repertório cultural – A festa contará também com a participação de artistas como o maestro Spock e sua Orquestra, Nádia Maia, Beto Hortis e o Coral Edgard Moares. Entre os ritmos estarão frevos de rua, frevos-canção, frevo de bloco, xote, xaxado e baião. O palco será montada na Rua da Aurora em frente à Alepe. 

O Departamento Econômico do Itaú Unibanco elevou de 0,25 para 0,50 ponto porcentual sua projeção de alta da Selic (a taxa básica de juros). Os economistas da instituição esperam ainda que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central promova mais uma puxada na taxa, elevando-a ao patamar de 13% ao ano, só que neste caso no fim do ano. Atualmente, a Selic está 12,25% ao ano.

Eles tomaram como base para revisar a previsão da alta de juro a pressão que a depreciação recente da taxa de câmbio exerce sobre a já acelerada inflação de curto prazo. Para eles, a pressão do câmbio sobre os preços vai exigir da autoridade monetária uma postura mais dura no manuseio da política de juro. "Declarações recentes de membros do Copom ressaltando a especial vigilância sobre a inflação reforçam essa conclusão", dizem os economistas.

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Para 2016, o Itaú Unibanco espera uma queda acumulada na Selic de 1 ponto porcentual, para 12% ao ano. "Dependendo da evolução da atividade econômica e da inflação, a flexibilização esperada para 2016 pode ser antecipada para o segundo semestre de 2015", ponderam os economistas do banco.

Depreciação

A taxa de câmbio, ressaltam os economistas do Itaú Unibanco, se depreciou aproximadamente 8% desde o início do ano e vem se estabelecendo em patamares acima de R$ 2,80 por dólar. "O movimento do câmbio foi mais rápido do que esperávamos. O câmbio mais depreciado adiciona pressão à inflação de curto prazo, que já se encontra elevada em consequência do ajuste de tarifas públicas", reforçam. Neste ambiente, a resposta de política monetária tende a ser, segundo eles, mais dura, para evitar que a pressão de curto prazo se prolongue e contamine as expectativas de inflação.

Os economistas tomaram também como indicação de que o BC vai apertar a política monetária a declaração recente do diretor de Política Econômica do Banco Central, Luiz Awazu Pereira, segundo a qual o BC sabe "que esse processo está em curso na primeira parte do ano e que é fundamental que a política monetária trabalhe e mantenha-se especialmente vigilante, para garantir que as pressões de curto prazo não se propaguem para os horizontes mais longos".

As medidas de ajuste fiscal anunciadas pela nova equipe econômica levaram a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) a revisar para baixo a projeção de vendas de veículos e motocicletas neste ano. O presidente da entidade, Alarico Assumpção, prevê agora queda de 10% nos emplacamentos totais em 2015 ante 2014 - previsão mais pessimista do que o recuo de 0,43% projetado pela federação no início do ano.

O segmento de caminhões deverá ter o pior desempenho. Segundo Assumpção, a Fenabrave prevê agora recuo entre 14% e 15% neste ano na comparação com 2014, ante projeção anterior de -1,2%. Para automóveis e comerciais leves, ele revisou a projeção para -6%, queda maior do que os -0,5% previstos no início do ano. O executivo reconhece que esse desempenho ruim poderá provocar cortes pontuais de empregos nas concessionárias, embora não preveja "demissão em massa" como nas montadoras.

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A nova previsão da Fenabrave é pior do que a da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Durante coletiva de imprensa no início do ano, a associação das montadoras anunciou que previa "estabilidade" nas vendas de veículos em 2015 ante 2014, quando os emplacamentos totalizaram 3,5 milhões de unidades (queda de 7,1% ante 2013). A projeção da Anfavea, contudo, não leva em conta os licenciamentos de motocicletas como a da Fenabrave.

