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A Universidade de Brasília (UnB) está tomando medidas para reduzir o consumo de água e ampliar a sua reserva. Incluída no rodízio de abastecimento do Distrito Federal, a instituição chegou a adiar o início das aulas no principal campus da instituição em função do racionamento. “O que observamos é que a crise não vai acabar no mês que vem ou no semestre que vem. A crise tem uma perspectiva de prazo maior e precisamos estar preparados para medidas estruturais para suportar maiores restrições, já que ainda vamos enfrentar o período de seca no DF”, diz o diretor da Diretoria de Gestão de Infraestrutura da UnB, Alberto de Faria.

O início das aulas seria na segunda (6) e foi adiado para esta terça-feira (7) no campus Darcy Ribeiro, o maior dos quatro campi da UnB, localizado na Asa Norte. Com mais de 500 mil m² de área construída, diariamente o campus recebe de 20 a 35 mil pessoas, segundo Faria. Além das dezenas de institutos e faculdades, o local conta com mais de 400 laboratórios, hospitais e restaurante universitário. “Uma pequena cidade não chega a 20 mil habitantes”, diz o diretor.

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Na segunda-feira (6), o expediente administrativo ocorreu normalmente. Apenas os vestiários do Centro Olímpico estiveram fechados, bem como o atendimento ao público externo na Biblioteca Central. Alguns laboratórios também mantiveram as atividades. “Desde a semana passada conversamos sobre isso e decidimos pedir que as pessoas trouxessem garrafinhas de água para consumo próprio”, diz a estudante de nutrição Juliana Silva, 22 anos, que integra a equipe do Laboratório de Bioquímica da Nutrição do Núcleo de Medicina Tropical. “Muitas das atividades que desenvolvemos não dependem de água, mas mais de computadores. O semestre começou e decidimos manter as atividades”. Segundo ela, até o início da tarde, o fluxo de água estava normal.

De acordo com Faria, a suspensão das aulas se deu apenas dessa vez e não deverá ocorrer nos demais dias de racionamento. A intenção é que a instituição possa medir o fluxo de água e estar preparada para quaisquer intercorrências. Desde já, algumas medidas estão sendo tomadas para reduzir o consumo: grandes faxinas e limpezas estão suspensas nos dias de racionamento, assim como eventos sociais. O uso dos vestiários no Centro Olímpico, local que não conta com reservatório de água, também está suspenso. Além do dia de racionamento, o retorno da água ocorrerá em até 48 horas até a total normalização, fazendo com que a reserva seja usada por mais tempo. A universidade conta com 16 caixas d'água e cinco reservatórios de reuso. 

Pedido à Caesb

Há cerca de três semanas, a universidade montou uma comissão de acompanhamento e controle da crise hídrica na UnB. A comissão, coordenada pelo vice-reitor Enrique Huelva, conta com professores da faculdade de tecnologia e técnicos da prefeitura da instituição. Há duas semanas, o grupo chegou a entrar em contato com a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) para pedir que a instituição ficasse de fora do racionamento. A Esplanada dos Ministérios foi poupada, mas o pedido foi negado à UnB.

A Agência Brasil procurou a companhia e perguntou da possibilidade da universidade ainda ser excluída do racionamento, mas, em nota, a Caesb disse que não: “Todos os órgãos que estão nas regiões abastecidas pelos Sistemas Descoberto ou Santa Maria/Torto estão sendo afetados pelo plano de rodízio”. Já o Hospital Universitário de Brasília (HUB), ligado à universidade, não será afetado, assim como outros hospitais e centros de saúde.

Em relação ao racionamento, a Caesb explica que em ciclos de seis dias, haverá a interrupção do abastecimento em áreas específicas durante 24 horas. Nos dois dias seguintes à interrupção, a localidade estará na situação de estabilização do sistema de abastecimento, que dura até 48 horas. Isso porque o abastecimento de água, depois de interrompido, não retorna de imediato. Ou seja: são um dia sem água, dois dias em fase de estabilização e três com abastecimento normalizado, e assim continuamente, até que o rodízio possa ser interrompido.

Longo prazo

A UnB também prevê interligar a rede interna para proporcionar uma maior eficácia às caixas d' água e estuda instalar uma caixa no Centro Olímpico. Medidas como a disponibilização de banheiros químicos ou mesmo a realização de aulas por plataformas à distância não estão descartadas, caso haja uma intensificação da crise.

“Temos medidas acadêmicas para suprir as condições de ensino que serão colocadas na medida em que haja uma restrição da universidade. Temos plataformas digitais que ministram disciplinas (a distância) e podemos fazer o remanejamento de ambientes para que a gente possa manter no semestre a carga horária planejada. Concretamente, a gente não chegou perto do pior cenário. Estamos monitorando para verificar. Essas medidas não foram avaliadas porque ainda não se apresentaram como necessárias”, diz Faria.

Segundo o diretor, o consumo máximo que a universidade tem identificado é de 1,7 mil metros cúbicos de água por dia. Os reservatórios e caixas d'água têm capacidade de 2,8 mil metros cúbicos de armazenamento. “Temos a capacidade de reservatórios de praticamente uma vez e meia a necessidade de consumo. Mas, obviamente, a crise não vai se encerrar no próximo mês, é uma questão que pode ser estendida em 2017 e pode afetar 2018”.

Brasília começou a enfrentar em setembro seu primeiro esquema de racionamento de água por falta do recurso. Em um período aproximado de duas semanas, cinco regiões administrativas tiveram o fornecimento de água suspenso, o que afetou cerca de 600 mil pessoas.

O Distrito Federal é abastecido por dois diferentes esquemas: 85% da população têm água de dois reservatórios, o do Descoberto e o de Santa Maria; e os outros 15% e parte dos produtores agrícolas recebem o líquido diretamente de pelo menos cinco córregos. Esta última é a população afetada pelo rodízio de suspensão de água das últimas semanas. As áreas atingidas são as regiões administrativas de Sobradinho, Planaltina, Jardim Botânico, São Sebastião e Brazlândia.