Motivos

"Mediante o que a nova equipe econômica anunciou depois que apresentamos nossas projeções, alteramos nossas projeções e prevemos um primeiro semestre dificílimo e um segundo semestre difícil, com retomada do crescimento, ainda que moderado, somente a partir de 2016", explicou o presidente da Fenabrave em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência EStado. Ele avalia que as medidas são um "remédio amargo, embora necessário" para retomada do crescimento da economia brasileira.

O executivo afirmou que, além das medidas de ajuste fiscal, o desempenho ruim nas vendas de veículos e motos deverá ser consequência da paralisação da atividade econômica. Ele prevê que ao PIB vai crescer próximo de zero neste ano, após ser negativo em 2014. Soma-se a isso, acrescentou, confiança do consumidor baixa, endividamento familiar "pesado", juros altos por conta inflação alta e restrição de crédito. "Isso tudo penaliza o comprador, porque torna o financiamento ainda mais caro", argumenta.

Assumpção destacou que tem notado um crescimento dos financiamentos para compras de veículos de R$ 50 mil ou mais, em detrimento de queda no crédito para veículos de entrada (mais baratos). "Esse adquirente do veículo de R$ 50 mil é justamente aquele que tem cadastro mais bem avaliado pelos bancos", afirma. O executivo prevê que a lei que facilita a retomada do bem, sancionada em novembro de 2014, só deverá ter algum efeito nas vendas a partir de 2016.

O executivo reconheceu que o principal fator considerado pelos bancos na hora de conceder o empréstimo é a capacidade de pagamento, mas defendeu que a facilidade da retomada do bem deverá ter algum efeito positivo. "Na hora em que se criar a cultura dessa lei, a partir de janeiro do ano que vem, vamos ter metade do prazo para retomada dos veículos, o que deve reduzir o custo do empréstimo pela metade", argumenta. Ele projeta que a concessão de empréstimos poderá aumentar até 20%.

Empregos

O presidente da Fenabrave avaliou que a queda da demanda do setor deverá provocar alguns ajustes "pontuais" no número de empregados no setor de distribuição de veículos, mas ponderou que "não está no nosso radar demissão em massa", como nas montadoras. De acordo com a Anfavea, só em janeiro deste ano, foram eliminados 404 empregos. Em todo o ano passado, foram eliminadas 12,4 mil vagas.

A Coligação Com a Força do Povo, da presidente e candidata do PT à reeleição, Dilma Rousseff, terá de suspender imediatamente projeções com propaganda eleitoral realizadas em prédios e monumentos de sete cidades do País. O ministro Tarcísio Vieira de Carvalho, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), concedeu medida liminar em favor da coligação do tucano Aécio Neves, a Muda Mais, para interromper propaganda em "outdoors eletrônicos" veiculadas em São Paulo (SP), Guarulhos (SP), Rio de Janeiro (RJ), Brasília (DF), Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS) e Vitória (ES).

A Muda Mais acusa a campanha da petista de divulgar propagandas em tamanho superior a quatro metros quadrados, com imagens de Dilma, número de votação e supostas ações de governo. As projeções foram realizadas por exemplo, em propriedade particular no bairro do Leblon, no Rio; na Rua Augusta, em São Paulo; e na fachada externa do Museu Nacional, em Brasília. Foram listadas pelos tucanos um total de nove projeções nas sete cidades. Os advogados da coligação de Aécio alegam que as propagandas ocorrem em pontos turísticos de fluxo intenso de pessoas e têm forte apelo visual.

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As projeções foram fotografadas e publicadas pelo site Muda Mais, que divulga informações sobre a campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT). As fotografias postadas no portal fazem parte das provas entregues à Justiça eleitoral.

Nas palavras do ministro Tarcísio Vieira de Carvalho, a utilização da fachada de prédios, bens públicos e particulares, para a projeção cinematográfica de propagandas eleitorais típicas, sobretudo em tamanho superior a quatro metros quadrados e impacto visual significativo, "além de aparentemente violar a legislação eleitoral, atenta contra o equilíbrio e a igualdade entre candidatos na disputa eleitoral".