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As primeiras suspensões do abastecimento, sofridas por Brazlândia, não foram programadas, mas decorrentes da falta de água no córrego de origem devido a um período de estiagem maior que o comum na região. A partir disto, a Agência Reguladora de Água, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa) fez um plano de contingenciamento.

“Os córregos do Distrito Federal, em geral, são de pequeno porte. muitos já secaram e outros estão com nível muito baixo. Então, começamos a ter problemas de atendimento da população destas cinco regiões administrativas. Essa população começou a ter interrupção no fornecimento porque a Caesb (Companhia de Abastecimento Ambiental do Distrito Federal) não podia ficar com as máquinas ligadas por falta de água. Às vezes porque o córrego estava baixo devido a falta de chuva, outras porque havia conflito entre os usuários”, explicou o diretor-presidente da Adasa, Paulo Salles.

Segundo o professor da Universidade de Brasília, Sérgio Koide, doutor em Recursos Hídricos, para situações de racionamento não acontecerem nesta região, o sistema deveria trabalhar com uma folga, ou seja, deveria estar ligado a mais fontes de água para os momentos de estiagem.

Desde julho a Adasa estuda estabelecer sobretaxa na tarifa para quem aumentar o consumo, como medida para evitar o colapso do sistema hídrico. Por enquanto, as medidas são acordos com o setor agrícola para se organizarem nos horários de captação, recomendações para que posto de lavagem de carro e caminhões-pipa reduzam o consumo e campanhas de conscientização para que a população não lave calçadas, fachadas de prédios, e tenha um consumo consciente.

Chuvas

De acordo com o especialista, é preciso economizar até que as chuvas venham o suficiente para encher os córregos. Nos últimos dois dias, choveu em vários pontos do Distrito Federal, mas não o suficiente para amenizar a escassez de água. “Se a gente conseguir fazer uma gestão razoável e a população diminuir o consumo, a gente vai conseguir chegar ao período das chuvas com o problema contornado. Porém, enquanto a gente não aumentar a produção, o problema vai continuar acontecendo. Estamos muito próximos do limite do sistema. O colapso vai acontecer sempre que tivermos uma época seca”.

A previsão era que quatro regiões sofreriam suspensão do abastecimento entre sexta-feira e a próxima segunda-feira (26), porém, com a queda de uma forte chuva na sexta-feira feira e com as medidas de economia, a Caesb cancelou as manobras de fechamento do abastecimento de água para as regiões de São Sebastião e Jardim Botânico. Já as regiões de Sobradinho e Planaltina começaram a apresentar pequenas melhorias, mas que ainda não permitem suspensão total das manobras técnicas e terão suspensões de abastecimento que durarão até às 23 horas até a segunda-feira.

Mudança de rotina

A comerciante de Sobradinho, Maria Ferreira, diz que em seu estabelecimento faltou água duas vezes durante a última semana. “Tem muitos anos que moro aqui e nunca vi faltar água desse jeito”, relatou. Segundo ela, a rotina do comércio teve que mudar. “Agora temos que deixar água no tambor. Quando falta água por uma noite ou um dia dá para se virar. A gente enche as garrafas da geladeira e se vira. Mais que isso, complica”.

Na creche de Jorge Cordeiro, também em Sobradinho, as crianças tiveram que ir para casa sem banho. “Quinta-feira não tivemos água o dia todo. Não pudemos dar banho nas crianças, porque aqui damos banho em todo mundo. Aqui tem 48 crianças. Inclusive, quando os pais vieram buscar as crianças explicamos que, infelizmente, não foi possível dar banho nelas porque demos prioridade à água para o pessoal beber. Hoje já teve água, mas semana passada também não teve banho”, contou Cordeiro.

Cláudia Maria também começou a adotar novos hábitos em casa com a falta de água. “Se for lavar roupa, a gente coloca um balde, coloca todas as águas de roupa ali no balde e com essa água dá para lavar o chão e dar descarga. Banho é só uma vez por dia, com os meninos pequenos é só unzinho e bem rápidão e, se não tiver água, tem que pegar nas canecas. Às vezes usamos a mesma água que lavamos a roupa para lavar outras roupas. Ai só na hora de enxaguar que usamos uma água mais limpa. Lavo a roupa branquinha, ai deixo a que solta mais tinta por último. Ai, depois tiro essa água, jogo no balde e aproveito para lavar a área”, explicou a dona de casa.

Para Paulo Salles, presidente da Adasa, não há motivo para a população se desesperar.”A situação é difícil, mas temos água e estamos fazendo todo possível para prolongar o uso dessa água. Temos duas formas de prolongar esse uso: chover ou reduzir o consumo. Estamos trabalhando para reduzir o consumo e essa é a grande mensagem”.

Até o final de 2016, parte dos morros da Zona Norte do Recife terá mais água nas torneiras. A Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) está construindo nessa região uma nova adutora. O rodízio de abastecimento será reduzido quando a obra for concluída. Ao todo, cerca de 100 mil pessoas serão beneficiadas. O investimento é de R$ 7 milhões. 

A adutora deverá ampliar a oferta de água em 40%, diminuindo o rodízio, que hoje é de um dia com água para três sem água, passando para dois e até um dia sem água."Essa obra aumenta a oferta, mas não elimina o racionamento porque outras obras estruturantes são necessárias na rede de distribuição dos morros", explicou Daniel Genuíno, gerente de Controle Operacional da Compesa.

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Serão três quilômetros de extensão. A nova adutora sairá da Rua da Bela Vista, em Casa Amarela, para o reservatório Mundo Novo, no Vasco da Gama. A água será captada em um dos tramos dos grandes anéis de distribuição do Recife que, além de transportarem a água, servem para integrar os sistemas Pirapama, Alto do Céu e Tapacurá. Essa água que atenderá os morros, por exemplo, sairá de Tapacurá e Pirapama e atravessará mais de 10 km  até seu destino, o que é possível por conta dessa integração entre os sistemas.

Os bairros beneciados serão Vasco da Gama, Alto 13 de Maio, Alto Nossa Senhora de Fátima, Córrego da Imbaúba, parte de Nova Descoberta, Córrego do Ouro, Córrego do Euclides, Alto das Pedrinhas, Alto do Eucalipto e Alto da Esperança.

Com informações de assessoria 

Moradores dos morros da Zona Norte do Recife terão mais águas nas torneiras, até o fim do ano. Esta é a promessa da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa). Segundo o órgão, a construção de uma nova adutora – que já está em curso – beneficiará cerca de 100 mil pessoas de locais como Alto da Esperança, Córrego do Ouro, Alto 13 de Maio e Vasco da Gama. 

Com o funcionamento da nova adutora (que terá 3 km de extensão, saindo da Rua da Bela Vista, em Casa Amarela, até o reservatório Mundo Novo, no Vasco da Gama), o sistema de rodízio de abastecimento será bastante reduzido, já que a oferta de água aumentará em 40%, segundo a expectativa da Compesa. Atualmente, o rodízio é de um dia com água e três sem; a promessa é que sejam só apenas dois dias sem água, após o funcionamento da adutora. 

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O gerente de Controle Operacional da Compesa, Daniel Genuíno, explica que a obra “aumenta a oferta, mas não elimina o racionamento, porque outras obras estruturantes são necessárias na rede de distribuição dos morros”. Para garantir um abastecimento diário, a Compesa revela que apenas com a criação de “zonas de pressão na rede”, que levariam água até as localidades mais altas dos morros. 

Com informações da Compesa

O racionamento de água feito pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) na região metropolitana poupou o equivalente a 27% da capacidade do Sistema Cantareira em 2015, ano em que a redução da pressão na rede foi intensificada por causa do agravamento da crise hídrica, provocando longos cortes no abastecimento à população.

Dados fornecidos pela empresa mostram que o racionamento resultou em uma economia média de 8,6 mil litros por segundo, o que corresponde a 271 bilhões de litros no ano. O volume supera em uma vez e meia a capacidade do Sistema Guarapiranga e é suficiente para abastecer 2,5 milhões de pessoas, a soma do número de habitantes de Guarulhos e Campinas.

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Embora a Sabesp destaque a adesão da população ao programa de bônus como um grande trunfo para evitar o colapso no abastecimento em 2015, o volume economizado com o racionamento foi 41% maior do que o obtido por meio da economia espontânea feita pelos consumidores, que chegou a 192 bilhões de litros no ano passado.

Isso significa que a entrega controlada de água feita pela Sabesp foi responsável por 58% da economia total obtida em 2015, de 463,3 bilhões de litros. Na prática, se o racionamento não tivesse sido implementado, o volume morto do Cantareira teria se esgotado. Após 19 meses de uso e uma série de chuvas constantes no manancial, a reserva profunda do sistema foi recuperada em 30 de dezembro.

Críticos da gestão da crise hídrica paulista defendiam que o racionamento deveria ter começado antes e de forma mais transparente para a população. "Se tivéssemos reduzido a retirada de água antes, provavelmente teríamos o sistema com mais de 40% da capacidade hoje", diz Pedro Côrtez, professor da Universidade de São Paulo (USP) e especialista em recursos hídricos. Ontem, o sistema tinha 9,4%.

Restrição

Segundo a Sabesp, a redução da pressão é feita desde 1997 para reduzir as perdas por vazamentos na tubulação em períodos de baixo consumo, como na madrugada. O período de restrição foi sendo ampliado gradativamente a partir de fevereiro de 2014 à medida que obras para aumentar o uso de outros sistemas foram sendo concluídas. As manobras, porém, só foram admitidas em abril, após reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, e os horários de restrição, divulgados à população em janeiro de 2015. Agora, o tempo médio de racionamento caiu de 15 horas para 8 horas na capital.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após registrar apenas 11 chuvas artificiais em oito meses, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) desistiu da técnica de "bombardeio" de nuvens para tentar recuperar o estoque de água do Sistema Alto Tietê, que tem hoje o pior nível (18,7%) entre os seis mananciais que abastecem a região metropolitana, considerando toda a reserva disponível nas represas.

Segundo a Sabesp e a ModClima, empresa responsável pelo serviço que despeja gotículas de água potável no interior de nuvens carregadas para provocar chuvas localizadas, o formato estreito dos reservatórios do manancial, o fluxo do vento na região e a dificuldade de obter autorização de voo quando as condições climáticas eram propícias para o bombardeio minaram a estratégia de induzir as chuvas sobre o manancial.

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"Muitas vezes identificávamos nuvens ótimas para fazer o voo, mas não tínhamos autorização para decolar porque aquela região do Alto Tietê fica bem no meio da rota da ponte aérea Rio-São Paulo. Isso dificultou muito o nosso trabalho lá, enquanto que no Cantareira conseguimos produzir um monte de chuva", explica Majori Imai, diretora da ModClima.

A empresa foi contratada por R$ 4,5 milhões em fevereiro de 2014, logo após o início da crise hídrica, para aplicar a técnica conhecida como semeadura de nuvens no Cantareira. Em julho, quando a crise já havia atingido também o Alto Tietê, usado pela Sabesp para socorrer bairros que eram atendidos pelo principal sistema, um novo contrato de dois anos foi firmado, no valor de R$ 3,7 milhões.

De acordo com relatórios fornecidos pela Sabesp, entre agosto de 2014 e março deste ano, a ModClima conseguiu provocar apenas 11 chuvas no Alto Tietê, que resultaram em 6,6 bilhões de litros nas represas, volume consumido em apenas uma semana pelos moradores atendidos hoje pelo sistema. O melhor mês foi dezembro do ano passado, com sete chuvas. Depois de contar três precipitações entre janeiro e março, a Sabesp decidiu suspender o serviço e, nos mês passado, rescindir o contrato no Alto Tietê. No período, pagou R$ 1,1 milhão.