A representação é contra a Coligação Com a Força do Povo, a candidata Dilma, o candidato a vice na chapa, Michel Temer, o PT e a Pólis Propaganda e Marketing - responsável pelo marketing da campanha da petista. A medida teve caráter liminar e prevê que as projeções fiquem suspensas até o julgamento final da representação.

Tudo indica que a economia parou ou até mesmo teve retração no primeiro semestre, mas a ligeira melhora esperada para o terceiro e quarto trimestres do ano deverá contar com uma ajuda providencial do calendário. Na segunda metade de 2014, quatro dos cinco feriados nacionais caem no fim de semana, o que significa um maior número de dias úteis tanto em relação ao início do ano, prejudicado pela Copa do Mundo, quanto em comparação ao mesmo período do ano passado.

Como consequência, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, soma de toda a renda gerada no País em determinado período) pode ganhar até 0,7 ponto porcentual no resultado do terceiro trimestre, em relação ao trimestre imediatamente anterior. O cálculo é da LCA Consultores, que estima que os feriados do segundo trimestre tiraram 0,4 ponto do crescimento em relação ao primeiro trimestre do ano.

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O mau desempenho do início do ano deverá ser confirmado com uma retração no segundo trimestre. Os dados serão divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na sexta-feira, 29. Segundo pesquisa da Agência Estado, economistas de mercado preveem, na média, retração de 0,3% no PIB ante o primeiro trimestre - nenhuma das 25 instituições ouvidas projeta alta.

Nos cálculos da LCA, o terceiro trimestre terá 65 dias úteis, 10% acima dos 59 registrados no segundo trimestre. É a maior variação frente ao trimestre imediatamente anterior desde 2003. Nos três últimos meses do ano, também serão 65 dias úteis, mantendo o patamar de julho a setembro.

Para calcular os dias úteis, a LCA tirou dois dias do segundo trimestre e um dia do terceiro, por causa dos jogos da seleção brasileira na Copa do Mundo, que provocaram feriados, integrais ou parciais. "A Copa no Brasil mobilizou mais. Em Copas nos outros países, muitas vezes os jogos eram em horários fora do expediente", disse Bráulio Borges, economista-chefe da LCA.

A LCA estima queda de 0,3% para o PIB do segundo trimestre, na comparação com o primeiro. Se o número de dias úteis fosse o mesmo do primeiro trimestre, teria havido crescimento de 0,1%. Para o terceiro trimestre, a consultoria projeta alta de 0,9% ante o período imediatamente anterior, já considerando o 0,7 ponto a mais por causa dos dias úteis.

Já a consultoria Tendências prevê queda maior na atividade no segundo trimestre, de -0,6%. "A indústria vai cair pelo quarto trimestre consecutivo, o investimento também vem com queda importante", apontou Rafael Bacciotti, economista da Tendências.

Mas a consultoria aposta em uma expansão média de 0,5% no PIB tanto do terceiro trimestre quanto do último trimestre do ano. Bacciotti concorda que, passado o período da Copa, quando a redução no número de dias úteis reverteu-se em prejuízo da produtividade, a recuperação no ritmo de trabalho deve afetar positivamente o PIB do terceiro trimestre.

"O ambiente geral ainda é muito ruim, com dados de confiança do consumidor em queda, ambiente econômico afetando o otimismo e mercado de trabalho com demissões em setores importantes como reflexo do período de baixo crescimento", ponderou Bacciotti. "Há risco que a expansão (no PIB) seja mais moderada por causa desses fatores", acrescentou.