Segundo a Sabesp, as obras emergenciais inauguradas neste ano, como as transposições de água do Rio Guaió (até 1 mil litros por segundo) e da Represa Billings (até 4 mil l/s) para a Represa Taiaçupeba, em Suzano, na Grande São Paulo, serão mais eficientes na recuperação do Alto Tietê, que abastece 4,5 milhões de pessoas.

Já no Cantareira, a técnica tem sido eficiente, segundo as empresas. Os relatórios mostram que, entre março de 2014 e novembro deste ano, a ModClima conseguiu "fazer chover" 101 vezes sobre as represas da região de Bragança Paulista, acumulando 66 bilhões de litros nos reservatórios. O volume equivale a 6,7% da capacidade do sistema e garante 58 dias de consumo hoje, com o racionamento de água em curso.

A Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) tem 20 dias para apresentar plano de ações para a redução do impacto da seca em Santa Cruz do Capibaribe, no Agreste de Pernambuco. O pedido foi feito pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) em reunião realizada nesta quarta-feira (18) com representantes da companhia, Associação Empresarial de Santa Cruz do Capibaribe, Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e Moda Center Santa Cruz.

Segundo o Moda Center, a Compesa não apresentou propostas para resolver o problema de abastecimento da cidade. O calendário de fornecimento do município, de dois dias com água e 28 sem por mês, não estaria sendo cumprido. 

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Com informações da assessoria

Durante visita ao município de Pesqueira, nesta sexta (13), o governador Paulo Câmara autorizou o início de um projeto para a criação de sistema de abastecimento de água na região. Orçado em R$ 4 milhões, a ação vista beneficiar 4,8 mil moradores de comunidades como Mutuca, Roçadinho, Caldeirões I, II e III. 

Implantação de uma adutora de 13 quilômetros de extensão, construção de uma captação fluante no rio Ipojuca, uma Estação de Tratamento Simplificada e uma Estação Elevatória estão na previsão inicial do projeto. Pesqueira, atualmente, é abastecida a partir de captação do rio, em trecho regularizado pela Barragem Pão de Açúcar. 

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“Na infraestrutura nós vamos ser determinados em garantir condições hídricas; mais água para todos os municípios do nosso Estado. Faremos obras que busquem minimizar os efeitos da estiagem”, enfatizou Paulo Câmara durante o evento em Pesqueira. 

O verão que se aproxima terá de ser bastante chuvoso para que o Estado do Rio não entre no terceiro ano seguido de baixos níveis nos reservatórios e não sofra desabastecimento de água no período seco, a partir de abril. Dos quatro reservatórios que compõem a bacia do Rio Paraíba do Sul, principal fonte do Estado, dois quase chegaram ao volume morto.

Em média, estão com 5,94% do volume útil, conforme dados da Agência Nacional de Águas (ANA), enquanto no ano passado, que já havia sido difícil, o patamar era de 6,4%.

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Em cidades onde os rios não são regularizados, sem reservatórios para reter água - e que, por isso, dependem de chuva para não secar -, a situação já é crítica. Em Angra dos Reis, no litoral sul; Campos e Itaperuna, no norte fluminense; Três Rios, no médio Paraíba; na Baixada Fluminense, especialmente Duque de Caxias, Queimados, Magé e Paracambi, e em Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (todos na região metropolitana), os moradores já recorrem a caminhões-pipa.

Na turística Angra, a preocupação é com a alta temporada, quando a chegada de veranistas triplica o consumo de água. Há três semanas, a prefeitura publicou decreto, a vigorar por no mínimo quatro meses, que multa quem desperdiçar água. Quem lavar carro ou calçada é multado em R$ 440; quem retira água irregularmente da rede paga R$ 3.080. Regar plantas não é permitido. Pelo menos 20 pessoas já foram autuadas.

"No verão passado, a emergência hídrica foi decretada em janeiro. Dessa vez, foi mais cedo. Angra sempre teve índices pluviométricos altos, mas nossos reservatórios chegaram, em outubro, a 10% do volume útil. Tivemos de alternar o abastecimento dos bairros, mandar água um dia sim, três não", disse o presidente do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) da cidade, Marcos Mafort.

Saída

Vivendo a pior crise hídrica em oito décadas, o Estado entrará o período mais chuvoso com reservatórios baixos mais uma vez. Em 2016, caso as precipitações não sejam abundantes até março, os volumes nos meses de estiagem não serão suficientes para a demanda de populações e indústrias, avisa Paulo Carneiro, pesquisador do Laboratório de Hidrologia da Coppe, que agrega pós-graduação em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O racionamento, então, seria a única saída.

"O período 2013/2014 foi difícil, o 2014/2015, também, e o 2015/2016 está pior, porque os níveis dos reservatórios não foram recompostos. O fenômeno El Niño está intenso e não se sabe como se comportará no Sudeste", disse o pesquisador.

Apesar dos prognósticos ruins, os governos estadual e federal sustentam que não faltará água nos Jogos Olímpicos, em agosto. Na terça-feira, 3, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse que a construção de um tanque reserva com 2 bilhões de m³ está garantida. Entre as medidas do Estado para economizar água está a diminuição da vazão do reservatório de Santa Cecília, que abastece o Rio - era de 190 mil l/s em 2014, passou a 110 mil l/s neste ano. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após a cerimônia de lançamento do Programa de Investimento em Energia Elétrica (PIEE), a presidente Dilma Rousseff negou que haja risco de racionamento no Brasil. “As geradoras estão produzindo suficiente para abastecer o mercado. Não vai faltar energia porque nós investimos em geração e transmissão. Além disso, nós construímos termoelétricas para garantir que haja energia de qualidade, limpa e com baixo custos”, disse em conversa com jornalistas.

Segundo ela, como sétima economia do mundo, o país precisa se preparar e oferecer segurança aos investidores. “Temos que dar conta da demanda futura de investimentos. Se não houver planejamento, você não coseguirá atender ao país quando ele começar a crescer”, ressaltou.

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Durante a cerimônia, a presidente lamentou o aumento nas tarifas de energia desde janeiro, já que foi necessário o acionamento das usinas termoelétricas. "Mas o encarecimento de contas de luz começa a ser progressivamente revertido já que, semana passada, desligamos parte das térmicas", lembrou. A expectativa do setor é de que haja uma redução de até 20% no preço da bandeira tarifária vermelha, a mais cara do país.

"Sem sombra de dúvidas, é verdade que as contas de luz aumentaram, o que nós lastimamos. Por causa da falta de energia para sustentar a oferta de luz tivemos de usar as térmicas, pagando bem mais do que se tivéssemos só energia hidrelétrica no nosso sistema", disse Dilma, em discurso.

Legislativo - Em breve pronunciamento à imprensa, Dilma comentou o pacote anticrise entregue pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para votação no Congresso. “As propostas coincidem com as nossas. É uma agenda muito positiva. Nós temos grande em ter a melhor relação possível entre o Executivo e o Legislativo. Essa agenda mostra por parte do Senado uma disposição de fazer o Brasil crescer”.

Na quinta-feira (13), o governo irá se reunir para discutir as propostas entregues por Renan aos ministros Joaquim Levy (Fazenda), Nelson Barbosa (Planejamento), Edinho Silva (Comunicação Social) e Eduardo Braga (Minas e Energia). A ideia é destacar os dispositivos que favorecem o desenvolvimento econômico e afastem as ameaças de impeachment.

O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, afastou qualquer possibilidade de haver falta de energia neste ano. As chuvas dos últimos meses, de acordo com Chipp, conseguiram atingir um nível de segurança nos principais reservatórios do País. Essa condição, aliada à retração do consumo por conta do cenário econômico, alivia a pressão sobre a geração de energia.

"Estamos tranquilos quanto ao suprimento de energia. Não teremos problemas no abastecimento", afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo. Apesar do cenário positivo, Chipp disse que o ONS continuará a adotar medidas locais para garantir o abastecimento. A partir deste próximo fim de semana, disse, deve ter início uma operação de teste a com vazão reduzida no Rio São Francisco. O objetivo é preservar ao máximo possível o volume de água acumulado no reservatório de Sobradinho. Principal caixa d’água da região Nordeste e segundo maior do País em volume de água - só atrás do reservatório de Serra da Mesa - Sobradinho tem hoje apenas 20% do volume total que poderia acumular. Um ano atrás, esse índice chegava a 52% da capacidade total.

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Apesar do cenário crítico do reservatório baiano, Hermes Chipp disse que a situação está sob controle. "Sobradinho não é mais problema. Estamos conseguindo avançar, com a articulação entre todos envolvidos, trabalhando proativamente. Neste momento, já estamos fazendo testes com a vazão reduzida de 950 metros cúbicos por segundo e devemos reduzi-la para 900 metros cúbicos a partir do próximo dia 13", comentou Chipp.

Usinas térmicas

Apesar da garantia de suprimento energético durante o período seco do ano - maio a novembro - o ONS deverá manter o acionamento das usinas térmicas para preservar as principais hidrelétricas do País. Nesta semana, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), que reúne os principais agentes do setor, afirmou que um total de 2.521 megawatts (MW) de energia elétrica foram adicionados ao parque nacional de geração entre janeiro e o início de junho, o que equivale a quase 40% da capacidade instalada nova prevista para 2015. Para o ano, a meta é adicionar 6.410 MW. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A maior incidência de chuvas nos últimos meses e a consequente elevação no nível dos reservatórios das hidrelétricas do Sudeste e Centro-Oeste deixa “cada dia mais distante” a necessidade de um novo racionamento energético no país. A avaliação foi feita nesta quarta-feira (8) pelo ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, em audiência pública da Comissão de Infraestrutura do Senado.

“No Sudeste e Centro-Oeste está cada dia mais distante a possiblidade de termos um racionamento de energia, em que pese ainda tenhamos uma crise hídrica e tenhamos um volume de água nos reservatórios inferior ao de 2001 ”, disse Braga, referindo-se ao ano em que houve o racionamento de energia no país.

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De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), as represas de hidrelétricas no Sudeste e Centro-Oeste tinham nessa terça (7) um armazenamento médio de 30,38%. Essas regiões são responsáveis por cerca de 70% de toda a capacidade de geração de energia no país.

"Estamos monitorando semana a semana a curva de carga e de consumo no país. E, no primeiro trimestre de 2015, comparado com o primeiro trimestre de 2014, tivemos uma queda no consumo de 1,8%, o que mostra que a população está compreendendo a necessidade de fazermos um uso melhor da energia elétrica para que possamos ter um combate ao desperdício", destacou Braga.

O ministro defendeu a diversificação da matriz energética no país, a partir do racionamento de 2001. Ele acrescentou que o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) deverá deliberar, na sexta-feira (10), sobre um convênio isentando a geração de energia solar de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Em contrapartica, o governo federal isentará a cobrança do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins).

"Nós passaremos a ser competitivos na geração distribuída de energia solar, o que nos dará a possibilidade de lançar, no segundo semestre, um grande programa de geração distribuída de energia dentro do centro de carga fazendo com que nós tenhamos grandes inovações em relação a esse tema", disse Braga.

O ministro demostrou otimismo em relação a um projeto do governo de produção de energia solar a partir de equipamentos flutuadores em lagos. "Se o projeto der certo, o Brasil será capaz de produzir energia solar em quantidade igual ou superior à de uma nova hidrelétrica", explicou. A tecnologia já é objeto de experiência em alguns países.

A geração de energia eólica no Nordeste também foi destacada pelo ministro. Segundo Eduardo Braga, o Brasil está entre os dez maiores produtores de energia eólica. Até 2020, a expectativa é que o país esteja em segundo ou em primeiro lugar na produção mundial de energia eólica, acredita o ministro.