Por sua vez, a RC Consultores espera um avanço do PIB em torno de 0,4% ou 0,5% no terceiro trimestre ante o segundo, após um recuo de 0,3% na leitura anterior. "Embora a indústria esteja bem debilitada, ela vai ter um terceiro trimestre melhor que o segundo", avaliou Thiago Biscuola, economista da RC Consultores, citando também a esperada recuperação nas vendas do varejo após o prejuízo durante a Copa.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta quinta-feira (31) que suas previsões econômicas são realistas. "Não é otimismo. Se tivesse mais otimismo na economia, talvez ela fosse melhor. O empresário tem que olhar o curto, médio e longo prazo, e não só o que está acontecendo. Tem um pessimismo artificial, gerado por fatores extraeconômicos. Tivemos isso antes da Copa", afirmou Mantega, em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. "Tenho feito previsões realistas."

Mantega disse que, nestes momentos de ajustes e de instabilidade internacional, ele tem evitado fazer projeções porque "ninguém acerta". "Claro que temos que estabelecer parâmetros. Porque senão, nem estabeleceria", disse, referindo-se aos parâmetros macroeconômicos fixados nos relatórios bimestrais de receitas e despesas do orçamento.

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Ele lembrou que o próprio Fundo Monetário Internacional (FMI) tem revisto suas previsões, inclusive para o Brasil. "Então vai e vem. Não vou entrar nesse mercado persa de projeções. O primeiro semestre foi de crescimento econômico moderado e o segundo semestre será melhor", afirmou, sem fixar uma meta de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2014. No último relatório, o governo baixou a estimativa de expansão da economia este ano para 1,8%, um porcentual considerado ainda muito otimista pelo mercado.

A economia brasileira deve crescer menos de 1% este ano. Se as projeções se confirmarem será a menor taxa de expansão do Produto Interno Bruto (PIB)desde 2009, quando a economia teve retração de 0,3% por causa da crise financeira internacional.

Ontem, o Departamento Econômico do Itaú Unibanco reduziu de 1% para 0,7% a projeção de avanço do PIB para este ano. A consultoria GO Associados também revisou de 1,5% para 0,5% a estimativa de crescimento do PIB. O Departamento Econômico do Bradesco vai anunciar na próxima semana a nova estimativa de crescimento, em torno de 1% para este ano, ante projeção 1,5%. Faz um mês que a consultoria MB Associados considera um crescimento de 0,9% para 2014.

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Com o número crescente de revisões do PIB, provavelmente a mediana das projeções do mercado captada pelo Boletim Focus do BC, que será divulgada na segunda-feira, deve ficar abaixo de 1%. Nesta semana, a mediana das projeções de alta do PIB estava em 1,07%.

Fábio Silveira, diretor de pesquisas da consultoria GO Associados, reduziu ontem de 1,5% para 0,5% a projeção de crescimento do PIB para este ano, fundamentalmente por causa da fraco desempenho da indústria. "A indústria teve um 2º trimestre muito ruim", diz ele, que prevê retração de 0,7% na produção industrial de 2014.

"Revisamos tudo", afirma Caio Megale, economista do Itaú Unibanco. O corte na projeção do ano ocorreu porque houve revisões para baixo nas estimativas trimestrais do PIB. O crescimento do 2º trimestre, inicialmente projetado em 0,2% na comparação com o trimestre anterior, virou uma queda de 0,2% e, agora, retração de 0,3%. "Essa foi a primeira mudança, pois vimos fundamentalmente uma queda na produção industrial. Para junho projetamos recuo de 2,5% na indústria."

Estoques

O economista explica que parte da retração se deve ao menor número de dias úteis na indústria por causa da Copa. Outra parte decorre dos fundamentos econômicos, que sinalizam uma atividade mais fraca, com juros em alta, estoques elevados na indústria e no comércio e confiança em baixa. "Tudo isso afeta o nível de produção."

Na análise de Megale, o segundo semestre começa mais fraco do que o inicialmente previsto. Para o 3º e o 4º trimestre, o Itaú Unibanco cortou a projeção de crescimento que era de 0,5% e 0,4%, respectivamente, para 0,3% para os dois trimestres.

Já o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, diz que a forte queda na atividade nos últimos meses não deve se repetir no segundo semestre. De toda forma, ele projeta crescimento de 0,9% para o PIB do ano. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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