Embora a situação dos reservatórios do País tenha melhorado nas últimas semanas, a chance de o Brasil enfrentar um novo racionamento de energia não está completamente afastada, segundo especialistas, ainda que o governo já preveja queda no consumo este ano. Como a indústria já vem consumindo menos, a missão de economizar será do comércio e, principalmente, das residências.

Cumprir essa tarefa, porém, não será fácil. Na comparação com o racionamento de 2001, deve mexer muito mais com o conforto dos brasileiros. De lá para cá, o poder de compra da população aumentou e a quantidade de eletrodomésticos em casa também.

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A Associação Brasileira de Serviços de Conservação de Energia (Abesco) estima que as residências precisariam cortar pelo menos 20% de seu consumo anual para dar um alívio ao sistema elétrico. Caso seja concretizado, seria uma redução mais intensa do que há 14 anos, quando a queda da demanda nas casas foi de cerca de 12%. Além disso, especialistas comentam que os ganhos de eficiência nos equipamentos deixam a margem de economia ainda menor.

O Instituto Ilumina acredita que os brasileiros não conseguirão conter a demanda como fizeram em 2001, seja por meio de corte ou do uso consciente, por conta da eficiência dos aparelhos e da menor disposição em sacrificar seu conforto.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), compilados pelo Instituto Data Popular, apenas um terço das residências tinha máquina de lavar em 2001. Doze anos depois, a fatia chegou a 58%. A posse de geladeira e de TV em cores também aumentou, atingindo 97% em 2013.

Ainda que a pesquisa não aponte o número de lares com ar-condicionado, os indicadores de produção dão uma dimensão. Entre 2005 e 2012, a produção mais que dobrou, atingindo 3,5 milhões de unidades. O item é considerado o vilão do elevado consumo de energia hoje.

Em termos absolutos, a indústria é a maior consumidora de energia elétrica. Nos últimos dez anos, porém, o ritmo do consumo residencial avançou quase quatro vezes mais do que no setor produtivo.

"A residência é um ponto muito importante na redução, pois faz diferença muito grande no sistema", afirma o diretor técnico da Abesco, Alexandre Moana. Segundo ele, a desaceleração da indústria já tem levado o setor a diminuir a demanda por energia. Por isso, a responsabilidade deve recair sobre as casas. Uma economia de 20% nesta classe, calcula Moana, seria suficiente para dar alívio de 5% à carga total do sistema elétrico. Consultorias especializadas já consideram bastante provável um déficit dessa magnitude.

No Sudeste, região mais afetada pela estiagem e também a maior consumidora, o consultor da Excelência Energética, Josué Ferreira, calcula que a chance de haver um corte de 5% na carga é de 25%, taxa considerada elevada.

Sacrifício

Opções adotadas em 2001 não devem ser de grande ajuda agora. Antes, muitas casas tinham lâmpadas incandescentes. As fluorescentes, que gastam menos energia, são maioria hoje. Os brasileiros adquiriram aparelhos mais eficientes do ponto de vista energético. Isso fez com que, em 2013, o consumo médio de uma residência fosse de 164,89 kW/h por mês, menos que em 2000, quando era de 171,95 kW/h mês.

"Há dois jeitos de se fazer economia: com sacrifício ou sem sacrifício. Mas mesmo que a pessoa saia desligando tudo, nunca vai economizar algo em torno de 20%", afirma o diretor do Instituto Ilumina, Roberto D'Araújo. "Se nós tivermos de fazer um racionamento como o de 2001, com certeza não conseguiremos. Antes tínhamos gordura para queimar, estávamos confortáveis em relação ao uso de energia. Agora não temos."

Hoje, o consenso é de que o custo psicológico de uma economia de energia será muito maior do que foi em 2001. "O desgaste do conforto será maior. O governo incentivou uma classe social a consumir, mas não deu condição em termos de infraestrutura para utilizar o que consumiu", avalia Moana.

Uso consciente

Deixar o conforto de lado tende a ser uma opção até voluntária, num dilema do qual o bolso sai vitorioso - ou menos perdedor. No ano passado, a conta de luz ficou 17,06% mais cara. Só neste ano até fevereiro, a tarifa já subiu 11,68%, sem contar o reajuste extraordinário médio de 23,4% concedido às distribuidoras em março. A alta no preço da energia tende a ser um aliado do governo ao persuadir consumidores a gastarem menos.

O governo deu a largada numa campanha pelo uso consciente da eletricidade nos lares - ainda que tardiamente, na avaliação de especialistas.

Para o presidente do Instituto Data Popular, Renato Meirelles, a iniciativa tem chance de dar certo, mas, como a base de equipamentos domésticos elétricos é maior e mais moderna, há pouco espaço para ampliar ainda mais a eficiência. A saída será mexer em hábitos do dia a dia. "As pessoas terão de abrir mão do conforto", admite. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Sem redução de consumo, a região Sudeste, mais afetada pela estiagem e também a maior consumidora de energia, poderá chegar em outubro com os reservatórios em cerca de 10% da capacidade. O nível é considerado o mínimo para garantir o abastecimento de energia até o início das chuvas, esperado para novembro. "Mesmo assim, 10% é bastante baixo. Seria uma sobrevivência até entrar em um novo ciclo chuvoso", afirma o consultor da Excelência Energética, Josué Ferreira, responsável pelas estimativas.

O regime de chuvas no período seco também terá de ajudar. Qualquer volume menor do que 80% da média provocaria um colapso. Aos 70% da média e sem nenhuma redução no consumo, os reservatórios chegariam ao fim de outubro em 3,41% da capacidade.

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Ao contrário de 2001, quando substituir eletrodomésticos e lâmpadas eram as principais medidas para economizar energia, a receita hoje é mudar hábitos cotidianos. O presidente do Instituto Data Popular, Renato Meirelles, cita como exemplos reduzir a duração do banho quente com chuveiro elétrico e juntar mais roupas para colocar na máquina de lavar.

Outra recomendação de especialistas é desligar aparelhos da tomada quando fora de uso, desde carregadores de celulares até televisão. Isso evitaria os gastos com o 'stand by', elevados nos aparelhos que esquentam, como é o caso de receptores de sinal de TV a cabo.

A orientação, contudo, não é unânime. Segundo o diretor do Instituto Ilumina, Roberto D'Araújo, em alguns casos o 'stand by' é até útil para manter a corrente elétrica e evitar umidade. A mais radical das medidas é reduzir o uso de eletrodomésticos e eletrônicos, o que atingiria em cheio o conforto dos brasileiros.

Segundo o diretor técnico da Associação Brasileira de Serviços de Conservação de Energia (Abesco), Alexandre Moana, alguns aparelhos modernos gastam mais do que os antigos por serem mais potentes (uma TV tela plana de 42 polegadas, por exemplo, consome o dobro de uma TV de tubo de 20 polegadas). "Ou você perde conforto, ou age com inteligência. Mas até o agir com inteligência tem um limite", reconhece.

Pesquisas do Data Popular identificaram um hábito nas classes mais populares, sobretudo entre os mais velhos, de encarar eletrodomésticos como patrimônio. Assim, a geladeira antiga segue sendo usada mesmo após a compra de uma nova, por exemplo. Os mais jovens pensam de maneira diferente. Mas Meirelles lamenta a falta de investimento em campanhas sobre uso racional da eletricidade.

Outros especialistas engrossam o coro. "Seria prudente que já tivesse sido adotada uma redução lenta e gradual do consumo", diz Ferreira. "A racionalização é importante. Se não recuperar (o nível dos reservatórios) no final do regime chuvoso e caso não caia o consumo, talvez seja preciso adotar uma política mais severa." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), voltou a negar nesta quinta-feira que a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) faz ou irá fazer qualquer tipo de racionamento na Região Metropolitana da capital. Ao ser indagado pelo Broadcast, serviço da Agência Estado de notícias em tem real, sobre como recebera as declarações do presidente da companhia, Jerson Kelman, de que a redução em 30% da pressão da água já é um racionamento, Alckmin emendou: "Não há nenhum racionamento", disse. "Não há e não haverá rodízio", completou o governador sem comentar o teor da fala de Kelman.

Além de admitir que a redução da pressão da água fornecida aos consumidores é uma restrição, Kelman avaliou ainda que há outras formas de racionamento, como o rodízio. "Uma delas é o rodízio. Outra é redução de pressão, outra é dar cotas para os consumidores. Nós não estamos em rodízio", afirmou ele, ontem durante evento.

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Alckmin, que participou do lançamento da pedra fundamental da futura fábrica de trens da Hyundai Rotem, em Araraquara (SP), retomou ainda o discurso de que a crise hídrica vem sendo combatida com a participação da população e ações do governo paulista, como o bônus aos consumidores que economizarem água e ainda obras para ampliar a oferta. "Em 10 dias começaremos a obra de interligação do Rio Guaió com (a represa) de Taiaçupeba e ampliamos a integração dos Sistemas", concluiu.

A obra citada por Alckmin, segundo declaração feita esta semana do próprio presidente da Sabesp, é apenas uma das sete de emergência previstas pela Sabesp para "atravessar o deserto de 2015" sem decretar rodízio oficial no abastecimento de água na região metropolitana.

O governador da Califórnia, Jerry Brown, impôs hoje o primeiro racionamento obrigatório de água da historia do estado em resposta a uma grave seca.

Brown pediu ao conselho de água para implementar medidas que façam as cidades do estado a cortar até 25% do seu uso de água.

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"Estamos em meio a uma seca histórica, que pede uma ação sem precedentes", disse o governador em uma conferência de imprensa. "Temos que reunir e economizar toda a água que pudermos."

O corte de água irá afetar moradores, empresas e produtores rurais do estado.

A camada de neve que fornece água para a região está bem abaixo dos níveis históricos. Hoje, medidores apontavam que ela apresenta apenas 25% da média para a época. Fonte: Associated Press.

Mais de 100 mil pessoas que moram em oito municípios na Zona da Mata Norte de Pernambuco saíram do esquema de racionamento de água neste sábado (28). Na data, o Governo do Estado inaugurou a 2ª etapa do Sistema de Abastecimento de Água do Siriji, no distrito de São Vicente Férrer.

De acordo com o Governo do Estado, a obra teve um investimento total de R$ 72 milhões e irá produzir 300 litros de água por segundo a mais para a população, um acréscimo de 100% na produção.

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Nesta segunda etapa, foram beneficiadas as cidades de Macaparana, Machados e São Vicente Férrer. Em abril de 2014, o ex-governador Eduardo Campos entregou a primeira fase do sistema, que contemplou Buenos Aires, Vicência, Aliança, Condado e Itaquitinga.

Essas cidades estavam com o abastecimento comprometido devido ao crescimento populacional e às limitações dos sistemas existentes. A obra tem recursos do Governo do Estado e do Ministério da Integração Nacional.

A cerimônia de entrega contou com a presença do o governador Paulo Câmara. Na ocasião, ele realizou vistorias em ações que receberam recursos do Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento Municipal (FEM).

Ainda em São Vicente Férrer, o governador inaugurou obras de pavimentação, drenagem e sinalização no loteamento Limeira, com aportes de R$ 471,2 mil do FEM.

De lá, Paulo seguiu para a cidade de Machados e entregou a Praça São Sebastião, projeto que também foi executado com recursos do fundo, no valor de R$ 112 mil. O gestor  ainda prestigiou a inauguração do Mercado Multicultural da cidade, erguido pela prefeitura.

Com informações da assessoria

Para o ano de 2015, a Associação Brasileira de Embalagem (Abre) projeta uma queda entre 0,5% e 1,5% em volume da produção da indústria de embalagem. Segundo Salomão Quadros, coordenador de análises econômicas do Ibre/FGV, o possível racionamento de água e energia em 2015 pode levar a retração do setor próximo ao pior nível, de 1,5%.

"Pode não estar acontecendo agora em escala que afete a economia como um todo, mas já tem escala de que irá acontecer. Irá afetar todas as atividades econômicas", disse. Além dos problemas com a água e energia, Quadros citou outros fatores que deverão impactar diretamente o desempenho do setor neste ano, como o ajuste fiscal e a correção de preços administrados, que levará a um aumento de impostos, retirada de desonerações, e uma política econômica mais restritiva.

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Quadros espera impacto ainda do início de contração do mercado de trabalho, retração do consumo e investimentos e o ambiente político, que retarda ações do governo e é mais um inibidor de investimentos. Já o valor da produção realizada deve subir para R$ 58,2 bilhões no ano.

O nível do Sistema Cantareira, principal manancial de São Paulo, voltou a registrar alta neste sábado (21). Mesmo sem ter acumulado chuva na sexta-feira, o reservatório teve o 16° dia consecutivo de crescimento.

O aumento no volume foi de 0,2 ponto porcentual, passando de 10% na sexta-feira para 10,2% neste sábado, de acordo com boletim da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). No primeiro dia de fevereiro, quando sofreu queda pela última vez, o índice era de 5%.

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O acúmulo de chuva nas últimas 24 horas foi zero, e mesmo assim o índice subiu. A pluviometria acumulada em fevereiro, de 266,5 milímetros, já é cerca de 34% superior à média histórica para o mês inteiro, de 199,1 mm.

Responsável por abastecer 6,5 milhões de pessoas, o manancial subiu 2,9 pontos porcentuais só nos últimos seis dias. Além da presença das chuvas, a redução do volume de água retirado ajuda a explicar o aumento do Cantareira. Há um ano, a Sabesp captava 32,6 mil litros por segundo. Atualmente esse número é de 11 mil litros por segundo, cerca de 66% menor.

O atual cálculo da Sabesp para a capacidade do manancial, que chegou a passar oito meses sem nenhuma alta em 2014, inclui duas cotas do volume morto - água represada abaixo dos túneis de captação. A primeira, de 182,5 bilhões de litros de água, foi adicionada em maio, enquanto a segunda, de 105 bilhões de litros, em outubro.

Apesar das chuvas, esses volumes de água ainda não foram recuperados.

Outros mananciais

O nível de outros três mananciais que abastecem a capital e Grande São Paulo também cresceu. O Sistema Rio Grande se manteve estável em 83,9% e o Alto Cotia, em 36,6%. Já o Alto Tietê subiu pelo 16° dia seguido e alcançou 18% da capacidade - número que já considera um volume morto de 39,4 bilhões de litros.

Com índice de chuvas já superior à média histórica do mês, o Guarapiranga subiu 0,4 ponto porcentual neste sábado. O reservatório está com 57,5% da capacidade. O Sistema Rio Claro subiu 0,2 e opera com 35,2%.

Caso não chova nos próximos 30 dias, a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) prevê a utilização do volume morto (água abaixo do nível de captação) da Barragem de Botafogo, em Igarassu, na Região Metropolitana do Recife (RMR). Atualmente, os reservatórios da barragem que abastece a área norte da RMR (Abreu e Lima, Olinda, Igarassu, Paulista) estão em nível crítico, com apenas 16% da sua capacidade. A expectativa dos técnicos é que a utilização do volume ocorra quando este índice atingir 14%.

No início de dezembro, a Compesa já havia anunciado um sistema de racionamento para a barragem. Os técnicos previam que, reduzindo a quantidade de água captada, os reservatórios chegariam ao inverno com nível entre 12% e 14%.

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Para acessar o volume morto, a Compesa pretende utilizar bombas submersas fixadas em uma balsa e fazer o bombeamento à vazão de 200 L/s, quando o nível da barragem estiver abaixo da última tomada de água. A balsa só será usada quando o nível da barragem não permitir mais a captação por gravidade através da comporta localizada na torre da tomada de água. “A partir desta data, se não chover, a única alternativa será usar o volume morto da barragem. A medida é preventiva e demonstra a nossa preocupação com o abastecimento de água para que a população da área norte da RMR não sofra mais prejuízos”, explicou o diretor Regional Metropolitano da Compesa, Fernando Lôbo.

A Barragem de Botafogo possui o pior volume de armazenamento de água da RMR. Esta é a segunda pior crise do sistema desde a sua inauguração, em 1980. Sob o efeito do El Niño, em 1999, o reservatório atingiu 8% da sua capacidade e precisou usar o seu volume morto. Mesmo em crise, o Sítio Histórico de Olinda contou com esquema especial de abastecimento diário durante todo o Carnaval.

Medidas – Além de se preparar para utilizar o volume morto da barragem, a Compesa está buscando recursos financeiros com o Ministério da Integração para a execução de obras emergências para atender essa região. Um dos projetos é a transposição do Rio Capibaribe para a Barragem de Botafogo, que envolve uma captação a fio d’água por canal de aproximação, uma estação elevatória (sistema de bombas) e 6.600 metros de adutora nos diâmetros que variam de 900 a 600 mm até um riacho contribuinte do manancial.

Segundo Fernando Lôbo, esse sistema terá capacidade para transferir as vazões de 400, 800 ou 1200 L/s, dependendo da época do ano. De acordo com a Compesa, o investimento será de cerca de R$ 30 milhões e o projeto já está finalizado.

Outro empreendimento para reforçar o abastecimento é a obra de ampliação do sistema adutor a partir do Rio Arataca, cujos dados hidrológicos indicariam a possibilidade de uma vazão de 1000 L/s, valor superior ao retirado atualmente pela companhia, que é de 450 L/s. Atualmente, o Termo de Referência para a contratação do projeto está em elaboração.  

Com informações da assessoria

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